Você está na página 1de 31

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS

VITÓRIAS VICENTE PIRES – DF

Formação para Cerimoniários

2012
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................................................6

CAPÍTULO I – SOBRE OS CERIMONIÁRIOS................................................................................................7

1 – Atribuição e Papel........................................................................................................................7

2 – Posições dentro da Santa Missa..................................................................................................8

3 – Vestes Litúrgicas............................................................................................................................9

4 – Posturas Corporais........................................................................................................................9

CAPÍTULO II – VOCAÇÃO PARA O AMOR..............................................................................................10

1 – Caráter Comunitário da Vocação Humana..................................................................................10

2 – Respeito e Ajuda a Vocação dos Filhos......................................................................................10

3 – A Santidade e Evangelho vocação de todos os discípulos de Cristo.........................................11

4 – Vocação da Humanidade e Vocação do Cristão realizada na Igreja...........................................11

5 – Vocação para o Amor.................................................................................................................12

CAPÍTULO III – O QUE TODO CERIMONIÁRIO DEVE SABER................................................................14

1 – Mandamentos da Lei de Deus....................................................................................................14

2 – Mandamentos da Igreja..............................................................................................................14

3 – Sacramentos...............................................................................................................................14

4 – Pecados Capitais..........................................................................................................................14

5 – Obras de Misericórdia Corporais.................................................................................................14

6 – Obras de Misericórdia Espirituais................................................................................................14

7 – Dons do Espírito Santo.............................................................................................................14

8 – Bem-Aventuranças.......................................................................................................................15

9 – Símbolos de Fé...........................................................................................................................15

10 – O que é Liturgia?......................................................................................................................16
2

CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II


CAPÍTULO IV – DIGNIDADE DA SANTA MISSA E PECADO..................................................................18

1 – Importância e Dignidade da Celebração Eucarística..................................................................18

2 – O Pecado.....................................................................................................................................19

CAPÍTULO V – SER LUZ DE CRISTO.........................................................................................................22

1 – Matéria ou Espírito...................................................................................................................22

2 – Estabelecimento de um Diálogo com Deus...............................................................................24

CAPÍTULO VI – MINISTROS DE DEUS.....................................................................................................27

1 – Ministros da Ordem Sacra.........................................................................................................27

1.1 – Bispo...................................................................................................................................2 7

1.2 – Presbítero (Padre)................................................................................................................28

1.3 – Diáconos..............................................................................................................................28

2 – Ministros Particulares.................................................................................................................29

2.1 – Acólito..................................................................................................................................2 9

2.2 – Leitores...............................................................................................................................29

2.3 – Salmista e Cantores.............................................................................................................29

2.4 – Sacristão.............................................................................................................................29

2.3 – Mestre de Cerimônias (cerimoniário)....................................................................................30

2.4 – Coroinhas...........................................................................................................................3 0

2.5 – Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucaristica (MESCE).................................30

3 – Funções do Povo de Deus...........................................................................................................31

CAPÍTULO VII – TEMPO LITÚRGICO.......................................................................................................33

1 – Duração do Ano Litúrgico...........................................................................................................33

2 – Ciclos do Ano Litúrgico.................................................................................................................33

3 – Calculando o Ano Litúrgico..........................................................................................................34

4 – Evangelho e Evangelistas.............................................................................................................34

5 – O Dia Litúrgico em geral.............................................................................................................35

CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

6 – O Domingo...................................................................................................................................35

7 – As solenidades, Festas e Memórias.............................................................................................36


8 – Os dias da Semana......................................................................................................................36

9 – Tempos específicos.....................................................................................................................37

10 – Cores Litúrgicas.........................................................................................................................38

CAPÍTULO VIII – SANTA IGREJA DE CRISTO............................................................................................40

1 – Igreja Física................................................................................................................................40

2 – Igreja Espiritual...........................................................................................................................42

2.1 Coríntios 12, 12-30..................................................................................................................42

2.2 CARTA ENCÍCLICA DO PAPA PIO XII..........................................................................................42

CAPÍTULO IX – OBJETOS LITÚRGICOS.....................................................................................................47

1 – Guia da Estrutura de uma Igreja................................................................................................47

2 – Guia de Objetos Litúrgicos.........................................................................................................50

3 – Guia de Livros Litúrgicos..............................................................................................................55

CAPÍTULO X – MISSA PARTE POR PARTE...............................................................................................57

1 – Ritos Iniciais................................................................................................................................57

2 – Liturgia da Palavra......................................................................................................................58

3 – Liturgia Eucarística.....................................................................................................................60

4 – Ritos de Encerramento...............................................................................................................64

CAPÍTULO XI – CERIMONIÁRIO..............................................................................................................66

1 – Regras Gerais...............................................................................................................................66

2 – Posições Corporais......................................................................................................................67

CAPÍTULO XII – CERIMONIÁRIO DA PALAVRA......................................................................................70

1 – Antes da Missa...........................................................................................................................70

2 – Durante a Celebração................................................................................................................70

3 – Depois da Missa..........................................................................................................................72

CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

4 – Outras considerações...................................................................................................................72

CAPÍTULO XIII – TURIFERÁRIO..............................................................................................................73

1 – Função e Manuseio do Turibulo.................................................................................................73

2 – Antes da Missa...........................................................................................................................74
3 – Durante a Celebração................................................................................................................74

4 – Depois da Missa..........................................................................................................................75

CAPÍTULO XIV – CERIMONIÁRIO DA CREDENCIA.................................................................................77

1 – Funções e Atribuições..................................................................................................................77

2 – Antes da Celebração..................................................................................................................77

3 – Durante a Celebração................................................................................................................77

4 – Ritos Finais..................................................................................................................................78

AGRADECIMENTO...............................................................................................................................79

REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................80

5
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

INTRODUÇÃO

O bom cerimoniário deve apresentar destaque em termos litúrgicos e atitude, porque sua
atuação pode tornar uma celebração mais nobre ou totalmente sem sentido. Boa parte do
conhecimento se adquire através do Estudo da Liturgia, no entanto, a personalidade de um
bom cerimoniário somente pode ser construída no decorrer da sua vida pastoral. Tentando
facilitar tal processo, esta apostila objetiva não somente copilar os principais textos litúrgicos,
auxiliando os cerimoniários iniciantes, como também propor textos vocacionais e atividades de
reflexão, facilitando a inserção do jovem dentro da pastoral.

Vale alertar que o uso desta apostila não substituiu os livros litúrgicos e tão poucos a formação
presencial juntamente aos já cerimoniários. Em outras palavras, esta apostila é somente um material
de apoio à formação dos jovens cerimoniários. É necessário salientar, por isso, a importância da
busca continua dos párocos para o trabalho espiritual. Estas não são somente recomendações, mas
também uma forma de admitir os limites desta apostila, principalmente no que tange apoio
espiritual. Isto, porque esta ferramenta de estudo não tem ambição de ser um meio
Evangelizador, mas somente um instrumento teórico.

Ao final do curso proposto aqui, o jovem cerimoniário deverá ter a capacidade de servir
numa celebração litúrgica dominando as qualidades e conceitos necessários para atuar na mesa da
palavra; no turibulo e na credencia. Este é o resultado de um conteúdo reservado para
familiarizar o leigo a utilização dos instrumentos litúrgicos necessário ao oficio de cerimoniário.
Sendo assim, a proposta concretizada neste instrumento se reservou ao direito de abordar temas
de forma simplificada e didática. Portanto não é uma apostila própria para a formação de
cerimoniários principais, pois tudo descrito já deve ser de conhecimento de jovens com tais
propostas.

Que Deus lhe guie neste Caminho de Formação!

6
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

CAPÍTULO I – SOBRE OS CERIMONIÁRIOS

1 – Atribuição e Papel
Para que a celebração brilhe pelo decoro, simplicidade e ordem é preciso um mestre de cerimonias,
comumente chamado de cerimoniário. Ele deve preparar e dirigir, em intima colaboração com o
celebrante e demais pessoas que têm por oficio coordenar as diferentes partes da mesma
celebração, sobretudo no aspecto pastoral. Para tal pode haver um, dois ou mesmo uma equipe de
cerimoniários, sendo um deles o mestre de cerimonias ou cerimoniário-mor e os demais cuidam de
partes específicas da celebração.

O cerimoniário deve ser perfeito conhecedor da


sagrada liturgia, sua história e natureza, suas leis e os
preceitos. Mas deve ao mesmo tempo ser versado
em material pastoral, para saber como devem
ser organizadas as celebrações, quer no sentido
de fomentar a participação frutuosa do povo, quer no
de promover o decoro das mesmas. Ele deve
observar as leis das celebrações sagradas, de
acordo com o seu verdadeiro espírito, bem como as
legítimas tradições da paroquia em questão, que
forem de utilidade pastoral.

Deve em tempo oportuno, combinar com os cantores, assistentes, ministros celebrantes tudo o que
cada um tem a fazer e a dizer. Porém, dentro da própria celebração, deve agir com suma discrição;
não fale sem necessidade; não ocupe o lugar dos diáconos ou dos assistentes, pondo-se ao lado do
celebrante; tudo, numa palavra, execute com piedade, paciência e diligência. Além destas
orientações, o cerimoniário deve:

• Participar das reuniões, missas e demais compromissos assumidos;

• Ser pontual tanto nas celebrações quanto nas reuniões;

• Ser cuidadoso e zeloso com as coisas da igreja e do altar, ou seja, tratar os paramentos
e objetos com respeito, afinal são materiais usados no sacrifício eucarístico;

• Cultivar o gosto pela liturgia, oração e pela Sagrada Escritura, reservando momentos diários
de orações.

7
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

esse motivo, o nome desta função é ministro extraordinário da comunhão, e não da Eucaristia, visto
que apenas os sacerdotes são ministros da Eucaristia, e a função dos ministros extraordinários da
comunhão exerce-se apenas na sua distribuição.

3 – Funções do Povo de Deus


Na celebração da Missa, os fiéis constituem o povo santo, o povo adquirido e o sacerdócio
régio, para dar graças a Deus e oferecer o sacrifício perfeito, não apenas pelas mãos do
sacerdote, mas também juntamente com ele, e para aprender a oferecer-se a si próprios.
Esforcem-se, pois, por manifestar isto por meio de um profundo senso religioso e da caridade
para com os irmãos que participam da mesma celebração. Por isso, evitem qualquer tipo de
individualismo ou divisão, considerando sempre que todos têm um único Pai nos céus e, por
este motivo, são todos irmãos entre si.

Formem um único corpo, seja ouvindo a Palavra de Deus, seja tomando parte nas orações e no
canto ou, sobretudo, na oblação comum do sacrifício e na comum participação da mesa do
Senhor. Tal unidade se manifesta muito bem quando todos os fiéis realizam em comum os
mesmos gestos e assumem as mesmas atitudes externas. Os fiéis não se recusem a servir com
alegria ao povo de Deus, sempre que solicitados para algum ministério particular ou função na
celebração.

Atividade

Qual sua função dentro da Igreja de Cristo? Como você participa da Santa Missa? Como você acha
que deveria participar? Compartilhe com os companheiros de formação! Além disto, é
necessária muita atenção na função de cada um dos ministros, desta forma ao assistir a sua
próxima missa, pede-se que observe as funções dos ministros ordinário, extraordinários e
particulares dentro da Santa Missa e descreva abaixo uma função para cada linha vazia:

PADRE

MINISTRO DA SAGRADA COMUNHÃO

CERIMONIÁRIO

COROINHA

31
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

LEITORES E EQUIPE DE LITURGIA

MÚSICOS

COMUNIDADE

Refleta: quais os prós e os contras das seguintes questões – É melhor uma pastoral com muitos
membros, ou uma pastoral com poucos membros? Quantidade ou Qualidade?

“Não fostes vós que e escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o
seu fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao pai em meu nome, ele vos
conceda. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros” (João 15, 16 -17).

32
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

CAPÍTULO VII – TEMPO LITÚRGICO


No decorrer do ano, a Santa Igreja comemora em dias
determinados a Obra da Salvação de Cristo. Cada semana,
no domingo, é recordada a ressureição de Cristo,
celebrada também, uma vez por ano, na Paixão de Cristo,
na solenidade máxima da Páscoa. Durante o ciclo anual
desenvolve-se todo o mistério de Cristo e comemoram-se
os aniversários dos Santos.

Nos vários tempos do ano litúrgico, segundo a


disciplina tradicional, a Igreja aperfeiçoa a formação dos
fiéis por meio
de piedosos exercícios espirituais e corporais, pela instrução e oração, e pelas obras e penitência e
de misericórdia.

1 – Duração do Ano Litúrgico


Desde pequenos aprendemos, na escola ou em casa, que há vários tipos de “anos”: o ano letivo
(período do ano em que há atividades escolares); o ano civil (o ano oficial que começa no dia 1
de janeiro e termina no dia 31 de dezembro); o ano solar (período em que ocorrem os
movimentos da terra em torno do sol); e outros anos. Desta mesma forma dentro da liturgia há
um ano com limites distintos dos demais, chamado de ano litúrgico, ele começa no primeiro dia do
Advento e termina na festa de Cristo Rei do Universo, ou seja, tem seu inicio e termino em meados
do final de novembro e inicio de dezembro.

2 – Ciclos do Ano Litúrgico


No ano civil cada ano é diferente do outro: datas em dias da semana distintos e a existência do
ano bissexto. Assim como no ano civil, o ano litúrgico apresenta variações em relações ao seu ano,
não somente na variação das datas, mas principalmente das leituras. Isto porque o Ano litúrgico é
divido em três grandes ciclos, cada um correspondente a uma letra e um evangelista: Ano A – São
Mateus; Ano B – São Marcos; Ano C – São Lucas. Quando percorremos todos os três ciclos
conseguimos percorrer também toda a palavra das Sagradas Escrituras. Mas nos perguntamos,
não são quatro Evangelistas, onde está São João? O Evangelho de São João, devido a sua
característica festiva e solene, é utilizado nas solenidades e festas no transcorrer dos outros ciclos.

33
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

3 – Calculando o Ano Litúrgico


Para se calcular o ano litúrgico em que nos encontramos, devemos saber se o ano é múltiplo de 3,
para isso, somasse todos os algarismo, caso o resultado seja múltiplo de 3 estamos no ano C (2010
=> 2+0+1+0=3), caso não seja basta verificar se o resultado é menor do que o múltiplo mais
próximo, sendo assim ano B (2012 => 2+0+1+2=5<6), ou se é maior, sendo assim o ano A (2011 =>
2+0+1+1=4>3).

Além disto, os anos são divididos em pares e impares. Esta divisão serve como reverência para as
leituras da semana, a cada ano dentro do ciclo litúrgico a leitura da mesma missa será diferente.
Desta forma ao final dos três anos, caso o católico comparece diariamente a Santa Missa, terá lido a
bíblia inteira. Neste caso a divisão é logica mesmo, por exemplo 2000 => ano par / 2007 => ano
impar.

4 – Evangelho e Evangelistas

Quer dizer boa nova e, realmente, nada do que aconteceu antes ou depois de Cristo tem a
importância da Revelação que o Evangelho nos traz. As pessoas convertidas logo o percebem. Todos
os que descobrem Jesus sabem disto: o Evangelho é a boa nova, todas as outras coisas não passam
de novidades mais ou menos interessantes.

Os Evangelhos são quatro: de S. Mateus, S. Marcos, S. Lucas e S. João. Tendo cada um o próprio
estilo, todos narram a vida de Jesus. Santo Agostinho vê neste número o símbolo dos quatro pontos
cardeais, que significa que os evangelhos devem ser pregados nos quatro cantos da terra.
O profeta Ezequiel (Ez 1, 5s), falando de suas visões, afirma que lhe apareceram quatro animais
simbólicos: em um sobressaia o rosto humano, e nos outros, respectivamente, a cabeça de boi, de
águia e de leão - estranhos seres figurativos dos evangelistas.

São Mateus: Começa seu Evangelho pela série dos antepassados de quem, como homem, Jesus
descende, ele é representado pelo animal com rosto de homem. Escreveu visando,
particularmente, converter os judeus. Insiste nas profecias messiânicas e demonstra sua plena
realização em Jesus Cristo.
São Marcos: Inicia sua narrativa com a história de São João Batista, cuja "voz se faz ouvir no
deserto", tem, por símbolo, o leão. Destinou seu Evangelho aos pagãos convertidos, procurando
demonstrar a Divindade de Jesus pelos prodígios que praticou, por seu comprovado poder sobre os
elementos da

34
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

natureza e sobre os demônios, cuja inegável representação eram os ídolos do paganismo.


São Lucas: Inicia seu Evangelho falando do sacerdócio de Zacarias, sacerdote e sacrificador da
Antiga Lei, motivo por que é designado pelo touro. Foi companheiro de São Paulo. Destinou seu
Evangelho a pagãos e judeus. Narra particularidades que os outros calaram, principalmente sobre a
Virgem Maria.
São João: Inicia seu livro com o belíssimo "No principio era o Verbo..." só poderia ser figurado pela
águia. Foi o "discípulo amado" e o que deu maiores provas de fidelidade a seu mestre, sendo o
único a não abandoná-lo em sua paixão. Escreveu com o fim expresso de demonstrar que Jesus é o
Messias prometido no qual é necessário crer para alcançar a vida eterna.

Os quatro evangelistas se entrelaçam e se completam. No entanto, diz São João que "muitos outros
prodígios fez ainda Jesus, na presença de seus discípulos, mas que não foram escritos neste livro". E
acrescenta: "Estes, porém, foram escritos, a fim de que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus,
e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome" (Jo 20, 30-31).

(Adaptado do site catequisar.com.br)

5 – O Dia Litúrgico em geral


Todos os dias são santificados pelas celebrações litúrgicas do Povo de Deus, principalmente pelo
Sacrifício Eucarístico e pelo Ofício Divino. A duração do dia litúrgico se estende desde meia-noite até
a próxima meia-noite. A celebração do domingo e das solenidades, porém, começa com as vésperas
do dia precedente, ou seja, o Domingo Litúrgico começa aproximadamente às 18h do sábado e
termina meia-noite do domingo.

6 – O Domingo
No primeiro dia de cada semana, que é chamado dia do Senhor ou domingo, a Igreja, por uma
tradição apostólica que tem origem no próprio dia da Ressurreição de Cristo, celebra o mistério
pascal. Por isso, o domingo deve ser tido como o principal dia de festa.

Por causa de sua especial importância, o domingo só cede sua celebração às solenidades e às festas
do Senhor, contudo, os domingos do Advento, da Quaresma e da Páscoa gozam de precedência
sobre todas as festas do Senhor e todas as solenidades. As solenidades que ocorram nestes
domingos sejam antecipadas para sábado.

35
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

7 – As solenidades, Festas e Memórias


No ciclo anual, a Igreja, celebrando o mistério de Cristo, venera também com particular amor a Santa
Virgem Maria, Mãe de Deus, e propõe à piedade dos fiéis as memórias dos Mártires e outros Santos.

Os Santos de importância universal são celebrados obrigatoriamente em toda a Igreja; os outros são
escritos no calendário para serem celebrados facultativamente, ou serão deixados ao culto
de alguma Igreja local, nação ou família religiosa.

As celebrações, que se distinguem segundo sua importância, são denominadas: solenidade, festa e
memória.

Solenidades: são constituídas pelos dias mais


importantes, cuja celebração começa no dia precedente
com as Primeiras Vésperas. Algumas solenidades
são também enriquecidas com uma Missa própria para
uma Vigília, que deve ser usada na véspera quando
houver Missa Vespertina. As celebrações das duas
maiores solenidades, Páscoa e Natal, prolongam-se por
oito dias seguidos. Ambas as oitavas são regidas por
leis próprias;

Festas: são celebradas no limite dos dias naturais,


por isso não tem Primeiras Vésperas, a não ser que se
trate
de festa do Senhor que ocorrem nos domingos do Tempo Comum e do Tempo do Natal, cujo Ofício
substitui;

Memórias: obrigatórias ou facultativas; sua celebração, porém, se harmoniza com a celebração


do dia de semana ocorrente, segundo as normas expostas nas Instruções Gerais sobre o Missal
Romano e a Liturgia das Horas; As memórias obrigatórias que ocorrem na semana da Quaresma
somente são celebradas como facultativas. Não se pode celebrar varias memorias facultativas
no mesmo dia, neste caso se prioriza apenas uma e se omite as outras;

8 – Os dias da Semana
Os dias que seguem o domingo são chamados dias de semana, celebram-se de diversos modos,
segundo sua importância própria:

• Quarta-Feira de Cinzas; os dias de semana da Semana Santa, de Segunda a Quinta-


Feira inclusive, têm preferência a todas as outras celebrações;
36
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Tríduo Pascal: começa com a Missa vespertina na Ceia do Senhor, possui o seu centro na Vigília
Pascal e encerra-se com as Vésperas do domingo da Ressureição. O sagrado Tríduo Pascal
resplandece como o ápice de todo o ano litúrgico. O Tríduo Pascal é composto pela Sexta-Feira da
Paixão do Senhor, Vigília Pascal e a Festa da Ressureição.

Tempo Pascal: os cinquenta dias entre o domingo da Ressureição e o domingo de Pentecostes


sejam celebrados com alegria e exultação, como se fossem um só dia de festa, ou melhor,
“como um grande domingo”. É principalmente nesses dias que se canta o Aleluia.

10 – Cores Litúrgicas
As cores litúrgicas servem para manifestar externamente o caráter dos mistérios celebrados, e
também a consciência de uma vida cristã que progride com o desenrolar do ano litúrgico.

Branco: usado nos Ofícios e Missas do Tempo pascal e do Natal do Senhor; além disso, nas
celebrações do Senhor, exceto as de sua Paixão, da Bem-aventurada Virgem Maria, dos Santos
Anjos, dos Santos não Mártires, nas solenidades de Todos os Santos (1º de novembro), de São João
Batista (24 de junho), nas festas de São João Evangelista (27 de dezembro), da Cátedra de São Pedro
(22 de fevereiro) e da Conversão de São Paulo (25 de janeiro). Esta cor simboliza a Luz, tipificando a
inocência e a pureza, alegria e a glória. Ela pode ser substituída pelas cores douradas ou prateadas.

Vermelho: é usado no domingo da Paixão e na Sexta-feira da Semana Santa, no domingo de


Pentecostes, nas celebrações da Paixão do Senhor, nas festas natalícias dos Apóstolos e
Evangelistas e nas celebrações dos Santos Mártires. Simboliza as línguas de fogo em Pentecostes, o
sangue derramado por Cristo e pelos mártires, além de indicar a caridade inflamante.

Verde: se usa nos Ofícios e Missas do Tempo Comum. Simboliza a cor das plantas e árvores, ou
seja, a cor da vida, além disto, prenuncia a esperança na vida eterna.

Roxo: é usado no Tempo do Advento e da Quaresma. Pode também ser usado nos Ofícios e Missas
dos Fiéis defuntos. Significa penitência, aflição e melancolia, além de representar estado de espera
em Cristo.

Preto: pode ser usado, onde for costume, nas Missas dos Fiéis Defuntos. Significa luto, tristeza e a
morte, tudo resumido na escuridão do sepulcro. Ele pode ser substituído pela cor Roxa.

Rosa: pode ser usado, onde for costume, nos domingos Gaudete (III do advento) e Laetare (IV da
Quaresma). Esta cor pode ser substituída pela cor Roxa.

38
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Obs.: em dias mais solenes podem ser usadas vestes sagradas festivas ou mais nobres, mesmo que
não sejam da cor do dia.

Atividade

Complete abaixo, caso haja dúvida, pesquise ou pergunte a um padre:

DIA LITÚRGICO TEMPO LITÚRGICO CARACTERÍSTICA COR LITÚRGICA

Pascoa do Senhor Solenidade

Tempo do Advento Roxo

3º Domingo do Advento Solenidade

Tempo Comum Preto

Solenidade Verde

Batismo do Senhor

Imaculada Conceição Festa Branco

Calcule os seguintes anos litúrgicos e complete o quadro:

ANO ANO LITÚGICO EVANGELISTA PAR OU ÍMPAR ANIMAL

1501

1990

2012

2020

2013

1997

“O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado” (Mateus 2,
27).

39
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

CAPÍTULO VIII – SANTA IGREJA DE CRISTO

1 – Igreja Física
A Igreja é composta por duas dimensões, a física e a espiritual. A Igreja espiritual
faz referencia a toda comunidade que compõe este santuário, as pastorais, devotos e ministros.
Além desta, também existe a Igreja como estrutura física. Este tópico tem como objetivo
orientar o cerimoniário quanto a composição desta dimensão física, para posteriormente
trabalharmos um pouco mais a Igreja Espiritual na teoria.

Nave: é o interior da igreja. Nela se localizam: o presbitério,


a entrada principal do santuário, a entrada para capela,
a entrada da sacristia. É o local reservado para a
comunidade poder assistir as celebrações.

Presbitério: local mais elevado em relação ao nível do chão


dentro da nave em que estão localizados:o altar, a cadeira do
presidente, o crucifixo e o ambão.

Altar: mesa localizada no presbitério, em que é realizada a


santa ceia. Ela também representa o próprio Jesus na Liturgia,
por isso, sempre que atravessar o Altar, deve-se realizar uma
venha.

Ambão: mesa localizada no presbitério, em que é realizada


a liturgia da palavra. É o local em que se é pronunciado
a palavra de Deus, por isso ele sempre deve estar localizado
em um ponto em que a transmissão seja mais clara.

40
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Referência da Passagem Bíblica:

“Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. Preciso conduzi-las também, e ouvirão a minha voz e
haverá um só rebanho e um só pastor.” (João 10, 16).

46
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

CAPÍTULO IX – OBJETOS LITÚRGICOS

1 – Guia da Estrutura de uma Igreja


Na Igreja nem todos os membros desempenham a mesma função. Esta diversidade de ministérios se
manifesta exteriormente no exercício da celebração pela diversidade das vestes litúrgicas, que
por isso devem ser um sinal da função de cada ministro. Convém que as vestes litúrgicas contribuam
para a beleza da ação sagrada.

Camisa clerical e clegyman: são vestes utilizadas pelo clero no


dia a dia que substituem a batina. O Clegyman é o
colarinho branco.

Amito: peça utilizada sobre a camisa e por baixo da batina ou


túnica, com o objetivo de tampar o pescoço.

Túnica: geralmente são brancas e são utilizadas tanto


por alguns ministros, quanto por seminaristas e clérigos.
Ela atualmente é utilizada para substituir a batina nas
celebrações litúrgicas.

Batina: é a veste mais tradicional da igreja, é utilizada pelo


exclusivamente pelo clero. Elas são pretas com exceção ao do
santo padre que é branca. Nos países tropicais, a Cúria
Romana também permite o uso de batina branca pelo
clero, sendo neste caso, mais aconselhável o uso da túnica.
47
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Cíngulo: são utilizadas na cintura, geralmente com túnicas, e


significam a castidade e a obediência.

Faixas: são utilizadas na cintura, geralmente com batinas, e


significam a castidade e a obediência.

Sobrepeliz: veste branca utilizada sobre a batina. seu nome


significa algo além da pele. Ela significa que seu usuário
está com um espírito puro, por isso sempre que se
manuseia objetos litúrgicos é aconselhável o uso desta
veste.

Opa: Semelhante à sobrepeliz, ela é a veste utilizada pelos


ministros eucarísticos, que são responsáveis pelo zelo
direto da santa eucaristia.

Casula: vestes utilizadas pelo sacerdote em


celebrações, principalmente em ocasiões solenes. Ela segue
a liturgia diária, tanto no que diz respeito à cor quanto também
ao simbolismo que nela está presente.

48
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Carrilhão: utilizado para representar alegria durante o canto


do Gloria e para chamar a atenção da assembléia para algum
momento importante, como a consagração. Ele é chamado de
carrilhão quando contêm mais de um sino, chamado de
Sineta. Seu uso não é obrigatório.

Turíbulo: é o compartimento em que o incenso é queimado


junto ao carvão. Ele serve para purificar o ambiente e também
levar as orações da comunidade ao céu. Seu encarregado
é chamado de turiferário.

Naveta: é o compartimento em que se é guardado o


inceso. Ela deve sempre acompanhar o turiferário e seu
encarregado é chamado de naveteiro. Ela deve contar
uma colher para facilitar o manuseio do incenso pelo
celebrante.

Incenso: ele é utilizado sobre duas formas físicas, como pedra


ou resina. A primeira pode ser triturada, porém a
segunda não, porque vira uma cera que acaba grudando uma
na outra. Ele tem o aroma suave e representa as preces da
comunidade.

Carvão: é utilizado dentro do turíbulo e serve para queimar


o incenso liberando uma fumaça de aroma suave, utilizada
para elevar as nossas preces e purificar o ambiente.
Diferente do carvão normal, é pequeno é acende
facilmente, seu melhor estado não é nem preto nem branco
e sim com a coloração vermelha.

53
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Arperge com Caldeira: usado para jogar água benta no povo e


em objetos, ele é acompanhado pela caldeira que armazena a
água benta. Existem vários tamanhos e modelos de acordo
com a necessidade de cada ocasião.

Círio Pascal: é uma vela feita de cera de abelha em que


simboliza Cristo, luz do mundo. Ela é abençoada durante a
páscoa e representa o ano em curso. Tem a inscrição Alfa
e Ômega (Cristo começo e fim). Durante sua benção, a
vela é chagada representando a chagas do próprio Cristo.

Conopeu: capa utilizada para cobrir a âmbula, quando está


guarda Cristo Eucarístico, de forma a gerar uma
proteção extra.

Pala: objeto utilizado para tampar o cálice, quando este


estiver com vinho ou sangue de Cristo, com o objetivo
de impedir que insetos ou outra coisa caia dentro.

Sanguinho: pano utilizado para a purificação dos vasos


sagrados, como também para auxiliar a distribuição do sangue
de cristo, afim de que não caia nenhuma gotícula no chão.

54
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Manustérgio: toalha utilizada pelo sacerdote para


enxugar suas mão após purificá-las.

Corporal: pena utilizado para impedir que alguma partícula de


corpo ou gotícula de sangue caia sobre a mesa ou chão,
durante a consagração. Também há o modelo de mão
utilizado para auxiliar na distribuição da comunhão.

Bolsa Viática: utilizada para transportar de maneira segura


a teca, com comunhão, para enfermos ou para alguma
adoração,

3 – Guia de Livros Litúrgicos


Os livros litúrgicos são livros que possuem os ritos e os textos para as diversas celebrações.
Por nós coroinhas e por qualquer pessoa devem ser tratados com cuidado, zelo e,
principalmente, respeito, pois é a partir deles que se proclama a Palavra de Deus e se profere a
oração da Igreja. Vele lembrar que existem vários tipos de livros litúrgicos, abaixo somente
estão os principais livros:

Missal Romano: livro que é usado pelo sacerdote para a


celebração eucarística. Encontramos no Missal Romano todas
as orações necessárias para se celebrar uma missa.

55
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Lecionário: livro que contém as leituras para a celebração


eucarística. Não existe apenas um Lecionário. Os principais
são:. Dominical, Semanal, Santoral e do Pontifical Romano

Lecionário Dominical: contém as leituras para as missas dos


domingos e de algumas festas e solenidades.

Lecionário Semanal: contém as leituras para os dias de


semana de todo o Ano Litúrgico. A primeira leitura e o salmo
responsórial de cada dia estão classificados por ano ímpar e
ano par. Os evangelhos são os mesmos para os dois anos.

Santoral: é o terceiro lecionário, nele contém as leituras para


os dias de Santos. A classificação vai de acordo com o
calendário, ou seja, divido em meses e dias.

Evangeliário: neste livro estão separados apenas os


Evangelhos. Ele é utilizado principalmente nas grandes
solenidades, em que há uma procissão na hora da
proclamação do evangelho, em que o padre retira o livro do
altar e o deposita sobre o ambão

56
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

CAPÍTULO X – MISSA PARTE POR PARTE


1 – Ritos Iniciais

Os ritos que precedem a Liturgia da Palavra, isto é, entrada, saudação, ato penitencial, Kýrie, Glória
e a oração do dia, têm caráter de exórdio, introdução e preparação para a Santa Missa.

A finalidade dos ritos é fazer com que os fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam
numa comunhão e se disponham para ouvir atentamente a Palavra de Deus e celebrar
dignamente a Eucaristia.

Entrada : Reunindo o povo, enquanto o sacerdote entra com o diácono e os ministros, começa o
canto de entrada. A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da
assembléia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do
sacerdote e dos ministros.

Não havendo canto de entrada, a antífona proposta no Missal é recitada pelos fiéis, pelo leitor
ou pelo próprio sacerdote.

Saudação ao altar e ao povo: Chegando ao presbitério, o sacerdote, o diácono e os ministros


saúdam o altar com uma inclinação profunda.

Em seguida, em sinal de veneração o sacerdote e o diácono beijam o altar, juntamente com ele
os ministros que estiverem em cima do presbitério fazem uma venha profunda ao altar. Se
for oportuno, o sacerdote incensa a cruz e o altar.

Finalizado o canto de entrada, o sacerdote, de pé junto à cadeira, com toda a assembléia faz o sinal
da cruz, a seguir, pela saudação, expressa à comunidade reunida a presença do Senhor. Essa
saudação e a resposta do povo exprimem o mistério da Igreja reunida. Após a saudação, o
celebrante ou outro ministro ordinário faz uma breve introdução aos fiéis sobre a Missa do Dia.

Ato Penitencial: Após a introdução, o sacerdote convida para o ato penitencial que, após breve
silencio para exame de consciência, é realizado por toda a assembléia através de uma fórmula
de confissão geral ou realizado dentro do canto “Senhor, Tende Piedade”. Este momento é
concluído pela absolvição do sacerdote. Cabe lembrar que tal absolvição não possui a eficácia do
sacramento da penitência. No ato penitencial também pode-se utilizar o rito da aspersão em
recordação do batismo.

57
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Kýrie: Também chamado de “Senhor, Tende Piedade”, só não se inicia caso já tenha sido proclamado
no próprio Ato Penitencial. Nestes cantos, os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia,
é executado normalmente por todos, tomando parte nele o povo e o grupo de cantores.

Gloria a Deus nas Alturas: Neste canto, a Igreja, congregada no Espírito santo, glorifica e suplica
a Deus Pai e ao Cordeiro. O texto desse hino NÃO pode ser substituído por outro, por isto cuidado
com os cantos escolhidos. Caso não seja cantado deve ser recitado. Ele não deve ser
entoado nos períodos de Quaresma e Advento.

Oração do Dia: Também chamada de “Oração das Coletas”. Neste momento o sacerdote convida o
povo a rezar, então todos em silêncio por um instante, conscientes de estarem na presença de Deus,
formulam interiormente seus pedidos. Após o celebrante realizada a chamada “oração de
coleta”, direcionando todos os pedidos a Deus e enfatizando a índole da celebração. Com o final
desta oração também temos o ponto marco do final dos Ritos Iniciais

2 – Liturgia da Palavra

A parte principal da Liturgia da Palavra é constituída pelas leituras da Sagrada Escritura e pelos
cantos que ocorrem entre elas, sendo desenvolvida e concluída pela homilia, a profissão de fé e
a oração universal ou dos fiéis. Nas leituras explanadas pela homilia Deus fala ao seu povo,
revela o mistério da redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual; e o próprio Cristo, por sua
palavra, se acha presente no meio dos fiéis. Pelo silencio e pelos cantos o povo se apropria dessa
Palavra de Deus e a ela adere pela profissão de fé; alimentado por essa palavra, reza na oração
universal pelas necessidades de toda a Igreja e pela salvação do mundo inteiro.

O Silêncio: a Liturgia da Palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a meditação, por isso
deve ser de todo evitada qualquer pressa que impeça o reconhecimento, integram-na também
breves momentos de silêncio, de acordo com a assembléia reunida, pelos quais, sob a ação do
Espírito Santo, se acolhe no coração a Palavra de Deus e se prepara a resposta pela oração.
Convém que tais momentos de silêncio sejam observados, por exemplo, antes de se iniciar a própria
Liturgia da Palavra, após a primeira e a segunda leitura, como também após o término da homília.

Leituras Bíblicas: Mediante as leituras é preparada para os fiéis a mesa da Palavra de Deus e abrem-
se para eles os tesouros da Bíblia. Por isso, é melhor conservar a disposição das leituras bíblicas
pela qual se manifesta a unidade dos dois Testamentos e da história da salvação; nem é permitido
trocar as leituras e o salmo responsorial, constituídos da Palavra de Deus, por outros textos não
bíblicos.

58
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

As leituras sejam, pois, proclamadas pelo leitor, o Evangelho, porém, seja anunciado pelo
diácono ou, na sua ausência, pelo sacerdote. Depois de cada leitura, quem a profere a aclamação, e
o povo reunido, por sua resposta, prestam honra à Palavra de Deus, acolhida com fé e com
ânimo agradecido.

A proclamação do Evangelho constitui o ponto alto da Liturgia da Palavra. A própria Liturgia


ensina que se lhe deve manifestar a maior veneração, uma vez que a cerca mais do que as outras
leituras, de honra especial, tanto por parte do ministro delegado para anunciá-la, que se prepara pela
benção ou oração, como por parte dos fiéis que, pelas aclamações, reconhecem e professam
que o Cristo está presente e lhes fala, e que ouvem de pé a leitura ou ainda pelos sinais de
veneração prestados ao Evangeliário.

Salmo Responsorial: após a primeira leitura segue-se o Salmo Responsorial, que é parte integrante
da Liturgia da Palavra, constituindo-se em grande importância litúrgica e pastoral, por
favorecer a meditação da Palavra de Deus. O Salmo Responsorial corresponda a cada leitura e
normalmente seja tomado do lecionário. De preferência, o Salmo Responsorial será cantado, ao
menos no que se refere ao refrão do povo. Assim, o salmista ou cantor do salmo, do ambão ou outro
lugar adequado, profere os versículos do salmo, enquanto toda a assembléia escuta sentada,
geralmente participando pelo refrão, a não ser que o salmo seja proferido de modo contínuo, isto
é, sem refrão. Se o salmo não puder ser cantado, seja recitado do modo mais apto para favorecer a
meditação da Palavra de Deus.

Aclamação do Evangelho: após a leitura que antecede imediatamente o Evangelho, canta-se o


Aleluia ou outro canto estabelecido pelas rubricas, conforme exigir o tempo litúrgico. Tal aclamação
constitui um rito ou ação por si mesma, através do qual a assembléia dos fiéis acolhe o Senhor que
lhe vai falar no Evangelho, saúda-o e professa sua fé pelo canto. É cantado por todos de pé:

• O Aleluia é cantado em todo o tempo, exceto na Quaresma. Os Versículos são tomados do


Lecionário ou do Gradual;

• No Tempo da Quaresma, no lugar do Aleluia, canta-se o versículo antes do


Evangelho proposto no lecionário.

Homilia: é a parte da liturgia e vivamente recomendada, sendo indispensável para nutrir a vida cristã.
Convém que seja uma explicação de algum aspecto das leituras da Sagrada Escritura ou de
outro texto do Ordinário. A homília, via de regra é proferida pelo próprio sacerdote celebrante ou é
por ele delegada a um sacerdote concelebrante ou, ocasionalmente, a um diácono, nunca,
porém, a um leigo. Após a homilia é necessário um breve tempo de silêncio.

59
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Profissão de fé: o símbolo ou profissão de fé tem por objetivo levar todo o povo reunido a responder
à Palavra de Deus anunciada da sagrada Escritura e explicada pela homilia, bem como, proclamando
a regra da fé por meio de fórmula aprovada para o uso litúrgico, recordar e professar os grandes
mistérios da fé, antes de iniciar sua celebração na Eucarístia.

Oração Universal: nela, o povo responde de certo modo à Palavra de Deus acolhida na fé e
exercendo a sua função sacerdotal, eleva preces a Deus pela salvação de todos. Cabe ao sacerdote
celebrante, da cadeira, dirigir a oração. Ele a introduz com uma breve exortação, convidando os fiéis
a rezarem e depois a conclui. Normalmente as intenções são proferidas, do ambão ou de um
outro lugar apropriado, pelo diácono, pelo cantor, pelo leitor ou por um fiel leigo. O povo de pé,
exprime a sua súplica, seja por uma invocação comum após as intenções proferidas, seja por uma
oração em silêncio.

3 – Liturgia Eucarística

Na última Ceia, Cristo instituiu o sacrifício e a ceia pascal, que tornam continuamente presente
na Igreja o sacrifício da cruz, quando o sacerdote, representante do Cristo Senhor, realiza aquilo
mesmo que o Senhor fez e entregou aos discípulos para que o fizessem em sua memória.

Cristo, na verdade, tomou o pão e o cálice, deu graças, partiu o pão e deu-o a seus
discípulos dizendo: Tomai, comei, bebei: isto é o meu Corpo; este é o cálice do meu Sangue.
Fazei isto em memória de mim. Por isso a Igreja dispôs toda a celebração da liturgia eucarística
em partes que correspondam às palavras e gestos de Cristo. De fato:

a) Na preparação dos dons levam-se ao altar o pão e o vinho com água, isto é, aqueles elementos
que Cristo tomou em suas mãos;

b) Na Oração Eucarística rendem-se graças a Deus por toda a obra da salvação e as


oferendas tornam-se Corpo e Sangue de Cristo;

c) Pela fração do pão e pela Comunhão os fiéis, embora muitos, recebem o Corpo e o Sangue do
Senhor de um só pão e de um só cálice, do mesmo modo como os Apóstolos, das mãos do
próprio Cristo.

Preparação dos Dons: no início da liturgia eucarística são levadas ao altar as oferendas que se
converterão do Corpo e Sangue de Cristo.

60
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

CAPÍTULO XIV – CERIMONIÁRIO DA CREDENCIA

1 – Funções e Atribuições
O cerimoniário da Credencia é tão importante quanto o cerimoniário principal. Ele também necessita
conhecer todo o rito da celebração, apresentar um amplo conhecimento de liturgia e ter
uma personalidade ativa diante dos desafios. Sua responsabilidade é supervisionar os
trabalhos relacionados com a credencia durante toda a celebração, como também antes e depois,
zelando pela a dignidade dos objetos litúrgicos. Além disto, ele auxilia diretamente o cerimoniário
principal na supervisão dos demais cerimoniários.

2 – Antes da Celebração
O Cerimoniário da credencia deve preparar, juntamente com o cerimoniário principal, o
missal romano, como também estudar e repassar o ritual em questão. Em caso de celebrações
solenes em ocasiões especiais, aconselha-se que o ritual também seja passado juntamente ao
celebrante.

Além disso, o cerimoniário da credencia deve auxiliar os ministros da preparação dos


objetos litúrgicos. Deve também verificar com a equipe de celebração se haverá algo extra
litúrgico, como entrada de algum objeto, oração do dizimista, sorteio ou peças teatrais. Caso
tenha, avisar o cerimoniário principal. Por último, ele deve preparar os coroinhas.

3 – Durante a Celebração
Ritos Iniciais: Na procissão de entrada o cerimoniário da credencia deve substituir algum outro caso
necessite ou se posicionar na frente dos ministros e atrás dos coroinhas. Assim que o Cerimoniário
chegar a credencia e o celebrante a sua cadeira presidencial, deve-se enviar o Missal. O Celebrante
começa a missa realizando um sinal da cruz e saudando todos os presentes, ao final o
Missal retornará a credencia. Na oração de coleta o cerimoniário da credencia deve enviar
novamente o missal logo após o convite do celebrante a esta oração: “OREMOS”, que será
devolvido após a oração.
Liturgia da Palavra: A primeira participação do cerimoniário da credencia nesta liturgia ocorre
quando há Evangeliário. Neste momento ele necessitará enviar dois coroinhas com as velas
juntamente com o véu umeral que deverá ser entrega ao cerimoniários principal. Após a homilia,
segue-se a Profissão de Fé, enquanto ela é proclamada, o cerimoniário da credencia deve enviar
uma pasta contendo o folheto com a profissão e as preces, ou caso contrario, o missal com as
marcações 77
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

correspondes às orações citadas anteriormente. Além disso, está é uma ótima hora para enviar um
copo de água ao celebrante.

Liturgia Eucarística: No instante em que as ofertas começam a se aproximarem do altar, o


cerimoniário da credencia deve pedir para que os coroinhas auxiliem na acolhida delas. Na falta
de coroinhas o próprio cerimoniário da credencia deve suprir a necessidade. Ele deve também pedir
aos coroinhas que recolham do altar, durante a preparação das ofertas, a ambula vazia e a
galheta já utilizada.

Deve também preparar os coroinhas para a Jarra de Água, bacia e toalha para que o padre purifique
as mãos. Durante a oração eucarística, depois do Pai Nosso, ele deve preparar uma vela junto a um
coroinha para buscar o Santíssimo Sacramento no sacrário. Em um momento posterior, durante
o cordeiro, ele deve preparar as filas da comunhão. Por último, ele deve mandar o Missal
Romano novamente para a Oração Pós Comunhão.

Ritos Finais: quando o celebrante retorna a sua cadeira e pode realizar uma benção simples ou
a benção solene. Neste último caso, o cerimoniário da credencia deve enviar o Missal, por tanto,
antes da celebração verifique se o sacerdote utilizará o missal para a benção final.

4 – Ritos Finais
O cerimoniário da credencia, mesmo que o padre já tenha se trocado, somente tira sua veste depois
de guardar todos os livros litúrgicos, a pasta do celebrante e auxiliado os ministros no que
for preciso.

Ao final de tudo isso, se dirige ao santíssimo e realiza mais um momento de oração, desta vez para
agradecer pelo seu desempenho na celebração, agradecendo pelos os bons momentos e retirando
as lições dos momentos de tribulação. Somente depois deste momento, se o padre já tiver se
trocado, ele retira sua veste e finaliza seu serviço.

Atividade

Reflita: é possível ao cerimoniário da credencia assumir outra função além da dele, como
por exemplo, ser credencia e palavra, ou ser credencia e turibulo? Argumente.

78
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Reflita também: caso haja somente você na celebração litúrgica, qual é a melhor posição
para assumir, de forma a tentar preservar a dignidade da celebração (principal, credencia,
palavra ou turibulo?).

“Tu és pó e ao pó tornarás” (Gn 3, 19)

AGRADECIMENTO
Chegamos ao fim da nossa formação. Agora resta verificar suas habilidades na prática,
mas lembre-se, seja confiante, você já é um cerimoniário e Deus esta sempre contigo.

Não esqueça que não existe receita de bolo para ser um Bom Cristão, mas sim setas como esta
apostila e pessoas como o seu formador. Quem de fato faz o caminho para encontrar Deus é você
mesmo, então nunca deixe de procurar esta intimidade com Ele.

Boa sorte meu irmão e leve a luz de Cristo para quem precisa!!!!

79
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

REFERÊNCIAS
BECKHAUSER, Alberto. Missal Romano. São Paulo: Editora Paulus, 2008.

CATEQUISAR. Evangelho e Evangelistas. Disponível em <


http://www.catequisar.com.br/texto/materia/dout/lv01/17.htm> Acessado em 20 mar 2012;

CNBB. Cerimonial dos Bispos. São Paulo: Editora Paulus, 2008;

CNBB. Instrução Geral do Missal Romano e Introdução ao Lecionário. Brasília: CNBB, 2008;

CONCÍLIO VATICANO II. Sacrosanctum Concilium. Disponível em


<http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-
ii_const_19631204_sacrosanctum-concilium_po.html> Acessado em 20 mar 2012;

CONGREGAÇÃO PARA CULTO DIVINO. Redemptionis Sacramentum. Disponível em <


http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/ccdds/documents/rc_con_ccdds_doc_20040423
_redemptionis-sacramentum_po.html> Acessado em 20 mar 2012.

LEÃO XIII. Satis Cognitum. Disponível em <


http://www.vatican.va/holy_father/leo_xiii/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_29061896_satis-
cognitum_en.html> Acessado em 20 mar 2012

PAROQUIA SANT’ANA DE ITAÚNA. Manual dos Acólitos. Disponível em


<http://www.presbiteros.com.br/site/wp-content/uploads/2009/08/manualdoacolitoatual.pdf>
Acessado em 20 mar 2012;

PAROQUIA SÃO FRANCISCO DE ASSIS. Formação para Coroinhas. Disponível em


<http://www.catequisar.com.br/dw/apostilas/coroinha/01_paroquia_saofrancisco.pdf> Acessado
em 20 mar 2012;

PE. ZEZINHO, SCJ. Ao Deus da Minha Juventude. São Paulo: Editora Paulus, 2008;

PIO XII. Corpus Mysticum. Disponível em <


http://www.vatican.va/holy_father/pius_xii/encyclicals/documents/hf_p-xii_enc_29061943_mystici-
corporis-christi_po.html> Acessado em 20 mar 2012;

SANTA SÉ. Catecismo da Igreja Católica. Disponível em


<http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/prima-pagina-cic_po.html>. Acessado
em 20 mar 2012;

SANTA SÉ. Código de Direito Canônico. Disponível em < http://www.vatican.va/archive/cod-


iuris- canonici/portuguese/codex-iuris-canonici_po.pdf> Acessado em 20 mar 2012;

SANTA SÉ. Compêndio da Igreja Católica. Disponível em


<http://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-
ccc_po.html>. Acessado em 20 mar 2012.

80

Você também pode gostar