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Gestão voluntária de milho RR® no sistema de

sucessão soja-milho roundup ready® 1

Manejo do milho RR® voluntário em sucessão soja-milho


roundup ready

FA PETTER I 

VM SIMA I 

MB FRAPORTI I 

CS PEREIRA I 

SO PROCÓPIO II 

AF SILVA III 

I
 Universidade Federal de Mato Grosso, Sinop-MT, Brasil; <petter@ufmt.br>
II
 Embrapa Tabuleiros Costeiros, Aracaju-SE, Brasil
III
 Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas-MG, Brasil
ABSTRATO

O presente estudo avaliou os efeitos de plantas de cobertura ( Pennisetum


glaucum , Crotalaria spectabilis e Urochloa ruziziensis ) associadas à aplicação de
herbicidas (glyphosate; (glifosato + haloxifope-R); (glifosato + fluazifop-p-
butil); (glyphosate + imazethapyr) e (glyphosate + imazaquin)} no manejo da
dessecação da soja para o controle do milho RR ® . O experimento foi conduzido em
condições de campo em Sinop-MT, na safra 2013/2014, em delineamento de blocos ao
acaso, em esquema fatorial e quatro repetições. Os seguintes parâmetros foram
avaliados: matéria seca de plantas de cobertura e taxa de cobertura do solo, controle
do voluntário RR ®milho presente no momento da dessecação, matéria seca, altura e
nível de intoxicação em plantas de soja causadas por herbicidas aos 7, 14 e 28 dias
após emergência (DAE), controle do milho RR ® proveniente de fluxos de emergência
subseqüentes ao manejo da dessecação e soja produção. A aplicação conjunta de
(glyphosate + haloxyfop-R) proporcionou o melhor nível de controle voluntário
de milho RR ® presente no momento da dessecação. Controle satisfatório (80%) do
milho voluntário foi obtido com a aplicação de (glyphosate + imazethapyr). Este
tratamento mostrou um efeito residual adicional do imazethapyr, que controlou
eficientemente o milho RR ® voluntário derivado de fluxos subseqüentes ao manejo da
dessecação, especialmente em tratamentos realizados sob Palha de U.
ruziziensis . Nenhum dos herbicidas utilizados no manejo da dessecação causou efeito
significativo na matéria seca, altura e fitotoxicidade das plantas de soja aos 7, 14 e 28
DAE, nem no rendimento de grãos.

Palavras-chave: Zea mays; Glycine max; culturas de cobertura; herbicidas

RESUMO
Este estudo teve por objetivo avaliar os efeitos benéficos de herbicidas (glyphosate;
herbicidas; glyphosate; Pennisetum glaucum , Urochloa ruziziensis e Crotalaria
spectabilis ); (glyphosate + haloxyfop-R), (glyphosate + fluazifop-p-butil), (glyphosate
+ imazethapyr) e (glyphosate + imazaquin)} sem manejo da dessecação na cultura da
soja, visando o controle do milho RR ® voluntário. O experimento foi conduzido em
campo no município de Sinop-MT, na safra 2013/2014, sem delineamento experimental
de blocos casualizados, em esquema fatorial, com quatro repetições. Foram avaliados:
matéria seca de plantas de cobertura e cobertura do solo, controle do milho
RR ®Voluntário Presente nenhum momento da dessecação, materia seca, altura e
Intoxicação das Plantas de Soja Pelos herbicidas AOS 7, 14 e 28 dias apos uma
emergência (DAE), Controle do Milho RR ® Voluntário oriundo de Fluxos de Emergência
posterior Ao manejo de dessecação e produtividade da soja. A aplicação conjunta de
glyphosate + haloxyfop-R proporcionou o melhor nível de controle do milho
RR ® voluntário presente no momento da dessecação. Controle satisfatório (80%) do
milho voluntário foi obtido com uma aplicação de (glyphosate + imazethapyr). This
processing tinha como complemento o residual of imazethapyr, that controlou de
maneira eficiente o milho RR ®voluntário oriundo de fluxo posterior ao manejo de
dessecação, principalmente nos tratamentos cultivados sob palhada de U. ruziziensis . O
que não faz efeito significativo dos herbicidas não é um processo de dessecação na
matéria seca, altura e fitotoxicidade das plantas de soja aos 7, 14 e 28 DAE e na
produtividade de grãos.

Palavras-Chave: Zea mays; Glycine max; plantas de cobertura; herbicidas

INTRODUÇÃO

O Estado de MT actualmente ocupa uma posição proeminente em termos de


produção de grãos, com uma área cultivada de soja ( Glycine max ) e milho ( Zea
mays ) de 8,62 e 3,28 milhões de hectares, respectivamente, o que representa
28,6 e 20,8% do total da área de essas culturas no país ( CONAB, 2014 ).

Desde a sua introdução no Brasil, o plantio de soja e milho sofreu várias mudanças,
como modificações nas técnicas de manejo. Entre as inovações incluídas no pacote
tecnológico estão o sistema de plantio direto (NTS) e a introdução de soja e milho
transgênicos RR ® . O primeiro endossa a preservação e manutenção das
características físicas, químicas e biológicas do solo pela formação de palha, rotação
de culturas e ausência de perturbação do solo. O segundo visa o uso do herbicida
glifosato pós-emergente, controlando ervas daninhas em lavouras de soja e milho.

Segundo Petter et al. (2007) , com a autorização para Roundup Ready ® plantio cultivares


de soja no Brasil, a intensidade do uso do glifosato no plantio, que já era grande
devido aos pedidos de gestão de dessecação, tornou-se ainda maior com a
possibilidade de realizar aplicações pós-emergência. Recentemente, o uso deste
herbicida conquistou mais e mais do mercado após o lançamento do plantio em
escala comercial de milho resistente ao glifosato. Em plantas sensíveis, o glifosato
inibe a atividade da enzima chave (5-enolpiruvilchiquimato-3-fosfato sintase –
EPSPs) ( Zuffo et al., 2014 ) de aminoácidos aromáticos triptofano, fenilalanina e processo
de síntese de tirosina.

Dadas as características do glifosato, que é o único que possui esse mecanismo de


ação, e com o uso continuado desse herbicida no sistema sucessão milho-soja, há
necessidade de um controle químico adequado das plantas daninhas; caso
contrário, pode ocorrer um aumento da pressão seletiva e o surgimento de ervas
daninhas resistentes a herbicidas mais rápidas. O cultivo destas duas culturas está
intimamente associado, uma vez que em regiões onde há um melhor padrão de
distribuição de chuvas, a soja é tipicamente cultivada na safra de verão e o milho
na entressafra.

Nesse sentido, observou-se no campo, além das populações de plantas daninhas


resistentes, a ocorrência de milho RR ® voluntário, proveniente da entressafra
anterior, em meio a lavouras de soja na safra de verão subseqüente. Essa situação
tem sido observada em várias regiões onde o sistema de sucessão e / ou o sistema
de rotação soja-milho são predominantes. Este fato tem dificultado o manejo da
produção de soja, uma vez que há uma competição intraespecífica com o milho,
além de prejudicar as operações pós-colheita, resultando em perdas de grãos
durante esse processo.

Diante da dificuldade do portfólio de herbicidas que atende, de forma associativa,


às necessidades das duas culturas e devido aos efeitos indesejáveis das plantas de
milho voluntário nas plantações de soja, muitos agricultores já utilizam variedades
convencionais de soja / milho. Alguns herbicidas, como o diclosulam, que poderiam
desempenhar um papel preventivo no controle do milho voluntário, podem ter
efeito fitotóxico sobre o milho no período de entressafra quando aplicados no
manejo da dessecação para o plantio de soja ( Artuzi & Contiero, 2006 ; Dan et al., 2011 ).

Se considerarmos que para os produtores de grãos controle químico é a principal


forma de manejo de plantas daninhas, torna-se claro que é necessário para obter
informações sobre o potencial de técnicas sustentáveis e econômicas que podem
ser aplicados na gestão integrado de plantas daninhas, como os benefícios de
nenhum -a agricultura com a presença de matéria seca de culturas de cobertura na
superfície do solo ( Gimenes et al., 2011 ). Assim, uma alternativa é combinar o uso de
herbicidas com o manejo de plantas de cobertura.

A produção de matéria seca e a cobertura do solo proporcionada pelas culturas de


cobertura são fatores que podem ajudar a controlar as ervas daninhas por
processos físicos e químicos (alelopatia) ( Pacheco et al., 2013b ; Petter et al., 2013 ). O efeito
físico da cobertura morta ajuda a sombrear o solo, inibindo a germinação de
sementes e a infestação de algumas ervas daninhas problemáticas, permitindo
assim que a cultura se desenvolva livre da competição inicial ( Queiroz et al., 2010 ). Este
efeito pode ser estendido ao milho voluntário, proporcionando controle preventivo
efetivo dessas plantas nas lavouras de soja. No entanto, respostas obtidas com o
uso de plantas para cobertura do solo e a produção de efeitos diretos sobre a
germinação de plantas daninhas e milho dependem da espécie, quantidade e
distribuição de resíduos ( Chauhan et al., 2012).

Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos de herbicidas associados a


plantas de cobertura no manejo da dessecação, visando um controle químico e
cultural do milho RR ® em culturas de soja de forma preventiva.

MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento de campo foi realizado na Universidade Federal de Mato Grosso,


campus de Sinop, durante a safra 2013/2014, cuja localização geodésica é 11o51
”52 latitude, 55o29” (tm) 03 ”longitude e altitude de 374 m, em solo classificado
como Latossolo Amarelo distrófico (LAd) (Embrapa, 2013). A análise textural do
solo a 0-20 cm revelou 540 g kg-1 de argila, 56 g kg-1 de lodo e 400 g kg-1 de
areia. As propriedades químicas do solo são apresentadas na Tabela 1 .

Tabela 1  Composição química (0-20 cm) do solo na área experimental antes da instalação
experimental Sinop-MT, safra 2013/2014 
pH P (Mehlich) K Ca Mg Al H + Al MO 1 /
(CaCl 2 ) (mg dm -3 ) (cmol c dm -3 ) (g dm -3 )
4,9 7,6 48,0 1,7 1,1 0,06 5,7 34,0
V 2 / CTC 3 / Fe B Mn Zn Cu S
(%) (cmol c dm -3 ) (mg dm -3 )
41 8,6 96 0,3 11 3,0 0,4 17,0

MO: matéria orgânica; V%: saturação de base; CTC: capacidade de troca de


cátions.

O clima é Aw, de acordo com a classificação climática global de Köppen,


caracterizada por duas estações distintas: uma estação seca de maio a setembro e
uma estação chuvosa de outubro a abril.

Utilizou-se delineamento experimental em blocos ao acaso, em esquema fatorial 3


x 5, com três plantas de cobertura ( Pennisetum glaucum , Urochloa
ruziziensis e Crotalaria spectabilis ), cinco herbicidas [1,03 g ha -1
de
glyphosate ; glifosato (1,080 g ha -1) + haloxifope-R (260 g ha 1) ; glifosato (1,080
g ha -1) + fluazifop-p-butil (187 g ha -1) ; glyphosate (1.080 g ha 1) + imazethapyr
(106 g ha -1) ; glyphosate (1.080 g ha -1) + imazaquin (160 g ha -1)] e quatro
repetições. Cada parcela consistia em 4 m de largura e 5 m de comprimento. Para
uma área útil, foram descartados 0,5 m de cada lado da parcela e 0,5 m nas
extremidades, com área total de 12 m².

As culturas de cobertura foram cultivadas após a colheita de milho, ou seja,


durante a época baixa, para servir como palhetas de uma subsequente gestão
dessecação soja (2013/2014 estação) e para controlar voluntário RR ® milho e de
ervas daninhas presentes nas áreas de cultivo. A cultivar de milho AG 7088RR foi
semeada no período de entressafra, em fevereiro de 2013, com densidade de
60.000 plantas ha -1 , com espaçamento de 0,6 m entre as linhas. Neste sistema de
plantio fora de estação, foram semeadas as mesmas plantas de cobertura, visando
a formação de palha para a safra 2013/2014. Posteriormente, em novembro de
2013, foram realizadas práticas de manejo de dessecação utilizando os herbicidas
anteriormente descritos. Sete dias após o manejo da dessecação, a soja da TMG
2183 IPRO RR ®cultivar a semeadura (safra 2013/2104), com espaçamento de 0,5
m entre as linhas, profundidade de 2-3 cm e adubação de plantio com 500 kg ha -
1
 de adubo NPK 00-20-18.

Aos 7, 14 e 28 dias após a emergência da soja (DAE) ou equivalentes aos 21, 35 e


49 dias após a aplicação do herbicida (DAA), a matéria seca das plantas de
cobertura, matéria seca, altura e fitotoxicidade à cultura da soja e voluntária
RR ® controle do milho no momento da dessecação foram determinados. A matéria
seca das plantas de cobertura foi determinada de acordo com a metodologia
proposta por Crusciol et al. (2005), utilizando um quadrado de ferro de 50 x 50 cm (0,25
m²), no qual a parte aérea e os resíduos das plantas de cobertura são coletados
por meio de três pontos de amostragem por subparcela. A massa de matéria seca
de soja foi determinada através da coleta de cinco plantas por parcela que, como as
plantas de cobertura são importantes, foram levadas a um forno de ventilação
forçada a 65 oC por 72 horas. A altura das plantas foi avaliada pela medida do colo
até o ápice do meristema apical. Para o controle do voluntário RR ®milho nas
lavouras de soja, as notas foram atribuídas de acordo com uma escala percentual
que varia de zero a 100, onde zero significa ausência de plantas e 100 significa
presença total das plantas; Uma testemunha que recebeu apenas glifosato foi o
principal parâmetro. Para avaliar a ocorrência de sintomas de fitotoxicidade, foi
realizada uma avaliação visual utilizando uma escala percentual de notas, onde
zero (0) representa ausência de sintomas e cem (100,0) representam morte de
todas as plantas daquela parcela.

Aos 28 DAE de soja, a taxa de cobertura do solo proporcionada pelas plantas de


cobertura foi determinada com o uso de um ferro quadrado de 0,5 x 0,5 m (0,25
m²) e uma rede de cordões espaçados de 5 cm formando dez pontos, nos quais se
observa a presença ou ausência cobertura fornecida pelos resíduos vegetais em
cada um dos pontos de amostragem ( Sodré Filho et al., 2004 ). Aos 50 DAE de soja,
observou-se (como descrito anteriormente) um controle voluntário
de milho RR ® derivado dos fluxos de emergência após a dessecação, portanto, o
efeito residual do herbicida. No momento da colheita da soja, determinamos o
rendimento de grãos em área útil de cada parcela, com base no teor de umidade de
13%.

Após a coleta e tabulação dos dados, foi realizada a análise de variância, e as


médias das variáveis significativas foram agrupadas pelo teste de Scott-Knott a 5%
de significância com o programa estatístico Sisvar. Quanto à análise de
fitotoxicidade e controle, os dados foram submetidos à transformação de arcsina (x
+ 1) 0,5; no entanto, os valores apresentados são os meios originais.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Independentemente do período de avaliação, os herbicidas utilizados no manejo da


dessecação não afetaram a matéria seca das plantas de cobertura ( Tabela
2 ). Diferenças na matéria seca foram observadas apenas entre as espécies de
plantas de cobertura aos 28 DAE de soja, especialmente P. glaucum e U.
ruziziensis , que apresentaram 104% e 187%, respectivamente, maiores valores de
matéria seca quando comparadas a C. spectabilis . Esses dados corroboram os
de Carneiro et al. (2008) e Pacheco et al. (2013a) , que encontraram que a produção de matéria seca
de P. glaucum e U. ruziziensis é maior que a de C. spectabilis .

Tabela 2  Matéria seca de plantas de cobertura em manejo de dessecação  

Culturas de cobertura
Herbicida (g ha   ) -1
P. glaucum U. ruziziensis C. spectabilis
-1
Matéria seca (kg ha   ) - 7 DAE de soja (21 DAD)
Glifosato (1.080) 5,322 ns 5.645 ns 6,209 ns
Glifosato (1,080) + Haloxyfop-R (260) 6,370 5,967 7,830
Glifosato (1,080) + Fluazifop-p-butil (187) 5,403 8,548 5,161
Glifosato (1,080) + Imazetapir (106) 6,935 6,129 6,693
Glifosato (1,080) + Imazaquin (160) 7,903 7,938 6,338
Significa 6,370 6,854 6.451 ns
Matéria seca (kg ha -1 ) - 14 DAE de soja (35 DAD)
Glifosato (1.080) 5.645 ns 5,080 ns 4,596 ns
Glifosato (1,080) + Haloxyfop-R (260) 6,862 5,064 5,667
Glifosato (1,080) + Fluazifop-p-butil (187) 5,056 6,536 5,491
Glifosato (1,080) + Imazetapir (106) 5,387 7,185 4,508
Glifosato (1,080) + Imazaquin (160) 6,354 4,919 5,016
Significa 5,860 5,758 5,002 ns
Matéria seca (kg ha -1 ) - 28 DAE de soja (49 DAD)
Glifosato (1.080) 5,241 ns 6.612 ns 2,354 ns
Glifosato (1,080) + Haloxyfop-R (260) 6,129 6,177 3,387
Glifosato (1,080) + Fluazifop-p-butil (187) 5,629 6,693 2,903
Glifosato (1,080) + Imazetapir (106) 5,564 5,080 2,661
Glifosato (1,080) + Imazaquin (160) 7,161 5,209 3,306
Culturas de cobertura
-1
Herbicida (g ha   ) P. glaucum U. ruziziensis C. spectabilis
Matéria seca (kg ha   ) - 7 DAE de soja (21 DAD)
-1

Significa 5,556 A 5,954 A 2,722 B

1/
 Médias seguidas pela mesma letra, letra minúscula na coluna e letra maiúscula
na linha, não são significativamente diferentes pelo teste de Scott-Knott a 5% de
probabilidade. ns não significativo. 2 / DAE - dias após a emergência da soja. 3 / DAD
- dias após o gerenciamento da dessecação.

Podemos observar que, após o manejo da dessecação, a matéria seca de C.


spectabilis diminuiu acentuadamente, com 2.722 kg ha -1 aos 49 dias, equivalente a
apenas 42% da matéria seca inicial medida aos 21 dias ( Tabela 2 ). Esta perda
drástica de C. spectabilisa matéria seca é devida à decomposição de resíduos
vegetais, que possuem baixa relação C / N. Além disso, esse aspecto ganha
importância, pois, nessa região, a taxa de mineralização da matéria orgânica do
solo (MOS) atinge altos níveis de decomposição de resíduos devido à alta
temperatura e atividade microbiana, reduzindo a quantidade desses compostos no
solo (Pacheco et al. , 2011). É importante ressaltar que essa perda de matéria seca
coincide com o início do período total para evitar interferência de plantas daninhas
( Nepomuceno et al., 2007 ), no qual seria desejável o acúmulo máximo de matéria seca no
solo, visando uma possível supressão efeito sobre ervas daninhas e milho
voluntário.

A taxa de cobertura do solo em 49 DAD seguiu as mesmas tendências que a


matéria seca, com os maiores valores para P. glaucum e U. ruziziensis , que
mostraram taxas de cobertura de solo de 78% e 99%, respectivamente ( Tabela
3 ). Resultados semelhantes foram observados por Pacheco et al. (2008), que
verificaram que, em condições normais de cerrado, a taxa de cobertura do solo foi
de 84% e 100% para P. glaucum e U. ruziziensis , respectivamente, aos 60 DAD.

Tabela 3  Cobertura do solo em relação à aplicação de herbicidas em lavouras de cobertura no


manejo de dessecação Sinop-MT, 2013/2014  

Culturas de cobertura
-1
Herbicida (g ha   ) P. glaucum U. ruziziensis C. spectabilis
Taxa de cobertura do solo (%) - 28 DAE de soja (49 DAD)
Glifosato (1.080) 73 ns 100 ns 48 ns
Glifosato (1,080) + Haloxyfop-R (260) 91 100 43
Glifosato (1,080) + Fluazifop-p-butil (187) 63 98 58
Glifosato (1,080) + Imazetapir (106) 79 99 55
Glifosato (1,080) + Imazaquin (160) 84 98 47
Significa 78 B 99 A 50 C

Meios seguidos pela mesma letra, letra minúscula na coluna e letra maiúscula na
linha, não são significativamente diferentes pelo teste de Scott-Knott a 5% de
probabilidade. ns não significativo. DAE - dias após a emergência da soja. PAI -
dias após o gerenciamento da dessecação.

Apesar da ausência de diferença significativa na produção de massa seca de P.


glaucum e U. ruziziensis aos 49 DAD, o mesmo não ocorreu com a taxa de
cobertura do solo, onde os maiores valores foram observados para U. ruziziensis ,
com uma taxa de cobertura do solo 27 % maior que P. glaucum . Este fato está
relacionado às características morfológicas e fisiológicas das duas
espécies. Enquanto o P. glaucum acumula a maior parte de sua matéria seca no
caule, a U. ruziziensis direciona o acúmulo de matéria seca para as folhas ( Petter et al.,
2013
 ). Assim, esses resultados atestam a maior eficiência de Urochloana cobertura
do solo, como foi verificado por Timossi et al. (2007) , enquanto P. glaucum pode ser mais
eficiente na manutenção de resíduos na superfície do solo.

Segundo Petter et al. (2013) , os padrões distintos de partição de matéria seca para partes


aéreas de Urochloa sp. eP. glaucum possibilitam um manejo diferente, uma vez
que as espécies de U. ruziziensis acumulam, em média, 70% da matéria seca nas
folhas e, portanto, podem ser mais eficientes na cobertura do solo, enquanto
as espécies de P. glaucum acumulam 60%. caule, que pode contribuir para uma
melhor retenção de resíduos de plantas no solo. Assim, a maior taxa de cobertura
do solo permite um melhor controle de plantas daninhas ( Goulart et al., 2009 ; Pacheco et al., 2013b ).

Não houve efeito significativo dos herbicidas no manejo da dessecação das plantas
de cobertura sobre a matéria seca, altura e fitotoxicidade das plantas de soja aos 7,
14 e 28 DAE ( Tabelas 4 , 5 e 6 ). Esses resultados corroboram os obtidos por Brighenti
et al. (2002)
 e Barros et al. (2005) , que não encontraram efeito do herbicida imazaquin em
genótipos de soja quando foi utilizada a dose recomendada (160 g ha -1) . Um efeito
significativo na altura da planta foi observado, mas apenas em plantas de
cobertura, especialmente C. spectabilis, que exibiu os maiores valores,
independentemente do período de avaliação. Este resultado pode ser atribuído à
capacidade de fixação de nitrogênio desta espécie, que de alguma forma pode ter
contribuído para reduzir a imobilização de nitrogênio no solo, uma vez que os
remanescentes de culturas predecessoras vieram de plantas com mecanismo de
fixação de carbono C4 e, portanto, com uma alta relação C / N. Assim, o aumento
da disponibilidade de N no solo para as plantas pode ter contribuído para esse
maior crescimento inicial.

Tabela 4  Matéria seca de soja sob cobertura e herbicidas no manejo da dessecação Sinop-


MT, 2013/2014 

Culturas de cobertura
Herbicida (g ha   ) -1
P. glaucum U. ruziziensis C. spectabilis
Matéria seca de soja (g por planta) - 7 DAE de soja
Glifosato (1.080) 0,35 ns 0,45 ns 0,42 ns
Glifosato (1,080) + Haloxyfop-R (260) 0,37 0,47 0,45
Glifosato (1,080) + Fluazifop-p-butil (187) 0,45 0,45 0,40
Glifosato (1,080) + Imazetapir (106) 0,30 0,40 0,35
Glifosato (1,080) + Imazaquin (160) 0,35 0,47 0,32
Significa 0,36 0,45 0,39 ns
Matéria seca de soja (g por planta) - 14 DAE de soja
Glifosato (1.080) 7,1 ns 6,2 ns 6,7 ns
Glifosato (1,080) + Haloxyfop-R (260) 7,5 7,3 7,6
Glifosato (1,080) + Fluazifop-p-butil (187) 6,5 7,2 7,5
Glifosato (1,080) + Imazetapir (106) 6,9 7,7 7,5
Glifosato (1,080) + Imazaquin (160) 7,8 6,6 7,7
Significa 7,1 7,0 7,4 ns
Matéria seca de soja (g por planta) - 28 DAE de soja
Glifosato (1.080) 8,9 ns 7,2 ns 8,0 ns
Glifosato (1,080) + Haloxyfop-R (260) 8,9 8,8 9,3
Glifosato (1,080) + Fluazifop-p-butil (187) 7,4 7,8 9,3
Glifosato (1,080) + Imazetapir (106) 8,4 8,6 7,8
Glifosato (1,080) + Imazaquin (160) 9,0 8,1 8,3
Significa 8,6 8,1 8,6 ns

ns
 não significativo. DAE - dias após a emergência da soja.
Tabela 5  Altura das plantas de soja sob cobertura e herbicidas no manejo da
dessecação Sinop-MT, 2013/2014. Sinop-MT, 2013/2014 

Culturas de cobertura
-1
Herbicida (g ha   ) P. glaucum U. ruziziensis C. spectabilis
Altura de plantas de soja (cm) - 7 DAE de soja
Glifosato (1.080) 7,6 ns 9,7 ns 9,6 ns
Glifosato (1,080) + Haloxyfop-R (260) 9,0 8,9 9,0
Glifosato (1,080) + Fluazifop-p-butil (187) 8,4 9,1 9,9
Glifosato (1,080) + Imazetapir (106) 8,4 9,3 9,5
Glifosato (1,080) + Imazaquin (160) 8,5 9,0 9,8
Significa 8,4 B 9,2 A 9,5 A
Altura de plantas de soja (cm) - 14 DAE soja
Glifosato (1.080) 11,7 ns 11,3 ns 12,6 ns
Glifosato (1,080) + Haloxyfop-R (260) 11,7 11,8 13,0
Glifosato (1,080) + Fluazifop-p-butil (187) 11,1 12,5 13,0
Glifosato (1,080) + Imazetapir (106) 11,9 11,2 12,8
Glifosato (1,080) + Imazaquin (160) 12,1 11,4 12,7
Significa 11,7 B 11,6 B 12,8 A
Altura de plantas de soja (cm) - 28 DAE soja
Glifosato (1.080) 20,9 ns 22,5 ns 24,7 ns
Glifosato (1,080) + Haloxyfop-R (260) 21,3 21,7 25,3
Glifosato (1,080) + Fluazifop-p-butil (187) 20,2 21,1 24,9
Glifosato (1,080) + Imazetapir (106) 21,2 22,6 23,1
Glifosato (1,080) + Imazaquin (160) 20,9 22,4 23,7
Significa 20,9 B 22,1 B 24,4 A

Os meios seguidos pela mesma letra maiúscula na linha não são significativamente
diferentes pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. ns não significativo. DAE
- dias após a emergência da soja.

Tabela 6  Fitotoxicidade em plantas de soja sob cobertura e herbicidas no manejo da


dessecação Sinop-MT, 2013/2014 

Fitotoxicidade da soja (%) - DAE soja


Herbicida (g ha -1 )
7 14 28
Glifosato (1.080) 0 0 0 ns
Glifosato (1,080) + Haloxyfop-R (260) 0 0 0
Glifosato (1,080) + Fluazifop-p-butil (187) 0 0 0
Glifosato (1,080) + Imazetapir (106) 0 0 0
Glifosato (1,080) + Imazaquin (160) 0 0 0

ns
 não significativo. DAE - dias após a emergência da soja.

Embora o herbicida imazaquin seja recomendado para o cultivo de soja em pós-


emergência, havia uma preocupação com possíveis efeitos tóxicos nas plantações
de soja. Entretanto, na literatura especializada, tais efeitos têm sido observados
com maior intensidade quando aplicados em dose maior que a recomendada. Estes
resultados são importantes porque abrem novas opções para o uso de herbicidas
combinados com o glifosato no manejo da dessecação, visando controlar
o milho RR ® nas lavouras de soja.

Com exceção de uma única aplicação de glifosato no manejo da dessecação, outros


herbicidas fornecem significativo controle voluntário do milho RR ® derivado da
dessecação ( Tabela 7 ). Observamos que, em geral, um melhor controle aos 35 e
49 DAA foi encontrado no tratamento com glifosato + haloxyfop-R e pode ser uma
boa alternativa para o controle do milho RR ® quando da dessecação. Neste caso,
como as plantas de cobertura foram plantadas após a colheita de milho RR ® da safra
anterior, não foram observados efeitos sobre a germinação do milho RR ® e
desenvolvimento inicial.

Tabela 7  Controle do milho na dessecação em culturas de cobertura e herbicidas no manejo


da dessecação Sinop-MT, 2013/2014  

Culturas de cobertura
-1
Herbicida (g ha   ) P. glaucum U. ruziziensis C. spectabilis Significa
Controle de milho (%) - 21 DAA
Glifosato (1.080) 0 ns 0 ns 0 ns 0 ns
Glifosato (1,080) + Haloxyfop-R (260) 30 32 35 32
Glifosato (1,080) + Fluazifop-p-butil (187) 35 30 33 33
Glifosato (1,080) + Imazetapir (106) 34 30 30 31
Glifosato (1,080) + Imazaquin (160) 33 25 28 29
Significa 26 23 25 ns 25
Glifosato (1.080) Controle de Milho (%) - 35 DAA
Glifosato (1,080) + Haloxyfop-R (260) 0d 0c 0c 0c
Glifosato (1,080) + Fluazifop-p-butil (187) 85 a 90 a 85 a 87 a
Glifosato (1,080) + Imazetapir (106) 65 c 70 b 75 a 70 b
Glifosato (1,080) + Imazaquin (160) 75 a 65 b 75 a 72 b
Glifosato (1,080) + Imazaquin (160) 50 b 60 b 55 b 53 b
Significa 55 57 58 ns 57
Controle de milho (%) - 49 DAA
Glifosato (1.080) 0c 0c 0c 0c
Glifosato (1,080) + Haloxyfop-R (260) 90 a 100 a 95 a 95 a
Glifosato (1,080) + Fluazifop-p-butil (187) 75 b 85 a 90 a 83 b
Glifosato (1,080) + Imazetapir (106) 85 a 80 a 85 a 83 b
Glifosato (1,080) + Imazaquin (160) 65 b 70 b 75 b 70 c
Significa 63 67 69 ns 66

Meios seguidos pela mesma letra minúscula na coluna não são significativamente
diferentes pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. ns não
significativo. DAA - dias após aplicação em gerenciamento de dessecação.

É importante mencionar que, além dos efeitos esperados do haloxifope-R


graminicida e do fluazifop-p-butil misturados ao glifosato no controle do
milho RR ® , a mistura glifosato + imazetapir também proporcionou controle
satisfatório (> 80%) quando utilizado no manejo da dessecação. Um controle
satisfatório em conjunto com o uso de glyphosate + imazethapyr torna-se uma
importante ferramenta para o manejo voluntário de milho RR ® , por ser uma
mistura bem conhecida de produtores e técnicos, porém é necessário utilizar dose
total de imazethapyr (0,1 kg ha - 1) .

Outro aspecto importante é que o herbicida imazethapyr, na dose de 0,1 kg ha -


1,
 apresenta efeito residual, visando o controle do milho RR ® proveniente de fluxos
de emergência após o manejo da dessecação ( Tabela 8). O herbicida Imazaquin
(0,16 kg ha -1) também apresentou um efeito residual que proporciona controle
satisfatório do milho RR ® voluntário derivado de fluxos de emergência
subseqüentes ao manejo da dessecação; no entanto, apresenta menor controle de
plantas de milho no momento da secagem quando comparado ao imazethapyr
( Tabela 6 ). Os efeitos residuais de imazethapyr e imazaquin até 60 dias após a
aplicação em plantas de milho também foram verificados por Artuzi & Contiero (2006). No
entanto, esses pesquisadores não encontraram nenhum efeito sobre o milho
quando ele foi plantado após 60 DAA. Dan et al. (2012) encontraram pouco efeito residual
do imazethapyr em plantas de milho aos 97 DAA.
Tabela 8  Controle do milho voluntário derivado de fluxos de emergência subseqüentes ao
manejo da dessecação sob plantas de cobertura e herbicidas no início do florescimento da
soja. Sinop-MT, 2013/2014 

Culturas de cobertura
-1
Herbicida (g ha   ) P. glaucum U. ruziziensis C. spectabilis
Controle de fluxos voluntários (%) - soja 50 DAE
Glifosato (1.080) 18 b 25 b 10 b
Glifosato (1,080) + Haloxyfop-R (260) 17 b 23 b 11 b
Glifosato (1,080) + Fluazifop-p-butil (187) 21 b 27 b 10 b
Glifosato (1,080) + Imazetapir (106) 77 a 82 a 70 a
Glifosato (1,080) + Imazaquin (160) 75 a 78 a 67 a
Significa 40 B 47 A 33 C

Meios seguidos pela mesma letra, letra minúscula na coluna e letra maiúscula na
linha, não são significativamente diferentes pelo teste de Scott-Knott a 5% de
probabilidade. ns não significativo. DAE - dias após a emergência da soja. PAI -
dias após o gerenciamento da dessecação.

Respostas divergentes quanto à sensibilidade do milho ao imazethapyr se devem à


variabilidade genética presente em diferentes cultivares ( Abit et al., 2009 ), às
características físico-químicas do herbicida e ao solo (microbiológico) e às condições
ecológicas da região ( Oliveira Jr. et al., 1999 ). Em geral, pesquisas ( Artuzi & Contiero, 2006 ; Dan et al.,
2012
 ; Souto et al., 2013) mostram uma ausência de efeitos residuais de imazetapir a partir
de 90 DAA. Com base nesses resultados, o cultivo do milho na entressafra após a
aplicação do glyphosate + imazethapyr para o manejo da dessecação da soja é
completamente viável, pois teria um período não inferior a 100 DAA, mesmo com
precocius cultivares de soja. No entanto, seria importante quantificar a persistência
deste herbicida nas condições do solo e do clima da região, considerando que a
meia-vida dos herbicidas nos solos depende das características químicas e físicas,
bem como da atividade microbiana do solo. Nesse sentido, Souto et al. (2013)encontraram
93% de degradação do imazethapyr em solo de rizosfera de soja aos 63
DAA. Segundo esses autores, a degradação do imazethapyr é maior em solos
cultivados com espécies de plantas, uma vez que proporcionam um ambiente mais
favorável à atividade microbiana. Assim, o uso de plantas de cobertura com manejo
de herbicidas, além de auxiliar no controle do milho RR ® , pode reduzir possíveis
efeitos fitotóxicos e residuais de herbicidas em lavouras de milho na entressafra
subseqüente.

O cultivo de ruziziensis auxiliou no controle do milho RR ® em aproximadamente


25%, o que pode ser verificado em tratamentos sem o uso de herbicidas que
apresentam efeitos residuais (Tabela 8). Quando aplicamos os herbicidas
glyphosate e imazethapyr sob U. ruziziensis , o controle do milho RR ® derivado de
fluxos subseqüentes ao manejo da dessecação foi superior a 80%, mantendo a
cultura isenta de milho RR ® durante todo o período crítico de prevenção à
interferência. Características morfológicas e fisiológicas de U. ruziziensispermitem
maior cobertura do solo e, consequentemente, maior efeito supressor sobre o
voluntário RR ®milho derivado de fluxos subseqüentes à dessecação. O efeito da
matéria seca de U. ruziziensis e a taxa de cobertura do solo em plantas daninhas
também foram relatados por Pacheco et al. (2013b) , tornando-se mais evidente quando a
taxa de descarte residual foi superior a 4,0 t ha -1 . No presente experimento, a
taxa de matéria seca de U. ruziziensis foi de aproximadamente 6,0 t ha -1 ,
explicando seu efeito no desenvolvimento inicial do milho RR ® .

Não encontramos nenhum efeito (p> 0,05) dos manejos dos herbicidas e das
culturas de cobertura no rendimento da soja ( Tabela 9 ). Esses dados são
semelhantes aos obtidos por Artuzi & Contiero (2006), que também não
encontraram nenhum efeito do imazethapyr e da imazaquin na soja. A ausência de
efeitos graminicidas era esperada, uma vez que são herbicidas totalmente seletivos
para a cultura da soja.

Tabela 9  Produção de soja sob cobertura e herbicidas no manejo da dessecação. Sinop-MT,


2013/2014  

Plantas de cobertura
-1
Herbicida (g ha   ) P. glaucum U. ruziziensis C. spectabilis
Rendimento de soja (kg ha -1 )
Glifosato (1.080) 2,650 ns 2.680 ns 2.690 ns
Glifosato (1,080) + Haloxyfop-R (260) 2,720 2,740 2,720
Glifosato (1,080) + Fluazifop-p-butil (187) 2,750 2,670 2,640
Glifosato (1,080) + Imazetapir (106) 2,980 3,050 2,930
Glifosato (1,080) + Imazaquin (160) 2,830 2,910 2,790
Significa 2,786 2,810 2,754 ns

ns
 não significante pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

No entanto, é possível notar uma produtividade reduzida nos tratamentos com


glifosato, glifosato + haloxifope-R e glifosato + fluazifop-p-butil, quando
comparados aos tratamentos com glifosato glifosato + imazetapir e glifosato +
imazaquina, e isso pode ser devido à competição interespecífica entre Milho e
soja RR ® voluntários . Outro aspecto a considerar é que, mesmo sem redução
significativa (p> 0,05) na produtividade, a presença de milho RR ® voluntário
em meio a lavouras de soja no momento da colheita mecânica pode afetar
adversamente a umidade dos grãos e aumentar a quantidade de impurezas.

Os resultados demonstram que a aplicação combinada de glyphosate e imazethapyr


no manejo da dessecação associado a plantas de cobertura, como a U.
ruziziensis, permite um controle satisfatório do milho RR ® presente na dessecação
e derivado de fluxos de emergência subseqüentes a esse período, sem afetar
adversamente produção de soja. A vantagem de usar este manejo é que o
herbicida imazethapyr (inibidor de ALS) não apenas fornece um controle efetivo do
milho voluntário, mas também de ervas daninhas de folhas largas. Outra opção
para o manejo voluntário do milho na cultura da soja é o manejo da dessecação
com o glyphosate + haloxyfop-R e, no caso de fluxos subseqüentes ao manejo da
dessecação, uma aplicação pós-emergência do haloxyfop-R.

LITERATURA CITADA

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1
 Recebido para publicação em 26.8.2014 e aprovado em 22.9.2014.

Recebido em 26 de agosto de 2014; Aceito: 22 de setembro de 2014

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