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Guilherme Correia, nº13, 11ºA

Posicionamento acerca da existência de Deus

Para mim, Deus existe. Sustento a minha crença com base em diversos argumentos que
comprovam que Deus é condição necessária tanto para a existência do mundo exterior que
conhecemos como para a existência de um mundo na dimensão espiritual à qual se chama
religião.

Numa segunda instância, pela perspetiva de Descartes, segundo o seu modelo


racionalista e devido ao cogito, o ser humano é um ser imperfeito. Ao fazer esta afirmação
estamos a usar a ideia de perfeição sob a forma de falta de alguma coisa, ou seja, algo que
tornaria perfeita a coisa estudada. Caso o objeto do estudo estivesse completo teríamos a
noção de um ser perfeito. Demonstrando que a ideia de perfeição não se origina nos
sentidos, mas na razão, Descartes abre caminho para a prova racional da existência de
Deus. Ao questionar a origem da ideia de Deus, Descartes depara-se com um problema-
essa ideia não poderia ter surgido do nada, pois o nada, nada cria e nenhum ser, muito
menos um ser perfeito pode ter surgido do nada. Segundo este raciocínio, Descartes afirma
que um ser imperfeito não pode ser causa da criação de um ser perfeito, pois o menos não
pode ser causa do mais. Um ser perfeito pode ser a sua própria causa, ao contrário de um
ser imperfeito. Assim, a existência de uma ideia de perfeição na nossa mente, comprova a
existência de um ser perfeito que a criou e colocou na nossa razão, ou seja, um ser que
pode ser chamado de Deus.
Para além do mais, acreditar na existência de Deus trata-se também de uma questão de
fé, a qual não tem limites. A fé é algo que nos pertence e, deste modo, deve ser
inquestionável para os outros. Tendo isto em conta, para quem tem fé, isso lhes basta e é
condição necessária para que se acredite em Deus.
Há, ainda assim, quem conteste a existência de Deus com base em argumentos
científicos que apenas provam a existência de ciência e não a inexistência de Deus. É um
exemplo disto, a teoria do big bang, que é a teoria mais aceite e que o Universo surgiu há
cerca de 17 milhões de anos através de uma explosão que terá criado tudo o que
conhecemos até à data de hoje. Até mesmo a noção de tempo foi criada nesse momento.
No entanto, em momento algum, esta teoria comprova que Deus não existe. Para os ateus,
será então necessário acreditar que esta explosão surgiu do nada, já que nada existia
antes. Mas será isto verdade? Será que o Universo surgiu mesmo do nada, e sem
intervenção de nenhum ser superior? A resposta para esta pergunta é que Deus é o criador
do Universo e de tudo o que conhecemos.
Há quem afirme ainda que o argumento da existência de Deus surgiu num contexto onde
não existiam recursos tecnológicos suficientes para justificar certos eventos naturais. Assim
Deus surgiu como uma justificação para tudo aquilo que não se conseguia justificar na
época. Com o avanço da ciência muitos dos fenómenos que não conseguiam ser
explicados começaram a ter uma justificação lógica e devidamente comprovada, fazendo
com que muitas pessoas deixassem de acreditar na existência de um ser superior e criador
de tudo. No entanto, continuam a existir muitas pessoas que permanecem crentes, mesmo
tendo acesso a informação que as poderia fazer deixar as suas crenças. Como se justifica
assim que Deus não existe, se mesmo sendo confrontadas com a era da tecnologia e da
informação, há pessoas que mantém a sua fé? Deste modo é possível assumir a existência
de Deus. Como é que tantas pessoas de culturas diferentes, que apesar de não acreditarem
no mesmo Deus, dentro das suas religiões, acreditando numa entidade superior a elas?
Será mesmo uma mentira? Ou será que o facto de todas religiões seguirem um Deus faz
com que ele necessariamente exista? Acredito que o facto de Deus ser algo tão tradicional
e algo tão falado, pressupõe imediatamente a sua existência. Como seria possível discutir
sobre algo que não existe? A resposta é simples: não é possível. Ao discutir e argumentar
sobre a existência de algo estamos automaticamente a pressupor que esse algo existe,
caso contrário estaria longe da capacidade humana e não seria falado.

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