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9º ANO – ENSINO FUNDAMENTAL

PROPOSTA DE REDAÇÃO 1
3º BIMESTRE
TEMA: INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

PROFESSOR: LÉLIO
Leia a proposta de redação do Enem – 2016, bem como seus textos motivadores:

Texto I
Em consonância com a Constituição da República Federativa do Brasil e com toda a
legislação que assegura a liberdade de crença religiosa às pessoas, além de proteção e
respeito às manifestações religiosas, a laicidade do Estado deve ser buscada, afastando a
possibilidade de interferência de correntes religiosas em matérias sociais, políticas,
culturais etc.
(Disponível em: www.mprj.mp.br - Acesso em: 21 maio 2016. Fragmento).

Texto II
O direito de criticar dogmas e encaminhamentos é assegurado como liberdade de
expressão, mas atitudes agressivas, ofensas e tratamento diferenciado a alguém em
função de crença ou de não ter religião são crimes inafiançáveis e imprescritíveis.
(STECK, J. Intolerância religiosa é crime de ódio e fere a dignidade. Jornal do Senado.
Acesso em: 21 maio 2016. Fragmento).
Texto III
CAPÍTULO I
Dos Crimes Contra o Sentimento Religioso
Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo
Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa;
impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente
ato ou objeto de culto religioso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem
prejuízo da correspondente à violência.
(BRASIL. Código Penal. Disponível em: www.planalto.gov.br - Acesso em: 21 maio 2016.
Fragmento).
Proposta de redação
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo
em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema "Caminhos para
combater a intolerância religiosa no Brasil", apresentando proposta de
intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de
forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Veja uma das redações que obtiveram nota máxima no Enem-2016
No meio do caminho tinha uma pedra
No limiar do século XXI, a intolerância religiosa é um dos principais problemas que o
Brasil foi convidado a administrar, combater e resolver. Por um lado, o país é laico e
defende a liberdade ao culto e à crença religiosa. Por outros, as minorias que se
distanciam do convencional se afundam em abismos cada vez mais profundos, cavados
diariamente por opressores intolerantes.
O Brasil é um país de diversas faces, etnias e crenças e defende em sua Constituição
Federal o direito irrestrito à liberdade religiosa. Nesse cenário, tomando como base a
legislação e acreditando na laicidade do Estado, as manifestações religiosas e a
disseminação de ideologias fora do padrão não são bem aceitas por fundamentalistas.
Assim, o que deveria caracterizar os diversos "Brasis" dentro da mesma nação é motivo
de preocupação.
Paradoxalmente ao Estado laico, muitos ainda confundem liberdade de expressão
com crimes inafiançáveis. Segundo dados do Instituto de Pesquisa da USP, a cada mês
são registrados pelo menos 10 denúncias de intolerância religiosa e destas 15%
envolvem violência física, sendo as principais vítimas fieis afro-brasileiros. Partindo
dessa verdade, o então direito assegurado pela Constituição e reafirmado pela
Secretaria dos Direitos Humanos é amputado e o abismo entre oprimidos e opressores
torna-se, portanto, maior.
Parafraseando o sociólogo Zygmun Bauman, enquanto houver quem alimente a
intolerância religiosa, haverá quem defenda a discriminação. Tomando como norte a
máxima do autor, para combater a intolerância religiosa no Brasil são necessárias
alternativas concretas que tenham como protagonistas a tríade Estado, escola e mídia. O
Estado, por seu caráter socializante e abarcativo deverá promover políticas públicas que
visem garantir uma maior autonomia religiosa e através dos 3 poderes deverá garantir,
efetivamente, a liberdade de culto e proteção; a escola, formadora de caráter, deverá
incluir matérias como religião em todos os anos da vida escolar; a mídia, quarto poder,
deverá veicular campanhas de diversidade religiosa e respeito às diferenças. Somente
assim, tirando as pedras do meio do caminho, construir-se-á um Brasil mais tolerante."
Desmontando o texto fornecido.
No limiar do século XXI, a intolerância religiosa é um dos principais problemas
que o Brasil foi convidado a administrar, combater e resolver. Por um lado, o país é
laico e defende a liberdade ao culto e à crença religiosa. Por outros, as minorias
que se distanciam do convencional se afundam em abismos cada vez mais
profundos, cavados diariamente por opressores intolerantes.

1º § - Introdução
 Tema e tese: a intolerância religiosa é um dos principais problemas que o Brasil
enfrenta e precisa resolver no século 21;
 Delimitação/argumento 1:
O país é laico e defende a liberdade religiosa;
 Delimitação/argumento 2:
As minorias que não se enquadram nas religiões tradicionais são vítimas constantes de
ataques de grupos radicais.
O Brasil é um país de diversas faces, etnias e crenças e defende em sua
Constituição Federal o direito irrestrito à liberdade religiosa. Nesse cenário,
tomando como base a legislação e acreditando na laicidade do Estado, as
manifestações religiosas e a disseminação de ideologias fora do padrão não são
bem aceitas por fundamentalistas. Assim, o que deveria caracterizar os diversos
"Brasis" dentro da mesma nação é motivo de preocupação.
2º § - Desenvolvimento 1
 Reapresentação do argumento: o Brasil é um país de diversidades e a Constituição
Federal garante a liberdade de fé e culto;
 Recurso para comprovação: exemplo
Os fundamentalistas desrespeitam a Constituição e promovem manifestações
religiosas e disseminação de ideologias sobre esses cultos diferentes;
 Discussão do argumento:
Essas diversidades que deveriam caracterizar o país provocam a preocupação em
todos os envolvidos.
Paradoxalmente ao Estado laico, muitos ainda confundem liberdade de expressão
com crimes inafiançáveis. Segundo dados do Instituto de Pesquisa da USP, a cada
mês são registrados pelo menos 10 denúncias de intolerância religiosa e destas 15%
envolvem violência física, sendo as principais vítimas fieis afro-brasileiros. Partindo
dessa verdade, o então direito assegurado pela Constituição e reafirmado pela
Secretaria dos Direitos Humanos é amputado e o abismo entre oprimidos e
opressores torna-se, portanto, maior.
3º § - Desenvolvimento 2
 Reapresentação do argumento: a maioria dos intolerantes chamam de liberdade de
expressão e, com isso, as minorias sofrem as mais variadas formas de violência;
 Recurso para comprovação: estatística e exemplos
Pesquisa da USP registra pelo menos 10 denúncias de intolerância religiosa das quais
15% envolvem violência física, principalmente contra os fieis afro-brasileiros;
 Discussão do argumento:
Apesar de contrariar os preceitos da Constituição, a diferença entre oprimidos e
opressores cresce exageradamente.
Parafraseando o sociólogo Zygmun Bauman, enquanto houver quem
alimente a intolerância religiosa, haverá quem defenda a discriminação.
Tomando como norte a máxima do autor, para combater a intolerância religiosa
no Brasil são necessárias alternativas concretas que tenham como protagonistas
a tríade Estado, escola e mídia. O Estado, por seu caráter socializante e
abarcativo deverá promover políticas públicas que visem garantir uma maior
autonomia religiosa e através dos 3 poderes deverá garantir, efetivamente, a
liberdade de culto e proteção; a escola, formadora de caráter, deverá incluir
matérias como religião em todos os anos da vida escolar; a mídia, quarto poder,
deverá veicular campanhas de diversidade religiosa e respeito às diferenças.
Somente assim, tirando as pedras do meio do caminho, construir-se-á um Brasil
mais tolerante."
4º § - Conclusão:
 Retomada da tese:
A discriminação religiosa vai ocorrer enquanto houver quem apoie essa intolerância;
 Encerramento por propostas de solução:
1ª proposta: o Estado deve promover políticas que garantam a autonomia, a
liberdade e a proteção aos cultos;
2ª proposta: a escola deverá promover disciplinas que conscientizem as pessoas sobre
as religiões;
3º proposta: a mídia deverá veicular campanhas sobre a diversidade religiosa e o
respeito às diferenças.
Produza uma dissertação, com o tema abaixo:
Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil
ESQUEMA:
 INTRODUÇÃO (1º §): Apresentação do tema e da tese (1º período) + apresentação
do argumento 1 (2º período) + apresentação do argumento 2 (3º período)
 DESENVOLVIMENTO 1 (2º §): Reapresentação do argumento 1 (1º período) +
comprovação do argumento (2º ou 2º e 3º períodos) + discussão do argumento (3º
ou 4º período)
 DESENVOLVIMENTO 2 (2º §): reapresentação do argumento 2 (1º período) +
comprovação do argumento (2º ou 2º e 3º períodos) + discussão do argumento (3º
ou 4º período)
 CONCLUSÃO (4º §): expressão introdutória (portanto) + retomada do tema e da
tese (1º período) + discussão final do tema (2º período / não obrigatório) +
encerramento em forma de proposta (3º período /escolher uma das propostas do
texto desmontado e modificá-la).
Vamos destrinchar o esquema?
1º Parágrafo – Introdução

1ª Frase:
Tema e tese: o fato de o Brasil possuir um alto índice de intolerância religiosa e
isso ser grave.

2ª Frase:
Argumento 1 – O país é laico e tem diversidade religiosa

3ª Frase:
Argumento 2 – A violência realizada por algumas pessoas em relação às
religiões minoritárias.
2º Parágrafo – Desenvolvimento 1
1ª Frase:
Retomada do 1º argumento: diversidade e laicidade do Estado

2ª Frase (ou 2ª e 3ª frases)


Comprovação do argumento 1: fatos, livros, filmes, dados que mostrem que
existe essa laicidade ou que ela é burlada. Atenção que devem ser usados
conectores de continuidade do argumento (assim, dessa maneira, dessa
forma) ou contrários (no entanto, porém, entretanto), o que depende se o
recurso comprova ou não o argumento;

3ª Frase:
Comentário final do argumento: trata-se de um momento em que você deverá
emitir sua opinião (em 3ª pessoa) sobre essa questão.
3º Parágrafo – Desenvolvimento 2
1ª Frase:
Retomada do 2º argumento: existe uma imensa violência contra as religiões de
minoria e as pessoas que as professam.

2ª Frase (ou 2ª e 3ª frases)


Comprovação do argumento 2: uso de dados estatísticos, exemplos, fatos,
livros, músicas, etc., para demonstrar que essa violência é real e clara;

3ª Frase:
Comentário final do argumento: do mesmo modo, trata-se de um momento
em que você deverá emitir sua opinião (em 3ª pessoa) sobre essa questão.
4º Parágrafo – Conclusão
1ª Frase:
Retomada do tema e da tese: nesse momento, deverá ser reforçada a ideia de
que a intolerância existe e precisa ser trabalhada.
2ª Frase:
Essa frase é facultativa, porém é um momento em que pode-se exibir mais
uma ideia sobre a intolerância, pode-se inclusive colocar mais um exemplo. O
único elemento proibido é o oferecimento de uma ideia totalmente nova, por
exemplo, o aprofundamento sobre outras formas de intolerância
3ª Frase:
Encerramento positivo: chama-se perspectiva, representa uma tentativa de
resolver o problema. Para tanto, deve ser usada uma das TRÊS propostas
oferecidas pelo texto principal.
Observações:
A. A produção textual deverá usar as informações do texto inicial, conforme
orientado nos esquemas. TERÁ O TEXTO ANULADO O ALUNO QUE NÃO SEGUIR
ESSAS ORIENTAÇÕES;
B. Para auxiliar o trabalho, use essas expressões:
 Entre as frases/períodos, dentro de um mesmo parágrafo: além disso, dessa
maneira, dessa forma, desse modo, sendo assim, por assim ser, diante disso,
associado a isso, ademais (somente no 3º parágrafo), com base nessa ideia,
etc. (Obs.: não utilize “e” no começo de frase);
 Para iniciar o 3º §: por outro lado, em sentido oposto, em contrapartida, sob
outra ótica, sob outro viés, etc. (Obs.: percebam que o 3º parágrafo
representa uma oposição em relação ao 2º)
E. Gênero: Dissertação argumentativa (DA) e tema: Intolerância religiosa
F. Dê um título para seu texto (Obs.: não use o título do texto original);
G. Faça entre 25 e 30 linhas;
Para auxiliá-los, aqui estão alguns recursos argumentativos para serem usados no
seu texto, além dos que se encontram nos textos motivadores:
Teorias:
1. Segundo Albert Einstein, cientista contemporâneo, é mais fácil desintegrar um
átomo do que um preconceito enraizado;
2. Sócrates menciona que os erros são consequência da ignorância humana;
3. Gilberto Freyre em sua obra “Casa-grande senzala” afirma que a sociedade não
pode ser reprodução da casa colonial;
4. Para Zygmunt Bauman, em sua “Modernidade Líquida”, o individualismo é uma
das maiores características da pós-modernidade, o que é capaz de gerar a
intolerância às diferenças;
5. O sociólogo Adorno disse que a mídia cria certos estereótipos que tiram a
liberdade de pensamento dos espectadores.
Outras informações:
1. Na novelinha infanto-juvenil “Malhação viva a diferença” reexibida em 2020 um
dos temas trabalhados é a questão racial associada à questão das religiões afro-
brasileiras;
2. O livro e o filme “O Pagador de Promessas” revelam o preconceito sofrido por um
rapaz que faz uma promessa no candomblé, para ser paga em uma igreja católica;
3. O disque 100 serve para se fazer denúncias de intolerância religiosa;
4. Nas notas brasileiras está estampada a seguinte inscrição “Deus seja louvado”, o
que contraria a laicidade do Estado;
5. No Congresso Federal, há uma imagem de Cristo crucificado, o que também
contraria a laicidade do Estado;
6. Um ex-pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, ficou conhecido no Brasil e
no mundo por chutar a imagem de Nossa Senhora Aparecida em seu programa
de televisão na TV Record, no dia 12 de outubro de 1994, dia da padroeira, o
que representa um crime de vilipêndio, pelo Código Penal Brasileiro;
Para auxiliá-los, foi feito um texto MODELO, baseado nas
informações do texto central “No meio do caminho tinha
uma pedra” para orientá-los quanto a sua produção.
Entretanto, esse modelo não pode ser copiado, sob pena
de anulação textual.
Fé, sim; violência, não!
A intolerância religiosa encontra-se na contramão do desenvolvimento de
uma povo e, no Brasil, sua existência se deve a questões de ordem histórica e
cultural. Nessa linha de raciocínio, o país é laico, o que é garantido pela Carta
Magna e seu desrespeito é punido pelas respectivas leis. Ainda assim, muitos, em
nome da liberdade de expressão ou sem justificativa, praticam atos inusitados,
contra aqueles que professam uma fé considerada inadequada ou inferior.
A apostasia, direito de manter ou modificar sua religião, bem como o
proselitismo, permissão para difusão de sua fé, são prerrogativas do Estado
brasileiro, garantidos pela Constituição Federal. Segundo Gilberto Freyre em sua
obra “Casa-grande senzala” a sociedade não pode ser uma reprodução da casa
colonial. No entanto, é bem isso que ocorre; visto que, no país, a suposta noção do
Cristianismo como religião oficial, fomenta a visão de superioridade desse culto
sobre os demais de todo o território.
Em oposição à garantia legal, muitos radicais religiosos, chamados de
fundamentalistas, não suportam a crença alheia e agem de modo intolerante, sob
o argumento de liberdade de expressão. Para Einsten, é mais fácil desintegrar um
átomo do que um preconceito enraizado; o qual, nesse caso, materializa-se na
destruição de objetos de culto ou no ataque a seres humanos. Assim, a destruição
de uma imagem católica exibida por um líder religioso em um programa de tevê
demonstra a necessidade da rigidez legal para aplacar essas atitudes, como o que
é previsto no artigo 208 e seguintes do Código Penal Brasileiro.
É evidente, portanto, que a intolerância religiosa é uma realidade e, o mais
grave, propulsionada por inúmeras pessoas, o que acentua a problemática. O país,
por meio de medidas como a criação do Disque 100 recebe denúncias acerca desse
comportamento. Porém, o Estado deve promover políticas mais eficientes contra
esses atos de violência, desde uma efetiva conscientização sobre a diversidade
religiosa do país até uma punição severa àqueles que insistirem em desrespeitá-la,
a fim de que os preceitos constitucionais sejam preservados.
ENTREGA:
ATÉ 20/08
TOLERÂNCIA: ATÉ 23/08

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