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Santa Maria, RS
2022
Anderson Luiz Fagan
Santa Maria, RS
2022
Anderson Luiz Fagan
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Mirta Teresinha Petry, Dr.ª (UFSM)
(Presidente/Orientadora)
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Santa Maria, RS
2022
AGRADECIMENTOS
A Deus, Jesus e Maria nossa mãe medianeira, por me proporcionarem tudo na minha
vida e não me desampararem jamais.
A minha mãe Lenir, que nunca mediu esforço para me proporcionar tudo que era
necessário.
A minha namorada Bianca, que esteve ao meu lado durante esses anos, renunciando a
muita coisa nesse meu período acadêmico e sempre se colocando à disposição em inúmeras
situações.
Aos meus irmãos Franciel e Tiago, dois parceiros que tenho para vida toda, embora
nossas relações sejam conturbadas em determinados momentos (risos).
A minha madrinha Cassiane, pelas inúmeras conversas e conselhos. Aos tios Roque,
Matheus e Vicente por serem homens do campo com quem sempre pude contar. As queridas
tias Carme e Vera, e todos os meus queridos primos.
Aos meus dois mentores durante o curso, os professores Mirta e Juliano, por serem
fantásticos e do bem, sempre dispostos a ajudar.
A todos os meus colegas de curso e de laboratório, em especial ao Cassio Ferrazza,
Henrique Argenta e Bruna de Villa, pessoas às quais sempre serei grato.
Ao meu amigo Paulo Henrique e Toni, palmeirenses em busca do mundial, meu
agradecimento e abraço.
RESUMO
O estudo foi realizado em uma lavoura comercial de doze (12) hectares, pertencente a uma
propriedade localizada no município de Cachoeira do Sul, onde foi introduzida a cultura do
milho em rotação com o arroz irrigado, em área de várzea. Uma vez que o milho é uma planta
que possui o sistema radicular diferente do arroz, foi necessário adaptar este talhão, visando
uma drenagem do ambiente e possibilidade de irrigação através do sistema sulco-camalhão.
Para isto, fez-se a correção da topografia do terreno, através da sistematização com a
declividade variada (suavização), técnica que consiste na eliminação de elevações (coroas) e
depressões (lagoas), deixando a superfície com uma declividade pendente definida de 5% (ou
seja, 0,05 m em 100 m). O primeiro passo para a realização do projeto de suavização foi fazer
o levantamento planialtimétrico da área com o auxílio de uma base móvel de RTK e receptores
GNSS. De posse do mapa planialtimétrico, mediante a utilização de um software específico,
definiu-se as zonas de corte e aterro. A profundidade dessas operações (corte e aterro) foi
limitada em 5 cm, no sentido do sulco. Assim, o trabalho buscou investigar qual a influência da
suavização na produtividade do milho. Para isso, confrontamos o mapa de corte e aterro com o
mapa da produtividade gerado pela colhedora.
The study was carried out in a commercial crop of twelve (12) hectares, belonging to a property
located in the municipality of Cachoeira do Sul, where corn was introduced in rotation with
irrigated rice, in a floodplain area. Since corn is a plant that has a different root system than
rice, it was necessary to adapt this plot, aiming at a drainage of the environment and the
possibility of irrigation through the furrow-ridge system. For this, the topography of the land
was corrected, through the systematization with the varied slope (smoothing), a technique that
consists in the elimination of elevations (crowns) and depressions (ponds), leaving the surface
with a defined slope of 5 % (ie 0.05 m in 100 m). The first step in carrying out the smoothing
project was to carry out a planialtimetric survey of the area with the aid of a mobile RTK base
and GNSS receivers. With the planialtimetric map, using a specific software, the cut and fill
zones were defined. The depth of these operations (cut and fill) was limited to 5 cm, in the
direction of the furrow. Thus, the work sought to investigate the influence of smoothing on corn
productivity. For this, we compare the cut and fill map with the productivity map generated by
the harvester.
Figura 1- Estação RTK AgGPS 542 captando sinais dos satélites em tempo real e transmitindo
para os receptores GNSS .......................................................................................................... 12
Figura 2– Monitor TMX 2050 ilustrando a informação recebida Nave-900 ........................... 13
Figura 3– Plaina Agrimec equipada com antena receptora e válvula controladora que emite as
zonas de corte e aterro .............................................................................................................. 14
Figura 4- Monitor TMX 2050, indicando ao operador as zonas de corte ................................ 15
Figura 5– Modelo de escarificador utilizado para descompactação do solo na área do estudo 15
Figura 6– Conjunto trator e escarificador, realizando a operação de descompactação na área
antes da construção dos camalhões .......................................................................................... 16
Figura 7– Aplicação de calcário para a correção da acidez do solo ........................................ 16
Figura 8– Imagem aérea da operação de calagem .................................................................... 17
Figura 9– Inicio da operação de confecção dos camalhões ..................................................... 17
Figura 10- Área suavizada, com declividade definida, quando não se faz necessária a realização
de sulcos profundos, maiores que 25 cm, pois a declividade auxilia na velocidade de
escoamento da água ................................................................................................................. 18
Figura 11– Camalhoneira SulcoSystem da KLR implementos ............................................... 19
Figura 12– Camalhoneira vista de outro ângulo, com os discos que servem para cortar a palhada
caso tenha e realizar a amontoa, seguida do rolo destorroador e compactador ....................... 19
Figura 13– A semeadora utilizada com rodas motrizes deslocando-se pelos sulcos (a);
conFiguração de linhas pareadas, com espaçamento entre linhas de 30 cm e 60 cm entre um
camalhão e outro totalizando 90 cm (b). .................................................................................. 20
Figura 14– Trator realizando a semeadura do milho com bitolas ajustadas para 1,8 m ........... 21
Figura 15– Cultivo bem estabelecido, com o espaçamento entre fileiras de 30 cm ................. 21
Figura 16– Pré-projeto sendo conFigurado no Google Earth ................................................... 22
Figura 17– Cardeneta de campo desenvolvida no software Qgis ............................................. 22
Figura 18– Software pipeplanner calculando a vazão e dimensionando o diametro de mangueira
e furação ................................................................................................................................... 23
Figura 19– Politubo instalado próximo a cabeceira do talhão pronto para ser pressurizado ... 24
Figura 20- S 760 com a plataforma para cultura do milho esvaziando o graneleiro ................ 25
Figura 21– Sensores do ActiveYield™ no tanque do graneleiro, calibrado automaticamente
para o rendimento do milho ...................................................................................................... 25
Figura 22– Modelo digital de elevação da área, construido a partir dos pontos coletados a campo
.................................................................................................................................................. 26
Figura 23–Modelo digital de suavização, limitando a profundidade e indicando as zonas de
corte e aterro. Usado quando se usa a tecnologia sulco-camalhão ........................................... 26
Figura 24–Área suavizada, sem existência de lagoas e coroas, com declividade variada definida,
área pronta para construção do camalhão e apta para irrigação por sulcos .............................. 27
Figura 25- Mapa de produtividade, gerado pela colhedora, aponta os pontos de maior e menor
produtividade dentro do talhão ................................................................................................. 29
Figura 26- Interpolação dos mapas. Mapa de corte e aterro sobre o mapa da produtividade
correlacionado zonas de corte e aterro com a produtividade do talhão .................................... 29
Figura 27– Gráfico da distribuição da produtividade em função das zonas de corte e aterro (- 5,
0 e 5 cm) ................................................................................................................................... 30
Figura 28– Gráfico da distribuição da produtividade em função das zonas de corte e aterro (- 5,
0 e 5 cm) ................................................................................................................................... 31
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 9
1.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................................... 11
1 INTRODUÇÃO
2 MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado em Cachoeira do Sul, localizado na região central do Rio Grande
do Sul, à margem esquerda do rio Jacuí. A Fazenda onde o estudo foi conduzido encontra-se
com as seguintes coordenadas geográficas: latitude 30°12'1.02"S e longitude 52°56'51.16"O.
O trabalho foi realizado por meio de uma pesquisa-ação, utilizando-se uma lavoura
comercial de doze (12) hectares, com a cultura do milho (Zea mays). Em anos anteriores, essa
área era cultivada com o arroz irrigado (Oriza sativa). O solo é caracterizado como um
Planossolo, pertencente a unidade de mapeamento Vacacaí (STRECK et al., 2008).
Figura 1- Estação RTK AgGPS 542 captando sinais dos satélites em tempo real e transmitindo para os
receptores GNSS.
Figura 3– Plaina Agrimec equipada com antena receptora e válvula controladora, que emite as zonas de corte e
aterro.
Figura 6– Conjunto trator e escarificador, realizando a operação de descompactação na área antes da construção
dos camalhões.
A adubação foi determinada para a cultura do milho, considerando como sendo primeiro
cultivo e com expectativa de rendimento de 12 Ton/ha. Os teores de matéria orgânica, fósforo
e potássio foram classificados como baixo (COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DO
SOLO-RS/SC, 2016). A demanda de nitrogênio foi suprida com aplicação de 170 kg/ha,
divididos em três aplicações. A primeira ocorreu na adubação de base (20 kg/ha), enquanto as
de cobertura foram nos estádios V3 (75 kg/ha) e V6 (75 kg/ha), representados, respectivamente,
por 3 e 6 folhas completamente expandidas. Totalizando as aplicações no sulco de semeadura
e de cobertura, também foram aplicados 230 kg/ha de P2O5 e 160 kg/ha de K2O (60 kg/ha na
semeadura).
Figura 10–Área suavizada, com declividade definida, quando não se faz necessária a realização de sulcos
profundos, maiores que 25 cm, pois a declividade auxilia na velocidade de escoamento da água.
Figura 12– Camalhoneira vista de outro ângulo, com os discos que servem para cortar a palhada caso tenha e
realizar a amontoa, seguida do rolo destorroador e compactador.
2.6 PLANTIO
Figura 13– A semeadora utilizada com rodas motrizes deslocando-se pelos sulcos. a configuração de linhas
pareadas, aonde a seta vermelha indica o espaçamento entre linhas de 30 cm; a seta amarela indica o
espaçamento de 60 cm entre um camalhão e outro totalizando 90 cm indicado pela seta preta
60 cm
30 cm
(a). (b)
Fonte: (a) (Fagan. A, 2021). Fonte: (b) (Hoerbe D, 2022).
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Figura 14– Trator realizando a semeadura do milho com bitolas ajustadas para 1,8m.
Figura 15– Cultivo bem estabelecido, com o espaçamento entre fileiras de 30 cm.
A irrigação foi realizada em duas etapas, aonde a primeira delas consiste na elaboração
do projeto de irrigação (Figuras 16, 17 e 18). Nesta fase, os projetos foram desenvolvidos no
20
Com o auxílio de programas gratuitos (Google Earth Pro, Qgis e Pipe Planner),
disponíveis na web, executou-se a arquitetura do projeto, alocação, dimensionamento e
diâmetro de furação dos politubos. Para o monitoramento da irrigação, é preciso conFigurar o
Pipe Planner com informações como o sentido e o comprimento do sulco, além da vazão da
bomba. A partir desta informação, o software fornece o tempo de cada irrigação, diâmetro do
politubo e dos furos a serem efetuados. A diferença no diâmetro de furos está relacionada ao
comprimento dos sulcos, uma vez que, esse diâmetro permite compensar a vazão, de forma que
a água atinja o fim dos sulcos ao mesmo tempo.
Figura 18- Software Pipe Planner, calculando a vazão e dimensionando diâmetro de mangueira e de furação.
Figura 19– Politubo instalado próximo a cabeceira do talhão pronto para ser pressurizado.
ARM = P + I − ETc
Onde: Em que, ∆ARM é variação do armazenamento de água no solo (mm); P é precipitação
(mm); I é irrigação (mm) e ETc é evapotranspiração da cultura (mm dia-1). O ARM inicial foi
calculado a partir da capacidade de água disponível do solo (CAD), conforme a equação 2.
CAD = ( CC − PMP ) Z
Onde: CAD é a capacidade de água disponível do solo (mm); θCC é a umidade do solo na
Capacidade de Campo (cm3 cm-3); θPMP é a umidade do solo no Ponto de Murcha Permanente
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(cm3 cm-3) e Z é a profundidade efetiva do sistema radicular (mm). Para esse solo, usou-se uma
CAD de 80 mm, considerando uma profundidade efetiva das raízes de 42 cm. O fator de
depleção para a não ocorrência de stress (p) foi de 0.5, segundo proposto por Allen et al., (1998).
2.8 COLHEITA
Figura 20– S 760 com a plataforma para cultura do milho esvaziando o graneleiro.
Figura 21– Sensores do ActiveYield™ no tanque do graneleiro, calibrado automaticamente para o computar o
rendimento do milho.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 22– Modelo digital de elevação da área, construído a partir dos pontos coletados a campo.
Com base na interpretação do mapa planialtimétrico (Figura 22), foi possível determinar
as zonas de corte e aterro, determinando a profundidade desses cortes (Figura 23). Com isso, o
projeto de suavização foi realizado visando a irrigação por sulcos, sendo retiradas todas a
rugosidade da superfície e definindo a pendente de caimento do talhão.
Dessa forma, a suavização do terreno padronizou o caimento do talhão em 0.05 m (5%)
de declividade a cada 100 metros. Os resultados da uniformidade variada da área são
apresentados na (Figura 24). A suavização da área, além de definir o sentido do sulco e facilitar
o escoamento da água, também reduziu a amplitude da diferença de cotas do ponto mais alto e
mais baixo do talhão para 0,75 m.
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Figura 23- Modelo digital de suavização, limitando a profundidade e indicando as zonas de corte e aterro.
Usado quando se usa a tecnologia sulco-camalhão.
Figura 24– Área suavizada, sem existência de lagoas e coroas, com declividade variada definida, área pronta
para construção do camalhão e apta para irrigação por sulcos.
Figura 25– Mapa de produtividade, gerado pela colhedora, aponta os pontos de maior e menor produtividade
dentro do talhão.
Figura 26– Interpolação dos mapas. Mapa de corte e aterro sobre o mapa da produtividade correlacionado zonas
de corte e aterro com a produtividade do talhão.
Figura 27– Gráfico da distribuição da produtividade em função das zonas de corte e aterro (- 5, 0 e 5 cm).
400 mm de lâmina bruta. Embora a irrigação tenha contribuído para manter a umidade do solo
em níveis aceitáveis, o rendimento ficou abaixo do esperado, o que pode ter sido influenciado
pelas zonas de corte e aterro e cultivo de milho imediatamente após a suavização, o que também
foi detectado por Parfitt et al. (2014).
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BUENO, M. V. et al. Improving the drainage and irrigation efficiency of lowland soils: land-
forming options for southern Brazil. Journal of irrigation and drainage engineering, v.
146, n. 8, p. 1-8, 2020.
PARFITT, J. M. B. et al. Soil and water management for sprinkler irrigated rice in Southern
Brazil. In: Advances in international rice research. Rijeka: InTech, p. 3-18, 2017.
STRECK, E. V. et al. Solos do Rio Grande do Sul. 2.ed Porto Alegre: UFRGS:
EMATER/RS-ASCAR, 2008. 222 p.
THOMAS, A. L.; LANGE, C. E. Soja em solos de várzea do Sul do Brasil. Porto Alegre:
Evangraf, 2014. 128 p.