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CONCLUSÃO

SISTEMAS SOCIOECONÔMICOS / GLOBALIZAÇÃO

Um sistema socioeconômico seria a forma de como uma sociedade se organiza para suprir suas
necessidades básicas ou seus interesses. O sistema engloba os tipos de propriedades, e a gestão da
economia, os processos de circulação das mercadorias, o consumo e os níveis de desenvolvimento
tecnológico e de divisão do trabalho.

São exemplos de sistemas socioeconômicos: Comunitário que prevaleceu durante a Pré-História,


Escravagista que prevaleceu durante a Idade Antiga, Feudal que prevaleceu durante a Idade Média,
Socialista, Capitalista, Multipolar/Globalização, etc.

Os sistemas socioeconômicos que mais se destacam são o: Capitalista e Socialista.

No Sistema Socialista que surgiu na Rússia em 1917, todas as empresas industriais ou rurais passam
a ser administradas pelo estado, tudo é dividido entre todos, favorecendo o surgimento de uma
sociedade sem divisão de classes, a economia controlada pelo estado é denominada de planificada.

O Socialismo real, caracterizado pelo excessivo controle do estado não direcionou corretamente os
rumos do mercado e do processo de industrialização e comercialização, além de focalizar as
atividades industriais na produção bélica, deixando de lado a produção de bens de consumo. Com
isso a URSS ficou sem competitividade e defasada tecnologicamente, fatores esses que foram
determinantes para o declínio do sistema não só na URSS, como também em outras nações.
Atualmente apenas alguns países adotam o socialismo, como China, Vietnã, Coréia do Norte e Cuba.

O Capitalismo surgiu durante a Revolução Industrial. Consiste na economia de mercado em que o


próprio determina a trajetória da circulação, dos preços e da produção. Suas principais
características são:

 Baseado na propriedade privada - de recursos financeiros, bens móveis (carro, moto, avião)
e bens imóveis (apartamentos, casas e fazendas);
 Busca pelo lucro - as empresas comercializam produtos e serviços em busca de lucros para
continuar e expandir suas atividades;
 Livre concorrência de mercado - presença de empresas que comercializam produtos e
serviços para os consumidores em geral;
 Consumo contínuo - os consumidores possuem necessidades de consumo que são
consideradas infinitas. Estas necessidades são supridas com os produtos (duráveis e não
duráveis) e serviços oferecidos pelo mercado.
 Produção contínua - extração de matérias-primas para a fabricação de bens de consumo;

Depois do período bipolar que dividia o mundo em dois lados distintos, surge uma nova realidade no
qual não mais duas nações são potências e dois regimes político-econômicos são aplicados. Agora
existe a hegemonia do capitalismo em nível global (Globalização). Esse mundo multipolar
corresponde aos países que lideram a direção do planeta, o primeiro é os EUA, maior potência
econômica e militar, segunda potência é o Japão e a terceira são os países da Europa desenvolvida.
O Capitalismo Globalizado é o sistema socioeconômico predominante no mundo atualmente. No
entanto, esse sistema não tem sido capaz de assegurar uma convivência harmônica entre os seres
humanos e a natureza. A busca excessiva pelo lucro, a difícil relação capital versus trabalho, a
devastação da natureza pela disputa insana por matérias-primas, o aumento das desigualdades
sociais e a perda de valores são pontos negativos do capitalismo.

Os problemas relacionados ao aumento da pobreza, concentração de rendas, crises econômicas,


climáticas e políticas, protestos, atentados terroristas, migrações de refugiados - que vem se
intensificando em muitos países do mundo, é uma mensagem clara que alerta para o fato de que há
algo de muito errado no mundo. O clima de insatisfação parece ser geral, mesmo em países ricos e
desenvolvidos.

A partir do que foi colocado, cabe uma reflexão e algumas perguntas emergem: Os sistemas
capitalistas e socialistas então falharam em relação às reais demandas da sociedade humana? Qual o
melhor modelo econômico para a sociedade humana em geral?

Discutir o fracasso dos sistemas capitalista e socialista, sem incorrer no erro tendencioso imposto
pela defesa de ideologias, é um grande desafio. Uma grande enormidade de críticas é esperada
quando se fala do fracasso desses sistemas. O fracasso é abordado no contexto de que estes dois
modelos foram adotados em países do mundo que não foram capazes de suprir os anseios da
sociedade que os adotou.

Mas, então, qual seria a alternativa? O que fazer mediante tal situação? Um modelo alternativo
pode ser proposto – na tentativa de preencher as lacunas que os modelos anteriores deixaram
descoberto? Este modelo teria seu alicerce estruturado no fato de que este estaria centralizado na
valorização do ser humano e suas relações.

A boa notícia é que ainda existe uma lacuna enorme em relação à possibilidade de criação e adoção
de modelos alternativos. Algumas alternativas de modelo, pouco exploradas pelos setores da
sociedade já começam a despontar, servindo como uma luz no fim do túnel para o mundo do
capitalismo globalizado em que vivemos, tais como:

 Desenvolvimento ou Economia Sustentável: O desenvolvimento sustentável, também


conhecido como economia sustentável, está ancorado no desenvolvimento econômico da
humanidade baseado na conservação dos recursos naturais. Desse modo, o
desenvolvimento de maneira sustentável indica que os recursos naturais sejam utilizados de
maneira racional, ou seja, sem o seu esgotamento, com vistas à conservação desses recursos
para as gerações futuras. Sendo assim, busca-se o progresso econômico da sociedade
baseado na importância dos recursos ambientais para as atividades produtivas e, ainda, na
sua conservação, em uma clara preocupação com o futuro da humanidade. São exemplos de
ações sustentáveis: a reutilização de recursos ambientais, como a coleta seletiva; e a
utilização de meio de transportes não poluentes, como as bicicletas.

 Economia Solidária: É uma forma autônoma de gerir os recursos humanos e naturais de


maneira que as desigualdades sociais sejam reduzidas a médio e longo prazo. A vantagem da
Economia Solidária é que ela repensa a relação com o lucro, transformando todo o trabalho
gerado em benefício para a sociedade como um todo - e não apenas para uma parcela dela.
A economia solidária está transformando o modo como as empresas pensam seus produtos,
serviços, processos e, principalmente, seu posicionamento diante da sociedade em
transformação. Ao contrário do que o nome pode sugerir, ela vai muito além de doações ou
gestos de caridade, e envolve as atividades econômicas com foco no cooperativismo e
desenvolvimento social. Um exemplo desse modelo é o que a empreendedora
dinamarquesa Vigga Svensson desenvolveu - um serviço de assinatura de roupas para bebês.
As peças que não servem mais nas crianças são devolvidas pelos pais para a empresa, que as
substitui por roupas de tamanhos maiores a cada mês. As peças devolvidas são higienizadas
e podem ser usadas por outros bebês, contribuindo para a promoção do consumo
consciente e desenvolvimento sustentável.

Mediante aos fatos, podemos concluir que ambos os sistemas socioeconômicos, capitalista e
socialista, possuem diversos pontos em comum e obstáculos ideológicos envolventes na sociedade,
recorrendo tanto à uma sociedade igualitária hipotética, como uma na qual é preciso a luta pelo
capital, pela sua auto-subsistência, gerando desigualdades.

Mesmo com a criação de novos sistemas socioeconômicos, a sociedade ainda continua em estado de
insatisfação. Essa luta constante se dá em propostas de modelos alternativos para atribuir valor ao
sistema atual, e não apenas para trocá-lo por outro.

Para finalizarmos este trabalho fica evidente que é necessário uma atenção da sociedade humana ao
redor do mundo sobre os modelos econômicos adotados; e as responsabilidades das consequências
por tais escolhas. Lembrando que as relações humanas individuais têm reflexos no todo. Ou seja, a
sociedade humana vive em um sistema interligado em forma de teia, no qual, as relações estão
inevitavelmente unidas e refletem-se em todo o sistema. Um modelo econômico baseado no ser
humano e suas relações poderia ser mais adequado no sentido de garantir o bem-estar social e a
herança de um planeta saudável para as próximas gerações. Lembrando que, cada ser humano deve,
então, assumir sua parcela de responsabilidade como protagonista na garantia da construção de um
futuro melhor!

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