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METODOLOGIA DA PESQUISA

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DA PESQUISA


INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
TÉCNICAS DE ANÁLISE DE DADOS

PROF. DR. AGRIPINO SOUZA COELHO NETO


1 TIPOS E TÉCNICAS DE PESQUISA
1.1 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO: algumas observações
E
 Levantamento de conhecimento existente sobre o
tema/objeto pesquisado - fontes secundárias.
 A pesquisa bibliográfica cumpre papel central no
processo de pesquisa:
o Coloca o pesquisador em contato com o que já foi publicado
sobre o tema/objeto de pesquisa;
o Amplia os horizontes de problematização a aprofundamento
do estudo;
o Viabiliza a construção dos referencial teórico-metodológico
da pesquisa;
o Evita despender tempo com questões que já foram
solucionadas;
1 TIPOS E TÉCNICAS DE PESQUISA
1.1 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO: algumas observações
E
 PUBLICAÇÕES: livros, revistas científicas e
anais.
 RESULTADOS DE PESQUISAS: monografias,
dissertações, teses, relatório de pesquisa.
 MATERIAL CARTOGRÁFICO: Atlas, mapas e
cartogramas diversos.
 ONDE PESQUISAR: bibliotecas e sites de
universidades, fundações, institutos de
pesquisa, órgãos governamentais.
1 TIPOS E TÉCNICAS DE PESQUISA
1.2 PESQUISA DOCUMENTAL: algumas observações
E
 Levantamento de documentos relacionados diretamente
ao objeto de pesquisa, podendo ser públicos ou
particulares;
 A pesquisa documental tem papel importante na
pesquisa:
o Permite ao pesquisador contato com dados específicos da
realidade investigada, muitas vezes não facilmente
disponíveis;
o Proporciona um conhecimento aprofundado sobre o objeto
investigado;
1 TIPOS E TÉCNICAS DE PESQUISA
1.2 PESQUISA DOCUMENTAL: Fontes de documentos
E
 ARQUIVOS PÚBLICOS: municipais, estaduais e
nacionais;
 ARQUIVOS PARTICULARES:
a) Domicílios particulares: arquivos e documentos
pessoais;
b) Instituições de ordem privadas: bancos, sindicatos,
escolas, igrejas, associações, partidos políticos;
c) Instituições públicas: delegacias, postos de saúde,
órgãos públicos.
1 TIPOS E TÉCNICAS DE PESQUISA
1.2 PESQUISA DOCUMENTAL: Tipos de documentos
E
 DOCUMENTOS OFICIAIS: leis, ofícios, relatórios, anuários;
 PUBLICAÇÕES PARLAMENTARES: registro das atividades das
Câmaras e do Senado - atas, projetos de lei, relatórios.
 DOCUMENTOS JURÍDICOS: documentos cartoriais – registro
de nascimentos, casamentos, mortes, testamentos, escrituras;
 PUBLICAÇÕES ADMINISTRATIVAS: publicações que
apresentam a imagem e publicizam as atividades
organizacionais;
 ARQUIVOS PARTICULARES: arquivos e documentos pessoais
=> memórias, diários, biografias, correspondências.
 OUTRAS FONTES: iconografias (imagens, pinturas, desenhos),
fotografias, canções folclóricas, vestuário, contos.
1 TIPOS E TÉCNICAS DE PESQUISA
1.3 PESQUISA DE CAMPO: instrumentos de coleta
E
OBSERVAÇÃO
participante/não participante, sistemática/assistemática, individual/coletiva;

ENTREVISTA
livre ou não diretiva, semi-estruturada e padronizada ou estruturada.

QUESTIONÁRIO
Questões abertas, fechadas, mistas; contato direto, por correio.

GRUPO FOCAL.
1 TIPOS E TÉCNICAS DE PESQUISA
1.4 PESQUISA EXPERIMENTAL
E
 Consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as
variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as
formas de controle e de observação dos efeitos que a
variável produz no objeto.
 A pesquisa experimental são mais utilizadas nas ciências
naturais: química, física e biologia.

ALGUMAS ESTRATÉGIAS

Aplicar um estímulo a um de dois grupos homogêneos e verificar as alterações


ocorridas – as diferenças encontradas serão atribuídas ao estímulo

Analisar as características de um grupo antes e depois da aplicação de um


Estímulo – as alterações encontradas são atribuídas ao estímulo
1 TIPOS E TÉCNICAS DE PESQUISA
1.5 ESTUDO DE CASO
E

Estudo profundo e exaustivo de determinados objetos ou situações.

Permite o conhecimento em profundidade dos processos e relações sociais.

O estudo de caso pode envolver o exame de registros, observação


de ocorrência dos fatos, entrevistas estruturadas e não-estruturadas
ou o uso de qualquer outros instrumentos de pesquisa.

O objeto do estudo de caso pode ser um indivíduo, um grupo,


uma organização, um conjunto de organizações,
ou até mesmo uma situação.
1 TIPOS E TÉCNICAS DE PESQUISA
1.6 PESQUISA-AÇÃO
E

Pesquisa empírica com estreita vinculação com uma ação ou


resolução de um problema coletivo.

Os pesquisadores e participantes representativos da situação e do


problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.

O pesquisador se integra no processo e seu objetivo é agir sobre a


realidade imediata – os membros das situações pesquisadas
integram-se na pesquisa.

Útil para a solução de problemas comunitários e pode ser utilizada


na realização de estágio no contexto das osganizações.
2 COLETA DE DADOS: INSTRUMENTOS
2.1 OBSERVAÇÃO: observações gerais
E
 A fase de coleta e análise dos dados é de grande
importância na elaboração da pesquisa científica, portanto, é
necessário se manter alguns cuidados para que se possa
garantir a fidedignidade dos resultados.
 Técnica de coleta de dados que utiliza os sentidos e que
consiste em ver, ouvir e examinar os fatos ou fenômenos da
realidade;
 Desempenha papel fundamental no processo de descoberta
permitindo ao pesquisador um contato direto com a realidade
investigada;
 A existência de diversas modalidades requer do pesquisador
efetuar escolhas de acordo com os propósitos e a natureza
de cada pesquisa.
2 COLETA DE DADOS: INSTRUMENTOS
2.1 OBSERVAÇÃO: tipologias
E
SEGUNDO OS MEIOS UTILIZADOS

 Observação não estruturada (Assistemática)


 Observação estruturada (sistemática)

SEGUNDO A PARTICIPAÇÃO DO OBSERVADOR

 Observação não participante


 Observação participante

SEGUNDO O NÚMERO DOS OBSERVADORES

 Observação individual
 Observação em equipe

SEGUNDO O LUGAR DE REALIZAÇÃO

 Observação efetuada na vida real (campo)


 Observação efetuada em laboratório
2 COLETA DE DADOS: INSTRUMENTOS
2.1 OBSERVAÇÃO: tipologias e conceituações
E
OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA

 Outras designações: estruturada, planejada, controlada;

 Instrumentos utilizados: quadros, grade de observação, anotações.

OBSERVAÇÃO ASSISTEMÁTICA

 Outras denominações: espontânea, informal, ordinária, livre,


ocasional e acidental.

 Consiste em recolher e registrar fatos da realidade sem que o


pesquisador utilize meios técnicos especiais.
2 COLETA DE DADOS: INSTRUMENTOS
2.1 OBSERVAÇÃO: tipologias e conceituações
E
OBSERVAÇÃO NÃO PARTICIPANTE

 O pesquisador toma contato com a realidade, grupo ou


comunidade estudada, sem integrar-se a ela, permanece de
fora.

 O pesquisador presencia o fato, mas não participa dele; não


se deixa envolver pelas situações; faz mais o papel de
espectador.

 Isso não quer dizer que a observação não seja consciente,


dirigida, ordenada para um fim determinado
2 COLETA DE DADOS: INSTRUMENTOS
2.1 OBSERVAÇÃO: tipologias e conceituações
E
OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE
“Por observação participante nós entendemos aquele método no qual o
observador participa na vida diária das pessoas sob estudo, seja abertamente,
no papel de pesquisador, seja de forma encoberta, através de um papel
dissimulado, observando coisas que acontecem ouvindo o que é falado e
questionando as pessoas no espaço de algum tempo” (BECKER e GEER, ?).
 Segundo Lakatos e Marconi (2002) há duas formas de observação
participante:
Natural: observador pertence a mesma comunidade ou grupo que
investiga.
Artificial: observador integra-se ao grupo com a finalidade de obter
informações.
 Para os antropólogos clássicos, a pesquisa participante requer 2 ou 3
anos de permanência mesmo numa versão abreviada, o pesquisador é o
instrumento de observação.
2 COLETA DE DADOS: INSTRUMENTOS
2.2 ENTREVISTA: tipologias e conceituações
E
LIVRE OU NÃO DIRETIVA

 É aquela em que não há ‘qualquer’ roteiro pré-


estabelecido pelo pesquisador.
 O entrevistado tem liberdade para desenvolver cada
situação em qualquer direção que considere adequada.
 Há liberdade total para o entrevistado expressar suas
opiniões e sentimentos.
 A função do entrevistador é de incentivo, sem forçar o
dirigir a participação do entrevistado.
2 COLETA DE DADOS: INSTRUMENTOS
2.2 ENTREVISTA: tipologias e conceituações
E
SEMI-ESTRUTURADA OU SEMI-DIRETIVA

 É aquela em que o pesquisador estabelece um


roteiro não fixo de perguntas que pode sofrer
alterações no todo ou em parte, no momento da
entrevista.
 O entrevistador parte de um esquema simples
previamente definido, mas trabalha com as
circunstâncias que se apresentam no desenrolar da
entrevista.
2 COLETA DE DADOS: INSTRUMENTOS
2.2 ENTREVISTA: tipologias e conceituações
E
ESTRUTURADA OU DIRETIVA

 É aquela que segue um roteiro pré-estabelecido pelo


pesquisador, com perguntas predeterminadas.
 Realiza-se de acordo com um formulário elaborado e com
pessoas selecionadas de acordo com um plano.
 É aquela em que as perguntas são elaboradas pelo
pesquisador com a finalidade de obter uma resposta direta à
pergunta realizada.
 O pesquisador não é livre para adaptar suas perguntas a
determinada situação, de alterar a ordem dos tópicos ou de
fazer outras perguntas.
2 COLETA DE DADOS: INSTRUMENTOS
2.3 QUESTIONÁRIO: observações gerais
E
 O questionário é um instrumento de coleta de dados
constituído por uma série ordenada de perguntas.

 A finalidade é obter, de forma sistemática e


ordenada, informações sobre as variáveis que
intervêm em uma investigação, em relação a uma
população ou amostra determinada.

 Na elaboração do questionário é importante avaliar


se foram incluídas nas perguntas todos os aspectos
necessários para esclarecer o problema de
pesquisa.
2 COLETA DE DADOS: INSTRUMENTOS
2.3 QUESTIONÁRIO: tipologias
E

TIPOLOGIAS DOS QUESTIONÁRIOS

SEGUNDO O TIPO DE PERGUNTA SEGUNDO O MODO DE APLICAÇÃO

 Questionários de perguntas abertas.  Contato direto


 Questionários de perguntas fechadas.  Questionário por correio
 Questionários mistos (perguntas abertas e fechadas).
2 COLETA DE DADOS: INSTRUMENTOS
2.3 QUESTIONÁRIO: tipologias e exemplos
E
Pergunta fechada com alternativas dicotômicas:
Sim/não – verdadeiro/falso – certo/errado
1. Os sindicatos devem ou não formar um partido político:
a) ( ) Sim
b) ( ) Não
c) ( ) Não sei
Pergunta fechada com respostas múltiplas,
combinada com a alternativa aberta:
2. Você escolhe um candidato pelo:
a) ( ) Partido Político
b) ( ) Qualidades pessoais
c) ( ) Plataforma política
d) ( ) Facilidade de expressão
e) ( ) Aparência
f) ( ) Outra. Qual: ____________________________________________
2 COLETA DE DADOS: INSTRUMENTOS
2.3 QUESTIONÁRIO: tipologias e exemplos
E
Pergunta fechada com alternativa hierarquizada:

3. Com que freqüência você usa a biblioteca Central da Universidade:


a) ( ) Nunca
b) ( ) Ocasionalmente
c) ( ) Frequentemente

Pergunta abertas

4. Em sua opinião, quais são as principais causas da delinqüência no


Brasil: ________________________________________________________

5. Você gosta de telenovelas? Por favor, justifique. __________________


______________________________________________________________
2 COLETA DE DADOS: INSTRUMENTOS
2.4 GRUPO FOCAL: roteiro
E SER AVALIADO
DEFINIÇÃO DO PROBLEMA A

ESCOLHA DO FACILITADOR E RELATOR DA DISCUSSÃO


facilitador deve ter uma boa experiência na condução de grupos e ser sensível,
capaz de ouvir, ter clareza de expressão, ser flexível e simpático, ter senso de humor

CONSTITUIÇÃO DO GRUPO FOCAL


deve ter composição homogênea, preservando certas características heterogêneas;
quantidade de grupos deve considerar a homogeneidade da população em relação
ao objeto da avaliação, deve ter geralmente entre 6 a 10 membros

DESENVOLVIMENTO DOS ENCONTROS


o local para as reuniões deve favorecer a interação entre os participantes;
recomenda-se que os encontros durem entre 1 e ½ a 2 horas e no máximo 3 horas;
explicar os objetivos do encontro, como foram selecionados os participantes
e sobre o uso de gravadores e o sigilo das informações obtidas

ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES OBTIDAS


3 TRATAMENTO, ANÁLISE INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
3.3 EXEMPLO DE TABULAÇÃO (DENKER, s/d).
E
QUESTÃO ABERTA: Na sua opinião, em que aspectos seu curso foi falho,
não contribuindo com seu desempenho profissional?
1) grade curricular inadequada – muita teoria e pouca prática  8 respostas
2) Falha de obrigatoriedade do estágio e de integração com mercado de trabalho  6 resp.
3) Falta de organização  2 respostas.
4) Falta de laboratório e equipamentos  4 respostas.
5) Falta de motivação  4 respostas.
6) Falha dos professores com relação a muitas faltas e pouca didática  3 respostas.

ASPECTOS EM QUE O CURSO FOI FALHO (RESPOSTAS MÚLTIPLAS) FREQÊNCIA %


Questões relativas à infra-estrutura (item 3 + item 4) 6 22
Questões relativas ao ensino
 Conteúdo (item 1) 8 30
Didática e motivação (item 5 + item 6) 7 26
Integração com o mercado (item 2) 6 22

Total 27 100
3 TRATAMENTO, ANÁLISE INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
3.4 ANÁLISE DE CONTEÚDO
E
 Compreende a preparação dos dados coletados através da
pesquisa documental e dos testemunhos como entrevistas
abertas com o objetivo de facilitar o seu uso na análise e
interpretação.

 O princípio da análise de conteúdo consiste em desmontar a


estrutura e os elementos do conteúdo para esclarecer suas
diferentes características e extrair sua significação.

 A análise de conteúdo pode optar por uma abordagem qualitativa


e/ou quantitativa.

 Técnica que permite analisar o conteúdo de livros, revistas,


jornais, discursos, películas cinematográficas, propaganda de
rádio e televisão, slogans, documentos pessoais, textos diversos.
3 TRATAMENTO, ANÁLISE INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
3.4.1 ANÁLISE DOCUMENTAL
E
“a análise documental busca identificar informações factuais nos
documentos a partir de questões e hipóteses de interesse”
(CAULLEY, apud LÜDKE e ANDRÉ, 1986, p. 38).

EXEMPLO
UM ESTUDO SOBRE AS RELAÇÕES DE AUTORIDADE DENTRO DA ESCOLA

A análise de uma circular distribuída aos professores de


uma escola, convidando-os para uma reunião pedagógica
poderia ser examinada no sentido de buscar evidências.

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