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PLANEJAMENTO URBANO SUSTENTÁVEL DE SISTEMAS DE

DRENAGEM NO BRASIL – UMA REVISÃO DE LITERATURA

Jéssica Klemm Nuernberg

Objetivo:

Explanar conceitos e estratégias de drenagem urbana utilizadas pelas cidades


brasileiras visando um desenvolvimento inteligente e sustentável.

- Gestão de SUDS no Brasil;


- Leis municipais.

Gap de Pesquisa:
- ausência de planejamento de drenagem urbana
- ausência de parâmetros para utilização de SUDS
- existem poucos (nenhum) casos de avaliação de implementação de SUDS
em municípios brasileiros.
- no Brasil a maioria dos artigos/monografias encontrados tratam de protótipos,
indicados para uso nos municípios

Metodologia
- Revisão de literatura
- Leis municipais
- Buscar artigo de revisão de estado da arte de SUDS.
- Gaps de pesquisa relacionados à gestão pública do SUDS (EX: leis
municipais) - internacional
- Artigos relacionados às cidades inteligentes/sustentáveis/verdes/século
XXI/contemporânea que tratem do assunto, ou se aproximem.

RESUMO

A ausência de planejamento urbano tem causado vários problemas em todos os


aspectos da vida humana urbana. A ocupação desordenada, a moradia precária, a
falta de infraestrutura, a informalidade, o aumento das demandas sociais causadas
pela expansão urbana desordenada produzem grandes distorções na cidade, gerando
desigualdades sociais principalmente nas periferias das cidades e também
contribuindo para a poluição dos cursos d'água, escassez de água potável e energia,
acúmulo de resíduos, ausência de saneamento básico e drenagem.

Diante do exposto, o presente artigo teve por objetivo explanar os conceitos e


diretrizes que norteiam cidades inteligentes e apresentar exemplos de ações que
estão sendo desenvolvidas e implementadas em cidades brasileiras no setor de
drenagem urbana, tornando essas cidades inteligentes.

Países desenvolvidos, que buscam o conhecimento das tecnologias científicas e


contam com o apoio de gestores públicos e privados, possuem resultados satisfatórios
2

na implantação de inovações no setor de saneamento da cidade, principalmente em


respeito às águas pluviais, buscando desenvolvimento sustentável e qualidade de
vida.

Frente a este cenário são necessárias novas estratégias para melhorar o


desenvolvimento e a sustentabilidade nas cidades, dentre as quais pode-se citar as
cidades inteligentes ou cidades criativas.

De modo geral, observa-se que uma característica das cidades inteligentes é


promover incentivo à inovação, na busca por soluções para seus diversos setores de
atuação, já que a administração pública das cidades enfrenta diariamente problemas
de segurança pública, mobilidade urbana, escassez de água, poluição hídrica,
inundações urbanas, gestão ineficiente de resíduos sólidos, entre outros. A
implantação de cidades inteligentes permite à administração pública usar a tecnologia
para a antecipação dos problemas e a proposição de soluções integradas e rápidas.

Objetivo: Aplicação de Cidades Inteligentes na área de saneamento, práticas


desenvolvidas no Brasil e no mundo.

A alta urbanização é o incentivo para a criação de cidades inteligentes, com o intuito


de equilibrar o desenvolvimento social, a partir de um olhar sistêmico dos serviços
básicos prestados por uma cidade, como: saúde, educação, energia, transporte e
saneamento, através de estratégias bem articuladas que monitoram e integram toda o
ambiente local e sua infraestrutura com tecnologias inteligentes que venham
transformar a cidade (LETAIFA, 2015).

Introdução XXXXXXXX. GAP XXXX. Objetivo XXXX. Materiais e métodos XXX.


Resultados XXX. Conclusão XXXX.

Palavras-chave: XXXXXXX

ABSTRACT
XXXXXX

Keywords: XXXXXX
3

1 INTRODUÇÃO

Introdução com familiarização dos SUDS.XXXXXX


Estado da arte. XXXX
GAP. XXXXX
Objetivo XXXXX
Materiais e métodos XXXX

Justificativa:
O crescimento populacional e a urbanização, principalmente em vista das
megacidades, claramente aumentam apreensões devido ao grande número de
pessoas e à magnitude de bens imobiliários e financeiros, que provavelmente serão
vulneráveis a desastres relacionados à água - especialmente aqueles que a mudança
climática anuncia (LI; ENDTER-WADA; LI, 2015).

2 O DESAFIO DA GESTÃO DAS ÁGUAS PLUVIAIS

(aqui falo sobre a urbanização próximo a rios, impermeabilização do solo e


inundações)

O desenvolvimento de aglomerações urbanas, consagradamente, se deu de


forma mais acentuada próximo aos rios e córregos. Isso porque, de acordo com
Baptista e Nascimento (2016), os cursos d’água proviam a água de abastecimento, a
facilidade para o despejo de resíduos, a via natural de comunicação e transporte,
facilitando o comércio, a fonte de energia para a indústria incipiente, a eventual defesa
natural contra invasores. Aliado a isso, as características de relevo favorecem a
ocorrência da urbanização no sentido de jusante para montante, na macrodrenagem
urbana (TUCCI, 2012).
XXXX
Os impactos decorrentes da drenagem urbana inadequada, como as enchentes
e inundações, são consequência direta do planejamento do uso do solo e da forma
pela qual a urbanização avança. De acordo com Tucci (2006), o volume que escoava
lentamente pela superfície do solo e ficava retido pelas plantas, passa então a escoar
através de superfícies impermeáveis, condutos e canais, exigindo maior capacidade
de escoamento e aumento das seções e declividade do conduto ou canal.
Li, Endter-Wada e Li (2015) estudaram as megacidades e avaliaram que os
desafios hídricos estão enraizados em seus contextos históricos, econômicos,
culturais, sociais e institucionais individuais.
Baptista e Nascimento (2016) relatam que, ainda hoje, inúmeros projetos de
drenagem urbana são desenvolvidos adotando-se, indiscriminadamente, o método
racional ou metodologias equivalentes, sem preocupações sobre os impactos
impostos para jusante da área drenada, no que se refere ao aumento de volume,
vazão e de poluentes. Alguns autores (CANHOLI, 2013; TUCCI, 2012) citam que, para
a aprovação de um loteamento, muitos municípios exigem apenas que o projeto de
esgotos pluviais seja eficiente no sentido de drenar a água do loteamento. Desta
forma, como não se leva em conta o aumento da vazão sobre o restante da bacia nem
se amplia a capacidade da macrodrenagem conforme o aumento da urbanização, a
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combinação do impacto de diferentes loteamentos resultará num aumento da


ocorrência das enchentes, com consequentes perdas sociais e econômicas.

Apenas com um adequado planejamento urbano, através do reconhecimento


das áreas de risco e intervenção nos locais com maiores probabilidades de enchentes,
é que será possível acabar com essa problemática, que atinge muitas pessoas no
Brasil. (PEREIRA, 2012) BRECHA SE FOR ESCREVER SOBRE INUNDACAO PATO

3 OS SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA SUSTENTÁVEL

(aqui falo sobre os suds, exemplos de estudos e de cidades)

Nas últimas décadas, a engenharia de recursos hídricos, em especial a


referente à drenagem urbana, sofreu uma verdadeira revolução. Os critérios
anteriormente seguidos em projetos, ditos higienistas ou clássicos, foram totalmente
revistos, tendo em vista que além dos problemas relacionados à quantidade de água e
danos inerentes à ocorrência de inundações, observou-se uma crescente degradação
da qualidade da água dos rios (CANHOLI, 2013).

Falar sobre o que é, histórico e exemplos.

Li, Endter-Wada e Li (2015) citam que iniciativas e ações locais, mesmo em


megacidades, são consideradas uma solução alternativa à forte dependência de
tecnologia e infraestrutura de engenharia que depende de abordagens centralizadas
para enfrentar os desafios da água urbana.
Miguez e Veról (2016) citam o triângulo SUDS, que considera a quantidade de
água, a qualidade da água e as amenidades e a biodiversidade igualmente, e forma a
base para um melhor ambiente urbano, abrindo a possibilidade de introduzir a água
como um valor a ser preservado e combinado na paisagem urbana.
Como exemplo, a cidade de Chicago, Illinois (que está prestes a se tornar uma
megacidade) apostou na recriação da hidrologia natural e sistemas ecológicos com
práticas de infraestrutura verde para um gerenciamento de águas pluviais de sucesso.
Assim, a abordagem combinada de modernização da infraestrutura “construída” e a
criação de infraestrutura “verde” foram aplicadas em Chicago, com um aumento de
20% na área permeável e criação de 120 ruas verdes. A infraestrutura verde da cidade
reduziu a quantidade e o estresse nas estruturas construídas necessárias para
contenção e tratamento de águas pluviais (LI; ENDTER-WADA; LI, 2015).
A implementação de SUDS de forma eficiente também é uma preocupação. A
exemplo disso, Wang et al. (2017) proporam uma estrutura para a tomada de decisão
na escolha de sistemas de drenagem sustentável (SuDS). Assim, um gestor de
drenagem urbana pode escolher um esquema de projeto que melhor se adeque à
suas necessidades, levando em consideração a resiliência do sistema, desempenho
hidráulico, controle de poluição, uso de água da chuva, eficiência energética, emissões
e custos de gases de efeito estufa.

Segundo o Manual para Apresentação de Propostas, Programa Drenagem


Urbana Sustentável, do Ministério das Cidades (2007), a área alterada passa a ter um
comportamento semelhante às condições hidrológicas de pré-desenvolvimento,
resultando em um menor escoamento superficial, menores níveis de erosão e de
poluição das águas e, resultando em investimentos de baixo custo para a mitigação de
impactos a jusante. (TOSTA et al., 2007)
Após o processo de ocupação do solo, a resposta da bacia aos diferentes tipos
de chuva muda radicalmente. Nessas condições, a bacia é capaz de gerar
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escoamento para os eventos mais freqüentes (menos severos e mais intensos)


(GONÇALVES, 2006).
Deve-se destacar como impacto negativo da urbanização de uma bacia
hidrográfica não apenas as enchentes e o aumento do volume escoado
superficialmente, mas também outros impactos ambientais como a piora na qualidade
das águas dos córregos e arroios que atravessam a cidade; o aumento na produção
de sedimentos; a contaminação dos aqüíferos; além das doenças de veiculação
hídrica (GONÇALVES, 2006).

Cidades inteligentes e a drenagem:

Aquilino (2017) apresentou uma síntese das evidências encontradas de gestão


e controle dos problemas urbanos na cidade de Buenos Aires bem como a solução
proposta. Para a drenagem urbana inteligente, destaca-se a concepção do ‘Sistema
Inteligente de Administração Meteorológica e Pluvial da Cidade’, o qual faz o controle
e gestão de dados meteorológicos (chuva, temperatura, umidade, direção do vento,
altura dos córregos) através da instrumentação da cidade. A instalação de sistema de
alerta notifica a cidadania sobre potenciais eventos de inundações, além da instalação
de sensores nas bocas de lobo da drenagem pluvial anti-entupimento, que identificam
a presença de lixo ou obstáculos à drenagem d’água de chuva.

A DRENAGEM URBANA NO BRASIL

(aqui falo sobre as inundações no brasil, as limitações da gestão, sobre a


abordagem municipal, suds no brasil...)

Nos países em desenvolvimento, como no caso do Brasil, a combinação de


urbanização e inundação é agravada devido à industrialização tardia, com um rápido
crescimento urbano na metade do século XX. Como resultado, houve um rápido
crescimento urbano em um curto período de tempo, uma urbanização não controlada,
politicas habitacionais incapazes de prevenir ocupações ilegais, ocupações em áreas
de risco de inundações (tanto legais quanto ilegais), fraca cobertura da infraestrutura
de saneamento, baixa qualificação da equipe técnica municipal e baixo nível de
educação ambiental (MIGUEZ; MASCARENHAS; MAGALHÃES, 2007).
Em se tratando de limitações que a gestão brasileira de drenagem urbana
enfrenta atualmente, Baptista e Nascimento (2016) elencam três fatores principais. O
primeiro refere-se ao patrimônio municipal de estruturas de drenagem, ou seja, ao
sistema já construído, com pouco conhecimento de suas condições operacionais, e
necessidade de manutenções em caráter emergencial. A segunda limitação diz
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respeito ao precário conhecimento sobre os processos hidrológicos, com inexistência


ou insuficiência de monitoramento hidrológico em áreas urbanas brasileiras. A terceira
limitação, com fortes vínculos com as outras duas acima descritas, é a inadequação
das equipes técnicas e gerenciais responsáveis pelos serviços de drenagem pluvial,
tanto em número de profissionais dedicados ao problema quanto em qualificação e
atualização técnica para o exercício da função.
Outro aspecto da inadequação institucional da drenagem urbana no Brasil é a
abordagem estritamente municipal. Os problemas de drenagem urbana
frequentemente apresentam características independentes das divisões
políticoadministrativas, e sim sob a ótica de bacias hidrográficas. Uma abordagem
“intermunicipal” da drenagem pluvial urbana pode gerar reflexos positivos em
economia de escala, evitando a duplicação de esforços e assegurando a coerência
técnica e gerencial das ações (BAPTISTA; NASCIMENTO, 2016). Porém, Tucci (2012)
cita que, quando a gestão de drenagem é realizada considerando-se a bacia
hidrográfica, peca-se ao realizar a gestão do uso do solo considerando exclusivamente
o município.
Para Miguez (2016), as dificuldades na aplicação dos SUDS no Brasil possuem
duas causas principais. A primeira é a capacidade dos municípios de projetar,
construir, operar e manter os sistemas, o que também reflete as dificuldades em fazer
com que as diretrizes gerais fornecidas pelas leis federais funcionem na escala local.
O segundo aspecto é certa inércia do pessoal técnico, que resiste à quebra dos
paradigmas tradicionais.
Desta maneira, uma abordagem que trate da drenagem urbana de forma mais
elaborada, integrada e aliada a princípios de desenvolvimento sustentável se faz
necessário. Como descrito por Vasconcelos, Miguez e Vazquez (2016), apesar dos
conceitos e das metodologias de implantação e operação das técnicas
compensatórias de drenagem na fonte ser amplamente utilizadas em alguns países,
no Brasil ainda são pouco conhecidos e difundidos.
Nesse sentido, Gnadlinger (2005) afirma que políticas de intervenção humana
planejadas são necessárias para o aproveitamento pleno de todo o potencial hídrico
do país, como também para minimizar os efeitos adversos das chuvas. Assim, o poder
público, através de legislações urbanísticas, pode contribuir de forma significativa para
a ampliação de práticas que favoreçam a sustentabilidade. Além de incentivar a
criação de espaços permeáveis, jardins de chuva, reservatórios de detenção,
utilização de telhados verdes e pavimentos permeáveis, como forma de coibir os
episódios de inundações, também resultam em ganho no bem-estar da sociedade e
preservação das áreas verdes (DOTTO; DOTTO; SILVA, 2017).
Sua adoção representa, porém, um importante desafio para as
municipalidades, levando ao questionamento, tanto dos aspectos puramente técnicos,
como das próprias estruturas jurídicas e organizacionais atualmente
adotadas(BAPTISTA; NASCIMENTO, 2016). Para Canholi (2013), o maior problema
relacionado à implantação de sistemas de drenagem urbana sustentável
(principalmente em escala de lote) é que, para sua efetividade, há a dependência da
adesão dos proprietários privados, o que torna imprescindível o desenvolvimento de
instrumentos legais que viabilizem a adoção destas práticas. Baptista e Nascimento
(2016) citam o problema referente à busca, por particulares, da solução mais
econômica em detrimento da mais ecológica. Além disso, o mau uso dessas
tecnologias, muitas vezes devido ao desconhecimento, implicando na eficiência da
adequação do uso e à manutenção (CANHOLI, 2013).

5 LEGISLAÇÕES ACERCA DOS SISTEMAS DE DRENAGEM SUSTENTÁVEL


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(aqui apresento as leis brasileiras que encontrei sobre o uso dos SUDS. Ainda existem
suds que não são definidos em leis – uso pela esfera publica – por? Onde por?)

As autoridades envolvidas na gestão da drenagem urbana usam instrumentos


legais de dois grupos distintos: instrumentos voluntários, que incluem subsídios
técnico e econômicos, e instrumentos compulsórios como taxa de drenagem, ou
mesmo dispositivos regulatórios e decretos para o controle e disciplinamento do
aumento do escoamento superficial (CANHOLI, 2013). No Brasil, o poder público
ainda está subutilizando a prerrogativa de incentivar a prática de sistemas de
drenagem urbana na fonte e há poucas iniciativas relacionadas ao tema. A seguir, são
apresentadas as leis brasileiras que obrigam ou incentivam a sua utilização.

São Paulo – SP

São Paulo é uma das cidades percursoras em questão de lei sobre o uso de
reservatórios de captação e retenção de água pluvial. Trata-se da Lei 13.276,
sancionada dia 04 de janeiro de 2002 (SÃO PAULO, 2002). Todavia, tal lei foi
revogada pela Lei nº 16.402/16, que disciplina o parcelamento, uso e ocupação do
solo do município de São Paulo. A “lei das piscininhas” torna obrigatória a construção
de reservatórios para captação de água pluvial em terrenos com área
impermeabilizada maior do que 500 m² (SÃO PAULO, 2016).
De acordo com Reis, Oliveira e Sales (2008), as “piscininhas” são, em geral,
reservatórios impermeáveis que amortecem o pico de vazão por meio da retenção e
armazenamento de água pluvial, em um determinado intervalo de tempo, ou
restringem a vazão de escoamento por meio da utilização de tubos de descarga com
diâmetros reduzidos. No caso de São Paulo a água captada pode ser infiltrada no solo
ou utilizada para fins não potáveis, sendo que uma hora após a chuva a água poderá
ser direcionada para a rede pluvial.
Também é de São Paulo a lei nº 16.277, de 05 de outubro de 2015, que dispõe
sobre a obrigação da construção de telhado verde em todas as novas edificações com
três pavimentos ou mais no município, exceto em projetos de Habitação de Interesse
Social (HIS). Apesar de a lei ter sido sancionada na referida data, o prefeito Fernando
Haddad vetou, em 05 de fevereiro de 2016, o artigo 1º, justamente o que instituía a
obrigatoriedade da construção de telhado verde (SÃO PAULO (SP), 2015).

Rio de Janeiro – RJ

Desde a publicação do Decreto nº 23.940/04, os empreendimentos do Rio de


Janeiro que tenham área impermeabilizada superior a 500 m² são obrigados a possuir
reservatórios que retardem o escoamento das águas pluviais para a rede de drenagem
em pelo menos uma hora. A altura da adotada para o calculo do volume do
reservatório depende da localização do empreendimento, sendo esta de 0,06 ou 0,07
m (RIO DE JANEIRO (RJ), 2004)
Desde a sua redação, este decreto sofreu algumas alterações. Em 2009, foi
excluída a necessidade de implantação dos reservatórios para residências que
possam ser financiadas por famílias dentro da faixa de 1 a 6 salários mínimos e, em
2010, houve a exclusão da obrigatoriedade para as residências que drenam suas
águas diretamente para o oceano, lagoas ou para as galerias diretamente conectadas
a estes corpos d’água (CANHOLI, 2013).

Curitiba - PR
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Em Curitiba, desde 2006, o Decreto Municipal nº 293/06 dispõe que novas


edificações na cidade não obterão o alvará de construção caso não prevejam e
instalem um sistema de captação, armazenamento e reaproveitamento de água da
chuva. Neste caso, o volume do reservatório irá depender da quantidade de quartos
em casos de edificações habitacionais, e da área total da edificação quando esta for
comercial. Além disso, o volume mínimo do reservatório é fixado em 500 l (CURITIBA
(PR), 2006).
Para novos empreendimentos, ampliações e/ou reformas, que possuam área
maior que 3.000 m² ou que possuírem taxa de permeabilidade inferior a 25%, a
obrigatoriedade da implantação de reservatórios de detenção foi imposta pelo Decreto
nº 176/07. Para a determinação do volume do reservatório, adota-se uma intensidade
de chuva de 0,080m/h (CURITIBA (PR), 2007).

Porto Alegre – RS

Desde a publicação do Decreto nº 18611/14, toda a ocupação urbana de Porto


Alegre deverá manter a vazão de saída para a rede pública de águas pluviais no valor
de 22,80 l/s.ha. Caso a ocupação do terreno gere vazões maiores, cabe ao
proprietário implantar técnicas que privilegiem a infiltração e reservação de águas
pluviais. Com a manutenção das condições prévias da capacidade de infiltração do
lote, procura-se evitar a transferência para o restante da população do ônus da
construção de novos empreendimentos e impermeabilização do solo.
Canholi (2013) faz uma comparação entre as legislações: para São Paulo,
considerando uma área de 500 m² totalmente impermeável, o volume disponibilizado
para a contenção é para 9 mm de chuva, enquanto que Porto Alegre exige 44 mm.
Assim, enquanto para São Paulo seria instalado um reservatório de 4,5 m³, segundo a
regulamentação de Porto Alegre esse volume seria de 22,5 m³.

Guarulhos - SP

O Código de Obras do Município de Guarulhos (Lei Municipal 5617/00)


expressa a necessidade de construção de reservatórios de detenção para todos os
lotes urbanos existentes ou em licenciamento. Os volumes de reservação a serem
exigidos são progressivos de acordo com a área do terreno, variando de 500 l para um
lote de 125 m² a 3.500 l para um lote de 600 m². Terrenos acima de 600,00 m²
deverão contar com reservatórios de 6 l por metro quadrado de área de lote.
A norma ainda dispõe que, para todos os novos conjuntos habitacionais, áreas
comerciais e industriais, loteamentos ou parcelamentos em áreas urbanas com áreas
superiores a um hectare, deverão ser realizados um plano que contenha a viabilidade
técnica, financeira e estudo hidrológico para a área (GUARULHOS (SP), 2000).

Belo Horizonte - MG

Belo Horizonte, um dos municípios precursores no desenvolvimento de


legislação específica para drenagem, criou em 1996 a Lei de Parcelamento, Ocupação
e Uso do Solo Urbano - Lei nº 7.166/96. Segundo a legislação, toda a área permeável
de um terreno poderia ser impermeabilizada desde que fosse construído um
reservatório de retenção pluvial (exceto os localizados em Zona de Proteção e Zona
de Preservação Ambiental). A caixa de captação e drenagem tem por objetivo retardar
o lançamento das águas pluviais para a rede pública.
O reservatório deve possibilitar a retenção de até 30 l por metro quadrado de
área impermeabilizada que exceda o limite previsto, que é de 10% para terrenos
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menores de 360 m² e 20% para os demais. De acordo com esta legislação, um terreno
de 500 m² sem área permeável deve dispor de um reservatório com capacidade de
retenção de 3.000 l, ou 3 m³. (BELO HORIZONTE (MG), 1996)

São Leopoldo - RS

A cidade de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, conta com a Lei nº 8.655, de
16 de agosto de 2017, como instrumento no auxílio da drenagem urbana. Desde a sua
vigência, a Lei determinada a “adoção de reservatórios de água das chuvas, visando o
retardo do escoamento das águas pluviais para a rede de drenagem, e incentiva o
aproveitamento da água da chuva para usos não potáveis”.
A obrigação inclui a construção de reservatório que retarde o escoamento das
águas pluviais para a rede de drenagem pública nos empreendimentos, cuja área
impermeabilizada seja igual ou superior a trezentos metros quadrados (300m²). O
cálculo para a área de reserva é para uma chuva com altura de 60mm (6x maior que a
chuva considerada na Lei das Piscininhas, de São Paulo). Em contrapartida, “ao
empreendimento que projetar e implantar sistema de aproveitamento de águas pluviais
para usos não potáveis, nos moldes desta Lei, fica autorizado a concessão de redução
da taxa de permeabilidade em até 50%”. (SÃO LEOPOLDO (RS), 2016)

Recife - PE

A cidade de Recife, em Pernambuco, aprovou em 12 de janeiro de 2015, a a


Lei nº 18.112, que trata da “melhoria da qualidade ambiental das edificações por meio
da obrigatoriedade de instalação do telhado verde, e construção de reservatórios de
acúmulo ou de retardo do escoamento das águas pluviais para a rede de drenagem
como instrumento no auxílio da drenagem urbana”. Tal lei determina que novas
edificações habitacionais multifamiliares com mais de quatro pavimentos e não-
habitacionais com mais de 400m² de área de cobertura deverão contar com camadas
de vegetação sobre suas coberturas.
A lei ainda determina que lotes com área superior a 500m², com área
impermeabilizada superior a 25% deverão contar com reservatórios de águas pluviais
como condição de aprovação de projetos iniciais. O cálculo para a área de reserva é
para uma chuva com altura de 60mm, idêntica a chuva de projeto adotada em São
Leopoldo/RS (RECIFE (PE), 2015).

Blumenau - SC

No município de Blumenau, em Santa Catarina, o projeto “Telhado Verde”, que


se tornou a Lei Complementar nº. 1.174/2018 tem por objetivo regulamentar a
utilização de telhado verde nas edificações. De acordo com a legislação, toda
edificação que implantar o telhado verde poderá utilizar este espaço no cômputo da
área permeável, na proporção máxima de 50% do exigido no Código de Zoneamento,
Uso e Ocupação do Solo, que atualmente é de 20% da área do terreno. Esse
abatimento da área permeável é valido desde que o telhado verde esteja associado a
um reservatório de águas pluviais para retardo do escoamento ou para reuso das
águas (BLUMENAU - SC, 2018).

Santo André – SP
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De maneira singular, o município de Santo André instituiu a “taxa de drenagem


de águas pluviais”, através da Lei Municipal 7.606/97. De acordo com a legislação, a
taxa de drenagem é devida em razão da utilização efetiva ou da possibilidade de
utilização, pelo usuário, dos serviços públicos de operação e manutenção dos
sistemas de micro e macrodrenagem existentes no Município.
O custo decorrente da prestação dos serviços de drenagem urbana é dividido
proporcionalmente entre cada usuário, segundo a contribuição volumétrica das águas
advindas de seu respectivo imóvel, lançadas ao sistema de drenagem urbana. O valor
mensal da taxa individual terá por base o índice pluviométrico médio mensal do
Município que, associado à área coberta de cada imóvel, definirá o volume
efetivamente lançado ao sistema (SANTO ANDRÉ (SP), 1997).

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO

Poucas cidades
Ações em níveis municipais

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

7 REFERÊNCIAS

{BIBLIOGRAPHY}

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BELO HORIZONTE - MG. Lei no 7166/96. Estabelece normas e condições para


parcelamento, ocupação e uso do solo urbano no município.27 ago. 1996, 1996.

BLUMENAU - SC. Lei Complementar 1174/2018. Acrescenta seção XXI com


artigos 63-A, 63-B, 63-C, 63-D e 63-E ao capítulo VI da Lei Complementar no
1.030, de 18 de dezembro de 2015, para regular a utilização de telhado verde nas
edificações, 2018.

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racional-da-agua-nas-edificacoes-e-da-outras-providencias>. Acesso em: 6 jun. 2019
11

CURITIBA - PR. Decreto no 176/07 de Curitiba PR. Dispõe sobre os critérios para
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RECIFE, P. LEI No 18.112/2015 - DISPÕE SOBRE A MELHORIA DA QUALIDADE


AMBIENTAL DAS EDIFICAÇÕES POR MEIO DA OBRIGATORIEDADE DE
INSTALAÇÃO DO “TELHADO VERDE”, E CONSTRUÇÃO DE RESERVATÓRIOS
DE ACÚMULO OU DE RETARDO DO ESCOAMENTO DAS ÁGUAS PLUVIAIS
PARA A REDE DE DRENAG, 2015.

REIS, R. P. A.; OLIVEIRA, L. H. DE; SALES, M. M. Sistemas de drenagem na fonte


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RIO DE JANEIRO - RJ. Decreto no 23.940/04 de Rio de Janeiro RJ. Torna


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SÃO LEOPOLDO - RS LEI No 8.473 DE 22 DE JUNHO DE 2016. Determina a


adoção de reservatórios de água das chuvas, visando o retardo do escoamento
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12

SÃO PAULO. Lei Ordinária 13276 - Torna obrigatória a execução de reservatório


para as águas coletadas por coberturas e pavimentos nos lotes, edificados ou
não, que tenham área impermeabilizada superior a 500m2. Disponível em:
<https://leismunicipais.com.br/a/sp/s/sao-paulo/lei-ordinaria/2002/1327/13276/lei-
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