Você está na página 1de 16

Cópia não autorizada

FEV 2000 NBR 14461


Sistemas para distribuição de gás
combustível para redes enterradas -
ABNT - Associação
Tubos e conexões de polietileno
Brasileira de
Normas Técnicas
PE 80 e PE 100 - Instalação em obra
Sede:
por método destrutivo (vala a céu
Rio de Janeiro
Av. Treze de Maio, 13 - 28º andar
CEP 20003-900 - Caixa Postal 1680
aberto)
Rio de Janeiro - RJ
Tel.: PABX (21) 210-3122
Fax: (21) 220-1762/220-6436
Endereço eletrônico:
www.abnt.org.br Origem: Projeto 02:111.15-001:1999
ABNT/CB-02 - Comitê Brasileiro de Construção Civil
CE-02:111.15 - Comissão de Estudo de Tubos e Conexões de Polietileno para
Sistemas de Gás Combustível
NBR 14461 - Buried networks for gas combustible distribution - Polyethylene
pipes and fittings of PE 80 and PE 100 - Code of practice by destructive method
Descriptors: Gas system. Polyethylene pipe. Fitting
Copyright © 2000,
ABNT–Associação Brasileira de Válida a partir de 31.03.2000
Normas Técnicas
Printed in Brazil/ Palavras-chave: Sistema de gás. Tubo de polietileno. 16 páginas
Impresso no Brasil
Todos os direitos reservados
Conexão

Sumário
Prefácio
1 Objetivo
2 Referências normativas
3 Definições
4 Requisitos gerais
5 Requisitos específicos
6 Inspeção
ANEXOS
A Radiações solares em função da latitude e longitude
B Modelo de documento para inspeção visual

Prefácio
A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, cujo
conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalização Setorial (ONS),
são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo
parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).
Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos ABNT/CB e ONS, circulam para Consulta Pública entre os
associados da ABNT e demais interessados.
Esta Norma inclui os anexos A e B, de caráter informativo.
1 Objetivo
1.1 Esta Norma estabelece os critérios para manuseio, transporte, armazenagem e instalação em obra de tubos e
conexões de polietileno PE 80 e PE 100, destinados à execução de redes enterradas de distribuição de gás combustível,
por método destrutivo (vala a céu aberto).
1.2 Os tubos e conexões de polietileno PE 80 e PE 100, objetos d esta Norma, devem obedecer as NBR 14462 e
NBR 14463.
2 Referências normativas
As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem prescrições para esta
Norma. As edições indicadas estavam em vigor no momento desta publicação. Como toda norma está sujeita a revisão,
recomenda-se àqueles que realizam acordos com base nesta que verifiquem a conveniência de se usarem as edições
mais recentes das normas citadas a seguir. A ABNT possui a informação das normas em vigor em um dado momento.

NBR 14462:2000 - Sistemas para distribuição de gás combustível em redes enterradas - Tubos de polietileno PE 80 e
PE 100 - Requisitos
Cópia não autorizada
2 NBR 14461:2000

NBR 14463:2000 - Sistemas para distribuição de gás combustível em redes enterradas - Conexões de polietileno PE 80
e PE 100 - Requisitos

NBR 14464:2000 - Sistemas para distribuição de gás combustível em redes enterradas - Execução de solda de topo

NBR 14465:2000 - Sistemas para distribuição de gás combustível em redes enterradas - Execução de solda por
eletrofusão

NBR 14472:2000 - Tubos e conexões de polietileno PE 80 e PE 100 - Qualificação do soldador

3 Definições

Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições:

3.1 abrigo do medidor: Construção destinada à proteção de um ou mais medidores com seus complementos.

3.2 biogás: Mistura de gases com predominância de metano e gás carbônico.

3.3 composto de polietileno PE 80 e PE 100: Material fabricado com polímero base de polietileno, contendo os aditivos e
o pigmento necessários à fabricação de tubos de polietileno.

3.4 conexão tipo "ponta": Conexão de polietileno cujas dimensões, na região de soldagem, correspondem às dimensões
do tubo equivalente.

3.5 diâmetro externo médio (dem): Razão entre o perímetro externo do tubo equivalente em milímetro, pelo número 3,142,
aproximada para o 0,1 mm mais próximo.

3.6 diâmetro externo nominal (DE): Simples número que serve para classificar em dimensões os elementos de
tubulações (tubos, juntas, conexões e acessórios) e que corresponde ao diâmetro externo da tubulação em milímetros.

3.7 elemento de transição: Dispositivo destinado a união de componentes de diferentes materiais, como, por exemplo,
polietileno/aço.

3.8 esmagamento (pinçamento): Compressão localizada das paredes do tubo, no sentido transversal ao seu eixo, com
utilização de dispositivo apropriado (prensa de roletes).

3.9 espessura mínima de parede (e): Menor espessura no perímetro de qualquer seção do tubo equivalente.

3.10 gás combustível: Toda forma gasosa apropriada para uso como combustível doméstico, comercial ou industrial,
sendo transmitida (transportada) ou distribuída para o usuário através de dutos.

3.11 gás liquefeito de petróleo (GLP): Mistura de gases com predominância de propano e butano.

3.12 máxima pressão de operação (MPO): Maior pressão na qual um sistema de gás, sob condições normais, é operado.

3.13 ovalização da conexão: Diferença entre o maior e o menor diâmetro interno de uma mesma seção, no caso das
conexões eletrofundidas, ou diferença entre o maior e o menor diâmetro externo de uma mesma seção, nos casos das
conexões tipo ponta.

3.14 ovalização do tubo: Diferença entre os valores máximo e mínimo do diâmetro externo do tubo arredondado para o
0,1 mm mais próximo.

3.15 pressão hidrostática interna: Pressão radial aplicada por um fluido ao longo de toda a parede da tubulação.

3.16 pressão nominal (PN): Máxima pressão de gás que os tubos, conexões e respectivas juntas podem ser submetidos
em serviço contínuo, nas condições de temperatura de operação de 0°C até 25°C.

3.17 pressão de projeto: Valor da pressão no qual se baseia o cálculo do sistema de distribuição.

3.18 ramal externo: Trecho compreendido entre a rede de distribuição e a divisa da propriedade.

3.19 relação diâmetro espessura (SDR): Razão entre o diâmetro externo nominal do tubo equivalente e a sua espessura
mínima da parede:

DE
SDR =
e

3.20 tê de serviço: Conexão para execução de derivação, que contém ferramenta de corte capaz de puncionar tubulações
de PE 80 ou PE 100 que estejam em carga.

3.21 tensão circunferencial (σ): Tensão tangencial presente ao longo de toda a parede do tubo, decorrente da aplicação
da pressão hidrostática interna.
Cópia não autorizada
NBR 14461:2000 3

3.22 tubo de polietileno PE 80 e PE 100: Tubo fabricado com composto de polietileno PE 80 ou PE 100, res-
pectivamente.

3.23 válvula de manobra: Dispositivo destinado a interromper o fornecimento do gás para determinado setor da rede de
distribuição de gás combustível.

3.24 válvula geral de bloqueio (VGB): Dispositivo instalado no ramal externo, destinado a interromper o fornecimento de
gás para toda a edificação, seja ela residencial, comercial ou industrial.

4 Requisitos gerais

4.1 Projeto

4.1.1 A execução das tubulações de polietileno PE 80 e PE 100 para distribuição de gás combustível deve obedecer ao
projeto executivo realizado de acordo com as normas pertinentes e demais informações necessárias para cada tipo de
tubulação.

4.1.2 O projeto deve incluir desenhos indicativos das tubulações, seus diâmetros, perfis longitudinais, posicionamento
das conexões e seus tipos, válvulas e demais elementos. Deve conter, também, a posição de outras tubulações ou
galerias, passíveis de interferir nos trabalhos de assentamento.

4.1.3 Juntamente com os desenhos, deve-se ter o memorial descritivo do tipo de envolvimento a ser dado à tubulação,
com indicação das características do solo de reaterro e de seu estado final de compactação, assim como detalhes
executivos de passagens notáveis das tubulações.

4.2 Estocagem dos tubos na fábrica

4.2.1 Os tubos e conexões de polietileno PE 80 e PE 100, quando estocados na fábrica, devem permanecer em local
coberto protegido das intempéries. O local deve ser plano, limpo, livre de pedras ou objetos salientes.

4.2.2 Tubos em barras devem ser estocados em pilhas de altura má xima de 1,80 m ou até 12 camadas (o que for
menor).

4.2.3 No caso de estocagem em prateleira, os tubos em barra devem ser escorados lateralmente de metro em metro,
conforme a figura 1.

4.2.4 Tubos em bobinas não engradados devem ser estocados em pilhas de até 1,50 m ou em até duas camadas (o que
for menor).

4.2.5 Durante a estocagem, os tubos devem permanecer tamponados. Os tampões só devem ser retirados quando da
instalação da tubulação.

4.3 Transporte de produtos

4.3.1 Os veículos que transportam tubos e conexões de polietileno PE 80 e PE 100 devem estar livres de objetos que
possam danificar as peças.

4.3.2 Durante o transporte, os tubos fornecidos em barras devem ser acondicionados em quadros de madeira, para que
não haja flexão excessiva das barras. O espaçamento entre os quadros e as quantidades de camadas de tubos a serem
transportados por embalagem deve estar de acordo com a tabela 1.

4.3.2.1 Caso haja empilhamento das embalagens de tubos em barra, deve-se tomar cuidado para que os contatos entre
as embalagens inferior e superior se dêem através dos quadros de madeira, conforme a figura 2.

4.3.3 As bobinas, ao serem transportadas, podem ser colocadas tanto na vertical quanto na horizontal. A figura 3
apresenta um exemplo do transporte de bobinas na posição vertical.

4.3.3.1 A altura da pilha de bobinas deve ser tal que a bobina do topo possa ser manuseada de forma segura.

4.3.4 As conexões, embaladas individualmente em sacos plásticos, devem ser transportadas em caixas.

4.3.5 Não se deve colocar nenhum material no topo das pilhas de tubos e conexões durante o transporte e estocagem
destes.

4.3.6 Não se deve utilizar correntes de ferro ou cabos de aço para prender os tubos e conexões durante o transporte.
Somente devem ser utilizadas redes de malha larga ou materiais que não danifiquem as peças.
Cópia não autorizada

4 NBR 14461:2000

Figura 1 - Estocagem de barras em prateleira


Tabela 1 - Espaçamento entre os quadros de madeira e número máximo de camadas por embalagem
dos tubos em barra
Diâmetro externo nominal Número máximo de camadas por Espaçamento entre os quadros de
embalagem madeira
DE
m
125 12 1,20
160 8 1,20
180 8 1,50
200 8 1,50
225 8 1,50
250 8 1,50
280 8 1,50
315 8 1,50

Figura 2 - Disposição durante o transporte dos tubos fornecidos em barra


Cópia não autorizada
NBR 14461:2000 5

Figura 3 - Disposição durante o transporte dos tubos fornecidos em bobinas

4.4 Execução

4.4.1 Técnicos responsáveis

A execução das tubulações (desde o descarregamento dos tubos e conexões até a entrega final da obra) deve ser
acompanhada por um profissional habilitado do construtor e, também, por profissional habilitado como fiscal pela
administração contratante.

4.4.2 Descarregamento dos produtos

Os tubos e conexões de polietileno PE 80 e PE 100 devem ser cuidadosamente descarregados do veículo de transporte.
Podem ser utilizados guindastes, cintas não metálicas e planos inclinados. Deve-se evitar a queda e colisão dos tubos e
conexões.

4.4.3 Recebimento de produtos

4.4.3.1 Após a descarga dos produtos, deve-se proceder ao controle visual para se verificar a ocorrência de algum dano
durante as operações realizadas após a retirada dos produtos da fábrica (transporte, descarga, armazenagem fora da
fábrica, etc.).

4.4.3.2 O controle visual deve incluir a verificação da homogeneidade, presença de riscos, rachaduras, deformações, etc.

Deve haver um documento para a inspeção visual (checklist), conforme apresentado no anexo B.

4.4.4 Armazenamento dos produtos em obra

4.4.4.1 Os tubos e conexões devem ser armazenados em obra em local coberto e ventilado, protegidos da ação da
umidade, sol e chuva. O local deve ser plano, limpo, livre de pedras ou objetos salientes, conforme a figura 4.

4.4.4.2 Deve-se evitar o tráfego de guindaste e veículos no interior do local de armazenagem dos tubos e conexões.

4.4.4.3 Se houver necessidade de armazenamento das peças em local descoberto, deve-se protegê-las de modo que
não recebam a incidência direta dos raios solares. Entretanto, deve-se tomar cuidado para que a proteção utilizada não
implique calor excessivo que possa afetar as peças. Além disso, o tempo total de exposição deve ser inferior ao
2
necessário para a absorção de 3,5 GJ/m . O construtor deve consultar a tabela A.1, onde estão indicadas as radiações
solares anuais para diversas localidades brasileiras.

4.4.4.4 Deve-se obedecer ao especificado em 4.2.2 a 4.2.4.

4.4.4.5 Deve-se tomar cuidado ao se desenrolar a bobina, para que o tubo não sofra nenhum dano. Ao menos duas
pessoas devem estar presentes para a realização deste serviço, devido ao grande risco de acidentes, a não ser que se
utilize dispositivo ("desbobinadeira") projetado para conter a expansão da bobina quando esta for desamarrada. Para os
tubos com DE maior ou igual a 63 mm, é obrigatório o uso de “desbobinadeira”.

4.4.4.6 A bobina somente deve ser desamarrada imediatamente antes de ser utilizada.

4.4.4.7 As bobinas devem possuir amarras externas e intermediárias independentes. Quando o tubo for separado da
bobina deve-se soltar as amarras, sucessivamente, a partir da face externa da bobina. Deve-se soltar somente as
amarras que liberem o comprimento de tubo requerido. A parte do tubo que permanece preso à bobina deve ser
novamente protegida.
Cópia não autorizada
6 NBR 14461:2000

Figura 4 - Armazenagem dos tubos em obras

4.4.5 Sinalização da vala

Antes de iniciar a abertura da vala, esta deve estar devidamente sinalizada. A sinalização da vala deve estar de acordo com
os códigos normativos dos órgãos pertinentes dos locais onde se realizar a obra.

4.4.6 Serviços de topografia e demarcação da vala

Os serviços de topografia e demarcação da vala (ver figura 5) devem ser efetuados por equipe de topografia e devem
consistir basicamente no seguinte:

a) a tubulação a ser assentada deve ter seu eixo demarcado, devendo-se assinalar os pontos onde serão instalados
conexões, registros e cruzamentos em nível com outras tubulações ou elementos enterrados;

b) a largura mínima da vala é função da profundidade e do terreno onde será escavada;

c) a largura da vala no nível de assentamento do tubo deve obedecer às recomendações do projetista, tendo em vista
algumas passagens notáveis e deve-se ater ao memorial descritivo do tipo de base e envolvimento a ser dado à
tubulação nesses pontos.

4.4.7 Serviços de quebra do pavimento e escavação da vala

4.4.7.1 As escavações devem obedecer aos preceitos da boa técnica, de modo a se evitar qualquer dano às redes
telefônica, elétrica (aérea ou enterrada), de água e esgoto, de gás, etc.

4.4.7.2 Deve-se garantir a segurança do pessoal e a estabilidade do t erreno durante a execução da obra; quando neces-
sário, deve constar no projeto o tipo de escoramento.

4.4.7.3 Nas vias públicas, o material de escavação reaproveitável dev e ficar na borda da vala, de forma a não prejudicar os
trabalhos de assentamento da tubulação e não sobrecarregar a margem da vala.

4.4.7.4 Deve ser sempre mantida livre e devidamente protegida uma faixa para uso de pedestres.

4.4.7.5 Devem ser apresentados croquis detalhados dos locais que apresentem interferências entre sistemas (por
exemplo: gás e telefonia, gás e eletricidade, etc.). Estes croquis deverão ser posteriormente transpostos ao "conforme
construído" (ver 4.4.9.12).

4.4.7.6 As profundidades mínimas das valas (ver tabela 2) destinadas à tubulação de polietileno devem ser tais que
possibilitem que as camadas de cobrimento sejam no mínimo de 0,60 m para as redes principais e 0,40 m para os ramais
externos, medidos entre a geratriz superior do tubo até a superfície do pavimento acabado.

4.4.7.7 Caso não seja possível obedecer as especificações de 4.4.7.5, deve-se verificar o prescrito em 5.1.2.1.
Cópia não autorizada
NBR 14461:2000 7

4.4.8 Serviços de preparo e regularização do fundo da vala

4.4.8.1 O fundo da vala deve ser preparado para receber a tubulação e deve-se observar as recomendações específicas
do projetista, obedecendo no mínimo o prescrito em 4.4.8.2 e 4.4.8.3.

4.4.8.2 Para a execução de tubulações de polietileno PE 80 e PE 100‚ é particularmente importante observar o seguinte:

a) no início da escavação da vala, por processo manual ou mecânico, é necessário afastar o entulho resultante da
quebra do pavimento ou eventual base de revestimento do solo para longe da borda da vala, evitando-se com isso
seu uso indevido no envolvimento da tubulação;

b) em locais onde haja objetos ou formações rochosas que possam causar danos à tubulação, deve-se promover
uma escavação adicional de 0,15 m a 0,20 m e cobrir o fundo da vala com uma camada de terra isenta de pedras e
entulhos (ver figura 6). Esta camada de terra deve ser devidamente compactada.
4.4.8.3 O fundo da vala deve ser uniforme, devendo-se evitar os calos e ressaltos. Para tanto, deve ser regularizado,
utilizando-se areia ou material equivalente.

Figura 5 - Demarcação do eixo e da largura da vala

Tabela 2 - Redes principais

Pressão de projeto Profundidade


MPa m
0,4 0,60
0,7 0,90

Figura 6 - Camada de terra para cobrir fundo de vala


Cópia não autorizada
8 NBR 14461:2000

4.4.9 Assentamento da tubulação e execução das juntas

4.4.9.1 As tubulações de polietileno PE 80 e PE 100 devem ser assentadas em terrenos com temperatura de - 20°C a
40°C.

4.4.9.2 A tubulação deve ser instalada a uma distância segura de red es elétricas ou outra fonte de calor, de forma que não
haja temperaturas circundantes que excedam 40°C (ver 5.1.3).

4.4.9.3 Quando a temperatura ambiente, no momento de instalação da rede, estiver elevada (30°C ou mais), reco-
menda-se que, a tubulação seja assentada de forma sinuosa para compensar a retração que ocorrerá quando do reaterro,
devido à diminuição da temperatura.

4.4.9.4 Devem-se tomar precauções para não embutir, apoiar ou sustentar as tubulações de gás nos sistemas
subterrâneos de outras redes, devendo-se sempre manter a tubulação a pelo menos 0,3 m dos referidos sistemas (ver
5.1.3).

4.4.9.5 É possível a obtenção de curvas na obra, devido à flexibilidade dos tubos de polietileno PE 80 e PE 100. As curvas
obtidas em obra devem ter raio de curvatura mínimo de 15 DE, para tubulações sem juntas ao longo da curva (ver figura 7).

4.4.9.5.1 É vedado o aquecimento dos tubos para a execução das curvas.

4.4.9.5.2 Quando ocorrer juntas ao longo da curva, o raio da curva deve ser de 25 DE.

4.4.9.6 Deve-se tomar cuidado ao se assentar a tubulação para evitar a ocorrência de riscos e choques contra as laterais e
o fundo da vala. Deve-se ter atenção especial para os casos em que os tubos passem por debaixo de obstruções
existentes no interior da vala.

4.4.9.6.1 Ao se arrastar a bobina ao longo da vala, a força máxima aplicada à tubulação deve ser no máximo igual à
determinada pela seguinte equação:

14DE 2 1
F= x
SDR 3

onde:

F é a força máxima aplicada à tubulação, em newtons;

DE é o número que serve para classificar em dimensões os elementos de tubulações e que corresponde ao diâmetro
externo da tubulação em milímetro;

SDR é a razão entre o diâmetro externo nominal do tubo equivalente e a espessura mínima da parede do tubo:

DE
SDR =
e

4.4.9.7 O envolvimento da tubulação deve ser realizado com terra isenta de corpos pontiagudos e/ou cortantes que
possam danificar a tubulação, compactada manualmente em camadas com espessuras não superiores a 0,10 m, até que
se atinja um altura de 0,20 m acima da geratriz superior da tubulação, conforme mostrado na figura 8.

4.4.9.8 As tubulações de polietileno PE 80 e PE 100 devem ser soldadas a topo ou por eletrofusão, conforme as
NBR 14464 e NBR 14465.

4.4.9.9 As tubulações de polietileno PE 80 e PE 100 podem ser soldadas tanto no interior quanto fora da vala, desde que
não haja empecilhos para o assentamento do tramo.

4.4.9.10 Nos pontos em que se tenha conhecimento da instalação futura de interferências subterrâneas, e tal intenção seja
de conhecimento da obra, deverão ser tomadas as medidas necessárias para a instalação futura das mesmas e das
devidas proteções à tubulação de gás.

4.4.9.11 Toda a água existente na vala deve ser removida antes que o tubo seja assentado dentro dela.

4.4.9.12 Durante o assentamento da tubulação, o construtor deverá elaborar o projeto "conforme construído". Deverá
constar neste documento:

- a profundidade da geratriz superior da tubulação;

- esquema detalhado em planta e em corte da tubulação instalada, incluindo as interferências encontradas no trecho;

- completa identificação dos tubos e conexões, incluindo o DE, nomes dos fabricantes dos tubos e conexões e códigos
que permitam rastrear as produções dos tubos e conexões nos programas da qualidade dos fabricantes. Estes códigos
encontram-se nas marcações dos tubos e acessórios;

- localização das válvulas de manobra e derivações presentes no trecho, através de coordenadas de um ponto notável.
Cópia não autorizada

NBR 14461:2000 9

4.4.10 Instalação de válvulas de manobra

4.4.10.1 As válvulas de manobra utilizadas para bloqueio da rede devem ser de polietileno ou aço, com o mesmo
diâmetro nominal da tubulação. As válvulas de manobra de aço devem ser acopladas à tubulação através de elementos
de transição.

4.4.10.2 As válvulas de manobra devem ser instaladas de forma a não transmitir à tubulação os esforços decorrentes do
seu acionamento. A figura 9 apresenta um exemplo de como pode ser feita a fixação da válvula.

4.4.10.3 Deve ser possível o acionamento das válvulas de manobra enterradas a partir da superfície. A figura 10
apresenta um exemplo de haste prolongada para promover o acionamento manual.

4.4.10.4 As válvulas de manobra instaladas em poços de visita devem ser de aço (ver figura 11).

Figura 7 - Curva obtida em obra

Figura 8 - Envolvimento das tubulações de polietileno PE 80 e PE 100

Figura 9 - Base de fixação para válvula de manobra em tubulações de polietileno PE 80 e PE 100


Cópia não autorizada

10 NBR 14461:2000

Figura 10 - Haste para acionamento a partir da superfície da válvula de manobra

Figura 11 - Esquema da instalação de válvula de manobra em poços de visita

4.4.11 Ramal externo

4.4.11.1 O ramal externo (trecho compreendido entre a rede de alimentação e a válvula geral de bloqueio (VGB), deve ser
executado com tubos e conexões de polietileno PE 80 e PE 100, com exceção do elemento de transição entre a tubulação
e a válvula geral de bloqueio.

4.4.11.2 O trecho em aço enterrado deve ser o menor possível e protegido catodicamente. O trecho em polietileno
embutido deve ser encamisado.

4.4.11.3 É obrigatório o uso da válvula geral de bloqueio (VGB) em ramais externos.

4.4.11.4 Ao se executarem as instalações prediais em rede de carga, devem-se utilizar equipamentos que minimizem o
fluxo do gás durante o furo do tubo, retirada da parede e demais operações. Além disso, deve-se garantir a segurança das
pessoas envolvidas na operação.

4.4.12 Reaterro

4.4.12.1 Conforme especificado em 4.4.9.7, a primeira camada de reaterro da tubulação deve ser de terra compactada
manualmente até uma altura de 0,20 m acima da geratriz superior da tubulação (ver figura 12).

4.4.12.2 O solo utilizado para completar o enchimento da vala não deve conter corpos pontiagudos e/ou cortantes que
possam danificar a tubulação e sua compactação deve ser mecânica, feita em camadas de aproximadamente 0,20 m (ver
figura 12).

4.4.12.3 Deve-se instalar, de forma contínua, uma tira de polietileno de cor amarela, ou equivalente de cor amarela, como
advertência ante a uma escavação ou perfuração de terceiros. Esta tira deve ser instalada a 0,20 m de profundidade sobre
uma superfície compactada e plana e seu eixo deve coincidir com o eixo da tubulação, conforme ilustrado na figura 13.
Cópia não autorizada
NBR 14461:2000 11

Figura 12 - Esquema do reaterro de tubulações de polietileno PE 80 e PE 100

Figura 13 - Disposição do elemento de advertência


5 Requisitos específicos
5.1 Proteção da rede de polietileno PE 80 e PE 100
5.1.1 Não devem ser utilizadas tubulações de polietileno PE 80 ou PE 100 em solos onde estejam presentes outros
agentes agressivos ao composto de polietileno, conforme recomendação do fabricante do composto de polietileno.
5.1.2 A tubulação de polietileno PE 80 ou PE 100 deve estar a uma distância mínima de 0,30 m de redes de água, esgoto,
linhas telefônicas e elétricas (até a tensão de 1 KV) ou outros obstáculos. Em relação às linhas elétricas com tensão
superior a 1 KV, a rede de polietileno PE 80 ou PE 100 deve estar a uma distância mínima de 0,50 m ou suficientemente
protegida com uma tela. Em cruzamentos onde seja difícil manter a distância de 0,30 m, admite-se uma separação de
7,5 cm, desde que seja providenciada a proteção da rede.
5.1.2.1 Em travessias, cruzamentos ou outros locais em que as tubulações possam estar sujeitas a esforços excessivos,
deve-se prever a proteção da tubulação. A forma de proteção e o dimensionamento devem constar no projeto da rede.
5.2 Reparos e derivações em tubulações
5.2.1 É permitida a utilização do processo de esmagamento da tubulação para a execução de reparos ou acoplamento
de novos trechos a redes em carga.
5.2.2 Quando da utilização do processo de esmagamento, devem-s e seguir as recomendações da NBR 14473.
5.2.3 Devem ser adotados procedimentos para se evitar os efeitos das cargas eletrostáticas sobre as tubulações e
acessórios, conforme exemplo abaixo:
a) umedecer o conjunto tira de tecido de algodão e barra de cobre apresentado na figura 14. A tira de tecido de
algodão deve apresentar (0,70 x 0,03 x 0,002) m e a barra de cobre apresentar 0,50 m de comprimento;
b) enrolar a tira de algodão no tubo, aplicando-se no mínimo duas voltas na tubulação, conforme ilustra a figura 15;
c) enterrar a barra de cobre pelo menos 0,30 m, conforme ilustra a figura 15.
Cópia não autorizada

12 NBR 14461:2000

Figura 14 - Tira de tecido de algodão e barra de cobre

Figura 15 - Posicionamento da tira de algodão e da barra de cobre

6 Inspeção

6.1 Responsabilidades

6.1.1 Compete à administração contratante inspecionar a execução dos trabalhos e assistir à realização dos ensaios para
o recebimento da obra.

6.1.2 A inspeção dos trabalhos deve ser feita objetivando verificar se o executor observa as condições gerais reco-
mendadas para as diversas fases dos trabalhos e as condições específicas para os diversos tipos de tubulações a serem
assentadas.

6.2 Ensaio de estanqueidade

6.2.1 Após a instalação de um trecho de no mínimo 400 m de comprimento para tubulações com DE menor que 63 e
100 m para tubulações com DE maior que 63, deve-se realizar o ensaio de verificação da estanqueidade das juntas.

6.2.2 Antes de se iniciar o ensaio, deve-se esperar o tempo de resfriamento, conforme a NBR 14464 ou NBR 14465.

6.2.3 A tubulação deve ser pressurizada com gás inerte ou ar com pressão de no mínimo 1,5 vez a pressão de serviço.

6.2.3.1 Se for utilizado um compressor, deve-se usar um filtro para impedir a mistura do vapor de óleo com o gás utilizado.

6.2.4 Obtida a pressurização especificada em 6.2.3, verificam-se ev entuais vazamentos através do uso de solução
espumante e também através da manutenção da pressão de ensaio aplicada durante o intervalo de tempo determinado
pela tabela 3. As juntas que não forem aprovadas devem ser imediatamente substituídas pelo instalador.

6.2.5 Realizado o ensaio, deve-se descomprimir bruscamente o trec ho, a fim de desobstruir a tubulação. Esta operação
deve ser repetida tantas vezes quantas forem necessárias para tornar o trecho completamente livre de obstáculos para o
fluxo do gás.

6.2.5.1 Deve-se tomar cuidado ao se promover esta descompressão brusca do trecho, para que não haja deslocamento da
tubulação.

6.3 Documentação

6.3.1 O instalador, ao realizar as soldagens (seja por eletrofusão, seja por solda de topo), deve exigir que o soldador
apresente a credencial de qualificação dentro do prazo de validade e obtido de acordo com a NBR 14472.

6.3.2 Todas as junções devem possuir um "relatório de solda", elaborado de acordo com as NBR 14464 e NBR 14465.
Cópia não autorizada
NBR 14461:2000 13

6.3.3 O instalador deve apresentar, para cada trecho assentado entre duas válvulas de manobra, um "relatório de
instalação do trecho". Este relatório deverá conter no mínimo as seguintes informações:

a) "relatório de solda" de todas as juntas, elaborado de acordo com 6.3.2;

b) resultados do ensaio de estanqueidade executado conforme 6.2;

c) "conforme construído", realizado de acordo com 4.4.9.12.

Tabela 3 - Duração mínima do ensaio de estanqueidade

Pressão de trabalho Duração mínima do ensaio


kPa h
Rede Ramal externo
40 < P ≤ 700 6 1
5 < P ≤ 40 6 1
P≤5 1 1

_________________

/ANEXO A
Cópia não autorizada
14 NBR 14461:2000

Anexo A (informativo)
Radiações solares em função da latitude e longitude

A.1 A tabela A.1 indica a intensidade de radiações solares incidentes para diversas localidades brasileiras.

Tabela A.1 - Intensidade de radiações solares


1)
H
Cidade Estado Latitude Longitude
GJ/m 2
Cruzeiro do Sul AC 07° 38'S 72° 40'W 4,28
Rio Branco AC 09° 58'S 67° 48'W 7,83
Macapá AP 0° 10'N 51° 03'W 4,58
Manaus AM 03° 08'S 60° 02'W 6,57
Bom Jesus da Lapa BA 13° 16'S 43° 25'W 6,83
Caravelas BA 17° 44'S 39° 15'W 6,18
Ilhéus BA 14° 48'S 39° 18'W 6,88
Irecê BA 11° 18'S 41° 52'W 7,13
Mandacaru BA 09° 10'S 41° 10'W 6,66
Ondina - Salvador BA 13° 01'S 38° 31'W 6,51
Barbalha CE 07° 19'S 39° 18'W 7,02
Fortaleza CE 03° 43'S 38° 28'W 6,64
Jaguaruana CE 04° 50'S 37° 47'W 6,16
Morada Nova CE 06° 01'S 38° 23'W 6,29
São Mateus ES 18° 42'S 39° 51'W 4,48
Brasília DF 15° 47'S 47° 56'W 5,48
Barra do Corda MA 05° 30'S 45° 16'W 5,90
São Luiz MA 02° 32'S 44° 17'W 6,10
Cuiabá MT 15° 36'S 56° 06'W 6,10
Ponta Porã MT 22° 32'S 55° 44'W 5,89
Belo Horizonte MG 19° 56'S 43° 56'W 5,62
Machado MG 21° 40'S 45° 55'W 3,28
Uberaba MG 19° 46'S 47° 56'W 5,13
Belém PA 01° 28'S 48° 29'W 5,35
Campina Grande PB 07° 13'S 35° 53'W 6,53
João Pessoa PB 07° 07'S 34° 52'W 7,04
Curitiba PR 25° 26'S 49° 16'W 3,92
Foz do Iguaçu PR 25° 32'S 54° 35'W 3,87
Guaíra PR 24° 05'S 54° 15'W 3,91
Irati PR 25° 28'S 50° 38'W 3,63
Palmas PR 26° 29'S 51° 59'W 3,23
Ponta Grossa PR 25° 06'S 50° 10'W 3,03
Curado PE 08° 03'S 34° 55'W 6,40
Floriano PI 06° 46'S 43° 02'W 6,56
Bagé RS 31° 20'S 54° 06'W 5,71
Dom Petrolini RS 32° 01'S 52° 15'W 6,24
Farroupilha RS 29° 14'S 51° 26'W 5,40
São Borja RS 28° 39'S 56° 00'W 5,61
Uruguaiana RS 29° 45'S 57° 05'W 5,57
Cópia não autorizada
NBR 14461:2000 15

Tabela A.1 (conclusão)


1)
H
Cidade Estado Latitude Longitude
GJ/m 2
Encruzilhada RS 30° 33'S 51° 32'W 6,14
Ataliba Leonel SP 23° 10'S 49° 20'W 5,03
Campinas SP 22° 53'S 47° 04'W 6,82
Colina SP 20° 43'S 48° 33'W 7,28
Mococa SP 21° 28'S 47° 00'W 6,98
Monte Alegre Sul SP 22° 40'S 46° 40'W 6,76
Pariquera Açu SP 24° 35'S 47° 50'W 4,60
Pindamonhangaba SP 22° 55'S 45° 30'W 6,37
Pindorama SP 21° 10'S 48° 54'W 5,57
Piracicaba SP 22° 48'S 47° 25'W 6,57
Ribeirão Preto SP 21° 11'S 47° 43'W 6,94
Tietê SP 23° 07'S 47° 43'W 6,84
1)
Radiaç ão solar global incidente em uma superfície em um ano.

_________________
/ANEXO B
Cópia não autorizada

16 NBR 14461:2000

Anexo B (informativo)
Modelo de documento para inspeção visual

B.1 O quadro abaixo indica um modelo para inspeção visual.

Característica Condição Observações


Boa Regular Ruim
Homogeneidade
Riscos, rachaduras
Deformações
Outras

Data: ____/_____/_____

___________________________
Responsável pelo controle
_________________

Você também pode gostar