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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

TIAGO CORREA DE SOUZA

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DA CULTURA DO TRIGO, EM SUCESSÃO A


CULTURA DA SOJA NO EXTREMO SUL CATARINENSE, COMO ALTERNATIVA
DE CULTURA DE INVERNO EM ÁREAS DE RIZICULTURA

Tubarão
2021
TIAGO CORREA DE SOUZA

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DA CULTURA DO TRIGO, EM SUCESSÃO A


CULTURA DA SOJA NO EXTREMO SUL CATARINENSE, COMO ALTERNATIVA
DE CULTURA DE INVERNO EM ÁREAS DE RIZICULTURA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Agronomia da Universidade do
Sul de Santa Catarina como requisito parcial à
obtenção do título de Engenheiro Agrônomo.

Orientador: Prof. Juliano Frederico da Rosa Cesconeto, Me.

Tubarão
2021
TIAGO CORREA DE SOUZA

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DA CULTURA DO TRIGO, EM SUCESSÃO A


CULTURA DA SOJA NO EXTREMO SUL CATARINENSE, COMO ALTERNATIVA
DE CULTURA DE INVERNO EM ÁREAS DE RIZICULTURA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi


julgado adequado à obtenção do título de
Engenheiro Agrônomo e aprovado em sua
forma final pelo Curso de Agronomia da
Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 14 de dezembro de 2021.

______________________________________________________
Professor e orientador Juliano Frederico da Rosa Cesconeto, Me.
Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________
Prof. Jasper José Zanco, Dr.
Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________
Prof. Júlio Cesar de Oliveira Nunes, Me.
Universidade do Sul de Santa Catarina
Dedico esse trabalho a minha família, em
especial aos meus pais, e a minha noiva.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por me guiar em minha jornada, ajudar a subir cada degrau
da minha vida e vencer cada obstáculo.
A Universidade do Sul de Santa Catarina por abrir suas portas e permitir minha
jornada acadêmica e a transferência de conhecimento.
Em especial aos meus pais José e Inês, que durante minha vida sempre me apoiaram
e incentivaram a seguir em frente.
A minha noiva Renata Vitorassi, pela compreensão durante o curso, apoio e
incentivo.
A minha irmã Cintia e seu Esposo Idalino, por me incentivarem e fazerem parte da
minha jornada.
A minha colega e amiga Sabrina Toreti, pela oportunidade e espaço cedido em sua
propriedade, para que fosse possível a realização deste trabalho.
Ao meu orientador e professor Juliano da Rosa Cesconeto, pela disponibilidade em
me orientar e contribuir com esse trabalho.
Aos demais professores, que fizeram parte da minha jornada acadêmica e pelo
conhecimento transmitido durante o curso.
Aos demais colegas e amigos que fiz durante o curso, pela troca de conhecimento
e convívio diário que tornaram esses anos do curso agradáveis.
“O esforço dirigido a um objetivo tem sempre por prêmio, com a consecução
daquilo a que se aspira, a satisfação que o triunfo proporciona.” (Thomas Wittlam Atkinson).
RESUMO

O trigo (Triticum aestivum L.) é um dos cereais mais cultivados no mundo apresentando amplo
uso na alimentação humana e animal, e em sistemas conservacionistas do solo, em rotação e
sucessão de culturas durante o inverno. A região sul de Santa Catarina não está inserida no
zoneamento agroclimático para o cultivo de trigo, e apresenta como principal atividade agrícola
a rizicultura irrigada por inundação, onde durante a entressafra essas áreas ficam sem utilização
agrícola. O objetivo desse trabalho é avaliar a produtividade de trigo na região Sul de Santa
Catarina em diferentes sistemas de cultivo. O experimento foi conduzido em blocos ao acaso,
no munícipio de Forquilhinha, as áreas experimentais do cultivo ocorreram em terras baixas de
várzea sistematizadas para arroz irrigado, terras baixas de sequeiro e sistema de plantio direto.
As variáveis avaliadas foram, altura de planta, comprimento de raiz, número de espigas por
planta, massa de mil grãos, comprimento de espiga, número de grãos por espiga, análise de
impureza e umidade, produtividade e produção estimadas. Os resultados submetidos a análise
de variância e teste Tukey para comparação de médias com o software Biostat®. As áreas
experimentais apresentaram diferença estatística entre si, sendo que o experimento em terras
baixas de sequeiro obteve os melhores resultados de produção e produtividade, em sistema de
plantio direto e terras baixas de várzea apresentaram menores médias. A produção de trigo na
região Sul Santa Catarina apresentou resultados satisfatórios com médias de produção e
produtividade acima da nacional e estadual em todas as áreas experimentais, sendo uma
alternativa de cultivo de inverno para a região, e em sucessão no cultivo pós safra de arroz.

Palavras-chave: Triticum aestivum L. Produtividade. Triticultura.


ABSTRACT

Wheat (Triticum aestivum L.) is one of the most cultivated cereals in the world and is widely
used in human and animal food, and in soil conservation systems, in rotation and crop
succession during the winter. The southern region of Santa Catarina is not included in the
agroclimatic zoning for the cultivation of wheat, and its main agricultural activity is flood-
irrigated rice farming, where during the off-season these areas are without agricultural use. The
objective of this work is to evaluate wheat productivity in the southern region of Santa Catarina
in different cropping systems. The experiment was carried out in randomized blocks, in the
municipality of Forquilhinha, the experimental areas of cultivation occurred in lowlands
systematized for irrigated rice, lowland dry land and no-tillage system. The variables evaluated
were plant height, root length, number of ears per plant, mass of a thousand grains, ear length,
number of grains per ear, impurity, and moisture analysis, estimated yield and yield. The results
were submitted to analysis of variance and Tukey test to compare means with the Biostat®
software. The experimental areas showed statistical difference between them, and the
experiment in dryland lowlands obtained the best results in terms of production and
productivity, in no-tillage system and lowland lowland plains had lower averages. Wheat
production in the southern region of Santa Catarina showed satisfactory results with average
production and productivity above national and state levels in all experimental areas, being an
alternative for winter cultivation for the region, and in succession in the post-harvest rice crop.

Keywords: Triticum aestivum L. Productivity. Triticulture.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1-Estádios de desenvolvimento da planta de trigo, conforme a escala de Feekes (1940),


adaptado por Large (1954). ...................................................................................................... 16
Figura 2- Mapa de localização da propriedade onde foi conduzido o experimento. ................ 19
Figura 3- Mapa demonstrativo da disposição das áreas experimentais .................................... 23
Figura 4- Plantas de trigo das áreas experimentais. Área de sistema de plantio direto (SPD) 1,
terras baixas de várzea, sistematizadas para arroz irrigado 2, e terras baixas de sequeiro 3. ... 28
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Evolução anual do cultivo de trigo em Santa Catarina. .......................................... 18


LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Histórico de produção de trigo por região no Brasil, safras 2012 a 2021 ................ 17
Tabela 2- Características agronômicas da cultivar TBIO SOSSEGO. ..................................... 20
Tabela 3- Reação a doenças da cultivar TBIO SOSSEGO. ..................................................... 21
Tabela 4- Avaliação morfológica da planta de trigo (Triticum aestivum L.). Variáveis altura de
planta, comprimento de raiz e número de espigas por planta. .................................................. 27
Tabela 5- Avaliação dos componentes de produtividade da planta de trigo (Triticum aestivum
L.). Variáveis comprimento de espiga, número de grãos por espiga e massa de mil grãos. .... 29
Tabela 6- Resultados da análise de impurezas e umidade das áreas experimentais. ................ 30
Tabela 7- Produtividade e produção obtidas por estimativa das áreas experimentais.............. 30
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 12
2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 13
2.1 GERAL ............................................................................................................................ 13
2.2 ESPECÍFICOS ................................................................................................................. 13
3 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 14
3.1 HISTÓRICO DA CULTURA.......................................................................................... 14
3.2 BOTÂNICA E MORFOLOGIA DA PLANTA DE TRIGO ........................................... 14
3.3 FENOLOGIA DA PLANTA DE TRIGO........................................................................ 15
3.4 SITUAÇÃO ECONÔMICA DO TRIGO ........................................................................ 17
4 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 19
4.1 LOCALIZAÇÃO ............................................................................................................. 19
4.2 MATERIAL GENÉTICO UTILIZADO ......................................................................... 20
4.3 PRÁTICAS CULTURAIS ............................................................................................... 21
4.3.1 PREPARO DO SOLO ................................................................................................ 21
4.3.2 SEMEADURA E ADUBAÇÃO ................................................................................. 22
4.3.3 TRATAMENTOS FITOSSANITÁRIOS.................................................................. 22
4.4 PROTOCOLO DE AMOSTRAGEM .............................................................................. 23
4.4.1 ALTURA DE PLANTA .............................................................................................. 24
4.4.2 COMPRIMENTO DE RAIZ...................................................................................... 24
4.4.3 NÚMERO DE ESPIGAS POR PLANTA ................................................................. 24
4.4.4 COMPRIMENTO DE ESPIGA................................................................................. 24
4.4.5 NÚMERO DE GRÃOS POR ESPIGA...................................................................... 24
4.4.6 MASSA DE MIL GRÃOS .......................................................................................... 25
4.4.7 ANÁLISE DE IMPUREZAS...................................................................................... 25
4.4.8 ANÁLISE DE UMIDADE .......................................................................................... 25
4.4.9 DETERMINAÇÃO DA PRODUTIVIDADE E PRODUÇÃO ............................... 25
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................ 27
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 32
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 33
ANEXOS ................................................................................................................................. 37
ANEXO A – Relatório de análise química do solo .............................................................. 37
.................................................................................................................................................. 37
12

1 INTRODUÇÃO

O trigo (Triticum aestivum L.) é um dos cereais mais produzidos no mundo,


ocupando grande parte das terras cultivadas, se destacando como a maior lavoura com trigais
espalhadas pelos cinco continentes (EMBRAPA, 2018).
É uma das commodities com maior consumo pela humanidade, responsável pelo
desenvolvimento da civilização (BAUMGRATZ, 2017). O cereal apresenta grande
variabilidade de uso, podendo ser na alimentação humana, na forma de farinha (pães, biscoitos
etc.), massas, produtos não alimentícios (fármacos, cosméticos e álcool) e ainda na alimentação
animal como forragem ou na composição de ração (BORÉM; SCHEEREN, 2015).
Apresenta grande importância na composição de sistemas sustentáveis, sendo
utilizado como alternativa para rotação e sucessão em sistemas de produção de grãos,
contribuindo para o aumento da capacidade produtiva do solo e auxiliando no manejo integrado
de pragas e plantas invasoras (MORI et al., 2016).
O Sul de Santa Catarina tem como principal atividade agrícola a rizicultura, cultivo
de milho e soja onde ocupam uma área de produção de 99618, 20716 e 6205 mil hectares
respectivamente, segundo dados da safra 2020/2021 (INFOAGRO, 2021). Essas culturas são
utilizadas como monocultura, sucessão ou em rotação na safra de verão, sendo a única fonte de
renda da propriedade, permanecendo as áreas onde são cultivadas, desde o final da colheita até
o início da próxima safra, compreendendo o período de outono e inverno sem utilização
agrícola.
Nesse contexto, com a importância da cultura do trigo e necessidade de aumento
de produções devido as tendências de mercado e aumento da população mundial, a triticultura
pode ser uma grande alternativa como cultura de inverno para aumentar e diversificar a renda
da propriedade. Com isso torna-se necessário a experimentação dessa cultura nessas áreas,
devido a região estar fora do zoneamento agroclimático para a cultura, e existirem poucos dados
de produção nessa região. Objetivando auxiliar na pesquisa com levantamento de dados para a
produção de trigo esse trabalho tem como objetivo avaliar a produção de trigo em três sistemas
de cultivo na região Sul de Santa Catarina.
13

2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Avaliar a desempenho da cultura do trigo (Triticum aestivum) em diferentes


sistemas de cultivo na região Sul de Santa Catarina.

2.2 ESPECÍFICOS

a) Avaliar a produtividade de trigo em cultivo de terras baixas de sequeiro, pós plantio de


soja
b) Avaliar a produtividade de trigo em área de terras baixas de várzea, sistematizadas
para arroz irrigado, pós plantio de soja
c) Avaliar a produtividade de trigo em sistema de plantio direto, pós plantio de soja
d) Avaliar e quantificar os componentes de produtividade e produção
14

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 HISTÓRICO DA CULTURA

O trigo (Triticum sp.) é originário de gramíneas silvestres, que se desenvolveram


nas proximidades dos rios Tigre e Eufrates na Ásia, no período de 10000 a 15000 a.C., tendo
grande importância na evolução da humanidade (BORÉM; SCHEEREN, 2015). Ele chegou na
américa com os descobridores, quando Colombo trouxe consigo algumas sementes da Europa,
em 1943, sendo introduzido no México em 1519 (FARTRIGO, 2021).
O trigo chegou ao Brasil em 1534, junto com Martim Afonso de Souza, foi
introduzido na capitania de São Vicente, atual estado de São Paulo. Em seguida os trigais se
expandiram pelo território, chegando até o Nordeste, onde devido as condições climáticas não
favoráveis ao cultivo a cultura migrou para o sul do Brasil onde as colheitas apresentaram
melhores resultados (ALVARENGA, 2019).
No Rio grande do Sul, a partir da segunda metade do século XVIII a cultura
começou a se desenvolver até no início do século XIX, quando os trigais foram dizimados pela
ferrugem (ABITRIGO, 2021). O cultivo só foi retomado nos anos 20, sendo que a partir da
década de 40, as plantações começaram a se expandir no Rio Grande do Sul e Paraná, que se
tornou o estado mais produtor do Brasil (BIOTRIGO, 2021).

3.2 BOTÂNICA E MORFOLOGIA DA PLANTA DE TRIGO

O trigo (Triticum aestivum L.) é uma planta pertence à família Poaceae, originada
através de uma hibridação natural entre um tetraploide (Triticum turgidum) e uma gramínea
selvagem (Aegilops squarrosa) (SCHEEREN; DE CASTRO; CAIERAO, 2015).
A planta possui características morfológicas semelhantes aos demais cereais de
inverno, tais como a cevada, triticale, e o centeio. Ela pode ser estrutura morfologicamente em
raízes, colmo, folha e inflorescência (BORÉM; SCHEEREN, 2015).
O sistema radicular do trigo é do tipo fasciculado, formado por dois grupos de
raízes: as seminais que se desenvolvem a partir do primórdio da semente e as permanentes que
são originadas das gemas da coroa (ANDERSON; GARLINGE, 2000).
A planta adulta consiste em um caule central que vai até a espiga, do qual emergem
as folhas em lados opostos. É composto por segmentos repetidos chamados de fitômetros, que
15

contêm um nó e um entrenó oco. A bainha da folha tem sua origem no entrenó e envolve o
caule fornecendo suporte para o broto (AUSTRÁLIA, 2008).
A folha é composta por bainha, lâmina, lígula e aurículas, sendo disposta as folhas
alternadas, formando ângulos de 180° entre uma folha e outra, até a última que é chamada de
folha bandeira. Normalmente pode ocorrer uma variação de três a oito folhas na planta,
correspondendo assim ao número de nós (BORÉM; SCHEEREN, 2015).
A inflorescência é uma espiga, que é composta por duas fileiras de espiguetas
dispostas alternadamente na raque central (EL TRIGO, 2021). A espigueta é constituída por
flores e fica presa a ráquila. Na base das espiguetas ficam as glumas que tem a função de
proteger as flores da espigueta, cada flor é formada por um lema e uma pálea, e entre estas
encontram-se o gineceu e o androceu (BORÉM; SCHEEREN, 2015). O grão é a unidade de
reprodução do cereal, chamado de cariopse, ele é um fruto seco, formado a partir da fecundação
de apenas uma flor (ANDERSON; GARLINGE, 2000).

3.3 FENOLOGIA DA PLANTA DE TRIGO

O ciclo de desenvolvimento de uma planta de trigo pode ser dividido em três


fases: a fase vegetativa, reprodutiva e enchimento de grãos. A fase vegetativa tem seu início na
semeadura, com a germinação da semente e diferenciação dos primórdios foliares no embrião,
até o início da floração. A reprodutiva começa com a iniciação floral, quando ocorre a
diferenciação dos primórdios de espiguetas na parte central da espiga até o aparecimento da
última espigueta na ponta da espiga. A fase de enchimento de grãos inicia com a antese,
fecundação das flores e termina com a maturação fisiológica da planta (MORI et al., 2016).
Segundo Scheeren, De Castro e Caierao (2015, p. 41), “os estádios fenológicos do
trigo são: plântula, afilhamento, alongamento, emborrachamento, espigamento, florescimento,
grão em estado leitoso, grão em massa, grão em maturação fisiológica e grão maduro”. Na
Figura 1, está descrita os estádios de desenvolvimento da planta, de acordo com a escala de
Feekes (1940), adaptada por Large (1954).
16

Figura 1-Estádios de desenvolvimento da planta de trigo, conforme a escala de Feekes (1940),


adaptado por Large (1954).

Fonte: Senar, 2017.

O trigo é um cereal que prefere climas temperados e secos (MANFRON et.al.,


1993). A temperatura ideal de desenvolvimento fica em torno de 20°C; para o afilhamento, 15
a 20°C e no desenvolvimento das folhas entre 20 e 25°C. Os danos por frio ou calor ocorrem
durante o estádio reprodutivo da planta, nesse período a temperatura ótima para fertilização fica
entre 18 e 24°C. Nos casos de geada os danos são observados quando a temperatura é menor
que -1°C na floração, na formação de grãos temperaturas menores que -2°C podem prejudicar
o enchimento dos grãos (BORÉM; SCHEEREN, 2015).
Em relação ao fotoperíodo do trigo, em geral são plantas de dias longos, com isso
aumentam a taxa de desenvolvimento com o aumento do fotoperíodo, provocando o
encurtamento do seu ciclo até a floração. A resposta ao fotoperíodo mais curto induz ao
aumento do número final de folhas em trigos de primavera, sendo está uma adaptação de
longevidade que permite que as plantas reduzam a taxa de desenvolvimento durante o inverno,
onde o fotoperíodo é curto, possibilitando assim a antese após o período de inverno onde o risco
de geadas que possam causar danos é menor (ALBERTO, 2008).
17

3.4 SITUAÇÃO ECONÔMICA DO TRIGO

O trigo se destaca como o segundo cereal mais produzido no mundo. Durante a


safra 2020-2021 foi colhido uma área de 221,8 milhões de hectares no mundo inteiro, com uma
produção de 775,8 milhões de toneladas, tendo um aumento de 1,57% comparada a safra
anterior 2019-2020 (USDA, 2021), com um valor de mercado de US$ 114 milhões (USDA,
2020). Os principais produtores são: China, União Europeia, Índia, Rússia, Estados Unidos e
Canadá (COELHO, 2021).
O Brasil ocupa a 15ª posição no ranking mundial, na produção de trigo (SOARES,
2020). A produção brasileira de trigo em 2020 foi de 6,2 milhões de toneladas, e estimada para
a safra 2021 em 8,15 milhões de toneladas representando 30,8% a mais do que o volume colhido
na safra passada (CONAB, 2021). Segundo Conab (2020) o cultivo de trigo nacional concentra-
se na região Sul, responsável por 87,3% da produção nacional, sendo o Paraná o maior produtor,
seguido pelo Rio Grande do Sul. A Tabela 1 apresenta um resumo histórico da produção,
produtividade e área cultivada de trigo no Brasil, destacando as regiões e o total nacional,
compreendendo as safras 2012 a 2021.

Tabela 1- Histórico de produção de trigo por região no Brasil, safras 2012 a 2021
Produção em mil toneladas
Região 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Norte - - - - - - - - - -
Nordeste - - - - 18.00 30.00 30.00 14.40 17.10 34.20
Centro-Oeste 68.20 59.60 85.80 88.10 120.30 103.00 141.20 208.60 186.00 210.40
Sudeste 162.40 210.60 354.60 507.80 459.40 491.50 401.90 442.40 500.60 433.40
Sul 4148.90 5257.70 5530.70 4939.00 6129.10 3637.60 4854.50 4489.30 5530.90 7913.30
Brasil 4379.50 5527.90 5971.10 5534.90 6726.80 4263.50 5427.60 5154.70 6234.60 8591.30
Produtividade em Kg/ha
Norte - - - - - - - - - -
Nordeste - - - - 6000 6000 6000 4800 5700 5700
Centro-Oeste 2750 3386 3682 3363 3657 3229 3261 3365 3224 2255
Sudeste 3036 2390 2717 3247 2852 2996 2571 2675 2917 2710
Sul 2283 2499 2124 2179 3190 2122 2641 2480 2622 3247
Brasil 2311 2502 2165 2260 3175 2225 2657 2526 2663 3187
Área em mil ha
Norte - - - - - - - - - -
Nordeste - - - - 3.00 5.00 5.00 3.00 3.00 6.00
Centro-Oeste 24.80 17.60 23.30 26.20 32.90 31.90 43.30 62.00 57.70 93.30
Sudeste 53.50 88.10 130.50 156.40 161.10 164.50 156.30 165.40 171.60 159.90
Sul 1817.10 2104.10 2604.20 2266.20 1921.40 1714.60 1837.80 1810.10 2109.20 2436.90
Brasil 1895.40 2209.80 2758.00 2448.80 2118.40 1916.00 2042.40 2040.50 2341.50 2696.10
Fonte: Elaborado pelo autor, 2021. Fonte de dados: Conab, 2021.
18

A triticultura representou uma lucratividade de 34% na safra 2020, com estimativa


de safra recorde para 2021 com uma produção de 8,16 milhões de toneladas no país, um
aumento de 31 % quando comparado a safra passada que foi de 6,245 milhões de toneladas.
Esse aumento foi incentivado e impulsionado pela alta no preço da comoditie, que vem sendo
negociada muito acima da média histórica (CANAL RURAL, 2021). Segundo Safras &
Mercado (2021) a região sul deve responder por 90,5% da produção nacional em 2021, ficando
o Paraná como maior produtor com 45,5% e o Rio Grande do Sul com 41,7% da produção
nacional.
Em Santa Catarina as principais regiões produtoras localizam-se no Planalto Norte,
Oeste, Meio-Oeste e Região Serrana. Nas regiões Litorânea e Sul não há cultivo devido as
condições de clima, solo e relevo (NETO e SANTOS, 2017). Na safra 2021-2022 em Santa
Catarina é estimado uma produção 79% maior quando comparado a safra anterior, estima-se
uma produção superior a 307 mil toneladas em uma área 60% maior que a safra anterior,
passando de 58,4 mil para 93,2 mil hectares, com uma produtividade 12% maior
(EPAGRI/CEPA, 2021). Esse aumento de produção pode ser justificado pelo incentivo do
governo do estado no cultivo de cereais de inverno, que em 2021 investiu cinco milhões de
reais, o que permitiu o aumento na produção de trigo em regiões não tradicionais no cultivo do
cereal. O objetivo desse investimento é aumentar a renda na propriedade rural e tornar mais
competitivo as cadeias produtivas de carne e leite no estado (SANTA CATARINA, 2021). No
Gráfico 1 é possível observar a evolução anual da produção, área cultivada e rendimento das
safras de trigo em Santa Catarina.
Gráfico 1- Evolução anual do cultivo de trigo em Santa Catarina.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021. Fonte de dados: Epagri/Cepa


19

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 LOCALIZAÇÃO

O experimento foi realizado em uma propriedade no município de Forquilhinha


(28°46'58.11"S; 49°29'13.98"O), no estado de Santa Catarina, conforme Figura 2. O clima da
região onde está inserida a propriedade está classificado conforme a escala de Köppen, como
mesotérmico úmido, sem estação seca e com chuvas distribuídas ao longo do ano, com
temperatura média de 19,2°C e 1625 mm acumulados de precipitação ao ano (PANDOLFO et
al., 2002). O solo do local está classificado segundo Santos et al. (2011), como Cambissolo
Háplico Tb Distrófico. Este tipo de solo se caracteriza pela pedogênese pouco avançada, e
horizonte B incipiente apresentando material de origem com pouca alteração física e química
(EMBRAPA,2011). O relevo local é predominantemente plano e a altitude do local é de 20 m
em relação ao nível do mar.

Figura 2- Mapa de localização da propriedade onde foi conduzido o experimento.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2021


20

A propriedade esta inserida em um ecossistema de terras baixas que são


caracterizadas por planície (MIURA et al., 2015), apresentando terras baixas de várzea
caracterizada pelo cultivo de arroz irrigado, nessas condições os solos estão sujeitos ao
hidromorfismo, que lhe confere deficiência de drenagem, condição de inundação e umidade
excessiva (LARA JUNIOR, 2013). Outra característica da propriedade são as terras baixas de
sequeiro que se encontram em condições mais elevadas, comparada ao ambiente de várzea,
esses solos não estão sujeitos a inundação, necessitando de chuva distribuída ao longo do ciclo
da cultura para seu desenvolvimento (SANTOS, 2021).

4.2 MATERIAL GENÉTICO UTILIZADO

A cultivar utilizada para ao experimento foi a TBIO SOSSEGO desenvolvida pela


empresa Biotrigo Genética®. Ela é indicada para várias regiões tritícolas no Brasil por seu
desempenho agronômico e comercial (BIOTRIGO, 2021). A tabela 2 apresenta as
características agronômicas da cultivar.

Tabela 2- Características agronômicas da cultivar TBIO SOSSEGO.


Características agronômicas
Ciclo Médio
Altura média de planta Médio
Espigamento Médio
Maturação Médio
Comportamento a geada na fase vegetativa MS/MR
Comportamento ao acamamento MS
Comportamento a debulha MR
Crestamento MR
MS-Média suscetibilidade; MR- Media resistência
Fonte: Elaborado pelo autor, 2021. Fonte de dados: Biotrigo Genética ®

A cultivar destaca-se pelo seu alto nível de resistência a doenças na cultura. Em


relação a doenças foliares, apresenta alta resistência ao complexo de manchas, como a
ferrugem, Bacteriose e Vírus do Mosaico do trigo. Ela é resistente à Brusone, Giberela e a
germinação na espiga (BIOTRIGO, 2021). Na tabela 3 encontra-se os estádios de reação a
doenças da cultivar.
21

Tabela 3- Reação a doenças da cultivar TBIO SOSSEGO.


Reação a doenças
Brusone na espiga MR
Ferrugem da folha MS
Giberela MR
Mancha amarela MR
Mosaico MS
Oídio MS
Bacteriose (Pseudomonas spp.) MR
Vírus do Nanismo Amarelo da Cevada (VNAC) MS
MS-Média suscetibilidade; MR- Media resistência
Fonte: Elaborado pelo autor, 2021. Fonte de dados: Biotrigo Genética®

4.3 PRÁTICAS CULTURAIS

4.3.1 PREPARO DO SOLO

No preparo do solo em área de terras baixas de várzea sistematizadas para arroz


irrigado e terras baixas de sequeiro foi realizado o mesmo manejo em ambas. Primeiramente
foi realizado a subsolagem do solo com subsolador de nove hastes tracionado por trator John
Deere, modelo 6615J de 121 Cv de potência, em meados de abril de 2021. Em maio de 2021
foi realizado a calagem do solo obedecendo a recomendação pela análise do solo, conforme
Anexo A, com quatro toneladas por hectare de calcário dolomítico com a composição química
de 35% de CaO, 15% de MgO, PRNT de 80%, sendo sua incorporação ao solo realizada com
grade niveladora de arrasto com comando remoto de 40 discos, tracionada com trator Jonh
Deere 6615J. E por último foi feito a passagem de arrastão com trator John Deere modelo 6300,
com 100 Cv de potência, para nivelamento do solo. Em específico na área de terras baixas de
várzea foram abertas valetas para melhorar a drenagem do solo, escoando assim rapidamente
as águas da chuva.
O sistema de plantio direto e uma prática utilizada no manejo conservacionista do
solo que envolve principalmente a ausência de revolvimento do solo, cobertura permanente e
rotação de culturas (SALTON; HERNANI; FONTES, 1998), proporciona aumento da
fertilidade do solo, ciclagem de nutrientes e armazenamento de água (DE RESENDE, 2011).
Na área de plantio direto foi realizado apenas a dessecação das plantas daninhas, utilizando-se
2 litros/ha de Glifosato (Roundup®) para posteriormente realizar a semeadura sob a palhada.
22

4.3.2 SEMEADURA E ADUBAÇÃO

A semeadura foi realizada no dia 5 de junho de 2021, nas três áreas experimentais, com
semeadora hidráulica Baldan modelo SHB-E 3000 arrozeira, 17 linhas de semeadura, e
espaçamento de 17 cm entre linhas. A densidade de semeadura foi de 330 sementes viáveis por
m², com aproximadamente 55 plantas por metro linear, e profundidade de semeadura de 3 cm.
Na área de terras baixas de várzea foi realizado uma ressemeadura a lanço manualmente no dia
25 de junho, devido ao solo estar encharcado impedindo a entrada de maquinários. Esta etapa
foi necessária devido ao grande volume de chuva que ocorreu no período pós semeadura, em
torno de 147 mm, inviabilizando a germinação de grande parte das sementes.
A adubação foi realizada em sulco na semeadura com 100 Kg/ha da formulação 05-
20-20 que possui 5% de N, 20% de P2O5 e 20% de KCl. Em cobertura foi realizado adubação
nitrogenada com trator autopropelido equipado GHRE57, dividida em duas aplicações. A
primeira na fase de afilhamento, na quantidade de 100 Kg/ha de ureia (46% de N) e a segunda
aplicação na fase de elongação, na quantidade de 150 Kg/ha de ureia (46% de N).

4.3.3 TRATAMENTOS FITOSSANITÁRIOS

Os tratamentos fitossanitários na cultura do trigo têm como objetivo prevenir que


os insetos pragas e as doenças possam atingir o nível de dano econômico na cultura. Os insetos
pragas que atingem esse nível com maior frequência são os afídeos, lagarta do trigo, lagarta do
cartucho do milho, coró das pastagens, coró do trigo e o percevejo barriga verde (BORÉM;
SCHEEREN, 2015). As principais doenças na cultura do trigo, são as causadas por viroses
como o nanismo amarelo e mosaico-comum; e estria-bacteriana e queima das folhas, causadas
por bactérias. As doenças fúngicas que ocorrem com maior frequência durante o ciclo da cultura
são o mal do pé, oídio, ferrugem da folha, ferrugem do colmo, ferrugem estriada, manchas
foliares e a giberela que afeta as espigas, sendo está última uma das principais doenças que
influenciam no rendimento e qualidade do grão (LAU et al., 2020).
O manejo fitossanitário foi o mesmo para as três áreas experimentais. O primeiro
tratamento foi realizado com a aplicação de fungicida no dia 25 de agosto com a dose de 700
ml/ha de Tebuconazol (Tebufort) e 150 g/ha de inseticida Tiametoxam (Actara 250WG). O
segundo tratamento foi no dia 19 de setembro com a aplicação de 750 ml/ha de Trifloxistrobina
e Tebuconazol (Nativo), e 500 ml/ha de Tiametoxam; Lambda-Cialotrina (Engeo Pleno S). Os
23

tratamentos foram feitos com trator autopropelido GHRE57, com pulverizador acoplado com
barra hidráulica de 20 metros.

4.4 PROTOCOLO DE AMOSTRAGEM

O experimento foi conduzido em blocos ao acaso, com uma área de 900 m² (60 x
15 m) para cada experimento, eliminando-se as bordaduras. Cada área experimental foi dividida
em três repetições de 60 x 5 m. A Figura 3 ilustra a disposição das áreas onde foram conduzidos
os experimentos. As amostragens iniciaram trinta dias após o espigamento, que é o período em
que a planta atingi seu ápice no crescimento. Foram analisadas as variáveis: altura de planta,
comprimento de raiz, número de espigas por planta, número de grãos por espiga, comprimento
de espiga, massa de mil grãos, análise de umidade e impureza, produtividade e produção
estimadas. Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância e teste Tukey para
comparação de médias, com uso do software BIOSTAT®

Figura 3- Mapa demonstrativo da disposição das áreas experimentais

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020


24

4.4.1 ALTURA DE PLANTA

A altura de planta foi obtida com a coleta de 12 amostras por área. Para realização
dessa amostragem foi utilizado um quadro amostrador, que consiste em um quadro feito em
madeira com a dimensão de 25 x 25 cm, sendo lançado aleatoriamente na área experimental, as
plantas que ficaram dentro do quadrado foram mensuradas com uma trena desde o solo até o
ápice das espigas, excluindo se as aristas (BORÉM; SCHEEREN, 2015).

4.4.2 COMPRIMENTO DE RAIZ

O comprimento da raiz foi determinado com a coleta de 12 amostras por área. Foi
utilizado o quadro amostrador de dimensão 25 x 25 cm, sendo lançado aleatoriamente na área
experimental, as plantas que ficaram dentro do quadrado foram retiradas do solo, e mensurado
o comprimento radicular desde o colo da planta até a extremidade da raiz.

4.4.3 NÚMERO DE ESPIGAS POR PLANTA

O número de espigas por planta é um componente indicador de produtividade na


cultura do trigo. Foram coletadas 12 amostras por área experimental para determinação desta
variável, utilizando o quadro amostrador com dimensão 25 x 25 cm, sendo lançado
aleatoriamente na área. As plantas que ficaram dentro do quadro foram realizadas a contagem
do número de espigas por planta.

4.4.4 COMPRIMENTO DE ESPIGA

O comprimento de espiga foi determinado selecionando-se 18 amostras aleatórias


na área experimental com quadro amostrador com dimensão 25 x 25, para cada amostra foi
selecionado duas espigas de forma aleatória, às cegas, que com o auxílio de uma régua de 30
cm foi mensurado seu comprimento.

4.4.5 NÚMERO DE GRÃOS POR ESPIGA

O número de grãos por espiga foi obtido através da coleta de 18 amostras aleatórias
com quadro amostrador com dimensão 25 x 25 cm, para cada amostra foi selecionado duas
25

espigas aleatórias, às cegas, onde posteriormente foi realizado a contagem dos grãos
manualmente de cada espiga.

4.4.6 MASSA DE MIL GRÃOS

A massa de mil grãos é um dos métodos utilizados para determinação da


produtividade em quilogramas por hectare de uma determinada área. O método consiste na
contagem de 100 grãos, com oito repetições que devem ser pesadas e obtidas a média das
amostras. O valor obtido de média de 100 grãos é calculado com regra de três simples para mil
grãos. Nesse método deve se ter o resultado da análise de umidade da amostra de grãos para ser
desconsiderada no cálculo (GABBI; GERHARDT; MARTINS, 2019).

4.4.7 ANÁLISE DE IMPUREZAS

As impurezas são partículas da planta de trigo, como casca, fragmentos do colmo


da planta e folhas (BRASIL, 2010). Segundo Da Silva (2018) é um valor percentual a ser
aplicado sobre uma amostra de trigo, para determinar a quantidade de impurezas removidas
podendo ser também partículas de solo, restos vegetais e pedras. Para a determinação da análise
de impureza foi coletado uma amostra de 250 g do lote de grãos homogeneizado. A
classificação foi realizada manualmente e a pesagem foi em balança analítica.

4.4.8 ANÁLISE DE UMIDADE

A umidade é o percentual de água encontrada em uma amostra de um lote de grãos,


por legislação o parâmetro ideal para conservação do trigo é de 13% (BRASIL, 2001). As
análises de umidade foram realizadas em Analisador de umidade de grãos MOTOMCO modelo
999FBI. Foram realizadas três repetições para cada área experimental obtendo-se assim a média
dos resultados obtidos de porcentagem de umidade (BRASIL, 2009).

4.4.9 DETERMINAÇÃO DA PRODUTIVIDADE E PRODUÇÃO

A produtividade e produção foi determinada com o auxílio do quadro amostrador


com dimensão 25 x 25 cm. Por área experimental foram coletadas 18 amostras, totalizando
1,125 m² por área experimental. A debulha foi realizada manualmente e a amostra de grãos foi
pesada em balança analítica para obtenção da massa. Com os resultados de cada amostra foi
26

realizado o cálculo para conversão da produtividade e produção para hectare, descontando-se


as impurezas e corrigindo a umidade para 13%.
27

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os sistemas de cultivo apresentaram diferença entre si quando submetidos a análise


estatística de variância, e teste Tukey para comparação de médias. A variável altura de planta,
diferiu entre todas as áreas, conforme a Tabela 4, a maior média ocorreu no sistema de plantio
direto com 92,38 cm, seguido pela área de terras baixas de sequeiro com 89,92 cm e terras
baixas de várzea com 75,92 cm. Na Figura 4 é possível observar amostras de plantas de trigo
de cada área experimental, evidenciando a diferença de altura de planta entre experimentos. A
altura de planta na cultura de trigo é uma característica genotípica e morfológica que
dependendo da cultivar pode influenciar no acamamento de plantas, a cultivar Tbio Sossego
apresenta média susceptibilidade ao acamamento, em SPD onde a altura de planta apresentou
maior média, foi observado um maior acamamento, em torno de 15 % da área, diferente de
terras baixas de várzea e terras baixas de sequeiro onde foi insignificante.

Tabela 4- Avaliação morfológica da planta de trigo (Triticum aestivum L.). Variáveis altura de
planta, comprimento de raiz e número de espigas por planta.
Altura de planta Comprimento de Número de espigas/
Área experimental
(cm) raiz (cm) planta

Terras baixas de várzea 75.92 a 10.08 a 3.36 a

Terras baixas de
89.92 b 9.34 a b 3.86 a
sequeiro

SPD 92.38 c 8.93 b 4.23 a


Variável altura de planta médias diferiram estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, p< 0,01. Variáveis
comprimento de raiz e número de espigas, médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre
si pelo teste de Tukey, p<0,05.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

O comprimento de raiz foi maior em área de terras baixas de várzea (Tabela 4)


com a média de 10,08 cm apresentando diferença estatística em relação a área de sistema de
plantio direto (SPD) com a média de 8,93 cm, não sendo significante quando comparada com
a área de terras baixas de sequeiro com média de 9,34 cm. Entre terras baixas de sequeiro e
SPD não houve diferença estatística, apesar de apresentar um comprimento 4,39 % maior que
o observado no SPD. Embora a área de terras baixas de várzea ter apresentado maior
comprimento de raiz em relação aos outros tratamentos, a campo pode ser observado que as
plantas em área de terras baixas de várzea apresentavam um menor número de raízes por planta,
com baixa uniformidade, sendo que algumas raízes apresentavam comprimento maior que as
28

demais, de comprimento inferior, justificando assim, maior média estatística. Em terras baixas
de sequeiro e SPD as plantas apresentaram o comprimento radicular uniforme, e um número
maior de raízes por planta quando comparadas a terras baixas. Segundo Taiz e Zeiger (2004),
solos encharcados como os de ambientes de terras baixas de várzea, causam estresses abióticos
em plantas não adaptadas a esse ambiente, restringindo assim absorção de nutrientes,
crescimento e expressão do potencial genético da planta. Ainda sobre o efeito de solos alagados
Pierret et al. (2007), relata que essa condição causa impactos sobre o desenvolvimento da
biomassa radicular, e consequentemente no desenvolvimento vegetativo das plantas.
Com relação a variável número de espigas por planta não houve diferença estatística
entre os tratamentos avaliados (Tabela 4). Contudo, pode se observar que a maior média de
número de espigas por planta foi no SPD com 4,23 espigas por planta; em terras baixas de
sequeiro e terras baixas de várzea as médias foram de 3,86 e 3,36 espigas por planta,
respectivamente. De acordo com Zagonel et al. (2002), o número de espigas por planta está
relacionado com a densidade de semeadura e a capacidade do trigo em emitir perfilhos com
espigas férteis. Com isso pode se observar que o SPD foi o experimento onde ocorreu maior
perfilhamento com espigas férteis entre os tratamentos avaliados.

Figura 4- Plantas de trigo das áreas experimentais. Área de sistema de plantio direto (SPD) 1,
terras baixas de várzea, sistematizadas para arroz irrigado 2, e terras baixas de sequeiro 3.

1 2 3
Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.
29

O comprimento de espiga apresentou diferença estatística entre os tratamentos


(Tabela 5). Em terras baixas de sequeiro foi observado a maior média, 7,68 cm por espiga, em
SPD a média foi de 7,5 cm por espiga, ambas diferindo da área de terras baixas de várzea, que
obteve uma média de 6,83 cm por espiga. Entre as áreas de terras baixas de sequeiro e SPD não
houve diferença estatística significante, porém foi observado em área de terras baixas de
sequeiro comprimento 2,4% maior que em SPD.

Tabela 5- Avaliação dos componentes de produtividade da planta de trigo (Triticum aestivum


L.). Variáveis comprimento de espiga, número de grãos por espiga e massa de mil grãos.
Comprimento de Número de grãos Massa de mil
Área experimental
espiga (cm) por espiga grãos (g)
Terras baixas de várzea 6.83 a 21.92 a 27,85 a

Terras baixas de sequeiro 7.68 b 36.03 b 33,92 b

SPD 7.50 b 34.89 b 31,70 c


Nas variáveis comprimento de espiga e número de grãos por plantas, médias seguidas pela mesma letra não
diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, p< 0,05. Variável massa de mil grãos médias diferiram
entre si pelo teste de Tukey, p< 0,01.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

O número de grãos por espiga apresentou maior média em terras baixas de sequeiro,
com 36,03 grãos por espiga, seguido pelo SPD com 34,89 grãos por espiga, ambas as áreas
diferiram estatisticamente da área de terras baixas de várzea com a média de 21,92 grãos por
espiga (Tabela 5). Entre terras baixas de sequeiro e SPD não foi observado diferença estatística,
porém em terras baixas de sequeiro foi observado um número de grãos por espiga 3,27% maior
que em sistema de plantio direto.
A variável massa de mil grãos apresentou diferença estatística entre os
experimentos conforme os resultados apresentados na Tabela 5. A área de terras baixas de
sequeiro obteve a maior massa de mil grãos, com a média de 33,92 g, em área de SPD com
31,70 g e área de terras baixas de várzea com 27,85 g.
Na Tabela 6 consta em porcentagem, os dados de impureza das amostras obtidas
através da análise de impureza. Nela foram retirados da amostra, palha, materiais inertes e os
grãos falhados, que comprometem a qualidade tecnológica, se o material for destinado a
indústria. Em terras baixas de sequeiro a quantidade de impurezas foi de 0,15%, próximo ao de
SPD com 0,16%, já em área de terras baixas de várzea a quantidade de impurezas foi maior que
as demais áreas, com 0,62%, foi observado nessa amostra uma quantidade maior de grãos
30

falhados que não completaram seu enchimento, isso pode estar relacionado ao período chuvoso
no mês de setembro de 2021, que coincidiu com o final de ciclo da cultura, influenciando na
absorção de nutrientes para o enchimento de grãos.

Tabela 6- Resultados da análise de impurezas e umidade das áreas experimentais.

Área experimental Impurezas (%) Umidade (%)

Terras baixas de várzea 0,62 14,57

Terras baixas de sequeiro 0,15 16,30

SPD 0,16 15,63


Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

O resultado da umidade dos grãos encontra-se na Tabela 6. A umidade encontrada


nas amostras foi de 14,57 % em área de terras baixas de várzea, 16,30% em terras baixas de
sequeiro e 15,63 % em SPD. Os resultados obtidos de umidade foram utilizados para se obter
a produção e produtividade corrigidas para umidade de 13%.
Na Tabela 7, encontra-se os resultados da produtividade e produção estimadas para
as áreas experimentais, já descontado o percentual de impureza, e corrigida a umidade para
13%. A maior média de produtividade foi em área de terras baixas de sequeiro com 95,84 sc/ha
diferindo estatisticamente das áreas de terras baixas de várzea e sistema de plantio direto com
as respectivas médias 58,39 e 74,09 sc/ha. Entre a área de terras baixas de várzea e SPD não
houve diferença estatística.

Tabela 7- Produtividade e produção obtidas por estimativa das áreas experimentais.

Área experimental Produtividade sc/ha Produção (kg/ha)


Terras baixas de várzea 58,39 a 3503 a
Terras baixas de sequeiro 95,84 b 5750 b
SPD 74,09 a 4445 a
Médias seguidas pela mesma letra não diferiram entre si pelo teste de Tukey, p< 0,05.
Sacas por hectare (sc/ha), quilogramas por hectare (kg/ha).
Fonte: Elaborado pelo autor, 2021

A produção em área de terras baixas de sequeiro foi a que obteve maior média com
5750 kg/ha, sendo superior as demais, diferindo das áreas de terras baixas de várzea com a
média de 3503 kg/ha e sistema de plantio direto com a média de 4445 kg/ha (Tabela 7). Entre
31

terras baixas de várzea e SPD não houve diferença estatística entre os tratamentos. Com relação
a produtividade e produção, embora a área de terras baixas de sequeiro ter apresentado melhores
resultados a campo, as demais áreas também obtiveram médias superiores as nacionais que
ficam em torno de 3187 kg/ha e 53 sc/ha (CONAB, 2021), e superiores à média de Santa
Catarina com produção de 3374 kg/ha e produtividade de 56 sc/ha (INFOAGRO, 2021), não se
descartando assim o cultivo de trigo nas demais áreas.
32

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O cultivo de trigo apresentou resultados satisfatórios em todas as áreas


experimentais em cultivo pós soja, com produtividade acima da média nacional e Catarinense,
com a maior média de produtividade em área de terras baixas de sequeiro, ficando o sistema de
plantio direto com a segunda maior média e por último com a menor média de produtividade a
área de terras baixas de várzea.
Com os resultados obtidos em experimentação conclui-se o trigo pode ser uma
alternativa de produção como cultura de inverno em sucessão aos cultivos de soja, e ou arroz
irrigado, visto que as produtividades observadas em todas as áreas experimentais foram
superiores, quando comparadas a nacional e de Santa Catarina.
Com o crescente consumo e valorização das comodities no mercado internacional
e nacional, dado o potencial de produtividade de trigo na região, o cultivo de trigo como cultura
de inverno torna-se uma possibilidade de aumento da rentabilidade e lucratividade das
propriedades rurais do Sul de Santa Catarina.
Contudo sugere-se a repetição deste mesmo experimento em outros ciclos
produtivos dessa mesma cultura para maior segurança dos resultados, pois os obtidos se
mostraram positivos e interessantes para a sucessão de culturas no extremo Sul Catarinense.
33

REFERÊNCIAS

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ANEXOS

ANEXO A – Relatório de análise química do solo

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