Você está na página 1de 4

EXPERIMENTO 3: Teste da Chama

1. Objetivos:
· Identificar, por meio da cor produzida na chama, alguns cátions;
· Observar o fenômeno de emissão luminosa por excitação e correlacionar com o
Modelo Atômico de Bohr;
· Verificar a distribuição eletrônica dos elementos;
· Reconhecer os limites do Modelo de Bohr;
· Tomar contato com as regiões do espectro eletromagnético.

2. Introdução teórica:
Uma das mais importantes propriedades dos elétrons é que suas energias são
"quantizadas", isto é, um elétron ocupa sempre um nível energético bem definido e não
um valor qualquer de energia. Se, no entanto um elétron for submetido a uma fonte de
energia adequada (calor, luz, etc.), pode sofrer uma mudança de um nível mais baixo para
outro de energia mais alto (excitação). O estado excitado é um estado metal-estável (de
curtíssima duração) e, portanto, o elétron retorna imediatamente ao seu estado
fundamental. A energia ganha durante a excitação é então emitida na forma de radiação
visível do espectro eletromagnético que o olho humano é capaz de detectar. Como o
elemento emite uma radiação característica, ela pode ser usada como método analítico.
Em geral, os metais, sobretudo os alcalinos e alcalinos terrosos são os elementos
cujos elétrons exigem menor energia para serem excitados; por isso foram escolhidos sais
de vários destes elementos para a realização deste experimento. A partir do Modelo
Atômico de Bohr, ficou estabelecido que os átomos possuem regiões específicas
disponíveis para acomodar seus elétrons – as chamadas camadas eletrônicas.
2.1. Os postulados de Bohr
Usando os conceitos quânticos desenvolvidos para a luz, Bohr propõe os seguintes
postulados para o átomo:
- O elétron move-se em órbitas circulares em torno do núcleo do átomo;
- A energia total de um elétron (potencial + cinética) não pode apresentar qualquer
valor, mas sim, valores múltiplos de um quantum;
- Apenas algumas órbitas eletrônicas são permitidas para o elétron e ele não emite
energia ao percorrê-las;
- Quando o elétron passa de uma órbita para outra, emite ou absorve um quantum de
energia.
No estado fundamental, de menor energia, os elétrons ocupam os níveis mais baixos
de energia possíveis. Quando um átomo absorve energia de uma fonte externa, um ou
mais elétrons absorvem essa energia e “pulam” para níveis mais energéticos ou externos.
Neste caso, diz-se que o átomo encontra-se em um estado excitado. Isso pode ser
observado na FIGURA 1.

FIGURA 1: Representação do átomo de Borh

Se a quantidade de energia for menor do que a diferença entre os níveis (E), o elétron
permanece em seu nível de energia. O átomo no estado excitado encontra-se numa
situação em que existe espaço livre em níveis de energia mais baixos. Desse modo, o
elétron excitado ou algum outro que esteja em níveis acima do espaço livre pode cair
deste nível mais externo para ocupar o espaço livre. O átomo, então, volta ao estado
normal de energia. Segundo Bohr, um elétron jamais poderia permanecer entre duas
órbitas tidas como permitidas. Neste caso ocorre emissão de energia na forma de radiação
eletromagnética.
Como os átomos podem ter diferentes níveis, podem ocorrer diferentes transições
eletrônicas (absorção ou emissão), e cada uma dessas possíveis transições envolve um
valor bem definido de energia.
O teste da chama está fundamentado nos princípios do modelo de Bohr, de que
quando certa quantidade de energia é fornecida a um determinado elemento químico,
alguns elétrons da camada de valência absorvem essa energia passando para um nível de
energia mais elevado, produzindo o que chamamos de estado excitado. Quando um ou
mais elétrons excitados retornam ao estado fundamental, eles emitem uma quantidade de
energia radiante igual àquela absorvida, cujo comprimento de onda é característico do
elemento e da mudança de nível eletrônico de energia. Assim, a luz de um comprimento
de onda particular pode ser utilizada para identificar um referido elemento.
Uma chama não-luminosa de Bunsen consiste em 3 partes: um cone interno azul
(ADB), compreendendo, principalmente, gás não queimado, uma ponta luminosa em D
(que só é visível quando os orifícios de ar estão ligeiramente fechados), um manto externo
(ACBD), na qual se produz a combustão completa do gás. As partes principais da chama,
de acordo com Bunsen, são claramente indicadas na FIGURA 3 abaixo. A mais baixa
temperatura está na base da chama (a), que é empregada para testar substâncias
voláteis, a fim de determinar se elas comunicam alguma cor à chama. A parte mais quente
da chama é a zona de fusão (b), que fica a cerca de um terço de altura da chama e
eqüidistante do interior e exterior do manto. A zona oxidante inferior (c) está situada na
borda mais externa de b e pode ser usada para oxidação de substâncias dissolvidas em
pérolas de bórax. A zona oxidante superior (d) é a ponta não-luminosa da chama. Nesta
região há um grande excesso de oxigênio e a chama não é tão quente. A zona redutora
superior (e) está na ponta do cone interno azul e é rica em carbono incandescente. A zona
redutora inferior (f), está situada na borda interna do manto próximo ao cone azul.

FIGURA 3: Temperaturas da chama não luminosa do bico de Bunsen

Tabela 1: Ocorrência das linhas do espectro

Região do Cor absorvida


espectro λ
(nm)
400-435 Violeta
435-480 Azul
480-490 Azul-esverdeado
490-500 Verde-azulado
500-560 Verde
560-580 Verde-amarelado
580-595 Amarelo
595-650 Alaranjado
650-750 Vermelho
3. Materiais:
Solução de cloreto de cálcio, cloreto de litio, cloreto de bário, cloreto de sódio
e cloreto de potássio;
5 béqueres de 10 mL;
5 fios de níquel – cromo;
solução de HCl concentrado;
pipeta de 5,00 mL;
1 vidro de relógio.
Espatula
Balança analitica
5 Balões Volumetricos de 10 mL

4. Procedimento Experimental:
a)Prepare as soluções nas concentração estabelecida
b) Acenda a chama do bico de Bunsen e calibre a entrada de ar para obter
uma chama azulada quase transparente.
c) Limpe os fios metálicos que serão utilizados no experimento, mergulhando-
os em solução de HCl concentrado, previamente colocada no vidro de relógio, e
em seguida, aquecendo-os em rubro na chama do bico de Bunsen. Esse processo
deve ser repetido até que a chama do bico de Bunsen não altere sua coloração.
d) Mergulhe o fio limpo na solução da amostra em estudo e observe a
coloração da chama.
e) Anote o resultado em uma tabela. Compare seu resultado com os
resultados dos outros grupos.

Cálculos prévios
Solução de NaCl
Concentração: 0.5 M Volume: 10 mL
Nº moles: ................
Massa a pesar......... massa pesada...........
M NaCl: .................

Solução de KCl
Concentração: 0.5 M Volume: 10 mL
Nº moles: ................
Massa a pesar......... massa pesada...........
M KCl: .................

Solução de LiCl
Concentração: 0.5 M Volume: 10 mL
Nº moles: ................
Massa a pesar......... massa pesada...........
M LiCl: .................

Solução de CaCl2
Concentração: 0.5 M Volume: 10 mL
Nº moles: ................
Massa a pesar......... massa pesada...........
M CaCl2: .................

Solução de BaCl2
Concentração: 0.5 M Volume: 10 mL
Nº moles: ................
Massa a pesar......... massa pesada...........
M BaCl2: .................

5. Resultados experimentais
5.1. A cor das chamas
Solução Cor da Chama Cor da Chama Metal
Observada Esperada
NaCl
KCl
LiCl
CaCl2
BaCl2

5. Questões para o relatório:


1) Quais os postulados de Bohr?
2) Em que se fundamenta o teste da Chama ?
3) Usando o sódio como exemplo, qual o E dos elétrons que estão sofrendo essa
transição eletrônica?
3) Estes testes são conclusivos para identificar um elemento? Pode ser aplicado a
todos os metais ?
4) Quando uma espécie não apresenta coloração ao ser colocada na chama,
podemos afirmar que não está ocorrendo transição eletrônica? Justifique .
5) Grande parte da iluminação de Teresina é feita com lâmpadas a vapor de sódio.
Por que elas apresentam coloração amarela ?
6) Qual a diferença entre "espectro eletromagnético" e "espectro atômico" ?
7) Explique o efeito colorido dos fogos de artifícios.

Referência:
MAIA, D. Práticas de Química para Engenharias. Campinas, SP: Editora Átomo, 2008.
SHRIVER, D. F E ATKINS P. W. Química Inorgânica. 3a edição. Tradução: Maria Aparecida B.
Gomes. São Paulo. Ed. Bookman. 2003.

Você também pode gostar