Médiuns, Mediunidade, “mediunismos”, animismo, muito já se tem
falado e escrito a respeito. Há dezenas e dezenas de anos, ou melhor, há mais de um século que o dom da mediunidade e seus vários aspectos foram e continuam sendo debatidos, através de vastíssima literatura que, desde o princípio, ergueu-se, cresceu como um gigante e esparramou-se por toda parte, sempre firmada num certo conceito doutrinário de Allan Kardec. Kardec, em seu “Livro dos Médiuns”, Cap. XIV – p. 166 – ed. 31, diz: “Todo aquele que sente num grau qualquer a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem: não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em que a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depemde de uma organização mais ou menos sensitiva, [...]”.
Por aí, pelo próprio Kardec, subentende-se claramente que a criatura
que se pode considerar médium mesmo, positivo, de verdade, tem que ter algo de diferente das outras criaturas, ou seja, uma organização especial, isto é certas aptidões ou qualidades excepcionais em seus organismos físico e astral propriamente ditos. E para que se possa falar esses assuntos é preciso que se saiba o bastante sobre o poder do mediunato (mediunidade) da Corrente Astral de Umbanda. Portanto, ser um médium de Umbanda, isto é, um veículo dos espíritos de Caboclos, Yori e Pretos-Velhos e outros de dentro da faixa, é uma condição excepcional, por ser, por sua vez, conseqüência de uma escolha especial, feita no plano astral antes mesmo de o espírito encarnar. E essa escolha especial é feita de acordo com vários fatores de ordem astromagnética (isto é, de um processo apropriado sobre o corpo astral do ser que vai levar a faculdade mediúnica) ou energética e por uma seriação de ligações morais-espirituais, envolvendo também determinadas aquisições, débitos e inclinações; enfim, por um conjunto de ligações cármicas afins com essa citada Corrente de Umbanda, quer no plano superior, no médio e no inferior dos desencarnados e dos encarnados. Uma criatura pode ser médium, seja lá de que modalidade for, inclusive, é claro, de incorporação, de outras correntes ou setores, porém esse dom não a condiciona a se transformar num veículo próprio dos espíritos de Caboclos, Pretos-Velhos e Crianças e muito menos de Exu, todos esse espíritos têm por função mediúnica exclusiva militar na Corrente de Umbanda e sobre aparelhos pré- escolhidos, desde quando desencarnados. Dentro da mediunidade, existem aparelhos cujo “dom” é inerente à Lei de Umbanda e que afere em TRÊS PLANOS de vibrações mentais, formando uma hierarquia de Espírito para Espírito, de evolutivo para evolutivo, obedecendo ao Ternário de todas as coisas e princípios. No PRIMEIRO PLANO, faz-se sentir sobre um mental elevado, de ótima inteligência, intelecto desenvolvido por mente espiritual já inflienciada por sólidas concepções. Estes, são aparelhos de um Karma Missionário, escolhidos pelos Orixás (espíritos que têm a função de chefia nas Legiões, Falanges e Sub- falanges da Umbanda, altamente evoluídos e que praticamente dirigem os demais expoentes da Lei), para externarem os reais fundamentos que somente eles estão capacitados a tal. Hoje, na população da Umbandista, esses aparelhos estão, no momento, em proporção de ± 5%.
No SEGUNDO PLANO, estão os de um Karma Evolutivo, cujo “dom”
está em atividade num bom mental, boa inteligência, relativos conhecimentos, com capacidade para conceber certos princípios, por um intelecto já bastante desenvolvido: eles se tornam veículos dos Guias (Espíritos que têm Chefia de Grupamentos, também de grande saber, intermediários entre as “ordens de cima e as execuções de baixo”). Estes aparelhos, na atualidade, se contam em proporção de ± 25%.
No TERCEIRO PLANO, estão todos cuja mediunidade é pura ou
simplesmente de efeitos, isto é PROBATÓRIA, por conseqüência diretas. Têm que resgatar por acréscimo, de um dom que lhe foi outorgado para contrabalançar uma série de ações que se chocam em seus evolutivos. A maioria não leva em conta essa faculdade; seus próprios intelectos se negam a raciocínios e conhecimentos sérios – são apenas “máquinas transmissoras” dessa finalidade de Protetores integrantes de Grupamentos que os escolhem por afinidades e obedientes à Lei coordenadora. No momento, estes aparelhos encontram-se na proporção de ± 70%. Portanto, para estarem os médiuns capacitados a suportar os choque e entrechoques das mazelas, agonias, aflições de toda espécie, casos pessoais, demandas oriundas dos interesses contrários, bem como a luta com os chamados Elementais (Espíritos que supostamente habitam os quatro elementos, e que podem exercer influência (boa ou má) sobre os seres vivos) e Elementares, com seu cortejo de “larvas”, faz-se mister que o veículo mediúnico seja forte, quer no psiquismo quer na qualidade desse Dom, alimentado pela vitalidade fluídica de um corpo astral sadio que o classifica dentro de uma Lei, para mediador dos Orixás, Guias, Protetores, que lidam diariamente, com as variações da magia, positiva ou negativa, sempre para o Bem daqueles que os procuram com várias finalidades, inclusive com a terapêutica astral, na cura de moléstias consideradas insanáveis, pela medicina comum.