Você está na página 1de 14

Formação e evolução do sistema barreira-laguna de

Aveiro

(vulgarmente designado Ria de Aveiro)

Laguna

Barreira
Praia
O sistema carateriza-se pela existência de um canal de maré
(“tidal inlet”) único e com ligação permanente entre a laguna e o Triângulo regulador
de marés
mar. O canal é artificial, aberto e mantido pela ação antrópica

Elementos morfológicos do sistema barreira-laguna de Aveiro


Formação da laguna de Aveiro

Séc. X ~ 1640 1808 - actualidade

Retirado de Dias et al., (1997)


•Holocénico (12.000 anos-atualidade).
Depósitos aluvionares, areias de praia,
areias de duna

Antes dos séc X


Anos Abastecimento
sedimentar

2000
Transgressão
Reduzido
1900
Séc. XIX (1830-1850)
1800 Descida Posição da barreira de Aveiro e do
do nível do mar Elevado
canal (ou canais) de maré ao longo
1700 Pequena
Idade do Gelo dos tempos históricos; relação com o
1600
abastecimento sedimentar e as
1500 Séc. XVI
Elevado alterações climáticas de pequena
1400 amplitude.
1300
Pequeno
Óptimo Climático
1200
Aumento
1100 do nível do mar ? Reduzido

Séc. XI
1000

Elevado
Com a evolução da laguna individualizaram-se, ao longo do tempo, inúmeros
canais de maré de diferente hierarquia, que drenam a atual planície de marés

Barreira

Plan. marés

Canal maré

Canal de Mira
Modelo estrutural na região de Aveiro e plataforma continental
adjacente.
G - G’ representa um graben estreito, limitado pelas falhas R1 e
R4, detetado num dos principais canais (Canal da Vila) a partir de
perfis de reflexão sísmica.
F1 a F3: falhas assinaladas com base na magnetometria marinha
S1 a S5: falhas detetadas na sísmica de reflexão, associadas ao
traçado de atuais canais (Teixeira & Pinheiro, 1998)

Perfil de sísmica de reflexão obtido no Canal da Vila mostrando uma


estrutura em “graben” (Teixeira & Pinheiro, 1998)
Canais de maré

Canais principais: estabelecem a ligação entre o mar e os sistemas protegidos da ação direta das ondas
Canais de maré secundários drenam as zonas internas da planície de
marés, são de elevada sinuosidade e responsáveis pela canalização das
correntes de fluxo e de refluxo em cada ciclo de maré
Arroios são canais subsidiários dos secundários, de
menores dimensões, que drenam a zona entre-marés e
também são responsáveis pela canalização das correntes
de fluxo e de refluxo
Preia-mar

Baixa-mar
Os canais da cidade são canais de maré, artificializados, cujo traçado natural, nalguns casos, terá sido condicionado e
alterado (profundamente?) ao longo dos anos
Costa Nova

Laguna
(Canal de Mira)

Posição da
linha de costa
1958
1970
1998
2010

Vagueira
1/25.000 Vagueira

Variação da largura da barreira de Aveiro entre 1958 e 2010


Variação da área da barreira de Aveiro e tipo de ocupação, a sul
14
do canal de maré, entre 1958 e 2010.
12

10

8
Área (km 2)
6 A diminuição da largura está diretamente relacionada com os
4
Área total processos erosivos que têm afetado a barreira nas últimas
2
Área não urbana
0 décadas. Para isto tem contribuído a intensa erosão das praias, a
1958 Área urbana
1970

Anos
1998
2010 falta de sedimentos, a ação dos temporais, os galgamentos
oceânicos e o consequente recuo da linha de costa

Temporal de 2014
.
É aconselhável a resolução do exercício 3 do conjunto III. ILHAS-BARREIRA E BARREIRAS ARENOSAS do
documento disponibilizado no e-learning

BIBLIOGRAFIA

BERNARDES, C. & ROCHA, F. (2007). Mud levels outcropping in the littoral sand-spit between Torreira and Furadouro (NW Portugal).
Journal of Coastal Research, SI, 50: 1092-1096.
BERNARDES, C. & BAPTISTA, P. (2011). Evolução Recente da Barreira Arenosa de Aveiro. Actas das Jornadas da Ria de Aveiro.
Aveiro: 17-22
DIAS, J.M.A., RODRIGUES, A., MAGALHÃES, F., 1997. Evolução da linha de costa em Portugal, desde o último máximo glaciário:
síntese dos conhecimentos. Estudos do Quaternário, 1, 53-66.
DIAS, J.M.A., BOSKI, T., RODRIGUES, A., MAGALHÃES, F., 2000. Coast line evolution in Portugal since the Last Glacial Maximum
until present–a synthesis. Marine Geology, 170, 177-186.
MAIA, A, BERNARDES, C., ALVES, M. (2015). Cost-benefit analysis of coastal defenses on the Vagueira and Labrego beaches in
North West Portugal. Journal of Integrated Coastal Zone Management, 15(1): 81-90
http://dx.doi.org/10.5894/rgci521

Você também pode gostar