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Universidade Estácio de Sá
Ética e Comportamento
Profissional
Conteúdo:
3. Qualidade no atendimento.
3.1. Apresentação física.
3.2. Postura profissional e abordagem pessoal.
3.3. Prestação de informações.
4. Desempenho eficiente.
7. Bibliografia.
8. Slides da disciplina.
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Por que agimos assim? O que nos faz estar aqui e agora?
Essas são questões relevantes? Ou elas não fazem sentido algum? A noção
de que há razões para se agir assim ou de outro modo, de que podemos apresentar
motivos que nos levaram a tomar alguma decisão, não é necessária pois, a princípio,
podemos viver sem nos preocuparmos com isso, fazendo por fazer, por indiferença
ou para cumprir ordens. O ser humano é capaz de viver assim.
O que significa isso? É agir e trabalhar sem ser a causa da sua ação,
como uma máquina. Nos perguntamos: queremos ser máquinas? Agir de modo
irresponsável e inconsequente?
As respostas a essas perguntas também não são imediatas. Pode haver
quem prefira ser máquina, mas aí vem o problema: por que alguém prefere algo?
Mesmo para preferirmos isso, fizemos uma opção, algo nos levou a isso. Pense
bem: mesmo se optarmos por não tomarmos decisão, estaremos tomando uma
decisão.
Aonde isso nos levará? Seria apenas uma decisão de tomar decisão de
tomar decisão? Não, o problema do porquê das ações, ao final, nos levará a
nós mesmos. Decidimos algo porque isso parece que vai nos levar a ser feliz.
O conjunto de nossas decisões manifesta a maneira como reagimos a certos
problemas e constitui o que chamamos de comportamento.
Dizíamos, então, que não há razões para fazermos o que fazemos. Isso não
é, de fato, necessário, mas, à medida que escolhemos algo porque isso nos parece
ser bom para nós, aquilo que não é necessário se entrelaça com a nossa felicidade.
A felicidade não é necessária: há muita gente que vive sem ela, que sobrevive,
mas a pergunta é: alguém consegue viver sem buscar aquilo que considera como
melhor para si mesmo?
Se buscamos a felicidade, temos um projeto de vida. Ter projeto é ver
no futuro o que não temos. E aí tentamos fazer hoje algo para conseguirmos
o que queremos. Talvez isso signifique – e em boa parte das vezes ocorre
– que teremos de abrir mão de um prazer mais imediato em nome do nosso
projeto, como um gordinho deixa de comer um brigadeiro para ficar em paz
com a balança. O que ele está fazendo? Calculando: abro mão de algo aqui
para ganhar algo mais ali, algo que representa para mim uma felicidade
maior.
Assim, não pensamos só no presente, também no futuro e em como o
presente é a semente do futuro, é a causa do que virá. Com isso, voltamos a
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refletir em por que estamos aqui agora e vemos que estamos aqui por causa de
uma decisão do passado que projetava no futuro a nossa presença.
Enfim, se a resposta à nossa primeira pergunta – por que você faz o que faz?
– era porque eu busco o que é melhor para mim, então, mesmo que a questão não
seja necessária, ela é da maior importância, dela depende a felicidade. E assim,
ao entendermos que faz sentido perguntar por que estamos aqui, nós entramos
no âmbito da ética e passamos a refletir sobre nosso comportamento e postura
profissional e cidadã.
A ética é a preocupação com o porquê das ações. É a investigação dos
motivos que temos para tomar nossas decisões: se esses são bons motivos, que
podem de fato nos levar à felicidade, ou se são maus, que vão acabar em um
grande transtorno para nós mesmos.
2.1. Hospitalidade
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3. Qualidade no atendimento
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4. Desempenho eficiente.
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Os valores éticos têm origem nos costumes e por isso podem variar de
país para país, de cultura para cultura. O costume opera através da repetição e
perpetua-se pela transmissão de pai para filho. Quando se torna hábito, alguns
valores se impõem como se fossem os únicos possíveis, isto é, como uma
espécie de modelo ou padrão para o certo e para o errado, não só na existência
moral, mas em vários âmbitos da vida prática, como, por exemplo, na culinária
e no modo de nos vestirmos. Ao pertencermos a um grupo, com determinados
costumes, temos dificuldades de compreendermos opções e costumes que
se diferenciam dos nossos. Como convencer a um brasileiro que a carne de
cachorro pode ser uma iguaria, ou que há povos que evitam a carne bovina?
A dificuldade de aceitarmos os costumes alheios mostra como são fortes os
costumes que herdamos e como eles guiam nossas ações, mesmo quando não
nos damos conta disso.
Quando nos deparamos com avaliações e entendimentos diferentes sobre
um mesmo problema moral, devemos agir automaticamente guiados por nossos
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costumes ou suspeitar que o problema pode ser encarado de modo diferente, por
causa do relativismo ético-cultural?
Nos dias de hoje, quando o fluxo de pessoas ao redor do mundo é cada
vez mais intenso, e quando o nosso próprio país é visitado por grupos culturais
diversificados, devemos ter em mente que, apesar de nossa dificuldade de
entender e aceitar costumes diferentes, também os nossos se mostram diferentes
para o estrangeiro. Como não é simples nem imediato a mudança de valores,
devemos respeitar diferenças, ou aproveitar para compará-los aos nossos
próprios costumes. Quando fazemos isso, percebemos que há muitos modos de
organização moral e social ao redor do planeta e que todo e qualquer julgamento
e condenação da cultura alheia é parcial e, portanto, dispensável, na maioria dos
casos.
Além de variar de cultura para cultura, os valores éticos sofrem alteração
ao longo do tempo. Isso acontece toda vez que o sistema de transmissão de
hábitos e costumes falhar. Sua falha, no entanto, nunca é total. Para nossa
sorte, a maioria foi capaz de assimilar boa parte dos valores éticos e morais de
nosso país, e somente por isso é que a vida em comunidade, apesar de todos os
problemas, continua possível e preferível. A assimilação de valores, portanto, é
similar ao aprendizado da língua materna. Assim como falar Português é natural
para nós, brasileiros, é fácil distinguir o certo do errado relativo a essa mesma
sociedade.
A variação ou relativização dos valores éticos não é, necessariamente, ruim,
mas a sensação que se tem dentro de um panorama de valores variados é de perda
da segurança. A ausência de certezas, por sua vez, não significa, na maioria dos
casos, que a moral deixou de existir, mas, ao contrário, que ela deixou de ser como
era. Há várias gerações a sociedade vem encontrando meios de se organizar, por
que seria diferente agora?
O Código de Ética do Bacharel em Turismo diz o seguinte:
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prazo, quando se trata do setor de turismo. Mas como colocar isso em prática? Se
eu assumir a bandeira da sustentabilidade e meu concorrente não o fizer, será que
eu não estou perdendo dinheiro?
Na outra ponta, o problema não é menor: na maioria das vezes os turistas
não são conscientes sobre a importância histórica de um monumento ou de
determinado bioma; nesse caso, de quem é a responsabilidade? Toneladas de lixo
são deixadas nas praias e nas ruas todo ano e ninguém parece disposto a assumir
responsabilidade sobre isso. Como se tratam de várias ações praticadas por muitos
grupos, com interesses diversos, é preciso evitar que temas como preservação e
sustentabilidade fiquem apenas no discurso, isto é, as dificuldades não devem
impedir ações práticas, pois do contrário estaremos desperdiçando os grandes
potenciais (natural e cultural) de nossa cidade e, por outro lado, o associado à
industria do turismo, no que tange à criação de empregos e à distribuição de
renda.
Quando ouvimos falar no rápido esgotamento dos recursos naturais e,
consequentemente, no risco de colapso de grandes indústrias, como no caso do
setor de petróleo, percebemos o quanto o turismo – se planejado e sustentável –
pode ser importante para nosso país por dois motivos principais: primeiro porque
se trata de uma indústria renovável e, segundo, por gerar uma grande quantidade
de empregos para diferentes níveis de qualificação.
É preciso, no entanto, atentar que nem todos os modelos de turismo praticados
no Brasil são sustentáveis ou capazes de maximizar vantagens. Os grandes resorts,
segundo ARAUJO (2003; 99), ao oferecerem alimentação completa, translado,
lojas de souvenirs, etc., acabam concentrando benefícios, além de causar grandes
impactos sociais e ambientais. Do ponto de vista social, a especulação imobiliária,
o crescimento abrupto de consumo de água, luz e de certas iguarias por parte
desses grandes empreendimentos, podem produzir diminuição da qualidade de vida
da população local. Ainda que a legislação vigente proíba praias particulares, por
exemplo, em muitos casos até mesmo a circulação da população sofreu restrição.
Em relação ao meio ambiente, os impactos também são notáveis. Valendo-
se da fragilidade da infra-estrutura de algumas cidades, grandes empreendimentos
são aprovados pelo poder público sem análise de impacto ambiental e sem
exigências mínimas, no que diz respeito ao tratamento de esgoto e reciclagem
de lixo. A população local percebe tais impactos, mas nem sempre consegue se
organizar para denunciá-los e exigir a reparação.
Enfim, como a preservação ambiental é ação de responsabilidade com as
gerações futuras, nos cabe executá-las e exigir que outros façam o mesmo. Vale
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lembrar ainda que o artigo 225, parágrafo 3º, da Constituição Federal prevê que: “As
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados”.
Para o profissional de turismo, no entanto, as preservações ambiental e
cultural é uma questão de manutenção da própria atividade profissional, razão pela
qual ela ocupa tanto espaço no código de ética da categoria. Vejamos:
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O turismo sexual não é uma ocorrência casual. Ele requer toda uma rede que
não é simples de ser estabelecida. Em primeiro lugar, para que o turista busque
um certo destino para realizar práticas antiéticas, ele precisa reconhecer este lugar
como apresentando segurança para tais atos. Isso envolve, como já dissemos, as
agências governamentais, em suas ações de divulgação, mas também as privadas,
como companhias aéreas e hotéis, que divulgam seus serviços assegurando
cortesia e privacidade ao cliente. Em seguida, a promessa dos anúncios precisa
contar com a participação dos profissionais envolvidos no setor de prestação de
serviços ao turista, como taxistas, garçons, atendentes, comerciantes, etc. São
eles que possibilitam que desejos ilícitos se concretizem em ações, não apenas
agenciando encontros, mas também garantindo o seu anonimato e impunidade.
Assim, podemos ver que a prostituição se configura apenas como o último ponto de
uma cadeia de serviços prestados, uma seqüência que confunde a hospitalidade
e a recepção profissionais com favores ilícitos paralelos, sempre intermediada por
gorjetas e comissões.
Medidas para o combate deste tipo de prática:
1. A conscientização: O turismo sexual é crime e precisa ser combatido, antes
de tudo, por ferir o princípio de respeito ao ser humano. Ademais, o profissional
que entende os princípios éticos de sua atividade sabe que o agenciamento sexual
acaba por construir uma organização criminosa que se instaura nos destinos
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turísticos e que, a longo prazo, mina toda a estrutura legal, diminuindo o próprio
potencial de atração da região.
2. A reelaboração da divulgação turística dos destinos: Associá-los a
estereótipos sexuais é a principal causa do turismo sexual, afinal é isso o que
gera o primeiro movimento do interessado em tais práticas. É preciso desfazer a
associação entre símbolos sensuais e turismo, para que, já de início, o propósito
da viagem não seja ele mesmo antiético. Nesse nível, as ações não apenas
governamentais, mas também da iniciativa privada e da sociedade civil, devem ser
meticulosamente pensadas.
Por fim, a atenção deve ser redobrada com a exposição do Brasil no exterior
por causa da estreita relação, abordada acima, entre cultura e ética. Como vimos,
o costume nos faz tolerantes ou intolerantes a certas práticas. Desse modo, apesar
do brasileiro, de modo geral, considerar como “natural” e normal o uso de trajes
sumários em nossas praias e no Carnaval do Rio de Janeiro, é preciso levar em
conta que uma vez fora do contexto, ou seja, fora da cultura brasileira, esses
costumes podem ser mal interpretados. Não se trata, porém, de alterar nossos
costumes em nome do “puritanismo” desse ou daquele país, mas nos cabe mostrar
que o Carnaval é uma festa popular, que faz parte da cultura brasileira, e que o seu
foco é a música, o desfile, não a “comercialização” de serviços sexuais. Se bem
contextualizado, o Carnaval ou nossa cultura de praia, será modelo e não algo
reprovável.
7. Bibliografia:
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8. Slides da disciplina:
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