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Sumário

Escarificação do solo e sulcadores em semeadora para cultivo


de milho em planossolos

Influência de manejos do solo em rotação milho-soja em área


de arroz irrigado

Propriedades do solo no sulco de semeadura em planossolos


sob mobilização mecânica para culturas em rotação com arroz
irrigado
Escarificação do solo e sulcadores em semeadora para cultivo
de milho em Planossolos
Robson Giacomeli(1), Enio Marchesan(1), Gerson Meneghetti Sarzi Sartori(1), Gabriel Donato(1),
Paulo Regis Ferreira da Silva(2), Douglas Rodrigo Kaiser(3) e Bruno Behenck Aramburu(1)
(1)
Universidade Federal de Santa Maria, Departamento de Fitotecnia, Avenida Roraima, no 1.000, Camobi, CEP 97105‑900 Santa Maria, RS,
Brasil. E‑mail: robsongiacomeli@yahoo.com.br, eniomarchesan@gmail.com, gersonmss@yahoo.com.br, gabriel.donato@hotmail.com,
bruno.behenck@gmail.com (2)Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento de Plantas de Lavoura, Avenida Bento Gonçalves,
no 7.712, CEP 91540‑000 Porto Alegre, RS, Brasil. E‑mail: paulo.silva@ufrgs.br (3)Universidade Federal da Fronteira Sul, Curso de Agronomia,
Rua Jacob Reinaldo Haupenthal, no 1.580, CEP 97900‑000 Cerro Largo, RS, Brasil. E-mail: douglasrodrigokaiser@gmail.com

Resumo – O objetivo deste trabalho foi avaliar a escarificação mecanizada do solo e diferentes sulcadores, em
semeadora, para cultivo de milho em Planossolos. Dois experimentos foram realizados em campo, em dois
locais: Santa Maria e Formigueiro, RS. Um delineamento experimental de blocos ao acaso foi utilizado, com
quatro repetições e tratamentos de escarificação do solo (ESC) e semeadura direta, com os seguintes sulcadores:
haste sulcadora (HS), haste sulcadora e mecanismo de acomodação do sulco (HAS), disco duplo desencontrado
(DD) e disco ondulado (DO). Em  Santa Maria, foi adicionado o tratamento semeadura em camalhão com
haste (CA). Os  seguintes parâmetros foram avaliados: densidade, porosidade e macroporosidade do solo;
resistência do solo à penetração mecânica (RP); distribuição do sistema radicular; e produtividade de grãos.
Em Formigueiro, os tratamentos ESC, HS e HAS resultaram em menor densidade e maior macroporosidade
do solo, nas camadas de 0,05–0,10 e 0,10–0,20 m. A RP foi menor no tratamento ESC e no sulco da HS até
0,15 m, onde as raízes se desenvolveram melhor. A produtividade de grãos de milho em Planossolos é maior
quando a semeadura é realizada sobre camalhão, solo escarificado ou semeadura direta, com haste sulcadora
na semeadora.
Termos para indexação: Zea mays, camada compactada, camalhão, haste sulcadora, rotação de culturas,
semeadura direta.

Deep tillage and furrow opener seeders for corn cropping in Planosols
Abstract – The objective this work was to evaluate deep tillage and different furrow opener seeders for growing
corn in Planosols. Two experiments were carried out in the field, in two different locations: Santa Maria and
Formigueiro, in the state of Rio Grande do Sul, Brazil. A randomized complete block experimental design was
used, with four replicates, and treatments of deep tillage (DP) and no‑till, using different seed‑furrow openers:
shank (SH); shank plus furrow accommodation mechanism (SHA); double disk (DD); and notched disk (ND). In
Santa Maria, the raised-bed treatment using shank was added (RBS). The following parameters were evaluated:
soil bulk density, porosity, and macroporosity; soil penetration resistance (RP); root system distribution; and
grain yield. In Formigueiro, the DP, SH, and SHA treatments resulted in lower bulk density and higher soil
macroporosity in the 0.05–0.10 and 0,10–0.20-m soil depths. The RP was lower in the DP treatment and in the
furrow of the SH treatment until 0.15 m, where roots developed better. Corn grain yield in Planosols is greater
when sowing is carried out using raised bed, deep tillage, or no‑till using shank in the seeder.
Index terms: Zea mays, soil compaction layer, raised seedbed, shank, crop rotation, no‑till.

Introdução são o arroz irrigado por inundação, na primavera‑verão,


e pastagem com azevém no outono‑inverno e, em
Na metade sul, do Estado do Rio Grande do Sul, decorrência do monocultivo do arroz, o número de
predominam os Planossolos nas planícies aluviais, o plantas daninhas resistentes ou de difícil controle por
que abrange aproximadamente três milhões de hectares herbicidas tem aumentado (Matzenbacher et al., 2013;
(Bamberg et  al., 2009) que apresentam horizonte B Schaedler et al., 2013).
adensado e praticamente impermeável (Pinto et  al., A rotação de culturas é uma prática agrícola
2004). Nesses solos, as principais culturas agrícolas importante no controle de plantas daninhas, pois

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reduz o banco de sementes delas (Andres et al., 2001). da safra agrícola de 2013/2014 estão apresentados na
Nesse contexto, a cultura do milho é uma alternativa Figura 1.
para ser utilizada em rotação com arroz irrigado, pois, O primeiro experimento foi conduzido no município
além de auxiliar o controle de plantas daninhas e a de Santa Maria, a 29º43'S, 53º43"W e 90 m de altitude.
quebra do ciclo de doenças e pragas, contribui para O solo é classificado como Planossolo Háplico eutrófico
a melhoria das propriedades físicas e químicas dos arênico, pertencente à unidade de mapeamento Vacacaí
solos cultivados com arroz irrigado (Vernetti Junior (Santos et  al., 2013), com 0,4  m de horizonte A, e
et al., 2009). No entanto, o milho apresenta dificuldade com as seguintes características químicas e físicas na
de adaptação às condições físicas dos Planossolos, camada de 0,0–0,20 m: pH (H2O 1:1), 5,3; saturação por
em razão da elevada densidade, aeração deficiente, bases, 62,7%; Al, 0,3 cmolc dm‑3; Ca, 5,0 cmolc dm‑3;
baixa condutividade hidráulica e capacidade de Mg, 2,3  cmolc dm‑3; K, 60,0  cmolc dm‑3; P, extração
armazenamento de água (Pinto et  al., 2004). Além em Mehlich, 14,4  cmolc dm‑3; S, 9,9 Mg dm‑3; MO,
disso, os preparos sucessivos para a semeadura do 19,0 Mg dm‑3; densidade de partícula, 2,54 Mg m‑3;
arroz irrigado, muitas vezes em condições de elevado capacidade de campo, 0,30 m3 m‑3; e ponto de murcha
conteúdo de água no solo, contribuem para o processo permanente, 0,12 m3 m‑3. A textura do solo nas camadas
de compactação desses solos (Moraes et al., 2013). 0,0–0,5, 0,05–0,10, 0,10–0,20 e 0,20–0,30  m era,
A realização de práticas agrícolas antes e no respectivamente, de: areia, 232, 217, 213, 230 g kg‑1;
momento da semeadura pode auxiliar a redução da silte, 593, 598, 596 e 586  g  kg‑1; e argila, 175, 185,
compactação de parte da camada compactada e a 191 e 183  g  kg‑1. A  área encontrava-se sistematizada
drenagem dos Planossolos cultivados com arroz. em cota zero e recebeu calagem com 3,5  Mg  ha‑1 de
Os  mecanismos de deposição do fertilizante na calcário, 45 dias antes da semeadura do milho. Nessa
semeadora‑adubadora – como o disco duplo, o disco área, cultivou-se soja na safra anterior (2012/2013)
ondulado e a haste sulcadora – influenciam diretamente e, antes da soja, cultivou-se arroz (2011/2012); nas
o desenvolvimento da cultura (Drescher et  al., 2011; entressafras, cultivou-se azevém. Após a colheita do
Modolo et  al., 2013). A  escarificação do solo, antes arroz, realizou-se o último preparo, constituído de duas
da semeadura, também pode ser uma alternativa gradagens e aplainamento.
para minimizar o efeito da compactação e diminuir a Utilizou-se o delineamento experimental de blocos
densidade e a resistência do solo à penetração de raízes ao acaso com quatro repetições, e os tratamentos
(Colet et  al., 2009). A  semeadura sobre camalhão é testados foram: semeadura de milho, com semeadora
outra alternativa que auxilia a drenagem superficial da equipada com discos duplos, em área escarificada
água e pode viabilizar o desenvolvimento de culturas 45 dias antes da semeadura, à profundidade de 0,25 m,
de sequeiro, em áreas anteriormente cultivadas apenas com hastes espaçadas a 0,35 m (ESC); semeadura do
com a cultura do arroz (Fiorin et al., 2009). milho, com semeadora equipada com haste sulcadora
O objetivo deste trabalho foi avaliar a escarificação regulada para a profundidade de 0,18  m (HS);
mecanizada do solo e diferentes sulcadores em semeadura do milho, com semeadora equipada com
semeadora, para cultivo de milho em Planossolos. haste sulcadora, regulada para a profundidade de 0,15
m, com mecanismo de acomodação do sulco (HAS);
Material e Métodos semeadura do milho, com semeadora equipada com
disco ondulado de 12 ondas, com profundidade de
Dois experimentos foram realizados em campo, trabalho de 0,08  m (DO); semeadura do milho, com
no ano agrícola 2013/2014, na região ecoclimática da semeadora equipada com disco duplo desencontrado,
Depressão Central, do Estado do Rio Grande do Sul. com profundidade de trabalho de 0,10  m (DD); e
O clima é caracterizado como subtropical úmido (Cfa), semeadura do milho, com semeadora equipada com
segundo a classificação de Köeppen‑Geiger, adaptado mecanismo para construção do microcamalhão, e com
por Alvares et al. (2013), sem estação seca definida, e haste sulcadora com profundidade de 0,13  m (CA),
com precipitação média de 1.616 mm ao ano. Os dados que construiu o microcamalhão e, simultaneamente,
de precipitação pluvial e de temperatura média do ar realizou a semeadura.

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Escarificação do solo e sulcadores em semeadora 263

A escarificação foi realizada com o solo em cada elevação com altura de 0,10  m em relação ao
consistência friável, com escarificador de 5 hastes, nível anterior do solo.
espaçadas em 0,35 m; posteriomente, foi realizada Nesse experimento, a semeadura do milho foi
a gradagem para destorroar e uniformizar o solo. realizada no dia 07 de novembro de 2013. Em razão da
Nos tratamentos ESC, HS, HAS, DD e DO, utilizou- baixa emergência de plantas, causada por precipitações
se semeadora‑adubadora pantográfica com seis linhas, superiores a 200 mm após a semeadura, nova semeadura
com espaçamento de 0,50 m, com rodas limitadoras de foi realizada no dia 30 de novembro, no mesmo local.
profundidade e massa aproximada de 2,3 Mg, marca A adubação de base constituiu-se de 40 kg ha‑1 de N,
Massey Ferguson, modelo MF 407, tendo-se utilizado 80 kg ha‑1 de P2O5 e 80 kg ha‑1 de K2O e, deste total,
o disco de corte liso para palha, de 0,47 m de diâmetro, 30% foram aplicados na segunda semeadura. Durante
com exceção do DO, em que tanto para o corte da a condução do experimento, foi feita uma irrigação por
palha quanto para abertura do sulco para deposição do superfície, com lâmina de 54 mm de água, no dia 26 de
fertilizante, foi utilizado disco ondulado de 12 ondas, dezembro de 2013, pois, o conteúdo de água do solo
com 0,47 m de diâmetro. As hastes utilizadas mediam era inferior a 50% da capacidade de campo.
0,41  m de comprimento, 0,0127  m de largura e O segundo experimento foi realizado no município
0,0257 m de largura da ponteira, com ângulo de ataque de Formigueiro, a 30º04'S, 53º37'W e 77 m de altitude.
de 14º, e os discos duplos desencontrados mediam O  solo foi classificado como Planossolo Háplico
0,40 e 0,39 m de diâmetro. O sistema de acomodação eutrófico típico, pertencente à unidade de mapeamento
do sulco, no tratamento HAS, consistiu de uma roda São Gabriel (Santos et  al., 2013), com 0,25  m de
de ferro sobre o sulco de semeadura, posterior à haste horizonte A e as seguintes características químicas e
sulcadora, e anterior aos mecanismos de semeadura. físicas na camada de 0,0–0,2  m: pH (H2O 1:1); 5,3,
Para o tratamento com camalhão, utilizou-se semeadora saturação por bases; 77,3%; Al, 0,9  cmolc dm‑3; Ca,
camalhoneira com seis linhas em espaçamento 10,5 cmolc dm‑3; Mg, 8 cmolc dm‑3; K, 112 cmolc dm‑3;
de 0,50  m e massa aproximada de 3,7  Mg, marca P, extração em Mehlich, 2,2 cmolc dm‑3; S, 15 Mg dm‑3;
Industrial KF, modelo Hyper Plus, composta por três MO, 16,0 Mg dm‑3; densidade de partícula 2,57 Mg m‑3;
aivecas responsáveis pela formação dos camalhões, capacidade de campo, 0,30 m3 m‑3; e ponto de murcha
com duas linhas de cultivo, posicionadas à borda de permanente, 0,09  m3 m‑3. A  textura do solo nas
camadas 0,0–0,5, 0,05–0,10, 0,10–0,20 e 0,20–0,30 m
era respectivamente: areia, 250, 238, 205, 98  g  kg‑1;
silte, 460, 454, 429 e 422 g kg‑1; e argila, 290, 308, 366
e 480 g kg‑1.
A área de instalação do experimento foi cultivada
com forrageiras e pastejada por bovinos nos seis anos
anteriores. Os  tratamentos foram iguais aos testados
em Santa Maria, com exceção da escarificação, que
foi realizada no dia da semeadura e à profundidade
dos discos duplos no tratamento DD (0,08m) e dos
discos ondulados no tratamento DO (0,06 m). Não se
avaliou o tratamento CA, pelo fato de a área apresentar
declividade de 2%. A semeadura do milho foi realizada
no dia 05 de novembro de 2013, com adubação de base
de 30 kg ha‑1 de N, 60 kg ha‑1 de P2O5 e 60 kg ha‑1 de
K2O.
Figura 1. Precipitação pluvial e temperatura média do ar, na Em ambos os experimentos, utilizou-se o híbrido
safra agrícola de 2013/2014, em Santa Maria, e precipitação 30F53YR da Pioneer, com densidade de semeadura
em Formigueiro, durante o desenvolvimento da cultura de oito plantas por metro quadrado. A  adubação
do milho. VT FO, data de pendoamento do milho em nitrogenada de cobertura foi realizada nos estádios
Formigueiro; VT SM, pendoamento em Santa Maria . fenológicos V5 e V8, de acordo com a escala de

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Herman (1993), com a utilização de 75 kg ha‑1 de N, cinco plantas foram secas em estufa, à temperatura
em cada aplicação, na forma de ureia. Os demais tratos de 65°C, até a obtenção de massa constante, tendo-se
culturais foram realizados conforme as recomendações estimado a MS por hectare (MS × população de plantas
técnicas para a cultura (Reunião..., 2013). por hectare). A  produtividade de grãos foi estimada
Aos 60 dias após a semeadura, as amostras de pela colheita das espigas de milho em 7,5 m² de cada
solo foram coletadas e as seguintes variáveis do solo unidade experimental. Após a colheita, realizou-se a
foram determinadas: densidade, porosidade total, trilha, a pesagem e a retirada de impurezas dos grãos, a
macroporosidade e microporosidade, pela coleta de correção da umidade para 13% e a transformação dos
amostras de solo com estrutura preservada no sulco resultados para Mg ha‑1.
de semeadura, com uma repetição para cada parcela, Os dados foram submetidos ao teste das
nas camadas de 0,00–0,05, 0,05–0,10, 0,10–0,20 e pressuposições do modelo matemático: normalidade,
0,20–0,30 m, com anéis de 0,04 m de altura e 0,04 m pelo teste de Shapiro‑Wilk; e homogeneidade das
de diâmetro, com o método da mesa de tensão para as variâncias, pelo teste de Bartlett. A análise da variância
porosidades (Donagema et al., 2011). foi realizada com o teste F e, quando significativas, as
Nos tratamentos ESC, HS e DD, nos dois médias foram comparadas pelo teste de Tukey, a 5%
experimentos, determinou-se a resistência do solo de probabilidade, com o auxílio do programa Assistat,
à penetração mecânica, na camada de 0,0–0,3  m, no versão 7.7  beta (Universidade Federal de Campina
estádio VT, com penetrógrafo digital da marca Falker, Grande, Campina Grande, PB).
modelo penetroLOG ‑ PLG 1020 (Falker Automação,
Porto Alegre, RS), em oito pontos por parcela. Resultados e Discussão
Esses pontos foram dispostos perpendicularmente
às linhas de semeadura e equidistantes em 0,167  m, No experimento de Formigueiro, a densidade do
seis nas entrelinhas e dois nos sulcos de semeadura, solo no sulco de semeadura foi reduzida em 12%, nos
o que totalizou 1,36  m na largura das parcelas. tratamentos ESC, HAS e HS, nas camadas 0,05‒0,10
As leituras foram realizadas em todas as repetições e, e 0,10–0,20 m, o que resultou em aumento de 18% da
posteriormente, calculou-se a média para cada camada porosidade total e 58% da macroporosidade (Tabela 1).
de 0,01 m, em cada tratamento, para a confecção dos Em  Santa Maria, a densidade do solo, a porosidade
gráficos. No  momento das avaliações, determinou- total e a macroporosidade foram similares. Essa maior
se o conteúdo de água gravimétrico nos mesmos resposta em Formigueiro está associada à compactação
tratamentos que, posteriomente, foi corrigido para nessa área, proporcionada pelos animais nos anos
conteúdo volumétrico nas camadas 0,0–0,1, 0,1–0,2 anteriores, enquanto, em Santa Maria, a densidade
e 0,2–0,3  m e, em seguida, calculou-se a média na natural do solo é maior em consequência do menor teor
camada 0–30 m. Nos mesmos tratamentos e estádio, no de argila, em comparação à Formigueiro (Marcolin &
experimento de Santa Maria, avaliou-se a distribuição Klein, 2011). Além disso, a ressemeadura no mesmo
do sistema radicular do milho, por meio de abertura de sulco de semeadura, realizada em Santa Maria, pode
trincheira perpendicular a duas linhas de semeadura. ter contribuído para reduzir as diferenças obtidas
As raízes foram expostas e fotografadas com quadro de nesses atributos, pois houve o efeito dos tratamentos,
1 x 0,40 m, composto por quadrículas de 0,05x0,05 m, nas duas vezes.
e as raízes de cada quadrícula foram posteriormente Em Santa Maria, os tratamentos DO e DD atingiram
desenhadas, de acordo com metodologia adaptada de profundidade de 0,08 e 0,10  m, respectivamente e,
Reichert et al. (2009). em Formigueiro, essas profundidades foram de 0,06
Nos estádios V5 e VT, avaliou-se a estatura de planta e 0,08  m, respectivamente (Figura  2). Este resultado
e a produtividade de massa de matéria seca (MS). é explicado como decorrente do uso do disco de
Para a determinação de estatura, mediram-se cinco corte ondulado de 12  ondas, que possibilita maior
plantas por unidade experimental, na segunda linha de mobilização do solo e, desta forma, exige maior força
semeadura. No estádio V5, estendeu-se a última folha, vertical para atingir maior profundidade (Silva et  al.,
que foi medida até a ponta e, em VT, mediu-se até a 2012), ou seja, maior massa por linha do que o disco
inserção da última folha. Para a determinação da MS, duplo.

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Escarificação do solo e sulcadores em semeadora 265

Tabela 1. Densidade, porosidade total, macroporosidade e microporosidade do solo no sulco de semeadura, nas camadas
de 0,0‒0,05, 0,05–0,10, 0,10‒0,20 e 0,20–0,30 m, em dois experimentos de escarificação mecanizada do solo e diferentes
sulcadores em semeadora, para o cultivo de milho em Planossolo(1).
Camada Tratamento Média CV
(m) ESC HAS HS DO DD CA (%)
‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑----------------------‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑--------‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ Santa Maria ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑-------------------------------‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
Densidade do solo (Mg m‑3)
0,00‒0,05 1,19ns 1,28 1,27 1,28 1,24 1,25 1,25 5,26
0,05–0,10 1,42ns 1,37 1,35 1,47 1,49 1,46 1,43 6,02
0,10‒0,20 1,54ns 1,49 1,45 1,53 1,57 1,41 1,50 4,74
0,20–0,30 1,63ns 1,58 1,56 1,64 1,62 1,55 1,60 3,59
Porosidade total do solo (m3 m‑3)
0,00‒0,05 0,53ns 0,50 0,50 0,50 0,51 0,51 0,51 4,95
0,05–0,10 0,44ns 0,46 0,47 0,43 0,42 0,43 0,44 7,97
0,10‒0,20 0,40ns 0,42 0,43 0,40 0,38 0,45 0,41 6,86
0,20–0,30 0,36ns 0,38 0,39 0,36 0,36 0,39 0,37 6,15
Macroporosidade do solo (m m ) 3 ‑3

0,00‒0,05 0,27ns 0,24 0,25 0,22 0,26 0,25 0,25 15,88


0,05–0,10 0,19ns 0,23 0,21 0,18 0,17 0,19 0,20 19,96
0,10‒0,20 0,15ns 0,17 0,18 0,15 0,15 0,21 0,17 28,04
0,20–0,30 0,09ns 0,11 0,13 0,11 0,11 0,11 0,11 26,06
Microporosidade do solo (m3 m‑3)
0,00‒0,05 0,27 ns
0,26 0,25 0,28 0,26 0,26 0,26 10,23
0,05–0,10 0,25ns 0,23 0,26 0,24 0,24 0,24 0,24 7,91
0,10‒0,20 0,25ns 0,25 0,25 0,25 0,23 0,24 0,25 12,02
0,20–0,30 0,27ns 0,27 0,26 0,25 0,25 0,28 0,26 8,94
‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑--------------------------‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ Formigueiro ‑‑‑‑‑‑‑------------------------------‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
Densidade do solo (Mg m‑3)
0,00‒0,05 1,15 ns
1,23 1,24 1,19 1,34 ‑ 1,15 7,10
0,05–0,10 1,28c 1,38bc 1,31bc 1,50ab 1,52a ‑ 1,28 6,62
0,10‒0,20 1,38ab 1,32b 1,31b 1,54a 1,53a ‑ 1,38 6,20
0,20–0,30 1,33ns 1,30 1,26 1,37 1,34 ‑ 1,33 5,60
Porosidade total do solo (m3 m‑3)
0,00‒0,05 0,55ns 0,52 0,51 0,53 0,47 ‑ 0,52 6,58
0,05–0,10 0,50a 0,46ab 0,49a 0,41ab 0,40b ‑ 0,45 7,85
0,10‒0,20 0,46ab 0,48a 0,49a 0,40b 0,40b ‑ 0,45 7,73
0,20–0,30 0,48ns 0,49 0,49 0,46 0,47 ‑ 0,48 6,07
Macroporosidade do solo (m3 m‑3)
0,00‒0,05 0,24 ns
0,24 0,23 0,24 0,17 ‑ 0,24 23,57
0,05–0,10 0,16ab 0,17ab 0,21a 0,11b 0,11b ‑ 0,22 30,81
0,10‒0,20 0,16ns 0,17 0,15 0,10 0,11 ‑ 0,15 26,19
0,20–0,30 0,06ns 0,11 0,14 0,05 0,06 ‑ 0,14 54,81
Microporosidade do solo (m3 m‑3)
0,00‒0,05 0,31ns 0,28 0,28 0,29 0,31 ‑ 0,29 10,90
0,05–0,10 0,33ns 0,29 0,28 0,30 0,29 ‑ 0,29 10,94
0,10‒0,20 0,30ns 0,32 0,34 0,30 0,29 ‑ 0,30 12,00
0,20–0,30 0,42ns 0,38 0,37 0,41 0,41 ‑ 0,31 16,47
Médias seguidas por letras iguais, na linha, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Não significativo. Tratamentos: ESC, es‑
(1) ns

carificação do solo e semeadura com disco duplo; HAS, semeadura direta com haste sulcadora e mecanismo de acomodação do sulco na semeadora; HS,
semeadura direta com haste sulcadora na semeadora; DD, semeadura direta com disco duplo desencontrado na semeadora; DO, semeadura direta com disco
ondulado; e CA, semeadura direta com haste sulcadora e construção concomitante de microcamalhão em Santa Maria.

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266 R. Giacomeli et al.

Figura 2. Distribuição da resistência do solo à penetração mecânica perpendicular aos sulcos de semeadura, com penetrógrafo
digital da marca Falker, modelo penetroLOG ‑ PLG 1020: (A, B) em solo escarificado a 0,25 m de profundidade e semeadura
com disco duplo na semeadora; (C, D) semeadura direta com haste sulcadora com profundidade de 0,18 m; e (E, F) semeadura
direta com disco duplo desencontrado, com profundidade de 0,10 m, em Santa Maria, e 0,08 m em Formigueiro. Santa Maria
(A, C, E) e Formigueiro (B, D, F), conteúdo de água do solo de 0,29 e 0,18 m3 m‑3, respectivamente, na média da camada de
0,0–0,30 m.

Pesq. agropec. bras., Brasília, v.51, n.3, p.261-270, mar. 2016


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Escarificação do solo e sulcadores em semeadora 267

Em Formigueiro, a densidade do solo nos Nos dois experimentos, o tratamento ESC


tratamentos DD e DO foi superior a 1,50  Mg  m‑3, proporcionou valores menores de RP, em todo perfil
enquanto nos demais tratamentos, ela ficou abaixo de do solo até profundidade de 0,20 m, e foi menor em
1,38  Mg m‑3, nas camadas 0,05–0,10 e 0,10–0,20  m, superfície e maior em profundidade (Figuras 2).
no sulco de semeadura. Essa maior densidade, nesses Nos tratamentos HS e DD, observou-se menor RP no
dois tratamentos, evidencia que esses mecanismos não sulco de semeadura, porém, no HS, essa redução de
foram eficazes para reduzir o aumento de densidade RP ocorreu até 0,18 m, em ambos os solos, enquanto
proveniente do pisoteio de animais na área, durante os no DD houve redução até 0,10 e 0,08, em Santa Maria
seis anos que antecederam a instalação do experimento. e Formigueiro, respectivamente.
Resultados semelhantes foram encontrados por O padrão de distribuição do sistema radicular
Collares et  al. (2011), que observaram aumento da foi semelhante ao da variável RP (Figura  3).
densidade e redução da macroporosidade, em áreas Nos  tratamentos ESC e HS, as raízes atingiram
que utilizam o sistema de integração lavoura‑pecuária, profundidade de 0,25  m, porém no ESC elas se
e por Modolo (2013), em solo compactado por alta distribuiram mais uniformemente e, no HS, elas se
lotação de animais, em que o uso de sulcador do tipo concentraram no sulco de semeadura. No  tratamento
disco duplo não foi suficiente para reduzir os efeitos DD, as raízes atingiram a profundidade de 0,15  m e
da compactação, em comparação ao uso da haste se concentraram mais superficialmente. Segundo
sulcadora. Bengough et  al. (2006), o crescimento radicular está
Em ambos os experimentos, os sulcadores relacionado às restrições físicas do solo, e os efeitos
mobilizaram o solo na camada mais superficial desse menor crescimento sobre a produtividade de
(0,00–0,05  m), em que as variáveis físicas do solo grãos está relacionado ao tempo em que as plantas
foram similares (Tabela 1). Além disso, essa camada é serão submetidas a esse estresse.
influenciada pelas ações biológicas, desenvolvimento O conteúdo de água do solo menor do que 60%
radicular e ciclos de umedecimento e secagem, da capacidade de campo (0,30  m3 m‑3) reduz o
processos estes que favorecem a agregação do solo e, desenvolvimento das culturas (Bergamaschi et  al.,
consequentemente, a redução da densidade (Six et al., 2006). Em Santa Maria, a diferença entre a capacidade
2004). Na camada mais profunda (0,20–0,30 m), não de campo e esse conteúdo restritivo de água no solo
houve diferença significativa entre os tratamentos (0,18 m3 m‑3) foi de 0,12 m3 m‑3. Assim, a cada camada
avaliados quanto aos atributos físicos do solo. de 0,1 m de solo, a lâmina de água disponível era de
A RP foi determinada à umidade de 0,29 e 12 mm. Nos tratamentos ESC e HS, em que as raízes
0,18 m3 m‑3, em Santa Maria e Formigueiro, respectiva­ chegaram à profundidade de 0,25  m (Figura  3), a
mente, na média da camada de 0,0–0,3 m, e foi lâmina de água era de 30 mm. No tratamento DD, em
igual nos tratamentos em que a RP foi determinada. que as raízes atingiram a profundidade de 0,15  m, a
As maiores variações RP em Formigueiro (Figura 2), lâmina era de 18  mm. Se  não ocorresse precipitação
em comparação a Santa Maria, estão relacionadas ou irrigação, depois de o solo atingir a umidade de
ao manejo anterior dessa área, onde os bovinos capacidade campo, com uma evapotranspiração média
promoveram o adensamento do solo, nas safras de 4,35  mm dia‑1 (Bergamaschi et  al., 2006), nos
anteriores. Além disso, o menor conteúdo de água no tratamentos ESC e HS, a cultura do milho teria redução
solo, em Formigueiro, pode ter favorecido as maiores de desenvolvimento a partir do 7º dia, enquanto no DD
diferenças nesse experimento. Reichert et  al. (2009) isso ocorreria a partir do 4º dia.
encontraram RP similar, em manejos de solo com A estatura de planta, a altura de inserção de espiga
conteúdo de água próximo de 0,25 m3 m‑3, enquanto e a produtividade de massa de matéria seca, no
com conteúdo de água próximo a 0,15 m3 m‑3, a RP, para estádio V5, foram menores nos tratamentos DD e
o plantio direto, foi maior do que em solo escarificado. DO, nos dois experimentos (Tabela 2). No estádio VT
A RP tem grande variação com a mudança do conteúdo (pendoamento), em Formigueiro, os valores de estatura
de água do solo (Bengough et  al., 2006; Assis et  al., e massa de matéria seca acumulada por hectare foram
2009), pois a água reduz o atrito entre as partículas maiores no ESC, HS e HAS do que nos tratamentos
(Assis et al., 2009). DD e DO. Em  Santa Maria, a estatura no estádio

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268 R. Giacomeli et al.

VT não diferiu entre os tratamentos, mas a massa de verificaram resultados semelhantes entre o mecanismo
matéria seca, nesse estádio, e a altura de inserção da sulcador disco duplo e a haste sulcadora, quando a
espiga foram menores no DD e DO do que no ESC, densidade do solo e a porosidade não são restritivas ao
HS, HAS e CA. As  produtividades de grãos obtidas desenvolvimento da planta de milho.
em Santa Maria foram maiores em 25%, na média dos A maior produtividade de grãos em Santa Maria, em
tratamentos CA, ESC, HS e HAS, em comparação ao relação à obtida em Formigueiro, pode ser explicada,
DO e DD e, em Formigueiro, os tratamentos ESC, HS em parte, pela irrigação por superfície, realizada
e HAS foram superiores em 20%. no dia 26 de dezembro, com lâmina de 54  mm
Embora a produtividade de grãos obtida no (Figura  1), quando o solo atingiu conteúdo de água
tratamento CA tenha sido igual à dos tratamentos ESC, em 50% da capacidade de campo. Em  Formigueiro,
HS e HAS, a associação da haste sulcadora com a houve um período de três semanas sem precipitações
drenagem superficial mais eficiente pode ser importante significativas, na segunda metade de dezembro e na
em situações de elevadas precipitações pluviais. Fiorin primeira semana de janeiro. O  pendoamento pleno
et al. (2009) verificaram produtividade menor de massa ocorreu no final da primeira semana de janeiro, tendo
de matéria fresca e massa de matéria seca, em condições coincidido a baixa disponibilidade hídrica com o
de excesso hídrico. Modolo et  al. (2013) obtiveram período antecedente ao pendoamento (Figura 1). Esse
produtividade maior de grãos de milho com o uso da haste momento, juntamente com o período pós‑floração,
sulcadora, em áreas de maior compactação do solo, do são os períodos mais sensíveis da cultura do milho ao
que com semeadura com disco duplo, em consequência deficit hídrico (Bergamaschi et al., 2006).
da alta lotação animal por unidade de área. Os autores

Figura 3. Distribuição espacial do sistema radicular de milho, no estádio de pendoamento, com fotografia de trincheira
(esquerda) e desenho das raízes (direita) em malha de 0,05x0,05 m, em Santa Maria, RS.

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Escarificação do solo e sulcadores em semeadora 269

Tabela 2. Estatura de planta e produtividade de massa de matéria seca da parte aérea, nos estádios V5 e VT, altura de
inserção da espiga e produtividade de grãos de milho, em dois experimentos de escarificação mecanizada do solo e diferentes
sulcadores em semeadora, para o cultivo de milho em Planossolos(1).
Tratamento Estatura (m) Massa de matéria seca (Mg ha‑1) Altura de inserção Produtividade de
V5 VT V5 VT da espiga (m) grãos (Mg ha‑1)
‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑-------‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑------‑‑‑‑‑‑‑‑ Santa Maria ‑‑‑-------‑‑‑‑‑‑‑‑‑------‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
Escarificação 0,91ab 2,01ns 0,89ab 12,49ab 1,42a 6,97ab
Haste com acomodação do sulco 0,93ab 2,07 0,79ab 12,99ab 1,38a 6,93ab
Haste sulcadora 0,95a 1,98 0,82ab 11,50ab 1,34a 7,24a
Disco ondulado 0,80b 1,90 0,57b 8,22b 1,24b 5,55c
Disco duplo 0,84ab 1,92 0,63ab 11,06ab 1,22b 5,91bc
Camalhão 0,94a 2,08 1,02a 14,44a 1,38a 7,69a
Média 0,89 2,00 0,79 11,78 1,33 6,66
CV (%) 6,22 4,72 24,24 22,37 3,47 8,15
‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑--------‑‑‑-----‑‑‑‑‑‑ Formigueiro ‑‑----------‑‑‑‑‑‑‑----‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
Escarificação 0,93a 1,75a 1,65a 12,60a 1,06a 5,31a
Haste com acomodação do sulco 0,86a 1,65ab 1,07a 9,50b 103a 4,81ab
Haste sulcadora 0,89a 1,66a 1,08a 9,48b 102a 5,08a
Disco ondulado 0,63b 1,50c 0,41b 5,05c 88b 4,13b
Disco duplo 0,64b 1,50bc 0,42b 6,58c 89b 4,28b
Média 0,79 1,61 0,93 8,69 0,98 4,72
CV (%) 9,21 4,23 29,81 15,63 2,25 7,15
(1)
Médias seguidas de letras iguais, nas colunas, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. nsNão significativo.

As maiores produtividades de grãos foram obtidas Referências


nos tratamentos com maior mobilização do solo e
estão relacionadas à redução da RP, ao aumento da ALVARES, C.A.; STAPE, J.L.; SENTELHAS, P.C.; GONÇALVES,
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sistema radicular, à maior profundidade e à melhor
DOI: 10.1127/0941‑2948/2013/0507.
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ANDRES, A.; AVILA, L.A. de; MARCHEZAN, E.; MENEZES,
apresentou menores restrições ocasionadas por V.G. Rotação de culturas e pousio do solo na redução do banco de
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demandam maior força para tração, o que resulta em CARGNELUTTI FILHO, A. Avaliação da resistência do solo à
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potência do trator (Mion & Benez, 2008). Assim, na
S0100‑69162009000400006.
escolha do sistema de implantação, deve-se considerar
BAMBERG, A.L.; PAULETTO, E.A.; GOMES, A. da S.;
o retorno econômico.
TIMM, L.C.; PINTO, L.F.S.; LIMA, A.C.R. de; SILVA, T.R. da.
Densidade de um Planossolo sob sistemas de cultivo avaliada
Conclusões por meio da tomografia computadorizada de raios gama. Revista
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com haste sulcadora reduzem a resistência do solo à BENGOUGH, A.G.; BRANSBY, M.F.; HANS, J.; MCKENNA,
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2. A produtividade de grãos de milho em Planossolos jxb/erj003.
é maior, quando a semeadura é realizada sobre
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camalhão, solo escarificado ou semeadura direta com BERGONCI, J.I.; MÜLLER, A.G.; FRANÇA, S.; SANTOS,
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Recebido em 1º de outubro de 2015 e aprovado em 29 de janeiro de 2016

Pesq. agropec. bras., Brasília, v.51, n.3, p.261-270, mar. 2016


DOI: 10.1590/S0100-204X2016000300008
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Resumos
INFLUÊNCIA DE MANEJOS DO SOLO EM ROTAÇÃO
MILHO-SOJA EM ÁREA DE ARROZ IRRIGADO

Marília Ferreira da Silva1; Enio Marchesan2; Ricardo de David3; Vinicius Severo Trivisiol3; Guilherme
3 3 3
Haetinger ; Bruno Aramburu ; Anelise Lencina da Silva

Palavras-chave: Glycine max L., rotação de culturas, drenagem, mobilização de solo.

INTRODUÇÃO
Dentre as culturas anuais do Brasil, o arroz irrigado ocupa posição de destaque tanto
sob o ponto de vista econômico quanto social. No entanto, o monocultivo do arroz pode
ocasionar redução no rendimento de grãos devido à pressão de plantas daninhas
resistentes, com destaque para o arroz-vermelho. Com o intuito de manter ou até mesmo
elevar o potencial produtivo nessas áreas, a rotação com soja vem crescendo em áreas de
arroz irrigado e o cultivo do milho também passa a ser proposto neste ambiente.
A rotação ou sucessão de culturas possibilita a utilização de herbicidas com diferentes
mecanismos de ação, viabilizando o controle de plantas daninhas resistentes. As principais
dificuldades para o desenvolvimento de culturas ditas de sequeiro em áreas de arroz
referem-se à drenagem natural deficiente desses solos ocasionada pela topografia
predominantemente plana, aliada às suas características físicas de adensamento, alta
relação micro/macroporosidade e reduzida condutividade hidráulica (Gomes et al., 2002).
Os manejos de preparos do solo são realizados com umidade elevada, favorecendo a
compactação, a qual restringe o crescimento radicular em profundidade e reduz a
capacidade de absorção de água e de nutrientes pelas plantas.
Dentre as práticas de manejo, o preparo do solo pode promover alterações químicas,
físicas e biológicas (FALLEIRO et al., 2003), que viabilizem o desenvolvimento de diferentes
culturas. A sucessão com soja ou milho possibilita o aproveitamento do preparo utilizado no
ano anterior, viabilizando a manutenção da cobertura do solo e a semeadura sobre restos
culturais. O objetivo do trabalho foi avaliar as características físicas do solo, no cultivo da
soja, em função de manejos do solo realizados na safra anterior onde foi cultivado milho.

MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na safra agrícola de 2014/15, na área didático
experimental de várzea da Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS. O solo é
classificado como Planossolo Háplico eutrófico arênico pertencente à unidade de
mapeamento Vacacaí (EMBRAPA, 2013).
Utilizou-se a cultivar NS 6209 RR, de ciclo médio, grupo de maturação 6.3 e tipo de
crescimento determinado. A semeadura foi realizada no dia 15 de novembro de 2014, com
densidade de 28 plantas por m². As sementes foram tratadas com fungicida, inseticida e
inoculadas com estirpes de Bradyrhizobium japonicum. A adubação de base foi composta
por 320 kg ha-1, utilizando-se fertilizante na formulação 04-17-24 e os demais tratos
culturais, como controle de planta daninha, controle de insetos-praga e doenças foliares
foram realizados conforme recomendações técnicas para cultura. Foi utilizada semeadora-
adubadora pantográfica para plantio direto com seis linhas espaçadas em 0,50 m com disco
turbo de 25 ondas, para corte da palha e deposição do fertilizante.

1
Universidade Federal de Santa Maria, Av. Roraima nº 1000, Bairro Camobi, CEP 97105-900. E-mail:
mariliaf312@yahoo.com.br
2
Prof. Dr., Universidade Federal de Santa Maria.
3
Acadêmicos do curso de agronomia, Universidade Federal de Santa Maria.
O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com oito repetições. As unidades
experimentais mediram 30 m². Na safra anterior, onde os preparos foram realizados foi
cultivado milho e na entressafra azevém. Assim, os tratamentos foram implantados 12
meses antes da semeadura da soja e constituíram-se de: T1- Solo escarificado à 0,3 m de
profundidade, com hastes espaçadas a 0,35 m; T2- semeadura direta sobre preparo do solo
com duas gradagens à 0,10 m de profundidade e posterior aplainamento do solo e T3-
microcamalhão sobre solo preparado com duas gradagens e aplainado.
Para análise dos parâmetros físicos do solo foram realizadas coletas de amostras
indeformadas, com anéis de 0,05 m de altura e 0,04 m de diâmetro, seguindo método
descrito pela Embrapa (2011), no momento da semeadura e na colheita. Determinou-se
também a resistência mecânica à penetração do solo, com três amostras por parcela na
camada de 0 – 0,3 m, na entre linha, com auxílio de penetrômetro digital, na semeadura e
na colheita. Foram realizadas ainda avaliações da massa seca de plantas, raízes e nódulos
nos estádios fenológicos R2 e R5, em cinco plantas por unidade experimental. A
produtividade foi determinada mediante a colheita de 7,5 m². Determinou-se o grau de
umidade de cada amostra após a trilha, corrigindo-a para 13% de umidade.
Os dados foram submetidos ao teste das pressuposições do modelo matemático. A
análise foi realizada através do teste F, e as médias comparadas pelo teste de Tukey em
nível de 5% de probabilidade de erro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os manejos do solo realizados na safra agrícola de 2013/14 influenciaram na
resistência mecânica do solo à penetração por ocasião da semeadura e colheita da soja,
safra 2014/15 (Figura 1 A, B). Os menores valores de resistência mecânica do solo foram
no manejo com a escarificação. Esse manejo manteve os valores de resistência abaixo de
1,5 MPa em ambas as épocas de avaliação. Isso é decorrência de que este sistema de
manejo rompe as camadas superficiais encrostadas e camadas subsuperficiais adensadas
(KOCHHANN e DENARDIN, 2000). Baseando-se nesses resultados, pode-se dizer que a
escarificação foi eficiente em reduzir a presença da camada compactada no solo até os 0,30
m, visto que a resistência do solo à penetração é utilizada como um indicativo do grau de
compactação do mesmo (BEULTER e CENTURION, 2004).
No entanto, para os manejos de semeadura direta e microcamalhão utilizados na safra
anterior, encontrou-se valores de resistência maiores que 2 MPa na camada de 0,15 – 0,25
m nas duas avaliações. De acordo com BOTTA et al. (2010) valores de resistência do solo à
penetração de 2 MPa são considerados críticos ao crescimento e desenvolvimento das
raízes.
0,00 1
b b a (A) b a a (B)

0,05
b a a b a a
Profundidade (m)

0,10
b a a c b a

0,15
b a a b a a

0,20
b a a b a a
Umidade média Umidade média
0,25 -
0,31 m³ m ³ b a a - b ab
0,34 m³ m ³ a
0,30
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
Resistência à penetração mecânica no solo
Escarificado Semeadura Direta Microcamalhão

Figura 1: Resistência à penetração mecânica no solo, na semeadura da cultura da soja (A) e da


colheita (B). Santa Maria, RS. 2015. (1)Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre
si (Tukey: p< 0,05)
Para as variáveis densidade e porosidade do solo, umidade e armazenamento de água
no solo não houve diferença entre os manejos (Tabela 1). Os manejos de solo tendem a
alterar suas características de estrutura e agregação, visto que a qualidade física do solo
deve também ser entendida como sua qualidade estrutural (FONTENELE, 2006).
Conforme Ferreira (2011), nos Planossolos a estrutura do solo é em forma laminar, ou
seja, as partículas se agrupam horizontalmente no solo, o que reduz a condutividade
hidráulica, e assim propiciam baixa drenagem natural do mesmo como consequência desse
tipo de estrutura, tem-se alta resistência à penetração das raízes. Desta forma, embora os
resultados das características físicas do solo tenham sido semelhantes, a escarificação
proporcionou esse rearranjo das partículas, que se manteve no segundo ano de cultivo.

Tabela 1: Densidade do solo, porosidade total, umidade e armazenamento de água do solo, avaliados
na entre linha da cultura da soja nas profundidades de 0,0 - 0,1 e 0,1 - 0,2 m, no momento da
semeadura e de colheita da soja. Santa Maria, RS. 2015.
Densidade Porosidade total Umidade Armazenamento
Tratamento Semeadura Colheita Semeadura Colheita Semeadura Colheita Semeadura Colheita
-3 3 -3
------- Mg m -------- ----------------------- m m ---------------------- ----------- mm ---------
---------------------------------------------- 0,0 - 0,1 m -------------------------------------------
ns ns ns ns ns ns ns ns
Esc 1,52 1,42 0,40 0,44 0,32 0,35 41 44
Direto 1,50 1,42 0,41 0,44 0,31 0,35 41 44
D. Micro 1,50 1,46 0,41 0,43 0,30 0,35 41 43
Média 1,51 1,43 0,41 0,44 0,31 0,35 41 44
CV (%) 3,34 2,46 4,51 3,20 9,28 6,63 7,76 3,14
---------------------------------------------- 0,1 - 0,2 m -------------------------------------------
Esc 1,60 1,56 0,35 0,40 0,30 0,32 35 40
Direto 1,66 1,54 0,37 0,38 0,33 0,32 37 38
D. Micro 1,65 1,62 0,35 0,38 0,32 0,32 35 37
Média 1,64 1,57 0,36 0,39 0,32 0,32 36 38
CV (%) 6,49 2,80 11,53 6,52 8,88 5,42 11,36 6,39
Esc= Escarificado. Direto= Semeadura direta. D. Micro= Semeadura direta com microcamalhão. ns não
significativo estatisticamente pelo teste F.

Embora houve diferenças entre os sistemas de manejo na resistência mecânica do solo


à penetração, isso não se refletiu no crescimento das plantas e no rendimento de grãos
(Tabela 2). Estes resultados podem estar relacionados às condições adequadas de
precipitação pluvial da safra (Figura 2), em que ocorreu boa distribuição de chuvas durante
todo o período de cultivo. As condições hídricas adequadas fazem com que os problemas
de uma camada mais densa do solo e ou compactada tornem-se minimizados.
Segundo Cambara e Klein (2005), com a umidade em capacidade de campo, a
resistência à penetração mecânica do solo é semelhante nos tratamentos escarificado e
plantio direto, enquanto que em ponto de murcha permanente, as diferenças são maiores.

Tabela 2: Massa seca por planta, raízes e nódulos nos estádios R2 e R5 e produtividade de grãos da
cultura da soja semeada em diferentes preparos do solo na safra anterior. Santa Maria, RS. 2015.
Massa seca em R2 Massa seca em R5
Rendimento de grãos
Tratamento Planta Raiz Nódulos Planta Raiz Nódulos
------------------------------------ gramas ------------------------------------ ----kg ha-1---
Esc 8,7ns 3,2ns 0,54ns 10,6ns 5,2ns 2,3ns 4500ns
Direto 8,3 3,4 0,52 9,5 5,6 2,1 4247
D. Micro 8,8 3,2 0,68 11,8 7,2 2,2 4304
Média 8,6 3,27 0,58 10,6 5,9 2,2 4350
CV (%) 18,8 20,8 28,9 26,6 42,3 25,0 10,5
Esc= Escarificado. Direto= Semeadura direta. D. Micro= Semeadura direta com microcamalhão. ns não
significativo estatisticamente pelo teste F.
35
100 Precipitação diária
Temperatura média 30
80
25
Precipitação (mm)

Temperatura (Cº)
60 20

15
40
10
20
5

0 0

/1

/2

/3

/4

/5
/ 11

/ 12

01

01

01

01

01
01

01

Figura 2: Precipitação pluvial diária e temperatura média do ar. Santa Maria, RS. Safra 2014/15.

CONCLUSÃO
Nas condições do estudo, o sistema de manejo do solo com escarificação
mantêm os valores de resistência mecânica do solo abaixo de 1,5 MPa no segundo ano de
cultivo.
Não há diferença no rendimento de grãos de soja entre os sistemas de manejo do
solo escarificado, direto e com microcamalhão no segundo ano de cultivo após a realização
dos preparos, sob condições adequadas de precipitação pluvial.

AGRADECIMENTOS
Ao CNPq pela bolsa de iniciação científica concedida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEULTER, A.N.; CENTURION, J. F. Compactação do solo no desenvolvimento radicular e
na produtividade da soja. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.39, n.6, p.581-588, 2004.
BOTTA, G.F. et al. Tillage and traffic effects (planters and tractors) on soil compaction and
soybean (Glycine max L.) yields in Argentinean pampas. Soil & Tillage Research, v.110,
n.1, p.167-174, 2010.
CAMBARA, R.K.; KLEIN, V.A. Propriedades físico-hídricas do solo sob plantio direto
escarificado e rendimento da soja. 2005.
EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação dos solos. Centro Nacional de Pesquisa de
em Solos. Brasília: Embrapa-SPI353p. 2013.
MARCOLIN, C.D. & KLEIN, V.A. Determinação da densidade relativa do solo por uma
função de pedotransferência para a densidade do solo máxima. Acta Scientiarum.
Maringá. v. 33, p. 349-354, 2011.
FALLEIRO, R.M et al. Estado de compactação do solo em áreas cultivadas no sistema de
plantio direto. Pesquisa Agropecuária Brasileira. v.37, 2002.
FERREIRA, P.T.J, Caracterização de Planossolos desenvolvidos em diferentes
condições geoambientais do Estado de Pernambuco, 2011.
FONTENELE, W. Indicadores físicos e hídricos da qualidade de um latossolo amarelo
distrófico sob diferentes sistemas de manejo no Cerrado e Piauí, 2006. 6p.
GOMES, A. da S.; PORTO, M.P.; PARFITT, J.M.B.; Da Silva, C.A.S.; SOUZA, R.O.;
PAULETTO, E.A. Rotação de Culturas em Áreas de Várzea e Plantio Direto de Arroz,
2002.
KOCHHANN, R. A; DENARDIN, J. E. Implantação e manejo do sistema de plantio
direto. Passo Fundo: EMBRAPA-CNPT, 2000. 36p.
PROPRIEDADES DO SOLO NO SULCO DE SEMEADURA EM
PLANOSSOLOS SOB MOBILIZAÇÃO MECÂNICA PARA CULTURAS
EM ROTAÇÃO COM ARROZ IRRIGADO
Robson Giacomeli1; Enio Marchesan2; Gabriel Donatto3; Maurício Limberger de Oliveira3;
Bruno Behenck Aramburu3; Guilherme Foletto Possobon3; Lucas Lopes Coelho4

Palavras-chave: Escarificação do solo, descompactação, plantio direto.

INTRODUÇÃO
Na metade sul do estado do Rio Grande do Sul (RS) predominam áreas que
apresentam características de drenagem natural deficiente. Na maioria delas, cultiva-se
somente o arroz irrigado, onde a monocultura vem promovendo a infestação das áreas com
plantas daninhas. Nesse sentido, o número e a quantidade de espécies de plantas daninhas
resistentes aos herbicidas do grupo químico dos ALS, estão aumentando, destacando-se
dentre elas o arroz-vermelho e arroz-preto (Oryza sativa), capim arroz (Echinochloa crus-
galli) e ciperáceas (Cyperus sp.), (SCHAEDLER, 2013; MATZENBACHER, 2013). Nesse
contexto, a rotação de culturas torna-se uma das principais alternativas para manejo de
plantas daninhas nessa cultura. Algumas culturas ditas de sequeiro, estão sendo
pesquisadas, nessas áreas, anteriormente cultivadas somente com arroz irrigado. No
entanto, estas espécies possuem dificuldade de adaptação às condições físicas desses
solos, onde, os principais problemas referem-se a elevada densidade, a baixa condutividade
hidráulica e reduzida declividade das áreas. Somando-se a isso, os preparos consecutivos
do solo para cultivo do arroz, em condições de elevada umidade do solo favorecem o
processo de compactação dos mesmos.
Alguns manejos antecedendo e/ou no momento da semeadura, podem auxiliar a
descompactação e drenagem desses solos. Mecanismos de deposição do fertilizante na
semeadora-adubadora influenciam diretamente no desenvolvimento da cultura que é
semeada, podendo-se citar o disco duplo, o disco ondulado e haste sulcadora (DRESCHER
et al., 2011). A escarificação do solo anteriormente à semeadura, também pode ser uma
alternativa visando minimizar o efeito da compactação, diminuindo a densidade e a
resistência mecânica do solo à penetração das raízes (ORTIGARA et al., 2014).
Mecanismos como estes, podem contribuir para descompactação, e assim melhorar
aeração e a infiltração de água nestes solos naturalmente mal drenados. Outra alternativa é
realizar a semeadura sobre microcamalhão, visando assim auxiliar a drenagem superficial
da água. Desse modo, o objetivo deste trabalho foi avaliar propriedades físicas do solo no
sulco de semeadura em Planossolos sob mobilização mecânica para culturas em rotação
com arroz irrigado.

MATERIAL E MÉTODOS
Foram conduzidos dois experimentos com a cultura do milho, na safra agrícola 2013/14,
localizados na região central do estado do Rio Grande do Sul. Experimento 1: Foi
conduzido na área didático experimental de várzea do Grupo de Pesquisa em Arroz e Uso
Alternativo de Várzea do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa
Maria (UFSM), com as coordenadas geográficas 29º 43’ S, 53º 43’ O e 90 m acima do nível
do mar. O solo é classificado como Planossolo Háplico eutrófico arênico, pertencente à

1
Mestrando do Programa de Pós-graduação em Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria,
RS, Brasil, robsongiacomeli@yahoo.com.br.
2
Professor titular, UFSM, UFSM.
3
Acadêmicos de agronomia, UFSM.
4
Engenheiro agrônomo, UFSM.
unidade de mapeamento Vacacaí (EMBRAPA, 2013). A área onde foi alocado o
experimento encontrava-se sistematizada em cota zero, com cultivo de soja na safra
anterior. Realizou-se no dia 7 de novembro de 2013 a instalação do experimento, e devido à
baixa emergência de plantas causado pelo excesso de precipitação pluvial, realizou-se nova
semeadura no dia 30 de novembro. Os tratamentos utilizados foram: escarificação do solo
45 dias antes da semeadura a profundidade de 0,25 m com hastes espaçadas a 0,35 m e
semeadura com disco duplo (ESC); haste sulcadora com profundidade de trabalho de 0,18
m (HS); haste sulcadora a 0,15 m de profundidade com mecanismo de acomodação do
sulco (HAS); disco duplo desencontrado com profundidade de 0,10 m (DD); disco ondulado
de 12 ondas a profundidade de 0,08 m (DO); e semeadura em microcamalhão com haste
sulcadora a 0,13 m (MI), onde, simultaneamente foi construído o microcamalhão com a
semeadura. Experimento 2: Foi conduzido no município de Formigueiro, com as
coordenadas geográficas 30º 04’ S, 53º 37’ O e 77 m acima do nível do mar, sendo o solo
classificado como Planossolo Haplico eutrofico típico pertencente a unidade de
mapeamento São Gabriel (EMBRAPA, 2013). Nos últimos seis anos agrícolas antecedentes
foram cultivadas gramíneas e leguminosas sendo mantido bovinos em pastejo durante a
maior parte do tempo. A instalação do experimento realizou-se no dia 5 de novembro de
2013, compondo os tratamentos ESC, HS, HAS, DD com profundidade de 0,08 m e DO a
0,06 m.
Nos tratamentos ESC, HS, HAS, DD e DO utilizou-se semeadora-adubadora,
pantográfica com seis linhas no espaçamento de 0,50 m, com rodas limitadoras de
profundidade e uma massa aproximada de 2335 kg, marca Massey Ferguson®, modelo MF
407, sendo utilizado o disco de corte liso para o corte da palha, com exceção do DO, que
tanto no corte da palha quanto na deposição do fertilizante foi utilizado disco ondulado de 8
ondas. Para o tratamento com microcamalhão foi utilizada uma semeadora camalhoneira,
com seis linhas no espaçamento de 0,50 m, massa aproximada de 3750 kg, marca
Industrial KF®, modelo Hyper Plus, composta por três aivecas responsáveis pela formação
dos microcamalhões, sendo cada microcamalhão composto por duas linhas de cultivo
posicionadas na borda de cada elevação.
Determinou-se, na linha de semeadura, 60 dias após a instalação do experimento, a
densidade do solo, porosidade total, macroporosidade e microporosidade, através da coleta
de amostras indeformadas de solo, com anéis de 0,04 m de altura e 0,04 de diâmetro,
seguindo método descrito por Embrapa (2011). O delineamento experimental utilizado foi o
de blocos ao acaso no esquema monofatorial, com quatro repetições. Os dados obtidos
foram submetidos ao teste das pressuposições do modelo matemático (normalidade e
homogeneidade das variáveis). A análise da variância foi realizada através do teste F, e as
médias comparadas pelo teste de Tukey em nível de 5 % de probabilidade de erro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
No experimento no munícipio de Formigueiro, houve redução na densidade do solo, e
consequentemente, um aumento na porosidade total, principalmente decorrente do
incremento de macroporosidade, nas profundidades de 0,05 - 0,10 e 0,10 - 0,20 m, nos
tratamentos com a escarificação do solo (ESC), haste sulcadora (HS) e haste sulcadora
com mecanismo de acomodação do sulco (HAS). Os tratamentos com disco duplo
desencontrado (DD) e o tratamento disco ondulado de 12 ondas (DO), apresentaram
valores superiores a 1,50 de densidade, enquanto os demais ficaram abaixo de 1,38.
0,00
ns ns
0,05
ns ns
0,10

0,15 ns ns

0,20

0,25 ns ns

(a) (c)
0,30
0,00
ns ns
0,05
a
c bc bc a1 b ab ab
ab ab
0,10

ab a a b b ab a
0,15 b b a

0,20

0,25 ns
ns
Profundidade (m)

(b) (d)
0,30
1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 0,35 0,40 0,45 0,50 0,55
Densidade do solo (Mg m-³) Porosidade total (m³ m-³)
0,00
ns ns

0,05
ns ns

0,10

ns ns
0,15

0,20

ns ns
0,25

(e) (g)
0,30
0,00
ns
ns
0,05
ab ab ns
b ab a
0,10

0,15 ns ns

0,20

ns ns
0,25

(f) (h)
0,30
0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,25 0,30 0,35 0,40
Macroporosidade (m³ m-³) Microporosidade (m³ m-³)

ESC HAS HS DO DD MI

Figura 1: Densidade do solo, porosidade total, macroporosidade e microporosidade, no sulco de


semeadura nas profundidades de 0,0-0,05, 0,05-0,10, 0,10-0,20 e 0,20-0,30 m, em dois experimentos de
mobilização mecânica do solo e no sulco de semeadura. ns Não significativo para nível de 5%
probabilidade. (1) Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si (Tukey: p< 0,05).
Escarificação do solo 45 dias antes da semeadura em profundidade de 0,25 m com hastes espaçadas a
0,35 m e semeadura com disco duplo (ESC); haste sulcadora com profundidade de trabalho de 0,18 m
(HS); haste sulcadora a 0,15 m com mecanismo de acomodação do sulco (HAS); disco duplo
desencontrado com profundidade a 0,10 m em Santa Maria e 0,08 em Formigueiro (DD); disco ondulado
de 12 ondas a 0,08 m em Santa Maria e 0,06 em Formigueiro (DO); e semeadura em microcamalhão
com haste sulcadora a 0,13 m (MI). Santa Maria (a, c, e, g) e Formigueiro (b, d, f, h), RS, 2014.
Em números médios, na camada de 0,05 - 0,20 m, a densidade foi reduzida em 5% nos
tratamentos ESC, HS e HAS, e aumento da porosidade total e macroporosidade, em 7 e
17% em Santa Maria. Em Formigueiro a redução da densidade nos tratamentos ESC, HS,
HAS e MI, foi de 12%, e aumento de 18% da porosidade total e 58% da macroporosidade
nessa camada. A maior densidade e a menor macroporosidade, no solo de Formigueiro,
nessas profundidades nos tratamentos DD e DO, demonstra uma elevação na densidade
devido ao pisoteio dos bovinos nessa área durante os 6 anos antecedentes, corroborando
com os resultados de Vizzotto et al., 2000, que encontraram aumento de densidade e
redução de macroporosidade em 6 meses de produção de bovinos em um Planossolo. O
pisoteio animal intensivo em área de pastagem causa alterações na estrutura do solo,
elevados níveis de compactação e macroporosidade restritivos às plantas (ORTIGARA et
al., 2014). As menores diferenças em Santa Maria também podem ser provenientes da nova
semeadura, necessária após precipitações de 200 mm na segunda semana de novembro.
Nas duas localidades o DO e DD atingiram profundidade entre 0,06 e 0,10 m, a
semeadora utilizada de seis linhas é de pequeno porte, desta forma, o peso da máquina foi
insuficiente para atingir maiores profundidades. Silva et al., 2012, estudando diferentes
discos de corte, verificou que o disco de corte ondulado possibilita maiores valores de área
de solo mobilizado, mas exige maiores valores de força vertical por profundidade de corte
dos discos, resultante massa da máquina por linha. A haste sulcadora necessita menor
força vertical quando comparada com os discos liso e ondulado, e maior força horizontal,
demandado força para tração, pouco dependente da força vertical (MION & BENEZ, 2008).
Em ambos os experimentos a profundidade de 0,00 - 0,05 m, os tratamentos atingiram
essa profundidade, e foram semelhantes numericamente. Além disso, esta camada é
influenciada pelas ações biológicas, desenvolvimento radicular e maiores ciclos de
umedecimento e secagem, onde favorecem a agregação do solo, que reduz a densidade do
mesmo (SIX et al., 2004). Na camada mais profunda, nos 0,20 - 0,30 m, os resultados são
semelhantes, pois os mecanismos não chegaram a mobilizar o solo nessa profundidade.

CONCLUSÃO
Nas condições dos ensaios, a escarificação e a semeadura com haste sulcadora,
reduzem a densidade, aumentam a porosidade total e a macroporosidade do solo no sulco
de semeadura nas profundidades de 0,05 – 0,10 e 0,10 – 0,20 m.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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descompactação de solos sob plantio direto. Revista Brasileira de Ciência do Solo,
Campinas, v. 35, n. 5, p. 1713-722, 2011.
EMBRAPA. Manual de métodos de análise de Solos. Embrapa Solos. Rio de Janeiro: p.
230, 2011.
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Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v. 38, n. 2, p. 619-626. 2014.
SCHAEDLER, C.E. et al. Globe fringerush (Fimbristylis miliacea) cross resistance to als-
inhibitor herbicides under field conditions in irrigated rice in the south of Brazil. Planta
daninha. Viçosa, vol. 31, n.4, p. 893-902. 2013.
SILVA, P. R. A. et al. Semeadora-adubadora: mecanismos de corte de palha e cargas
verticais aplicadas. Revista brasileira de engenharia agrícola ambiental. Campina
Grande, vol. 16, n. 12, p. 1367-1373. 2012.
SIX, J., et al. A history of research on the link between (micro) aggregates, soil biota, and
soil organic matter dynamics. Soil and Tillage Research, v. 79, p. 7-31, 2004.
VIZZOTTO, V. R., et al. Efeito do pisoteio bovino em algumas propriedades físicas do solo
de várzea. Ciência Rural, v. 30, n. 6, p. 965-969. 2000.

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