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QUESTÃO AGRÁRIA E A
ATIVIDADE AGROPECUÁRIA NO
BRASIL
Professora Solange Barros
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Agropecuária
Paralelamente ao desenvolvimento industrial urbano do
País, a agropecuária passa a desempenhar funções
fundamentais para a sociedade, notadamente:

 fornecer matéria-prima para as indústrias, gerar


empregos;
 fornecer combustíveis;
 produzir alimentos
 gerar divisas cambiais via exportações.
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Agropecuária

 Com o avanço da indústria, a agropecuária fica mais dependente e


subordinada aos interesses dos grandes capitais.

 Com o capitalismo no campo, aumenta-se a mecanização da lavoura,


o que implica elevação da produtividade e necessidade de menos
mão-de-obra, fator gerador de desemprego.

 Ocorre a valorização das culturas mais lucrativas, especialmente


aquelas de exportação, como soja e laranja, desvalorizando as
culturas voltadas para a alimentação interna, como feijão e milho.
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Estrutura Fundiária
A estrutura fundiária é a forma como
estão organizadas as propriedades
agrárias de um país ou região, isto é,
a classificação dos imóveis rurais
segundo o número, tamanho e
distribuição social.
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Concentração de Terras

 De um total de 6 milhões de propriedades, 53,05%


ocupam 3,10% da área, enquanto 1,42% dos
estabelecimentos (mais de 1000 ha), ocupam 43,48% da
área.

 Para complementar a renda, pequenos proprietários


trabalham temporariamente nas grandes propriedades.
Com o tempo, há uma concentração fundiária, pois a terra
fica insuficiente para a família em crescimento e o grande
proprietário compra essas pequenas propriedades, por
preços irrisórios.

 A origem da péssima distribuição de terras no País está em


seu passado colonial de exploração, articulado
inicialmente por Portugal.
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Concentração de Terras

 Os primeiros latifúndios foram as capitanias hereditárias,


que inseriram o Brasil no sistema colonial mercantilista.
Portanto, desde o início, o País mostrava sua tendência
latifundiária, notadamente exemplificada pelo sistema de
plantation, com a cana-de-açúcar no litoral nordestino.

 O grande marco histórico foi a Lei das Terras, de 1850,


que praticamente instituiu a propriedade privada da
terra no Brasil, determinando que as terras públicas ou
devolutas só podiam ser adquiridas por meio de compra
favorecendo os abastados proprietários rurais.
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Classificação dos Imóveis Rurais


Na década de 1960, devido ao descontentamento social
rural motivado pela péssima distribuição de terras, o
regime militar criou o Estatuto da Terra (1964),
surgindo o conceito de módulo rural: “é o modelo ou
padrão que deve corresponder à propriedade
familiar”.

Com base nesse conceito, posteriormente, o Incra, Instituto


Nacional de Colonização e Reforma Agrária,
vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário,
criou o conceito de módulo
fiscal: “unidade de medida expressa em hectares,
fixada para cada região, considerando vários fatores,
como o tipo de exploração predominante no município
e a renda obtida com a exploração predominante.”
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Classificação dos Imóveis


Rurais
Portanto, o tamanho do módulo fiscal
depende de cada região, sendo usado
pelo IBGE para classificar os imóveis rurais quanto ao tamanho:

● Minifúndio: área inferior a um módulo fiscal.


● Pequena propriedade: área entre um e quatro módulos fiscais.
● Média propriedade: área superior a quatro e até quinze módulos
fiscais.
● Grande propriedade: área superior a quinze módulos fiscais.
Outro aspecto importante do Estatuto da Terra é que, teoricamente, o
trabalhador rural ganhou uma proteção legal, representada pelo
salário mínimo, férias remuneradas, previdência e 13o salário. Mas,
na prática, os fazendeiros “fugiam” dessa mudança, passando a
contratar trabalhadores temporários, surgindo a figura do bóia-fria.
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Estatuto da Terra

Outro aspecto importante do Estatuto da Terra é


que, teoricamente, o trabalhador rural ganhou uma
proteção legal, representada pelo salário mínimo,
férias remuneradas, previdência e 13o salário.

Mas, na prática, os fazendeiros “fugiam” dessa


mudança, passando a contratar trabalhadores
temporários, surgindo a figura do bóia-fria.
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Subutilização do Espaço Rural


 Também conhecida por
subaproveitamento do espaço agrícola,
ou seja, da área total do país, apenas
30% tem agropecuária.
 O restante são terras que contêm matas,
áreas urbanas, pântanos, areais etc.
 Mas, o lamentável são os imóveis
improdutivos no País, isto é, terras sem
plantações, evidenciando uma
especulação e uma megalomania rural
entre as elites brasileiras, pela qual a
projeção social e o prestígio político
estão relacionados a posse de grandes
áreas de terra.
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Áreas improdutivas
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Questão
(Fuvest-SP) A atividade agrícola brasileira está:
a) cada vez mais dependente dos capitais agroindustriais urbanos.
b) dirigida para o abastecimento interno de gêneros alimentares.
c) voltada para a produção de culturas tropicais perenes.
d) em expansão, graças à transformação de latifúndios em pequenas
propriedades.
e) diminuindo sua área cultivada nestes últimos vinte anos.

Resposta: A
A atividade agrícola brasileira está cada vez mais dependente dos capitais
agroindustriais urbanos, em razão da crescente diversificação do capital urbano e de
seu interesse em investir pesadas somas em produtos agrícolas voltados à
exportação.
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Questão Agrícola
Os conflitos sociais no campo brasileiro decorrem
de um histórico processo de espoliação e expropriação do campesinato.

A modernização resolveu a questão agrícola do país, pois ocorreu um


extraordinário aumento da produção agropecuária, com grandes safras,
notadamente explicadas pelas inovações tecnológicas. Mas a questão agrária
não foi resolvida, e pior, foi agravada, porque nossas elites desprezaram o
destino dos não contemplados (camponeses) pela modernidade, surgindo uma
resistência que reivindica a reforma agrária.

A modernização do campo foi desigual, conservadora e capitalista, mantendo a


concentração de terras, com latifúndios improdutivos, provocando uma
subordinação total do camponês ao grande capital.

A razão dessa dependência ‘’é que no sistema capitalista a propriedade rural


visa, em primeiro lugar, ao lucro e não à utilização produtiva da terra, podendo
deixar a terra inexplorada, isto é, utilizá-la apenas como negócio de compra e
venda.
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Reforma Agrária
 Teoricamente representa o fim da concentração fundiária brasileira, com
redistribuição das terras, rompendo definitivamente com o passado colonial de
exploração.

 Em razão do poder político das oligarquias rurais, a reforma agrária começou


a ser discutida após a Segunda Guerra Mundial, inicialmente, por meio de
comissões , que fracassaram.

 Na década de 1960, surgiram as primeiras tentativas no governo de João


Goulart, frustradas pelo golpe militar de 1964. Neste mesmo ano, surgiu o
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) com a
responsabilidade de aplicar o Estatuto da Terra, que provocou um aumento
dos trabalhadores temporários, pois os fazendeiros não aceitaram as
garantias trabalhistas do trabalhador do campo.

 Mais tarde, em 1985, foi criado o Ministério da Reforma Agrária aplicando o


Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA), do governo Sarney; e, em 1988,
a reforma agrária foi inscrita na Constituição, deixando a cargo do Ministério
da Agricultura a responsabilidade de promovê-la.
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Imagem de Satélite- Parque indigena do Xingu


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A Reforma Agrária na Constituição de 1988

 Art. 184. Compete à União desapropriar por


interesse social, para fins de reforma agrária, o
imóvel rural que não esteja cumprindo sua função
social, mediante prévia e justa indenização em
títulos da dívida agrária, com cláusula de
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de
até vinte anos, a partir do segundo ano de sua
emissão, e cuja utilização será prevista em lei.
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Expansão do Capitalismo no Campo


 A partir de 1950 houve intensificação do
processo de industrialização da agricultura;
 Medidas técnicas destinadas a aumentar a
produção e a produtividade da agricultura:
Sementes híbridas, máquinas, tratores,
fertilizantes, defensivos agrícolas
 Momento conhecido como REVOLUÇÃO VERDE
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Expansão do Capitalismo no Campo


 Elevação dos preços das terras e arrendamento,
estimulo à concentração de terra.
 O trabalhador do campo que vivia na fazenda
do colono foi dispensado e pressionado a
transferir-se para as cidades
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Foto de novembro de 2004 mostra área


ilegal com soja ao lado de floresta, no
Mato Grosso. A conversão em plantação
se deu em menos de um ano, de acordo
com o governo estadual
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Reforma Agrária
Portanto, a reforma é um processo no qual o
governo desapropria terras não
aproveitadas, cedendo-as para agricultores
que desejem trabalhá-la.

Mas, para obter sucesso, a reforma deve ser


acompanhada por várias medidas como:
assistência técnica permanente, educação,
financiamento de equipamentos, política de
preços mínimos, infra-estrutura de transporte,
armazenagem, telefonia e eletrificação
rural.

Em vários casos, isto não acontece,


explicando-se o abandono posterior das
terras distribuídas. Como o governo é lento e
burocratizado, surgem os conflitos rurais,
marcados pela violência.
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● Bóia-fria: essa denominação decorre do fato de tais trabalhadores comerem fria a


refeição que levam de casa, pois no local de trabalho não existem instalações para
esquentar a comida. O nome correto do trabalhador diarista é volante ou assalariado
temporário; ele reside normalmente nas cidades e trabalha no campo, em geral nas
colheitas. Esse tipo de trabalhador teve crescimento numérico, devido à mecanização no
cultivo de certos produtos, o que diminuiu a necessidade de mão-de-obra no cultivo, mas
aumentou na época da colheita.

● Posseiro: indivíduo que se apossa de uma terra que não lhe pertence, geralmente
plantando para o sustento familiar.

● Grileiro: indivíduo que falsifica títulos de propriedade, para vendê-los como se fossem
autênticos, ou para explorar a terra alheia.

● Parceiros: pessoas que trabalham numa parte das terras de um proprietário, pagando
a este com uma parcela da produção que obtêm , ficando com metade (meeiros) ou com a
terça parte (terceiros).

● Arrendatários: pessoas que arrendam ou alugam a terra e pagam ao proprietário em


dinheiro.

● Peões: surgiram na década de 1970, com as fronteiras agrícolas em direção ao norte.


São contratados fora da Amazônia, em geral no Nordeste, pelos intermediários (“gatos”),
que iludem esses trabalhadores e, por causa de dívida por alimentação nos armazéns dos
latifúndios, são escravizados, sendo impedidos de deixar o serviço
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Conflitos
 A violência rural brasileira evidencia a necessidade de reformas, para corrigir graves
distorções como a concentração fundiária, a prevalência da produção de gêneros para a
exportação e a ganância dos grileiros, que contratam jagunços para invadir terras
devolutas ou terras ocupadas por posseiros, expulsando-os.

 Até as reservas indígenas não escapam da violência, e também são vítimas do avanço do
capital no campo.

 A resistência à concentração de terras aumentou nas décadas de 1970 e 1980, surgindo,


em 1984, o Movimento dos Trabalhadores rurais sem Terra (MST), entidade criada para
se fazer uma reforma agrária rápida e justa.

 As invasões em terras improdutivas questionam a estrutura fundiária ultrapassada, mas


também ocorrem invasões políticas em terras produtivas, deixando a questão polêmica.

 Por outro lado, os fazendeiros criaram a União Democrática Ruralista (UDR), cujo objetivo
é defender o direito à propriedade privada, garantido pela Constituição. O resultado foi
o aumento dos conflitos, associado ao governo omisso e incapaz de equacionar a questão
agrária do país, evidenciada pelo próprio aumento dos conflitos.
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Bico do Papagaio (1), no


norte de Tocantins e o
Pontal do Paranapanema
(10), sendo retratadas pela
mídia, que, muitas vezes,
enfatiza a invasão de
terras produtivas, omitindo
a grilagem na área.

A resistência ao modelo
imposto pelo grande
capital tem exemplos
alternativos, como as
reservas extrativistas na
Amazônia. As reservas
ganharam projeção
nacional, com a morte de
seu grande idealizador,
Chico Mendes, sindicalista
e seringueiro, executado
em 1988.
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Massacre Eldorado dos Carajás


 Ocorreu durante o conflito de 17 de abril de 1996 em
Eldorado dos Carajás, no sul do Pará. Dezenove sem-
terra foram mortos pela Polícia Militar. O confronto
ocorreu quando 1.500 sem-terra que estavam
acampados na região decidiram fazer uma marcha em
protesto contra a demora da desapropriação de terras,
principalmente as da Fazenda Macaxeira. A Polícia
Militar foi encarregada de tirá-los do local, pois estavam
obstruindo a Rodovia PA-150, que liga Belém ao Sul do
Pará.
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Massacre Eldorado dos Carajás

Duas condenações, 144 absolvições e


nenhuma prisão. Dez anos depois,
representantes de movimentos sociais
reclamam da impunidade dos responsáveis
pelas mortes no conflito que ficou conhecido
como o "Massacre de Eldorado dos Carajás".
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PONTAL DO PARANAPANEMA
A área em que incidem as ocupações, no Pontal de Paranapanema, foi escolhida
por ser área devoluta, de propriedade do Estado desde 1850.
A partir daquele ano, até 1958, todas as operações de compra e venda são
consideradas ilegais.
Porém, durante todo este período, verificaram-se transações de compra e venda
de terras nesta área, e, só a partir de 1958, o Estado resolve apurar a validade dos
títulos de propriedade.
Na situação atual, estariam em litígio novecentos mil ha, e destes, 315 mil ainda
precisariam entrar em discussão na justiça, 180 mil, o governo já entrou com ações
para determinar se são públicas ou não e 150 mil já tiveram títulos legitimados por
outros governos.
O MST fez inumeras ocupações, para forçar o governo a apressar as
desapropriações
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Questão
“Em1964 foi aplicada ao trabalhador rural brasileiro uma legislação
social, existente, até então, apenas para o trabalhador urbano:
salário-mínimo, férias remuneradas, 13o salário e assistência médica.”
A aplicação desse Estatuto resultou, principalmente:

a) na diminuição dos latifúndios;


b) na diminuição dos minifúndios;
c) no aumento dos trabalhadores temporários;
d) no aumento dos trabalhadores permanentes;
e) no aumento dos meeiros.

Resposta: C
Os fazendeiros boicotaram os novos direitos conquistados,
passando a contratar a mão-de-obra temporária, para fugir dos
novos tributos.
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Espaço Agrário
 Geralmente, nas pequenas propriedades, cultivam-
se os produtos alimentícios, conhecidos por “culturas
de pobre”, como o feijão, a mandioca, o milho,
entre outros, abastecendo o mercado interno e
gerando empregos;
 enquanto nas grandes propriedades, cultivam-se as
“culturas de rico”, destacando-se o fumo, a soja, a
cana etc., voltados para a indústria ou para o
mercado externo.
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O espaço agrário
Nosso espaço agrário, desde a época colonial, encontra-se condicionado
para esse mercado, fato exemplificado pela ocupação dos melhores
solos por produtos destinados a exportação.
Mais incrível, é o fato de o Brasil, apesar do aumento da produtividade
agrícola, devido, em parte, à mecanização de certas áreas, continuar
sendo um país importador de alimentos, sobretudo de trigo, arroz e
feijão.
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O Espaço Agrário
 O país tem um grande contingente de trabalhadores
disponíveis e grandes áreas agricultáveis, por outro lado, há
latifúndios improdutivos e uma população desnutrida.

 Essas contradições demonstram que a expansão das relações


capitalistas no meio rural ocorre de forma ainda
conservadora e desigual, pois a estrutura fundiária arcaica e
colonial persiste, com uma reforma agrária superficial, e
relações de trabalho não capitalistas, como a parceria e o
trabalho família
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Pecuária
 Apresenta baixa qualidade e rentabilidade, com produção
voltada mais ao mercado interno, apesar do crescimento das
exportações, devido a incentivos federais.

 Tradicionalmente, a divisão clássica envolve a pecuária


intensiva, praticada em pequenas propriedades, com
tecnologia e voltada para a produção de leite; e a extensiva,
em grandes propriedades, com menos tecnologia e voltada
para a produção de carne.
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Pecuária
Crescimento da produção dos principais produtos agropecuários.
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Pecuária
 A produção de carne bovina aumentou de 1999 a 2000, fato
explicado pelo aumento das exportações , apesar da
tendência de queda no consumo interno.

 Este fato está associado ao baixo poder aquisitivo da


população e ao crescimento da avicultura, isto é, o consumo
de carne de frango aumentou nos últimos anos.
 Mas as exportações estão ameaçadas pela febre aftosa,
doença contagiosa provocada por um dos menores vírus
encontrados na natureza – o aftovírus.

 O Brasil luta contra a doença, com campanhas de vacinação e


monitoramento em áreas fronteiriças.
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Pecuária
 O rebanho bovino é o mais importante, destacando-se no
centro-sul do país, com a pecuária melhorada, devido à
adoção de raças selecionadas, ao passo que no Nordeste e na
Amazônia, a pecuária é primitiva, com gado zebu rústico.
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Um panorama do campo
 Na Amazônia, a grilagem de terras para especulação e, portanto,
improdutivas, agrava a situação, sendo raro encontrar uma “terra sem
dono”.

 Em relação à expansão de modernização do meio rural, o centro-sul do


país foi o mais atingido principalmente as “culturas de rico”, ou seja, café,
cana, soja, normalmente voltadas para a exportação.

 A modernização carrega uma contradição, pois usa métodos modernos no


plantio, mas mão-de-obra barata na colheita.
 A terceira modificação é provocada pelas grandes empresas, o pequeno
produtor fica mais subordinado ao grande capital, sobretudo pela compra
de insumos, como máquinas e fertilizantes e pela venda de seus produtos
às redes de supermercados.

 Não se pode entender o cultivo de fumo, por exemplo, sem relacioná-lo


com a indústria de cigarros.
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Questão
O complexo agroindustrial se configura no Brasil a partir da segunda metade deste
século. Sobre este processo, pode-se afirmar:
a) deu-se de forma desordenada, devido aos choques de interesse entre o governo e
os produtores agrícolas, apesar de beneficiar toda a sociedade brasileira.
b) em 1980, 25% da produção agropecuária brasileira eram oriundos de 75% dos
estabeleci- mentos rurais, caracterizados como de agricultura moderna.
c) a passagem de agricultura tradicional para a agricultura moderna se constitui num
processo dinâmico que incorporou novas tecnologias, porém sem qualquer
articulação com o desenvolvimento urbano.
d) traduziu-se na passagem da agricultura tradicional para a agricultura moderna
dirigida para mercados específicos, o que significou, entre outras coisas,
incorporação de tecnologia sofisticada para o processo de produção agropecuário.
e) em 1980, 75% dos estabelecimentos rurais brasileiros estavam entre os
caracterizados como de agricultura moderna.

Resposta: D
Observar as recentes mudanças na agricultura brasileira. A
agricultura moderna brasileira foi implantada associada ao
processo de industrialização, a partir da década de 50.
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Safra Agrícola
 Nos últimos anos as áreas destinadas ao plantio
ficaram quase do mesmo tamanho, mas, em virtude
da melhoria da produtividade das lavouras, o País
bateu novos recordes de safras .
 O governo brasileiro, por meio da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa),
investe em melhoramento genético e em pesquisas,
gerando tecnologia agrícola para cultivo nos
trópicos, exportando para a América Latina e
África.
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Safra Agrícola
Apesar da diminuição das fronteiras agrícolas, o País detém
um dos maiores potenciais de expansão agrícola, crescendo
mais em área cultivada, enquanto tantos países apresentam
reduções.
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Safra Agrícola
Além do aumento da tecnologia empregada, sendo representada pela
renovação das frotas de tratores e colheitadeiras, outros fatores explicam as
grandes safras, como os subsídios governamentais, os baixos salários pagos pelo
setor e a taxa de câmbio favorável à exportação.
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Produção por região


Analisando a safra brasileira por
regiões, o Sul é responsável por
mais da metade da produção de
grãos, seguido pelo Centro-Oeste.

A região Norte é a que menos


contribui, evidenciando um quadro
mais natural – Amazônia, com
atividades mais mineradoras.
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Organização do Espaço Agrário


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Sul x Centro- Oeste


 Até o início dos anos 70, era uma imensidão de terras
apenas com pecuária, solos lateríticos e clima semi-
úmido.

 Com a expansão das novas fronteiras, grandes


investimentos surgiram com adoção da calagem, de
fertilizantes e zootecnia, transformando a região.

 Na última safra, o Mato Grosso bateu o Paraná na


colheita de soja
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 Solos lateríticos. Solos que sofrem laterização, ou


seja, processo causado por águas pluviais,
formando crostas ferruginosas que impossibilitam o
solo para a prática agrícola.
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Organização do Espaço Agrário


 Quanto ao arroz, o País não é auto-suficiente, e o Rio Grande do Sul é o
maior produtor, notadamente no vale do Jacuí, com arroz de várzea.

 O rival é o Estado de Goiás, com arroz de sequeiro, ao redor de


Anápolis.

 Quanto ao milho (também para o mercado interno), a rivalidade ocorre


entre Paraná e Goiás.

 Como é um alimento básico para o homem e para o gado, seu cultivo é o


que mais cresceu nos últimos 20 anos.

 Por ser uma planta leguminosa de elevado valor proteico, é usado por
indústrias de óleos, rações e farelos.
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Organização do Espaço Agrário


 Quanto à cana-de-açúcar, o mais tradicional produto da
história, o destaque fica com o litoral oriental nordestino, no
solo de massapé, desde a época colonial , visando à
exportação, e com o Estado de São Paulo, onde a produção
objetiva as usinas para produção de álcool combustível. As
safras não coincidem em razão do regime de chuvas.
 Em relação à laranja, São Paulo também lidera a produção e
a expansão nos últimos anos está associada à produção de
suco para exportação, principalmente para os EUA e a
Europa, com participação de empresas multinacionais e
grandes empresas nacionais, como a Cutrale e a Citrosuco. O
interior destaca-se com a produção das cidades de
Bebedouro, Limeira e Araraquara
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Áreas Agrícolas
Em pleno Sertão, no vale médio do rio São Francisco, envolvendo
as cidades de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), existe um
moderno sistema de irrigação, objetivando a produção de
frutas, sobretudo manga, melão, mamão, melancia e,
principalmente, uva.
O clima seco impossibilita desenvolvimento de doenças típicas de
regiões úmidas; a temperatura elevada e pouco variável
permite estabilidade para o crescimento das plantas, e o
sistema de permite ao agricultor controlar a quantidade de
água fornecida a cada cultura, o que é impossível em locais
de clima úmido.
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 O projeto está na região mais crítica do


“Polígono das Secas” (com precipitações
inferiores a 750 mm).

 O projeto tem mais de trinta anos de


implantação, e os Estados da Bahia e de
Pernambuco oferecem incentivos especiais
para quem quiser investir na região,
somados aos fatores naturais citados, além
da grande disponibilidade da mão-de-
obra local.

 A área conta com investimentos de capital


nacional e estrangeiro, valorizando a
exportação de frutas para a Europa
(Aeroporto de Petrolina).
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Em relação ao Sul temos o


predomínio de soja e milho.
No norte do Paraná, no Vale do
Ivaí, a partir da década de 1970,
ocorreu a substituição do café pela
soja, mais resistente às pragas e ao
clima marcado pelas geadas.
O Rio Grande do Sul é o destaque
nacional, em especial a parte
noroeste. O Estado também produz
trigo, favorecido pelo clima,
marcando as áreas planálticas ao
norte.
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Outra região agrícola importante é o


centro-oeste de Santa Catarina,
apresentando uma policultura (milho,
mandioca e frutas) combinada com a
criação integrada de suínos, frangos e
perus, voltada para as indústrias
frigoríficas (Sadia/Perdigão).

 Apresenta a mais diversificada


produção pastoril do País, notadamente
o primeiro rebanho bovino em
qualidade, com raças européias e ótimo
nível técnico. A produção é favorecida
pelas excelentes condições naturais, com
boas pastagens e relevo pouco
acidentado.
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A agropecuária paulista é favorecida


por fatores históricos, físicos e
socioeconômicos, sobretudo pelo fato de
o Estado de São Paulo ser o mais rico do
País, com ótima infra-estrutura.

A agricultura iniciou-se no século XIX com


o café, favorecido pelo clima tropical e o
solo de terra roxa ; posteriormente,
desenvolveu-se com a cana-de-açúcar, na
década de 1970, devido ao Proálcool, e
com a laranja, para a indústria, visando
o mercado externo.
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Problemas Modernos
 plantas transgênicas , ou seja, aquelas que receberam, em
laboratório, a adição de um ou mais genes de outra espécie,
ganhando novas características.

 Surge uma linha de novas plantas resistentes a pragas,


tolerantes à escassez de água, adaptadas a solos não tão
férteis, e até com adição de vitaminas.
 Na aparência e no sabor, esta planta é como qualquer outra.
Mas o perigo está na incerteza internacional em relação à
saúde humana, isto é, se prejudica ou não o organismo humano
com doenças.

Com isso, ocorre uma sobrevalorização de produtos orgânicos nos


principais mercados consumidores (União Européia).
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Problemas Modernos
Práticas protecionistas,
representadas por uma elevada
taxação dos produtos brasileiros,
evidenciando o poder dos
subsídios praticados pelos países
ricos.
Na OMC, aumentam as
reclamações como, por exemplo,
do Brasil contra a União Européia
devido à restrição à importação
de carne de aves e de suínos.
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