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Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos - UNICEPLAC

Curso de Educação Física


Trabalho de Conclusão de Curso

EFEITOS COLATERAIS PSICOLÓGICOS EM ATLETAS DE


FISICULTURISMO

Gama-DF
2021
RAPHAEL VIANA ALMEIDA

EFEITOS COLATERAIS PSICOLÓGICOS EM ATLETAS DE


FISICULTURISMO

Artigo apresentado como requisito para conclusão


do curso de Bacharelado em Educação Física pelo
Centro Universitário do Planalto Central
Apparecido dos Santos – Uniceplac.

Orientador: Prof. Dr. Rafael dos Reis Vieira Olher

Gama-DF
2021
RAPHAEL VIANA ALMEIDA

EFEITOS COLATERAIS PSICOLÓGICOS EM ATLETAS DE


FISICULTURISMO

Artigo apresentado como requisito para conclusão


do curso de Bacharelado em Educação Física pelo
Centro Universitário do Planalto Central
Apparecido dos Santos – Uniceplac.

Gama, 02 de dezembro de 2021.

Banca Examinadora

Professor Dr. Rafael dos Reis Vieira Olher


Orientador

Professor Dr. Samuel Estevam Vidal


Examinador

Professora Me. Lorena Cruz Resende


Examinadora
EFEITOS COLATERAIS PSICOLÓGICOS EM ATLETAS DE
FISICULTURISMO
Raphael Viana Almeida
Resumo:
O objetivo do estudo foi realizar uma revisão bibliográfica acerca do impacto psicológico da
preparação para competição em atletas de fisiculturismo. Para tanto, buscou-se estudar três fatores
que poderiam estar diretamente envolvidos na forma como a psique do atleta é impactada, quais
sejam, o modo com que treinam, como se alimentam e quais drogas estão comumente presentes na
preparação, sendo este último fator o cerne desse estudo. Por se tratar de pesquisa bibliográfica do
tipo revisão narrativa, uma vez que buscou gerar reflexões a partir da comparação de dados de
estudos disponíveis na literatura, foram identificadas um total de 223 publicações por meio das
bases de dados PUBMED (72), MEDLINE (20), LILACS (25), SCIELO (79) e Biblioteca Virtual
do UNICEPLAC (27), sendo considerados elegíveis para a revisão 15 artigos, 12 livros e 1
dissertação. Como resultado da pesquisa, apresentou-se um compilado dos principais esteróides
anabólicos androgênicos – EAAs – utilizados por fisiculturistas, abordando a sua indicação do uso
terapêutico, as dosagens estimadas utilizadas por atletas, o potencial anabólico de cada EAA, bem
como as suas capacidades androgênicas e aromáticas, hepatotoxicidade e colaterais de ordem
psicológica. Quando da discursão, buscou-se comparar os estudos de Haluch (2017); Santos (2018)
e Câmara (2020), juntamente com outros estudos pontualmente significantes, ao passo que, ao
final, concluiu-se que é possível sugerir que drogas mais anabólicas, mais androgênicas e não
aromáticas possam ser as que mais provoquem alterações na psique do atleta, a depender das doses,
do tempo de exposição, da droga utilizada, bem como de suas combinações e da individualidade
biológico do indivíduo. Todavia, para que tal sugestão possa se tonar uma constatação, necessitam-
se de mais estudos científicos. Ademais, pode-se inferir que os EAAs, possivelmente, agem como
um potencializador e, por isso, tais efeitos colaterais tendem a ser mais evidentes quando de suas
administrações.

Palavras-chave: Esteróides. Efeitos Colaterais. EAA. Treinamento de Força. Musculação.

Abstract:
The aim of the study was to carry out a literature review on the psychological impact of competition
preparation on bodybuilding athletes. Therefore, we sought to study three factors that could be
directly involved in the way the athlete's psyche is impacted, namely, the way they train, how they
eat and what drugs are commonly present in the preparation. core of this study. As this is a literature
review of the narrative review type, as it sought to generate reflections based on the comparison of
data from studies available in the literature, a total of 223 publications were identified through the
databases PUBMED (72), MEDLINE (20), LILACS (25), SCIELO (79) and UNICEPLAC Virtual
Library (27), with 15 articles, 12 books and 1 dissertation being considered eligible for review. As
a result of the research, a compilation of the main anabolic androgenic steroids - EAAs - used by
bodybuilders was presented, addressing their indication of therapeutic use, the estimated dosages
used by athletes, the anabolic potential of each EAA, as well as their androgenic capacities and
aromatics, hepatotoxicity and psychological side effects. During the speech, we sought to compare
the studies by Haluch (2017); Santos (2018) and Câmara (2020), along with other punctually
significant studies, while, in the end, it was concluded that it is possible to suggest that more
anabolic, more androgenic and non-aromatic drugs may be the ones that cause more changes in the
psyche of the athlete, depending on the doses, exposure time, the drug used, as well as their
combinations and the individual's biological individuality. However, for such a suggestion to
become a finding, further scientific studies are needed. Furthermore, it can be inferred that EAAs
possibly act as an enhancer and, therefore, such side effects tend to be more evident when
administered.

Keywords: Steroids. Side effects. EAA. Strength Training. Bodybuilding.

1 INTRODUÇÃO

O treinamento de fisiculturistas visa o desenvolvimento muscular estético, idealizando a


máxima hipertrofia, a redução de gordura corporal e o desenvolvimento de músculos simétricos e
proporcionais, exercitando isoladamente músculos que não seriam estimulados apenas por meio de
treinamentos basilares (WILLIAMS, GROVES e THURGOOD, 2010). O potencial genético
presente na composição corporal do atleta, como musculatura arredondada, ossos curtos e
articulações menores, também contribuem para o aspecto estético requerido
(SCHWARZENEGGER, 2001).

De acordo com a Federação Fluminense de Fisiculturismo e Fitness, filiada à Internacional


Federation of Bodybuilding and Fitness Brasil (IFBB Brasil), a qual é associada a IFBB
Internacional, única confederação de fisiculturismo reconhecida pelo Ministério dos Esportes e
pelos Comitês Olímpicos, os atletas de fisiculturismo devem desenvolver o seus corpos de forma
equilibrada e harmoniosa, empenhando-se para apresentar maiores detalhamento, separação e
definição musculares, primando pela simetria (relação entre o lado direito e esquerdo do corpo) e
proporção (relação entre parte superior e inferior do corpo) (IFBB RIO, 2021).
A preparação de um atleta para uma competição se divide em duas distintas etapas. A
primeira delas é denominada de bulking ou off season, período no qual o atleta mantém um
superavit calórico por meio de uma grande ingestão de carboidratos, proteínas e gorduras, bem
como um maior volume de treinamento, visando o aumento do peso corporal. Posteriormente tem-
se o cutting ou pré-contest, estágio no qual as ingestões calórica e hídrica, bem como o volume de
treinamento, são drasticamente reduzidos, tendo por objetivo a diminuição da gordura corporal e
da retenção hídrica subcutânea, aproximando-se do físico requerido no momento da apresentação
(ARRAES e MÉLO, 2020).

Em linhas gerais, fisiculturistas tem seus programas de treinamento fundamentados na


máxima estética muscular, podendo sofrer variações de volume e intensidade, a depender da
periodização adotada e do momento da preparação (JIM, 2017). Pode-se definir volume de
treinamento como a soma total da carga deslocada durante uma sessão de treinamento,
multiplicando-se a carga pelo número de repetições e séries executadas. Já a intensidade de
treinamento está diretamente associada a quantidade da carga levantada: quanto maior a carga,
maior será a intensidade (WILLIAMS, GROVES, e THURGOOD, 2010).

A utilização de esteroides anabolizantes androgênicos (EAAs) é algo comum na preparação


da maioria desses atletas, haja vista a sua alta capacidade de proporcionar metabolismo pró-
anabólico (GUIMARÃES NETO, 2003). Dentre os vários tipos de EAAs presentes em uma
preparação, a testosterona exógena e seus derivados são os mais requisitados. Trata-se de
compostos sintéticos que imitam os efeitos anabólicos da testosterona endógena, minimizando os
efeitos androgênicos e aromáticos (GRECCO e MORGAN, 2008).

Haluch (2017) e Santos (2018) afirmam que alterações psicológicas podem ser observadas
junto a fisiculturistas que administram EAAs durante as suas preparações. Via de regra, quando do
período de utilização, os atletas podem desenvolver ansiedade, agressividade e alterações de
humor. Já no período de suspensão de uso, pode-se observar quadros de depressão.
Em síntese, durante a preparação para as competições de fisiculturismo, os atletas se
submetem a treinos intensos, a alimentação controlada e, não raras as vezes, a utilização de drogas
anabólicas. Este processo acarreta transformações da forma física, podendo também ser percebidas
alterações psicológicas. O objetivo do presente estudo foi discutir quais são os principais fatores
geradores das possíveis alterações psicológicas, como eles se interrelacionam e se potencializam,
a depender do quanto o atleta se expõem a cada um deles.

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Trata-se de pesquisa bibliográfica do tipo revisão narrativa, uma vez que busca gerar
reflexões a partir da comparação de dados de estudos disponíveis na literatura.

2.1 CRITÉRIOS DE BUSCA

A busca foi realizada em publicações indexadas nas bases de dados eletrônicas PUBMED,
MEDLINE, LILACS e SCIELO, além da biblioteca virtual do UNICEPLAC, sobre os efeitos
colaterais psicológicos provocados pela preparação de atletas de fisiculturismo.

Os descritores utilizados para a busca eletrônica nas bases de dados foram identificados
mediante consulta aos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), através do portal da Biblioteca
Virtual em Saúde (BVS). A busca foi realizada no período de março a setembro de 2021, utilizando
os seguintes descritores: Esteroides anabólicos androgênicos, colaterais e preparação
fisiculturismo, na língua portuguesa e inglesa.

2.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Tendo em vista a escassa quantidade de estudos sobre os efeitos psicológicos envolvendo a


utilização de EAAs, bem como a preparação de fisiculturistas para competições, os critérios de
inclusão dos estudos para análise foram artigos, livros, dissertações e teses que abordassem a
temática central desse estudo, publicados preferencialmente nos últimos 5 anos, em língua
portuguesa ou inglesa.
2.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Como critérios de exclusão foram utilizados os seguintes requisitos: Artigos, livros,


dissertações e teses repetidos, ou que abordassem de forma superficial a temática em estudo, ou
ainda os publicados antes do ano 2000. Monografias e demais trabalhos de conclusão de cursos de
graduação também foram excluídos.

2.4 PROCEDIMENTOS

Por meio do procedimento de busca a partir das palavras-chave, foram identificados,


inicialmente, 191 artigos, 27 livros, 4 dissertações e 1 tese potencialmente elegíveis. As
combinações realizadas em cada base de dados foram: Esteroides anabólicos androgênicos;
Esteroides anabólicos androgênicos colateral; anabolic androgenic steroids; anabolic androgenic
steroids collateral; preparação fisiculturismo; bodybuilding preparation. Nessa etapa, 72
publicações foram identificadas na base de dados PUBMED, 20 na MEDLINE, 25 na LILACS, 79
na SCIELO e 27 na biblioteca virtual do UNICEPLAC.

Após identificação e seleção das publicações, 15 artigos, 12 livros e 1 dissertação foram


considerados elegíveis para esta revisão, como demonstrados na figura 1.

Identificação
Artigos: 191 Livros: 27 Dissertações: 4 Teses: 1

Seleção com base no título e no resumo / sumário


Artigos: 33 Livros: 15 Dissertações: 2 Teses: 0

Elegíveis e avaliados por completo


Artigos: 18 Livros: 13 Dissertações: 1 Teses: 0

Incluídos na amostra da revisão


Artigos: 15 Livros: 12 Dissertações: 1 Teses: 0

Figura 1 – Identificação e seleção das publicações incluídas na revisão


3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 A PREPARAÇÃO PARA COMPETIÇÕES DE FISICULTURISMO

Bulking e cutting, etapas nas quais o período total da preparação é dividido, se referem
essencialmente a forma como o atleta deve se alimentar e treinar, sendo fatores interdependentes.
Ou seja, se há uma ingestão calórica maior, haverá um treinamento mais intenso e volumoso; do
contrário, teremos um treinamento com intensidade e volume reduzidos. Trata-se da relação direta
entre alimentação e periodização do treinamento (LENZI et al., 2019).

A periodização do treinamento tem por objetivo fazer com que o atleta atinja 100% da sua
forma física no momento da competição, além de prevenir fatores indesejáveis como o
overtraining, a lesão e a estagnação (JOÃO, CHARRO, e FIGUEIRA JUNIOR, 2018).

Overtraining é o desequilíbrio entre intensidade do treinamento e o efetivo tempo de


descanso necessário para a total recuperação das estruturas envolvidas, como músculos,
articulações e tendões. Havendo tal desarmonia, estaremos diante de situação passível de geração
de lesões indesejáveis, como o estiramento muscular e o rompimento ligamentar ou tendíneo
(CHENG, JUDE, e LANNER, 2020).

Já a estagnação se refere à paralisação na evolução do rendimento do atleta, período no qual


a melhoria da capacidade muscular é pequena ou inexistente, decorrente de situações de
treinamentos uniformes, sem variações de intensidade ou volume (BRITO e OLIVEIRA, 2020).

A apresentação do atleta pronto, ou seja, em seu máximo potencial físico, se baseia na


periodização do treinamento em distintas fases, como adaptação anatômica, hipertrofia, treino
misto, força máxima, definição muscular e transição (BOMPA, PASQUELE, e CORNACCHIA,
2015). A figura a seguir apresenta todas essas etapas:
1ª fase: Adaptação anatômica

2ª fase: Hipertrofia

3ª fase: Treinamento misto

4ª fase: Força máxima

5ª fase: Definição muscular

6ª fase: Transição

Figura 2 – Fases do treinamento para competições de fisiculturismo

Com o objetivo de desenvolver a prontidão anatômica para o treinamento de alto estresse


por meio da adaptação dos músculos, ligamentos e tendões, Bompa, Pasquele e Cornacchia (2015)
sugerem que fisiculturistas iniciantes precisam de 6 a 12 semanas de adaptações progressiva, por
meio de exercícios que se utilizam do peso corporal do atleta, a exemplo de flexões de braço,
mergulhos em barras paralelas, barras fixas frontais, barras fixas com pegada reversa, abdominais,
agachamentos e avanços.

Para atletas treinados, ou que já aprimoraram a adaptação anatômica, a próxima fase será o
desenvolvimento da hipertrofia muscular, fenômeno em que se tem o aumento da área de secção
transversa do músculo, em decorrência da contração muscular, fator estressor que provocará
respostas agudas e crônicas, sendo estas o próprio processo de hipertrofia (TEIXEIRA, 2015).
Essa etapa é subdividida em duas subfases, com duração de aproximadamente 6 semanas
cada, período em que o objetivo é desenvolver volume em todos os grupamentos musculares, bem
como melhorar as proporções e as simetrias entre eles. Entre essas fases, sugere-se uma semana de
treino regenerativo, onde o volume e a intensidade dos exercícios são reduzidos (BOMPA,
PASQUELE e CORNACCHIA, 2015). Para ganhos hipertróficos consistentes, temos ainda que
observar o tempo de recuperação entre as séries, exercícios e sessões de treinamento, bem como a
carga de trabalho utilizada (MINOZZO et al., 2008).

O tempo de descanso recomendado entre as séries é de aproximadamente 40 segundos a um


minuto; entre os exercícios, de dois a três minutos e entre as sessões de treinamento para o mesmo
grupo muscular, dois dias serão o suficiente. Já a carga de trabalho deverá manter-se entre 60 a
85% de uma repetição máxima (1 RM) e o volume de treino deve permanecer entre 4 a 6 séries de
8 a 20 repetições (LIMA et al., 2006).

O objetivo dessa etapa do treinamento é fadigar o máximo de fibras musculares, compelindo


o seu corpo a recrutar novas fibras para substituírem as fadigadas e, com isso, gerar o processo de
hipertrofia muscular (SCHWARZENEGGER, 2001).

Na próxima etapa, instaura-se a aplicabilidade do treinamento misto, momento em que se


iniciará o processo de familiarização com cargas mais elevadas e redução de repetições, diminuindo
gradativamente o volume de treinamento e aumentando a sua intensidade. Sua duração será de
aproximadamente três a seis semanas, sendo uma fase de transição entre o treino hipertrófico e o
treino de força máxima, incorporando alguns dos métodos aplicados no treinamento para ganho de
força (BOMPA, PASQUELE e CORNACCHIA, 2015).

Ademais, essa etapa ainda se faz importante para os ganhos hipertróficos, haja vista que a
variação de estímulos metabólicos (cargas menos elevadas e mais repetições) e tensionais (cargas
elevadas e poucas repetições) apresenta-se eficaz no processo de adaptação hipertrófica
(TEIXEIRA, 2015).
A fase de força máxima deve ser desenvolvida no treinamento de grupamentos musculares
maiores, desde que seja o principal grupamento a ser trabalhado no dia. Para tanto, temos três
principais levantamentos basilares, o supino (marcador de força para membros superiores), o
agachamento (marcador de força para membros inferiores) e o levantamento-terra (marcador de
foça do corpo todo) (PRESTES et al., 2016). Pode-se definir força máxima como a máxima força
produzida por um músculo ou grupamento muscular, para a execução de uma única repetição em
um exercício – 1 RM (JIM, 2017).

A duração dessa etapa gira em torno de seis semanas, com cargas de trabalho acima de 85%,
chegando próximas a 95% de 1 RM. O descanso entre as séries e exercícios deverá ser o suficiente
para a recuperação máxima, variando de três a cinco minutos (BOMPA, PASQUELE e
CORNACCHIA, 2015). Além do aumento de força, essa etapa visa desenvolver maior capacidade
de recrutar fibras musculares de contratação rápida (BRITO e OLIVEIRA, 2020).

Para a principal disputa da temporada, sugere-se que a fase de definição muscular se inicie
cerca de seis semanas antes do certame. Já nas últimas seis a quatro semanas, o físico deverá estar
próximo ao desejado. Caso participe de várias competições no mesmo ano, aconselha-se manter os
níveis de gordura baixos, reduzindo as semanas dessa fase proporcionalmente à quantidade de
competições, bem como a proximidade, umas das outras (BOMPA, PASQUELE e
CORNACCHIA, 2015).

Dez dias antes da disputa, o atleta deverá encerrar os treinamentos de alta intensidade e
volume. A manutenção da massa magra, bem como do tônus muscular, deverá ser garantida pelo
treinamento de poses, além de treinamento resistido de baixo volume e intensidade
(SCHWARZENEGGER, 2001).

Aliada a essa estratégia, instaura-se um intenso regime restritivo alimentar, inclusive com
a manipulação do consumo de carboidratos, água e sódio. Após um hiato de severa restrição de
carboidratos, inicia-se, na semana que antecede a competição, um período de hiper-hidratação e
suspensão total do consumo de sódio. No dia anterior à competição, o consumo de água é
drasticamente reduzido, elevando-se significativamente a ingesta de carboidratos. Momentos antes
da disputa, uma carga enorme de sódio é consumida, com o objetivo de provocar a desidratação
total subcutânea, a máxima hidratação da célula muscular, bem como possibilitar a contração da
musculatura durante a apresentação (ARRAES e MÉLO, 2020).

Finalizada a competição, tem-se o início da fase de transição, tendo por objetivo permitir a
recuperação e regeneração de todos os sistemas envolvidos, como o muscular, o endócrino, o
cardiovascular, o renal, o digestivo e o neural, antes de se iniciar uma nova preparação. A fim de
proporcionar os benefícios acima, sem, no entanto, provocar o destreino, essa fase costuma ser de
quatro semanas, não podendo ultrapassar a sexta semana, período em que o volume e a intensidade
dos treinos são reduzidos em até 70% (BOMPA, PASQUELE, e CORNACCHIA, 2015).

3.2. FISICULTURISMO E OS ESTERÓIDES ANABOLIZANTES

A utilização dos EAAs é assunto polêmico e deve ser abordado por uma ótica científica,
visto que está presente na preparação da maioria dos atletas (GRECCO e MORGAN, 2008). O
interesse nessas substâncias está no fato de que elas possuem alta capacidade de proporcionar
metabolismo pró-anabólico, em que há o aumento nas capacidades anabólicas, somada à redução
nas reações catabólicas (GUIMARÃES NETO, 2003).

Câmara (2020) aponta que as combinações de drogas por fisiculturistas são realizadas com
finalidades específicas de bulking ou de cutting, por períodos que variam de 6 a 12 semanas. Via
de regra, tais drogas, quando utilizadas para fins terapêuticos, tem seu período de utilização
limitado de 2 a 3 semanas.

A Associação Médica Brasileira afirma que fisiculturistas optam por fazer a utilização dos
esteroides anabólicos androgênicos em ciclos de 8 a 16 semanas e que, na fase de pico, muitos
chegam a usar 5 a 6 tipos de anabólicos simultaneamente, em doses até 100 vezes maiores do que
as recomendadas para usos terapêuticos, caracterizando o empilhamento de ésteres (LEMOS, et
al., 2012). De acordo com Santos (2018), esse empilhamento é o que os atletas buscam, somando-
se várias drogas para potencializar os seus efeitos anabólicos.

A atuação dos EAAs no organismo se dá por meio da ligação a receptores específicos.


Quando estes chegam ao ponto de saturação, haja vista a manutenção por longos períodos de doses
suprafisiológicas de testosterona e seus derivados sintéticos, efeitos colaterais podem ser
observados. Todavia, atletas tendem a consumir várias drogas além dos esteroides, como álcool,
opioides, cocaína e maconha, sendo difícil associar determinado efeito colateral a uma única droga
(ALBANO et al., 2021).

Destacam-se dentre os efeitos colaterais observáveis decorrente da alta quantidade de


testosterona circulante, a androgenização e a aromatização excessivas. Androgenização é
capacidade que a droga tem para desenvolver características masculinas. Já a aromatização é a sua
capacidade de se converter em estradiol, hormônio tipicamente feminino (SANTOS, 2018).

De acordo com Câmara (2020), desde 1930, a indústria farmacêutica vem se dedicando a
desenvolver EAAs mais anabólicos, menos androgênicos e menos hepatotóxicos, ou seja, fármacos
mais seguros para finalidades terapêuticas específicas. Haluch (2017), indo ao encontro de Câmara
(2020), destaca que o grande desafio dos cientistas é encontrar formas alternativas para aumentar
a biodisponibilidade dos EAAs, reduzir seus efeitos androgênicos indesejáveis e facilitar a forma
de administração.

Frente à expressiva quantidade de EAAs que poderão participar de uma preparação, alguns
estudos procuraram abordar quais seriam os efeitos colaterais decorrentes de suas administrações,
sendo os principais sistemas afetados: O dermatológico (acnes e estrias), o musculoesquelético
(riscos de lesões), o endócrino (ginecomastia, alteração na libido, impotência e infertilidade), o
geniturinário masculino (redução dos espermatozoides, hipertrofia prostática, atrofia testicular e
disfunção erétil), o geniturinário feminino (irregularidades menstruais, masculinização e
hipertrofia de clitóris), o cardiovascular (mudanças no perfil lipídico, aumento da pressão arterial
e cardiopatias), o hepático (maior risco de tumores no fígado) e o psicológico (manias, depressão,
alterações de humor e agressividade) (DINIZ e MUNIZ, 2020).

Tabela 1 – Distribuição dos efeitos colaterais dos EAAs por sistema afetado

SISTEMA AFETADO EFEITOS COLATERAIS


- Mudanças no perfil lipídico
Cardiovascular - Aumento da pressão arterial
- Cardiopatias
- Acnes
Dermatológico
- Estrias
- Ginecomastia
- Alteração na libido
Endócrino
- Impotência
- Infertilidade

- Redução dos espermatozoides


- Hipertrofia prostática
Geniturinário Masculino
- Atrofia testicular
- Disfunção erétil

- Irregularidades menstruais
Geniturinário Feminino - Masculinização
- Hipertrofia de clitóris

Hepático - Maior risco de tumores no fígado


- Maior risco de lesões musculares
Musculoesquelético - Maior risco de lesões articulares
- Ruptura de tendões

- Manias
- Depressão
- Agressividade
Psicológico - Psicoses
- Crise de pânico
- Mudanças extremas de humor
- Síndrome da dependência
3.3. PRINCIPAIS EAAS UTILIZADOS POR FISICULTURISTAS E AS SUAS
CARACTERÍSTICAS

Os EAAs mais utilizados pelos fisiculturistas durante uma preparação são os seguintes:
Dianabol® (Methandrostenolona), Deca-durabolin® (Nandrolona), Primabolan® (Metenolona),
Anavar®/Lipidex® (Oxandrolona), Winstrol®/Stromba® (Estanozolol), Anadrol®/Hemogenin®
(Oximetolona), Durateston®/Sustanon® (Testosterona Cristalizada), Parabolan® (Trembolona),
Equipoise®/Ganabol® (Boldenona), Testex®/Deposteron®/Testoviron® (Testosterona) e
Masteron® (Drostanolona). A lista não é exaustiva, porém será utilizada como parâmetro para os
estudos que se segue (HALUCH, 2017; SANTOS, 2018 e CÂMARA, 2020).

Dianabol® (Methandrostenolona)

Esse EAA possui potencial anabólico muito forte, sendo pouco androgênico, aromatizando
facilmente, podendo gerar extrema toxicidade ao fígado. A dosagem comumente utilizada por
atletas homens é de 20 a 40 mg/dia; por mulheres, de 5 a 15 mg/dia. O autor relatou que a dosagem
recomendada para uso terapêutico é de 2,5 a 5 mg/dia, não fazendo distinção entre homens e
mulheres (SANTOS, 2018).

Já Haluch (2017) aponta que se trata de um éster muito anabólico, que sofre muita
androgenização e aromatização, sendo extremamente tóxico ao fígado. A dosagem comumente
utilizada por atletas homens é de 30 a 50 mg/dia; por mulheres, não foi especificada. A dosagem
recomendada para uso terapêutico também não foi abordada por este autor.

Por sua vez, Câmara (2020) descreve a methandrostenolona como sendo de forte potencial
anabólico, razoavelmente androgênico e aromático, não abordando sua hepatotoxicidade. A
dosagem comumente utilizada por atletas homens é de 10 a 30 mg/dia. Já a dosagem indicada para
uso terapêutico em homens é de 5 mg/dia. Dosagens para mulheres não foram abordadas.
Em geral, a dosagem máxima comumente utilizada por atletas homens é até 10 vezes
superior à recomentada para uso terapêutico. Já para mulheres, essa correlação fica em torno de 3
vezes.

Dentre estudos de cunho psicológico que abordaram a Methandrostenolona, o efeito


colateral mais observado foi o desenvolvimento de agressividade (BELOTTO, et al., 2018 e
SANTOS, 2018).

Deca-durabolin® (Nandrolona)

Esse EAA possui forte potencial anabólico, pouca androgenização, sendo moderadamente
aromatizado e pouco tóxico ao fígado. É normalmente utilizada como droga-base em uma
preparação, principalmente por evitar inflamações e dores articulares. A dosagem comumente
utilizada por atletas homens é de 200 a 400 mg/semana; por mulheres, de 50 a 100 mg/semana. Já
a dosagem recomendada para uso terapêutico é de 50 a 100 mg a cada 3 ou 4 semanas, não fazendo
distinção entre homens e mulheres (SANTOS, 2018).

Segundo Haluch (2017), esse EAA possui forte potencial anabólico, sendo pouco
androgênico e aromático, não apresentando toxicidade ao fígado. A dosagem comumente utilizada
por atletas homens é de 200 a 600 mg/semana; por mulheres, de 50 a 100 mg/semana. Já a dosagem
recomendada para uso terapêutico não foi apresentada por esse autor.

Câmara (2020) apresenta esse éster como sendo de forte potencial anabólico, pouco
androgênico e aromático, não apresentando informações quanto a sua hepatotoxicidade. A
dosagem comumente utilizada por atletas, homens ou mulheres, é de 200 a 600 mg/semana. Já a
dosagem recomendada para uso terapêutico é de 50 a 100 mg a cada 3 ou 4 semanas, não fazendo
distinção entre homens e mulheres.

Em geral, a dosagem máxima comumente utilizada por atletas de ambos os sexos é até 18
vezes superior à recomendada para uso terapêutico. Como não houve diferenças observadas entre
as dosagens em mulheres e homens, tanto para fins terapêuticos, quanto para fins esportivos, infere-
se que essa paridade se deu em função da baixa capacidade androgênica do EAA, o que permite
que mulheres possam utilizá-lo em doses maiores, sem que haja grandes efeitos colaterais
masculinizantes.

Agressividade, ansiedade, medo, estresse, psicoses, depressão, dependência e alterações de


humor foram variações psicológicas observadas por meio dos estudos de Busardò et al. (2015).

Primobolan® (Metenolona)

Esse EAA apresenta forte potencial anabólico, pouca androgenização, aromatização e


toxicidade ao fígado. A dosagem comumente utilizada por atletas homens é de 100 a 300
mg/semana; por mulheres, não foi informada. Já a dosagem recomendada para uso terapêutico
também não foi apresentada. (SANTOS, 2018).

Haluch (2017) afirma que esse éster possui mediano potencial anabólico, sendo pouco
androgênico e não aromático, apresentando pouca toxicidade ao fígado. A dosagem comumente
utilizada por atletas homens é de 300 a 500 mg/semana (injetável) ou 70 a 150 mg/dia (oral); por
mulheres, 100 a 150 mg/semana (injetável). Já a dosagem recomendada para uso terapêutico não
foi abordada.

Câmara (2020) informa que se trata de um EAA de razoável potencial anabólico, sendo
pouco androgênico. Aromatização e hepatotoxicidade não foram temas abordados. A dosagem
comumente utilizada por atletas homens é de 200 a 400 mg/semana; por mulheres, de 50 a 100
mg/semana. Já a dosagem recomendada para uso terapêutico é de 100 a 200 mg/semana, não
fazendo distinção entre homens e mulheres.

Ademais, a dosagem máxima comumente utilizada por atletas do sexo masculino é até 2,5
vezes superior à recomentada para uso terapêutico. Já para as mulheres, as dosagens terapêuticas e
esportivas se equiparam. Apesar de pouco androgênica, mulheres, para fins esportivos, costumam
utilizar doses próximas às recomendadas para os tratamentos terapêuticos. A pouca
hepatotoxicidade e baixa ou nenhuma aromatização são fatores que permitem uma administração
mais segura para homens.

Quanto aos efeitos colaterais psicológicos observados, não foram encontrados estudos que
trataram especificamente da Metenolona.

Anavar®/Lipidex® (Oxandrolona)

Um dos EAA orais mais utilizados, apresenta forte potencial anabólico, pouca
androgenização e aromatização, porém é bastante tóxico ao fígado. A dosagem comumente
utilizada por atletas não foi apresentada. Já a dosagem recomendada para uso terapêutico é de 5 a
10 mg/dia, não fazendo distinção entre homens e mulheres (SANTOS, 2018).

Haluch (2017) afirma que esse éster possui um mediano potencial anabólico, sendo pouco
androgênico e não possuindo capacidades aromáticas, apresentando-se razoavelmente tóxico ao
fígado. A dosagem comumente utilizada por atletas homens é de 40 a 100 mg/dia; por mulheres,
de 10 a 30 mg/dia. Já a dosagem recomendada para uso terapêutico não foi abortada.

Por sua vez, Câmara (2020) afirma que a oxandrolona apresenta forte potência anabólica,
sendo 6 vezes mais anabólico do que a testosterona, porém, bem menos androgênica. Aromatização
e hepatotoxicidade não foram abordadas. A dosagem comumente utilizada por atletas homens é de
15 a 25 mg/dia; por mulheres, 5 a 10 mg/dia. Já a dosagem recomendada para uso terapêutico é de
2,5 a 20 mg/dia, não fazendo distinção entre homens e mulheres.

Via de regra, a dosagem máxima comumente utilizada por atletas homens é até 10 vezes
superior à recomentada para uso terapêutico. Já para as mulheres, essa correlação fica em torno de
3 vezes. Devida a sua baixa capacidade androgênica, sua utilização por mulheres é relativamente
comum. Para os homens, trata-se de uma droga relativamente segura, exceto pela sua alta
hepatotoxicidade.
O efeito colateral psicológico predominante em estudo realizado em ratos, por Bernardina
(2019), foi o desenvolvimento de ansiedade, mesmo em dozes terapêuticas (2,5 mg/kg/dia), com
efeitos agravados em doses de 37,5 mg/kg/dia, por um período de 4 semanas.

Winstrol®/Stromba® (Estanozolol)

Esse EAA possui mediano potencial anabólico, sendo pouco androgênico e não
aromatizando facilmente. Porém, a sua toxicidade ao fígado é tanta que, em casos mais graves, o
câncer hepático poderá ser observado. A dosagem comumente utilizada por atletas varia de 10 a
25 mg/dia (oral) e 25 a 50 mg/dia (injetável). Já a dosagem recomendada para uso terapêutico é de
6 mg/dia (oral). Para ambos os casos, não se fez distinção entre homens e mulheres (SANTOS,
2018).

Segundo Haluch (2017), esse éster possui um mediano potencial anabólico e androgênico,
não desenvolvendo capacidades aromáticas e apresentando muita hepatotoxicidade. A dosagem
comumente utilizada por atletas homens varia de 30 a 60 mg/dia (oral) e 50 a 100 mg, dia sim, dia
não (injetável); por mulheres, de 10 a 20 mg/dia, não especificando se oral ou injetável.

Já Câmara (2020) informa tratar-se de um EAA com razoável potencial anabólico, sendo
pouco androgênico, sem capacidade de aromatização. A hepatotoxicidade não foi abordada. A
dosagem comumente utilizada por atletas homens varia de 15 a 25 mg/dia (oral) e 50 mg, dia sim,
dia não (injetável humano) ou 75 mg a cada 3 dias (injetável veterinário); por mulheres, de 5 a 10
mg/dia (oral) ou 25 mg a cada 3 dias (injetável humano). Já a dosagem recomendada para uso
terapêutico é de 6 mg/dia (oral) ou 50 mg a cada duas ou três semanas (injetável), não fazendo
distinção entre homens e mulheres.

Em geral, a dosagem máxima comumente utilizada por atletas homens é até 10 vezes (via
oral) e 14 vezes (via injetável) superior à recomentada para uso terapêutico. Já para as mulheres,
essa correlação fica em torno de 4 vezes (via oral) e 14 vezes (via injetável). Por ser um EAA com
baixa capacidade androgênica e aromática, sua administração para mulheres e para homens é
relativamente segura, exceto pela sua alta hepatotoxicidade, o que tende a limitar o tempo de uso
desse esteroide.

Quanto aos efeitos colaterais psicológicos observados, não foram encontrados estudos que
trataram especificamente do Estanozolol.

Anadrol®/Hemogenin® (Oximetolona)

Esse EAA possui potencial anabólico muito forte, sendo pouco androgênico, não
apresentando aromatização significativa, além de ser bastante tóxico ao fígado. A dosagem
comumente utilizada por atletas não foi exposta por esse autor. Já a dosagem recomendada para
uso terapêutico é de 5 mg/kg/dia, para tratar anemia (SANTOS, 2018).

Haluch (2017) afirma que esse éster é bastante anabólico, apresentando baixo poder
androgênico, sem aromatizar. Sua toxicidade ao fígado também foi algo destacado. A dosagem
comumente utilizada por atletas homens é de 150 a 200 mg/dia; por mulheres, de 25 mg/dia. Já a
dosagem recomendada para uso terapêutico é de 50 a 100 mg/dia, não fazendo distinção entre
homens e mulheres.

Já Câmara (2020) informa que se trata de um éster com grande potencial anabólico e pouco
androgênico. Aromatização e hepatotoxicidade não foram abordadas. A dosagem comumente
utilizada por atletas homens é de 25 a 150 mg/dia; por mulheres, não foi informada. Já a dosagem
recomendada para uso terapêutico é de 1 a 5 mg/kg/dia, limitado a 100 mg/dia, não fazendo
distinção entre homens e mulheres.

Por ser uma droga particularmente perigosa, devida a sua altíssima hepatotoxicidade, sendo
o principal EAA responsável pelo desenvolvimento de câncer hepático (SANTOS, 2018), a
dosagem máxima comumente utilizada por homens é até 2 vezes superior à recomentada para uso
terapêutico. Já para as mulheres, essa relação fica em torno de 0,25 vezes.

Quanto aos colaterais psicológicos observados, não foram encontrados estudos que trataram
especificamente do Oximetolona.
Durateston®/Sustanon® (Testosterona Cristalizada)

Trata-se de um EAA composto pela combinação de quatro derivados de testosterona


distintos, o propionato, o fenilpropionato, o isocaproato e a caproato. A mistura desses diferentes
ésteres visa promover uma imediata ação, que se prolonga por um período, evitando a necessidade
de várias aplicações por semana. Apresenta forte potencial anabólico, muita androgenização, pouca
aromatização e nenhuma toxicidade ao fígado. A dosagem comumente utilizada por atletas homens
é de 250 a 500 mg/semana; por mulheres, não foi especificado. Já a dosagem recomendada para
uso terapêutico não foi apresentada (SANTOS, 2018).

Segundo Câmara (2020), trata-se do éster mais procurado pelos fisiculturistas, com grande
capacidade anabólica, sendo muito androgênico e razoavelmente aromático. A sua
hepatotoxicidade não foi abordada. A dosagem comumente utilizada por atletas homens é de 150
a 750 mg/semana. Já a dosagem recomendada para uso terapêutico em homens é de 250 mg a cada
3 semanas. Para mulheres essa droga não é recomendada.

Via de regra, a dosagem máxima comumente utilizada por atletas homens é até 9 vezes
superior à recomentada para uso terapêutico. Já para as mulheres, essa droga não é usual.
Provavelmente, por ser um EAA extremamente androgênico, ele venha a ser uma opção
desinteressante para as mulheres.

Quanto a colaterais psicológicos observados, não foram encontrados estudos que trataram
especificamente da Testosterona Cristalizada.

Parabolan® (Trembolona)

Devido a sua não aprovação para utilização em humanos, essa droga é encontrada apenas
no mercado paralelo, não existindo dosagem recomentada de uso terapêutico, para fins de
comparação.

Esse EAA possui potencial anabólico forte, sendo muito androgênico, sem capacidade de
aromatização e fraca toxicidade ao fígado. Por ser raro um EAA possuir grande capacidade
androgênica e não aromatizar, esse éster é um dos preferidos dos atletas homens. A dosagem
comumente utilizada por atletas não foi exposta por esse autor. Dentre os colaterais psicológicos
observados, o autor destaca a possibilidade de desenvolver maior agressividade (SANTOS, 2018).

Em consonância com Santos (2018), Haluch (2017) afirma tratar-se de um éster com forte
potencial anabólico e grande capacidade androgênica, não aromatizando e provocando pouca
toxicidade ao fígado. A dosagem comumente utilizada por atletas homens é de 200 a 500
mg/semana; por mulheres, não foi especificado. Quanto aos colaterais psicológicos observados,
por ser considerado o EAA que mais afeta o sistema nervoso central (SNC), a Trembolona se
destaca pelo grande impacto causado a psique do atleta, gerando aumento de agressividade,
ansiedade, variações de humor e insônia.

Por sua vez, Câmara (2020) destaca a alta capacidade anabólica e androgênica desse éster,
sua incapacidade de aromatizar, bem como sua baixa hepatotoxicidade. A dosagem comumente
utilizada por atletas homens é de 100 a 300 mg/semana; para mulheres, essa droga não é
recomendada devido sua alta capacidade de androgenização.

O destaque negativo a essa droga fica à cargo dos efeitos adversos de cunho psicológico.
Santos (2018) e Haluch (2017) afirmam que a Trembolona é o EAA que acarreta maiores alterações
dessa natureza, desenvolvendo, principalmente, maior agressividade. Relatos de usuários ratificam
essa premissa, podendo ser observados empiricamente, em atletas, fortes alterações de humor
quando da utilização da “trembo”.

Equipoise®/Ganabol® (Boldenona)

Trata-se de uma droga de uso exclusivamente veterinário, apresentando potencial anabólico


muito forte, sendo pouco androgênica, com pouca capacidade de aromatização e pouca toxicidade
ao fígado. A dosagem comumente utilizada por atletas homens é de 200 a 400 mg/semana; por
mulheres, não foi especificado. Por se tratar de um éster de uso exclusivo veterinário, não existe
dose terapêutica observada para humanos (SANTOS, 2018).
Segundo Haluch (2017), o poder anabólico da Boldenona é mediano, sendo pouco
androgênica e aromática, promovendo pouca toxicidade ao fígado. A dosagem comumente
utilizada por atletas homens é de 400 a 600 mg/semana; por mulheres, de 100 a 200 mg/semana. O
desenvolvimento de agressividade, ansiedade e variações de humor são efeitos colaterais
psicológicos observados por esse autor.

Por fim, Câmara (2020) informa tratar-se de um éster de alto potencial anabólico e
razoavelmente androgênico. Suas capacidades de aromatização e hepatotoxicidade não foram
abordadas. A dosagem comumente utilizada por atletas homens é de 200 a 400 mg/semana; por
mulheres, de 50 a 75 mg/semana.

Testex®/Deposteron®/Testoviron® (Cipionato de Testosterona)

Esse EAA possui potencial anabólico forte, sendo muito androgênico, com grande
capacidade de aromatização e nenhuma toxicidade ao fígado. A dosagem comumente utilizada por
atletas não foi exposta por esse autor. Já a dosagem recomendada para uso terapêutico em homens
é de 20 a 100 mg/semana (SANTOS, 2018).

Câmara (2020) também apresenta esse éster como sendo de grande potencial anabólico,
muito androgênico e aromático, não trazendo informações quanto a sua hepatotoxicidade. A
dosagem comumente utilizada por atletas homens é de 100 a 600 mg/semana. Já a dosagem
recomendada para uso terapêutico em homens é de 25 a 100 mg/semana. Para mulheres, essa droga
não é recomentada, devida a sua grande capacidade androgênica.

Em suma, a dosagem máxima comumente utilizada por atletas homens é até 6 vezes
superior à recomentada para uso terapêutico. Mulheres, por sua vez, não costumam utilizá-la.
Provavelmente, por ser um EAA extremamente androgênico, ela não venha a ser uma boa opção
para as mulheres.

Haluch (2017) não apresenta um estudo detalhado sobre esse éster, porém ressalta o grande
impacto psicológico que a droga causa ao atleta, potencializando o desenvolvimento de maior
agressividade, colateral que, para muitos atletas, pode ser canalizado na intensificação do
treinamento.

Masteron® (Propionato de Drostanolona)

Devido a sua não aprovação para utilização em humanos, essa droga é encontrada apenas
no mercado paralelo, não existindo dosagem recomentada de uso terapêutico, para fins de
comparação.

Trata-se de um EAA com razoável capacidade anabólica, pouco androgênico, não


aromático e nem hepatotóxico. A dosagem comumente utilizada por atletas homens é de 300 a 600
mg/semana; por mulheres, de 100 a 150 mg/semana (HALUCH, 2017).

Por sua vez, Câmara (2020) apresenta esse éster como sendo de forte potencial anabólico,
com razoável capacidade androgênica e não aromático. Sua toxicidade ao fígado não foi abordada.
A dosagem comumente utilizada por atletas homens é de 200 a 400 mg/semana; por mulheres, de
50 mg/semana. Já a dosagem para uso terapêutico não foi abordada, haja vista que essa droga,
atualmente, não está aprovada para uso em humanos.

Quanto aos efeitos colaterais psicológicos observados, não foram encontrados estudos que
trataram especificamente da Drostanolona.

3.4. EFEITOS COLATERAIS PSICOLÓGICOS E A UTILIZAÇÃO DE EAA

Quanto aos efeitos colaterais psicológicos, eles nem sempre são de fácil observação, além
de variarem de indivíduo para indivíduo. Em suas formas mais graves, tais efeitos incluem a
agressividade, transtornos de psicose, de ansiedade, de pânico e mudanças extremas de humor.
Ademais, alterações de personalidade, como o aumento de confiança e de motivação, são
observadas durante a administração dessas substâncias, podendo provocar, quando da sua
suspensão, profundas crises depressivas (SANTOS, 2018).
Haluch (2017) destaca ainda que boa parte dos efeitos colaterais decorrentes da utilização
dos EAAs dependem da individualidade biológica do usuário, bem como da dose utilizada,
enfatizando que os colaterais de cunho psicológicos mais comuns são o aumento da agressividade,
alterações de humor, transtornos de ansiedade, agitação, insônia, desapego a entes queridos,
dependência psicológica e depressão, sendo os dois últimos mais observados quando da suspenção
de utilização dessas drogas.

Alguns estudos sugerem que as manias surgem durante a utilização dos EAAs, enquanto os
sintomas depressivos apresentam-se após o encerramento de seu consumo. Além dos possíveis
efeitos relatados, pode-se observar a síndrome de dependência, principalmente para aqueles que
fazem uso prolongado, ininterrupto e com doses muito acima das recomentadas para os tratamentos
terapêuticos (POPE JUNIOR et al., 2014).

A utilização abusiva dos esteróides anabólicos pode acarretar alterações comportamentais,


provocando mudanças nos mecanismos de recompensa. O desenvolvimento da dependência a essas
substâncias é semelhante ao das drogas abusivas derivadas do ópio, sendo que 30% dos usuários
de EAAs desenvolvem essa compulsão (BERNARDINA, 2019).

De toda forma, os efeitos colaterais psicológicos não são sempre observados com a mesma
frequência e intensidade, estando diretamente relacionados aos tipos de EAAs utilizados, bem
como as suas combinações, doses e durações de uso, sendo que, aqueles atletas que têm uma maior
exposição cumulativa ao longo da vida, possuem maiores riscos de desenvolverem tais efeitos,
inclusive, de forma irreversível. (KANAYAMA, HUDSON, e POPE JUNIOR, 2008).

Pagonis et al. (2020) realizaram pesquisa junto a 320 atletas de musculação, com a
finalidade de investigar os efeitos colaterais psiquiátricos induzidos por doses suprafisiológicas de
combinações de EAAs, concluindo que a ampla gama de colaterais de ordem psicológica induzida
pelo uso dessas drogas está correlacionada à gravidade do abuso, se intensificando à medida que o
abuso também aumenta.
Em estudo recente realizado por Chegeni et al. (2021), com uma amostra composta por 206
fisiculturistas entre 14 e 56 anos de idade, com histórico de, pelo menos, seis meses de uso regular
de EAA antes da coleta dos dados, sendo 58,30% mulheres, em que foi investigada a relação entre
a utilização de EAAs (oxandrolona, testosterona, estanozolol, metandrostenolona e oximetolona)
e o desenvolvimento de agressividade e sofrimentos de ondem psicológica, constatou-se que
homens tendem a desenvolver níveis altos de danos a sua psique, enquanto mulheres as
desenvolvem de forma leve.

4 RESULTADOS
Apesar do trabalho até aqui desenvolvido ter observado aspectos do treinamento, aliados a
manipulações dietéticas, os esteróides anabólicos androgênicos comumente utilizados por
fisiculturistas parecem ser substancialmente relevantes para a compreensão dos aspectos
psicológicos observados nesses atletas. Dessa forma, o estudo dos resultados limitou-se a compilar
os principais EAAs encontrados na literatura pesquisada, abordando a indicação do uso terapêutico,
as dosagens estimadas utilizadas por atletas em alto nível competitivo, a correlação dessas doses
em percentuais, o potencial anabólico de cada EAA, bem como as suas capacidades androgênicas
e aromáticas, hepatotoxicidade e colaterais de ordem psicológica.
Tabela 2 - EAAs, dosagens, potencial anabólico e os possíveis efeitos colaterais observados com a utilização superdosada por atletas
Principais EAAs utilizados por Potencial Capacidade de Capacidade de Toxicidade ao Efeitos colaterais psicológicos
Dosagem comumente utilizada por atletas Dosagem recomendada para uso terapêutico
fisiculturistas anabólico androgenização aromatização fígado passíveis de serem observados
A A
Homens: 20 a 40 mg/dia Homens: 2,5 a 5 mg/dia A A A A
A A
MUITO FORTE POUCO MUITO EXTREMO
Mulheres: 5 a 15 mg/dia Mulheres: 2,5 a 5 mg/dia
B B
Homens: 30 a 50 mg/dia Homens: *** B B B B A, D
Dianabol® (Methandrostenolona) B B
MUITO FORTE MUITO MUITO EXTREMO Agressividade
Mulheres: *** Mulheres: ***
C C
Homens: 10 a 30 mg/dia Homens: 5 mg/dia C C C ***
C C
FORTE MÉDIO MÉDIO
Mulheres: *** Mulheres: ***
A A E
Homens: 200 a 400 mg/semana Homens: 50 a 100 mg a cada 3 ou 4 semanas A A A A
Agressividade
A A
FORTE POUCO MÉDIO POUCO E
Mulheres: 50 a 100 mg/semana Mulheres: 50 a 100 mg a cada 3 ou 4 semanas Ansiedade
E
B
Homens: 200 a 600 mg/semana B
Homens: *** Medo
B B B B
Deca-durabolin® B B
FORTE POUCO POUCO INEXISTENTE E
Estresse
Mulheres: 50 a 100 mg/semana Mulheres: ***
E
(Nandrolona) Psicoses
C C
Homens: 200 a 600 mg/semana Homens: 50 a 100 mg a cada 3 ou 4 semanas E
Depressão
C C
Mulheres: 200 a 600mg/semana Mulheres: 50 a 100 mg a cada 3 ou 4 semanas C
FORTE C
POUCO C
POUCO *** E
Dependência
E
Alterações de humor
A A
Homens: 100 a 300 mg/semana Homens: *** A A A A
A A
FORTE POUCO POUCO POUCO
Mulheres: *** Mulheres: ***
B
Homens: 300 a 500 mg/semana (injetável) B
Primobolan® (Metenolona) Homens: *** B B B B ***
70 a 150 mg/dia (oral) B
MÉDIO POUCO INEXISTENTE POUCO
B
Mulheres: ***
Mulheres: 100 a 150 mg/semana (injetável)
C C
Homens: 200 a 400 mg/semana Homens: 100 a 200 mg/semana C C *** ***
C C
MÉDIO POUCO
Mulheres: 50 a 100 mg/semana Mulheres: 100 a 200 mg/semana
A A
Homens: *** Homens: 5 a 10 mg/dia A A A A
A A
FORTE POUCO POUCO MUITO
Mulheres: *** Mulheres: 5 a 10 mg/dia
Anavar®/Lipidex® B
Homens: 40 a 100 mg/dia B
Homens: *** B A B B F
(Oxandrolona) B B
MÉDIO POUCO INEXISTENTE MÉDIO Ansiedade
Mulheres: 10 a 30 mg/dia Mulheres: ***
C C
Homens: 15 a 25 mg/dia Homens: 2,5 e 20 mg/dia C C *** ***
C C
FORTE POUCO
Mulheres: 5 a 10 mg/dia Mulheres: 2,5 e 20 mg/dia
A A
Homens: 10 a 25 mg/dia (oral) Homens: 6 mg/dia (oral)
A
25 a 50 mg/dia (injetável) Mulheres: 6 mg/dia (oral) A A A A
A
MÉDIO POUCO POUCO EXTREMO
Mulheres: 10 a 25 mg/dia (oral)
25 a 50 mg/dia (injetável)
B B
Homens: 30 a 60 mg/dia (oral) Homens: ***
Winstrol®/Stromba® 50 a 100 mg, dia sim, dia não (injetável) B
Mulheres: *** B
MÉDIO B
MÉDIO B
INEXISTENTE B
MUITO ***
(Estanozolol) B
Mulheres: 10 a 20 mg/dia (oral/injetável)
C C
Homens: 15 a 25 mg/dia (oral) Homens: 6 mg/dia (oral)
50 mg, dia sim, dia não (injetável humano) 50 mg a cada 2 ou 3 semanas (injetável)
C C C C ***
75 mg a cada 3 dias (injetável veterinário) Mulheres: 6 mg/dia (oral) MÉDIO POUCO INEXISTENTE
C
Mulheres: 5 a 10 mg/dia (oral) 50 mg a cada 2 ou 3 semanas (injetável)
25 mg a cada 3 dias (injetável humano)
A A
Homens: *** Homens: 5 mg/kg/dia (para tratar anemia) A A A A
A A
MUITO FORTE POUCO INEXISTENTE EXTREMO
Mulheres: *** Mulheres: 5 mg/kg/dia (para tratar anemia)
Anadrol®/Hemogenin® B
Homens: 150 a 200 mg/dia B
Homens: 50 a 100 mg/dia B B B B ***
(Oximetolona) B B
MUITO FORTE POUCO INEXISTENTE EXTREMO
Mulheres: 25 mg/dia Mulheres: 50 a 100 mg/dia
C C
Homens: 25 a 150 mg/dia Homens: 1 a 5 mg/kg/dia (limite de 100 mg/dia) C C *** ***
C C
MUITO FORTE POUCO
Mulheres: *** Mulheres: 1 a 5 mg/kg/dia (limite de 100 mg/dia)
A A
Homens: 250 a 500 mg/semana Homens: *** A A A A
A A
FORTE MUITO POUCO INEXISTENTE
Durateston®/ Sustanon® Mulheres: *** Mulheres: ***
***
(Testosterona Cristalizada) C
Homens: 150 a 750 mg/semana C
Homens: 250 mg a cada 3 semanas C C C ***
C C
FORTE MUITO MÉDIO
Mulheres: não usual (dosagem não informada) Mulheres: raro (dosagem não informada)
A A
Homens: *** Homens: *** A A A A
FORTE MUITO INEXISTENTE POUCO AB
A
Mulheres: *** A
Mulheres: *** Agressividade
B
B B Ansiedade
Homens: 200 a 500 mg/semana Homens: *** B B B B
Parabolan® B B
FORTE MUITO INEXISTENTE POUCO B
Alterações de humor
Mulheres: *** Mulheres: *** B
(Trembolona) Insônia
C C
Homens: 100 a 300 mg/semana Homens: *** AB
É considerado o EAAs que mais
C C C C C C
Mulheres: não usual devido a sua androgenicidade Mulheres: *** FORTE MUITO INEXISTENTE POUCO afeta o SNC.
Não existe aprovação para uso em humanos
A A
Homens: 200 a 400 mg/semana Droga de uso veterinário A A A A
A
MUITO FORTE POUCO POUCO POUCO
Mulheres: ***
B B B
Homens: 400 a 600 mg/semana Droga de uso veterinário Agressividade
Equipoise®/Ganabol® B
Mulheres: 100 a 200 mg/semana B
MÉDIO B
POUCO B
POUCO B
POUCO B
Ansiedade
(Boldenona) B
Alterações de humor
C C
Homens: 200 a 400 mg/semana Droga de uso veterinário C C *** ***
C
FORTE MÉDIO
Mulheres: 50 a 75 mg/semana
A A
Homens: *** Homens: 20 a 100 mg/semana A A A A
A A
FORTE MUITO MUITO INEXISTENTE
Testex®/Deposteron®/Testoviron® Mulheres: *** Mulheres: ***
B
(Testosterona) Agressividade
C C
Homens: 100 a 600 mg/semana Homens: 25 a 100 mg/semana C C C ***
C C
FORTE MUITO MUITO
Mulheres: não usual devido a sua androgenicidade Mulheres: não usual devido a sua androgenicidade
B B
Homens: 300 a 600 mg/semana Homens: *** B B B B
B B
MÉDIO POUCO INEXISTENTE INEXISTENTE
Masteron® Mulheres: 100 a 150 mg/semana Mulheres: ***
(Drostanolona) C C ***
Homens: 200 a 400 mg/semana Homens: ***
C C C C C ***
Mulheres: 50 mg/semana Mulheres: *** FORTE MÉDIO INEXISTENTE
Não existe aprovação para uso em humanos

A
Legenda para a TABELA 2: = (SANTOS, 2018); B = (HALUCH, 2017); C = (CÂMARA, 2020); D = (BELOTTO et al., 2018); E = (BUSARDÒ et al., 2015); F = (BERNARDINA, 2019);
Escala dos efeitos colaterais: INEXISTENTE, POUCO, MÉDIO, MUITO e EXTREMO; Escala do potencial anabólico: FRACO, MÉDIO, FORTE e MUITO FORTE; Dados não informados: ***
Tabela 3: EAAs, dosagens máximas comumente utilizada por atletas, dosagem máxima
recomendada para uso terapêutico e a comparação entra as duas dosagens máximas
Principais EAAs Dosagem máxima Dosagem máxima
utilizados por comumente utilizada por recomendada para uso DMCUA x DMRUT
fisiculturistas atletas (DMCUA) terapêutico (DMRUT)
Dianabol® Homens: 50 mg/dia Homens: 5 mg/dia Homens: até 10 vezes
(Methandrostenolona) Mulheres: 15 mg/dia Mulheres: 5 mg/dia Mulheres: até 3 vezes
Homens: 100 mg a cada
Deca-durabolin® Homens: 600 mg/semana 3 semanas Homens: até 18 vezes
(Nandrolona) Mulheres: 600 mg/semana Mulheres: 100 mg a cada Mulheres: até 18 vezes
3 semanas
Homens: 200 mg/semana
Primobolan® Homens: 500 mg/semana Homens: até 2,5 vezes
Mulheres: 200
(Metenolona) Mulheres: 150 mg/semana Mulheres: até 0,75 vezes
mg/semana
Anavar®/Lipidex® Homens: 100 mg/dia Homens: 10 mg/dia Homens: até 10 vezes
(Oxandrolona) Mulheres: 30 mg/dia Mulheres: 10 mg/dia Mulheres: até 3 vezes
Homens: até 10 vezes
Homens: 6 mg/dia (oral)
Homens: 60 mg/dia (oral) (oral)
Mulheres: 6 mg/dia
Mulheres: 25 mg/dia (oral) Mulheres: até 4 vezes
(oral)
Winstrol®/Stromba® Homens: 50 mg/dia (oral)
Homens: 50 mg a cada 2
(Estanozolol) (injetável) Homens: até 14 vezes
semanas (injetável)
Mulheres: 50 mg/dia (injetável)
Mulheres: 50 mg a cada
(injetável) Mulheres: até 14 vezes
2 semanas (injetável)
(injetável)
Anadrol®/Hemogenin® Homens: 200 mg/dia Homens: 100 mg/dia Homens: até 2 vezes
(Oximetolona) Mulheres: 25 mg/dia Mulheres: 100 mg/dia Mulheres: até 0,25 vezes
Durateston®/ Homens: 250 mg a cada
Homens: 750 mg/semana
Sustanon® 3 semanas Homens: até 9 vezes
Mulheres: não usual
(Testosterona Mulheres: raro (dosagem Mulheres: não usual
(dosagem não informada)
Cristalizada) não informada)
Parabolan® Homens: 500 mg/semana Não existe aprovação ***
(Trembolona) Mulheres: não usual para uso em humanos
Homens: 600 mg/semana
Equipoise®/Ganabol® ***
Mulheres: 200 mg/semana Droga de uso veterinário
(Boldenona)

Testex®/Deposteron®/
Homens: 600 mg/semana Homens: até 6 vezes
Testoviron® Homens: 100 mg/semana
Mulheres: não usual Mulheres: não usual
(Testosterona)
Masteron® Homens: 600 mg/semana Não existe aprovação ***
(Drostanolona) Mulheres: 150 mg/semana para uso em humanos
Tabela 4: Correlação entre as doses de oxandrolona apresentadas por quatro autores
Bernardina (2019) Santos (2018) Haluch (2017) Câmara (2020)
Dose terapêutica
máxima ***
175 mg/dia 10 mg/dia 20 mg/dia
considerando uma
pessoa de 70 kg
Dose de abuso /
dose máxima
utilizada por atletas 2.625 mg/dia *** 100 mg/dia 25 mg/dia
de alto rendimento
pesando 70 kg

5 DISCUSSÃO

A fim de discutir sobre o impacto psicológico em atletas decorrente da preparação para


competições de fisiculturismo, buscou-se estudar três fatores que podem estar diretamente
envolvidos na forma como a psique do atleta é impactada, quais sejam, a forma com que
treinam, como se alimentam e quais drogas estão comumente presentes na preparação.

O treinamento de fisiculturistas é voltado ao máximo ganho hipertrófico, associado à


redução acentuada de gordura corporal, em periodizações que, geralmente, correlacionam alto
volume e alta intensidade por longos períodos, o que, por si só, leva o organismo a limites
extremos, podendo ser fatores que provoquem alterações de ordem psicológica.

Os requisitos físicos exigidos pelas federações de fisiculturismo e fitness, a exemplo da


IFBB Brasil, como corpo extremamente detalhado, volumoso, simétrico e proporcional são
fatores que podem afetar a psique do atleta, haja vista a busca incessante e, muitas vezes, a
qualquer preço, do corpo ora exigido.

A dieta extrema aplicada aos atletas que, quando em bulking / off season, ingerem
alimentos em quantidades muito superiores às suas necessidades fisiológicas e, quando em
cutting /pré-contest, tem a sua ingestão calórica, principalmente de carboidratos, drasticamente
reduzida, aliada a manipulação do sódio e do consumo de água, com a finalidade da
desidratação subcutânea e da hiper-hidratação muscular, são fatores dietéticos extremos que
supostamente também possuem a capacidade de provocar alterações psicológicas.
Em estudo de revisão realizado junto a três autores, Haluch (2017); Santos (2018) e
Câmara (2020), foi levantado um total de onze EAAs comumente utilizados por fisiculturistas
durante as preparações para competições, sendo que oito deles estavam presentes nos estudos
dos três autores e, apenas o Durateston®, o Deposteron® e o Masteron® foram abordados por
dois, dos três estudos. Tal constatação demonstra a importância de serem estudados com mais
afinco os efeitos desejáveis e indesejáveis decorrentes de suas administrações, haja vista a falta
de maiores estudos científicos constatada nesta pesquisa.

Haluch (2017) e Santos (2018) apresentam opiniões convergentes quanto às


características psicológicas observadas junto a fisiculturistas que administraram EAAs durante
as suas preparações. Ambos defendem que, de modo geral, quando do período de utilização dos
esteroides anabólicos androgênicos, os atletas podem desenvolver problemas de cunho
psicológico ligados à ansiedade, à agressividade e a alterações de humor. Todavia, quando da
suspensão do uso das drogas, em geral, pode ser observada a instalação de um quadro
depressivo, normalmente provocado pela abstinência decorrente da suspensão dos EAAs
administrados.

Por sua vez, Pope Junior et al. (2014), afirmam que a abstinência acima relatada poderá
ser observada quando instaurada a síndrome de dependência, mais comumente em indivíduos
que fazem uso prolongado, ininterrupto e em doses muito acima das recomendadas para os
tratamentos terapêuticos. Para Bernardina (2019), o grau de dependência passível da utilização
dos EAAs é semelhante ao provocado pelas drogas abusivas derivadas do ópio, afirmando que
30% dos usuários desenvolvem essa compulsão.

Indo ao encontro de Pope Junior et al. (2014), Santos (2018) afirma ainda que a
dependência mental é instalada no instante em que o atleta percebe que os ganhos de força e
peso associados ao uso dos EAAs não podem ser mantidos sem a administração regular dessas
drogas. Entretanto, as mudanças psicológicas não ocorrem no mesmo grau em todos os
anabólicos. Via de regra, quanto maiores a dose e o tempo de exposição, maiores serão as
mudanças de personalidade.
De fato, a premissa acima foi também constatada em pesquisa realizada por Pagonis et
al. (2020) junto à 320 atletas de fisiculturismo, os quais concluíram que a magnitude dos efeitos
colaterais psicológicos é diretamente proporcional à gravidade do abuso, ou seja, quanto
maiores forem as doses e o tempo de exposição às drogas, maiores serão dos danos colaterais
psicológicos.

Ademais, Chegeni et al. (2021), verificaram ainda que tais colaterais atingem os homens
de forma mais grave, do que as mulheres. Tal constatação pode estar diretamente associada ao
fato de que homens tendem a utilizar doses bem mais elevadas, além de possuírem mais
receptores androgênicos, conforme constatado por Haluch (2017); Santos (2018) e Câmara
(2020).

De acordo com Lemos et al. (2012), em iniciativa da Associação Médica Brasileira que
buscou estudar o abuso e a dependência de anabolizantes, fisiculturistas chegam a usar 5 a 6
tipos de EAAs concomitantemente, em doses até 100 vezes superiores às terapêuticas,
provocando o empilhamento de ésteres. Contudo, observando o estudo dos dados presente na
TABELA 3, apesar de existir abuso nas doses por parte dos fisiculturistas, conforme encontrado
nos estudos de Haluch (2017), Santos (2018) e Câmara (2020), a maior discrepância entre a
dosagem máxima comumente utilizada por atletas e a dosagem máxima recomendada para uso
terapêutico foi de 18 vezes. Talvez, com o empilhamento dos ésteres, seja realmente possível
se chegar à relação de até 100 vezes, apresentada pelos estudos de Lemos et al. (2012)

Raros foram os estudos científicos encontrados que testaram doses e apuraram os


resultados colaterais de ordem psicológica. No estudo desenvolvido, em ratos, por Bernardina
(2019), constatou-se o desenvolvimento de ansiedade, mesmo em doses terapêuticas (2,5
mg/kg/dia), com efeitos agravados em doses abusivas (37,5 mg/kg/dia), por um período de 4
semanas.

Todavia, tendo por base à TABELA 4, cabe destacar que, de fato, ao comparar as doses
apresentadas por Bernardina (2019) às defendidas por Santos (2018), Haluch (2017) e Câmara
(2020), percebe-se que as doses utilizadas nos estudos de Bernardina (2019) foram muito
superiores às utilizadas por atletas, o que nos parece apresentar resultados incompatíveis com a
realidade do público objeto desse trabalho.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a análise dos dados obtidos, pode-se sugerir que drogas mais anabólicas, mais
androgênicas e não aromáticas possam ser as que mais provoquem alterações na psique do
atleta, a depender das doses, do tempo de exposição, da droga utilizada, bem como de suas
combinações e da individualidade biológica do indivíduo. Todavia, para que tal sugestão possa
se tonar uma constatação, necessita-se de mais estudos científicos.

Podemos apresentar como exemplo para ilustrar a sugestão acima, a Trembolona, droga
extremamente anabólica e androgênica, não aromática, que possui os maiores relatos empíricos
de efeitos colaterais dessa natureza, principalmente quanto a alterações de humor,
desenvolvimento de agressividade e psicoses.

Ademais, fatores como treinamento intenso, pressões internas e externas pela busca do
corpo perfeito a qualquer preço e manipulações dietéticas extremas parecem agir em sinergia,
quando do desenvolvimento de distúrbios psicológicos. Porém, os EAAs, possivelmente, agem
como um potencializador e, por isso, tais efeitos colaterais tendem a ser mais evidentes quando
de suas administrações.

Por fim, é notória a necessidade de mais pesquisas científicas frente aos possíveis efeitos
colaterais decorrentes da utilização dos EAAs por atletas. Estudar essas drogas, classificando-
as e catalogando-as quanto a fatores como poder anabólico, capacidades androgênica e
aromática, hepatotoxicidade e colaterais psicológicos nos parece que elucidariam muitas
questões, desmistificando e reduzindo o viés de “drogas da morte” que recaem sobre
substâncias que são comumente utilizadas, não só por atletas profissionais, mas por pessoas que
apenas praticam o esporte de forma recreativa.
7 REFEFÊNCIAS

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