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A prova

A prova no processo é de especial relevância por servir de base à adesão no tribunal em qualquer
área de jurisdição, aspecto de maior e particular relevância no processo penal onde prevalece a
verdade material, servindo a prova de base, tanto para caução, pelo Ministério Publico e
pronuncia pelo tribunal (prova indiciaria, como para adesão do tribunal).1

Noção, fim e tema da prova

O processo é o meio de materialização do direito, em termos de aplicação deste, aos casos


concretos da vida real. Isto, equivale a dizer que, a aplicação do direito tem por objecto
realidades de facto, as quais estão previstas na lei que indica a solução ou efeito jurídico
decorrente da sua ocorrência.

Ora, se constitui finalidade do processo penal, a descoberta da verdade e realização da justiça,


mediante tomada de decisão judicial, esta alias, a meta final do processo, a mesma, “decisão
judicial” tem como pressupostos, como que partes, que a integram ou a compõem:

1. Verificação dos factos que condicionam a aplicação da lei;


2. A aplicação da lei “face aos factos efectivamente verificados”.

A propósito destes pressupostos da decisão judicial, é preciso sublinhar que para esta se mostre
justa e legal, não é de per si suficiente o conhecimento da ciência jurídica ou do direito que
regula os factos aos quais deve ser aplicado com vista a sua resolução em processo.

Com efeito, uma decisão judicial pode revelar-se sabia ou erudita, por legal, e no entanto não ser
justa, face aos pressupostos de facto de cada caso concreto em função dos quais aferir-se-á da
justiça da decisão, visto que esta assenta primordialmente na verdade dos factos admitida como
pressuposto da aplicação do direito, dai a relevância da prova no processo e o melindre da
mesma dentro do processo, aponto de o professor Manuel Cavaleiro de Ferreira (1954-
1955:279), considerar o respectivo direito, isto é, o direito probatório, como a parte mais viva do
processo.

1
CUNA, Ribeiro José, Lições de Direito Processual Penal, Escolar Editora, 2014, Maputo,
O conceito ou definição de prova deduz-se do conteúdo das disposições do art. 341 do cc, que
refere-se a sua função, podendo assim dizer que ela consiste na demonstração da verdade ou
realidade dos factos, e tratando-se de factos objecto de processo há que acrescentar factos
alegados em juízo. Tais factos alegados em juízo devem ser demonstrados, na medida em que o
seu conhecimento condiciona a aplicação do direito, sendo por isso, indispensável a sua
demonstração para efeitos de realização da justiça, finalidade última do processo.

Ora, se aprova consiste na demonstração da verdade dos factos, e é pertinente questionar o que
significa demonstrar a verdade dos factos. Demonstrar a verdade dos factos é alcançar um juízo
de certeza sobre esses factos, juízo de certeza que se faz sobre o objecto de processo penal
quando se toma decisão judicial.

Dando o conceito de prova, importa referir que Germano Marques da Silva, (2008:113-114),
refere-se a três significados de prova, nomeadamente como actividade probatória, entendida
como acto ou complexo de actos orientados para formar a convicção da mentalidade decisória
sobre a existência ou inexistência de uma determinada situação de facto; prova como resultado
traduzido na convicção da entidade decisora formada no processo sobre a existência e não de
uma determinada situação de facto e prova como meio enquanto instrumento de prova para
formar aquela convicção.

E com este significados que iremos usar o termo prova, com a ressalva de que o termo prova
enquanto resultado pode ter variações ou graus consoante a fase em que o processo se encontre,
pois, “enquanto para acusar importa a convicção do Ministério Publico sobre a indicação
suficiente e para pronunciar também a indiciação suficiente “e bastante e para a condenação
importa a prova” que, devendo ser plena tem de conduzir a convicção e não a simples admissão
de maior probabilidade não basta que seja provável, tem de estar provado que haja certeza moral
dos factos objecto do processo preci.

Pelo contrário, a iniciação suficiente ou prova indiciaria expressa a ideia da possibilidade


razoável de ao arguido pode vir aplicar-se uma pena ou medida de segurança, tendo em conta os
meios de prova já admitidos no processo (prova não plena, probabilidade), tornando assim,
legitima a sujeição do arguido a julgamento para efeitos de discussão judicial da causa devendo a
prova que servira de fundamento à sentença judicial ser produzida em sede do julgamento
(450/3).

Se acima se referiu, a prova consiste na demonstração da verdade dos factos, estes que
constituem o tema da prova, que corresponde aos factos a prova (e não razoes de direito, que se
presumem a ser do domínio do tribunal), que em princípio são todos quantos se mostrem
juridicamente relevantes.

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