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imigrantes, foram os próprios brasileiros que iniciaram esse processo. Primeiramente, com o
turfe, em seguida com o remo, e somente depois com o futebol. Um ponto comum nessa
gestão clubistica é o aparecimento do conceito de sportman seja, pelo menos para a elite, o
símbolo do bom atleta, daquele que consegue materializar no esporte os valores simbólicos e
reais da sua classe social, nada impedia as camadas populares de ressignificar esses valores e
recriar seu próprio ideal de sportman” Pág 30*
“... Muito mais do que vitórias e derrotas, o que está em jogo diante do “amadorismo
marrom” são: o conjunto de valores que as elites apontavam como modelo para a sustentação
do esporte, a ampliação das brechas que possibilitavam aos excluídos se inserirem no novo
espaço e, para ambos os lados, o rendimento financeiro que o novo projeto poderia gerar”
Pág 35
“Ainda assim, o processo não paralisou o surgimento de uma grande quantidade de clubes de
bairros pobres, assim como o aparecimento de jogadores que se destacavam pela sua
qualidade técnica, independentemente da cor da pele. O futebol, desse modo, além de
mostrar-se em plena conexão com questões sociais mais amplas, se desenvolve num cenário
de completa dinâmica, construindo uma via de mão de dupla que, sem dúvida, gerava
resultados para ambos os lados” Pág 44
“... os praticantes do esporte estavam de acordo com os mesmos princípios e valores do atleta
daquele período. Os jovens do Rio e de Buenos Aires deveriam ter sua conduta pautada por
cavalheirismo, dentro e fora do campo, que os colocariam como verdadeiros sportsmen e
efetivos membros do que existia de melhor na sociedade.”* Pág 50
“Sabemos que quando se disputa uma partida, seja ela entre clubes regionais ou entre
seleções, a característica mais marcante é o desejo de lutar pela vitória. Mesmo quando as
partidas são disputadas entre grupos não profissionais, essa busca pode assumir,
metaforicamente, o sentido de uma guerra. E, ainda assim, podemos dizer que o aspecto
lúdico continua presente” Pág 62
“Acreditamos que o esporte possui, em larga escala, a mesma dinâmica da guerra, ainda que
metaforicamente. Pois, afinal, o esporte é sempre marcado pelo duelo entre equipes ou
esportistas e, assim sendo, a luta pela vitória passa, de forma análoga, pelo sentido de se
vencer uma batalha, mesmo uma guerra” Pág 62
“A partir dessas breves citações de Clausewitz, fica mais claro, a meu ver, o sentido da guerra
que podemos levar para o esporte. O duelo, a rendição e a luta, desse modo, continuam sendo
válidos como metáforas no cenário esportivo. Da mesma forma que o clube, a seleção ou
mesmo a equipe pode assumir a figura de um Estado na definição dos planos de ataque e
defesa em busca da vitória” Pág 63
“Concordo com o autor quando diz que o futebol deve ser tratado como fonte que privilegiou,
ou melhor, possibilitou a mobilidade social. Em nenhum momento isso é questionado; porém,
dizer que esse movimento foi feito sem racismo, sem segregação, parece-me um pouco
reduzido. Ou seja, a grande representação das camadas populares no futebol não deve anular
as dificuldades pelas quais elas passaram para alcançar tal condição” Pág 79
“O time mais caro que já veio a Sergipe, o Galicia receberá três mil cruzeiros por cada jogo”*