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O

bebê do grosseirão

Copyright © 2019 A Van Ianovack


Texto: Van Ianovack
Revisão: Rosana Santos
Capa: Van Ianovack
Diagramação: Andressa Gomes


Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produtos da
imaginação da autora. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.
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O BEBÊ DO GROSSEIRÃO

VAN IANOVACK

1ª Edição — 2019
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Todos os direitos reservados.
São proibidos o armazenamento e / ou a reprodução de qualquer parte dessa obra, através de quaisquer
meios — tangível ou intangível — sem o consentimento escrito da autora.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na lei nº. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código
Penal.
Sumário
Sinopse
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO X
Capitulo XI
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XVIII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XX
CAPÍTULO XXI
CAPÍTULO XXII
CAPÍTULO XXIII
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XXV
CAPÍTULO XXVI
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XXVIII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XXX
CAPÍTULO XXXI
CAPÍTULO XXXII
CAPÍTULO XXXIII
CAPÍTULO BÔNUS
CAPÍTULO XXXIV
CAPÍTULO XXXV
Capitulo XXXVI
CAPÍTULO XXXVII
CAPÍTULO XXXVIII
CAPÍTULO XXXIX
EPÍLOGO
AGRADECIMENTOS
Livros disponíveis na Amazon:
Próximos Lançamentos:
Sinopse

Lívia Lazzari é ex miss Brasil e dona da marca LZ que assina desde


cosméticos à roupas. Após conseguir o segundo lugar no concurso Miss
Universo seu nome é associado a beleza e bom gosto. Através da visibilidade do
concurso assinou contratos maravilhosos, o que fez a ideia de ter uma marca
com seu nome soar como um ótimo investimento.
Após dez anos Lívia se torna bastante influente na moda brasileira
chegando a ser apresentadora de um reality show de moda e beleza, o Corte &
Costura - Novos Talentos. Sua vida era perfeita até certo ponto, após uma
desilusão com seu ex noivo Henrique Barcellos, corredor de FÓRMULA 1, ela
se fecha para o amor.
Aos 30 anos ela se torna mãe através de uma inseminação artificial,
Lívia é totalmente realizada com sua pequena Letícia de apenas 1 ano e 8 meses.
Para ela a maternidade lhe trouxe uma nova forma de ver a vida, mas seu mundo
desaba ao descobrir que Letícia desenvolveu uma doença chamada anemia
falciforme. A única chance de cura da doença é através do transplante de medula
óssea. Movida pelo amor que sente por sua filha ela invade o banco de dados e
consegue os dados de seu doador. Lívia pretende seduzi-lo e levá-lo pra cama
afim de engravidar novamente e através do material colhido no cordão umbilical
do bebê realizar o transplante na pequena Letícia. Ela só não contava ter que lhe
dar com um grosseirão obsceno e sem papas na língua, João Paulo D'Ávila.
João Paulo D'Ávila é delegado da pequena cidade Santana dos Montes a 130
km de Belo Horizonte - MG. João era o típico solteirão que vivia em uma
pequena chácara. Sua vida era manter a cidade em ordem, ir ao Santorini's Bar
para caçar turistas afim de um bom sexo casual e cuidar de sua cunhada Kátia e
seu sobrinho Kauã filho de seu irmão mais velho que fora assassinado.
Acostumado com sua vida ver tudo mudar com a chegada de Lívia Lazzari, a
Madame como ele a chama. Uma morena deslumbrante com quem pensara viver
apenas uma noite de sexo quente. Ledo engano, João realmente gosta do que
tiveram e precisa que mais noites como aquela se repitam. João faz de conquistar
Lívia seu mais novo objetivo de vida.
CAPÍTULO I

Lívia Lazzari

O que uma mãe não é capaz por um filho? Essa frase é a que define
minha vida nesse momento. Cerca de oito meses atrás, logo após Lelê completar
seu primeiro aninho, descobri que minha princesinha é portadora de uma doença
grave e rara, anemia falciforme. Meu mundo ruiu diante dos meus olhos, logo eu
que sempre me julguei forte e inabalável. Nem mesmo quando peguei meu ex
noivo na cama com minha madrasta um mês antes do meu casamento fiquei
deprimida, aquilo só serviu pra aprender a nunca confiar no amor e muito menos
em homem nenhum. Eu devia ter aprendido com o erro da minha mãe que
confiou em meu pai e depois de vinte e sete anos de casamento foi trocada por
um modelo mais novo.
Foi então que aos vinte e nove anos decidi fazer uma inseminação para
engravidar, eu era louca pra ser mãe e achei que trinta seria a idade perfeita. A
maternidade é tudo que eu imaginava. Independente da situação em que me
encontro não mudaria nada, amo ser mãe e amo Letícia acima de qualquer coisa.
A prova disso é que estou em um bar de uma cidadezinha no interior de Minas
Gerais que fica à mais de duas horas de viagem de BH. Tudo porque invadi o
banco de dados para ter informações do meu doador.
Eu havia guardado o cordão umbilical de Letícia mas infelizmente o
laboratório perdeu o material, eu ainda o estava processando junto com minha
advogada e melhor amiga, Natascha. A única possibilidade de cura é através de
transplante de medula óssea eu não sou compatível e ninguém dos meus amigos
e familiares são.
Foi quando o doutor Michel disse que as chances de compatibilidade
são maiores entre irmãos com a mesma genética, então eu tive a não tão
brilhante ideia de achar o meu doador seduzi-lo e engravidar. Eu sei que não era
muito ético da minha parte mas o cara era doador então já devia ter um monte de
filhos espalhados por aí, nós apenas o faríamos da maneira natural. A única coisa
que me impediria seria se o cara fosse casado, em hipótese nenhuma eu
destruiria uma família. Ninguém é feliz a custa da infelicidade do outro. Mas
graças a Deus não é o caso, pois eu consegui a ficha completa dele.
Delegado, trinta e cinco anos, solteiro, dono de uma chácara, os pais
moram em BH. Livre e desimpedido... Saio dos meus devaneios com a voz de
Tascha.
- Ai Lívia não fica nervosa, me fala quem é ele.
- A foto tirada estava ruim mas é alto, pele branca, olhos azuis, cabelos
ondulados castanho escuro e barba estilo lenhador. – eu bufo me dando conta
que a ideia era absurda mas eu já havia chegado até aqui não iria desistir - Eu
não acredito que deixei você me convencer a vir com esse vestido de periguete.
- Amiga você quer seduzir o cara esqueceu? Deixá-lo babando. E as
camisinhas furadas estão com você?
- Fala baixo... Claro né .
- Ainda não acredito que pagou um hacker pra invadir o sistema da polícia
federal só pra ter acesso aos últimos exames dele. Dá muito trabalho ser sua
advogada sabia?
Ouvimos a porta do bar abrir e olhamos na direção do som. Era ele! Ele
era... Absurdamente lindo, alto, forte, viril, rústico, bruto... A foto não fez jus à
sua beleza, Letícia era a cópia dele em uma versão feminina e infantil.
- É ele não é? O que acabou de entrar? – eu aceno com a cabeça - Nossa
ele é... Ele é um gato, sua vaca sortuda. Cacete ele tem o quê 1,90? Deve pesar
uns cem quilos.
João parece notar que é observado e antes que me flagre eu giro meu
corpo bebendo um pouco da água com gás no balcão do bar.
- Lívia ele está olhando pra sua bunda... Não acredito ele apalpou o
pacote, que cara obsceno. Temos um problema.
- Ai merda o que foi agora?
- Essas camisinhas não vão servir. Amiga pelo tamanho do pacote dele só
Extra G cabe ali.
- Natascha não acredito que você está olhando o pacote dele.
- Ele está conversando com uma mulher mas não para de olhar sua
bunda, que safado! Empina esse rabetão aí e olha para ele mas sem demonstrar
muito interesse, ele é do tipo que gosta de caçar não é atoa que é policial.
- Ai Jesus! Eu não sei se consigo fazer isso já tem mais de três anos que
eu não transo nem flerto com ninguém.
- Ah mas vai ter que conseguir, você não teve todo esse trabalho à toa.
Vai anda logo.
Eu viro o meu rosto olhando em volta de maneira despreocupada até
nossos olhos se chocarem. Porra ele é realmente lindo, eu sempre namorei
homens do estilo engomadinho, mas sua brutalidade me chamava a atenção de
uma forma indecente.
- Eu vou lá comprar as Extra G e você liga pra Val e pede para trazer
agulha. Aquela louca anda com tudo dentro da bolsa. Agora passe por ele e se
sente em uma mesa, se ele estiver afim vai se sentar próximo ou pedir pra sentar
com você.
- Caramba eu nem sei o que falar.
- Não precisa falar nada ele virá até você e você vai fingir interesse e
fazer de conta que não ouviu caso ele diga alguma besteira. Você consegue.
Ela pisca e sai. Onde fui me meter... Camisinha EXTRA G, a Tascha só
podia está doida. Eu faço o que ela diz e ando até uma mesa de frente para o bar
e a fileira de bancos. Uma garçonete vem até mim.
- O que vai querer?
Nossa e o boa noite onde fica?
- Boa noite, só água por favor.
- Água é de graça então se não for consumir nada.
- Gina! Deixe que eu a atendo. Desculpe a má educação da minha
funcionária. Sou Théo, Théo Santorini. – O homem forte, tatuado e
extremamente cheiroso estende sua mão.
- Prazer Lívia
- Então Lívia perdoe me diga o que vai querer.
- Eu pedi uma água mas só porque quero aguardar minhas amigas
chegarem pra começar a beber. Tem algum problema?
- Problema nenhum, fique a vontade eu mesmo trarei sua água.
- Obrigada.
Cacete que homem gostoso, o que tem na água dessa cidade? Ele não é
tão gostoso quanto o meu doador que por sinal mesmo sentado no bar tomando
sua cerveja não para de me olhar. Eu envio a mensagem para Val pedindo para
vir até o bar com a agulha de costura.
Val é minha assistente/estilista. É a menina mais doce e doidinha que já
vi na vida, mas dona de um talento incrível e beleza inesquecível. Aquela
ruivinha com certeza é a irmã caçula que não tive.
A porta do bar se abre e Tascha aparece vindo em minha direção.
- E aí nada?
- Você saiu não tem nem dez minutos.
- Você quer o quê? Cidade pequena estamos no centro comercial, eu só
precisei atravessar a rua para comprar. Ainda tive que me deparar com um
cabeludo idiota querendo as minhas camisinhas, quer dizer as suas.
O som da minha gargalhada ecoa pelo ambiente e eu só quero me
esconder nesse momento. Droga eu gargalhei alto demais todos estavam me
olhando inclusive meu doador. E minha gargalhada não era algo bonito de se ver
ou ouvir, quando me empolgava parecia um porco roncando. Cacete que mico!
- Você ri da minha cara ainda?
-Desculpe mas imaginar você brigando por camisinhas Extra G em uma
farmácia de cidadezinha é hilário.
- Idiota! O que você pediu? - Eu nem precisei responder.
- Aqui sua água.
- Obrigada. Agora você pode trazer duas tequilas por favor. O que vai
querer Tascha?
-Para mim uma cerva gelada. - Ele nos olha curioso.
- Já volto.
- Nóóó tu viu que barman gostoso? Primeiro o delegato, depois o
cabeludo selvagem agora o barman tatuado. Multiplica Papai! É muita
testosterona minha periquita não aguenta.
Eu solto outra gargalhada, Natascha é louca.
- Para de falar merda, eu estou parecendo uma retardada que ri de tudo.
O nome dele é Théo, ele é o dono do bar não só barman, ele se apresentou pra
se desculpar por conta de uma funcionária mal educada. Mas você ocultou que o
cabeludo era gostoso e selvagem.
- Era, mas era um idiota também.
Ouvimos uma confusão parecendo uma discussão e quando olhamos para
o bar próximo a porta lá estava Val discutindo com o dono do bar. Saímos
apressadas em sua direção.
- Escuta aqui cara você é pago pra servir os clientes e não ficar chapando
e falando bosta.
- Val?
Eu a chamo porque ela está visivelmente alterada com Théo.
- Ela está com vocês? É que nós não permitimos a permanência de
menores no bar.
- Eu já disse que sou de maior. Que saco!
- Ela é de maior Théo é minha funcionária. Mostre a ele Val seu RG.
- Sério isso? – Val bufa irritada.
- Val por favor.
- Aqui Ô Seu Gibi. Vinte e quatro anos tá legal?
- Algum problema aqui Théo?
Eu dou um pulo com a voz grossa bem próxima ao meu ouvido, e acabo
encostando em algo duro. O decote nas costas do meu vestido me ajuda a ter
uma sensibilidade maior sobre o corpo atrás de mim. O cheiro amadeirado de
seu perfume misturado com o hálito de whisky me fez ter uma leve contração no
ventre. Era ele, o meu doador, tenho certeza, e aquela era minha deixa. Giro o
meu corpo e meus olhos vagueiam seu rosto, com 1,75 de altura e meus saltos de
10 cm me davam essa vantagem.
Boca carnuda, nariz perfeito, olhos azuis com uma pequena mancha
marrom no olho esquerdo. Heterocromia, a mesma mancha que Lelê tinha, era
incrível como se pareciam.
- Algum problema Madame?
Ele fala sem tirar os olhos da minha boca e quando estou prestes a
responder Théo me interrompe.
- Não delegado, tudo certo por aqui, foi eu quem cometeu um equívoco
aqui com a ruivinha raivosa.
Voltamos a nossa mesa com uma Val muito irada. Chegava a ser fofo vê-
la com raiva.
- E aí trouxe a agulha?
- Claro que estilista eu seria se não tivesse uma agulha? Toma, vocês
duas são maquiavélicas me lembra de nunca mexer com vocês.
Tascha pega a agulha e começa a furar a embalagem. Em seguida
trocamos o preservativo que estava em minha bolsa.
- Prontinho.
Théo traz nossas bebidas e uma Vodka pra Val.
- Como sabe que gosto de vodka?
- Sou dono de um bar só de olhar eu imagino o tipo de bebida que uma
pessoa apreciaria. Esse é por conta da casa, pelo mal entendido.
- Valeu Gibi. Tá desculpado. - Ele sorri e sai.
- Agora com o escândalo de Val nossa tática vai mudar. Lívia vai lá pra
fora do bar falando no telefone comigo, eu vou te dar as coordenadas. Só espera
eu ligar meu fone bluetooth.
- Você está com fone sem fio, eu nem vi você colocando.
- Coloquei dentro da farmácia o cara é policial está nos analisando o tempo
todo. Seu telefone vai tocar agora.
Eu saí em direção a porta e comecei a conversar com Tascha.
- E aí ?
- Porra o cara não tirou o olho da sua bunda. Ele está se levantando, agora
finja dá um toco em alguém. Finja que é o Henrique em suas ligações insistentes.
- Eu já pedi para parar de me ligar, eu não quero mais nada com você.
- Isso agora repita tudo que eu disser. - E eu repito:
- Eu não quero nada sério com ninguém, eu estou feliz sendo livre. Eu
avisei que era para ser apenas casual. Me desculpa eu estou me sentindo mal por
você, mas eu não posso dar o que você quer.
- Isso! Ele está atrás de você fingindo mexer no telefone. Se despeça de
mim com carinho, guarde o celular na bolsa e deixe algo seu cair, pode ser as
chaves. Tchau beijos.
- Henrique estamos bem OK? Beijinhos boa noite.
Eu deixo as chaves cair e antes de abaixar eu o vejo agachado as
pegando.
- Acho que isso é seu Madame.
- Obrigada. – Eu faço um esforço enorme para não gaguejar, qualquer
vacilo e ele notaria.
- Você não é da cidade é?
- Não, sou de BH vim só curtir uma temporada em um local tranquilo com
minhas amigas.
- Humm sei... Olha madame eu sou um cara muito direto, alguns veem
como defeito outros como qualidade. Mas desde que pus meus olhos em você eu
fiquei louco com a possibilidade de te levar para uma diversão à dois conhecer o
melhor lugar de Santana dos Montes.
- É mesmo e qual seria esse lugar.
- Minha cama, quer dizer pode ser na sua também, por mim não tem
problemas. E nem adianta fingir desinteresse pelo jeito que me olhou eu tenho
certeza que a recíproca é verdadeira. Então o que acha de irmos a um lugar mais
reservado. Não precisa temer, eu sou João D’Ávila o delegado da cidade todos
aqui me conhecem estará em boas mãos. Agora se a Madame pudesse se
apresentar eu agradeceria.
Que cara arrogante, tudo bem que olhei pra ele vez ou outra, mas aquilo
era se achar a última bolacha do pacote. Eu lembrei do que Tascha disse sobre
fingir não ouvir e respondi com um sorriso sacana no rosto.
- Lívia Arantes. Eu topo João... Desde que seja no hotel que estou
hospedada, e que você me siga no seu carro, assim me sentirei mais segura.
Achei melhor dar o sobrenome da minha mãe eu tinha um nome a
preservar.
- Se te faz se sentir mais segura por mim tudo bem.
- Vou só avisar as minhas amigas e já volto.
Eu entro e vou direto a mesa bebendo as duas tequilas de uma vez.
- Deu certo torçam por mim...
Me despeço indo a caminho do meu propósito, eu não poderia fraquejar,
minha filha contava comigo.
CAPÍTULO II

Lívia Lazzari

Nós descemos cada um de seus respectivos carros juntos.
- É só me acompanhar por favor.
- Cê que manda Madame.
Eu vou andando um pouco a frente dele e pergunto:
- Por que Madame? Minha roupa é comum, não uso joias, como chegou
a essa conclusão?
- Eu sou policial Dona Lívia eu estudo comportamentos. Sua pose, o
modo como anda e fala. Os cabelos que parecem um véu de seda negro, eu
duvido que fiquem mais de uma semana sem tratamento profissional... Ah, e fora
o perfume que é um dos mais caros também.
- Huummm...
Nossa ele era observador.. O elevador chega e entramos.
- Só tem uma coisa que está me intrigando. O que uma mulher como
você e suas amigas estariam fazendo por aqui? Eu posso estar até enganado, o
que raramente acontece, mas vocês parecem ser do tipo que curte outro tipo de
diversão.
O elevador para em nosso andar e se abre.
- E que tipo de diversão curtimos?
Pergunto já abrindo a porta do quarto. Eu entro e ele em seguida.
- Não sei, festa em iates com jogadores de futebol ou corredores de
fórmula 1. Balada na área VIP de alguma boate caríssima. Esse tipo de coisa.
- Nossa então pra você nossa diversão é servir de troféu pra macho?
Errou feio Grosseirão. Porque nós fazemos o tipo que dá a festa e chama os
caras.
Eu digo indo até o bar para me servir de uma dose da garrafa de whisky
que havia pedido antes de sair da recepção, observo sua expressão pelo espelho a
minha frente, e ele não para de me comer com os olhos.
- Que mal educada você aceita beber alguma coisa?
Ainda o olhando pelo espelho o vejo vir até mim mantendo o contato
com o olhar. Ele cola seu peito em minhas costas, coloca meus cabelos para o
lado expondo meu pescoço e passa de leve sua barba. Caramba! Que gostoso,
tanto tempo sem um toque masculino no corpo que só essa carícia me acendeu.
- A única coisa que quero está bem aqui.
Ele fala descendo a mão encontrando a barra do meu vestido, ele sobe
lentamente enquanto a outra mão segura meu cabelo fazendo meu pescoço ficar
exposto e minhas costas encostarem em seu peito. Ele levanta o vestido até a
minha cintura, seus dedos encontram minha calcinha e ele simplesmente enfia
sua mão enorme ali. Seu polegar então começa a fazer movimentos no meu
caroço inchado e eu sinto dois dedos tentarem invadir meu canal. A cena
refletida no espelho é altamente pornográfica e sensual. A boca no meu pescoço
uma das mãos em meu cabelo e a outra entre minhas pernas.
- Porra Lívia sua boceta é muito apertada, ela mal aguenta meus dedos
imagina quando meu pau estiver aqui.
Eu arregalo os olhos, nunca nenhum homem havia falado de maneira
tão depravada comigo e eu estranhamente gosto, gosto muito.
- Você nunca fez isso não é?
- O-o quê sexo?
Eu tento me manter firme com o assalto que ocorre entre minhas pernas.
Ele sorri como se constatasse algo.
- Não Lívia, sexo com um estranho, alguém que você viu em uma balada
ou bar e gostou e...
- Oooohhhh.
Ele para de falar assim que seus movimentos me fazer gemer.
- Tsc, tsc, sensível demais, eu gosto disso pra caralho. Quero ouvir mais
desses gemidos quando meu pau estiver atolado até as bolas nessa bocetinha
gostosa.
Ele retira os dedos de dentro da minha fenda molhada e me encarando
pelo espelho os leva até minha boca.
- Chupe-os, quero que sinta o seu gosto e compartilhe comigo no beijo.
Eu nunca havia feito aquilo, aquele homem era um depravado e eu estava
sendo seduzida por toda aquela luxúria que vinha dele. Eu abri minha boca,
primeiro lambi sentindo o gosto e em seguida abocanhei os dedos o olhando nos
olhos.
- Isso eu gosto assim, dama na mesa, puta na cama.
Deus! Esse homem era um safado e toda essa depravação fazia meu
ventre se contorcer em antecipação ao que ele faria comigo na cama. Assim que
limpei seus dedos com minha saliva ele virou-me fazendo com que ficasse de
frente para ele. Ele apertou meu cabelo em uma de suas mãos novamente
deixando meu rosto na posição propícia para o beijo. Seus olhos varriam meu
rosto fazendo uma análise.
- Você é fodidamente linda.
E sem demora sua boca cobriu a minha em um beijo alucinante. Meu
Deus que beijo maravilhoso, sua língua dominava minha boca e levava tudo de
mim. Eu também não decepcionava correspondia seu beijo com bastante avidez
ouvindo seus grunhidos durante o beijo.
Agora suas duas mãos estavam por baixo do meu vestido apertando
minha bunda com vontade. Ele dá um tapa estalado e eu gemo em sua boca. Ele
solta o que parece ser um rugido e se afasta.
- Seu gosto é realmente bom, mas daqui a pouco o provarei direto da
fonte. Agora tire os saltos e em seguida o vestido.
Eu saio dos meus saltos, em seguida abaixo as alças do meu vestido o
fazendo cair como uma poça no chão. Eu não estava de sutiã apesar de ter seios
grandes o vestido novo pedia que eu não usasse. Ele olhou para pequena
calcinha de renda preta e passou a língua pelos lábios.
- Tire e jogue pra mim.
Eu tirei, estava exposta completamente nua para ele que analisava meu
corpo.
- Puta que pariu! Você é gostosa pra caralho. Agora jogue a calcinha.
Eu joguei e ele a pegou no ar levando-a diretamente ao nariz.
- Huummm adoro cheiro de mulher com tesão. Agora vem até aqui,
vem...
Eu caminho até ele e o vejo retirar os sapatos e as meias com os pés, em
seguida se livra da polo revelando um peito forte e coberto por pelos que eu já
havia notado através dos botões abertos de sua blusa. Aquilo era a visão mais
perturbadora e erótica que já havia visto. Eu paro diante dele e inspiro
profundamente seu cheiro.
- Tire minha calça e cueca, em seguida quero que o toque e sinta como
ele está por sua causa.
Eu desabotoei o cinto e a calça e o meu desespero era tão grande que
puxei a cueca junto fazendo aquela rola enorme quase bater no meu rosto.
Tascha tinha razão seu tamanho era realmente EXTRA G... Cacete! Eu tinha
minhas dúvidas se aquela coisa maravilhosa, cabeçuda com veias grossas
passaria no meu canal. Com certeza sentar era algo que faria com dificuldade
depois dessa noite.
- Não precisa ter medo você aguenta, todas aguentam. Agora eu quero
sentir seu toque.
Eu o olhei nos olhos e toquei aquele monumento de pau com movimentos
lentos que cobriam e descobriram a cabeça rosada. Eu vi o brilho das gotas de
pré sêmen que se formavam na fenda de sua cabeça, não resisti e passei a língua
ali movimentando-a em vai e vem.
- Oooohhh! Caralho!
Então abocanhei a cabeça chupando em movimentos sedosos e lentos.
- Que gostoso... Assim eu vou gozar na sua boca. – João me levanta de
forma firme mas não dolorosa ou agressiva- Vem! Sente na ponta da cama, abra
as pernas e apoie os pés na própria cama. Vou chupar essa sua boceta até você
gozar e em seguida vou atolar meu pau em você.
A posição me faz ficar completamente exposta além de me permitir ver
tudo o que ele faz. Ele passa os dois braços por baixo das minhas coxas puxando
meu corpo deixando minha boceta mais próxima ainda do seu rosto. Sem
demora ele passa a língua do meu ânus até meu clitóris se detendo ali.
- Oooohhh!
Merda! Eu fui na lua e voltei. Eu olho pra baixo e tenho a visão do homem
safado sorrindo sacana enquanto sua língua trabalhava em meu clitóris. Ele era
bom, perigosamente bom. E ele seguiu com aquela loucura que fazia com sua
boca, ora chupava ora lambia, eu estava enlouquecendo. O orgasmo já se
formava em meu ventre, aquele homem estava me levando a perdição. Ele não
tinha nojinho ele comia minha boceta com a boca de uma forma brutal mas
deliciosa. Eu não iria aguentar muito e tudo só piorou quando ele introduziu seus
dedos em meu canal. Eu não aguentei e segurei com firmeza as ondas de seu
cabelo maravilhosamente macios.
- Aaaaahhh Joãoooo.
Eu não resisti e gozei, eu gozei muito, coloquei para fora todo tesão de
três anos sem sexo acumulado e João como um bom depravado bebeu tudinho.
Meu corpo tremia ainda com espasmos, meu coração parecia ter saído pela boca.
- Que delícia Lívia, seu gosto é ainda melhor vindo direto da fonte. Eu
devo admitir que nunca vi uma mulher gozar tão forte, você não tem noção do
tesão que me deu. Eu vou te foder tanto Madame quero ouvir você gritar meu
nome mais vezes essa noite. Você consegue ir até o meio da cama querida?
- S-sim.
Ainda com as pernas bambas eu me posiciono para ficar no meio da
cama. Eu vejo João andando pelo quarto provavelmente atrás de sua calça em
busca de camisinha rapidamente eu pego as minhas de dentro da bolsa ao lado
do criado mudo.
- Procurando por isso?
E olha pro pacote na minha mão e o pega.
- Eu não me lembro de tê-las colocado aí.
- E não colocou, essas são minhas.
- Extra G? Que bom que atingi suas expectativas.
- Sou uma mulher prevenida. Agora por favor não me faça esperar mais.
Digo tocando meus seios na intenção de entretê-lo. Ele me olha com fogo
rasga o pacote e veste seu pau olhando cada pedaço do meu corpo. Ele vem até a
cama e seu corpo paira sobre mim e novamente eu recebo o beijo mais gostoso
da minha vida. Nossas línguas se tocam duelando querendo cada vez mais um do
outro. Seus beijos pecaminosos descem por meus pescoço, colo e sem que eu
pudesse esperar abocanha meus seios. Ora o direito, ora o esquerdo.
- Caralho que peitos gostosos passaria o dia mamando eles.
- Ooooohh que gostoso. – eu solto uma espécie de ganido tamanho o
tesão.
- Lívia eu preciso te foder agora, minhas bolas estão doendo de tanto
tesão. Eu vou devagar até se acostumar.
Eu aceno com a cabeça e João me beija. Durante sua distração com seu
beijo delicioso, ele guia com uma das mãos seu pau até minha entrada. A pressão
de seu membro pedindo passagem me deixa em chamas, e eu solto um gemido.
- Porra é mais apertada que eu imaginava. Relaxa já foi metade.
Oi? Metade? Esse homem ia me matar. Então na tentativa de me relaxar
ele deitou um pouco do corpo e voltou a chupar meus seios. Aos poucos ele foi
introduzindo cada vez mais, e eu mal conseguia respirar com a pressão daquele
membro dentro de mim.
- Eu sabia você que conseguiria. - ele disse com o pau todo enterrado
fazendo movimento lentos mas deliciosos, eu comecei a rebolar embaixo dele a
sensação era abrasadora - Isso gostosa! Agora sim eu posso começa a foder.
Começar? Ele nem tinha começado e eu já estava vendo estrelas. Então
ele ergueu o corpo e levantou uma das minhas pernas colocando-a sobre seu
ombro. Eu já estava sofrendo por antecipação eu sabia que ele não seria
delicado, sua expressão de tesão e o fogo em seus olhos me mostravam isso.
- Preparada Lívia pra melhor foda da sua vida?
Cretino arrogante!
- Me surpreenda.
Foi então que ele começou a me foder, o homem era uma máquina de
sexo. Suas estocadas eram brutais e deliciosas, vez ou outra ele girava os quadris
me levando à loucura. Ele retirou minha perna de seu ombro deitou sobre mim e
aumentou o ritmo.
-Aaaahhh! J-João!
- Isso safada eu sabia que gostaria de tomar uma surra de pica. Goza
gostosa goza na minha pica.
Eu abro meus olhos não acreditando o quanto aquelas palavras me
excitavam. De repente o aperto em meu ventre se torna insuportável e eu vejo
uma porção de pontinhos brilhantes no rosto de João e me liberto. João me olha
surpreso e trinca os dentes.
- O q-que está f-fazendo? S-sua boceta e-está moendo meu pau.
Eu não fazia nada era uma reação natural toda vez que gozava na
penetração, eu não sabia porque acontecia mas é meu canal contraía várias vezes
apertando o membro do meu parceiro.
-Puta que pariu eu não posso gozar agora.
Ele fala entre os dentes como um lamento. Sem esperar ele sai de dentro
de mim e me vira fazendo ficar de lado, ela deita atrás de mim como se
estivéssemos de conchinha e guia de novo o seu pau pra dentro de mim
reiniciando as socadas.
- Nossa isso é tão bom...
Os sons dos gemidos dele em meu ouvido o atrito de seus pelos do peito
em minhas costas a fome com que me devorava me fizeram gozar novamente.
- Ah porra eu não vou aguentar mais disso, essa boceta está acabando
comigo. Eu vou gozar, cavalgue em mim.
- Nossa você não cansa não?
- Não tem como cansar disso, vem senta no meu pau.
Ele deita e eu me acomodo o montando. Nessa posição eu sinto tudo,
absolutamente tudo me sinto empalada com aquela tora dentro de mim. João
levou suas mãos a minha cintura afim de conduzir os movimentos mas eu não
deixei. Eu entrelacei meus dedos nos seus levantei minhas pernas em posição de
agachamento e comecei a quicar naquele pau maravilho.
- Que delícia Lívia, quica no meu pau quica. Eu quero gozar assim com
você sentando no meu caralho.
Ele então levanta as pernas e as usa como alavanca e começa a golpear
minha boceta impiedosamente me fazendo ver os pontinhos brilhantes
novamente. Eu mudo a posição abaixando as pernas e sentando como uma
verdadeira amazona impedindo João de seguir com seus golpes. Eu quero que
ele chegue ao orgasmo apenas com meus movimentos. O calor vai nos
consumindo a áurea de tesão do sexo cru e bruto que fazemos, o barulho
pegajoso do encontro de nossos sexos me faz gozar pela quarta vez levando João
comigo.
- Oooohhhh! Ooooohhh! Essa bocetinha está sugando meu pau enquanto
gozo.
Ele diz abafado pelo prazer.
-Aaaiii que delícia!
Nossa isso foi maravilhoso. Eu recupero o controle do meu corpo, saio de
cima dele e me jogo na cama. João descarta o preservativo no chão e se vira me
olhando.
- Cansada?
- Sim, você não?
- Ainda não. Vamos tomar um banho você vai relaxar e depois
recomeçamos.
O cara era insaciável nós transamos mais umas três vezes aquela noite e
ele só parou porque minha boceta já estava dolorida.
- Acho melhor pararmos por aqui. Sua boceta já está inchada e vermelha.
Cacete o cara não tinha tato nenhum era um Grosseirão mesmo, eu fiquei
completamente constrangida. Ele descartou o último preservativo que dessa vez
já era o dele, Tascha só havia comprado uma cartela com três. Pegou o telefone
do criado mudo e eu fiquei sem entender.
- Oi Jú sou eu o João, por favor peça para entregarem aqui no quarto 306
uma pomada ante assadura.
Eu engasguei com a água que estava bebendo, que idiota, que vontade de
matar ele.
- Você é maluco? Quem as quatro da manhã vai entregar pomada ante
assadura.
- Aqui no hotel tem uma farmácia. Não precisa ficar com vergonha é
normal isso acontecer.
- É mesmo? - Eu perguntei cinicamente entrando no banheiro para tomar
um banho.
Assim que deixei o banheiro as batidas na porta denunciavam que a
encomenda havia chegado. Ele foi atender e voltou em seguida com a bendita
pomada.
- Abra as pernas.
- Quê? Eu sei me virar me dá a pomada.
- Não disse que não sabia, mas eu quero fazer isso. Abra as pernas.
A minha vontade era de socar a cara dele e escorraçá-lo do meu quarto,
mas eu não podia, eu não tinha certeza se já estava grávida. Então muito
contrariada eu cedi.
- Boa menina aos poucos você vai aprendendo.
Aaaaaahhhh idiota!
CAPÍTULO III

João Paulo D’Ávila
Noite de sexta-feira minha parada no bar do Theo era certa. Primeiro
pela bebida e pelo papo que batíamos, geralmente Theo, Antônio e eu. Segundo
pelas turistas que vez ou outra vinham visitar a cidade e viam no PUB como elas
chamavam, uma chance de descontração à noite. Na verdade nossa cidade era
mais procurada pelas belezas naturais, já que éramos conhecidos como cidade
natureza. Eu era cliente assíduo do Santorini's Bar por conta disso, você saía pra
beber e ainda levava uma refeição completa pra casa.
Antônio, Theo, José Victor e eu éramos inseparáveis crescemos aqui em
Santana dos Montes. A cidade era tranquila o único problema era uma espécie de
gang que se formava no aglomerado de casas na sua maioria humildes que se
localizavam quase na divisa com o município de Itaverava. O aglomerado de
casas era conhecido como Vila do Cascalho esse nome veio porque ali se
encontrava um quilombo com esse mesmo nome. Volta e meia eu dava uma
batida por lá, eu me simpatizava com os moradores que na sua maioria eram
pessoas boas e que trabalhavam pra tirar seu sustento.
Na verdade a Vila era negligenciada pela nossa prefeitura, havia falta de
saneamento básico, falta de escola e creche próximas ou pelo menos uma
condução para que as crianças pudessem ir a escola mais próxima e claro a
construção de um posto de saúde. Isso tudo me levava a bater de frente diversas
vezes com nosso prefeito Caio César D'Ávila
O sobrenome não é mera coincidência Caio César era meu primo e o
maior fazendeiro da região, na verdade a fazenda que ele administrava era de
meu pai João Victor D'Ávila. Meu pai sempre foi um homem duro e sistemático
nós não tínhamos uma relação muito boa, na verdade Caio César era mais
parecido com ele do que eu. Ambicioso, preconceituoso e extremamente
arrogante. Os planos de meu pai era que eu na condição de seu filho
administrasse a Grão D'ouro junto com José Victor meu irmão mais velho, mas
eu nunca me interessei o que sempre foi motivo de brigas em casa. Já Victor
sempre amou a fazenda e a lida com a plantação de cevada pra ele era algo
prazeroso.
Nossa fazenda produzia o cultivo de cevada por isso o nome de Grão
D'ouro, nós também produzíamos uma cerveja artesanal de muita qualidade que
era vendida exclusivamente no Santorini's Bar.
José Victor tomou pra si de forma natural a responsabilidade de dá
sequência a administração da fazenda assim que terminou suas duas faculdades
de administração e agronomia, e viu em Caio César o braço direito que eu não
seria. Para mim aquilo foi ótimo meu pai parou um pouco com o cerco sobre
mim.
Eu já estava nas forças armadas e prestando concurso para ser delegado
da civil. Tudo parecia ter se acalmado até que José Victor se interessa por uma
das filhas da empregada, Kátia. Kátia assim como eu era dez anos mais nova
que José Victor, mas isso não impediu que se aproximassem e se apaixonassem.
Meu irmão ficou fascinado com a beleza de Kátia, realmente ela é uma mulher
linda. Eles mantiveram o relacionamento em segredo até Victor decidir casar
com Kátia dando fim aos tempos de paz. Meu pai não aceitava que o filho mais
velho se casasse com uma mulher pobre e negra.
Zé Victor tinha um temperamento calmo e passivo, lembro de quando
encobria tudo que Theo, Antônio e eu aprontávamos. Imagina quão grande não
foi minha dor com sua perda, aos trinta e cinco anos meu irmão morre vítima de
um assalto e deixa Kátia grávida, ele nem ao menos soube da existência do filho.
As condições de seu assalto a mim até hoje me parecem suspeitas, e é isso que
tenho me empenhado todos os dias para desvendar.
Meu pai se fechou para o mundo e minha mãe também se fechou em sua
dor. Ambos foram morar em BH afim de não ter que lhe dar com as lembranças
dolorosas que Victor deixara. Até hoje eles não sabem da existência do neto uma
vez que Kátia sentia medo de ter Kauã retirado de sua vida por meus pais.
No início por conta do preconceito de meu pai achei que não, mas a
cada dia Kauã se parece mais com Zé Victor e eu sabia que se um dia eles os
vissem seria briga na certa. Kátia não chegou a casar com Victor e assim que ele
morreu meu pai expulsou ela e sua mãe da fazenda.
Eu havia herdado de meu avô paterno uma chácara e é aqui que moro,
quando descobri que Kátia havia sido expulsa construí uma outra casa dentro da
chácara onde ela mora com Kauã até hoje. Eu tomei pra mim a missão de cuidar
dos dois, da família de meu irmão. Mas ainda assim me considero um lobo
solitário e gosto muito disso.
Eu gostava de ter uma boa foda sem complicações, eu adorava ver uma
mulher tremendo de prazer nos meus braços gemendo meu nome enquanto faço
minha mágica com meu pau e língua, e é exatamente por isso que estou aqui.
Assim que entrei no bar fui recebido pela Joana a funcionária de Theo com quem
eu transava quando o movimento de turistas estava fraco. Mesmo Joana fazendo
um esforço sobre-humano para me entreter com aqueles belos par de seios meus
olhos automaticamente foram parar na morena de bunda fabulosa e quadris
largos. Eu não havia a visto de frente mas de costas era uma delícia, o decote do
vestido os cabelos como uma espécie de véu negro que descia por ele. Eu senti
meu amigão dá uma animada e tive que ajeitá-lo dentro da calça.
Joana percebeu minha falta de interesse no que falava e olhou na
direção em que eu estava olhando. Foi nesse exato momento que a morena virou
seu corpo e nossos olhares se chocaram. Puta que pariu! A mulher era linda,
linda do tipo atriz Hollywoodiana, eu a teria na minha cama ou não me chamava
João D'Ávila.
A noite seguiu comigo não tirando os olhos dela assim como a maioria
dos homens, quando vi e ouvi sua risada foi como se ela tivesse iluminado todo
o ambiente com a porra daquele sorriso lindo. Eu aproveitei um momento de
discussão entre Theo e uma garota que ao que parecia era sua conhecida pra me
aproximar. Ao sentir o cheiro do cabelo e sentir o seu corpo bem próximo ao
meu eu me segurei pra não levá-la dali e fodê-la de todos os modos que queria. E
isso de certa maneira me surpreendeu uma vez que era bastante controlado.
Eu passei o restante do tempo analisando, e apesar de não possuir
nenhum adereço que indicasse sua classe social. Pelo modo de andar, beber e
falar notava-se que não era uma assalariada, muito pelo contrário ela tinha um ar
de madame.
Já estava na hora de terminar a análise e passar para ação, eu nunca
elaborava um plano, era sempre direto, o que funcionava pra mim. Ao vê-la sair
do bar foi a minha oportunidade de se chegar. Eu ouvi um pouco de sua conversa
ao telefone e percebi que havia um desesperado atrás dela, uma mulher como ela
teria uma coleção de homens aos seus pés, mas eu não seria mais um. Assim que
encerrou a ligação eu me aproximei com uma abordagem simples e direta, e ela
como já havia se mostrado interessada cedeu, todas cedem...
Dizer que aquela foi de longe uma das melhores fodas se não a melhor
foda da minha vida seria o eufemismo do século. Eu pude perceber que aquela
mulher não fazia o tipo que transava com estranhos no primeiro encontro, o que
só prova que o Grosseirão aqui é irresistível. E a mágica que fazia contraindo
aquela boceta já apertada me fez quase gozar antes do previsto, mas eu me
mantive firme e dei a ela uma prova do que é ter um homem de verdade na
cama.
Todo homem deveria saber que por mais cheia de frescura que a mulher
seja na cama ela quer um macho pra fodê-la até perder a consciência e era isso
que eu dava as turistas. E com Lívia não foi diferente eu fodi aquela boceta tão
duro que a deixei assada, o que me leva a crer que já fazia um tempo que estava
sem uso. Eu realmente gostei do que tivemos e por mim enquanto ela estiver por
aqui momentos como esses irão se repetir mais vezes.
Eu enfim crio coragem para abrir os olhos e sair das minhas divagações,
estou tão acostumado a dormir sozinho que não dei falta de Lívia na cama.
Acordo em um sobressalto.
- Lívia?!
Olho para mesa do criado mudo do lado da cama que ela dormia e vejo
uma bandeja de café da manhã e um bilhete.

CAPÍTULO IV

Lívia Lazzari

Eu acordei bastante cedo visto que fui dormir por volta das 04:00 da
manhã. Mas eu tinha um compromisso às 08:00 eu conheceria a casa que Val
havia pré-selecionado para que eu comprasse. Eu não sabia quando engravidaria
e precisava trazer Lelê comigo, então um hotel não me daria a discrição que eu
precisava. Eu poderia atrair paparazzis e João poderia ver Letícia e seria
impossível não reconhecer seus traços nela.
Deixei o grosseirão dormindo completamente nú, foi difícil me livrar
do aperto em minha cintura mas consegui. Eu ainda estava digerindo a nossa
noite... Pomada anti-assaduras! Aquele cara era um, um... gostoso, safado,
pauzudo... Meu Deus! Essa não era eu, não mesmo Lívia Lazzari não era assim.
Ele era um grosso isso sim... E põe grosso nisso...
Eu balanço minha cabeça tentando dissipar minha linha de pensamento
enquanto estaciono na pequena chácara. O local é lindo e possui uma unidade bi
rresidencial. Eu desço do carro e vejo a corretora juntamente com o proprietário,
caso eu realize a compra como porteira fechada (quando além do imóvel o
mobiliário também é incluso na compra) hoje mesmo eu pego as chaves.
Ando em direção a eles e o proprietário me mede dos pés a cabeça, ele
deve ter por volta dos 28 anos é muito bonito mas não é... Não é rústico, bruto,
não é João. Aaaahhh esse cara não sai da minha cabeça.
- Bom dia Lívia, esse é Thiago Celico foi ele quem herdou essa chácara
dos avós e agora é o atual proprietário.
- Bom dia Célia, bom dia Thiago.
- Bom dia Lívia. – Thiago estreita os olhos me analisando na certa
tentando adivinhar de onde me conhece. Ele arregala os olhos e estala o dedo –
V-Você é Lívia Lazzari a ex miss Brasil. Prazer. Nossa nem acredito que a
chácara de meus avós pertencerá a uma celebridade.
- Não é nada demais. Eu é que me sinto privilegiada em ter um lugar
como esse. Aqui é incrível, deve ter muitas memórias boas.
- Sim é sim, mas no final do ano estarei me mudando para Portugal
definitivamente então não teria porque manter a mini chácara.
- Entendo.
- Vamos começar o nosso tour? – a corretora fala e segue me conduzindo
e passando as informações do imóvel. - A residência possui dois anexos. Um
possui sala de estar, jantar, cozinha americana, banheiro e uma suíte master. Já o
outro possui quatro suítes e uma sala de TV. Cerca de 500 metros fica a casa de
dos caseiros há um interfone que os deixa em contato direto com eles, caso
precise chamá-los.
- São ótimas pessoas Lívia e de confiança os pais de Agnaldo
trabalharam para meus avós agora ele trabalha pra mim junto com sua esposa.
Agnaldo fica com serviço bruto e Sueli com os doméstico. Eles tem dois filhos,
um casal, são gêmeos tem dezoito anos ajudam os pais e recebem por isso. Cabe
a você manter o emprego dos dois. Mas são ótimos jovens.
Assim foi o início da manhã aquele realmente era o imóvel perfeito. Eu
dormiria em um dos quartos com Lelê, minha mãe teria seu próprio quarto e as
meninas também. A suíte da casa principal ficaria pra quem trouxesse
companhia para dormir. Depois de nosso tour fomos ao cartório da cidade e
fechamos a compra e venda. Natascha veio e ficou apenas até assinarmos a
papelada em seguida voltou para o hotel alegando está com uma ressaca
horrível. Essa era minha advogada...
- Lívia eu sei que é recém chegada na cidade são ainda 09:45, e eu nem
tomei café.
- Nem eu.
- Melhor ainda eu quero te levar a nossa padaria/rotisserie. Acredite eles
tem o melhor pão de queijo de Minas.
- Huumm não faça isso comigo. Não sabe como é difícil se manter em
forma depois dos 30.
- Bobagem você é a mulher mais linda que já vi.
- A compra já foi fechada Thiago não precisa mais me bajular. Vamos
estou morrendo de fome.

Nos dirigimos até a padaria e realmente o pão de queijo era divino.
Thiago era bastante agradável, bom papo, carinha de menino levado. E pelo jeito
como olhava para meu decote com certeza era. Eu usava um longo floral com
um generoso decote e estava com rasteiras, isso deixava Thiago uns 10 cm mais
alto que eu. Mas nada nele me interessava...
- Lívia antes que esqueça aqui estão as chaves da chácara.
Assim que pego as chaves eu pulo com o barulho de uma freada brusca de
carro. Eu olho em direção ao som e vejo um João não muito contente descer de
sua 4x4.Ele vem até nossa mesa que ficava na área externa da padaria. Seus
cabelos estão úmidos, deve ter acordado a pouco tempo, e parece não ter gostado
de ter acordado sozinho. Ele pára em nossa mesa e olha para mim em seguida
pra Thiago e vejo algo predador em seu olhar. Ele puxa a cadeira que está entre
Thiago e eu uma vez que nos sentamos na mesa de frente para o outro, ele a gira
fazendo que quando se sente que seu peito encoste nas costas da cadeira.
-Bom dia Lívia. Bom dia Doutor.
Ele nos cumprimenta sem tirar os olhos do meus, com certeza ele quer
me intimidar.
- Bom dia João Paulo, você conhece a Lívia? – João não responde então
Thiago pergunta diretamente a mim. - Pensei que tivesse chego a cidade ontem
Lívia.
João lança sua atenção para Thiago. Ele olha para o cesto com pães de
queijo. Ela pega um e joga em sua boca olhando fixamente para Thiago.
- Então Doutor, porque o interesse na vida da Lívia? Se pensa em mantê-
la entretida durante sua estadia aqui na cidade, vou adiantando que cheguei
primeiro e não gosto de dividir.
Ele leva a mão até o ombro esquerdo de Thiago e faz pressão no local. Pela
careta que Thiago fez não foi nada sutil. Ele o livra do aperto e dá três palmadas
nas costas de Thiago.
- Você sabe como nós homens somos territoriais, sabe com é né coisa de
machos. E pra lhe dar com a madame aqui tem que ser muito macho. Ela é
exigente coisa dessas mulheres modernas.
Eu estou completamente perplexa como esse idiota pode ser um
ordinário. Ah não tudo tem limite.
- Hunrum! Desculpa Thiago parece que o nosso delegado aqui não
conhece a definição de sexo casual. Acho que o bilhete que eu deixei não foi
suficientemente claro João. Eu não preciso de macho para nada a não ser para
me dá prazer, e mesmo assim sou eu quem decido se quero continuar ou não.
Thiago me desculpe por qualquer inconveniente e sinta-se livre para me visitar
quando quiser você já tem meu telefone e endereço.
Eu balanço as chaves nas mãos .
-Lívia... - João diz em tom de advertência.
- Bom agora eu vou pra casa. - Me levanto e os dois homens também,
ando até Thiago e me despeço com dois beijinhos. - Foi um prazer conhecê-lo.
Manteremos contato. Passar bem Delegado.
Os olhos de João faíscam de raiva. Eu deixo o estabelecimento e vou
direto para meu carro.
- Lívia!
Eu bato a porta e acelero deixando-o para trás. Grosseirão, babaca, idiota,
machista! Eu ando no limite máximo de velocidade em direção a chácara, olho
pelo retrovisor e vejo a pick-up de João, ele buzina tentando chamar a atenção.
Enfim consegue emparelhar seu carro com o meu e baixa os vidros.
- Para a porra do carro!
Eu baixo os vidros e jogo um beijo acelerando já que estou próxima a
chácara. Eu aperto o controle para que o portão automático abra, desacelero e
João também vindo atrás de mim. Eu entro na propriedade e ele entra em
seguida. Filho da puta! Descemos do carro ao mesmo tempo. Ele vem em minha
direção.
- Saia já daqui! Isso é invasão de propriedade, você é delegado deveria
saber disso.
Eu disse ofegante. João Paulo vem até mim e me prende com seu corpo
junto ao meu carro.
- É na chácara dele que você vai ficar Lívia? Hum? Parece que não te
deixei dolorida o suficiente para que não abaixasse seu fogo já que já está a
procura de outro para... (Plaft!)
- AI CARALHO! - Eu falo me dando conta do que fiz, eu mesma me
surpreendi com minha reação não acredito que dei na cara dele. João vira o rosto
lentamente e me olha como se tivesse sido desafiado. - D-desculpa eu... Foi uma
reação, não foi intencional. Eu não agrido ninguém, é que você. AAHH!
Eu grito com o susto que levo quando ele me pega no colo e me leva em
direção a casa.
- Onde fica o quarto?
- Eu não sei, fica difícil reconhecer com tudo de cabeça pra baixo.
Ele me tira de seus ombros e segura meu braço de maneira firme mas
sem me machucar.
- Onde? - Ele rosna.
- Primeira porta a direita.
Ele me puxa até lá e me solta quando entramos em seguida tranca a porta
da suíte. Ele olha em volta conferindo a suíte. Depois volta sua atenção para
mim percebendo meu olhar na janela.
- Nem pense nisso, você só vai sair daqui depois que entender que mulher
nenhuma brinca com João Paulo D’Ávila assim.
Cacete! Onde eu fui me meter?
CAPÍTULO V

João Paulo D’Ávila

-O-O que vai fazer? Pode ficando aí mesmo João.
Eu apenas sorrio me aproximando, descartando os sapatos e desafivelando
o cinto. Lívia era linda e esse decote... Em pensar que aquele doutorzinho
filhinho de papai não tirava os olhos dele. Eu paro frente a ela e percebo sua
respiração alterada eu abaixo minha cabeça levando minha boca até seu pescoço
que está livre por conta de seu rabo de cavalo, eu a mordo de leve e em seguida
passo minha língua pra acalmar a região.
- João... - Ela diz meu nome parecendo ronronar...
- Ah madame eu ainda nem comecei...
Digo baixo em seu ouvido e mordo o lóbulo de sua orelha vendo sua pele
arrepiar, aproveito e esfrego minha barba do seu pescoço até sua mandíbula e
escovo meus lábios nos dela. Ela pula ao ouvir o barulho do choque do meu
cinto no chão caído junto com a calça e cueca, eu aproveito que se afastou e
retiro minha camisa. Eu removo o laço de seus cabelos fazendo-o cair em ondas
sobre seus seios. Ela olha minha ereção e passa a língua nos lábios.
- João nós precisamos conversar sua atitude foi...
- Shiiiuuu Madame nada de conversa agora, você imagina o quão puto eu
fiquei em acordar e no lugar da minha foda matinal ver aquele bilhete ridículo.
Digo isso já segurando as alças de seu vestido e passando pelos seus
braços. A peça cai formando uma poça no chão e eu vejo seus lindos seios. Eu
gosto como não se preocupa em usar sutiã apesar de ter dois melões deliciosos.
- Eu tinha compromisso e fui educa...
Ela engasga quando me abaixo e levo um de seus seios a boca. Sua mão vai
direto ao meu cabelo, meus dedos vão para as laterais da calcinha rasgando o
tecido. Eu me afasto pra vê-la totalmente nua.
- Abra as pernas, me deixe ver como está essa bocetinha.
- Eu não... Aaah
Eu me abaixo separando os lábios de sua boceta e passo a língua, eu
continuo com a boca saboreando cada parte daquela maravilha. Eu sugo seu
clitóris e Lívia se contorce.
- Que delícia Lívia...
Digo continuando a comer sua boceta com minha boca, Lívia não
aguenta o meu assalto e goza segurando em meus cabelos.
- Oh meu Deus...
Lívia está trêmula e eu aproveito seu estado de embriaguez devido ao
orgasmo recente para segurá-la em meu colo e levo a parede mais próxima.
- Novinha em folha. Essa bocetinha está prontinha pra receber meu pau.
Segure-se Madame eu vou te foder sem dó.
Eu seguro suas coxas e as ergo em meu quadril suas mãos agarram com
força em meu cabelo. Seu sexo está completamente molhado e eu não preciso
das mãos para guiar meu pau pra dentro de sua fenda. Eu coloco tudo de uma
vez e começo a socar tudo de modo implacável enquanto nos beijamos. A
sensação de seu sexo apertado e molhado em volta do meu pau é maravilhosa.
Os seios pressionados contra meu peito o cheiro dela, essa mulher me dá um
tesão filho da puta.
- Aaaahhh João. É tão bom...
- Bom? Acho que não estou fazendo meu trabalho direito.
Eu a levo até a cama com meu pau ainda enterrado nela. E recomeço a
foda socando fundo e mais devagar acertando o pontinho que sei que vai fazê-la
ver estrelas.
- João não me torture.
- O que você quer Lívia me diz? Entende Madame que a foda que você
gosta só eu posso dar.
- Presunçoso... Aaahhh.
Eu giro o quadril indo mais fundo e ela grita.
- Tsc tsc presunçoso não Madame, realista. Eu vou acabar com o seu
sofrimento.
Eu acelero os movimentos que nos leva a loucura, Lívia também não
fica atrás se movendo junto comigo. Então eu sinto as contrações de sua boceta
apertada. Porra! Eu quero levá-la a dois orgasmos antes de gozar mas isso que
ela faz me deixa na borda.
- P-para com essa porra, ou n-não vou durar muito.
- Não consigo... Oh Deus! João eu vou... Mais rápido Não pára.
AAAAAHHH!
- Não vou parar... CARALHO! OOOOOOHHHHH!
Cacete! Que porra foi essa? Isso foi... Porra isso foi... Fantástico - meu
inconsciente diz. Eu desabo apoiando meu peso em meus braços. Olho pra Lívia
que está corada com os cabelos soltos grudados em seu rosto pela camada fina
de suor. Parecendo uma deusa encarnada...
- Você fica mais linda ainda depois do sexo.
Sério João? De onde veio esse merda?
- Obrigada... Eu preciso de um banho agora será que você pode...
- Claro.
Eu me retiro dela e só agora percebo que não usei a porra da camisinha.
Eu nunca transo sem camisinha, nunca! Essa mulher só pode ser uma bruxa para
me deixar nesse grau de insensatez.
- Caralho eu não usei a porra da camisinha.
- Nossa! Eu nem percebi. Mas eu estou limpa se quiser mostro meus
exames.
- Eu também estou. Se não se importa eu quero vê-los sim, eu também
estou limpo. Eu nunca transei sem camisinha, é que você me deixa...
- Te deixo...
- Deixa pra lá. Você usa algum método contraceptivo?
Ela parece um pouco nervosa. Deve temer que eu tenha alguma DST.
- Uso. Desde novinha.
- OK então. Vamos tomar banho e em seguida teremos uma conversa.
...............................
Tomamos um banho com mais uma rodada de sexo. Lívia foi quem
tomou a iniciativa com um boquete maravilhoso, o que me surpreendeu e eu
adorei. Ela pediu o nosso almoço na rotisserie. A observo vestir o vestido
enquanto resmunga.
- Por sua causa Grosseirão estou sem calcinha. Vou ter que buscar na
minha mala que está no carro.
- Não reclame Madame eu sei que gosta da minha pegada bruta. Pode
deixar que eu mesmo pego, você vai ficar mesmo aqui?
- Foi pra isso que comprei a chácara.
- Você a comprou?
Eu tento disfarçar a leve euforia que me dá essa notícia. Na verdade nem
sei porque me sinto assim... Provavelmente é meu pau feliz em ter mais daquela
delícia sedosa e apertada.
- Sim. E quanto as malas , são duas mas ambas tem rodas. Tome a chave
do porta malas. Estarei aguardando.
Eu vou em direção ao carro e vejo a caminhonete da Rotisserie São
Lucas. Quem desce é Bento o dono.
- Você fazendo entrega?
- Quando o cliente é VIP... Mas pelo visto você já se ofereceu pra
mostrar a cidade a nossa visitante.
- Por que Lívia é VIP?
Só faltava essa mais um babaca interessado nela. Homem é bicho ruim
sentiu cheiro de carne nova já quer colocar as presas para fora.
- Você não sabe? Em que mundo você vive João ela é Lívia Lazzari. Ex
Miss Brasil, Vice Miss Universo Apresentadora do Corte e Costura - Novos
talentos.
A noticia me pega desprevenido, eu não sabia que Lívia era uma
celebridade. Por que ela não me contou? Balanço a cabeça me dando conta da
pergunta estúpida. Por que ela me contaria?
- E eu lá vou assistir essa merda de mulherzinha.
- Isso é porque você não tem uma filha adolescente.
- Tá bom me dá esse almoço aqui. Quanto foi?
- Com a taxa de entrega R$500,00...
- Porra, desde quando seu almoço ficou tão caro? Da última vez que
almocei lá com Kátia e Kauã não paguei metade disso.
- Desde que a cliente pediu um de nossos melhores vinhos, e nosso
melhor prato. Ela está acostumada com tudo do bom e do melhor João. Se ela
ficar por mais tempo aqui e você seguir cobrindo os gastos dela vai a falência.
- Trouxe a máquina de cartão?
- Tá aqui.
- Passe no débito pra mim.
- Eu esqueço que além de Delegado você é herdeiro dos D'Ávilas. Tá
aqui o comprovante. Passar bem, mande um beijo pra Lívia.
- Manda um beijo o cacete pode saindo daqui.
Eu chego na casa e Lívia estava ao telefone.
- Tudo bem meu amor, eu te amo tá? Estou morrendo de saudades.
Parece que Lívia está escondendo mais coisas.
- Hun rum!
- Depois nos falamos. Beijos.
- Posso saber com quem estava falando?
CAPÍTULO VI

Lívia Lazzari

- Posso saber com quem estava falando?
-Nossa você foi rápido... -Respondo imaginando até que parte da
conversa ele ouviu...
- Sem rodeios... Quem você ama e está morrendo de saudades?
- Ciúmes Grosseirão? Ainda é muito cedo para isso não acha? - Eu falo
e ele se imperdiga.
- Ciúmes???? Nada disso Madame eu só gosto de saber onde estou
pisando. Mas ainda não respondeu minha pergunta.
- Não que eu te deva nenhum tipo de satisfação mas estava falando com
minha mãe. - Sua expressão parece suavizar um pouco.
- Hum... Sabe o que eu fiquei sabendo ainda agora quando fui pegar as
malas e encontrei o entregador do almoço?
- Não faço ideia...
- Que estou transando com uma celebridade. Reconhecida
internacionalmente. Aí eu me pergunto o que uma celebridade viria fazer em
Santana dos Montes?
Caramba! Só me faltava essa, se ele pesquisar por minha vida vai saber
que sou mãe. Nessa hora eu agradeço a Deus não ter divulgado nenhuma foto do
rostinho da minha filha. Quando descobriram que estava grávida foi uma
verdadeira balbúrdia para saberem quem era o pai, se eu havia voltado com
Henrique, alguns pensam que Lelê é filha dele. Isso contribuiu para que eu não
expusesse a figura da minha bebê. Eu era a celebridade escolhi aquilo pra minha
vida, ela não.
- Você já ouviu falar em paparazzis? A vida de uma celebridade pode ser
exaustiva, eu só quero um descanso disso tudo por isso vim relaxar em um local
tranquilo. Ficarei por aqui pelo menos uns três meses até reiniciar as gravações
do Corte e Costura. Enfim, quanto eu te devo pelo almoço?
- Nada já está pago e eu ganho o suficiente para pagar um almoço ou uma
conta de hotel para mulher com quem estou.
- Sério que você ficou ofendido por ter encontrado tudo pago hoje de
manhã? Uiii... Desculpa se feri a masculinidade do grosseirão. Agora por favor
se não for pedir muito vamos almoçar.
- Vamos estou morrendo de fome, depois conversaremos.
Eu fiz a mesa lavando alguns pratos e talheres que já estavam ali na casa.
João ficou olhando meu prato com uma cara engraçada.
- Você só come isso?
- Meu prato está cheio.
- De folhas. Cadê o arroz, feijão, massas... Ai só tem uma posta de peixe.
- Meu querido eu tenho 32 anos sou mãe preciso me cuidar, me manter
em forma. Meu corpo de certa forma é meu instrumento de trabalho, algumas
profissões exigem sacrifícios. A sua por exemplo é arriscar a sua vida pelo outro
a minha é me privar de certas delícias...
Eu olho para João que está com o garfo parado a caminho da boca com
um pedaço de carne mal passada espetada me olhando como se tivesse duas
cabeças.
- O que foi? Tem algo no meu rosto.
- Você é mãe?
Merda! Eu e minha boca grande. Ah dane-se ele saberia de qualquer
forma se pesquisasse em qualquer lugar.
- Sou. Algum problema?
- E onde e com quem seu filho está enquanto você se viaja?
- Filha, eu tenho uma menina. Está em casa com minha mãe.
- Quantos anos ela tem?
- Um ano e oito meses.
- É um bebê ainda. Como pôde deixá-la e viajar sem ela? Ela deve está
sentindo sua falta.
- É impressão minha ou você está questionando minha conduta como
mãe? Letícia está muito bem assistida em dois dias ela estará aqui. Eu tive que
vir antes para resolver a compra do imóvel e não queria retirá-la de seu conforto.
- E o pai?
- Não quero falar sobre isso. Letícia tem a mim suas madrinhas e sua avó
e é suficiente pra ela.
- Nada disso Madame a figura de um pai é muito importante para o
desenvolvimento de uma criança.
- Fala isso pra milhares de mulheres que criam seus filhos sozinhas
porque um bando de safados não são capazes de assumir sua responsabilidade.
Letícia é uma criança feliz e não sente falta de nada nem ninguém.
- Agora. Espere até chegar na época escolar e seus colegas perguntarem
por seu pai.
- Eu disse que não queria falar sobre o assunto. Letícia não é a primeira
nem a última criança a crescer sem uma figura paterna.
- Ele era casado ou não quis assumir?
- Meu Deus você é insistente hein... Chega! Perdi meu apetite.
- Não Madame, prometo me comportar. Deus me livre de te atrapalhar a
comer essa ração de coelho. Você tem uma filha pra criar e eu não quero ser
responsável por deixar ninguém órfão.
- Engraçadinho...
Nós almoçamos em silêncio após nossa quase discussão sobre Lelê. João
parecia interessado demais na minha vida e isso não era bom. Já lavamos os
pratos e recolhemos a mesa.
- Venha vamos pra sala. - Ele assente e me segue.
- Você tem uma bunda linda.
- Meu Deus você é uma figura sabia? Vem, sente-se.
- João primeiro de tudo eu quero te dizer que sou uma mulher adulta,
independente e que odeia ter suas opiniões e vontades descartadas sem nem ao
menos serem consideradas. Hoje seu comportamento com Thiago foi inaceitável.
Você expôs o que houve entre nós sem nem ao menos se preocupar se eu me
sentiria a vontade ou não com isso. Você entende que nada disso aqui é sério né?
Somos apenas dois adultos atraídos mutuamente afim de desfrutar um bom sexo
casual.
Eu paro de falar quando o vejo se levantar da poltrona e se dirigir até
mim. João curva o corpo e põe cada um de seus braços rente ao meu corpo.

- Você quer me ensinar as regras do sexo casual Lívia? Eu as conheço
muito bem e garanto que é exatamente isso que estamos tendo, fodas gostosas...
Eu só vou deixar claro uma coisa eu não divido se quiser continuar fodendo
comigo será apenas comigo.
- E-e isso vale pra você também. Quer dizer se quer exclusividade...
- Sim, o mesmo vale pra mim.
- E se eu não quiser mais nada com você? Não vai agir como esses
malucos perseguidores.
Eu vejo algo semelhante a raiva e desafio brilhar em suas íris.
- Já cansou de mim Lívia?
- Não foi o que eu disse...
- A partir do momento que não quiser mais continuar eu aceitarei. Nunca
tive problemas em ter que prender mulheres comigo, muito pelo contrário meu
problema é em me livrar delas.
- Vai ser bom...
- O que vai ser bom?
- Ser a primeira por quem vai correr atrás...
- Muito segura Madame... Eu não sou do tipo de homem que se
deslumbra com o seu dinheiro nem sua fama.
- Melhor pra você então... Mas falo sério João não tente bancar o macho
alfa ou possessivo comigo, isso pra mim é apenas sexo. Eu posso ir embora de
Santana dos Montes e você nunca mais me ver. Pelo menos não pessoalmente.
Então não se dê a esse trabalho.
- É só ter em mente que enquanto tiver comigo não se relacionará com
ninguém que estamos acertados.
Ele se levanta e eu também estendendo minha mão para ele.
- Tudo bem então.
João me puxa e me dá um beijo daqueles... Ele interrompe o beijo e estou
ofegante, ele se vira pegando a carteira e as chaves de seu carro.
- Eu prefiro fechar o acordo dessa maneira. E Madame volto aqui por
volta das 22:00.
- Pra quê?
- Pra te comer.
Ele desce os degraus da varanda e sai. Cretino gostoso!
CAPÍTULO VII

João Paulo D’Ávila

Assim que saí da casa de Lívia fui direto para minha chácara, Lívia era
uma mulher muito reservada e eu queria desvendar um pouco dela. Pode até ser
devido a veia investigativa que tenho pela minha profissão mas assim que
cheguei em casa tomei um banho, abri o meu note e digitei Lívia Lazzari. A
enxurrada de imagens e notícias dela me surpreendeu ela era realmente muito
famosa. Fotos de sua posse como Miss Brasil e Vice Miss Universo, ensaio para
revistas nacionais e internacionais, haviam fotos dela de biquíni o que de certa
forma não me agradou muito.
- Será que ela posou nua? Porra...
Eu jogo no buscador: Lívia Lazzari nua. Não encontro nenhum ensaio nu,
no máximo com biquíni, vejo uma foto em que ela parece está em uma
cachoeira, linda, uma deusa. A gotas descendo no corpo levemente bronzeado,
os cabelos longos ondulados, os olhos escuros...
Lívia era uma das mulheres mais lindas que já vi na vida além de ser
extremamente gostosa. Ela podia ser cheia de frescuras mas dentro de quatro
paredes não decepcionava. Chupava bem não tinha nojinho, gemia arranhava,
rebolava. Eu era um filho da puta sortudo em tê-la em minha cama e no que
dependesse de mim eu aproveitaria bem esses três meses. É claro que com a
chegada de sua filha o nosso tempo junto ficaria de acordo com sua
disponibilidade, eu entendo que quando se tem filhos eles vem sempre em
primeiro lugar.
Mãe... Ela era mãe, a ideia dela ter um filho com um babaca que não a
deu valor não me desceu bem, na verdade nem chegou a descer. Que tipo de
idiota larga um filho por aí? Em pensar que eu quase fiz uma burrada dessas...
Não eu não engravidei ninguém mas eu junto com Théo e Pedro decidimos que
vender nosso esperma seria uma boa ideia, isso há dez anos atrás.
<<<<<<<<<<<<<<
- Qual é cara são quinhentas pratas. Quinhentinhos só pra bater uma. Nós
já torramos quase toda nossa grana aqui em Belo Horizonte.
- Toda grana Théo? Você só trouxe trezentos e fica de mesquinharia
guardando dinheiro lá dentro do seu colchão.
- Eu preciso economizar o João é herdeiro do maior fazendeiro de Minas
você é neto do governador de Minas. Eu sou só um pobre coitado que quer ter
seu próprio negócio.
- Meu avô não conta ele cortou laços com meu pai desde que casou com
minha mãe.
- E daí Pedrão seu pai é filho único quando seu avô morrer é tudo dele e
por consequência tudo seu.
- Para de se lamentar os dois e vamos decidir logo se vamos ou não fazer
essa merda.
- Vamos tirar no palitinho.
- Cara João essa porra vai dar merda, eu não quero imaginar um monte de
Pedrinho ou Antonias por aí.
- Para de ser cagão "Toinho".
- Toinho é o caralho meu nome é Antônio Pedro no máximo Pedrão.
- O seu nome é mantido em sigilo. Para começo de conversa aqui no
Brasil é ilegal a venda de esperma. Não sei nem porque estão oferecendo
dinheiro.
- Eu já fui lá bater um papo com a recepcionista, parece que houve um
acidente e eles perderam 70% do sêmen armazenados estão desesperados para
repor. Ah qual foi João esquece por enquanto que pretende ser delegado. Vamos
logo tirar no palitinho.
- Caralho o Théo venceu. E aí João vamos?
- Fazer o quê?
(...)
Naquela noite Pedro comeu a enfermeira que deu o dinheiro da doação
como se ele a tivesse feito. Theo teve uma ressaca moral após termos feito
exames de sangue, e aguardado por uma hora. E eu fui o único que doei. Quando
descobri esse fato fiz Pedro distrair a enfermeira e eu distraí a recepcionista
enquanto Theo se desfazia da minha porra. Toda vez que lembramos disso rimos
exceto Theo que não curte muito a lembrança. Ser pai... Se ser tio já é difícil
imagina ser pai. Lívia deve ter ficado linda grávida. Meu dedos imediatamente
digitam seu nome e a palavra grávida.
Lívia está maravilhosa na foto como imaginei o seu sorriso expressa um
estado real de felicidade. A imagem aparece com o seguinte texto.
Babados e fuxicos on-line
Prestes a dar à luz Lívia Lazarri faz um ensaio com a barriguinha de
fora. O mistério gira em torno da paternidade do bebê a qual a ex miss Brasil
não revelou o sexo. Sempre muito discreta na sua vida pessoal as más línguas
dizem que o bebê é fruto de uma recaída com seu ex noivo o piloto de fórmula 1
Henrique Barcellos.
Já houve quem jurasse que o bebê é fruto de um caso extra conjugal
de um dos jurados do programa Corte e Costura - Novos talento, o modelo Beto
Dalcin. O fato de Beto ter se divorciado de sua esposa logo após o anúncio da
gravidez fez essa hipótese ganhar força.
Quando questionada sobre o assunto Lívia é enfática em dizer que não
se relacionaria com alguém comprometido e que não fala de sua vida pessoal.

Henrique foi esse o nome do cara que eu ouvi ela falando no telefone...
Se um dos dois é o pai minhas fichas vão no piloto.
Eu continuo a pesquisa dessa vez ao lado de seu nome eu coloco a
palavra filha. Há apenas duas imagens da menina que mal se vê o rosto e em
ambas o bebê dorme.
Lívia realmente procura preservar a imagem da filha. Eu dou mais uma
olhada em suas fotos e uma me chama atenção. Ela está deitada em uma cama e
parte de seu sutiã está amostra, está linda, resolvo salvar a foto.
- Quem é a gostosa? -a voz de Kauã surge de maneira repentina me
pegando de surpresa.
- Porra moleque quer me matar do coração?
- Calma tio tava aí perdido olhando pra foto da modelo.
- Que modelo? – ouço a voz de minha cunhada já entrando na sala.
- Pronto só faltava essa até você Kátia deu pra invadir minha privacidade.
- Uii olha o estresse JP. E essa daí filho não é modelo não, ela é
apresentadora do Corte e Costura. Lívia Lazzari... É linda que dói, mas eu não
sabia que JP era fã dela não. Não me diga que virou adolescente e tem feito dela
sua musa inspiradora.
- Ela com certeza seria a minha. – Kauã diz sorrindo, o moleque mal saiu
das fraldas é já acha que é garanhão.
- Ô garoto me respeita que eu sou sua mãe e estou ouvindo.
- Dá pra parar os dois. Eu só fui pesquisar sobre essa moça porque ela
está na cidade e me pediu pra manter as coisas controladas caso A imprensa
descobrisse que ela está por aqui.
- Humm sei... E porque salvou a foto em que ela está de sutiã?
- Acho que eu preferia você com três anos, quando tirava a própria fralda
e brincava com sua bosta.
- Huuurggg que nojento tio, eu não fazia isso.
- Fazia sim, tinha vezes que teimava em descobrir o gosto eu e sua mãe
que não deixávamos.
- Espera aí a Lívia Lazzari está aqui? Em Santana dos Montes? AI MEU
DEUS! Eu preciso mostrar os vestidos que confeccionei. Onde ela está? No
hotel?
- Não, mas acho que não foi embora da cidade a ouvi dizer que queria
ficar de férias aqui até iniciar a nova temporada de um programa.
- Ah mas eu descubro onde ela está. Não acredito essa pode ser minha
chance.
...................
Agora são quinze pras 22:00 e eu estou no portão da chácara. Aperto o
interfone me identifico como delegado ao caseiro e ele abre o portão. Eu olho
pro carro estacionado e já fico puto. Caio César... Eu bato a porta do carro e
entro na casa.
- Posso saber o que faz aqui a essa hora Caio?
CAPÍTULO VIII
Lívia Lazzari

Assim que João sai eu ligo para Val.
- Oi...
- É assim que fala com sua chefe?
- Oi Lívia. Aconteceu alguma coisa? - Pela alteração no tom de voz Val
despertou.
- Relaxa, só tragam suas malas para chácara e em seguida vamos as
compras. Quero comprar um berço pra Lelê, cômoda e roupas de cama e banho
novas. Aqui tem algumas mas precisam serem trocadas e claro produtos de
higiene. Já almoçaram?
- Almoçamos aqui no hotel e estávamos fazendo nossas malas. Em 20
minutos estaremos aí.
....................
- Anda sua vaca sortuda conta tudo. O delegado é um filho da puta
obsceno não é. Eu sei que é, ele exalava virilidade e masculinidade.
Natascha estava doida pra que contasse todos os detalhes. Eram quase
19:00 e estávamos lanchando no shopping de uma cidade vizinha. Santana dos
Montes não tinha nem sinal 3G imagina um shopping. Internet no smartphone
somente via wi-fi e o sinal também não era uma grande coisa. Não estou
reclamando da cidade, muito pelo contrário o seu encanto estava justamente na
sensação de termos voltado no tempo na época colonial e claro a natureza.
- Anda Lívia até eu estou curiosa.
- Olha... Val você é a virgem mais safada que conheço porque não dá
logo essa pepeca.
- Tascha não começa... – Natascha adora implicar com a ruivinha por
conta de sua virgindade.
- Deixa Lívia já estou acostumada com essa daí se incomodando com
minha virgindade. Mas fala como foi com o João?
- Aí meninas... Resumindo ele é rústico, bruto e grosso. Ele é obsceno ao
extremo e insaciável... Nossa eu nunca vi um homem tão intenso quanto ele.
- Ai amiga assim que bati os olhos em você eu sabia que tinha sido muito
bem comida. Pelo visto saiu do celibato com estilo. Aproveita e dá essa pepeca
como se não houvesse amanhã, homem de raça puro sangue assim é raro.
- Tipo o motoqueiro cabeludo? - Val diz maliciosa pra Natascha.
- Que motoqueiro cabeludo?
- Depois que você saiu Natascha deu uns amassos no motoqueiro
cabeludo, o mesmo que ela brigou na farmácia pela camisinha EXG.
- Ah cala boca “ruivinha raivosa.” - Val fecha a cara.
- Mas e aí amiga eu tinha razão ele era Extra G? Não vai me dizer que
aquele pacote todo era só ovo.
Val que parecia querer matar Natascha a pouco já está caindo na
gargalhada, elas são assim vivem se bicando mas se amam. Até eu estou rindo
dessa idiota desbocada sem filtro, nem parece uma advogada séria que até hoje
não perdeu um caso.
- Não Tascha você não estava errada. Coube certinho ele atingiu suas
expectativas e superou as minhas.
- Hummm quantos centímetros?
Val e eu nesse momento quase engasgamos com nossas bebidas.
- Não faço a mínima ideia.
- Natascha! Você queria o quê? Que ela puxasse uma fita métrica da bolsa
e perguntasse: " - Você poderia me deixar medir o seu big pau pra detalhar suas
medidas depois pra minha amiga pevertida? "
- Se vê que não tem nenhuma experiência mesmo. Liv dá uma noção
vai...
- Aaagrr... Tá bom ele deve ser quase do tamanho... - eu olho em volta
em busca de algo... Eu vejo o ipad de Val e bom o comprimento é bem
próximo... - ... do tamanho do ipad da Val.
- Puta que pariu! Vaca sortuda! O cara tem quase 24 cm de pau! Mas não
é daqueles fininhos, não né?
- Não... Ele é uniforme..
Eu olho pra Val que está com os olhos arregalados para seu aparelho.
Tascha também percebe a incredulidade de Val e cai na gargalhada.
- Pare de olhar seu ipad como se ele fosse te deflorar, virgem do pau oco.
- Liv... Como você conseguiu? Quer dizer...
- Val acorda a Letícia passou por ali, nós dilatamos é só o cara ser
cuidadoso e tudo certo. Ele foi cuidadoso né?
- Foi... Apesar de ser intenso na cama João se preocupou com meu bem
estar.
- Hum amiga ganhou na loteria... Só cuidado pra não viciar, você sabe...
- Tá tudo sobre controle relaxa Tascha.
Olhamos para Val que continua olhando seu ipad com uma carinha de
espanto. Eu e Tascha não resistimos e caímos na gargalhada de novo.
...........................
Eram quase 21:00 quando chegamos próximo a chácara e estranhei ver
um carro próximo ao portão. Agnaldo está conversando com o homem dentro do
carro. Assim que reconhece meu carro abre o portão eu passo pelo outro carro e
abaixo o vidro pra falar com Agnaldo.
- Boa noite Agnaldo. Quem é naquele carro?
- Noite Patroa. É o prefeito da cidade Sr. Caio César essa é a terceira vez
que vem aqui hoje pra falar com a senhora.
- Comigo?
- É Patroa acho que quer fazer as honras da cidade.
- Tudo bem deixe-o entrar e Agnaldo eu sei que está tarde mas preciso
que me ajude a colocar as compras pra dentro. Me desculpe, prometo que
acrescentarei a hora extra em seu salário.
- Carece não Patroa. Faço com gosto a senhora é muito educada.
- É seu direito Agnaldo como trabalhador, eu vou na frente o senhor o
conduza até a sala da casa principal. Sua esposa está lá?
- Sim senhora, ela estava esperando a patroa chegar pra vê se precisava
de algo.
- Ótimo. Peça apenas pra preparar um café para o prefeito. E Agnaldo o
delegado deve interfonar por volta das 22:00 pode deixá-lo entrar.
Após ter ido apenas jogar uma água no corpo e trocar de roupa vou até a
casa principal. Assim que entro dou de cara com o homem... Uauu ele é gato!
Alto, forte, cabelos negros, pele branca e incríveis olhos azuis. Ele me lembra o
João... O prefeito me olha dos pés a cabeça e parece gostar do que vê.
- Lívia Lazzari... Eu não acreditei quando me disseram que Santana dos
Montes estava recebendo uma visita tão ilustre. Deixe me apresentar. Caio César
D'Ávila prefeito da cidade e Administrador das fazendas e cervejaria D'Ávila.
Sabia! Ele realmente tinha algum parentesco com João. Eu aperto sua
mão estendida.
- Bom acho que não preciso me apresentar. Quanto a Santana dos Montes
esse realmente é um local lindo e ótimo pra me desviar do assédio da imprensa e
descansar durante o intervalo do programa.
- Sim, sim. Só que geralmente pessoas do nosso nível optam por Paris,
Nova Iorque... Eu mesmo nas férias passada fui para Bariloche eu optei por um
local mais próximo.
Que cara babaca! Cristo!
- Você diz nível econômico? Eu reconheço que minha situação financeira
é realmente muito superior e desigual a de muitos brasileiros. Mas fora isso não
me vejo sendo superior em nenhum outro nível. Sabe Caio, posso chamá-lo
assim?
- Como for melhor pra você.
- Então Caio eu acho uma tremenda ignorância pra não dizer um pecado
buscar belezas e vistas em outros países sem conhecer o nosso primeiro. O Brasil
é fantástico. Acredite ou não assim que ganhei uma viagem para o exterior
sozinha de presente do meu pai eu troquei e viajei o Brasil inteiro. Pena não ter
incluído Santana dos Montes no cronograma.
- Então se apaixonou pela cidade.
- Sim tanto que deixei de ser visitante, agora sou moradora pelo menos
pelos próximos meses.
Digo isso e seu sorriso se amplia.
- Que maravilha! Conte comigo pro que precisar. A propósito em minha
fazenda há um heliporto e um helicóptero que estará a sua disposição sempre
que desejar.
- Obrigada você é muito gentil. Caio eu posso lhe perguntar uma coisa?
Ele se aproxima e por pouco não invade meu espaço pessoal.
- O que quiser?
- Você possui algum parentesco com o delegado João Paulo D'Ávila?
Seu sorrisinho de canto de boca morre, e eu vejo algo como raiva passar
em seus olhos.
- Você conhece meu primo? Espero que não tenha te assustado com
aquele jeito um tanto...
- Bruto?
- Vejo que já percebeu o tipo de pessoa que ele é. Devo deixar claro que
não tenho nada a ver com ele.
Realmente ele não tinha nenhuma semelhança com João. Enquanto Caio
parecia se sentir superior aos outros e mantinha uma certa frieza no olhar. João
era simples, meio sem modos mas era... ele em toda sua essência. Não parecia
um homem que fazia tipo, apesar de embrutecido ele era natural, e isso dava um
charme a ele. Estava prestes a responder Caio quando ouço uma voz que não
deveria mas por algum motivo me faz arrepiar.
- Posso saber o que faz aqui a essa hora Caio?
Eu não precisava virar pra saber quem era mas ainda assim o fiz. Nossa!
João está... ...quente. Ele está completamente a vontade, ele realmente não faz o
tipo que se arruma para um encontro mas ainda assim vê-lo tão descontraído me
excita. João está com um tênis esporte, calça de tactel e uma camisa do
Barcelona(1). Os cabelos úmidos penteados pra trás revela que assim como eu
acabou de tomar banho. O cheiro bom e masculino que vem dele entra em
minhas narinas e faz um rastro de calor passar por todo meu corpo. Meu Deus
estou virando uma pervertida como Natascha.
Contudo a expressão de João demonstra insatisfação, insatisfação não,
raiva. Ele tá puto pra cacete. Ai meu Deus que ele não comece seu show de
homem das cavernas.
(1) Futbol Club Barcelona , também conhecido como Barcelona e
popularmente como Barça, é um clube de futebol profissional, com sede em
Barcelona, Catalunha-Espanha.
CAPÍTULO IX
João Paulo D’Ávila

Caio César me olha como quem tivesse visto um fantasma.
- João... Estávamos falando agora mesmo de você primo. Eu vim dar
boas vindas a Lívia em nome de toda população de Santana dos Montes, afinal
não é todo dia que temos uma moradora tão importante.
Puxa saco...
-Aproveitei também para colocar a disposição nosso helicóptero para
qualquer emergência e caso necessite ir à BH. Lívia tem um bebê e o trajeto da
capital até nossa cidadezinha pode ser cansativo.
Eu observo Lívia e ela parece tensionar quando fala de sua filha. Eu sei
bem o que esse idiota quer...
- Espero que cumpra com o prometido dessa vez, há dois anos na sua
candidatura você prometeu um helicóptero com UTI móvel para a população de
Santana dos montes e até agora nada...
- Acredito que esse não é o momento para cobranças políticas e para sua
informação o helicóptero já foi comprado e está passando pelas alterações
necessárias para atender a demanda. Mas e quanto a você João o que faz a essa
hora na casa da srta. Lazzari?
- Não é da sua conta. Agora sai.
- João! Olha se os dois querem ficar nessa de se provocarem ótimo, mas
nada de me usarem pra isso. Na minha casa eu recebo quem eu quiser e na hora
que eu bem entender.
Caralho o que essa mulher tem de gostosa tem de geniosa. Olha a roupa
que ela recebe o babaca, com um vestido rosa curto demais pro meu gosto o
modelo tem alças finas e a filha da mãe está sem sutiã. Porra! Os bicos dos seios
estão eriçados, ela está excitada. Ah não eu espero sinceramente que essa
excitação seja por mim, se eu descobrir que ela estava de flerte justamente com
ele, eu ficaria muito puto... Puta que pariu! Ele não seria louco.
- Me desculpe Lívia você tem toda razão, eu e meu primo estamos nos
portando como dois adolescentes. Não foi minha intenção constrangê-la. Bom
eu já disse o que queria dizer acho melhor ir embora. Mais uma vez seja bem
vinda a Santana dos Montes.
- Obrigada Caio eu também me desculpo como falei mas é que eu não
suporto que invadam minha privacidade.
- Eu entendo e você está certa Lívia principalmente se tratando de uma
celebridade.
- Baba ovo...
Lívia me olha com ar de repreensão.
- O quê? Eu só espirrei.
- Eu te acompanho até seu carro.
- Não é necessário Madame eu levo Caio e aproveito e me desculpo com
ele.
- Tudo bem então... - ela diz não muito convencida, provavelmente
suspeita que eu vá dar continuidade a discussão - Caio foi um prazer se quiser
falar comigo novamente esse é o cartão da minha assistente pessoal, ela nos
colocará em contato.
Eu gostei do fato de não ter dado seu telefone pessoal, isso impôs uma
certa distância entre eles. Eu caminho com Caio até o carro e quando chegamos
e sei que Lívia não pode nos ver eu o seguro pelo colarinho.
- Fica longe dela seu babaca.
- Uuuhhh! Ela chegou ontem e você já comeu priminho. Devo tirar meu
chapéu para você, Lívia Lazzari é uma das mulheres mais bonitas do nosso país.
Nunca o vi antes com medo de concorrência, a cadela deve ter uma boceta
mágica pra ter enfeitiçado João D'Ávila.
- Cala a boca imbecil! Não se refira a ela desse jeito. Lívia e eu estamos
trepando sim, e é só sexo mas não gosto de dividir, então enquanto ela estiver
comigo fique longe dela.
- Aproveite priminho isso vai durar pouco. Lívia Lazzari vê em você um
passatempo enquanto desfruta as férias em uma cidadezinha monótona. Você é
um homem bonito não posso negar, está em nosso DNA mas logo logo ela enjoa
e procura alguém a sua altura.
De certo modo as palavras de Caio mexem comigo, mas como disse é
apenas sexo, é apenas diversão e pode ser que eu me enjoe antes.
- E você acha que estaria a altura dela? Eu não vi nenhum interesse da
parte dela por você. Ela nem ao menos lhe deu o telefone pessoal. Não se anime
tanto Caio eu posso ser um pouco bruto mas acredite eu sei manter uma mulher
satisfeita.
- Lívia não é como as mulheres que está acostumado, além do fato de ser
mãe. Como eu disse você será uma ótima distração e enquanto você a mantém
"satisfeita", eu estarei ali à um braço de distância mostrando a ela que um
homem de verdade tem mais do que sexo a oferecer à uma mulher como ela.
Eu fico puto como ele diz abertamente que irá tentar seduzir Lívia
mesmo eu deixando claro que ela já está se envolvendo comigo. Eu o pressiono
mais contra o carro e o alarme dispara, me fazendo soltá-lo.
- Fique longe dela Caio, é um aviso. Não queira medir forças comigo,
não se esqueça que eu sou o dono de tudo dos D'Ávilas.
Eu saio e entro na casa principal onde Lívia está com suas amigas.
- Boa noite meninas.
- Boa noite. - as duas dizem em uníssono e eu vejo a ruivinha olhar para
mim e pro seu ipad como se fôssemos coisas de outro mundo.
- Tudo bem com você? Parece assustada.
- T-tudo...
- João essas são minhas amigas. Natascha é minha amiga e advogada e
Val minha amiga/ assistente pessoal/ personal stylist/ estilista. Meninas esse é
João Paulo D'Ávila delegado de Santana dos Montes e meu novo amigo.
- Amigo? É assim que chamam agora quem transa como coelhos.
- Natascha!
Sorrio arrogante. Eu já gostei dela, é das minhas sem papas na língua.
- Prazer Natascha amigo de foda da madame aí.
- Meu Deus isso só melhora... -Lívia murmura.
- E você Val não vai cumprimentar o amigo de foda da Liv?
A tal Natascha pergunta a ruivinha. A garota está vermelha como um
tomate combinando com a sua cor de cabelo.
- P-prazer João.
- Não repare João Val ás vezes é um pouco tímida.
- Eu já entendi o motivo do espanto e não tem nada a ver com timidez.
- Entendeu? - as três questionam em uníssono.
- Sim, ela está com receio por conta do episódio do bar. Eu já conversei
com Théo ele achou que você era menor de idade. Me desculpe se a assustei.
A menina agora parece aliviada.
- É isso mesmo aquele gibi nem me deixou explicar e ainda disse que
devia está procurando macho. Idiota!
Eu sorrio é a cara de Théo achar que tudo quanto é mulher não presta.
- Bom meninas João e eu precisamos conversar se nos dão licença.
- Oh! Eles vão conversar Val...
- Tascha... - Lívia a adverte.
- Boa noite meninas acho melhor eu acatar a madame, ela parece
impaciente pra conversar...
Eu pisco as duas sorriem e Lívia revira os olhos. Nós andamos em
direção ao quarto que ficamos hoje durante o dia, assim que entramos Lívia
tranca a porta.
- João hoje cedo conversamos sobre esse seu autoritarismo e você fez
exatamente igual a poucos minutos.
- Me responde uma coisa você estava excitada quando cheguei. Foi pelo
Caio? - ela parece confusa com minha pergunta - Foi ou não.
- E-eu não estava... Você é louco? Como sabe se eu estava excitada ou
não.
- Você não está usando sutiã Lívia e quando cheguei notei o bico dos seus
seios entumecidos.
- É sério isso?
- Sim é.
Ela bufa e se senta na cama sabendo que não vou deixá-la em paz.
- Foi por sua causa tá legal?! Eu ouvi sua voz e fiquei arrepiada. - eu
abro um sorriso enorme, saber que desperto essas reações em Lívia me deixa
orgulhoso pra caralho. - Satisfeito?
- Ainda não. Só vou ficar satisfeito quando estiver te comendo e
mamando esses par de peitos lindos que estão cheios de saudades da minha boca
e língua. - Lívia engole a seco mas já desata o nó do vestido em sua nuca.
- Eu não sei como essas suas palavras xulas me excitam... Mas você tem
razão eles estão cheios de saudades. - ela se levanta e retira todo o vestido e a
calcinha e se deita de perna aberta no meio da cama. - Vem Grosseirão vem
comer sua Madame.
................................
Lívia dorme de bruços provavelmente cansada pelas três rodadas de
sexo, ela praticamente desmaiou após nossa última foda. Eu consigo ver daqui os
lábios de sua boceta inchados e melados devido a intensidade e quantidade de
sexo que tivemos hoje. Eu caminho até ela e tiro um pouco de cabelo do seu
rosto, ela é linda mesmo dormindo.
- Madame?
- Huum - ela responde ainda sonolenta.
- Eu preciso ir, meu turno na delegacia começa às 08:00. Amanhã eu
volto no mesmo horário. Tudo bem?
- Hunrum. - eu dou um beijo leve em sua testa e ela já parece está em
sono profundo.
Eu chego na chácara e vão dá 02:00 da manhã, jogo uma água no corpo
e vou me deitar pensando na mulher que estava comigo à pouco. Eu nunca
lamentei perder o contato após uma transa na verdade era até melhor pra mim.
Lívia Lazzari...
Talvez Caio tenha razão eu estou envolvido demais e só tem dois dias
que nos conhecemos. Eu preciso impor uma certa distância emocional, ir até a
chácara transar, gozar e ir embora como fiz hoje. A Madame é perigosa demais
com toda aquela beleza e entrega entre quatro paredes. No fim ela vai voltar pra
sua vidinha em BH e eu vou ficar aqui como um idiota se acaso me permitir
sentir mais do que deveria.
CAPÍTULO X
Lívia Lazzari

Uma semana se passou desde que conheci Caio César. Uma semana
que João chega aqui por volta das 22:00 transa comigo como louco e sai na
madrugada. Eu não deveria me incomodar ou me chatear com essa atitude uma
vez que entrei nessa apenas para engravidar e dá o fora. Mas a sensação de vazio
toda vez que acordo é um pouco preocupante.
João é um ótimo amante, o homem transa gostoso demais sua
intensidade me deixa louca. Sem contar que entre uma transa e outra nós
conversamos nada muito profundo mas conversamos. Ele até me contou sobre o
primo e de sua antiga rixa com ele, eu fiquei passada ao descobrir que ele é um
milionário, como único herdeiro dos D'Ávilas ele é sim um homem rico... O
desprendimento de João com os bens materiais me fascina. Ele optou por ser
delegado, estudou, passou e tem sua própria chácara. "Que ele nunca a levou pra
conhecer..." - meu inconsciente avisa.
Nessa uma semana eu tenho voado de helicóptero constantemente para
BH com Caio que vem se mostrando bastante gentil. Como tive que adiar a
vinda de Lelê por conta das montagens dos móveis e organização da casa. Eu
todos os dias por volta das 08:00 partia rumo à BH e voltava por volta das 17:00.
Hoje é sexta e estou aqui em meu apartamento conferindo as malas de
Lelê, amanhã à tarde viajaremos pra Santana dos Montes. Eu não queria que
Caio visse Lelê, seria impossível ele não reconhecer o primo nela por isso
dispensei o helicóptero para volta.
Ouço o toque do meu celular, a música Can't fight the moonlight - Leann
Rimes do filme Coyote Ugly ( fazer o que? Eu e Tascha somos loucas pelo filme
desde a adolescência e ainda fizemos Val assistir até se apaixonar) A música
segue incessantemente e eu corro pra atender com medo de Lelê acordar já são
quase 23:00. Eu não reconheço o número mas resolvo atender.
- Alô?
- Aonde você está Lívia e porque está ofegante?
- João?! C-Como conseguiu meu telefone?
- Responde a porra da pergunta, eu quero saber porque eu fui até sua casa
e tive que ouvir de sua empregada que você viajou com Caio!?
MERDA!
- Para começo de conversa eu não viajei com Caio eu peguei uma carona
de helicóptero até Belo Horizonte, segundo eu não me lembro de ter marcado
nada com você e terceiro eu não te devo satisfações. Agora pode me explicando
como conseguiu meu telefone.
- Uma merda que você não me deve satisfações nós fodemos a porra da
semana inteira. Todos os dias no mesmo horário eu apareço na sua casa e você
me diz que não tinha marcado nada comigo. Eu peguei o seu número com a Jú lá
no hotel em que se hospedou.
Desde o dia como ele falou com essa tal Jú no telefone pra pedir a
bendita pomada eu percebi que eles já haviam tido algo e as suspeitas se
confirmaram quando fui fazer o check-out da suíte.
"- A do quarto 306... Foi de lá que pediram o kit JP.
- Kit JP?
- A pomada ante assaduras. - ela põe a mão na boca como quem conta um
segredo - todas as turistas que saem com ele pedem, eu nunca precisei recorrer
graças a Deus, já me acostumei"
Eu sinto uma raiva absurda ele viu essa vadia com certeza.
- É fim de semana João vai se divertir com a Jú e me deixa em paz e
outra coisa se eu quisesse poderia muito bem processar os dois, o hotel e você.
- Você quer que eu me divirta com a Jú Madame? - ele pergunta com
sorriso na voz provavelmente deve achar que estou com ciúmes.
- Você é bem grandinho para fazer o que quiser. Só não esqueça de que
estamos transando sem camisinha e se eu souber que andou trepando com tudo
quanto é vadia o seu passaporte pra minha cama será cancelado.
- Calminha Madame pode deixar que só quem sente a minha grossura é
você. E você poderia ter facilitado as coisas me dando seu número.
- Você nunca me pediu João. Olha eu vou desligar eu estava conferindo
as coisas da Lelê para viajarmos amanhã pra Santana dos Montes. Aproveite sua
noite de sexta.
- Eu queria aproveitar minha noite de sexta me afundando nessa
bocetinha apertada, fodendo bem gostoso como só nós fazemos. - ele diz isso
com sua voz rouca, a mesma voz que fala várias coisas sujas enquanto
transamos. Safado provocador - Mas entendo que tenha sua filha e ela seja sua
prioridade. Amanhã eu estarei na sua chácara no mesmo horário.

- É João quanto a isso... Não podemos nos ver mais na chácara. Minha
mãe e Lelê estarão aí e bom eu quero preservá-las. Você entende não é? Quer
dizer seria estranho receber um homem toda noite e ele ir embora no meio da
madrugada. Pode parecer piegas, mas penso em minha filha ela ainda é um
bebê...
- Entendi Madame nós fodemos e é apenas sexo sem dramas. Bom eu
moro sozinho então passo pra te buscar amanhã ás 23:00. Até amanhã.
Nossa ele parecia está com raiva! Ele desligou! O filho da mãe desligou
na minha cara. Cretino bipolar!
.................
É sábado faltam quinze minutos pra meia-noite e ele ainda não
apareceu. O dia havia sido estressante almocei com minha mãe e Lelê em um
restaurante e por coincidência Henrique também estava. Na saída Henrique
segurou Lelê para que eu pudesse acomodá-la no bebê conforto. Uma foto foi
tirada e pronto aquilo foi o estopim para que toda imprensa viesse com a mesma
história de Letícia ser filha de Henrique e que estaríamos nos reconciliando.
Depois de todo borburinho ainda teve a mudança. O que me deixou
muito feliz foi que Lelê adorou lugar, principalmente os animais que tem aqui,
eles vieram com a chácara e eu os adotei sabia que a minha espoletinha ficaria
encantada.
Eu resolvo ir pra varanda pegar um ar, as luzes estão apagadas então
ninguém me vê. Ouço um barulho e vejo que é Agnaldo e Sueli chegando.
- Cê viu Naldo? O delegado bate ponto toda noite aqui na casa da Patroa
e foi só as meninas da Vila chegarem pra ele ficar de assanhamento com elas. Cê
viu a roupa delas? Todo sábado de karaokê é isso, elas se soltam. Ainda bem que
Das Dores não é assim.
- Não é assim porque eu seguro pelo cabresto. Mas o João sempre foi um
homem bom só é mulherengo demais.
- Tenho pena é da Patroa ela é tão gente boa, não merecia isso não.
Homem é tudo pilantra.
- Eita mulher me tira dessa.
Cachorro, safado! É por isso que me deu um bolo. Ah mas isso não vai
ficar assim eu vou mostrar ao Grosseirão o que uma madame é capaz quando
desce do salto. Eu vou até o quarto de Tascha onde ela e Val estão assistindo
série.
- As duas estejam prontas em 15 minutos e eu as quero lindas e gostosas.
- Por que? - Natascha pergunta mas já está procurando uma roupa, falou
em farra é com ela mesma.
- João me deu um bolo para ficar se esfregando em umas piriguetes no
Santorini.
- Que safado Liv, eu não estou empolgada pra ir não. Ainda tô de ressaca
de sexta, Tascha me fez encher a cara.
- Começou a virgem do pau oco.
- Você apostou comigo mas trapaceou não bebeu nada, sua vaca.
- Sem drama meninas estejam prontas em 15 minutos.
Eu não demorei a me arrumar já havia tomado banho, apenas soltei meus
cabelos passei um batom vermelho mate e nos olhos apenas rímel e delineador.
Na roupa eu resolvi ousar um pouco mais, eu geralmente não usava decote com
algo curto mas como estava indo à um barzinho coloquei uma roupa informal
uma vez que nos pés eu usava uma sandália de pedraria sem salto. A combinação
do body com o shortinho ficou perfeita.
- E aí prontas?
- Uaau! Arrasou Liv, João vai ficar babando. - Tascha diz com sorriso
de orelha a orelha.
- Está linda Liv, mas eu colocaria uma calça cintura alta preta skinny.
Val diz em seu modo estilista.
- Amiga eu estou indo à um barzinho em Santana dos Montes. O
ambiente é informal.
- Tudo bem então vamos.
......................
Chegamos ao bar e está bem diferente, de quando vim da última vez. Há
uma mulher cantando no karaoke Anitta com a voz parecida com a da
yougurteira famosa. A voz é péssima mas ela e as amigas dançam sensualmente
a música.
Pode vir que vai começar
Não tem mais jeito
E não adianta tentar
Já foi, tá feito

Esse som é pra dominar
Teu pensamento
Vem que eu vou te hipnotizar
No meu talento

Elas se empolgam no refrão e quando a luz bate diretamente no rosto da
cantora é que percebo que se trata de Jú. De onde estou vejo João sentado na
mesa com dois homens, um eu reconheço é Théo o dono do bar o outro não faço
a mínima ideia de quem se trata.
- Olha Tascha o cabeludo motoqueiro.
- Fala baixo Val. Vim aqui me divertir não quero homem no meu pé não.
Eu olho para o palco improvisado e elas vão indo até o chão e o safado
acena com a cerveja dele. A apresentação delas acabam sobre palmas, na
maioria homens. A cadela anda até João e senta em seu colo. João se afasta no
sofá de couro e a faz sentar na poltrona. Bem feito idiota.
- Vem meninas nossa vez.
- Quê tá louca? Nós nem ensaiamos.
- Ah ensaiamos sim Val várias vezes, nós vamos cantar Can't fight the
moonlight. Eu solo e vocês entram no refrão.
Eu já havia cantado no Miss Universo onde deveria dar um prova de
outro talento meu. Puxo Tascha e Val, deixo meu celular com a versão playback
com o dj.
A música começa lenta, e João parece espantado. Isso Grosseirão aprecie
o show.

Capitulo XI
João Paulo D’Ávila

Caralho! Eu sabia que me envolver com aquela mulher seria perigoso
demais.
Agora estou aqui feito idiota lendo a notícia de que ela foi almoçar com o
piloto.
Mas com ele ela não vê problema em conviver com sua filha e mãe.
Talvez ele seja o pai da bebê...

Eu tenho que parar de me portar como um marica e ficar procurando
notícias dela enquanto está longe.
Hoje é dia de karaokê no Santorini mais tarde eu vou dar um pulo lá e não
vou buscar Lívia, ela vai entender que quem dá as cartas nesse jogo sou eu.

Assim que chego no Santorini por volta das 23:00 noto Antônio e Théo
sentado na mesa próximo ao palco improvisado.
O que me leva a crer que provavelmente as meninas da Vila já iniciaram
seu show.
Dois sábados do mês Theo fazia a noite do Karaokê o bar lotava e ele abria
o segundo salão que funcionava durante o dia servindo lanches para os turistas.
O palco era improvisado havia quem cantasse sertanejo outros MPB e
quem visse aquilo como algo apenas para chamar atenção.
Como a Julieta e suas amigas que começavam sua apresentação.
Julieta era uma negra linda com um corpo fenomenal ela era ex de Deco
um dos caras que vem tocando terror na Vila.
Eu sempre a achei linda, ela por sua vez vivia se jogando em cima de mim
e saber que ela era a garota dele só me fez partir pra cima.
Entretanto disse que não me envolveria com ela pois era comprometida,
resultado ela largou ele e vive atrás de mim. Isso só serviu para o cara me odiar
ainda mais.
Como agora por exemplo que ela iniciou o seu show com as amigas e
Deco está na mesa do outro lado puto pra caralho. Ela desce até o chão e pisca
pra mim e eu levanto a minha cerveja em cumprimento.
- Cara o Deco tá te fuzilando. - Théo fala mas os olhos não saem só
palco.
- Foda- se o cuzão.
- E a Madame deu o cano nela hoje? Não tenho visto ela e as amigas por
aqui. - Antônio pergunta e até me surpreendo ele é o mais calado de nós três,
raramente algo prende seu interesse.
- Foram pra Belo Horizonte chegaram hoje e quanto a Madame tô dando
um tempo. Sabe como é mulher se acostuma demais e depois vira problema. Só
estou mostrando quem é que tá no controle, ela deve está em casa com a filha.
- Huuumm. - Antônio bebe um gole de sua cerveja, ele deve no mínimo
tentar esconder seu interesse pela advogada.
O show termina e Jú vem direto em minha direção sentando em meu
colo, eu não sei porque mas me sinto mal em deixá-la fazer isso. Em minha
cabeça imediatamente vem Lívia eu a retiro do meu colo e a coloco sentada ao
meu lado no sofá. O VJ agora prepara a próxima apresentação.
- Acho que a Madame realmente percebeu quem está no controle. - Théo
diz e eu a vejo passar por mim m direção ao palco em um short que puta que
pariu... - As três vão se apresentar.
A música começa lenta e Lívia começa a cantar os olhos fechados e a
voz... A voz dela é suave e meus olhos não conseguem desviar da boca vermelha
e da maneira sensual que se move conforme canta. O decote da blusa é extenso
demais é possível ver o contorno dos seios, o short apesar de um pouco solto só
cobre a bunda deixando as pernas bem torneadas de fora. Os homens estão
babando até mais do que com a apresentação de Jú e suas amigas. As três estão
sexies em nenhum momento são vulgares. Mesmo quando a batida da música
muda e as luzes piscam elas danças mas de um modo extremamente sensual.
Não há coreografia elas apenas dançam se divertindo...
Lívia vai se soltando conforme a música desenrola ela desce do palco e
eu abro um sorriso cretino. Agora esses babacas vão ver quem é que come
gostoso a Madame. Lívia rodeia minha mesa e passa as mãos pelos ombros de
Théo que sorri e pisca pra ela. Putão vendido... Depois a pilantra passa direto por
mim sem nem ao menos me olhar e vai pra mesa onde Deco está.
- Que caralho é esse?
- Esse é você se achando no controle. - Antônio diz sorrindo.
O cara está salivando conforme ela canta e rebola, ela o puxa o fazendo
ficar de pé e o rodeia até parar atrás dele e cantar próximo ao seu ouvido. O
desgraçado solta uma risada de satisfação e Lívia pisca pra ele voltando ao palco
junto com suas amigas que deviam está fazendo a mesma cachorrada que ela.
Elas encerram a apresentação e "a plateia" vibra. Eu fico parado tentando
assimilar que merda toda foi essa. Lívia e sua quadrilha, porque ali meu irmão só
tem bandida, elas passam por nossa mesa e se sentam no bar.
- Nossa essa daí não perde tempo primeiro o JP agora o Deco. Coitada,
sinto muito por ela mas Deco só quer me fazer ciúmes.
- Sei não Jú, Deco não parou de olhar pra granfina aí. Olha lá ele está
indo falar com ela.
- Vai ter que entrar na fila porque a quantidade de homem que resolveu
pedir bebida no bar por causa daquelas três é grande.
Eu ouço as três falando mas meus olhos não saem de Lívia a filha da
puta está toda sorrisos dando atenção aos marmanjos.
- Deco é muito abusado olha lá já colou na granfina. E ela está gostando.
- Gostando o que Djanir. Ela deve ser uns 9 anos mais velha que ele.
Deco tem essa pose toda mas só tem 29.
- Lívia só tem 32 e mesmo assim desbanca muita garotinha. - Antônio
diz e eu o olho estranhando a defesa dele. - Só disse a verdade.
- E como você sabe a idade dela? - Théo pergunta tão espantado quanto
eu.
- Dia desses ela foi na oficina e batemos um papo. Ela é legal.
- Humm sei, não vai me dizer que está interessado nela também, não vai
bancar o fura-olho. - Théo diz e dependendo da resposta dele eu já me preparo
para o soco que vou dar no olho dele.
- Ela é linda e interessante não posso negar, mas das três é a doutora
desbocada que eu quero na minha cama.
Eu volto os olhos para onde Lívia está e vejo Deco falar algo em seu
ouvido, a bandida dá uma risadinha típica das mulheres quando estão flertando.
Ele afasta uma mecha do cabelo dela do rosto, e a reação é imediata sem pensar
duas vezes eu estou do lado dos dois.
- Lívia tem uma chamada de emergência próximo à sua chácara, uma
senhora ligou nervosa.
- Minha mãe! Letícia, meu bebê! - eu me sinto um bundão em mentir
pra ela vendo a expressão de pavor em seu rosto.
- Calma pode não ser de lá, você quer ir comigo?
- C-claro. Tascha, Val, vou resolver uma coisa e de lá vou direto pra
casa. Fiquem e aproveitem. Toma fica com a chave. –
Lívia entrega a chave do carro e Natascha me dá uma olhada como quem
diz, se fizer merda eu corto seu pau. Assim que entramos no meu carro eu travo
as portas.
- Calma não tem chamada nenhuma, eu só fiz isso porque queria te tirar
daquele bando de cuecas.
- Quê? Você é maluco? Eu quase tive um treco achando que tinha
acontecido algo com a minha filha ou minha mãe. Você é um bastardo
egocêntrico. Tudo isso porque ficou com raivinha por não ter ficado em casa te
esperando feito uma idiota enquanto você deixava a Jú sentar no seu colinho.
- Eu te dei um bolo sim, eu não ia aparecer pra te ver hoje. A minha
intenção era vir pro bar e relaxar .
- Então é só destravar o carro e você vai lá voltar a relaxar e eu
também, simples assim.
- Você acha certo uma mãe largar a filha em casa e vir pra um bar ficar
dançando e rebolando com um bando de homem te secando.
- Você é muito sínico mesmo... Pra sair e me divertir com minhas
amigas eu sou "MÃE". Mas você não pensou nisso quando disse que me
buscaria às 23:00 para passar a noite com você. Eu sou mãe, mas não é por isso
que deixei de ser mulher e ter uma vida além da maternidade. Minha filha está
dormindo limpinha e bem alimentada, eu sei disso porque eu a banhei, eu a
alimentei e eu a coloquei pra dormir. Você não sabe nada, nada da minha rotina
com Letícia. Não sabe do que já abri e abro mão por ela, então vai se foder João.
Ela leva as mãos ao rosto em seguida as usa para afastar o cabelo do
rosto. Ela parece cansada, não fisicamente mas emocionalmente e eu me sinto
um escroto por ter falado aquilo. Será que discutiu com o pai da filha.
- Quem é o pai da menina? É o piloto com quem você almoçou hoje? -
ela dá uma risada como se eu tivesse dito algo irônico.
- Letícia não tem pai. Ela só tem a mim e claro minha mãe, Val e Tascha.
- O piloto não a quis?
- Henrique não é o pai da minha filha! Que saco! Eu não sei quantas
vezes eu vou ter que repetir isso. Não houveram recaídas ou reconciliações,
desde que nos separamos eu nunca tive mais nada com ele.
- E o que faziam no restaurante?
- Eu e minha mãe e Lelê almoçávamos e acabamos encontrando ele lá.
Ele me ajudou a colocá-la no carro e ponto. Agora por favor abre o carro eu
quero voltar pro bar.
Eu ligo o carro e saio do estacionamento do bar.
- Ei eu disse que quero sair. Para onde você está me levando?
- Quietinha Madame já, já você vai saber.
- João seja para onde você esteja me levando eu vou ser bem clara com
você, o nosso lance já era, acabou.
- Hahaha! Isso é o que vamos ver Madame.

CAPÍTULO XII
Lívia Lazzari

Eu podia perceber pela maneira como João apertava o volante e seu
maxilar estava travado que as minhas palavras sobre encerrar o nosso "caso"
haviam o contrariado. João era um homem lindo, rico (mesmo que não
mencionasse o fato), bem dotado e bom de cama. Combinação perfeita para ter
uma multidão de mulheres em cima dele, por isso era sempre mandão e achava
que tudo era do jeito dele. Por isso tentou me abalar com o cano que me deu.
Só que sou uma mulher vivida, tenho 32 anos se eu cedesse a seus
caprichos ele se enjoaria em poucos segundos. Homens como João Paulo
D’Ávila gostam de desafios e desvendar pessoas, o óbvio os entediam facilmente
não é à toa a sua escolha de profissão.
Saber que ele me deu o cano porque ficou no mínimo com ciúmes de
Henrique fez uma sensação levemente prazerosa se instalar em meu peito. É
claro que a tal Jú foi algo que não me desceu bem, mas a cara de João quando
me viu cantando para o loirão tatuado foi memorável.
Eu simplesmente correspondi ao flerte na intenção de instigá-lo, e ver um
homem feito inventar uma mentirinha, que quase me matou do coração diga-se
de passagem, me fez perceber que ainda que ele quisesse negar ele gostava do
que fazíamos tanto quanto eu. Se eu vou terminar nosso "caso"?Nem pensar eu
já fui longe demais para voltar atrás. Então porque disse que tudo havia
acabado? Simples! As pessoas tendem a desejar com avidez aquilo que não se
pode ter. E é assim desde que o mundo é mundo. Eu que trabalho no mundo da
moda sei disso melhor que ninguém. A exclusividade gera disputa... Fazem
mulheres e homens gastarem rios de dinheiro apenas por um pedaço de pano
dependendo da etiqueta que ele carregasse.
Eu nem percebi que havíamos chegado por conta das minhas divagações,
só notei quando João abriu a porta de sua Pickup monstra e me pegou no colo
para descer.
- Ei eu consigo descer sozinha. Que lugar é esse João? - Eu olho pra
varanda iluminada a casa é linda. Uma mistura de rústico com estilo industrial...
O Grosseirão tem bom gosto.
- Minha casa, vem! – ele praticamente rosna.
- João acho melhor você me levar pra casa e voltar a aproveitar sua
noite... A Jú está esperando.
- Cala essa boquinha gostosa e entra.
- Grosso!
Eu passo pelas portas deslizantes e meus olhos se prendem em cada
canto de sua casa. Tudo ali gritava a personalidade dele.Tudo se resumia à um
grande cômodo aberto. Sala de estar, sala de jantar, cozinha, escritório... Era
linda sua casa, limpa e bem organizada. Pode parecer impressão minha mas
havia um leve toque feminino ali, João devia ter alguém que cuidasse da sua
casa. Será que era Jú ?
- Passei na inspeção Madame?
Eu fico envergonhada pelo fato de está parecendo fascinada por descobrir
mais um pedaço dele.
- Eu adorei a decoração é linda. Você quem decorou ?
- Não, uma amiga arquiteta da minha mãe quem fez, eu apenas disse
como queria e aprovei o resultado no final.
- Ficou com a sua personalidade.
- Hummm... E como é minha personalidade?
- Deixa pra lá, me diga logo pra que me chamou aqui. Eu quero ir embora
logo.
- Simples eu te trouxe aqui para fazer o que já havíamos combinado, eu
te comendo bem gostoso ali no quarto, mas se quiser na sala não me oponho.
- Tsc, tsc, tsc, João... Acho que não me ouviu direito eu não quero mais...
Eu sou Lívia Lazzari meu bem, não sou do tipo de mulher que fica esperando
boa vontade de macho. Não quis, pois eu achei quem quisesse, o loirão tatuado
está bastante interessado em assumir seu lugar.
- É mesmo Srta. Lazzari? Você já encontrou um substituto? Tem certeza
de que ele está a minha altura? O Deco? Deco é um marginal que toca terror na
Vila uma comunidade nos arredores de Santana dos Montes. Ele só não foi preso
porque nós ainda não temos provas.
- Isso faz dele um suspeito apenas. - eu tento disfarçar a apreensão que
sinto - Ele é jovem deve ter bastante vigor...
- Espera um minutinho Madame está me chamando de borracha fraca? Tá
querendo me dizer que está prestes a sair com ele porque eu não dou não conta?
Os olhos de João parecem queimar de raiva, eu sabia que havia mexido
num vespeiro, em algo muito perigoso, o seu brio masculino. Em menos de dois
segundos João estava em cima de mim. Meu short havia descido e meu body
saído do meu corpo, ele fez tudo isso com uma ferocidade e sem me dar um
único beijo. João me pegou pelo braço e me levou próximo a mesa de jantar.
- Sente aí e abra as pernas Lívia. - nada de Madame não havia diversão
na sua voz apenas Lívia.
- Eu não...
- Agora ou eu faço.
Eu ando para trás até bater com meu bumbum na borda da mesa e me
sento abrindo levemente as pernas. Parece que fico condicionada a acatar suas
ordens e a excitação que isso me traz assusta pra cacete. João me puxa pelas
coxas me deixando mais próxima ainda da borda e abre minhas pernas onde fico
demasiadamente exposta. Ele se abaixa ficando de joelhos no chão e sem esperar
sua boca abocanha meu sexo.
- Caraca! Que delícia!
Deus do céu aquilo era bom demais... A forma como abocanhava minha
carne e sugava meu feixe de nervos me levavam a perdição. A língua de João
fazia movimento deliciosos que iam do meu ânus ao clitóris me deixando cada
vez mais louca. Eu estava prestes a gozar quando ele parou e eu soltei uma
mistura de bufo com lamento. João se ergue e eu percebo que ele se livrou já da
calça e cueca.
- Calma Lívia você vai gozar, mas vai ser com a minha pica atolada até o
talo nessa bocetinha apertada.
Sem esperar João atola de uma vez aquela tora enorme e começa a socar
em minha boceta.
- AAAAHHH! NOSSA!
João sorri perverso com minha reação.
- Estamos apenas começando Lívia.
Ele tira a camisa do corpo sem interromper os movimentos
maravilhosos. Ele une minhas coxas de lado fazendo a penetração ficar mais
apertada e difícil, e o seu pau começa a acertar um pontinho que me faz ver
estrelas. Ele acelera os movimentos e me beija me fazendo gozar loucamente.
- Primeiro orgasmos da noite Srta Lazzari.
João me vira novamente me fazendo ficar de frente pra ele e põe uma das
minhas pernas em seu ombro.bOs movimentos certeiros fazem de novo aquela
famosa euforia dominar meu corpo. Nós dois olhamos inebriados de tesão o
ponto que nossos corpos se conectam e o sorriso de satisfação dos dois
demonstra todo desejo que possuímos um pelo outro.
- Vê Lívia que gostoso. Consegue vê como sua boceta é sedenta por
meu pau. Olha como ela o suga até o talo. Essa boceta foi feita pra mim.
Ele diz isso girando o quadril somente com a cabeça polpuda em meu
canal.
- João por favor...
- O que você quer Lívia? Quer rola? Quer meu pau fodendo duro essa
boceta gostosa?
João me tira da mesa me fazendo ficar de pé com minhas costas em seu
peito. Ele inclina meu corpo pra frente fazendo meu tronco ficar sobre a mesa e a
bunda empinada pra ele. Ele separa as bochechas da minha bunda e alinha a rola
enorme na minha entrada... Então ele soca, uma, cinco, dez vezes sem diminuir o
ritmo ou intensidade.
- Toma - estocada- rola – estocada - safada – estocada – engole – estocada
– meu- estocada – pau.
As palavras altamente eróticas e tudo que ele faz em meu corpo me
levam a um orgasmo descomunal.
- Joooaaaoo...
- ISSO CARALHO! Mastiga meu pau com essa boceta. Oooohhh
Madame eu vou te encher de porra.
Ele retira seu pau e me vira rapidamente de frente pra ele me jogando
novamente na mesa, se masturba esporrando por toda minha barriga. Não
satisfeito João espalha seu gozo pelos meus seios pescoço e boceta. Como se
quisesse me marcar.
- Vou deixar bem claro pra você uma coisa eu sou o único a ter acesso a
isso aqui. - Ele diz isso apertando minha boceta - Na verdade seu corpo todo é
exclusividade minha Lívia Lazzari, é bom aceitar isso.
Viram? A lei da exclusividade funciona...
CAPÍTULO XIII
Lívia Lazzari

Acordo sobressaltada, olho em volta e noto que definitivamente esse não
é o meu quarto. João... Estou em sua suíte. O cara tinha uma jacuzzi no banheiro
e nós a aproveitamos muito, fomos dormir por volta das três da manhã...
Batemos nosso recorde foram seis rodadas de sexo.
Eu estico meus braços e abro um bocejo enorme estou com sono, fome e
dor em todos os músculos do corpo. Essa foi a primeira vez que dormimos
juntos ainda lembro da discussão onde João me MANDOU ficar e dormir,
porque pedir é algo que ele não está acostumado a fazer.
<<<<<<<<<<
- Aonde você vai? - João pergunta ao me ver passar pela porta do
quarto somente de toalha após termos tido a última rodada de sexo na jacuzzi.
- Pegar minhas roupas para você me levar em casa.
- Você vai dormir aqui.
- Eu? Por que? Pensei que fosse assim que funcionava... Nós transamos
feitos loucos depois cada um vai pro seu canto. Pelo menos foi isso que você deu
a entender saindo sorrateiramente da minha cama após me deixar exausta com
tanto sexo.
- É eu sei, mas acredite isso é para não confundirmos as coisas.
- Eu sei e é por isso mesmo que vou pegar minhas roupas.
- Não você fica. Estou muito cansado não quero dirigir a essa hora. A
minha cama é grande o suficiente pra nós dois.
- Só que eu não quero ficar, quero ir pra minha casa, dormir na minha
cama.
- Aproveita Madame nenhuma mulher dormiu aqui você será a primeira
a estrear a cama do delegado gostosão.
- Até parece... Mentiroso. E a Jú nunca veio aqui? - ele solta um
sorrisinho cafajeste como se gostasse do meu interesse.
- Não... Quando queria ver Jú ia ao hotel. E as turistas bom elas já
estavam hospedadas lá, facilitava as coisas.
- Queria? Não quer mais? Não pareceu quando ontem ela sentou no seu
colo.
- Disse bem Madame ELA sentou e eu a tirei. Eu sou muito honesto
Lívia se eu quero o seu corpo só pra mim eu terei a mesma entrega. Sou um
homem da justiça, o dia que não quiser mais serei claro com você. - Uma
sensação incomoda se alojou no meu peito ao imaginar João me dispensando.
Eu sabia que assim que engravidasse eu deveria me despedir do homem
mais intenso e gostoso que tive em minha vida, mas ainda assim suas palavras
deixaram um gosto amargo em mim. Como seria uma vida sem João com dois
bebês que me fariam lembrar sempre dele?
(...)
Ouço a porta do banheiro abrir e um João de toalha, ainda um pouco
molhado me faz quase perder o ar. Cacete de homem gostoso!
- Não me olha assim madame ou eu não te deixo voltar pra casa.
- Meu Deus que horas são? Caramba Letícia! É a primeira noite dela na
casa nova eu preciso está lá quando acordar.
- São sete da manhã.
- Então ainda dá pra chegar a tempo. Lelê acorda por volta das oito.
- Vá tomar um banho e se vestir enquanto eu preparo nosso café.
Agora estou sentada na bancada tomando café e comendo um bolo de
fubá com recheio de goiabada maravilhoso.
- Nossa isso está muito bom. Sério mesmo que foi você quem fez
Grosseirão. Está muito gostoso.
- Você melhor do que ninguém Madame deveria saber que eu só faço
gostoso. - Ele pisca pra mim sorrindo e eu reviro os olhos.
- Ô de casa. Tô sentindo o cheirinho do café de lá de casa. Eu e seu filho
viemos cobrar o pedaço de bolo que cê prometeu.
Eu me viro na direção da varanda e vejo uma morena muito bonita junto
com um menino por volta dos 13 anos que parece muito com João. Caralho! Ele
tem um filho, além da Letícia e a mãe mora aqui na chácara com ele. A mulher
está estática ao me ver.
- Nossa! Desculpa JP não sabia que tinha visita. É que você nunca traz
alguém aqui e eu fui entrando.
- Relaxa Kátia essa é Lívia minha amiga. Lívia essa é Kátia mãe do meu
filho e sobrinho.
Eu o olho meio confusa, ele percebe e me esclarece.
- Kauã é filho do meu irmão mais velho ele faleceu e eu o criei com
Kátia.
Kátia me olha como se eu fosse uma aparição.
- Prazer Kátia, Lívia Lazzari.
- E-eu sei quem a senhora é, eu não perco um programa seu.
Ela é uma fã do meu trabalho pelo olhar nós reconhecemos um. Mesmo
a vendo tão próxima a João eu me simpatizo com ela.
- Que ótimo fico muito feliz em saber. Mas nada de senhora apenas Lívia
devemos ter quase a mesma idade. – ela sorri parecendo encantada -E esse
gatinho aqui? Tem certeza que é seu filho? - ela se empertiga com minha
pergunta - Você parece muito nova pra ser mãe de um rapazinho como esse. - a
sinto relaxar.
- Obrigada Lívia cê que é mais linda ainda pessoalmente. Cumprimenta
a Lívia menino. - ela fala dando um cutucão no menino que parece abobado por
me ver ali.
- Ele está apenas tímido. - eu vou até ele e dou um beijinho no seu rosto.
- Cacete a senhora é muito gata e cheirosa.
- Kauã! - a mãe o repreende. - Desculpa Lívia Kauã não tem filtro fala o
que vem na cabeça.
- É mesmo? Eu não posso imaginar a quem ele puxou. - Olho pra trás e
pisco pra João que tem um sorriso bobo nos lábios. - Vem se junte a nós o bolo
do João está divino.
Nós tomamos café conversando. João confidenciou que Kátia sonha em
ser estilista e ela ficou constrangida. Combinamos de eu trazer Val e nós
avaliarmos seus croquis e dar uns toques. Kauã era um ótimo menino e a forma
como ele jogava charme pra mim arrancou bastante risada da minha parte.
- Sabe meu tio sempre teve bom gosto mas dessa vez ele se superou. Se
um dia você se cansar dele, eu faço dezoito daqui há 5 anos.
- Vai nessa moleque. Ainda tem que comer muito arroz e feijão pra
superar o titio aqui.
- Esses dois vivem se provocando Lívia, não pode dá confiança são
assim o tempo todo.
- Imagino, você deve passar maus bocados.
Ela bufa - E como...
Ele tinha o jeitinho do João e eu ao ver a interação dos dois fiquei
imaginando coisas... João era um ótimo pai para Kauã, será que também seria
para a minha Lelê? Opa! Não vá por esse caminho Lívia Lazzari.
.......................
Eu havia acabado de entrar no quarto de Letícia e ela ainda dormia, ela
havia demorado para pegar no sono ontem estranhando o local. Fui até o meu
quarto trocar de roupa e quando fui pra sala estaquei no mesmo lugar ao ver com
quem minha mãe conversava.
- Henrique? O que faz aqui?
CAPÍTULO XIV
Lívia Lazzari

Eu sempre estranhei a maneira como Henrique sempre aparecia nos
lugares onde eu estava, fazendo com que a ideia de estarmos juntos se
reforçasse. Mas vendo como ele e minha mãe conversavam íntimos, o véu que
estava em meus olhos caíram.
Minha mãe sempre defendeu Henrique disse que tudo foi uma armação
de Soraia. Que aquela franguinha deve ter "seduzido" Henrique por despeito. Eu
odiava quando D. Angélica falava aquilo, Soraia não valia nada mas era
Henrique que devia respeito a mim.
Mulheres por favor nunca ponham a culpa somente na pessoa do seu
próprio sexo e vitimizem o safado, ambos foram errados e lembrem-se quem te
deve respeito é o seu parceiro, quando um não quer dois não fazem. E por favor
sem a velha historinha: Ele é homem sabe como é... Não sei e tenho raiva de
quem sabe.
A verdade é, minha mãe ainda é apaixonada por meu pai, Francesco
Lazzari. Eu amo meu pai ele é um pai maravilhoso e um avô também, porém
ficou ressentido comigo por não deixar Lelê frequentar sua casa. Mas entendam
meu lado Soraia disputou comigo o Miss Brasil e perdeu. Por conta de seu
recalque no período que passei viajando durante o Miss Universo ela se
apresentou como minha amiga na agência de publicidade de meu pai e de lá
pulou pra cama dele. Foi um escândalo meus pais eram casados há 27 anos,
minha mãe uma famosa modelo dos anos 80 e meu pai filho de um reconhecido
empresário italiano com uma agência em ascensão a La Pubblicità. Não contente
em destruir o casamento dos meus pais ainda acabou com meu noivado. Ainda
me lembro como se fosse hoje, ela chupando Henrique nos fundos da casa de
meu pai.
<<<<<<<<<<<<<
- Mama safada, engole tudo...
Eu abafei o caso não fiz escândalo apenas evitei Henrique durante toda a
festa de aniversário do meu pai. Na volta pra casa pedi que ele entrasse comigo e
fomos direto ao escritório.
- Toma! Eu não quero mais acabou.
Henrique olhava incrédulo para a aliança em cima da mesa.
- Liv meu amor, como assim acabou? Nós nos amamos.
- Você me ama Henrique, ama mesmo?
- Claro você é tudo pra mim.
- Então me explica como o seu pau foi parar na garganta da mulher do
meu pai?
Henrique parece perder a cor.
- Lívia e-eu posso explicar.
- E eu lá estou pedindo explicações? Sai da minha casa agora e por
favor esqueça o que tivemos.
- Você está com a cabeça quente. Não pode...
- Ah eu posso sim, amanhã mesmo vou pedir a minha assessoria para
soltar uma nota com nosso rompimento. E fique grato, eu só não conto nada para
o meu pai porque ele é cardíaco e passou mal esses dias. Imagine se ao invés de
mim ele assistisse aquela patifaria toda.
- Lívia...
Eu ando até a porta e abro.
- Pode sair por favor eu não tenho mais nada pra falar com você.
- Eu vou mas eu volto.
Naquela noite eu chorei muito e contei tudo a minha mãe.
- Filha você tem certeza? A maioria dos convites foram entregues, não
dê esse gostinho aquela franguinha.
- Mãe eu não conseguiria nem se eu quisesse seguir adiante com isso.
Como eu viveria sempre com a desconfiança. Eu tomei minha decisão e não vou
voltar atrás.
(...)
E não voltei atrás. Henrique por sua vez parece ter se arrependido.
Após cinco anos do nosso término ele nunca namorou sério ninguém, eu também
não. Mas nunca mais tive vontade de reatar o que tivemos.
- Henrique? O que faz aqui?
- Filha está aí. Chamei no seu quarto você não atendeu.
- Estava no banho.
- Filha eu chamei Henrique pra almoçar hoje com a gente. Ele vai ficar
essa semana em Minas depois viaja a trabalho.
- Oi Liv, espero não incomodar.
Henrique passa o olhar por meu corpo e só agora percebi que estava com
um short de algodão curto e uma blusa estilo nadador.
- Imagina Henrique convidado da minha mãe é meu também.
- Que bom e a nossa princesinha onde está?
- Lelê está dormindo, ela dormiu tarde ontem estranhou um pouco a
casa.
Ele passa o olho em volta e diz:
- É um ótimo lugar, calmo.
- No meio do mato você quer dizer querido.
- Mãe... Santana dos Montes é um local lindo e ótimo pra fugir da
euforia dos repórteres. Lelê precisa de respirar ar puro e tranquilidade.
- Verdade. - Henrique concorda.
A babá eletrônica emite o som de Letícia chorando.
- Falando nela... Bom eu vou lá ver minha pequena fique a vontade.
Eu ando rapidamente até o quarto de Letícia mas ouço o som de
discussão vindo do quarto de Val.
- Você deu pro cabeludo no carro da Lívia eu não acredito.
- Pior você que resolveu fazer topless para metade do bar.
- Ei, ei! Por isso a Lelê tá chorando. Vamos parar com o cacarejo aí.
Eu bato a porta e vou para o quarto de Lelê. Assim que entro no quarto
vejo minha princesinha em pé resmungando.
- Mamãe...
- Oi meu amor a mamãe tá aqui. Aquelas suas tias malucas te acordou
não foi. Vem com a mamãe.
- Desculpa Liv foi tudo culpa dessa virgem do pau oco empata foda. Não
dá a pepeca e não quer deixar ninguem dá.
- Nem vem Natascha você e o cabeludo chegaram sim ao finalmentes.
- É mas nós iríamos pra segunda rodada se você não tivesse feito aquela
confusão no bar.
- Eu não fiz nada foi o Sr. Gibi que cismou de achar que é meu pai e me
tratar como criança.
- Eu não quero saber de nada agora. Apenas que você Natascha vai
mandar fazer uma limpeza no meu carro.
- Linguaruda! Vou raspar essa cabeleira ruiva quando estiver dormindo.
Val manda o dedo do meio pra Tascha e as duas caem na gargalhada. Até
Lelê está sorrindo e batendo palminhas. Eu rolo os meus olhos duas malucas.
- Vamos pra cozinha que eu vou fazer a mamadeira de Lelê.
- Vem cá com a sua Dinda porra louca.
- Natascha olha o palavrão na frente da menina quer que ela cresça
desbocada que nem você. Lívia se eu fosse você teria escolhido uma madrinha
melhor.
- Loca! Loca! Loca!
Letícia começa a gritar
-Ainda bem que ela esqueceu do Porra. - Natascha diz como se isso
melhorasse sua situação.
- Pooooaaaaa! - Letícia solta o palavrão
- É Val tô começando a me arrepender...
- Teu cu... – Natascha solta outro palavrão mas tenta consertar a tempo. -
"Cuelhinho se eu fosse como tú tirava a mão do bolso e botava ela... "
Val e eu nos olhamos e entramos em uma crise de risos. Natascha é uma
figura. Vamos as quatro pra cozinha cantando a música escrota do coelhinho de
Natascha.
- Espera, espera! O Henrique tá aí. – Val pergunta de olhos saltados.
- O que esse bundão tá fazendo aqui? - Tascha nunca gostou do Henrique
depois do que ele fez então...
- Minha mãe chamou.
- Ai Liv eu amo a Angel mas ela ás vezes erra feio. Pra quê chamar teu ex
aqui. Já pensou se o delegato sabe que ele está hospedado na sua casa.
- Ai Val nem me fala uma coisa dessa ele já estava irritadinho o suficiente
com o tal Deco. Imagina se descobre Henrique aqui.
.................................
A tarde passou com minha mãe me empurrando para Henrique e ele se
aproveitando disso. Até que por fim quando escureceu ela o convidou para
dormir aqui, pois segundo ela seria perigoso pegar a estrada a noite. Henrique
ficou na suíte master na mesma em que dormia com João, dormia não, transava.
Eram 21:30 Lelê tinha pegado no sono e Tascha e Val foram dar uma
volta. Dar uma volta significava ir ao Santorini.
- Lívia minha filha Agnaldo disse que um tal de João está na sala te
esperando.
- J- João e o Henrique?
- Nós estávamos na varanda dos fundos conversando quando Agnaldo foi
avisar da chegada desse tal João e Henrique foi lá avisar que você já estava indo.
- Puta que pariu!
- Lívia Lazzari isso são modos. Está parecendo a Natascha.
- Mãe eu tenho que ir antes que a 3° Guerra comece.
CAPÍTULO XV
Lívia Lazzari

Eu corri em direção a casa principal e sinceramente ao ver a expressão
de desapontamento de João ao olhar pra mim e em seguida Henrique fez meu
coração afundar um pouco.
- J- João, eu não esperava você aqui hoje. Você não ligou dizendo que
vinha.
- Eu quis fazer uma surpresa e quem foi surpreendido fui eu.
- João não é nada...
- Filha você saiu correndo parecia ter visto um fantas...
Plaft! - o barulho do copo que minha mãe segurava caindo no chão me
fez ver que ela havia reconhecido a neta no rosto de João, era incrível como se
pareciam, eu olhei pra Henrique que também carregava a mesma expressão de
espanto.
- Meu Deus como eu sou desastrada eu vou pegar uma vassoura e uma
pá.
Minha mãe sai tão rápido quanto entrou provavelmente nervosa.
- Foi por ele que você veio parar nesse fim de mundo Lívia?
- Quê? Não Henrique, eu vim passar as férias aqui e só...
- É Henrique eu não tenho nada a ver com a senhorita Lazzari. João
Paulo D'Ávila é assim que me chamo, eu sou o delegado da cidade e sempre
venho aqui pra ver se tudo está em ordem.
- Nossa que prestativo...
- Henrique!
- Tudo bem Mada... Lívia é normal um homem querer zelar pelo que é
seu.
- Eu não sou de ninguém, Henrique é um amigo.
- Assim como eu sou? - João sorri com desdém.
- Não. João...
- Pelo amor de Deus ele é o pai da Letícia não é. Por isso esses anos
todos você me cozinhou.
Meu Deus! É agora...
- Eu te cozinhei me diz quando eu te dei esperanças de uma volta. Você é
louco?
- Bom eu vou indo vocês parecem ter muito que conversar.
João sai em direção ao seu carro e eu vou atrás dele.
- João espera não é nada disso.
Ele se vira bufando os olhos azuis parecem negros ele está com raiva
muita raiva. Sua respiração é forte os ombros sobem e descem e o sorriso em seu
rosto o deixa mais perigoso ainda.
- Não é nada disso? Tá achando que eu sou imbecil Lívia? Hein? Tá
achando que vai brincar comigo, fazer de mim seu bicho de estimação, para se
distrair enquanto seu piloto não está. Olha pra você! Está com um roupão,
cabelo molhado, ele de pijama com os cabelos no mesmo estado que o seu.
Eu ouço o chorinho de Lelê na babá eletrônica.
- Vá atender sua filha e quanto ao que tínhamos pode esquecer. Eu disse
que não dividia, fui bem claro. Você pode ser a porra da Miss Brasil, Miss
Universo, o caralho a quatro mas se não está disposta a ser só minha eu passo.
João entra no carro e sai cantando pneu. Meu coração parece pesar uns
100 quilos no peito. Eu vou ao quarto de Letícia e vejo que ela está com minha
mãe.
- Filha... Aquele homem... Meu Deus ele é a cara da Letícia, quer dizer
Letícia é a cara dele.
Minha mãe diz aos sussurros Eu pego minha filha que se aninha em meu
peito resmungando sonolenta.
- Mãe eu não posso te explicar nada agora. Mas depois prometo te contar
tudo com calma. O Henrique não pode desconfiar disso. Ela dormiu de novo, eu
vou deixá-la no berço e sair pra consertar essa merda toda. Qualquer coisa me
liga.
- Tudo bem...
Eu vou até meu quarto pego meu celular e as chaves do carro. Eu saio de
chinelos e roupão.
- Onde você vai assim Lívia? Vai atrás daquele delegadozinho?
- Vou! Vou sim e você não tem nada a ver com isso.
- Ele é o pai da Letícia não é? Como você pode se rastejar por um homem
que não assumiu você e sua filha?
- Olha Henrique se eu não me rastejei por você nas véspera do nosso
casamento após sua belíssima atuação o que te faz pensar que me rastejaria por
um homem que me abandonou? João não tem nada a ver com Letícia. Sou eu
quem sou apaixonada por ele.
Era pra ser uma mentira mas a última frase soou tão real que eu quase
acreditei naquilo. Eu entro no meu carro pouco me importando com que
Natascha fez nele. Pego meu celular e ligo pra ela colocando no viva-voz.
- Oi Liv...
- Tascha João está aí?
- Não. Por que?
- João foi lá em casa e viu Henrique.
- Eita porra!
- Eu vou na casa dele. Beijos.
Eu encerro a ligação e vou em direção a chácara de Filippo são os únicos
lugares que conheço onde ele possa está. Provavelmente ele não vai me atender.
Eu paro o carro de frente para o portão eu aperto o número 2 do interfone
deduzindo ser o da casa de Kátia. Eu aperto e no segundo toque Kauã atende.
- Oi?
- Oi Kauã aqui é a Lívia. Eu esqueci minha bolsa na casa do seu tio estou
interfonando ele não atende, deve está no banho não sei. Mas de qualquer forma
já tinha combinado de vir aqui.
- Tudo bem Linda. Vou abrir.
Eu ouço o barulho do portão abrindo e acelero até parar o carro em
frente a sua casa. Apenas as luzes da parte externa da casa estão acesas mas a
porta da frente aberta e o seu tênis do lado de fora revela que ele está aqui. Eu
entro pé ante pé e vejo uma luz fraca em seu quarto então me direciono até lá.
Eu paro no batente me embebendo da visão de um João de cueca sentado
em uma poltrona de couro com um copo de uísque na mão e o antebraço sobre
os olhos. Nem a pau que eu não vou aproveitar até o último segundo desse
homem sobre mim.
- Pode ficar onde está, melhor, pode dá meia volta e ir atrás do piloto.
Ele fala tudo isso sem se mover. Como ele sabia que era eu?
- Não é atrás dele que eu estou. Não é ele quem eu quero. - eu falo me
aproximando e ele retira o braço que tampava sua visão do rosto, eu desato o nó
do robe de seda e ele me vê completamente nua. João tenta mascarar sua emoção
mas suas pupilas dilatam levemente e o vejo engolir a seco. - Você é quem eu
quero. - eu levanto uma perna colocando um pé entre as pernas dele em cima da
poltrona deixando meu sexo melado exposto. - Vê João? Isso? É só por você. -
eu digo isso levando meus dedos ao meu canal pra que veja quão molhada eu
estou. - Minha mãe o convidou não eu. - João permanece calado me observando.
Ele deposita o copo na mesa e eu me sento em seu colo a ereção evidente me faz
avançar e beijar seu pescoço e mordiscar sua orelha.
- Você acha que se ele fosse importante eu o teria deixado lá e vindo
como uma louca atrás de você, nua apenas com um robe? - eu seguro seu rosto
com minhas mãos e lambo seus lábios. - eu não me importo com o título de Miss
Universo, Miss Brasil ou o caralho a quatro. Sabe qual o título que eu me
importo no momento Grosseirão? - ele nega com a cabeça e eu aproximo minha
boca de sua orelha, levanto um pouco meu quadril e com uma das mãos retiro
seu pau de sua cueca o deixando próximo a minha entrada. Eu sinto a respiração
de João acelerar. - O de Madame, o de sua Madame esse é o título que mais
gosto - eu digo baixinho em seu ouvido e ouço João chiar, sem pensar duas
vezes eu sento em seu pau fazendo nós dois gemermos com a invasão em meu
canal. João puxa meus cabelos fazendo minha cabeça curvar para trás e cobrir
minha boca com a sua em um beijo faminto, possessivo que me faz ver estrelas
enquanto cavalgo em seu pau. Separamos nossas bocas ofegantes mas mantemos
o ritmo da penetração.
- Ah João isso é tão gostoso.
João se levanta comigo ainda conectada a seu corpo e nos leva até a cama.
Ele se senta nos fazendo diminuir o ritmo. De repente tudo em volta parece parar
o som pegajoso que nosso sexo faz, nós nos olhamos e não precisamos dizer
uma única palavra está ali tudo exposto o desejo, a paixão...
- O que você fez comigo Madame hein? Que feitiço você jogou em
mim?
João nos vira e me joga na cama suas arremetidas agora são duras e
rápidas. Sua mão vem em meu rosto e ele segura minhas bochechas de forma
firme mas não dolorosa.
- Você se sente assim também não é? Não resiste ao bruto aqui? Essa
bocetinha também não consegue ficar mais sem meu pau. Diz Madame, diz...
Ele está castigando meu canal João parece ter colocado pra fora toda sua
fera interior. Ele me olha nos olhos enquanto eu não paro de gemer recebendo
suas estocadas. Isso tudo colabora pra avalanche que vem se formando em meu
ventre. Deus isso é intenso demais.

- Você vai gozar? Vai minha puta? Ooohhh você vai... Sua boceta está
moendo meu pau. Que delícia Madame.
João também parece se aproximar do gozo e aumenta ainda mais a
intensidade se é que era possível.
- Jooaaaoo...
Eu me debato e contorço tamanha intensidade do meu orgasmo.
- Isso Madame goza no meu pau. Oooohhhh sente meu pau te enchendo
com minha porra. Oooohhhhh...
João cai por cima de mim e afunda o rosto em meu pescoço, nossas
respirações descompassadas os corpos ainda com espasmos do gozo recente. Ele
levanta a cabeça e me olha nos olhos.
- Hoje você dorme aqui, nem por um cacete eu vou deixar você ir pra
casa com aquele piloto lá. E amanhã eu não quero ele em sua casa.
- Ele não vai está Grosseirão.
Ele sorri e me beija e nós nos perdemos novamente um no outro.
CAPÍTULO XVI
Lívia Lazzari

Acordo recebendo beijos nas costas, no pescoço, rosto e me espreguiço
sentido meu corpo maravilhosamente dolorido.
- Bom dia Madame está na hora de acordar. Eu abro meus olhos e vejo
que no relógio marcam 06:45.
- João ainda está cedo...
Ele sorri em minha orelha e eu sinto algo duro entre as bochechas da
minha bunda.
- Nada disso Madame primeiro você terá que ser meu café da manhã
depois você precisa está em casa quando sua filha acordar.
- João Paulo D'Ávila você é o homem mais insaciável que eu já conheci.
- Vou tomar isso como um elogio...
Eu senti seu pau pedindo passagem e deixei João fazer do meu corpo seu
café da manhã. Agora estamos os dois ofegantes depois de uma rodada de sexo
quente.
- Você já pensou em ser pai? Além do Kauã?
João se empertiga um pouco com minhas palavras.
- Não. Definitivamente ser pai não está nos meus planos. Já tive essa
experiência com Kauã, foi maravilhoso não me arrependo mas não seria pai
novamente. Criança exige muito tempo, é uma responsabilidade muito grande.
Por isso nunca fiz sexo sem camisinha só com você, e eu confio que esteja se
prevenindo.
Sua reposta não foi nem de longe o que eu esperava e eu senti meu
coração pesar um pouco com suas palavras.
- Eu estou...
- Ótimo imagina a complicação que isso traria pra nós, você em BH eu
em Santana dos Montes. Não daria certo.
- É não daria...
Eu tento ignorar o meu desapontamento com aquelas palavras. João não
só já era pai como se Deus permitisse seria novamente.
- Lívia?
- Hum?
- Por que o piloto achou que eu era o pai de Letícia?
Ai meu Deus! Calma Lívia relaxa ele não sabe de nada.
- Pelo mesmo motivo que você achou que o pai era ele, especulação.
Desde que tive Lelê a lista de homens que poderiam ser pai de Letícia foi
extensa. Teve até o Donald Trump...
- O presidente dos Estados Unidos?
- Ele mesmo. Quando ganhei o Miss Universo eu recebi um convite
dele pra trabalhar ao seu lado e eu recusei. Teve quem dissesse que mantínhamos
um caso secreto desde aquela época.
- Que loucura...
- As pessoas vão longe para tentar descobrir algo de uma celebridade, e
quando não descobrem inventam. Sabe, se algum dia o pai de Letícia posasse
com ela de imediato saberiam quem era ele. Letícia é uma versão miniatura do
pai, no início me incomodava por não ter nada meu mas hoje eu acho lindo.
- Humm... Eu li que acharam que o suposto pai era um modelo que
trabalhou no seu programa.
- Alguém andou fazendo o dever de casa...
- Sou um delegado, não resisti em investigar um pouco da sua vida.
- Bom delegado aí vai uma dica, 80% das notícias sobre celebridades
são falsas. E o modelo é Beto Dalcin um galinha e eu nunca tive nada com ele.
Fala sério ele era casado! Beto se envolveu com uma das participantes sua
esposa descobriu e eles romperam. A notícia de que ele havia se envolvido com
alguém do programa estourou e como eu anunciei minha gravidez mas não
contei quem era o pai, sobrou pra mim.
Na época eu fiquei mal sofri vários ataques nas minhas redes sociais,
alguns patrocinadores ameaçaram cancelar o patrocínio do programa enfim...
Até que a Luciana sua ex mulher usou sua rede social em minha defesa.
- Deve ter sido difícil... Ainda mais grávida.
- Foi, mas eu estava tão feliz que tudo tinha dado certo que eu enfim
estava grávida
- Então sua gravidez foi planejada?
João parecia espantado. Ah Deus! Cala a boca Lívia!
- Foi. Eu quis Letícia e logo depois que descobri que estava grávida eu
sonhei que era uma menina.
- Se você a planejou você tinha um relacionamento estável com o pai.
- Humm tô com uma fome... Vamos Grosseirão tomar café. - Digo me
levantando
- Lívia? - eu me viro olhando para João - Eu entendo que queira se
manter reservada quanto a essa parte de sua vida. Mas se descobrir alguma
mentira ou omissão que afete a mim eu não vou perdoá-la.
Sinto um arrepio ruim ao ouvir as palavras de João eu tenho certeza que
se ele descobrisse qual era minha intenção em vir até Santana dos Montes não
me perdoaria. E isso com certeza me magoaria demais.
- E- e como isso afetaria você?
- Não sei, talvez você possa estar ainda envolvida com o pai da criança.
- Ah claro... - eu bufo revirando os olhos - Eu achei que tinha te provado
um ponto ontem...
Ele se levanta e vem até mim seus braços grandes me envolvendo.
- Sabe o que é Madame, é que eu na qualidade de delegado preciso de
provas o tempo inteiro e quem sabe se você continuar me dando provas como
aquela eu passe a acreditar em seu ponto.
- Safado!
.............................
Eu entro na chácara e vejo o carro de Henrique ainda ali para minha
total frustração. Assim que ponho meus pés na casa vou direto ao quarto de Lele,
minha princesinha dorme tranquilamente. Eu fico a olhando e imaginando como
seria se João descobrisse que tem uma filha e que ela é sua cópia. Ele seria um
ótimo pai para ela eu tenho certeza, mesmo com todas suas palavras eu sei que
assim que batesse os olhos em Lelê ele se apaixonaria.
- Filha? Eu trouxe a mamadeira da Lelê. - minha mãe me olha de cima
abaixo provavelmente estranhando minha roupa, João disse que "nem fodendo"
eu iria voltar pra casa só de roupão, então me deu uma box e uma camisa sua -
Lívia que roupas são essas?
- São do João.
- O pai da Letícia? - eu aceno concordando - Filha você mentiu pra mim
Letícia não é fruto de uma inseminação?
- Shiuu! Fala baixo eu vou explicar tudo para senhora.
Então eu conto tudo para minha mãe.
- Meu Deus Lívia que loucura! Se esse homem descobre ele pode te
colocar atrás das grades, você tem noção do que fez?
- Tenho mãe, mas eu não suporto mais ver o sofrimento da Letícia, suas
mãozinhas ou pés inchados o choro pela dor. Minha filha tem menos de dois
anos e já teve pneumonia duas vezes. E-eu não quero mais isso pra ela. - eu já
soluçava eu me fazia de forte, mas só Deus sabia quantas noites de sono perdi
pensando na vida da minha pequena - O transplante de célula tronco e a única
chance de cura. E eu vou até o final e sofrer qualquer consequência pela
melhora da minha filha.
- Shiiiu filha tudo vai dar certo nossa princesinha vai sair dessa, sua mãe
está aqui pra tudo que precisar. Tudo.
CAPÍTULO XVII
Lívia Lazzari

Dois meses e meio depois
O prazo pra permanecer em Santana dos Montes havia acabado. Semana
que vem inicia as gravações do programa e o meu objetivo aqui foi concluído,
mas então porque a sensação de deixar algo pra trás?
Sim eu estou grávida precisamente de dez semanas, engravidei no dia em
que Henrique dormiu aqui, e sim eu estou irremediavelmente apaixonada pelo
Grosseirão. E como não estaria? João apesar de seu jeito bruto e de ser um total
depravado estava sendo um fofo comigo, como a vez em que foi em sua fazenda
dizer ao piloto do helicóptero e seus empregados que eles ficariam a minha
disposição. Letícia estava tendo febre frequentemente e os sintomas estavam
ficando mais agressivos, eu sabia que ele se ressentia com o fato de nunca
apresentá-lo a ela, mas ainda assim ele foi maravilhoso conosco.
Nesses dois meses e meio aconteceram algumas coisas. Natascha
engatou um romance com Antônio Pedro, segundo ela um relacionamento aberto
mas bastava um ver o outro com outra pessoa que eles davam um jeito de
espantar a concorrência.
Já Val enfim havia perdido sua virgindade mas se recusava a contar o
nome do sujeito, agora Tascha a chamava de desvirginada do pau oco.
Val e eu analisamos alguns modelos de Kátia e eram incríveis claro
precisavam serem lapidados mas incríveis. Eu imediatamente resolvi lançar uma
nova coleção nas minhas lojas LZ com a assinatura das estilistas Val Steves e K
Moraes, isso mesmo esse é o nome "artístico" de Kátia.
As malas já haviam sido feitas e João havia acabado de colocar a
última no meu carro.
- Prontinho Madame a última já foi.
- Você foi rápido eu sabia que queria se ver livre de mim mas não
imaginei que fosse tanto. - ele dá um sorriso mas o mesmo não alcança os olhos.
- Eu não vi Letícia.
- Ah, ela foi ontem a tarde com minha mãe.
- Humm... Eu pensei que antes dela ir você me deixaria... Deixa pra lá. -
Deus! Ele achou que conheceria Letícia, seu desapontamento é nítido. - Se cuida
Madame lá em Belo Horizonte não tem um delegado pra socorrer você e sua
quadrilha sempre que apontarem.
- Você não pode dizer isso, uma vez que estava metido na maioria das
confusões. Mas pode deixar eu vou me cuidar Grosseirão. - nós nos olhamos por
segundos, minutos, não sei dizer, a verdade era que haviam muitas palavras não
ditas em nossos olhares. - Melhor eu ir antes que escureça.
- Você podia voltar aos fim de semana. - não Grosseirão, não piora as
coisas por favor eu estou me segurando pra lutar contra o aperto no peito e não
chorar. Eu engulo o nó na garganta e respondo.
- Não posso... - minha voz sai mais baixa que eu gostaria - O ritmo de
gravações são intensos e ainda tem a produção e lançamento da coleção da Kátia
e da Val na LZ, o pouco tempo que terei disponível será pra cuidar da Lelê.
- Meus pais moram em Belo Horizonte eu poderia visitá-los mais vezes. -
eu queria morrer naquele momento, João estava buscando alternativas para
continuarmos nos vendo. Eu me aproximo e fico na ponta dos pés e o beijo, ele
corresponde avidamente quase desesperadamente. Nos beijamos como se
pudéssemos roubar a alma um do outro, eu não consigo segurar a dor no peito e
os hormônios contribuem para que as lágrimas corram livremente deixando
nosso beijo levemente salgado. Aos poucos eu vou diminuindo o ritmo e consigo
interromper o beijo. João encosta sua testa na minha com os braços fortes ainda
enlaçando minha cintura.
- Eu vou sentir sua falta João. - ele solta o ar como se estivesse desistindo
de me convencer. Eu me desvencilho de seus braços abro a porta do banco do
carona e tiro um embrulho. - Toma é seu, espero que goste. - ele faz menção em
abrir mas, eu o interrompo. - Abra depois. - ele acena com a cabeça. - Adeus
Grosseirão.
- Adeus Madame.
Ambos nos dirigimos aos nossos carros e cada um seguiu em direções
opostas.
- Merda!
Eu ligo o som do carro para espantar as lágrimas que rolam desenfreadas.
E a música que toca me faz chorar ainda mais.
É tipo um vício que não tem mais cura
E agora, de quem é a culpa?
A culpa é sua por ter esse sorriso
Ou a culpa é minha por me apaixonar por ele?
Só isso

Não finja que eu não tô falando com você


Eu tô parado no meio da rua
Eu tô entrando no meio dos carros
Sem você, a vida não continua

- Ah vai se ferrar Marília Mendonça! - Droga de mulher que só faz


música pra acabar com gente.
Porque eu tinha que estragar tudo era só engravidar e ir embora, eu
descobri a gravidez cerca de três semanas atrás mas cadê que consegui ir
embora. Fiquei aqui até o último minuto e transei como louca com João, só de
olhar pra aquele homem eu já ficava doida e os hormônios então aumentava meu
tesão de forma desastrosa. Nós transamos no banheiro do Santorini, na
delegacia, no carro dele, no meu, na cachoeira, no parque de diversões. Acabo
sorrindo em meio as lágrimas lembrando do dia.
(...)
- Vamos João custa nada tirar uma foto na cabine.
- Até parece que eu vou fazer uma frescurada dessa, se manca Madame.
- Se você fizer eu prometo te recompensar.
- Madame eu tô de serviço.
- Ninguém vai morrer se você entrar ali comigo por 2 minutinhos. Vai eu
te deixo fazer o que quiser.
- O que quiser? – um sorriso malicioso brota em seus lábios.
- Sim.
- Então tá bom.
Nós entramos na cabine e João não quis sorrir pra nenhuma foto. Assim
que saímos da cabine e eu peguei as duas fitas de foto. João então me dá um
puxão.
- Ei pra onde você está me levando?
- Vou pegar o meu pagamento.
- Não valeu. Você nem sorriu.
- O trato não incluía sorrisos. Agora vem Madame que eu vou te foder
gostoso.
- João?! Aqui em público alguém pode ver, isso é crime delegado.
João não se importou com meu discurso e me comeu em pé atrás de uma
árvore.
- Shiu Madame geme mais baixo.
- Não consigo, puta merda tá muito gostoso. Eu vou...
João cobriu minha boca com a sua e nos beijamos engolindo um o
gemido do outro. Nos arrumamos da maneira que pudemos e pra piorar demos
de cara com Kátia e Kauã que nos olhava horrorizados.
- Entrou uma abelha no vestido da Lívia.
- Sei e você aproveitou e mostrou seu ferrão a ela. - Kátia deu um tapa
na cabeça do filho.
- Respeita seu tio e a Lívia moleque, a gente tem nada a ver com a vida
deles não.
Eu e João nos olhamos e começamos a rir, Kátia também entrou na
gargalhada.
- Na minha família só dá doido. - Kauã diz revirando os olhos.
Naquele dia João ganhou um mega Olaf* de pelúcia no tiro ao alvo. Ele
quis pegar porque Lelê era apaixonada.
- Toma, é pra Letícia. Dê a ela por mim.
- Obrigada ela vai amar.
(...)
E ela amou só dorme agarrada com o boneco de neve enorme que o pai
deu. Eu queria tanto que tudo tivesse sido diferente, mas não é e eu tenho que
me conformar com a escolha que eu fiz.
Olaf* Olaf é um personagem fictício que aparece no 53° filme de animação
dos estúdios Walt Disney Pictures, Frozen, lançado em 2013. Um dos
protagonistas do filme, Olaf é um boneco de neve, criado por Elsa, que vive nas
montanhas de Arendelle.
CAPÍTULO XVIII
Lívia Lazzari

Duas semanas depois
Já haviam passado duas semanas desde o meu rompimento com João e
eu estava em frangalhos. Por fora a boa maquiagem e as roupas de grife
disfarçaram a bagunça interna. Mas em casa eu desabava, chorava por tudo, não
tinha ânimo pra sair, na verdade eu só cumpria a minha agenda profissional com
algumas presenças em eventos, entrevistas em outros programas. João estava me
fazendo uma falta absurda e olhar pra Lelê e vê-lo era ao mesmo tempo lindo e
cruel. O jeito como dormia, a mania de enrolar os dedos nos cachinhos enquanto
estava distraída, eu não sabia de onde esses trejeitos vinham até conviver com o
pai dela. E agora eu ainda teria um outro bebê do homem que eu amava, dois
filhos de João Paulo D'Ávila o homem mais cabeça-dura, desbocado e sem
modos que eu conhecia.
- Filha?
- Oi mãe. Pode entrar. Tudo bem?
- Eu é quem deveria fazer essa pergunta. Lívia minha filha até um cego
vê que não está tudo bem com você. Você está arrasada Lívia esse seu sorriso de
Miss engessado pode enganar os outros mas não a mim que sou sua mãe. Você
se apaixonou por ele não foi, pelo pai dos seus filhos.
- E-eu não queria mãe, e-eu tentei... – a voz sai embargada o aperto no
peito é sufocante.
- Shiiiuuu. Não fica assim meu amor. Porque você não tenta conversar
com ele explicar a situação.
- João não quer ser pai mãe. Se ele não quer ser pai de um imagina de
dois.
- Você mesmo disse que ele insinuou que queria manter o que vocês
tinham.
- E o que nós tínhamos mãe? Nós saíamos, nos divertíamos e fazíamos
sexo.
- Se fosse algo tão trivial você não estaria assim.
- Ele queria conhecer Letícia, eu vi mãe a decepção nos olhos dele
quando disse a ele que ela já havia partido. Eu me senti uma vaca, mas se ele a
visse... João não vai me perdoar.
- Chega de "se". Você nunca vai saber se não tentar, daqui há uns anos
Letícia pode fazer o mesmo que você investigar suas origens e descobrir tudo.
Lívia nem com Henrique você ficou assim, dê uma chance a família de vocês.
Família... Eu e João tínhamos uma família, ainda que ele não soubesse,
mas sim se ele nos aceitasse era isso que seríamos.
- Você tem razão mãe. Amanhã mesmo eu vou na casa dele e contar tudo.
João não me mandaria pra cadeia ele pode ser um grosseirão mas tem um
coração enorme.
- Então vá. Eu e Lelê estaremos esperando vocês três aqui.
- Obrigada mãe, eu espero ser pra Lelê uma mãe tão maravilhosa como a
senhora é para mim.
- Oh minha filha eu amo tanto vocês.- ela se aproxima e me abraça forte.
- Eu sei mãe, eu sei
........................
Eu peguei a estrada às sete da manhã era um sábado já são nove
provavelmente ele deve está na chácara. Eu sinto uma euforia só em saber que
verei João novamente. Vai dá tudo certo ele vai entender. Eu paro o carro e toco
o interfone da casa dele.
- Quem é?
A voz feminina sai um pouco tremida, provavelmente Kátia e Kauã estão
tomando café com ele.
- Kátia sou eu Lívia, abre pra mim.
Ela não responde mas eu vejo o portão automático abrir. Respira e não
pira Lívia, vocês dois vão formar uma família linda. Eu desço do carro e
estranho ninguém aparecer na porta mas resolvo entrar.
- João! Kátia! - ué cadê todo mundo?
Eu sigo andando e assim que passo pelo escritório a figura da Jú se
materializa só de toalha. Meu coração se comprime no peito como se tivesse
sofrendo o impacto de uma batida de um caminhão desgovernado. Eu olho pra
dentro do quarto João está nu dormindo de bruços. Eu balanço a cabeça não
acreditando na cena.
- Fala baixo! JP está dormindo ele precisa descansar ontem ele se cansou
muito. - Jú diz de maneira maliciosa e eu pisco pra afastar as lágrimas que se
formam. Era tudo mentira a história de não trazer ninguém aqui, e a burra aqui
se achando especial.
- E-eu vou embora, desculpa eu vim em má hora.
- Você veio atrás dele pra voltarem a manter um caso não é? Olha Lívia
eu te entendo amiga João é um em um milhão, lindo, bem dotado e faz loucuras
com a gente na cama. Mas não cria expectativas não, é sempre assim ele transa
com uma turista durante a sua estadia aqui, elas vão e é a mim que ele procura
depois. Com você durou um pouco mais que a maioria acredito que por ser
famosa. Sabe como é homem né amiga adora contar vantagem pros outros.
As palavras dela só fazem meu coração afundar ainda mais.
- Você vai esperar ele acordar?
- N-não. - não chora Lívia,eu me proibo a chorar!
- Quer que deixe recado?
- Não precisa e se possível Jú não conta nada pra ele que eu estive e aqui.
- Tudo bem, agora deixa eu voltar porque se ele acordar e eu não estiver
lá pro sexo matinal... Você sabe né.
Quando lembro de nós dois acordando juntos e João fazendo questão de
me fazer sua. " Se eu não acordar comendo essa bocetinha meu dia não é o
mesmo." Idiota! Você é uma idiota Lívia Lazzari! O enjoo vem forte e eu corro
para varanda colocando todo café da manhã pra fora.
- Lívia? Tudo bem?
- Kátia! Por favor me ajuda a entrar no carro.
- Claro! O que houve? Cê tá pálida.
- Nada apenas um croissant que comi na padaria e não me fez bem. - Eu
entro no carro e dou a ré.
- Lívia onde cê vai?
- Tô de saída pra Belo Horizonte eu já acabei o que vim fazer aqui. Abre o
portão pra mim por favor. Beijos.
Eu deixo a propriedade de João com o coração sangrando. Você queria o
quê sua idiota? Ele sempre disse que seria assim, as turistas e tudo mais, eu
quem fantasiei com historinha de família feliz.
"Definitivamente ser pai não está nos meus planos. Já tive essa
experiência com Kauã, foi maravilhoso não me arrependo, mas não seria pai
novamente. Criança exige muito tempo é uma responsabilidade muito grande.
Por isso nunca fiz sexo sem camisinha só com você, e eu confio que esteja se
prevenindo."
As suas palavras ainda ecoam na minha cabeça quando perguntei se
queria ser pai. Eu piso no acelerador deixando o vento na janela levar minhas
lágrimas. Eu vou te esquecer Grosseirão nem quem eu tenha que arrancar meu
coração fora.
CAPÍTULO XIX
João Paulo D’Ávila

Acordo sentindo um gosto amargo na boca, olhando em volta percebo que
pelo menos fui parar no meu quarto. Aaarrggg! Ressaca é foda! Tudo por culpa
daquela bandida, aquela maldita mulher que não sai da porra da minha cabeça.
Nessas duas semanas eu trabalhei feito um condenado tentando não pensar na
Madame e fim de semana eu matava as saudades na cachaça. Sem contar em
quantas vezes me masturbei como um moleque pensando no corpo dela e tudo
que fazíamos.
Esquecer quem a gente tá apaixonado é foda agora você imagina se esse
alguém for famoso. Eu ainda era obrigado a assistir os programas de Lívia aqui
em casa já que Kátia disse que a sua TV havia quebrado. Não sei porque mas
estou tendo a ligeira impressão que Kátia agora também faz parte da quadrilha.
Lívia estava como sempre deslumbrante, mas havia algo que não ia bem,
o sorriso largo não chegava aos olhos, a mania de pôr os cabelos atrás da orelha
quando se sentia desconfortável. Detalhes que eu conhecia porque passei a
observar e absorver tudo dela, eu sabia o que cada maldito movimento queria
dizer.
Eu nem sei porque me dei o trabalho de deixar ela entrar no meu coração
daquela maneira, nós dois sabíamos que a história toda tinha um prazo de
validade. E pensar que eu ainda quis arrumar um jeito de continuarmos e recebi
como resposta um belo não. Ela nunca deu brecha pra eu achar que aquilo seria
mais do que já era e a prova disso foi como sempre escondeu sua filha de mim.
Ela quis privar a menina de se apegar por alguém que logo não estaria mais em
sua vida.
A verdade é que Lívia ocupou todo o espaço do meu coração que eu
havia trancado à sete chaves. Eu nunca me apaixonei, não dava brechas pra isso,
o amor complica demais a vida e a prova disso é a ressaca monstruosa que estou
tendo agora. Eu não sei como cheguei aqui mas lembro de alguns flashs da
minha ida ao Santorini's
<<<<<<<<<<<<
- Olha quem chegou Pedrão o nosso delegado. Hoje é sexta dia de
afogar as mágoas, vou logo avisando a jukebox hoje tá afiada. - Théo diz tirando
sarro mas parece tão na merda quanto eu.
- E o que eu tenho a ver com essa porra?
- Semana passada você ameaçou quebrá-la por causa das músicas de dor
de cotovelo que tocava. Você estava podre de bêbado. Vai logo atrás dela cara,
mulher é bicho doido se você não disser com todas as letras que quer algo com
ela, ela vai ficar criando inúmeras teorias na cabeça de como você não a quer. -
Antônio Pedro diz como se fosse a porra de um consultor.
- Eu já disse e ela não quis ficar.
- Disse? - os dois dizem em uníssono, e eu confirmo com a cabeça.
- É João Paulo D'Ávila se fodeu. - Théo faz tipo mas se fodeu bonito
também e eu aposto como foi por conta da "Ruivinha raivosa"
As horas seguem com o Jack (1) me fazendo companhia e a maldita
Jukebox fritando meu cérebro e chutando meu rabo.
Vou começar com uma pergunta boba
Será que dá pra gente voltar no tempo?
Ultimamente fico mal à toa Tá sobrando apego, faltando entendimento
Me desculpa se eu não entendi Tá demorando pra ficha cair
Você com esse cabelo preto Sorriso sem jeito Foi chegando perto chegou
perto demais
Em três ou quatro dias tava tudo tão perfeito Dos meus problemas eu já
nem me lembrava mais
Só queria você só pensava em você mas ainda tem coisas pra me
arrepender e eu vou dizer
Me arrependi de não ter te abraçado outra vez
Não ter te olhado a última vez Não ter te beijado outra vez
Ficar acordado até depois das seis só pra ver o sol nascer
Sonhar os sonhos mais loucos com você e eu vou dizer
Quem sabe ainda é tempo pode ser a qualquer hora
Me chame em pensamento cê sabe, eu vou agora

- Ai meu caralho! Agora nesse bar só toca música de corno. Cadê as
meninas pra fazerem um show pra gente? - eu digo de forma embolada mas creio
que me faço entender.
- Verdade delegado ainda fico de pau de duro quando lembro da
apresentação daquelas três moças da cidade. A que solava tinha uma boquinha
que parecia ser de veludo e uma bundinha...
O sujeito para de falar assim que ouve meu rosnado e se afasta de
maneira lenta com medo de que fosse ser destroçado a qualquer momento. Onde
já se viu falar da mulher dos outros assim na cara de pau. A música finalmente
acaba e eu agradeço, outra se inicia mas é ainda pior que a primeira.
- Aí João essa é sua homenagem.
Théo diz e levanta a cerveja como em um brinde, eu levemente desconfio
que a música escolhida tenha algum significado pra ele, uma vez que nós dois
olhamos a máquina como dois retardados pensando na letra.
Meu orgulho caiu quando subiu o álcool Aí deu ruim pra mim
E, pra piorar, 'tá tocando um modão de arrastar o chifre no asfalto

'Tô tentando te esquecer mas meu coração não entende
De novo, eu fechando esse bar afogando a saudade num querosene
Vou beijando esse copo, abraçando as garrafas solidão é companheira
nesse risca faca
Enquanto 'cê não volta, eu 'tô largado às traças maldito sentimento que
nunca se acaba
A falta de você, bebida não ameniza
'Tô tentando apagar fogo com gasolina.
Sou despertado de meu transe quando ouço som de algo quebrando e
vejo um Théo furioso destruindo sua jukebox.
- Droga de garota burra, teimosa, custava acreditar em mim.
(...)
O resto da noite eu só posso ter enchido mais a cara porque só lembro
até aí. Saio dos meus devaneios ouvindo uma discussão na sala. Que merda era
aquela?
- Você é uma vadia oferecida mesmo e João é um porco em ter te trazido
pra cá.
Eu visto uma cueca rápido e vou pra sala. Eu vejo Kátia e Julieta...
Julieta? Ela está só de toalha e aqui na minha casa.
- Ei! EI! QUE ZONA É ESSA AQUI NA MINHA CASA? Julieta o que
faz aqui? E de toalha?
- Eu sabia que era armação sua, sua vagabunda. João jamais traria você
aqui.
- Que merda é essa? O que está acontecendo e falem baixo por favor.
- Lívia esteve aqui.
A informação me pega de surpresa e dá um tranco forte no meu peito.
Como assim? A minha Lívia veio aqui?
- Lívia? A Madame?
- É ela mesma, a minha patroa. Eu encontrei com ela saindo daqui pálida
com os olhos cheios de lágrimas e botando os bofes pra fora no quintal. Eu entrei
pra ver o que tinha acontecido e encontro a safada desse jeito com um sorriso de
orelha a orelha.
- E você deixou ela sair daqui nesse estado?
- O que cê queria que eu fizesse? Parece que não conhece aquela mulher.
- Caralho! E se ela passar mal no volante e sofrer um acidente. Julieta eu
acho bom você explicar direitinho o que aconteceu.
- Calma ela deve está na chácara dela.
- Eu não fiz nada JP eu só te trouxe em casa porque você estava caindo
de bêbado inclusive vomitou toda minha roupa. Eu botei na máquina e dormi na
sala. A granfina chegou aqui e me pegou desse jeito, eu nem pude explicar nada.
Eu me aproximo de Julieta e seguro seu braço.
- Se eu souber que fez qualquer coisa pra afastar Lívia de mim eu juro
Julieta, você vai se arrepender.
- Credo JP eu nunca me meti em seus rolos.
- Pega suas roupas e vaza, não era nem pra você está aqui.
- Da próxima vez te deixo bêbado na sarjeta.
Jú vai embora e eu corro pro banho.
- JP toma. Passei um café.
- Estou com pressa Kátia.
- Mas vai ter que esperar preciso conversar com você sobre a Lívia e é
sério.
- Aconteceu alguma coisa com ela?
- João você e Lívia se preveniam durante o sexo?
- Por que você quer saber da minha vida íntima com a Lívia? - pergunto
tomando o primeiro gole do café.
- João eu sou mulher, Lívia está um pouco cheinha os seios maiores e
sem contar que deixou todo o café da manhã dela no seu gramado. Por isso eu
vou ser direta. Tem alguma possibilidade da Lívia está esperando um filho seu?
Eu cuspo todo o café e inicio uma crise de tosse, será que foi isso que ela
veio me contar. A Madame esperando um filho meu... Seria... Maravilhoso.
- Calma homem vai morrer desse jeito.
- E-ela te disse alguma coisa? Ela me garantiu que fazia uso de
anticoncepcional.
- João nenhum método é 100%.
- Você acha que foi isso que ela veio me dizer?
- Se era, ela teve uma baita decepção.
- Ai caralho.
- Olha fica calmo. Vai na chácara procura por ela e explica a situação.
- Eu vou e vou trazer aquela mulher teimosa de volta pra minha vida.
(1) Jack Daniel's é um uísque fabricado pela Jack Daniel Distillery.
CAPÍTULO XX
Lívia Lazzari

Eu não sei como consegui chegar em casa inteira eu devo ter tomado no
mínimo umas dez multas por excesso de velocidade. Um trajeto que levo em
média 2 horas eu fiz em pouco mais de uma, mas a única coisa que eu queria era
me afundar na minha cama e chorar até a dor passar. Prostituto! Safado!
Cafajeste!
Ainda me lembro dele dizendo que fui a primeira a dormir ali.
"- Aproveita Madame nenhuma mulher dormiu aqui você será a primeira
a estrear a cama do delegado gostosão aqui."
Mentiroso! Eu abro a porta do meu apartamento e minha mãe logo
percebe que pela minha cara deu tudo errado.
- Lívia...
- Mãe... - assim que chego até ela eu caio em um choro compulsivo.
- Ei filha me conta o que houve está me assustando, não fique assim
pense no bebê.
- Mamãe dodói?
- É Princesa mamãe tá dodói porque não quis comer tudinho.
- Tem come tudo.
- Só se a Lelê comer também. Vem mamãe dá o papá da princesa.
- Mamãe Lelê dá bezo pá passá.
Minha bebê põe as mãos sujas de comida em meu rosto e me dá um
selinho. E são em momentos como esse que percebo que por mais que esteja
com o coração em pedaços eu faria tudo de novo independente das
consequências por ela.
- Passou mamãe?
- Passou filha o seu amor cura qualquer dodói.
Ela dá uma risadinha infantil e eu termino de alimentá-la. Depois de dar
banho em Lelê e a colocar para tirar o cochilo da tarde eu vou conversar com
minha mãe.
- Nossa que safado, homem é tudo igual viu. Eu sei que está doendo filha
mas logo passa. Você já ligou pra Val pra cancelar sua ida ao jantar beneficente?
- Não mãe e nem vou, eu preciso me distrair um pouco se eu ficar aqui
pensando em João eu vou enlouquecer. E é uma causa muito nobre. Na verdade
às 19:00 Plínio estará aqui pra fazer meu cabelo e maquiagem.
...........................
Estávamos Val e eu posando para os fotógrafos, Tascha e Antônio
desistiram de última hora e resolveram ficar em casa se matando de tanto trepar.
Dá quinze mil em cada convite e desistir assim, tudo bem que os convites eram
pra uma ação beneficente onde toda renda seria revestida para hospitais que
tratavam doenças onde a cura era feita através de células troncos. E eu com
certeza era uma simpatizante da causa.
Quem me visse dentro daquele vestido longo de um ombro só, azul royal
de renda, com cabelos e maquiagem perfeitos e com o sorriso estampado no
rosto diria até que eu estava plena e feliz. Só eu sabia o caco que eu estava
debaixo daquela produção toda. Henrique também estava presente e parecia não
desgrudar, eu havia aproveitado que um de seus patrocinadores o prendeu em
uma conversa para me afastar dele.
- Ai Liv pensei que Henrique não ia te deixar respirar. Grudou em você
igual carrapato.
- Ele tinha sumido desde aquela ida a Santana dos Montes agora desde
que voltei vem me cercando. Val? Val eu estou falando com você. Porque tá
pálida desse jeito?
- O-O que eles estão fazendo aqui?
- Eles quem doida?
Eu me viro e olho na mesma direção em que Val olha e o choque por ver
João e Théo ali parados dentro de ternos três peças me fez achar que estava
tendo alucinações. Mas se fosse o caso seria uma alucinação coletiva uma vez
que Val foi quem me alertou.
João me olhava dos pés a cabeça com o mesmo olhar faminto de sempre
fazendo meu ventre se contrair com a lembrança do que fazíamos juntos. Então
uma lembrança mais dolorosa me atingiu, a que ele estava nu em sua cama
acabado e Julieta só de toalha desfilando pela sua casa.
Eu saio apressada dali a procura de um banheiro ou algum lugar pra me
acalmar. Eu ando rápido sem cumprimentar as pessoas que passam por mim até
que vejo uma porta pra área externa. Passo por alguns fumantes e adentro ao
jardim parando apenas quando vejo um gazebo escondido entre as árvores e
arbustos. Eu me escoro na entrada ofegante provavelmente pela corrida até aqui.
- Liv... Você está se escondendo dele não está? Do delegadozinho de
beira de estrada.
- Por favor Henrique agora não me deixa sozinha.
- Eu sei de tudo Liv... - Eu me viro de forma abrupta para encarar
Henrique.
- Sei que ele é o pai de Letícia. Que foi o esperma dele que você usou na
sua inseminação. Eu desconfiei assim que o vi, Letícia é a cópia dele.
- C-Como? Q-Quem te contou?
- Eu ouvi sua conversa com Angélica. Ouvi todo o seu plano de encontrar
o pai da menina seduzi-lo, engravidar e usar o cordão umbilical para fazer o
transplante que Letícia precisa. Eu entendo e por isso me afastei, eu deveria
imaginar que você não dormiria com um homem como ele. Eu respeito seu
sacrifício em prol da sua filha.
De repente eu ouço o som de palmas vindo de trás de uma das árvores.
Eu perco o ar ao ver João, ele sabe, ele ouviu tudo. Os seus olhos faíscam com
toda raiva direcionada a mim. E foi ali olhando seus olhos azuis com a pequena
mancha marrom que percebi que havia perdido o homem da minha vida, o pai
dos meus filhos..
- João não é da maneira como Henrique falou eu ia te contar...
- Não é Lívia? Então me diz, você conviveu comigo, dormiu comigo
durante a porra de três meses e nesse tempo todo eu era só o meio pra um fim. -
João esfrega o rosto e em seguida suas mãos vão para o cabelo -Como eu fui um
otário.
- Não fale assim e-eu não fingi o que senti com você, foi tudo real.
- Real? Você me escondeu que eu tinha uma filha, você engravidou de
propósito, me fez de seu banco de esperma particular. Porra era por isso que
nunca me permitiu conhecer a menina. Você foi fria e calculista.
- Eu sou mãe! Eu estava desesperada na verdade eu ainda estou, Letícia
tem anemia falciforme os sintomas estavam cada vez mais presentes. Você era
um doador. E-Eu pensei que um filho a mais não faria diferença pra você. Você
disse que não queria ser pai.
- Não jogue essa merda pra mim! A doação foi uma besteira que fiz há
dez anos atrás na verdade eu achei que havia me livrado das amostras. Mas isso
não importa agora, o que importa agora são meus filhos, e você Lívia nem pense
em afastá-los de mim. Você violou várias leis ao armar esse planinho sujo
brincando com a vida das pessoas, se pensar em afastá-los eu não vou pensar
duas vezes em tirá-los de você.
Eu sinto o peso das palavras de João e o medo de perder Letícia e meu
filho me deixam tonta.
- Vo-você não pode.
Eu vejo tudo girar e minhas pernas parecem ficar pesadas demais, aos
poucos o rosto de João perde a forma virando apenas um borrão seguido da
escuridão.
- Lívia!
CAPÍTULO XXI
João Paulo D’Ávila

Depois da minha conversa com Kátia eu fui direto a chácara falar com a
Madame, eu não queria me empolgar mas a possibilidade dela está esperando
um filho meu fez uma leve euforia brotar no meu peito.
Assim que cheguei de cara fiquei decepcionado, Agnaldo abriu o portão
mas quem me recebeu foi Natascha.
- Ela não está aqui. Na verdade eu creio que Lívia despencou até aqui
somente pra vê-lo, o que também me leva a crer que se está caçando ela feito
louco, é sinal que você fez merda e das grandes.
- Eu não fiz nada. Lívia que entendeu tudo errado e também não posso
culpá-la por isso.
- O que houve Delegato? Mãe Tascha promete trazer seu amor de volta
em um dia.
Natascha pisca pra mim e faz sinal pra que me sente. Então eu conto
tudo que aconteceu inclusive a suspeita de Kátia que faz com que Natascha
arregale os olhos.
- Olha João se bem conheço minha amiga, se ela voltou aqui em Santana
dos Montes e foi direto para sua casa com certeza ela queria se acertar com você.
O problema é que Lívia passou à uma situação semelhante com Henrique é claro
que eles estavam prestes a casar, mas não vou entrar em detalhes essa é uma
história dela. Bom apesar desse meu jeito louco eu tenho um coração enorme,
sou uma flor de pessoa. Hoje a Lívia vai à um jantar beneficente eu tenho dois
convites, eu pretendia levar o meu motoqueiro mas acho uma boa oportunidade
dela te ouvir, ela não poderá fazer escândalo e nem te expulsar de lá.
- Você vai me dar os seus convites?
- Vou vendê-los tá achando que eu sou sua fada madrinha? Vinte mil na
minha conta até sexta que vem, eu soube que é herdeiro de uma fortuna e eu sou
só uma advogada de prestígio.
- Caralho! Isso é extorsão! Tudo bem é só passar a conta.
- Doutora! Não adianta fugir de mim, que hoje esse rabão não me
escapa.
Eu olho para o corredor de onde surge Antônio como veio ao mundo.
- Porra Antônio! Vai botar uma roupa.
- Desculpa João não sabia que Natascha tinha visita.
- Nada de colocar uma roupa o seu amigo empata foda aqui já está indo
embora. Toma, aqui estão os convites, estarei aguardando o dinheiro na minha
conta. E o traje é fino.
- Porque o João está com os nossos convites que a Lívia nos...
- Porque sim, agora vamos que ele está com pressa. Tchau Delegato. -
Natascha pisca e Antônio fecha a cara.
- Já disse que não gosto que chame ele assim.
Natascha sussurra algo em seu ouvido e ele sorri como um menino que
acabou de ganhar um presente de natal. Eu aposto que tem algo a ver com o
"rabão" de Natascha.
- Bom vocês parecem ocupados, eu já vou antes que comecem a fazer o
que estão planejando.
Nos despedimos, Antônio parecia está com muita pressa. Assim que
chego em casa ligo para Théo.
- Fala Theodoro.
- Oi...
- De ressaca ainda?
- Física e Moral. Não acredito que destruí minha jukebox, tudo por culpa
daquela filha da mãe...
Théo era o cara mais mão de vaca que conheço. Pra ele desperdiçar algo
é porque tinha alguma coisa acontecendo de errado.
- Poxa cara eu tenho um jantar beneficente lá em Belo Horizonte e não tô
afim de ir sozinho. Comida fina, bebidas, tudo de graça.
- Vê se eu tenho cara de acompanhe de luxo? Procura outra pessoa.
- É talvez Dr. Thiago se interesse eu soube que ele andou jogando
charme pra cima da Val. Ele provavelmente não vai querer perder a oportunidade
de vê-la já que ela estará lá.
- Humrum. Pensando bem eu não tenho nada pra fazer hoje... A que
horas eu passo aí?
- Vamos sair daqui por volta das 18:30 e use terno de preferência três
peças.
- Tudo bem eu tenho alguma coisa aqui.
............................
O relógio marca 20:45 assim que entramos no salão, olhando em volta
eu percebo que jamais me encaixaria em um lugar como aquele. Mas aquele era
o mundo da Madame e se quisesse ela do meu lado teria que ceder um pouco e
acompanhá-la a esses eventos. Eu passo os olhos no salão e a primeira coisa que
noto é sua silhueta dentro de um vestido azul que marcava o contorno do seu
corpo, que só agora noto um pouco mais cheio.
Ela está conversando com alguém até que o piloto aparece pousando a
mão em suas costas bem embaixo quase próximo a bunda de Lívia. Esse filho da
puta parece uma praga. Lívia no entanto se esquiva do contato íntimo indo direto
ao encontro de Val que olha em nossa direção surpresa e até um pouco pálida.
Lívia parece questionar a amiga o motivo de tanto espanto, ao se dar conta de
nossa presença Lívia fica tão atônita quanto Val e simplesmente foge. Isso
mesmo ela sai de maneira apressada quase derrubando as pessoas em seu
caminho e eu a sigo até parar em um gazebo no jardim afastado da festa. Eu me
preparo para ir até ela quando alguém segura meu braço.
- O que está fazendo aqui? Como conseguiu entrar aqui?
Eu não estou acreditando na porra da audácia desse piloto.
- Tira a porra das mãos de mim antes que eu quebre seus dentes.
Ele solta o meu braço mas continua me encarando com raiva, Henrique é
da mesma altura que eu mas meu corpo é maior devido ao meu treino diário.
- Está perdendo seu tempo com ela, Lívia já conseguiu o que queria de
você.
- É mesmo e o que ela queria de mim? Já sei os orgasmos que você nunca
deu.
- Você não sabe, não é mesmo? - Henrique abre um sorriso presunçoso -
Você realmente achou que uma mulher como Lívia se interessaria por um
delegadozinho de beira de estrada, um xucro como você? Foi tudo um plano,
Lívia só queria um filho seu.
As palavras dele me deixam em estado de alerta. Primeiro porque
confirmam a teoria de Kátia e segundo porque não entendo o interesse de Lívia
em engravidar de um filho meu.
- O que Lívia ganharia com isso?
- Letícia, foi o seu esperma que Lívia usou para engravidar, você é o pai
dela.
Mas do que eles está... Puta que pariu! A porrada no peito foi tão grande
que cheguei a ficar zonzo.
- E-eu não...
As palavras se perdem quando lembro do que fizemos aqui em BH à dez
anos atrás. Theodoro filho da puta!
- Letícia sofre de uma doença onde a cura ocorre através do transplante
de medula óssea, ela não encontrou nenhum doador compatível. Então invadiu
os dados da clínica e achou você, depois invadiu o dados da polícia federal para
acessar seus últimos exames e se certificar que você não tinha nenhuma doença.
- Isso é mentira, Lívia não mentiria assim dessa forma. Ela parecia estar...
- Apaixonada? Agora você está sendo simplório. Lívia apenas o usou até
conseguir o que queria. Bastou olhar pra você e eu soube que era o pai de
Letícia, a menina é sua cópia.
Meu coração se contorce tamanha angústia e dor. E a lembrança da nossa
conversa em meu carro no dia do karaokê vem com tudo.
“ - Quem é o pai da menina? É o piloto com quem você almoçou hoje? -
ela dá uma risada como se eu tivesse dito algo irônico.
- Letícia não tem pai. Ela só tem a mim e claro minha mãe, Val e
Tascha.”
- Se não acredita me deixe ir até ela e fique aqui.
Eu não respondi, fiquei ali inerte com meus pensamentos e com o
coração galopando no peito. E foi naquele momento pela intensidade da dor da
traição que eu descobri que havia me apaixonado por Lívia. Eu fico ali parado
ouvindo cada palavra do que eles dizem e eu me sinto o maior trouxa de todos os
tempos. Foi tudo mentira... A intensidade dos beijos, de como fazíamos amor, as
risadas, o carinho, até nossas brigas eram gostosas...
Então eu saí eu tinha que encará-la, eu devia ovaciona-la. Lívia parece
ter visto um fantasma ao se deparar comigo ali lhe aplaudindo de pé.
- João não é da maneira como Henrique falou eu ia te contar...
- Não é Lívia? Então me diz, você conviveu comigo, dormiu comigo
durante a porra de três meses e nesse tempo todo eu era só o meio pra um fim.
Como eu fui um otário.
- Não fale assim e-eu não fingi o que senti com você, foi tudo real.
- Real? Você me escondeu que eu tinha uma filha, você engravidou de
propósito, me fez de seu banco de esperma particular. Porra era por isso que
nunca me permitiu conhecer a menina. Você foi fria e calculista.
- Eu sou mãe! Eu estava desesperada na verdade eu ainda estou, Letícia
tem anemia falciforme os sintomas estavam cada vez mais presentes. Você era
um doador. E-Eu pensei que um filho a mais não faria diferença pra você. Você
disse que não queria ser pai.
- Não jogue essa merda pra mim! A doação foi uma besteira que fiz há
dez anos atrás na verdade eu achei que havia me livrado da amostra. Mas isso
não importa agora, o que importa agora são meus filhos, e você Lívia nem pense
em afastá-los de mim. Você violou várias leis ao armar esse planinho sujo
brincando com a vida das pessoas, se pensar em afastá-los eu não vou pensar
duas vezes em tirá-los de você.
Eu não tiraria meus filhos da mãe mas era bom que pensasse que sim, eu
não aceitaria passar mais um dia longe deles.
- Vo-você não pode...
Lívia parece abalada e vejo quando perde seu equilíbrio.
- Lívia! -eu grito a aparando antes que desabe no chão. - Não fique
parado aí olhando chama uma ambulância! Madame...
.......................
Estamos agora no hospital e Lívia acaba de acordar.
- João...
- Shiiuu fique calma, você está no hospital, Val ligou para seu médico.
Eu acabo de falar e o médico entra, e ele é jovem e pintoso demais pro
meu gosto. Dr. Matias é o que está escrito em seu crachá.
- Pelo visto minha paciente favorita já acordou. O que andou aprontando
Liv?
Liv? Que merda de intimidade era aquela? O doutorzinho com uma das
mãos segurava a mão de Lívia e com a outra ele tirava em uma carícia os cabelos
dela que estavam em seu rosto.
- O que eu tive Mat, está tudo bem com o bebê?
Mat? Mat de cú é rola.
- Então Doutor como está meu filho e minha noiva? Eu ainda não me
apresentei. - eu estendo minha mão - João Paulo D'Ávila, pai dos filhos de Lívia
e futuro esposo.
- João...
- É isso mesmo Madame se quer meus filhos vai ter que pegar o pacote
completo.
CAPÍTULO XXII
Lívia Lazzari

Eu acordei vendo uma luz forte e um ambiente claro, e me lembrei da
discussão com João que provavelmente me fez chegar até aqui.
- João...
- Shiiuu fique calma, você está no hospital, Val ligou para seu médico.
Assim que João acaba de falar a porta se abre e Matias entra. Mat
acompanhou minha gestação e foi quem realizou o parto de Letícia era um
excelente obstetra. Ele havia deixado claro da penúltima vez que nos vimos seu
interesse por mim, e na última nós quase transamos, mas minha mãe ligou
dizendo que Letícia havia passado mal, então vocês já devem deduzir...
Foi nesse episódio em que o médico me disse que a frequência e a
intensidade dos sintomas da doença de Lelê estavam aumentando, então eu me
desesperei e bolei o maravilhoso plano que todos já conhecem, dali eu passei a
evitar Matias. Ele no mínimo deveria está surpreso não nos víamos há quatro
meses e cá estou eu grávida de 12 semanas.
- Pelo visto minha paciente favorita já acordou. O que andou aprontando
Liv?
Eu imediatamente reordenei meus pensamentos e a preocupação bateu.
- O que eu tive Mat, está tudo bem com o bebê?
Antes que Matias pudesse me responder João interferiu.
- Então Doutor como está meu filho e minha noiva? Eu ainda não me
apresentei. - João estende sua mão - João Paulo D'Ávila, pai dos filhos de Lívia e
futuro esposo.
Futuro esposo? Eu quem desmaiei e João quem ficou desmiolado.
- João...
- É isso mesmo Madame se quer meus filhos vai ter que pegar o pacote
completo.
Eu o olhava horrorizada. Que droga era aquela de pacote completo?
- Ele é pai de Letícia? Letícia não foi fruto de inseminação?
- Erros de cálculos Doutor, Lívia e eu estávamos nos envolvendo durante
sua tentativa de engravidar, a camisinha estourou e o resultado você já sabe.
- Vocês estão juntos todo esse tempo? Liv quando nós ... Você e ele?
- Quando vocês? Do que ele está falando Lívia?
- Não! Eu e João só nos reencontramos duas semanas depois do nosso
último encontro.
- Encontro? - João dá um daqueles seus sorrisos que parece que vai
matar alguém - Você transava com ele pouco antes de ir até mim?
- Mat por favor me dê um tempo com João nós precisamos conversar.
Matias estava desapontado e eu me senti mal com aquilo. Assim que ele
sai eu olho nos olhos de João com raiva, muita raiva. Quer dá uma de santo
enquanto trepava com Jú logo depois de ter voltado pra BH.
- Você é maluco? Que história é essa de camisinha estourou e pacote
completo?
- Você transou com esse babaca?
- O que te interessa? Hoje mesmo você estava lá com a Jú na sua cama e
agora se importa com o que fiz antes de te conhecer.
- Eu não transei com ninguém. Eu estava podre de bêbado, segundo
Julieta eu vomitei minha roupa e a dela, enquanto me trazia do Santorini por isso
a encontrou daquele jeito. - João esfrega o rosto e suas mãos vão para o cabelo -
Isso não te diz respeito Lívia, não mais, não depois que descobri que tudo não
passou de uma farsa. Eu poderia ter fodido quem eu quisesse desde que partiu
após seu plano ter dado certo, então você pode acreditar em mim ou não tanto
faz.
O peso de suas palavras fez um sentimento doloroso se instalar em meu
peito. Mas meu orgulho não me permitiu abaixar a cabeça.
- Então eu digo o mesmo sobre Mat. Eu não te devo satisfações.
- Ah, você deve... Deve sim. Porque eu não vou deixar minha mulher ser
acompanhada durante toda sua gravidez por um ex amante.
- Eu não sou sua mulher!
- Mas vai ser querendo ou não! Eu não vou deixá-la solta pra depois, se
envolver com um desses babacas e ver meus filhos serem criados por outro
homem. Ou você se casa comigo ou eu irei processá-la e denunciá-la, acredite eu
duvido um juiz deixar a guarda com você. - eu pisco pra afastar as lágrimas que
se formam em meus olhos, João estava decidido - E então transou com o Doutor
ou não?
- Não... - eu disse baixo derrotada.
-Muito bem vou chamá-lo e por favor nada de Mat, tá OK? Eu não sou
obrigado a ver você se derretendo por ele, para todos os efeitos somos um casal
apaixonados. - ele diz saindo do quarto.
Apaixonados... Eu havia me apaixonado mas era um sentimento
unilateral. João naquele momento me achava a pior pessoa do mundo e o
casamento era apenas um meio de ficar próximo aos filhos. Em pensar que se
hoje de manhã ele me pedisse em casamento eu diria um sonoro sim...
Saio das minhas divagações quando Matias e João abrem a porta. Matias
empurra um ultrassom e se acomoda para o exame.
- Liv eu creio que provavelmente você teve apenas uma queda de
pressão devido ao estresse, mas aproveitando sua vinda vamos fazer a sua
primeira morfológica.
- Dá pra falar em português Doutor.
- A morfológica Sr. D'Ávila é um exame que ajuda a diagnosticar 90% das
anomalias genéticas caso o feto possua alguma. É importante fazê-lo entre 12
semanas e 14 semanas como é o caso de Lívia. Pelo visto é seu primeiro
ultrassom, preste atenção na tela. Por favor apague a luz.
João faz o que Matias pede, Matias leva o transdutor até a minha barriga
lambuzada de gel, e a imagem de nosso filho começa a se formar na tela.
- Esse é o filho de vocês. E esse é o som do coração dele.
Matias liga o som do aparelho e João parece anestesiado, os olhos
brilhantes lacrimosos.
- É-É normal esse som tão rápido, parece o som de um cavalo correndo.
Também é cabeçudo ele está saudável?
- Bom pelo que eu vejo aqui o perímetro cefálico está absolutamente
normal. Nessa fase o feto geralmente tem a cabeça grandinha em relação ao
corpo.
- Já dá pra sabermos o sexo?
- Geralmente não senhor D'Ávila mas podemos tentar, já que é em 3D. -
Matias movimenta o transdutor até achar a região pélvica. - Nossa!
- O que houve Matias? Está tudo bem com meu bebê?
- Sim, e sim já dá pra ver o sexo. É que geralmente nessa idade fetal não
é tão fácil de ver, mas já está bem nítido. Parabéns é um menino. - Um menino...
Um mini João... A felicidade faz meu peito inflar. Meu príncipe. Sou despertada
pelo som da gargalhada de João.
- Porra Madame um menino! Um garotão e picudo ainda por cima igual
o pai!
- João! - eu tento ralhar com ele mas, estou feliz demais com a sua
felicidade com o nosso filho, João parece uma criança.
- Caralho vou contar pra Théo e Antônio vou ter que me gabar. Dá pra
imprimir essa imagem aí Doutor?
- Dá sim, vou pegar um CD para passar as imagens gravadas.
Matias sai e João fica na frente da tela, seus dedos vão pro teclado.
- João! Não pode mexer aí Mat vai saber.
- Shiuuu, fica quietinha o Dr. nem vai perceber.
Eu levanto um pouco pra ver o que ele está fazendo e eu não sei se caio
na risada ou mato João.
- João eu não vou ter isso escrito na morfológica do nosso filho.
João havia sinalizado o órgão sexual do nosso filho e escrito as seguintes
palavras: Alegria das Cocotas. Meu Deus homens nunca cresciam! Mat voltou
com CD e passou as imagens nem se dando conta da travessura de João.
- Bom Liv está tudo ótimo com o bebê. Vou marcar sua consulta pra
daqui há três semanas. Mais uma vez meus parabéns aos pais.
- Doutor o sexo tá liberado?
Eu só queria enfiar minha cabeça em um buraco. Mat olha pra mim de
uma forma fria e em seguida olha pra João da mesma forma.
- Sim está.
Nos despedimos e fomos para o meu carro que estava no estacionamento.
- Me dê a chave, eu dirijo.
Eu estava cansada não queria entrar em outra discussão então dei.
- Seu carro onde está?
- Deixei com Théo, Val esteve aqui mas eu a tranquilizei e disse que
iríamos pra casa em seguida. Me fala qual caminho seguir, hoje eu vou dormir
com você na sua casa. Amanhã cedo quero conhecer minha filha.
- Na minha casa?
- Sim na sua casa e na sua cama. Vamos nos casar e não é como se nunca
tivéssemos feito isso antes. Trate de se acostumar Madame agora você dança
conforme minha música.
CAPÍTULO XXIII
João Paulo D’Ávila

Nós chegamos no apartamento de Lívia por volta da uma da manhã, o
prédio ficava localizado em um dos melhores bairros de Belo Horizonte, Cidade
Jardim, que é o mesmo bairro que meus pais moram. Lívia morava na cobertura
e assim que entramos no apartamento percebi que tudo era de muito bom gosto e
o luxo estava em todo lugar.
- Vai ficar aí parado?
- Por isso não quis ficar em Santana dos Montes. Aqui é outro mundo não
é mesmo Madame.
- Não fale besteira João nunca esteve em meus planos morar em Santana
dos Montes.
- Seus planos... Você ainda precisa me explicar exatamente como fez tudo.
- Eu vou explicar assim que nos acomodarmos.
Passamos pela sala e subimos as escadas indo direto para um corredor.
Paramos em uma das portas que acredito ser um dos quartos.
- Eu vou no quarto da Lelê dá um beijinho nela e vê se está tudo bem.
Você quer ir também?
- E-Eu acho melhor não. Eu quero vê-la acordada. Eu espero aqui.
- Espere aqui dentro no meu quarto já volto.
- Tudo bem.
Ela abre a porta e eu entro, o quarto de Lívia é delicado como ela, mas
eu esperava algo mais ostentoso. Eu entro no closet e o tamanho não é tão
grande quanto imaginava. O banheiro apesar de contar com uma banheira
também não conta com grande luxo como o resto da casa.
- Você parece decepcionado. - eu me viro assustado eu nem a ouvi
chegando - Não gostou da suíte?
- Não é isso, eu esperava algo mais...
- Mais...
- Ostentoso. É bonito, delicado mas não condiz com o restante do
apartamento.
- Esse é o meu quarto, foi eu quem decorei. Esse apartamento não é só
meu, quando chamei minha mãe para morar comigo após o divórcio dela, ela
disse que meu antigo apartamento era um ovo. Meu apartamento tinha 120 m2
estava ótimo somente pra nós duas, mas ela queria morar em uma cobertura. Na
verdade minha mãe queria manter o padrão de vida da época em que era casada
com meu pai, o que não foi difícil uma vez que o divórcio rendeu uma boa
poupança. Bom como ela estava ainda deprimida eu me desfiz do meu
apartamento e compramos esse. Ela quem escolheu o imóvel e o decorou. O bom
é que tem espaço suficiente pra Lelê brincar.
Essa sou eu Grosseirão. Eu só tenho pinta de Madame mas na verdade
gosto das coisas mais simples. Parece até mentira pra quem trabalha como que
eu trabalho mas essa é a verdade. Os vestidos, joias, sapatos são na maioria
emprestados ou doados pela marca para divulgação. E quando meu closet fica
cheio eu retiro algumas peças para irem a leilão e ajude algum abrigo o hospital.
Não sou hipócrita de dizer que não gosto de ter dinheiro ou as
facilidades que tenho, eu só não permito que minha vida se resuma a isso ou me
suba a cabeça. E o que eu puder fazer pra ajudar algumas pessoas com o que
tenho eu vou fazer.
Apesar de chamar Lívia de Madame eu sempre notei sua simplicidade,
nunca a vi tratando ninguém mal ou com muitas exigências. E já que não se
importa tanto com luxo isso facilita ainda mais pro que tenho em mente.
- Você conseguiria continuar a morar na sua chácara sem problema
nenhum?
- Claro morei lá por três meses e foram maravilhosos, Lelê adorava a
chácara, quase sempre me pergunta quando vamos voltar.
- Que ótimo pois essa semana mesmo vocês voltam pra lá.
Lívia arregala os olhos surpresa com a minha afirmação.
- Eu não vou voltar coisa nenhuma.
- Lívia eu acho que não fui claro com você. Você vai fazer o que eu quiser
não tem escolha. Você sabe as consequências se não fizer tudo certinho. Essa
semana vocês voltam comigo para chácara de vocês e eu me mudo pra lá.
- João e a minha carreira? Você está maluco só pode. Tem o programa, os
eventos.
- Seu programa é gravado duas vezes por semana e seus eventos são a
maioria aos fim de semana. Você vai e volta pra gravação de helicóptero e aos
finais de semana eu e Letícia viajaremos com você pra cá. Tudo certo e fim de
papo.
- Você não pode fazer isso! Você está sendo um cretino!
- E você Lívia foi o quê? Você entrou no bar unicamente pra me seduzir,
me levar pra cama. Deve ter feito até um feitiço só pra eu ficar tão louco assim
na sua boceta. Só pode ter sido isso.
- Eu feitiço? Pra ficar com você? Ah me poupe! Olha pra mim querido...
Eu não tenho culpa se você é um prostituto que não pode ver um rabo de saia. Eu
já expliquei meus motivos.
- Quero que me conte tudo, desde o início.
- Tudo bem mas vamos deixar pra amanhã eu estou cansada, preciso
tomar banho e dormir.
- Está certo, eu também vou tomar um banho.
..........................
- João você vai dormir assim?
Eu sorrio com a expressão de Lívia ela está excitada e chocada ao mesmo
tempo.
- Eu sempre dormi pelado Lívia. Você sabe disso e não tem nada aqui que
você não tenha visto antes.
- Mas nós não estamos mais juntos essa anaconda não vai ficar solta
assim...
- O Madame tá achando que vou me casar e virar celibatário. No nosso
noivado e casamento sexo estão inclusos. Aproveita que hoje estou te dando
desconto porque o dia foi agitado e tem o Joãozinho aí. Mas amanhã é outro dia.
Agora vem aqui que você me acostumou a dormir de conchinha. Puff... Depois
diz que não fez feitiço.
- Abusado! E só pra deixar claro se fosse pra fazer simpatia ou feitiço eu
faria pra ficar com Cris Evans.
Eu me aproximo colando Lívia ainda mais em nossa conchinha e
sussurro em seu ouvido.
- Duvido que ele tenha 23 cm de pau e foda gostoso como eu. - Lívia
estremece e eu noto a sua pele arrepiada. - Sabe o que é pior disso tudo Lívia? É
que nossos corpos viciaram um no outro, e por mais que esteja com raiva pelas
condições do casamento, você sabe que ao menos aqui entre quatro paredes ele
vai ser maravilhoso porque o sexo que fazemos é gostoso pra caralho.
Lívia não responde apenas apaga o abajur.
........................
Acordo com o som de uma risadinha infantil. Eu tateio a cama com os
olhos ainda fechados e vejo que estou sozinho. Assim que os abro vejo Lívia em
pé na ponta da cama com uma menina nos braços.
- Olha Lelê o Papai preguiçoso acordou.
Eu me sento rápido parecendo ter tomado um soco no peito tamanha a
surpresa de ver as duas ali. Puta que pariu! A menina é a minha cara, é linda
como eu. Ela tem um sorriso doce, cacete meu coração parece que vai sair pela
boca. Minhaaa! Ela é minha filha, meu Deus eu queria matar Theo mas agora eu
quero agradecê-lo porque Letícia é a coisa mais perfeita que já vi na vida.
CAPÍTULO XIV
João Paulo D’Ávila

- Toma!
Lívia joga uma bolsa com roupas.
- Primeira lição Papai não se deve dormir nu quando se tem uma
espoletinha em casa. Podem acontecer emergências durante a noite, e até Lelê
aprender que se deve bater na porta antes de entrar a menina pode se traumatizar
com... você sabe. As roupas são novas acordei cedo e enquanto tomava café com
Lelê dei seu tamanho e pedi pra Jô comprar pra mim. Também tem uma escova
de dentes nova na bancada do banheiro.
Lívia fala e apesar de ouvir tudo que ela diz, meus olhos não saem da
menininha de cabelos com pequenos cachinhos castanhos e olhos azuis que
brinca com os cabelos da mãe.
-Filha depois você faz um penteado bem bonito na mamãe. João está
ouvindo o que estou dizendo?
Lívia abana a mão na minha frente tentando chamar minha atenção.
- S-Sim, estou sim.
- Nós vamos te dar 20 minutos para você fazer suas higienes e já
voltamos. Dá tchau pro papai Lelê.
- Xaaauuu. - Letícia abre um sorriso lindo e balança a mãozinha
delicadamente.
- Uaaau o papai ganhou um tchauzinho de Miss, será que ele ganha um
beijo também.
Letícia acena com a cabeça para a mãe e joga um beijo pra mim, que
devo está com cara de bobo. Eu finjo pegar o beijo e guardar no meu peito.
- Ele "pego" mamãe! O papai "pego" o "bezo".
Ai cacete! Que sentimento louco é esse no meu peito. O papai sou eu, o
Grosseirão tem um bebê, o meu bebê. De todas as palavras que já ouvi na vida
nenhuma fez um efeito tão arrebatador no meu coração. Eu estava mudo com um
nó na garganta e o coração acelerado. Lívia nota meu estado e opta por me dar
espaço para digerir as emoções.
- Já voltamos papai, vá se arrumar.
Elas saem do quarto e eu me levanto com a bolsa na mão entro no
banheiro e paro diante do espelho apoiando as mãos na bancada de mármore.
Olhando meu reflexo eu vejo como minha respiração está ofegante pela maneira
como meu peito sobe e desce, os olhos vermelhos e pinicando por conta do suor
de macho que tenta sair deles. Então eu começo a rir.
- É João Paulo D'Ávila você se fodeu porque aqueles três roubaram seu
coração e a sua alma.
Família... Eu tenho uma família. Eles são meus e ninguém vai tirá-los de
mim. Eu me recomponho, jogo uma água no corpo e faço minha higiene bucal.
Até que a Madame acertou meu tamanho e a roupa não foge do padrão que
costumo usar. Assim que abro a porta do banheiro vejo Letícia mexendo nos
cabelos da mãe.
-Olha quem voltou Lelê. Dá oi pro papai.
- Oi Papai.
Eu me aproximo sentando no sofá ao lado das duas.
- O-Oi Princesinha.

Era incrível como um homem de 36 anos que já havia lhe dado com
bandidos parecia tremer diante de um ser tão pequeno. Ela sorri e vem em minha
direção.
-"Podi? Pintia cabelo papai?"
- Ela está perguntando se pode pentear seu cabelo.
- Ah sim. Você pode mas primeiro eu quero um abraço grandão e um
beijão.
- Tá bom.
Letícia pula no meu colo e eu a abraço e sinto o cheirinho suave de bebê
que vai parar em um lugar dentro da minha alma. Cristo se esse não é o melhor
abraço do mundo eu não sei qual é. Eu a livro do meu aperto e recebo em troca
um beijo suave na minha bochecha.
Agora com ela em meus braços eu vejo os olhinhos da minha princesa
azuis como o meu, a mancha marrom no olho esquerdo. Lívia sabia que assim
meus olhos pousassem sobre Letícia eu teria certeza que era minha filha, ela não
tem nada de Lívia.
- Ela é a minha cara.
- E eu não sei... Ela não tem nada meu, mas é linda.
- Claro que é parece comigo. - Lívia revira os olhos e Letícia está
entretida escovando minha barba - Ela é perfeita, nem se eu tivesse planejado
teria sido tão perfeito.
- É verdade... Quero te mostrar uma coisa. Filha vai pegar o seu brinquedo
favorito pro seu pai ver.
- "Tá! Pela aê papai."
- O papai vai está aqui princesa.
Letícia desce do meu colo e corre pra porta, eu já me preparo para ir atrás
dela quando Lívia me detém.
- Relaxa Grosseirão a porta do banheiro da suíte dela tem trava é há dois
portões pequenos de segurança. O único acesso livre que ela tem e do seu quarto
para o meu.
Lívia sorri do meu desespero e suspira.
- Você se apaixonou não foi?
- Perdidamente.
- Então talvez você agora entenda meus motivos. Eu não me orgulho
João mas vou mentir se disser que me arrependi, porque se tivesse de fazer tudo
de novo por Letícia eu faria.
Assim que Lívia termina de falar Letícia entra arrastando um Olaf (1)
enorme.
- Ó Papai.
- É o boneco que dei pra ela, o mesmo que peguei no parque.
- Exatamente ela não desgruda dele desde que ganhou e detalhe só dorme
se estiver agarrada com ele.
- Esse é o seu boneco favorito princesinha?
Eu pergunto encantado vendo se deitar em cima do boneco que está
nesse momento no tapete.
- Sim.
- Sabe quem te deu?
- Hum hum. -Ela nega com a cabeça.
- Quem te deu foi o papai filha. - Lívia diz e Letícia olha pra mim.
- Bigada.
- Princesinha esse boneco não chega a quinta parte de tudo que seu pai
aqui vai te dá.
- Já prevejo que Letícia vai fazer você de gato e sapato.
- Vai ver herdou isso da mãe.
- João... Não foi bem assim. Venha tem uma mesa de café pronto aqui na
sacada do quarto. Coma e após conversamos.
(...)
Passamos o restante da manhã e tarde juntos Lívia e eu decidimos
contar a Letícia sobre o irmão somente após sua mudança para Santana dos
Montes. A conversa sobre como todo o plano de Lívia se desenrolou foi adiada,
por hora eu só quis aproveitar o momento com minha filha. A Madame queria
me apresentar a sua mãe mas disse que ela foi a casa de uma amiga pela manhã e
provavelmente só voltaria a noite. Lívia já fez as suas malas e de Letícia, vamos
pegar a estrada assim que a minha "sogra" chegar. Segundo ela as gravações são
feitas em um único dia na sexta-feira, então combinamos de sexta pela manhã
ela vir na frente e eu a noite após meu turno na delegacia.
Ouvimos vozes vindo da sala são 20:00 e estávamos apenas
aguardando a chegada da mãe de Lívia para sairmos.
- Acho que é minha mãe. Já colocou as malas no carro?
- Já sim. Vamos princesinha vem no colo do papai.
Lívia desce na frente mas para abruptamente assim que vê de quem sua
mãe está acompanhada. Puta que pariu, mais um babaca só pode ser brincadeira
com a minha cara.
CAPÍTULO XXV
Lívia Lazzari

- Matias?
- Vovó! Tio Mat!
Letícia grita do colo do pai.
- Oi Liv eu encontrei com sua mãe no elevador e disse que precisava
falar com você então subi com ela.
- Ah certo... Já falo com você Matias. Mãe estava esperando você
chegar para apresentar o João, quando vocês se viram pela primeira vez eu não
tive essa oportunidade. Mãe esse é João Paulo D'Ávila, pai dos seus netos e meu
futuro marido. João essa é Angélica Arantes sua sogra.
- Prazer Angélica Lazzari, ouvi muito falar de você João.
- Prazer, nossa você é linda. Vejo a quem a Madame puxou.
- Obrigada João. – Minha mãe olha pra mim de maneira curiosa mas
completamente encantada por João - Madame?
- É um apelido carinhoso que João me deu mãe. João pode esperar aqui
na sala com minha mãe enquanto vou até o escritório conversar com Matias?
- Negativo. O que ele tiver de falar com você será na minha frente. E a
propósito ele costuma a frequentar a sua casa?
- João por favor Matias e seu pai são amigos da família, o Dr. Michel é
o hematologista que cuida do caso de Letícia. Eu não vou demorar nem 15
minutos.
- Verdade João, os dois são nossos amigos e Matias mora no andar
debaixo. - João fecha mais ainda sua expressão - Venha vou fazer um café pra
nós dois e a Lelê vai dá para seu pai um de seus cookies favoritos.
- Cuki papai! - E lá se vai a cara amarrada de João.
- Então eu vou querer Princesinha. E Madame, 15 minutos.
Ele sai com minha mãe e eu caminho com Matias rumo ao escritório.
- Entre Matias. - eu fecho a porta atrás de mim - Agora podemos
conversar, me diga o que quer falar.
- Liv eu nem sei por onde começar... Eu não acredito que você vai
mesmo se casar, nós estávamos nos entendendo. E esse homem ele é um...
- Matias eu não quero que fale mal de João. Mat você é lindo, inteligente
e não vou negar que me sentia atraída por você ...
- Sentia? Pois eu ainda me sinto atraído por você, muito.
- Mat...
- Eu conversei com meu pai hoje Lívia, ele me disse que contou a você
sobre o sucesso de cura para anemia falciforme com células presentes no sangue
do cordão umbilical. Você até pouco tempo dizia que Letícia era fruto de uma
inseminação, e do nada aparece o pai vocês engravidam e vão ser felizes pra
sempre. Eu não sou idiota Lívia!
- Olha Matias me desculpe se te magoei, quando eu passei a aceitar suas
investidas, mas eu nunca me comprometi em termos algo sério. Eu fui muito
honesta pra que não esperasse mais de mim, o que quer que tivéssemos seria
casual.
- Sim e eu entendi porque em minha cabeça você estava traumatizada
por causa do Henrique, e que talvez aos poucos eu conseguiria derrubar suas
barreiras. Nós nos conhecemos há quase três anos poxa! Eu conheço Letícia
desde quando estava em seu ventre apresentei meu pai à vocês. Nós dois éramos
perfeitos juntos e tínhamos química, naquela noite nós quase fomos pra cama...
- Mas não fomos Matias, não era pra ser. Entenda uma coisa mesmo que
tenha sido por Letícia ou não, aquele homem lá fora, é o homem que eu amo. Ele
pode ser grosseiro, não ter papas na língua, ser um teimoso e um idiota às vezes,
mas ainda assim eu o amo de todo coração. E mais, eu me considero a mulher
mais sortuda do mundo pelo fato do João Paulo ser pai dos meus filhos, eu não
poderia ter escolhido homem melhor. - Pela expressão de Matias eu percebi que
talvez tenha pegado pesado. -Matias, você é um homem maravilhoso e tenho
certeza que será um companheiro e pai maravilhoso, mas nem eu sou a mulher
certa pra você e nem você o homem pra mim. Eu vim conversar porque quero
que continue me assistindo nessa gravidez assim como na de Letícia, mas se for
demais pra você eu entendo.
- Eu sou profissional Lívia, isso não muda em nada minha condição de
seu obstetra, eu vim aqui como homem e não como médico. Eu espero
sinceramente que esse homem te valorize, mas eu posso apostar que essa história
de casamento é uma imposição dele, provavelmente de olho em sua situação
financeira.
- Aí é que você se engana João é o único herdeiro das fazendas D'Ávilas
uma das maiores produtoras de cevada do país, inclusive eles fabricam uma
cerveja artesanal a D'Ávila Large que já ganhou vários prêmios em diversos
eventos especializados. Nós dois juntos não temos um terço da fortuna dele.
- Ele é filho de João Victor D'Ávila?
- Sim. De onde o conhece?
- Ele é um paciente de nosso hospital. Eu sei porque meu amigo é quem
faz o acompanhamento dele e de sua esposa.
- Bom Matias, acredito que já colocamos "os pingos nos is", agora eu
preciso ir ainda vou pegar estrada.
Matias segura em meu braço com os olhos baixo, eu sei que está infeliz
com minha atitude mas precisava ser sincera.
- Lívia espero que não se arrependa.
- Nem eu.
Assim que abro a porta vejo João parado de braços cruzados no final do
corredor, eu estranho pois ele parece ofegante...
- João? Algum problema?
- Você passou dois minutos do combinado.
Eu reviro os olhos e Matias diz.
- Eu não a sequestraria, a menos que ela quisesse.
- Ela não quer, eu tenho certeza que Lívia está muito satisfeita com o que
tem não é amor?
Amor? Seria idiotice dizer que eu gostei muito como me chamou
mesmo sabendo que é só pra provocar Matias.
- Estou sim. Obrigada pela visita Matias, e desculpe qualquer coisa.
(...)
Chegamos por volta das 21:00 em Santana dos Montes eu já havia ligado
para Agnaldo e Sueli para deixarem tudo pronto. Minha mãe resolveu vir junto
conosco jantamos os três, Letícia tomou apenas uma mamadeira antes de dormir.
Eu já tomei banho e agora estou hidratando meu corpo no meu quarto da casa
principal, a espera de João que foi pegar algumas coisas para ficar aqui.
A porta se abre e eu levanto os olhos topando com os deles pelo reflexo
do espelho. João está de banho tomado eu noto pelos fios úmidos, seus olhos
está por todo meu corpo fazendo-o aquecer gradativamente.
- Esqueceu suas coisas?
- Deixei no quarto da outra casa. Porque veio pra cá?
Eu usava um conjunto de lingerie preto todo rendado. O meu baixo
ventre já exibia uma pequena ondulação mas ainda assim queria seduzir João.
- Pra que não possam nos ouvir.
João engole a seco.
- Lívia ainda temos muitas coisas para acertarmos antes que...
Antes que João complete a frase eu já estou com o corpo colado nele
inalando o cheiro de seu pescoço.
- Por favor João você não sabe como a gravidez mexe com a libido da
mulher. Eu estou com tanta saudades de você aqui. - Eu pego a mão de João e
levo até meu centro úmido latejante - Chega a doer de necessidade. Por favor só
hoje... Amanhã nós acertaremos tudo, eu já fiz tudo como me pediu.
- Lívia eu não acho uma boa ideia.
Eu passo a mão em cima de seu pau duro e gemo lembrando da sensação
de tê-lo todo dentro de mim. João não notou mas sua mão está ainda sobre o
tecido fino da calcinha. Eu o afasto pro lado usando seus dedos e João chia ao
encontrar meu sexo ensopado. Eu jogo sujo e fico na ponta dos pés para encostar
minha boca em seu ouvido.
- Minha boceta está dolorida de vontade de você João.
- Ah foda-se!
João cobre minha boca com a sua em um beijo sôfrego cheio de tesão e
saudades. Eu começo a tirar sua blusa, ele arranca meu sutiã, eu desço suas
calças e cueca juntos, ele tira minha calcinha e me joga na cama. João está de pé
se masturbando e olhando meu corpo espalhado na cama.
- Eu vou te foder a noite toda Madame só pra compensar essas malditas
semanas sem sexo. Vou te deixar assada como na primeira vez.
João se ajoelha na cama e bate o pau no meu clitóris que pisca sem parar.
- João por favor...
- O que quer Madame hein? É só pedir...
- Eu quero seu pau Grosseirão sem preliminares, só soca fundo na minha
boceta.
- Porra!
João atende meu pedido e entra devagar, lento, girando o quadril para me
acostumar com a grossura e tamanho.
Merda! Eu estou quase gozando só com essas reboladas gostosas, mas
eu quero mais.
- João... Mais amor por favor...
João para um segundo me olhando nos olhos e aumenta a intensidade, os
movimentos apesar de deliciosos e me deixarem na borda, não está em nosso
ritmo. Minha boceta contrai eu vou a superfície e volto.
- Mais João, mais forte como só você sabe fazer.
- E- eu não quero machucar nosso filho.
- Não vai confia em mim, me fode João. Fode a sua Madame do jeito
bruto que eu gosto.
Eu contraio minha boceta propositalmente.
- Ai caralho foi você quem pediu.
João segura meus pulsos e me dá uma surra de pau deliciosa me fazendo
ter um gozo enlouquecedor.
- Ooooh Jooooão !
- Porra! Que saudade dessa boceta apertada mastigando meu pau.
Ooooohhhhh.
(...)
Já eram três da manhã quando caímos na cama exaustos foram cinco
rodadas de sexo seguidas. João realmente tirou nosso atraso. Eu estava
praticamente desmaiada quando João me surpreendeu com sua pergunta.
- Lívia tudo aquilo que disse ao Doutorzinho era verdade?
CAPÍTULO XXVI
João Paulo D’Ávila

- Lívia tudo aquilo que disse ao Doutorzinho era verdade?
Quanto mais eu rezava mais assombração me aparecia. Primeiro Caio
sondando Lívia e eu chego a estranhar seu comportamento atual, calmo demais,
depois o piloto bundão, agora esse doutorzinho metido a galã. Eu sabia que não
devia ouvir atrás da porta, mas a ideia na hora me pareceu muito atraente.
<<<<<<<<<<<<<<<
Assim que pude dei uma desculpa e disse a Angélica que ia ao banheiro
me aproveitando que o mesmo ficava próximo ao escritório, pelo olhar que
Angélica me lançou ela sabia qual era minha intenção mas foda-se. Lívia mentiu
pra mim e havia traído minha confiança então eu precisava saber onde estava
pisando.
Quando eu encostei meu ouvido na porta eu pude ouvir a conversa que
mais parecia uma discussão.
"- Sim e eu entendi porque em minha cabeça você estava traumatizada
por causa do Henrique, e que talvez aos poucos eu conseguiria derrubar suas
barreiras. Nós nos conhecemos há quase três anos poxa! Eu conheço Letícia
desde quando estava em seu ventre apresentei meu pai à vocês. Nós dois éramos
perfeitos juntos e tínhamos química, naquela noite nós quase fomos pra cama...”
Filho da puta! Pelo menos Lívia não mentiu ela realmente não transou
com ele.
“- Mas não fomos Matias, não era pra ser. Entenda uma coisa mesmo
que tenha sido por Letícia ou não, aquele homem lá fora, é o homem que eu
amo. Ele pode ser grosseiro, não ter papas na língua, ser um teimoso e um
idiota às vezes, mas ainda assim eu o amo de todo coração. E eu me considero a
mulher mais sortuda do mundo pelo fato do João Paulo ser pai dos meus filhos,
eu não poderia ter escolhido homem melhor.”
EITA PORRA! Eu tento ignorar a euforia que se forma em meu peito e o
sorriso que brota em meu rosto. Lívia poderia está só blefando para dispensar o
cara mas ela me pareceu tão sincera...
“Matias, você é um homem maravilhoso e tenho certeza que será um
companheiro e pai maravilhoso, mas nem eu sou a mulher certa pra você e nem
você o homem pra mim. Eu vim conversar porque quero que continue me
assistindo nessa gravidez assim como na de Letícia, mas se for demais pra você
eu entendo.”
“- Eu sou profissional Lívia, isso não muda em nada minha condição de
seu obstetra, eu vim aqui como homem e não como médico. Eu espero
sinceramente que esse homem te valorize, mas eu posso apostar que essa
história de casamento é uma imposição dele, provavelmente de olho em sua
situação financeira.”
CUZÃO!
- Aí é que você se engana João é o único herdeiro das fazendas D'Ávilas
uma das maiores produtoras de cevada do país, inclusive eles fabricam uma
cerveja artesanal a D'Ávila Large que já ganhou vários prêmios em diversos
eventos especializados. Nós dois juntos não temos um terço da fortuna dele.
Tomou papudo! Nunca fui tão feliz em esfregarem minha fortuna na cara
de alguém.
“ - Ele é filho de João Victor D'Ávila?“
“ - Sim. De onde o conhece?“
“ - Ele é um paciente de nosso hospital. Eu sei porque meu amigo é quem
faz o acompanhamento dele e de sua esposa.”
“- Bom Matias, acredito que já colocamos "os pingos nos is", agora eu
preciso ir ainda vou pegar estrada.”
“ - Lívia espero que não se arrependa.”
Ela não vai babaca.
“- Nem eu. "
Eu corro para o final do corredor assim que percebo que os dois irão sair
do escritório.
(...)
- João você estava ouvindo nossa conversa atrás da porta?
- Eu estava indo ao banheiro e ouvi vozes alteradas, fiquei preocupado
foi isso.
- Tá bom contra outra João.
- Você ainda não respondeu minha pergunta.
Lívia se remexe desconfortável até se sentar e se recostar na cabeceira da
cama, e eu faço o mesmo.
- E você vai acreditar no que eu disser?
- É importante pra você que eu acredite?
- Muito.
- Então seja sincera Lívia, eu quero que nosso casamento dê certo.
Temos a Letícia e o Joãozinho está a caminho.
- Joãozinho? Quem disse que ele vai ter seu nome?
- Eu disse. Mas me responda sem enrolação.
- Primeiro me deixe te contar tudo desde o começo até chegar no ponto
onde estamos.
- Tudo bem...
Lívia respira fundo e inicia toda conversa que deveria ter tido comigo
desde que me conheceu.
- Eu descobri que Lelê tinha anemia falciforme assim que completou
um ano. Ela tem uma forma branda da doença, por isso não exibe sintomas fortes
e não foi identificado no Teste do Pezinho. Eu notava os pezinhos e mãozinhas
ficarem um pouco inchados e Lelê foi parar duas vezes no hospital com
pneumonia por imunidade baixa. - Meu coração apertou ao imaginar Letícia tão
pequena já debilitada. - Eu queria uma vida saudável pra ela, qual mãe não quer?
Foi quando o Dr. Michel me disse que em 90% dos casos em que foi feito um
tratamento experimental ocorreu a cura da doença. Esse tratamento consistia em
um transplante de células feito do cordão umbilical de alguém compatível. Na
mesma hora me veio a ideia de um irmão para Letícia, eu voltei ao laboratório
onde havia feito a inseminação tentei encontrar mais do seu material mas o único
material que havia disponível foi o que foi usado em mim. - Porra! Que alívio...
Já pensou um bando de filho meu solto por aí. - Foi quando eu paguei um hacker
para entrar no sistema da clínica e coletei seus dados, em seguida um detetive
particular e por último paguei o mesmo hacker que me cobrou o dobro pra
invadir o sistema da federal e ter acesso aos seus últimos exames. O plano era
simples eu tinha três meses para engravidar do pai de Letícia, e seguir com
minha vida. Eu pensei, se ele é um doador um filho à mais não faria diferença. –
Não posso negar que sua linha de raciocínio faz sentido. - As chances do bebê
nascer com a mesma doença são de 50% já que o tipo beta é o tipo onde é
herdado apenas por um dos genitores ou seja por mim. Mas quando eu vi você
eu fiquei imediatamente atraída, então pensei isso vai facilitar as coisas não? –
Ela dá uma risada fraca quase triste - Nada João, porque a atração com seu jeito
impetuoso, controlador, bruto, carinhoso, fez tudo virar uma bola de neve dentro
de mim. De atração à admiração, da admiração à carinho, de carinho à paixão, e
de paixão amor. Quando eu vim aqui no sábado de manhã eu vim pra te contar
tudo, eu fui embora com medo de você me odiar, mas eu não conseguia mais
ficar longe...
Lívia passa as duas mãos nos cabelos e respira fundo a voz está
embargada.
- Eu estava com medo João eu achei que havia amado Henrique e quando
me traiu às vésperas do nosso casamento com minha madrasta eu me fechei pro
amor. Tive amantes desde que nos separamos mas nada além disso. Quando
achei que era hora de ter minha família tive Letícia. Sabe, eu sempre ficava um
pouco emburrada por ela não ter nada meu mas sempre a achei linda e perfeita. -
ela sorri e uma lágrima escorre de seus olhos – Então quando conheci você de
verdade com todos os defeitos e qualidades eu passei a amá-la ainda mais porque
se tudo entre nós acabasse eu teria um pedaço seu, uma miniatura sua na minha
vida. - Porra! É impossível duvidar de tudo que Lívia diz, da maneira como diz
eu sinto aqui dentro do meu peito que é verdade... E me sinto feliz pra caralho
pelo meu sentimento não ser unilateral. - Porque eu me apaixonei por você e de
alguma forma apesar de nossas diferenças eu sinto que nós somos perfeitos
juntos. Eu sei que o casamento pra você é algo para ficar próximo aos nossos
filhos, mas eu queria que fosse mais. Sei também que não tenho nenhum direito
de exigir isso ainda mais depois de tudo que fiz, mas eu te amo João e pode ser
obra do destino ou o quer que seja, o fato é que meus filhos são do homem da
minha vida.
Eu engulo a seco tentando acalmar o impacto das palavras dela, Lívia
ainda olha para um ponto fixo na sua frente e de repente se levanta enrolada no
lençol eu posso notar seu constrangimento.
- Bom eu vou tomar um banho.
Eu levanto e seguro seu braço.
- Não foi só por eles... O casamento... - ela me encara confusa - Olha eu
não sou bom com essas coisas, mas eu sei que o que sinto por você Madame eu
nunca senti por mulher nenhuma, caralho eu te amo Lívia.
Lívia solta o lençol que estava cobrindo seu corpo e se joga nos meus
braços me beijando apaixonadamente e eu retribuo com a mesma entrega. Fomos
para cama novamente só que dessa vez fizemos amor, na verdade se formos
sinceros um com o outro já havíamos feito antes mas agora todas as cartas
estavam na mesa e os dois haviam ganho o jogo.
CAPÍTULO XVII
Lívia Lazzari

Eu, João e Letícia estávamos cada vez mais grudados, de um jeito
inusitado eu havia formado minha família. João era o pai mais coruja e bobo do
mundo, fazia praticamente todas as vontades de Letícia e ela por sua vez ficava
naquela de papai pra lá e papai pra cá. Outro dia eu, minha mãe e as meninas
saímos para dar um tapa no visual depilação e essas coisas, quando voltamos
João estava com batom e vários penduricalhos no cabelo. Ele ficou sem falar
comigo um dia inteiro porque tirei foto e enviei para Antonio e Théo. No dia
seguinte se desesperou porque o batom não saía de jeito nenhum e tinha que
trabalhar.
- Porra Lívia que batom é esse que não sai nem por um caralho. Como
vou trabalhar assim?
- Calma Grosseirão esse batom só é diferente... - revirei minha maleta
procurando o demaquilante enquanto João me olhava irritado com a boca
carnuda vermelha. – Tenho duas notícias para te dá, uma boa e uma ruim.
- Puta que pariu! Desembucha Madame.
- Bom... A boa é que esse batom sai com demaquilante, a ruim é que o
meu acabou.
- Eu não vou para delegacia de batom Lívia.
- Calma... Eu vou ver com as meninas ou minha mãe com certeza uma
delas tem para emprestar.
Eu consegui o demaquilante mas Théo quase morreu ao criar um novo
rótulo para cerveja D’Ávila com a foto de João maquiado e colocar em uma
prateleira do Santorini's. Falando em Théo, ele e João tiveram um acerto de
contas pelo lance da inseminação.
<<<<<<<<<<<<<<
- Bom, eu reuni todos vocês aqui pra comunicar que Lívia e eu vamos no
casar.
- Casar?! – Todos exclamaram surpresos.
- Isso mesmo Antônio vamos nos casar.
- Ah JP até que enfim cê tomou vergonha na cara agora só falta dar uns
irmãos aqui pro Kauã né filho.
- É sobre isso também que quero conversar com vocês. Letícia é minha
filha e Lívia está grávida de outro filho meu.
- L-Letícia é sua filha? Como assim cara? Você e Lívia se conheciam
antes?
- Não Théo. E a gravidez de Lívia sem a minha participação se deve ao
fato de você não ter se livrado daquela amostra há mais de 10 anos atrás.
Lembra?
Theo fica pálido e seu sorriso se esvai do rosto.
- Ai cacete! João, cara foi um acidente eu estava prestes a pegar
quando...
- Calma relaxa se não fosse por você não teríamos Letícia e nem nos
encontrado e formado nossa família...
João se aproxima de Theo e quando o mesmo lhe abre os braços João dá
um gancho de direita em Theo que cai no chão.
- João! Está louco? Você nocauteou ele. Ainda bem que minha mãe e
Letícia estão na cozinha. Já pensou se sua filha assiste ao pai brigando.
Eu acabo de falar e minha mãe chega com Lelê.
- Meu Deus o que houve aqui?
- Nada sogrinha Theo ficou emocionado com a notícia do casamento.
João diz enquanto junto com Antônio põe Theo no sofá.
- Poxa vocês são amigos mesmo.
- E como... Caralho a menina é sua cara João. - Antônio expressa a
mesma reação de todos ao ver Letícia.
- Calalooo!
- Ai meu Deus já não basta a madrinha ser desbocada tinha que arrumar
um namorado igual a ela.
- Eu não estou namorando ninguém Liv.
- O Toinho manera o vocabulário na frente da minha princesinha.
- Toinho é o teu... - Natascha cutuca Antônio que se cala.
- Ô Ruivinha vai ficar aí olhando pega um gelo pra mim vai. - Théo pisca
para Val que revira os olhos.
- Eu não. Foi bem feito, você é tão mentiroso que até seus amigos você
engana. - Val sai e Théo a acompanha mas antes João segura seu braço e o puxa
para um abraço.
- Obrigada cara! Foi a melhor cagada que tu fez na minha vida.
- Não por isso.
Natascha se aproxima e cochicha em meu ouvido.
- Você entendeu alguma merda?
- Nadinha.
- Esses três são piores que nós.
- Com certeza.
(...)
Eu estou ansiosa porque estamos indo conhecer os pais de João e contar
sobre Letícia e Joãozinho (João só o chama assim e eu me acostumei).
- Amor o aniversário de Letícia é daqui há duas semanas. Estava
pensando em fazer uma festinha lá na chácara mas não conheço nenhuma
criança por lá.
- Eu conheço filhos de amigos de infância e tem algumas crianças da
comunidade da Vila que pertence a uma ONG que eu ajudo, elas são ótimas. Eu
não sei se você se importaria...
- Claro que não! Eu posso pedir para os convidados ao invés de darem
presente para Lelê, escolher uma criança pertencente a ONG para ganhar
presentes. Lelê já tem tanto brinquedos.
- Você faria isso?
- Claro se estou dando a ideia.
- Caralho Madame você é perfeita pra mim.
- Calalooo!
- Não filha não pode falar isso, o papai não devia ter falado isso.
- Ai meu Deus João, se Letícia chegar a casa de seus pais falando esses
palavrões no mínimo vão achar que eu sou uma depravada.
- Relaxa Madame o único quem você deve agradar sou eu, deixa que com
eles eu me entendo.
- Pra você é fácil falar minha mãe é apaixonada por você.
Assim que paramos em frente a casa, casa não mansão avistamos o carro
de Caio César entrando.
- Caral... Droga! O que esse baba ovo está fazendo aqui? Deve ter sido
meu pai que o convidou só pra me irritar.
- João calma, vamos entrar primeiro depois você tira suas conclusões.
Quem abriu a porta foi uma senhora devidamente uniformizada e ao ver
João abriu um sorriso enorme.
- Meu menino!
- Deusinha!
Eles se abraçam apertado e então ela me nota com Letícia no colo.
- Virgem Maria JP essa menina é a tua cara, escarrada e cuspida.
- É minha filha Deusa e essa é Lívia minha futura esposa.
Então a senhora começa a dá tapas em João.
- Olha que eu não ajudei a te criar pra fazer filho e não assumir.
- Ai Deusa! Eu não sabia de Letícia até uma semana atrás.
- Entra minha filha, olha que menina mais linda, uma princesa. Eita mas
eu conheço você de algum lugar.
- Prazer Deusa. - eu abraço e beijo -Você me conhece provavelmente da
TV sou apresentadora do Coste e Costura - Novos Talentos.
- Meu Deus menino que agora você se superou, olha que lindeza e
simpática, não é nariz em pé igual as namorada que o Caio arruma, tudo um nojo
igual a ele. Mas vamos entrar senão o patrão vem aqui vê o motivo de tanta
demora.
Nós passamos pelo hall e entramos em uma sala enorme de estar assim
que entramos eu vi uma mulher muito bem vestida com cabelos curtos
acobreados por volta dos seus 62, 64 anos. Junto estava Caio César e um homem
no início dos seus 70 mas ainda sim lindo.
- Mãe, pai, Caio. - assim simples e seco nada do cumprimento afetivo
ccomo com Deusa.
- Oi filho não vai dá um abraço na sua mãe. - A mãe de João o abraçou
apertado e João retribuiu mas de forma contida e algo me dizia que era pela
presença do pai. - Então nos apresente quem é essa moça linda e a princesinha
que está com ela. - Letícia estava tímida e escondia o rostinho no meu cabelo.
- Tia a senhora não conhece Lívia Lazzari, ex-miss Brasil apresentadora
do programa Corte e Costura, dona da marca LZ.
- Oh meu Deus é claro. Eu amo as roupas da sua marca eu vi uma
pequena amostra da próxima coleção e está maravilhosa.
- Eu fico muito feliz em saber.
- Essa é sua filhinha não é mesmo. Eu ouvi falar que você tinha uma
menina, você fez muito bem em mantê-la longe desse circo todo que a mídia
cria.
- Mãe é sobre isso que quero conversar com vocês.
- Eugênia por favor deixe a senhorita Lazzari respirar. Lívia eu entendo
perfeitamente, quis preservar sua filha porque o pai não assumiu a menina. É
natural querer evitar que a filha passe por esse constrangimento.
Que homem arrogante filho da puta. Acha que sabe tudo da minha vida.
- Eu sabia que não devia trazer as duas aqui. Você mal pôs os olhos nelas
e já está aí cheio de suposições a respeito delas.
- Se acalme João. Me desculpe Lívia se lhe ofendi só estou me baseando
pelo que li quando procurei me informar a seu respeito.
- Então o senhor já sabia quem eu a traria aqui, e eu nem posso imaginar
quem lhe contou.
João encara Caio César como se pudesse matá-lo.
- Bom Sr. D'Ávila eu acredito que um homem com a sua idade deve ter
sabedoria o suficiente pra saber que não devemos acreditar em tudo que lemos
por aí. Caso ao contrário eu terei que acreditar que a fazenda Grão D'ouro é
utilizada pra lavagem de dinheiro público como foi noticiado no jornal de
Santana dos Montes.
O homem me lança um sorriso desafiador nos olhos mas percebo que o
acertei em cheio.
- Ela é boa João, muito boa, é forte sabe se colocar em seu lugar sem
arroubos. Bom pelo menos escolheu melhor que José Victor, em pensar que iria
se casar com aquelazinha.
- Ele está falando de Kátia? - Sussurro para que só João possa ouvir.
- Sim, ignore-o.
- Eu pensei em ficar pra almoçar mas pelo visto não há essa
possibilidade. Eu estou comunicando que me casarei com Lívia em um mês.
- Um mês? Mas filho eu nem encomendei um vestido e a festa?
- Lívia já organizou tudo a festa será na chácara que ela possui em
Santana dos Montes apenas para familiares e amigos íntimos.
- João mas você é nosso único filho nós queremos celebrar.
- E irão só que de uma forma mais simples.
- Vê Caio, um D'Ávila querendo casar no quintal de casa. Aonde eu errei
com vocês?
João respira fundo ignorando o comentário e se vira para a mãe.
- Bom estão avisados nós mandaremos o convite, se quiserem apareçam.
Me dê Letícia, Lívia você já deve está cansada.
Assim que João começa a tirar Letícia do meu colo, ela abre os braços
pulando para o seu colo deixando seu rostinho à mostra.
- Papai o Olaf.
- Já estamos indo pro carro princesinha.
- Meu Deus João a menina é sua filha! Olha João Victor e-ela é a cara de
João.
O senhor pomposo parece ter visto um fantasma.
- Essa era outra coisa que vim contar a vocês, Lívia e eu nos conhecemos
há dois anos e nove meses atrás, nos envolvemos e veio Letícia desse
envolvimento. Nos reencontramos há três meses atrás e foi amor a segunda vista.
Esse é toda informação que posso dar à vocês.
- Simples assim! Você é inacreditável e só agora me conta que tenho uma
neta! Como quem diz que acabou de comprar um carro.
O pai de João passa a mão no rosto e cabelo aparentando nervosismo, os
mesmo movimentos que João também faz quando está nervoso.
- Na verdade dois. Lívia está grávida de um menino.
- Filho isso é maravilhoso. Um neto, um não dois, meu Deus eu sempre
sonhei em ser avó.
Eu estranho, parecem que nunca tiveram um neto, mas e Kauã?
- E Kauã o filho de Kátia com José Victor, ele também é seu neto.
- João Paulo do que Lívia está falando?
CAPÍTULO XXVIII
Lívia Lazzari

Puta que pariu! Agora fodeu de vez. Eu esqueci completamente de falar
com a Madame sobre a situação de Kátia.
- D-Do que Lívia está falando João Paulo?
- Foi só um equívoco pai.
- Uma ova que foi um equívoco. Anda menina desembucha quem é Kauã?
Começou agora termina.
- Fale direito com minha mulher. Lívia e eu não temos nada a dizer.
- João meu filho se acalme. Ai meu Deus um neto de José Victor!
Minha mãe tenta contornar a situação mas está tão ou mais nervosa que
nós.
- João você sabe que vou atrás dessa mulher e se descobrir que os dois
me enganaram esse tempo todo escondendo um neto...
- Você não vai fazer nada. Quer saber a verdade Katia e Victor tiveram
um filho sim, e se chama Kauã Moraes D'Ávila eu fiz o teste de DNA e ele foi
registrado como filho de meu irmão.
- João meu filho c-como você foi capaz? Era nosso neto, ele teria tido
tudo e você o privou disso. Nos privou de conviver com o nosso neto.
- Ele tem tudo mãe. Tem o amor da mãe, o meu, estuda em uma boa
escola, tem amigos. Eu só não contei nada porque sabia que vocês iriam querer
afastar o filho da mãe, primeiro pelo preconceito por Kátia ser pobre e negra,
segundo por querer aplacar a dor de vocês com o neto e com certeza iriam
mimá-lo.
- João eu nunca tive esse tipo de preconceito.
Minha mãe diz entre soluços. É verdade as vezes era um pouco
espevitada, cabeça de vento e até um pouco superficial mas nunca a vi tratar
ninguém com grosseria ou desdém.
- Você não mas João Victor D'Ávila sim.
- Olha garoto eu estou me segurando para não perder a cabeça e lhe dá
uma surra com minha cinta na frente da sua namorada e filha.
- Eu não tenho mais seis anos pai. Eu não irei revidar mas não vou
permitir pode ter certeza. Se quer uma marionete alguém para puxar o seu saco e
fechar os olhos pro tipo de homem que é procure isso em Caio César. Ele o
admira tanto que se tornou uma cópia sua. Aliás ele tinha conhecimento de Kauã
pergunte a ele porque também preferiu se omitir. Quanto ao Kauã ele já tem 13
anos é um menino forte e inteligente como Victor, e saudável nenhum juiz irá
retirar a guarda de Kátia, o próprio Kauã irá testemunhar a favor dela assim
como eu. Agora eu tenho que ir.
- Filho fica por favor eu nem vi minha neta direito.
- Mãe você sabe onde fica minha chácara vá até lá sempre que tiver
vontade seus três netos estarão lhe aguardando. Agora eu preciso mesmo ir.
Eu saio com Letícia no colo e Lívia vem a passos rápidos atrás de mim.
Eu acomodo Letícia no carro e saímos da residência.
- João me perdoe eu não sabia... Meu Deus Kátia vai me odiar.
- Relaxa Madame o que não tem remédio remediado está. Uma hora eles
iriam descobrir. Kátia vai surtar mas não vai culpar a você e sim a mim.- eu nem
acredito que dei um furo desses - Por.. Porcaria! Eu devia ter avisado a você
antes.
Eu manobro o carro para sairmos da rua e irmos à um restaurante.
- João não fique assim, você tem razão no que você disse lá dentro.
Nenhum juíz vai tirar o filho de Kátia.
- Nenhum juiz descente, o problema é que no Brasil há muitas pessoas
corruptas. Meus pais tem influência Lívia.
- Você pode ter razão mas e se Kátia fosse uma pessoa pública? A mídia
tem o seu lado ruim mas você pode jogar com ela a seu favor.
- Do que está falando Madame?
- Kátia já está trabalhando na nova coleção da LZ se dermos mais
destaque a ela nos eventos, logo se tornará "famosa". O caso da guarda se
tornaria público e com certeza as pessoas ficariam a favor dela, eu duvido que
algum juiz daria um veredicto desfavorável a ela.
- Você tem razão Lívia seria uma ótima estratégia. - eu passo a mão em
sua coxa por baixo do vestido - Além de gostosa é inteligente. - Lívia sorri com
meu elogio, ela já está arrepiada. Com a gente é sempre assim, basta um toque,
um cheiro e já queremos mais um do outro. - Bom vamos parar em um
restaurante estou morrendo de fome e Lelê também.
Eu escolhi um restaurante que frequento sempre que estou em Belo
Horizonte o STEAK GRILL, na verdade é mais uma churrascaria mas que tem
um buffet com diversas opções incluindo essas saladas que parecem ração de
coelho que a Madame come. O único detalhe é a Claudia a filha do dono.
Claudia foi o mais perto de uma namorada que cheguei, nós nos dávamos muito
bem na cama e até fora dela o único problema foi que Claudia queria que eu
viesse pra BH e assumisse os negócios do meu pai daqui. Uma das coisas que
mais admiro em Lívia é que mesmo sendo famosa tendo namorado um piloto de
Fórmula 1 ela nunca tentou mudar quem eu sou ou faço.
Enquanto estacionamos as duas estão cantando músicas infantis na
verdade Letícia dança, bate palmas e canta poucas palavras junto com a mãe.
Meu Deus eu fico me perguntando qual seria minha reação se alguém há seis
meses atrás me dissesse que estaria dentro de um carro com meu bebê e minha
mulher grávida de outro filho meu, e feliz pra caralho por isso. Eu riria na cara
do filho da puta.
- Filha o Olaf vai ter que esperar no carro.
- Não mamãe, ele "chola".
- Ele não vai chorar filha.
- Vai xim!
- João precisava ter pego o maior Olaf daquela barraca.
- O importante é que a minha princesinha gostou. - eu dou de ombros -
Filha se ele se comportar no carro o papai compra um balão daquele ali pra você
e outro pra ele. Será que ele vai chorar?
- Não Papai. - Eu pisco pra Lívia que revira os olhos.
- Isso é suborno sabia delegado?
- Suborno? Até parece, isso é uma negociação entre pai e filha. - Lívia
bufa
Nós entramos, ocupamos uma mesa e enquanto Lívia foi fazer o prato
de Letícia eu fiquei sentado com ela.
- JP? - Claudia olha pra mim e Letícia com espanto. Eu me levanto para
cumprimentá-la.
- Claudia. Como vai?
- Meu Deus você é pai.
Eu sorrio porque não tem como não olhar para Letícia e deduzir outra
coisa. A minha princesinha é uma cópia fiel minha.
- Sou sim, agora sou um homem de família.
- Você? Conta outra. Você pode até ser pai, mas sei bem o quão obsceno
você é, a prova é o fato de vir aqui me ver JP.
- HUNRUM! JP eu já disse que odeio esse seu apelido.
Puta merda! Pelo tom de voz de Lívia eu estou bem ferrado.
- Então JP foi pra ver ela que você trouxe aqui sua filha e sua futura
esposa grávida?

CAPÍTULO XIX

Lívia Lazzari
Eu não acredito que João me trouxe no restaurante onde sua ex trabalha. Ai
que ódio! A mulher era uma deusa, sarada daquelas que não passam um dia
longe da academia, os cabelos longos bem tratados, a pele não dava pra ver
muito por conta do excesso de maquiagem de dia, mas com certeza o bronzeado
estava em dia.
- Lívia amor, essa é Claudia uma amiga de longa data. Claudia essa é
Lívia minha noiva e mãe dos meus filhos.
A mulher olha pra mim e João e cai na gargalhada e não é aquele riso
falso não, ela está realmente rindo.
- Para JP isso é pegadinha né? Ai meu Jesus minha barriga está doendo.
JP você é demais... - então ela para se dando conta de algo - Mas a menina é sua
cara. - ela volta a me olhar novamente - Meu Deus você é Lívia Lazzari. Claro
que é, meu irmão é louco por você sabia, disse que você é o sonho de consumo
dele.
- Pode avisando ao Carlos que ficará só no sonho mesmo.
- JP é sério isso, você é pai. - ela afirma incrédula e depois me olha dos
pés a cabeça - Você está grávida de novo... Tanto mistério para saberem quem
era o pai do seu filho, quer dizer filha e o tempo todo era meu ex. Quando Carlos
souber disso vai no mínimo infartar. Você foi esperta Lívia fisgou uma das
maiores fortunas de Minas Gerais não conseguiu de primeira mas conseguiu na
segunda.
Eu respiro fundo para não dar um show aqui e meu nome não sair em
cada revista de fofoca por aí. Mas João sai em minha defesa.
- Claudia eu trouxe minha família aqui porque gosto da comida e do
atendimento daqui, mas se não consegue se portar como uma mulher madura que
sabe reconhecer quando perdeu algo, então eu vou da meia volta e ir para outro
restaurante.
Os olhos dela triplicando de tamanho em total descrença da reposta de
João.
- Nossa JP não precisava ser grosso foi só uma brincadeira.
- O "flôr" o nome dele é João agora se puder nos dá licença para
começarmos nosso almoço em família.
- Olha... Arisca ela...
- Só com quem merece. Agora senta lá Claudia. - Eu hein! Abusada
essa musa fitness.
- Já vi que minha presença não é bem vinda aqui. Depois a gente se
fala JP você ainda tem meu número né?
- Tchau Claudia. - João diz de maneira ríspida cortando a intimidade.
Acho bom!
Eu respiro fundo e me sento ao lado de Letícia para dar o almoço a ela.
Tudo culpa do idiota desse grosseirão onde já se viu trazer a mãe dos filhos dele,
futura esposa no restaurante da ex.
- Madame eu não fiz de propósito eu vim pela comida daqui é sempre
muito boa.
- Não fez de propósito? Você veio por qual comida a que come com a
boca o com a que come com seu pau?
- O Joãozinho está te transformando em uma demônia eu gostava mais
quando era cheia de frescura e não falava palavrão.
- Não está satisfeito vai lá na musa fitness, não fui eu quem te pediu
em casamento. Golpe da barriga... Vê se eu Lívia Lazzari vou dá golpe da
barriga em alguém.
- Madame não liga pra ela, isso é só recalque porque não vai poder
usufruir do delegado gostoso e seus 23 cm.
Eu reviro os olhos João é muito idiota mesmo.
- Você está todo se achando né João. Pode deixar que vai ter volta.
- Primeiro eu não imaginava que Claudia se portaria daquela forma nós
sempre tivemos um relacionamento aberto e...
João faz sinal para o garçom que enche seu prato com carne mal passada
e eu ne seguro pra não me enjoar com aquilo.
- Espera aê, volta a fita. Relacionamento? Vocês dois têm alguma
coisa? Quando eu te conheci vocês dois já tinham esse lance?
- Não claro que não! Eu e Claudia não namorávamos, só que sempre
que vinha em Belo Horizonte nós dois...
- Vocês transavam já entendi, mas ela estava muito ofendida pra quem
não tinha nada sério com você.
- Bom meus pais são muito amigos dos pais dela e eles incentivavam
um relacionamento entre nós. E eu sempre disse que se por algum caso eu
cometesse a loucura de casar seria com ela.
Mas que merda era aquela eu tinha voltado à duzentos anos atrás no
tempo.
- Vocês eram tipo prometidos um ao outro é isso?
- Cacete Madame! Hoje você está difícil hein.
- Difícil? Toma filha é a última, só falta essa. - Letícia estava entretida
com o tablet de João parecia hipnotizada ignorando o que eu falava. - Você está
viciando Letícia nessas coisas nem terminar de comer quer.
- Princesinha. - Letícia parece ter se despertado do transe pelo pai, eu
mereço... - Come essa última colherzinha. - Letícia abre a boca e termina seu
almoço. - Viu! Resolvido, agora vai fazer seu prato porque meu garotão precisa
está forte aí dentro.
O resto do almoço foi tranquilo a Claudia não nos importunou mais, mas
sempre que à olhava ela estava nos analisando. Nós já havíamos pedido a conta e
como prometido João foi comprar os dois balões que usou para subornar Letícia.
Eu estava um pouco enjoada pelo cheiro forte de churrasco, provavelmente por
conta da gravidez já que sempre amei o cheiro. João já se aproximava com
Letícia quando a ouvi gritar.
- Vovô.
Assim que me virei vi meu pai olhando para neta e João com total
espanto obviamente se dando conta de que se tratavam de pai e filha. Soraia que
estava acompanhando meu pai exibia um sorriso malicioso a João que vinha
andando com Letícia e dois balões um da Elza outro da Ana.
- Lívia... Aquele homem.
-É o pai de Letícia e meu noivo. - Resolvo soltar a bomba de uma vez
- Noivo? - Os dois dizem uníssono.
- Espero que seja fiel pelo menos.
Soraia diz mas eu nem tenho tempo de responder assim que cenas dela e de
João juntos pipocam em minha mente, a náusea fica mais forte e sem me
controlar eu despejo meu almoço todinho em seu sapato.
- Aaahhh meu Jimmy Choo.
CAPÍTULO XXX
Lívia Lazzari

João vem correndo ao meu encontro, entregando Letícia para meu pai.
- Lívia! Cacete Madame o Joãozinho botou todo o teu almoço pra
fora.
- O meu sapato está destruído. Huurg! Você fez de propósito!
- Ah faça-me o favor, você é absurda sabia. Eu vou ao banheiro do
restaurante escovar os dentes. João me espera aqui eu já volto.
- Tem certeza que não vai desmaiar pelo caminho?
- Tenho grosseirão. Relaxa tá.
Eu entro no restaurante indo direto ao banheiro, assim que deixo
minha bolsa na bancada e pego minha necessaire ouço a porta abrir novamente.
Eu bufo e reviro os olhos vendo minha madrasta entrando.
- Ah que nojo! - ela reclama molhando o papel e em seguida passando
no sapato. - Era você quem deveria está fazendo isso aqui. - eu a ignoro e
continuo escovando meus dentes. - Eu sempre disse a seu pai que você não era
essa santa toda. Inseminação artificial... Pufff! Tinha engravidado e o pai não
quis assumir.
Eu enxáguo a boca e seco o rosto em seguida me viro para Soraia.
- Você é louca? Você viu o homem lá fora? Viu o amor e cuidado que
ele tratou nossa filha e a mim? Soraia eu nunca precisei de homem pra me sentir
segura como mulher ao contrário de você, que usa meu pai pra bancar suas
extravagâncias e os amantes pra suprir sua carência.
- É mesmo e como explica esse noivo brotar em tão pouco tempo...
- Não que lhe deva explicações mas antes que sua língua saía espalhando
mentiras por aí. Eu achei que Letícia havia sido fruto de uma inseminação, mas
assim que a vi soube que era de João, o problema é que havia perdido seu
contato, nos reencontramos por acaso e contei sobre Letícia e bom o resto você
deve imaginar nos aproximamos e nos apaixonamos. - Essa era a história que
João e eu havíamos combinado de contar a todos, eu sabia como essa mulher era
ardilosa por isso achei melhor não à deixar pensando muito nisso.
- E você resolveu manter em sigilo o novo amor. Estava com medo
Lívia? Medo de ser trocada por mim outra vez? - eu gargalho gostosamente e
Soraia me olha como se eu estivesse fora de mim. - Está louca? Qual é a graça?
- E não é pra rí ? Você acha mesmo que eu fui trocada por você? Soraia
querida, até hoje Henrique corre atrás de mim feito um cachorro adestrado. Você
foi só uma foda, uma mulher bonita que abriu as pernas e ele comeu. Eu sei que
ele não foi o único, basta alguma mulher próxima à você casar ou noivar e você
vai lá se esfregar até o babaca ceder. Porque você é assim, essa pessoa triste e
vazia que não consegue ser feliz e não quer que ninguém seja. Eu não tiro a
culpa dos canalhas assim como não tirei a culpa de Henrique e por isso não
reatei com ele, mas ele me disse que perdeu as contas de quantas vezes você se
humilhou dizendo que largaria tudo por ele. Querida você vai ter que entender
que assim como no Miss Brasil você sempre, SEMPRE estará à um passo atrás
de mim. Você será minha sombra porque não tem luz própria é incapaz de
brilhar. Você não é nada, nada! Se contente com o segundo lugar.
Eu guardo minhas coisas e quando estou prestes a sair ela diz a única
coisa que faz qualquer mulher descer salto e partir pro ataque.
- Eu soube que a bastardinha precisa fazer um transplante... Espero que
morra eu não suporto aquela...
Soraia não consegue nem terminar a frase pois com uma raiva vindo do
meu âmago se espalha por todo meu corpo fazendo meu punho acertar em cheio
seu olho fazendo com que caía pra trás. Eu nem a deixo se recompor pois sei que
estou sendo imprudente em brigar estando grávida, por isso assim que a vejo
caída no chão subo em cima dela e desfiro uma sequência de chute e tapas.
- Paaaraaa! Socorrooo!
- Nunca - tapa - mais - soco - fale - tapa - da - soco - minha - tapa - filha
- soco.
- Puta que pariu! LÍVIA!
Eu não sei como mas João me segura por trás me afastando de Soraia.
Soraia se levanta com dificuldade ofegante e eu sorrio com o estrago que está
seu rosto. Vagabunda!
- E-Essa maluca me atacou. Eu vou dá parte de você na delegacia.
- Vá sua ordinária! Vá e eu divulgo o vídeo que você gravou para
Henrique se masturbando como uma cadela no cio.
- V-Você tem esse vídeo? C-Como?
- Henrique querida, ele disse que você enviou em uma de suas tentativas
baratas de sedução. Eu o guardei pra que se a caso eu resolver contar tenha
provas. Você o ama, e é isso que faz você me odiar ainda mais. De início pode
ter sido apenas uma maneira de me atingir mas você se apaixonou e ele não
correspondeu e mesmo após todos esses anos é a mim que ele quer. Se afogue
em seu ódio porque eu segui em frente, estou formando minha família e você é
só a bonequinha de luxo de um homem passando pela crise da meia idade. Pode
me soltar João, já estou mais calma.
Assim que me viro encontro os olhos de João cheios de raiva me
fuzilando. Ah merda! Agora mais essa. Ele dá um passo pra trás desobstruindo a
porta do banheiro para que eu passe. Eu passo e vou direto ao meu pai que está
com Lelê e os balões brincando na área externa do restaurante.
- Filha dá tchau pro vovô, nós já vamos pra casa.
- Xau vovô.
- Tchau princesinha. E você minha filha está melhor?
- Sim pai foi só algo que não caiu bem, escuta amanhã venha até meu
apartamento. E eu apresentarei melhor você e João e contarei algumas
novidades.
- Eu irei sim. Você viu Soraia ela disse que ia até o banheiro saiu logo
depois de você e não voltou ainda...
- Não encontrei com ela não, bom pai já vou. Beijos se cuida.
- Beijos querida e um abraço João - ele estende a mão e João a aperta -
Amanhã nos falamos melhor.
- Até amanhã.
Nós saímos do restaurante com João levando Lelê no colo eu sei que me
arrisquei brigando grávida mas não precisava ficar tão bravo. Assim que ele
senta no banco do motorista após ter acomodado nossa filha no bebê conforto eu
tento vê em que nível eu estou ferrada.
- João...
- Agora não Lívia só me deixa digerir toda essa merda.
Uoouuu eu estou ferrada nível hard. Pelo jeito como seus ombros se
mexem com a respiração pesada João está a ponto de matar um. Ele dirige e eu
sigo o caminho calada Letícia desmaiou de sono no banco de trás, assim que
chegamos ao meu prédio ele a pega com todo cuidado. Mesmo parecendo um
touro bravo com Letícia ela era completamente delicado. Nós subimos e ele a
levou direto a seu quartinho em seguida foi para o nosso onde eu já o aguardava.
Assim que fechou a porta eu tratei de tentar me redimir.
- Me desculpa eu sei que não deveria ter me arriscado brigando em eu
estado. Mas...
- Acabou, chega não dá.
João esfrega o rosto e cabelo andando de um lado pro outro.
- O-O que acabou? Não estou entendendo.
- Nós dois. Eu pensei que conseguia mas não dá.
Aquele só podia ser o pior dia da minha vida eu estava em um pesadelo.
Alguém me belisca por favor?
CAPÍTULO XXXI
Lívia Lazzari

Eu estava puto, não eu estava puto pra caralho. Aonde já se viu sair no
tapa com outra mulher por causa de outro macho que não sou eu, esperando um
filho meu ainda.
Eu era um idiota fodido mesmo. Lívia só aceitou casar comigo com
medo de um escândalo e de ser denunciada. E o babaca aqui fazendo declaração
de amor acreditando na bandida.
Eu devo está pagando todos os meus pecados com Lívia, agora eu sei
como as mulheres que deixei desoladas sem mim se sentiram. Dor de corno é um
chute nas bolas.
Eu vim do restaurante até aqui me segurando para não ser grosso ou
gritar com Lívia, ela pode ter mentido pra mim quanto aos seus sentimentos mas
estava grávida de um filho meu. Dessa vez não haveria discussão nem mimimi,
eu era a porra de um homem feito e já havia tomado minha decisão, de jeito
nenhum eu vou ficar de estepe pra ninguém.
Foda-se casamento, foda-se tudo.
Assim que entro no quarto após deixar Letícia dormindo em sua cama
Lívia vem tentar amenizar sua situação.
- Me desculpa eu sei que não deveria ter me arriscado brigando em meu
estado. Mas...
- Acabou, chega não dá.
Eu esfrego o rosto e cabelo, ando de um lado pro outro. Como eu vou
consegui conviver com essa mulher sendo apenas pai de seus filhos. Lívia
parecia ter se infiltrado sob minha pele.
- O-O que acabou? Não estou entendendo.
Lívia parece desnorteada.
- Nós dois. Eu pensei que conseguia mas não dá.
Porra! Eu não vou conseguir me casar sabendo que Lívia ainda é
apaixonada pelo ex. Lívia está pálida e eu me recrimino por ter sido tão direto.
- Isso só pode ser a porra de uma brincadeira de mal gosto. - Eu tenho
certeza que o genes do Joãozinho estão se entrelaçando aos de Lívia, ela anda
estressada e até desbocada, tudo a irrita e anda insaciável ultimamente. -
Primeiro: eu descubro que meu futuro sogro é o Lúcifer reencarnado; segundo:
sem querer conto o segredo de Katia o que pode levá-la a me odiar; terceiro:
meu noivo ou ex noivo, já me perdi, acha uma ótima ideia me levar ao
restaurante da sua ex; quarto: a ex é uma musa fitness e ainda tenta me diminuir;
quinto: despejo todo meu almoço na frente do restaurante, o lado bom acertei o
sapato de Soraia; sexto: a desgraçada xinga minha filha de bastarda o que faz eu
dá uma surra na desgraçada lavando minha alma e pra fechar com chave de ouro
o meu noivo pai dos meus filhos resolve abandonar o barco.
Lívia gargalha de nervoso e começa a tirar a roupa do corpo. A imagem
da safada nua já faz meu pau dá um tranco na cueca. Espera aê! Como é? Foi por
isso que ela bateu na madrasta pra defender Letícia?
- O que está fazendo?
- Eu vou tomar um banho gelado aquela sua ex só pode ter colocado
algum alucinógeno na minha bebida.
- Lívia água fria só ajuda com ressaca.
- Foda-se já estou ferrada mesmo.
Antes que ela entre no banheiro eu a puxo colando suas costas em meu
peito e roço minha ereção em sua bunda.
- Desculpa amor, eu pensei que tivesse brigado pelo piloto.
Lívia está arrepiada com a minha barba esfregando em seu pescoço. Ela
solta uma risada baixa.
- Você é um idiota Grosseirão, um burro empacado.
- Eu sou, agora me deixe te recompensar.
- Quer me recompensar?
- Quero.
- Então vai me deixar fazer tudo que eu quiser e tudo que eu mandar.
- Desde que a minha bunda fique de fora da brincadeira sou todo seu.
Lívia gargalha e me dá um tapa no braço.
- Idiota! Eu quero que tire toda sua roupa. - eu começo a me livrar de
tudo e Lívia se deita no meio da cama com as pernas abertas me dando a visão
de sua boceta rosada e melada. Eu mal a toquei e a excitação dela já escorre. -
Vem delegado, me chupa gostoso. - Ela nem precisa pedir duas vezes minha
boca já está salivando louca pra sentir seu gosto.
Eu caminho até ela sem desviar de seu olhar, estou duro como pedra. Não
querendo prolongar minha tortura me ajoelho no chão e puxo suas pernas para
ponta da cama. Lívia apoia os cotovelos na cama levantando parte de seu tronco
somente para garantir a vista privilegiada do show. Eu inicio roçando a barba de
leve em sua virilha vendo sua pele se arrepiar. Lívia suspira e vejo sua bocetinha
piscar pedindo atenção, levo minha língua preguiçosamente até seu clitóris em
movimento lentos pra cima e pra baixo em seguida com as costas da língua eu
acaricio seu broto inchado movimentando de um lado para o outro.
- Aaaahhh que delícia amor...
Porra os gemidos dela me estimulam ainda mais, eu endureço a língua e
passo a introduzi-la em seu canal, Lívia arqueia o corpo buscando mais daquilo.
Eu substituo minha língua com dois de meus dedos e volto a lamber seu clitóris.
- Oh João assim... Tão perto.
Sua boceta começa a contrair em torno dos meus dedos confirmando o
que acaba de me dizer. Eu fecho os meus lábios em seu brotinho e aumento a
intensidade dos movimentos de meus dedos enquanto sugo seu grelinho. Lívia
então goza se debatendo puxando meus cabelos mas eu não dou trégua e
permaneço com o ataque e ela vem de novo gritando meu nome.
- Joaaao.
Eu ergo minha cabeça exibindo um sorriso pretensioso no rosto enquanto
se recupera. Lívia abre os olhos e realmente parece sob o efeito de um
alucinógeno. Ela levanta da cama tentando parecer firme e eu fico de pé, ela me
puxa para um beijo sentindo o seu gosto em minha boca e se deliciando com
aquilo. Ela interrompe o beijo e me olha nos olhos.
- Deite-se no meio da cama. - Ah cacete é agora que meu pau entra na
festa, se toda vez que tiver de me redimir for assim eu vou ficar feliz pra cacete.
Eu deito na cama e vejo Lívia sair do closet com o que parece ser duas echarpes.
-Ponha suas mãos próximo a cabeceira.
- Madame eu vou aceitar a brincadeira mas vou frisar novamente que
minha bunda não entra nela.
Lívia amarra cada um dos meus pulsos na cabeceira, em seguida me
surpreende dando um tapa na minha cara, não machucou só deixou uma leve
ardência. Ela segura meu queixo aproximando nossos rostos.
- Hoje sou eu quem comando delegado.
Eu aceno com a cabeça e Lívia se senta sobre o meu pau sem introduzi-
lo o pressionando entre sua boceta e minha pélvis. Com movimentos pra frente e
pra trás ela nos masturba encharcando meu pau com sua lubrificação seus olhos
não saem dos meus enquanto massageia os seios cheios que tanto amo.
- Me deixa chupar eles.
Lívia sorri e nega com a cabeça interrompendo o que fazia. Ela fica de pé
na cama apenas para virar de costas pra mim e voltando a sentar pondo uma
perna em cada lado do meu corpo. Ah porra... ela vai cavalgar de costas. Eu me
remexo desconfortável louco pra me livrar dessas amarras e dar um bons tapas
na sua bunda gostosa. Com uma de suas mãos ela guia meu pau até sua entrada e
abaixa lentamente alargando seu canal me acomodando todo dentro dela, assim
que se sente confortável ela empina a bunda me dado a visão do seu cuzinho
rosado então começa a cavalgar na minha pica.
Puta que pariu que visão! A xota melada engolindo meu pau com
vontade, os seus gemidos me deixam louco. Lívia me dá uma surra de boceta e
eu estou quase enlouquecendo porque ela está contraindo seu canal o que indica
que vai gozar novamente.
- Caralho Lívia que bocetinha gostosa assim eu gozo.
- Não! Só quando eu deixar.
A safada diz mas não para de apertar meu pau me deixando louco com
as bolas explodindo de tanta porra.
- Ai João vou gozar tão gostoso. Aaahhh!
Lívia goza e desaba.
- Lívia... Lívia... LÍVIA!
- Oiiii... - Ela diz ofegante ainda.
- Me solta vai, me deixa terminar o serviço...
- Eu vou te soltar mas vai ter que se aliviar sozinho.
- Que porra é essa? Tá maluca meu pau tá aqui pulsando pela sua boceta.
- Lívia solta uma das minhas mãos depois a outra e corre em direção ao banheiro
mais eu sou mais rápido. - Tá pensando que vai me deixar assim Madame? Essa
é uma vingança muito cruel. - Eu jogo as coisas da sua cômoda no chão e a
ponho sentada ali eu seguro seus cabelos próximo a nuca mantendo seu rosto
próximo ao meu. - Está com algum desconforto por causa da gravidez?
- Não...
- Era só o que precisava ouvir. - eu beijo sua boca então me afundo em
sua boceta e começo a socar gostoso naquele canal apertado. - Essa boceta é
minha Lívia só minha.
- É só sua, eu sou só sua... Me fode gostoso João...
Eu já estava prestes a gozar minhas bolas doíam mas queria que ela
gozasse novamente, então girei o quadril achando o pontinho certo que a deixava
vendo estrelas quando o encontrei passei a golpear ali com mais intensidade e
velocidade. Lívia tremeu gemeu e gozou e eu fui acompanhando ela em um gozo
que me tirou do eixo fazendo um arrepio percorrer meu corpo me deixando de
pernas bambas. Lívia estava quase desmaiada em meu colo. Eu segurei suas
coxas e ela entrelaçou as pernas em meu quadril enquanto suas mãos foram para
meu pescoço. A carreguei ainda conectados um ao outro a sentei na bancada da
pia me retirando de dentro daquela delícia, indo abrir a torneira da banheira.
- Vem vou te dar um banho e depois você vai comer alguma coisa para
repor o almoço que o Joãozinho botou pra fora. Eu tenho certeza que ele não
suporta essa comida de coelho.
- Cala a boca! Meu filho não vai comer carne quase crua.
- Veremos Madame...
CAPÍTULO XXXII
João Paulo D’Ávila
O dia do aniversário de Letícia havia chegado, e a semanas que se
passaram foram tensas. Nós descobrimos uma ação de contrabando próximo a
Vila toda investigação era sigilosa, pois ao que indicava havia peixe grande
envolvido.
Lívia reclamava dizendo que quase não parava em casa e só nos víamos
mesmo ao fim de semana, a impressa estava nos cercando pois "vazou" a notícia
de que Lívia estava grávida e se casaria. Fotos nossas na entrada do restaurante
no dia que conheci seu pai estampavam vários sites.
Meu sogro era gente boa, quis saber tudo sobre mim, descobrimos em
comum o gosto por futebol e ele viria hoje ao aniversário da neta com quem era
muito carinhoso. Pelo que parece a madrasta de Lívia não contou que havia
levado uma surra, disse que escorregou no banheiro, e para minha surpresa ele
acreditou.
Angélica não estava no almoço e a cara que meu sogro fez quando
descobriu que ela foi almoçar com Michel o pai do "Mat" foi hilária.
- É sogrão ou fode ou sai de cima, se marcar bobeira outro chega junto.
Lívia se engasgou com o comentário que eu fiz em voz alta sem me dá
conta. Francesco me olhou surpreso.
- Imagina João só estou surpreso, Angélica não é de sair acompanhada.
- Não era né amor? Porque agora é Michel pra lá Michel pra cá. Eu dou
maior força Angélica ainda é um mulherão.
Francesco engole à seco dando um risinho sem graça e Lívia me olha
sem entender.
- Fico feliz por ela. Espero que tenha tanta sorte quanto eu.
Eu não me segurei e gargalhei o cara era maior corno manso que já havia
visto. Lívia me repreende com o olhar.
- Espero que ela não tenha tanta sorte...
Hoje eu veria meu sogro de novo e de quebra Michel e o Matias, sem
contar na presença dos meus pais. Falando neles nós contamos a Kátia que sem
querer Lívia revelou aos meus pais a existência de Kauã. Kátia desculpou Lívia
dizendo que ela não tinha culpa de nada e que eu era o culpado.
- Me perdoa Kátia juro que não fiz por mal.
- Tudo bem Lívia mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer, claro que
preferia que fosse quando Kauã já fosse maior de idade... Além do mais cê não
tem culpa desse trêm ser um burro empacado e não ter te alertado.
- EPA! A madame dá com a língua nos dentes e o culpado sou eu?
- É você sim JP, se você tivesse dito a ela sobre a situação do Kauã seu
pai não teria batido aqui em casa.
- E pra piorar ainda me levou no restaurante da ex.
Kátia me olha com os olhos arregalados.
- Mentira que cê foi capaz de levar ela pro restaurante do pai da Claudia.
Tu tem titica na cabeça JP?
- Oooo! Podem parando as duas, isso é o quê? Um complô contra mim?
O problema era que hoje finalmente meus pais conheceriam Kauã e tanto
Lívia, quanto Kátia e eu estávamos preocupados com isso.
- Cara você deve ter titica na cabeça. - eu me viro olhando para Theo -
Como você faz uma festa na piscina pra criança? Não vê que era tudo que elas
queriam?
- Elas quem?
Antônio pergunta e Theo bufa. Eu também não entendo a conclusão de
Theo uma vez que quem insistiu em fazer a festa com piscinas foi Letícia. Lívia
comprou várias piscinas infláveis de vários tamanhos e formas, algumas com
tobogã dentro e boias. As piscinas eram infantis mas ainda assim Lívia contratou
cinco salva vidas que Natascha fez questão de escolher.
Lívia era uma mãe maravilhosa e atenciosa além de ser generosa, uma
semana antes fomos à ONG e ela levou um biquíni e sunga para cada criança em
forma de convite para festa da nossa filha. Já na festa pediu para recepcionista
do buffet distribuir um kit para cada criança com boias de braço e protetor solar
além de toalha.
- Elas as mulheres... - Theo responde a pergunta de Antônio me tirando
de minhas divagações -Não sabe como é mulher? Não quer ser vista como um
pedaço de carne mas qualquer coisa é motivo pra mostrar mais do que deveria.
- Cara deixa de ser babaca machista. Tu tá puto só porque a pequena
sereia está desfilando de biquíni e o Dr. Thiago está babando.
- É mesmo fodão? Conta pra ele JP quem selecionou os salva-vidas.
Antônio olha para cada um dos homens contratados que parecem ter
saído de uma boate de strippers, apesar de estarem de bermuda e camiseta. Ele
trinca os dentes fazendo Théo gargalhar.
- Vocês estão com as bolas presas deixando as mulheres de vocês
fazerem o que querem. A gente está bebendo cerveja em latinha de refrigerante
isso é o cúmulo, Deus me livre de uma merda dessa.
- Teu cú! Hoje mesmo Lívia queria que eu vestisse uma bermuda de
melancia para combinar com a roupa dela e de Letícia.
- E você não aceitou? - Antônio pergunta surpreso.
- Caralho velho, pensa tão pouco de mim assim? Eu sou um delegado, vê
se eu vou fazer uma palhaçada dessa de vestir bermuda de melancia pra andar
combinandinho.
- Humm... eu não veria problema é só uma roupa. - Antônio dá de
ombros.
- Cara a Natascha te adestrou legal. - Theo diz e Antônio revira os olhos.
- E tu JP um cara quase casado vai deixar tua mulher desfilar por aí de
biquíni?
- Claro que não. Lívia vai usar um short e um top nada de biquínis.
- Acho que esqueceu de avisar isso à ela.
Eu levo meus olhos até onde Lívia está e quase cuspo toda a cerveja na
cabeça de uma criança que corria. Lívia estava de joelhos na grama enquanto
banhava Letícia no chuveiro atraindo o olhar de tudo que era macho. Ela só pode
ter enlouquecido, ela se ergue e eu vejo melhor o tamanho do biquíni, aquilo era
um fio dental? Eu ando rápido em sua direção e puxo a toalha de uma das
crianças que passa.
- Ei! Tio essa é minha toalha.
- O tio depois te dá outra.
Eu ando apressado e assim que chego perto de Lívia cubro sua bunda
com a toalha.
- João! Tá maluco? Tá todo mundo olhando.
- E você ainda diz? Isso é uma festa de criança Lívia e você está
desfilando por aí assim com esse fio dental. Cadê seu short?
- Eu não coloquei, você não colocou o seu eu não coloquei o meu. E
outra o biquíni não é fio dental você está exagerando.
Eu olho pra cara dissimulada de Lívia, essa safada acaba de me
chantagear na maior cara de pau.
- Está me dizendo que só está assim porque eu não coloquei aquela
bermuda?
- Não, estou dizendo que já que você não pode abrir uma exceção pra me
agradar eu também não posso fazer o mesmo. Eu não estava afim de usar short
mas como você pediu eu iria usá-lo. Para você sempre sou eu que tenho que
ceder, eu resolvi hoje não fazer sua vontade.
- Então quer dizer que se eu vestir a droga da bermuda você põe o seu
short.
- Sim meu amor tudo por você.
Eu rosno e entro em casa trocando a droga da bermuda. Theo tem razão
eu virei um bunda mole mesmo. Assim que volto para festa vejo Lívia já com o
short conversando com Kátia, eu vou em direção à Theo e Antônio que estão
segurando o riso.
- Nem uma palavra - eu rosno e Theo gargalha.
- Pode rir Theo mas hoje a noite eu e Antônio estaremos sendo
recompensados e você vai ter que se contentar em vê sua ruivinha desfilando de
biquini com Thiago do lado. - Theo fecha a cara e Antônio sorri.
Eu volto os olhos para a festa e vejo meus pais chegando. Cacete! Não
acredito que eles trouxeram esse filho da puta e o babaca ainda veio
acompanhado.
CAPÍTULO XXXIII
Lívia Lazzari

- Ah Liv vocês estão tão fofos combinando. - Val diz e eu concordo.
- Liv eu te amo mas sério ver o João Paulo com essa bermuda me mata.
Tá hilário! Como você conseguiu convencer ele? Antônio não se importaria
muito em usar mas o João... Tadinho do Delegato...
- Não foi nada demais, eu só decidi que se ele não iria usar o short dele
eu também não iria usar o meu...
Tascha gargalha com minha resposta.
- Você é a melhor, quando eu crescer quero ser como você.
Natascha adora ver o circo pegar.
- Lívia!
Eu nem preciso me virar pra vê que João está puto pra cacete! E as duas
amigas da onça saem de fininho.
- Oi amor está lindo com a bermuda.
João exprime uma total falta de humor ele está realmente com raiva.
- Você convidou o Caio? Droga! Esqueci de avisar.
- É... Sua mãe me ligou ontem perguntando se teria problema convidar
seu primo e... Ah João era sua mãe o que queria que eu dissesse?
- Que não, ou me perguntasse antes. Agora ele está aqui e de quebra
trouxe Carlos e a sua irmã, o filho da puta fez isso só pra me irritar.
- Quem é Carlos?
- O irmão da Claudia o seu fã número 1.
Eu respiro fundo tentando conter a raiva, o que deu na cabeça desse povo
trazer a ex do filho pro aniversário da filha dele com a atual mulher.
- Bom... Em minha defesa se você não tivesse me levado aquele
restaurante o Carlos nem a sua irmãzinha estariam aqui, outra coisa são seus
convidados, se vire. E se eu souber que a musa fitness andou se esgueirando pro
seu lado você vai ficar sem o seu presente de lua de mel.
- Presente? Que presente?
Eu me aproximo beijando de leve seus lábios sentindo um leve gosto de
cerveja, deve ser coisa da minha cabeça.
- Pense em algo que você vive me pedindo e eu sempre disse que seria
só do meu marido...
- Porra! Se for o que eu tô pensando começa com c termina com u...
- Céu! - A voz de Theo meio alterada soa atrás de mim - Essa é antiga
JP.
Eu me viro e vejo um Theo um pouco alto, mas onde ele conseguiu
bebida?
- Você bebeu? Espera aí me dá essa latinha aqui.
Theo levanta a latinha onde não alcanço e eu fulmino João com os olhos.
- João! Não acredito que vocês batizaram o refrigerante.
- Cacete Theo! Me dá essa latinha aqui nada de cerveja pra você.
- Nem pra ele e nem pra ninguém. Deixa Tascha saber que Antônio está
bebendo escondido, não que eu vá contar, mas ela pode...
Os dois começam a gargalhar e eu os encaro sem entender.
- Madame, foi Natascha quem deu a ideia disse que fez isso no batizado
e no aniversário de um ano da Letícia.
Eu bufo pois é bem a cara dela mesmo.
- Tinha que ser. Mas vem vamos lá falar com SEUS convidados. Só
vamos pegar Lelê ela está com minha mãe e Kauã. Ai caramba é hoje que eles
vão conhecer ele, por isso Kátia não quis vir.
- Katia virá mas só mais tarde.
Assim que chegamos até os pais de João foi impossível não notar como
ambos estavam em choque com a semelhança de Kauã com José Victor. Eu só o
conhecia por foto mas os genes dos D'Avilas era algo predominante, prova disso
era Letícia a cópia do pai.
Eu me compadeci de Eugênia olhando para seu neto, era como se visse
seu próprio filho. Ela carrega nas mãos dois presentes mas sem desviar os olhos
do menino ela entrega os dois nas mãos de Caio.
- Meu Deus Victor... Ele é a cara de Zé Victor...
Eugênia está visivelmente abalada e emocionada.Sem se segurar ela
abraça o neto e começa a chorar.
- Mãe... Fique calma por favor sua pressão pode baixar.
- É meu neto JP... - ela olha pra Letícia sorrindo e chorando ao mesmo
tempo - São meus netos. - Ela se afasta segurando o rosto de Kauã com as duas
mãos e beija sua testa. - A vó promete ser a melhor do mundo pra vocês.
- Papai? Tá tite? - Lelê pergunta em sua inocência.
- Não princesinha ela está muito feliz.
Eu olho para João Victor D'Ávila o homem articulado, desinibido
arrogante que neste momento está lutando contra suas emoções. Eugênia se
ergue e olha pra Letícia.
- Filha porque você não dá aquele beijão na vovó para ela melhorar - eu
digo e Letícia bate palminhas.
Eugênia abre os braços e Letícia vai até ela e beija seu rosto.Geralmente
Letícia fica tímida mas hoje está tão solta com seu aniversário.
- Será que o seu vovô ganha um beijo também.
- Meu vovô? - ela pergunta procurando meu pai.
-Filha você tem duas vovós e dois vovôs. A vovó Angélica e a vovó
Eugênia, o vovô Francesco e o vovô João Victor. - eu digo apontando para meu
sogro que só agora percebi ter a mesma mancha castanha nos olho esquerdo.
- E o Kaã? - Nós sorrimos porque ela ainda não sabe chamar o nome do
primo corretamente.
- O Kauã é seu primo. E aí o vovô João Victor vai ganhar um beijo?
João Vitor não tira os olhos da neta.
- Não precisa obrigar a menina...
Antes que ele pudesse terminar Lelê estendeu os braços e mesmo
travado ele pegou a neta no colo que dá um beijo no avô.
- Oto? Oto bezo vovô?
- O vovô adoraria.
E ela dá outro beijo estalado no avô.
- Kauã? Esse é João Victor seu avô meu pai e pai de seu pai. Kauã se
aproxima estendendo a mão e João Victor ao pegar sua mão o puxa para um
abraço ainda com Letícia no colo.
- Como pôde escondê-los de nós?
A voz de meu sogro ao questionar João sai embargada.
- Pai aqui não é o momento depois conversamos.
- Isso filho, seu pai e eu decidimos voltar a passar um tempo na fazenda
para ficarmos mais próximos de nossos netos. Amanhã mesmo faremos um
almoço e você leve Kauã, Letícia, Lívia e seus sogros. Devemos nos conhecer
melhor até o casamento que já é daqui à um mês. Precisamos retirar a má
impressão que ficaram de nós.
João me olha esperando alguma objeção e eu apenas concordo com a
cabeça.
- Tudo bem, é só marcar a hora.
- João?! - Uma voz animada soa atrás de João e ele faz imediatamente
uma carranca e ao se virar para responder eu vejo a silhueta de um homem lindo
aparecer. Deus do céu que eu tô noiva mas não tô cega.
- Cacete cara quanto tempo, já faz quase um ano... - o homem dá um
abraço em João que retribui não tão empolgado, assim que noto que ele está
acompanhado de Caio e da musa fitness eu entendo o porquê do mau humor do
Grosseirão... É ele o meu fã o irmão da Claudia. Nossa mãe confesso que agora
estou com o ego levemente inflado.
- Lívia!- João fala um pouco mais alto me despertando das minhas
divagações.
- O-Oi...
João me fuzila com os olhos
- A Claudia e o Caio você já conhece - os dois dão um sorrisinho mais
falso que nota de três reais e eu retribuo com o meu melhor sorriso afinal as
pessoas só dão o que tem. - Esse é Carlos irmão de Claudia e um colega meu. A
inspeção pelo meu corpo não passa despercebida por ninguém.
- Nossa! Então é mesmo verdade... Lívia Lazzari... Prazer Carlos Telles.
- Carlos segura minha mão plantando um beijo casto nela. - Vendo você ao
natural eu me atrevo a dizer que é ainda mais linda. - eu não preciso olhar meu
rosto pra saber que estou vermelha.
- Obrigada Carlos, você é muito gentil.
- É Carlos você é muito gentil mas para evitar possíveis idas ao
dentista respeite os limites. - Carlos gargalha.
- Olha Lívia se antes eu era seu fã agora eu sou muito mais, você
deixou JP arriado. E olha que minha irmã tentou bastante fazer o mesmo. Mas eu
o entendo, ôoo se entendo.
O resto da festa foi tranquila tirando o fato de João não me deixar chegar
a cinco metros de distância de Carlos, Tudo ia bem até Theo e Val resolverem
animar as coisas...
CAPÍTULO BÔNUS
Val Steves

Eu estava magoada, irritada essa era a verdade, feliz por Lívia ter se
acertado com João, a história deles é a mais louca história de amor que já vi, mas
era linda. Primeiro o amor incondicional de uma mãe, seguido de uma paixão
louca que se transforma em amor e gera mais um fruto...
Amor... Eu sempre cri muito nele, meus avós maternos foram casados por
62 anos, meu avô tinha 20 e minha vó 18 quando casaram-se e era nítido o amor
deles. Meus avós apesar de escoceses moravam aqui no Brasil desde a sua
infância e se conheceram em uma espécie de comunidade escocesa criada pelos
pais do meu avô. Minha avó disse que ela tinha 14 e ele 16 quando se
conheceram e foi amor à primeira vista, um amor tão forte que após três dias do
falecimento de meu avô minha avó faleceu também.
Eles tiveram uma boa vida o único erro deles foi minha mãe, minha vó
teve umas complicações após dar a luz à minha mãe a fazendo ser filha única,
sendo o único fruto desse imenso amor foi mimada demais e se tornou o que é
hoje ambiciosa demais. Casou-se com meu pai por interesse um homem trinta
anos mais velho que a amou loucamente até o fim de sua vida, senhor Glauco
Steves o melhor pai que a vida poderia me dá.
Amar loucamente estava em meu DNA então ao mesmo tempo que cria
no amor eu o temia pois sabia que se amasse seria uma vez só. Eu já havia me
apaixonado uma vez... Beto Dalcin, o jurado do Corte e Costura e famoso
modelo Internacional brasileiro que acumula quase sete milhões de seguidores
em seu Instagram. Eu idiota no auge dos meu dezenove aninhos acreditei que
tinha se apaixonado por mim e que só estava com casado com a esposa pelo
filho. Burra! Em pensar que quase me entreguei a ele...
Já haviam se passado quatro anos desde então e eu me mantive bem
ficando com uns carinhas aqui e ali mas só até conhecer Theo Santorini. O
homem que vem me tirando a sanidade e está nesse momento sorrindo demais
para uma mulher linda, alta, sarada, de cabelos longos.
Theo era um cretino tanto quanto Beto só que com Theo é diferente...
Ele é uma droga para meu corpo que está em crise de abstinência e eu em fase de
desintoxicação. Mas vê-lo flertar tão abertamente me faz ficar com raiva dele e
de mim mesma. Dele por ser tão galinha e de mim por me sentir tão mexida com
o fato, apesar de não poder reclamar uma vez que estou acompanhada de
Thiago.
- É Valzinha como dizia minha vó: Pimenta nos olhos dos outros é
refresco mas nos nossos arde...
João diz e eu o olho de esguelha.
- Não sei do que está falando...
- Theo é um filho da puta, acha que todas as mulheres não prestam
porque as que deveriam amá-lo não o fizeram, mas eu nunca vi beber por
mulher, nem ir atrás de nenhuma em um evento de cidade grande, ciúmes então
nem se fala... Eu não sei o que houve entre vocês dois mas tomara que você
tenha certeza que é isso que quer porque conhecendo meu amigo logo vai ter
alguém pra consolá-lo e acredite se cú de bêbado não tem dono, pau menos
ainda... - João de repente olha de olhos arregalados e anda apressado até pegar
Letícia no colo como se ela estivesse correndo risco de vida - Princesinha o que
o papai já falou? Nada de beijar meninos...
Eu seguro a vontade de ri porque o menino deve ter uns quatro anos e a
Letícia está fazendo dois e ela apenas beijou o rosto do coleguinha.
- É migo Lelê. - Letícia justifica a demonstração de carinho
- O papai sabe, mas como o papai ensinou nada de abraço e nem de beijo,
é só...
- Dá mão - Lelê completa com sua voz infantil.
- Isso mesmo.
Eu observo como João é com Lívia e Letícia e me pergunto será que isso
tudo estaria acontecendo se ambos não tivessem se dado esta chance. Sou
desperta pela risada alta da mulher que conversa com um Theo levemente alto e
resolvo ir até lá.
- Oi! Desculpa interromper mas João pediu pra você pegar umas duas
caixas na dispensa ele está ocupado com Lelê e... - Theo fecha a cara assim que
me vê... Opa! Tem alguém realmente chateado.
- Daqui a 15 minutos vou lá.
- É agora Theo por favor...
Ele fecha levemente os olhos desconfiado procura por Thiago e o vê
conversando com os filhos dos caseiros de Lívia.
- Tudo bem, me espera aqui gata já volto...
Gata! Theo é o homem mais safado e sem vergonha do mundo, chama
todas as mulheres do mundo de gata para não trocar o nome ou esquecer. Pelo
menos eu tenho um apelido só meu... Grande coisa né Val um apelido só seu...
Nós vamos até a casa principal e quando entramos na cozinha eu pego a
chave da dispensa que fica pendurada do lado de fora. Assim que entramos eu
tranco a porta enquanto Theo está tentando achar as caixas uma vez que a
dispensa é quase do tamanho de um quarto. Eu desamarro meu biquíni abaixo o
short levando com ele a parte de baixo, Théo se vira e quando seus olhos batem
em mim ele solta um grunhido.
- Pelo visto andou sentindo falta de um homem de verdade...- ele diz já
passando a camisa por cima da cabeça revelando mais das tatuagens que tanto
amo, o corpo definido é um show a parte.
Sem nenhum pudor Theo retira o short junto com a sunga fazendo o pau
rígido saltar livre. - Porra Ruivinha daqui eu consigo ver o brilho dessa
bocetinha melada. - Era verdade eu estava a mais de um mês sem sexo e Theo
ocupava todos os meus desejos. Eu pulo sentando encima de um dos armários
louca pra ser devorada por ele - Antes eu preciso saber de uma coisa.
- Agora Theo? Vem aqui vem. - eu abro as pernas acariciando de leve
minha boceta fazendo- o engolir a seco. Theo se aproxima e eu separo ainda
mais as pernas para o acomodar entre elas, ele leva seu pau até minha entrada o
melando com meu suco e em seguida o leva de maneira torturante até meu
clitóris dando batidinhas nele... - Ai Theo que delícia... - nós dois
acompanhamos os movimentos vidrados.
- Me responda Ruivinha... Eu sou o único não sou? - eu suspiro porque
sei do que se trata - Diz pra mim que aquele doutorzinho não tocou em você... -
Theo levanta a cabeça e nossos olhos se chocam ele me puxa para um beijo que
leva tudo de mim me deixando mais louca ainda, eu noto o álcool presente em
seu hálito de forma suave mas que parece deixar o beijo mais gostoso, assim que
interrompe gruda sua testa na minha. - Fala Valquiria...
Eu suspiro porque ele nunca me chamou se quer de Val e ouvir meu
nome sendo pronunciado por ele faz algo dentro de mim se retorcer.
- Não... Ele nunca me tocou... Sempre foi você Theo... Thiago é só um
ami...
Sem me esperar terminar a frase Theo soca tudo de uma vez me fazendo
ver estrelas. Theo trava o corpo fechando os olhos jogando levemente a cabeça
pra trás parecendo em busca de controle. Ainda de olhos fechados ele diz...
- Isso vai ser duro, forte e rápido eu não vou durar muito mas vou te fazer
gozar muito.
Theo abre mais minhas pernas e gira o quadril quando me vê suspirar ele
começa a me foder como louco acertando o mesmo ponto.
- Porra Ruivinha que saudade dessa boceta apertada.
- Ah Theo assim, me come gostoso...
Theo me comia como um animal, ora chupava meus seios, ora me beijava
ora sussurrava coisas obscenas em meu ouvido. Eu não aguentei e gozei muito.
- AAAAHHHH merda de piroca gostosa.
Theo dá um sorriso ordinário antes de gozar dentro de mim, me
enchendo completamente.
- Ah isso caralho! Toma minha porra!
Nós dois sorrimos saciados e nos beijamos de novo ele se retira de mim e
eu estou escorrendo.
- Droga! Estou toda suja...
Theo olha em volta e pega essas toalhas descartáveis de pia ainda na
embalagem.
- Toma é o que temos pra hoje.
Nós nos limpamos e assim que abrimos a porta demos de cara com João,
Lívia, a mulher que Theo conversava e um homem lindo que nunca havia visto
na vida.
- Foi bom saber que fizeram as pazes mas vão ter que limpar a bagunça.
Eu fiquei mais vermelha que já era, enquanto Theo exibia um sorrisinho
safado no rosto, eu mereço...
CAPÍTULO XXXIV
Lívia Lazzari

- Eles estavam transando na minha dispensa? - eu digo realmente
chocada com Val porque ela era a mais tranquila de nós três.
- Estavam Madame e não sei porque o espanto já batizamos essa casa
inteira. - eu dou um pisão no pé de João totalmente sem graça por estarmos na
frente dos irmãos fitness.
- Aaauuu! - eu olho pra ele com raiva o pisão foi pela indiscrição e pelo
fato de está de papo com a "Clau" na cozinha distante de toda festa.
- Mas então João você não me respondeu o que veio fazer aqui com a
"Clau". - eu falo ironicamente pois foi assim que ele a estava chamando quando
cheguei.
- Não foi nada amor ela só veio me perguntar por Theo já que segundo a
Val eu havia pedido para pegar umas caixas na dispensa. Como já vimos a única
caixa que ele veio pegar foi a...
- Tá bom, tá bom já entendi. Vamos já, já vamos cortar o bolo.
- Lívia pode ficar tranquila que eu vou saber respeitar o seu espaço, João
e eu nos conhecemos à um bom tempo e a nossa amizade continua.
- Ah sim claro! Eu entendo... Eu também tenho um amigo, bom nós já
tivemos uma amizade colorida como a de vocês mas hoje ele é meu obstetra e
enteado da minha mãe. Acredita? Não vejo problema nenhum vocês serem
amigos, João também não vê em Mat ser meu amigo não é mesmo amor?
- Eu?! Até parece que você vai ficar de intimidade com o Doutorzinho.
- Tá vendo "Clau"... Acho que sua amizade com JP vai ficar um
pouquinho de lado. Não que eu seja ciumenta é claro, mas eu sou a favor dos
direitos iguais se ele pode eu posso se eu não posso ele não pode. Sabe como é
né, o que é combinado não sai caro.
Ouço a gargalhada do muso fitness e sorrio também.
- Caralho JP ela é boa... Muito boa, te colocou na linha direitinho. Olha
Lívia se eu já era seu fã antes acho que agora virei número um.
- Fã número um... Fã de cú é rola Carlos... - Carlos gargalha mais ainda
- Falando no Mat, ele acabou de chegar com seu pai. - Digo apontando
pra porta da cozinha onde enxergamos toda a festa. - Vou cumprimentá-los. - Eu
ando em direção a saída e João me segura pela cintura.
- Sem tanta sede ao pote Madame... -João rosna em meu ouvido -
Vamos os dois cumprimentá-los.
Nós fomos até onde Matias e Michel estavam e os cumprimentamos
minha mãe estava linda em um maiô preto e uma saída de praia longa com
estampa étnica. Até que enfim ela deu uma chance a si própria de recomeço. A
conversa graças a Deus fluiu normalmente e não teria porque não ser Matias era
extremamente educado e respeitava meu espaço.
Nós estávamos conversando quando de longe avistei meu pai
chegando, claro que sozinho, a Soraia não seria louca de aparecer aqui
principalmente depois da surra que levou. Assim que Sr. Francesco notou a mão
de Michel na cintura da minha mãe fechou a cara.
- Boa tarde!
- Boa tarde pai! - eu respondo o abraçando. - Só faltava o senhor,
quero lhe apresentar duas pessoas. Esse é Matias amigo da família e meu
obstetra e Michel o Hematologista da Letícia e namorado da mamãe.
- N-Namorado?
- Isso mesmo pai, mamãe e Michel estão namorando não é ótimo.
- S-Sim, claro, claro... Prazer Michel, prazer Matias. Boa tarde
Angélica. - Minha mãe sorri discretamente em resposta.
- Prazer Francesco. - Michel diz de forma educada e polida enquanto
Matias apenas aperta sua mão com um aceno de cabeça.
- E onde está minha neta? - meu pai pergunta mas os olhos estão
cravados nas mãos de Michel na cintura de minha mãe que rí de algo que ele diz
em seu ouvido. Eu e João passamos os olhos e Lelê está com Tascha e Antônio
brincando com um menino por volta dos 4 anos.
- Está ali pai. - Tudo acontece muito rápido o menino dá um beijinho
em Lelê e quando ele vai abraçá-la ela o empurra e parece brigar com ele, o
menino corre desapontado. Natascha por sua expressão parece tão espantada
como eu, Lelê sempre foi muito carinhosa. Letícia se vira na nossa direção e faz
um joinha com o dedinho pro pai que sorri pra ela encantado. - João! Não estou
acreditando no que eu acabei de ver. - Eu faço um sinal para que Lelê venha até
mim enquanto caminho até ela, e ela vem correndo pulando em meu colo. - Filha
o que foi aquilo? Não pode empurrar o coleguinha agora ele está triste.
- Mas ele ia abaçá.
- Não tem problema abraçar os amigos.
- Nem bezá?
- Nem beijar no rosto. Amigos gostam de carinho. Agora olha quem
chegou aqui. - Giro meu corpo com Lelê ainda no colo e aponto para papai.
- Vovô!
Letícia salta do meu colo e corre para meu pai que a recebe em um
abraço apertado enquanto João vem até mim, pela minha cara ele sabe que não
gostei do que vi.
- Você acha certo incitar sua filha à violência João? - João faz sua maior
cara de eu não tenho culpa se ela entendeu errado.
- Opa! Eu não pedi pra ela bater em ninguém, apenas disse pra não
deixar nenhum garoto abraçar e beijá-la.
- João! Letícia tem dois anos, dois anos. Ela é inocente não vê maldade
em nada, pelo amor de Deus. De hoje em diante toda vez que for ensinar algo a
Letícia fale comigo primeiro.
- Lívia não sei se você se recorda mas Letícia é minha filha também.
- Por isso mesmo! Decisões sobre o que proibir e como proibir devem
ser feitas em conjunto. Para de ser um bruto João conforme-se que um dia sua
filha irá namorar e casar.
- Eu aceito isso mas só depois dos 35. - ele diz enlaçando minha
cintura e roçando a barba em meu pescoço...
- Eu concordo, Letícia terá muito que namorar, viajar, badalar antes de
se casar. - ele rosna e eu sorrio
- Porra Madame você sabe mesmo cortar o clima.
O restante da festa foi tranquilo, Letícia se desculpou com o
coleguinha. Kátia apareceu pouco antes do bolo ser cortado, ignorou
completamente meus sogros e eu gostei de vê-la em um papo bastante animado
com Matias. Carlos agora parecia me olhar estranho não havia mais aquele
brilho de encantamento nos olhos e eu levemente desconfio que meu noivo
aprontou algo. A maioria dos convidados já haviam ido embora na verdade só
quem permaneceu foi meu pai Michel e Matias que dormirão por aqui. João
gentilmente cedeu sua casa na chácara para Matias e seu pai dormir lá. Mas
Michel ao que parece dormirá com mamãe em seu quarto enquanto Matias fica
no quarto que era de Natascha já que toda vez que vem pra cá ela dorme na casa
de Antônio, já meu pai ficará na suíte principal.
- Pai você ficará na suíte principal. Mãe, e Matias e Michel?
- Mat já está dormindo e Michel está me aguardando...
Só estamos nós quatro na casa principal, eu meus pais e João, Lelê apagou
assim que a colocamos no berço.
- Ele vai dormir com você? No seu quarto? Na sua cama?
- Sim. Algum problema Francesco?
- Ora Angélica se dê ao respeito! Aqui é a casa da sua filha e sua neta,
vocês nem são casados.
- Olha quem fala o homem casado que se envolveu com a franguinha
que sempre morreu de inveja da sua própria filha. Me poupe Francesco!
João em toda sua cara de pau estava sentado no sofá com os pés na
mesa de centro e assistia a tudo enquanto comia um pedaço de bolo da festa
-Pai... Essa casa também é da mamãe ela pode trazer pra dormir aqui em
seu quarto ou qualquer outro quarto quem ela quiser.
- Você concorda com isso Lívia? Eu nunca trouxe Soraia à nenhum
evento onde vocês estavam em respeito à vocês. Mas já que viraram essa página
não há motivo para mantê-la excluída.
- Pai eu amo o senhor, mas a Soraia nunca se aproximará de Letícia e
nunca frequentará minha casa.
- Lívia minha filha, Soraia é minha esposa você é uma mulher de 32
anos precisa parar com esse ciúme bobo.
- Ciúmes? Sua filha não tem ciúmes. Francesco você se tornou um
velho patético que não enxerga um palmo diante do nariz. Você nem sabe porque
sua mulher chegou arrebentada daquele banheiro do restaurante no dia em que
encontrou com Lívia. Você simplesmente acreditou que ela caiu.
- Do que sua mãe está falando Lívia?
-Mãe... Por favor... - eu peço aflita por que não quero uma briga agora e
já tive meu momento com Soraia.
- LÍVIA FRANCESCA. - pronto ferrou de vez meu pai só me chamava
assim quando eu o irritava muito. - Do que sua mãe está falando?
- Obrigada mãe! – eu bufo
- Conte tudo de uma vez Lívia seu pai está gozando de plena saúde.
- Lívia... - meu pai rosna.
- Foi eu! Eu quem bati em Soraia.
- Você enlouqueceu? Ainda pouco reprimiu Letícia por empurrar um
colega e agora me diz isso.
- Pai ela teve culpa! Ela achou que eu vomitei de propósito no sapato
dela e depois...
- Nada justifica uma agressão.
- Ah é? Ela chamou minha filha de bastarda! - os olhos do meu pai
arregalam - Disse que esperava que Letícia morresse antes de achar um doador
compatível.
- E-Ela não seria capaz...
- Não? - minha mãe gargalha - Então quer dizer que a nossa filha, a
menina que criamos inventaria uma história dessas envolvendo a nossa neta, e
agrediria Soraia assim sem motivo nenhum. Francamente Francesco. - meu pai
se senta no sofá chocado.
- Por que ela diria algo tão cruel, Letícia é só um bebê...
- Porque ela tem inveja de Lívia desde que perdeu o Miss Brasil, ela se
infiltrou na sua agência para achar um modo de prejudicá-la, seduziu o velho
babão que caiu direitinho. Depois de ter conseguido destruir a nossa família ela
destruiu o quase casamento de nossa filha. - eu olho pra minha mãe porque não
queria contar nada ao meu pai sobre aquilo.
- Mãe já deu... Por favor!
- O que ela fez Lívia? - meu pai pergunta em um fio de voz.
- Lívia pegou sua linda esposa chupando o noivo dela em seu jardim na
sua festa de 50 anos. Foi por isso que o casamento foi cancelado. - meu pai
levanta do sofá transtornado
- Impossível! Lívia teria me contado! Não teria filha?
- Pai... O Senhor tinha acabado de sofrer um infarto.
- Não justifica Lívia! Eu deveria saber o que ela havia feito.
- Ah Francesco pelo amor né! Pior cego é o que não quer ver. Sua
galhada se nota há um quilômetro.
João faz um barulho estranho com a boca e vejo que está tentando
segurar o riso. Ele levanta as duas mãos em rendição e eu reviro os olhos.
- Você acha que sou bobo Angélica? Acha que não sei das traições de
Soraia? Eu mesmo já a traí várias vezes, Soraia é só um troféu com quem
desfilo. Eu só estou estarrecido com o fato de Lívia ter me escondido o que foi
feito à ela. Você não sabe como me arrependi de tudo depois que descobri quem
ela era.
- Pai...
- Não filha eu quem devo pedir desculpas... Joguei na vida das pessoas
que mais amo uma mulher inescrupulosa e mal amada. Santo Dio! Ela acabou
com o seu casamento e... - ele se senta e eu sento ao seu lado
- Pai não foi ela quem acabou e sim Henrique, era ele quem me devia
respeito. - meu pai está visivelmente abalado -Escuta eu deveria agradecê-la sem
ela eu não teria, Lelê e nem estaria esperando o Joãozinho, além de ter
conhecido o homem da minha vida. Eu pensei que pelo menos o seu amor ela
tinha e agora que sei que não tem, eu só posso ter pena dela.
- O importante é que criamos muito bem nossa filha e ela é essa mulher
forte e inteligente que conseguiu passar por cada obstáculo sem prejudicar
ninguém.
- Sua mãe tem razão Lívia, você é uma mulher maravilhosa e me
orgulho muito de você. É a pessoa que mais amo na vida e é por isso que me
sinto um fracasso como pai nesse momento.
- Pai eu te amo, minha admiração nunca se alterou...
- Venha Francesco vou fazer um chá pra se acalmar. - meu pai se
levanta e acompanha minha mãe até a cozinha. João se senta do meu lado sua
mão aperta minha coxa.
- É sério que você se chama Francesca? - eu gargalho alto com sua
pergunta ridícula.
- É sério que de tudo que foi dito você se apegou a isso. - João me puxa
para seu colo.
- Bom eu não perdi nada do "Casos de Família " versão live. Mas a
parte que mais gostei foi saber que sou o homem da sua vida.
- Você é João Paulo D'Ávila. Você é...
CAPÍTULO XXXV
Lívia Lazzari

Eu estou nervosa, nervosa não, estou nervosíssima. Enfim chegou o dia
do meu casamento com o homem dos meus sonhos, o homem que me deu as
pessoas que mais amo nesse mundo. A vida tem caminhos misteriosos em pensar
em todo percurso que foi feito até chegar aqui nesse momento, meu coração dá
um salto.
João está longe de ser o homem mais perfeito do mundo mas para mim
ele com certeza é. Apesar daquele jeito dele bruto sem papas na língua, ele é
sincero autêntico, carinhoso, gostoso... Em resumo maravilhoso! O que eu mais
admiro nele é como ele luta para defender aqueles a quem ele ama. A prova
disso foi no almoço no dia seguinte ao aniversário de Lelê, na casa de seus pais.
Eu achei linda a forma como ele Kauã defenderam a Kátia que claro por conta
do meu sogro havia sido excluída. Primeiro Kauã se recusou a ir dizendo que
não iria a lugar nenhum aonde a mãe dele não fosse bem-vinda.
Kátia visando que o filho tivesse um bom relacionamento com os avós
convenceu a ir. Tudo ia bem até meu sogro soltar um de seus comentários
preconceituosos.
- Kauã eu quero que saiba que mesmo você tendo sido fruto de uma
relação que eu não aprovava, você será sempre muito bem-vindo à essa casa.
Inclusive se quiser se mudar para cá eu e sua avó o receberíamos de braços
abertos, eu entendo que a sua mãe devido às suas condições não conseguiu lhe
dar tudo o que você merece. Você não precisa se contentar com pouco meu filho
agora você é um D'Avila, um dos sobrenomes mais importantes de Minas Gerais
até mesmo do Brasil.
- Minha mãe e meu tio sempre me deram tudo que eu precisei eu nunca
senti falta de nada nem de coisas materiais nem de carinho e atenção. Eu tenho
muito orgulho da minha mãe principalmente por não usar o fato de eu ser
D’Ávila para pedir nada ao senhor. Eu não preciso de muito, tendo eles eu tenho
tudo.
Assim que meus olhos pousam em João eu vejo todo orgulho de um pai
sobre o filho. Naquele momento eu tenho certeza que meu noivo sentiu que tinha
cumprido seu papel com seu irmão uma vez que o seu filho crescia em sabedoria
e humildade.
- É João parece que você e Kátia fizeram o papel direitinho tornando o
Kauã conformado com pouco, ensinaram até a desvalorizar seu sobrenome. Eu
nunca entendi essa mania de vocês de se misturarem com pessoas que não estão
no mesmo nível que o nosso. Pelo menos você acertou na escolha da esposa.
Antes que João pudesse tomar a palavra e responder ao pai Kauã foi
pronto em questionar o avô.
- Eu não entendi o que o senhor quis dizer. Porque minha mãe estaria
no nível diferente do nosso?
- Na sociedade Kauã existe uma pirâmide e essa pirâmide precisa que
quem esteja em baixo permaneça em baixo para manter de pé o que estão acima
deles, é assim desde que o mundo é mundo e inverter os papéis causaria o caos.
- Partindo desse princípio pai o Kauã não estaria aqui conosco e hoje o
senhor não teria em quem rever o seu filho tão amado. Eu imaginei que com o
tempo o senhor amadurecesse e aprendesse que a gente não leva nada desse
mundo. Eu pensei que a morte do Zé Vitor tivesse te ensinado isso, porque se eu
pudesse eu daria toda a fortuna dos D'Ávila só para ter ele aqui nesse momento
compartilhando comigo alegria de está iniciando a minha família. Vê-lo mimar
os sobrinhos e fazer piadinhas sobre o fato de estar me amarrando a alguém. E
principalmente queria que ele estivesse aqui para ver o tipo de homem que o
filho dele está se transformando e sinceramente eu não poderia sentir mais
orgulho de Kauã como eu sinto agora.
Em resumo o que era para ser um almoço de confraternização acabou se
tornando um almoço totalmente constrangedor era a segunda vez que eu passava
um tempo com meu sogro e sinceramente lamentei pelo fato da minha filha ter
que conviver com uma pessoa tão egocêntrica, preconceituosa e presunçosa
quanto João Vitor D'Ávila.
É claro que hoje meus sogros estão presentes e peço que por um milagre
meu não tão amado sogrinho se comporte e não procure provocar Kátia que é
uma das madrinhas junto com Matias. Os dois andam se entendendo muito bem
e eu faço muito gosto dessa nova amizade. No todo são três casais de padrinhos
Theo e Val, Antônio e Natascha e como já falado Kátia e Matias. João quase
deixou Natasha de fora do apadrinhamento de nosso casamento uma vez que
descobriu que o ingresso que ela vendeu para o evento beneficente em que João
descobriu toda verdade foi doado por mim para que ela e Antônio fossem juntos.
Parece que ainda posso ouvir a discussão dos dois.
- É muita cara de pau sua ainda ser nossa madrinha. Isso é porque ela
torcia pela gente Lívia...
- EPA! Eu não fiz nada demais eu ainda dei um desconto. E foi bem
feito quem mandou ficar podre de bêbado e levar Jú pra casa.
- Eu não levei ninguém foi ela quem me levou. E isso não justifica você
ter se aproveitado de um momento de desespero meu pra me extorquir.
- Olha aqui o delegado o ingresso era meu e portanto eu podia fazer com
ele o que eu quisesse.
- É pena que não quis ajudar sua amiga.
Se existisse uma versão masculina de João com certeza seria Natascha é
claro que ambos queriam que eu tomasse algum partido mas como forma de
apaziguar e me manter neutra apliquei um golpe baixo usei Lelê e o Joãozinho.
- Escuta aqui os dois, você é madrinha de Letícia e você o pai, é assim
que querem manter um ambiente saudável pra ela cheio de brigas. Eu estou
enjoada, minhas costas doem e os hormônios então nem se fala, e ainda assim
querem me ver tomar partido de uma briga idiota por algo que passou há mais de
um mês.
- Desculpa amiga não fica assim já passou né delegado?
- É amor não se estressa pode prejudicar vocês dois.
No fim eles se entenderam e agora devem está no altar enquanto estou
louca de ansiedade pra vê minha princesa de daminha. Olhando me no espelho
eu fico admirando minha silhueta no vestindo lindo que Kátia desenhou.
Mesmo com 18 semanas minha barriga mal aparece. João até questionou
a Mat se isso era normal uma vez que segundo ele Kátia ficou como um
hipopótamo, a comparação rendeu a ele uma sessão de tapas e xingamentos da
parte ofendida.
Estava distraída mas sai de minhas divagações logo que ouvi a porta
bater e o trinco se fechar. Eu não esperava aquela pessoa aqui não hoje...
Capitulo XXXVI
Lívia Lazzari

- Como entrou aqui?
Eu pergunto tentando entender como Henrique foi capaz de burlar a
segurança e entrar aqui na suíte principal aonde estou.
-Shiuu! Fique calma eu não vim aqui fazer nenhuma loucura nem te
convencer a nada. - Henrique está com olheiras e aparência cansada além de
realmente parecer ter perdido uma guerra. - Eu só queria encerrar de uma vez
por todas esse amor louco que eu senti por você e ainda sinto.
- Henrique...
- Por favor só me deixe terminar... - Eu afirmo com a cabeça -Lívia eu sei
que eu errei com a Soraia e acredite não tem um dia que eu não me arrependo,
mas eu não tenho dúvida de que a mulher que eu sempre amei foi você. Você não
sabe como é doloroso ver você vestida assim porque eu sempre imaginei que
seria eu quem estaria a esperando naquele altar.
- Henrique mas já se passaram anos. - Henrique sorri triste
- Você acha que daqui há 10 anos vai deixar de amar João?
- Não, mas também nunca me vi com outro homem que não fosse ele
depois que me apaixonei. Você entende isso? Quando a gente ama o outro é
suficiente não buscamos aventuras e fortes emoções, porque a maior emoção é
saber que assim como eu sou dele, ele é meu. Não foi amor... Talvez esteja
sofrendo por perder o sonho que tanto idealizou, a mulher perfeita, a família
perfeita...
- Eu só quero te desejar toda felicidade do mundo Lívia, João é um
homem de muita sorte em tê-la ao seu lado.
- A sortuda sou eu Henrique, João é o homem mais generoso e sincero
que conheço. Sabe não foi sorte ou destino quem nos uniu foi Deus.
- Lívia minha filha é a nossa vez... - meu pai para assim que vê Henrique.
- O que esse canalha está fazendo aqui?
- Pai! Henrique só veio aqui me desejar felicidades.
- Eu devia te dá uma surra moleque não pelo o que fez a mim e sim a
minha filha, você e a vigarista da Soraia são tudo farinha do mesmo saco.
- Bom Lívia já disse tudo o que queria, e me desculpe senhor Francesco
mas sua palavra pouco vale uma vez que fez o mesmo com Angélica.
Henrique saí e meu pai ameaça ir atrás dele.
- Pai deixa isso pra lá, já te expliquei que isso para mim me fez mais
bem do que mal. Cada um acabou colhendo para si aquilo que plantou. Hoje eu
estou prestes a casar com o homem da minha vida, e a Soraia acabou de sair de
um casamento que era a garantia de seu futuro com uma mão na frente e outra
atrás. - Sim meu pai armou direitinho para minha ex madrasta, no contrato de
casamento havia uma cláusula de fidelidade, foi fácil pra ele conseguir provas
com o tanto de mulheres que foram traídas com ela. - Vamos pai... Não vamos
deixar que um erro do passado apague o brilho do meu dia.
Meu pai me olha sorrindo concordando com o que digo. Em seguida me
faz dar uma voltinha com o vestido feito por Kátia e Val em estilo sereia.
- Sei la sposa più bella del mondo, ragazza mia.(1)
- E o senhor o coroa mais bonitão da festa.
- Mais do que Dr. Michel?
- Ele não chega nem aos seus pés.
Assim que saímos de casa eu me deparo com a decoração, simples e
elegante. Nosso casamento contava com apenas 60 convidados, e estava sendo
feito de maneira sigilosa, sem alarde da imprensa, apesar de ter uma dúzia de
famosos amigos meus. Meu coração parecia bater mais forte a cada passo dado.
Quando a música Ainda bem de Marisa Monte começou a tocar no violino meus
olhos imediatamente buscaram o meu noivo.
João estava lindo e eu sorri por vê-lo sem a gravata borboleta que Val
tentou fazer ele usar, disse que odiava gravata e que aquilo incomodava muito.
Era um Grosseirão mesmo... Meu Grosseirão...
Assim que meu pai me entregou a João pousei minha mão na sua e
ganhei um beijo na testa que simbolizava tanta coisa pra mim, meus olhos
marejaram instantaneamente. A cerimônia foi ministrada por um padre e não se
demorou muito, mas o grande momento foi a chegada da nossa princesinha
vestida de daminha carregando nossas aliança em uma cestinha.
Letícia está linda mas é impossível não rir de sua briga com a saia do
vestido durante o trajeto até nós. Quando Kátia disse que Val se empolgou no
volume da saia eu não tinha levado tanta fé. Assim que se aproxima seu pai se
ajoelha para pegar as alianças e ao invés de entregá-las Lelê o abraça e os dois
dão um selinho. O coro de AAAHHH foi música para os meus ouvidos e fez as
lágrimas virem sem que conseguisse contê-las. Eu amava tanto minha família!
- Coça papai!
Letícia diz assim que acaba de entregar as alianças, arrancando mais
risadas. Não nega de quem é filha! Minha mãe a chama para sentar com ela e
Lelê vai até onde está. A cerimônia termina comigo banhada em lágrimas e
assim que o padre nos libera eu sinto alguém puxar meu vestido e TENTAR
sussurrar.
- Mamãe, Lelê a Anna e mamãe a Elza, duas pincesas. Pincesas não
chola .
João a pega no colo e vamos rumo ao buffet. A festa ocorre na maior
normalidade exceto por João que decidiu partir o bolo fake.
- Só você mesmo pagar um dinheirão em buffet pra não ter um bolo de
verdade.
- João você destruiu o bolo tentando cortar um pedaço do bolo de isopor.
Teremos que arcar com o desfalque no material dela.
- A gente devia era processar ela por propaganda enganosa, isso sim...
Eu sorrio e João me puxa para um abraço apertado.
- Obrigado Madame por me deixar viver tudo isso. Eu agora me sinto
completo.
- Eu também Grosseirão eu também me sinto assim...
CAPÍTULO XXXVII
LÍVIA LAZZARI

Quatro meses depois...
Eu gostaria de dizer que nesses quatro meses de casamento eu vivi um
conto de fadas, mas não. A verdade é que João se tornou decepcionante. Faltava
apenas uma semana para completar nove meses de gestação, e não estou mais
em Santana dos Montes.
Tudo começou com João passando mais tempo no trabalho do que em
casa, às vezes chegava na chácara quase uma da manhã para sair no outro dia às
7 horas, cada vez mais a sua família foi deixada de lado até que ele sutilmente
me convidou a voltar para meu apartamento aqui em Belo Horizonte. Disse que
seria melhor por causa da Letícia e por causa do Joãozinho e me prometeu todos
os fins de semanas estar conosco. Como eu quase não o via durante a semana, eu
realmente achei melhor para Letícia que já estava numa fase avançada do
tratamento e por questões de logística acabava sendo mais fácil para mim voltar
ao apartamento.
Até o quarto fim de semana desde que voltei para BH, João chegava
sábado de manhã e voltava domingo a noite. E eu voltei a relaxar achando que
conseguiríamos manter nossa rotina. Mas a partir do quinto fim de semana João
passou a vir e ir embora no mesmo dia o que fazia nossas discussões
aumentarem.
- Qual o seu problema João cansou de brincar de casinha? A vida de pai
de família e homem casado não é mais tão atraente?
- Do que você está falando Lívia? Eu ligo todos os dias para saber como
vocês estão. E sempre que estou livre venho ficar com vocês.
- Nossa muito obrigada pelo seu esforço. Obrigada por encaixar um
tempinho pra sua família na sua vida corrida.
- Lívia não me ponha como o vilão da história, já disse que estou em um
caso complicado o maior que já trabalhei. Olha depois você vai entender, Lívia
eu não quero brigar, pense no Joãozinho.
- É o que eu mais faço João pensar nos nossos filhos. Letícia vive
perguntando quando você vem ansiosa pela sua chegada. Outro dia ouviu a mãe
de uma amiguinha a convidando para uma festa sabe o que ela me disse? Que
não podia porque era o dia que você vinha vê-la. Letícia tem 2 anos e meio e já
faz a agenda dela pra se encaixar em seu horário. Isso não é justo João! Se não
tinha certeza que era isso que queria pra sua vida, não devia ter ido tão longe.
- Eu pensei que me conhecia ao menos um pouco Lívia como pode achar
que colocaria vocês em segundo lugar.
João ligava todos os dias mas eu passei a me recusar a atender então
minha mãe passou a atendê-lo e deixava Letícia conversar com ele. As visitas
passaram a ser quinzenais e eu notei que apesar de estar com enormes olheiras
João estava cada vez mais forte fisicamente falando.
Toda vez que vinha me visitar eu só falava o básico sempre que ele
perguntava pelo filho eu lhe respondia sobre o bebê, esse passou o nosso único
assunto em comum. Eu passei a desconfiar que João estava com outra mulher,
João era um homem viril extremamente sexual, mas com as nossas discussões e
a distância que ele mantinha não havia mais clima para nos relacionar
intimamente. Meu peso estava controlado até eu voltar para BH, Matias havia
me alertado pelo aumento de peso. A verdade é que devido a ansiedade e
estresse eu andava comendo mais do que deveria, então acabei ficando inchada e
ganhando todo peso que eu não ganhei durante o período que fiquei em Santana
dos Montes. Provavelmente isso se tornaria um agravante para que João também
nunca mais houvesse me procurado, eu estava longe de está atraente. Eu posso
imaginar a lista extensa de turistas lindas que estavam dispostas a cuidar dele,
sem contar que ainda tinha Ju que com certeza ainda devia ficar rondando em
cima do meu homem como mosca de padaria. Eu bufo imaginando como eu
posso ser tão idiota e ter um dedo tão podre para escolher marido. Saio dos
meus devaneios com uma mensagem do número de João.
PRECISAMOS CONVERSAR VENHA ATÉ A CASA DOS MEUS
PAIS SEM LETÍCIA POR FAVOR. ESTAREI AGUARDANDO.
JOÃO.
Nossa, nem um iceberg seria tão frio, no mesmo momento meu coração
afundou e um nó se formou em minha garganta, os meus olhos imediatamente
ficam marejados. E se João fosse me pedir o divórcio? Não... Mesmo que ele
tenha essa intenção tenho certeza que esperaria pelo menos o nascimento de
Joãozinho e o transplante de Lelê. A ótima notícia é que através do exame
eletroforese de hemoglobina não foi dectada nenhuma célula falciforme em
nosso filho. Todos nós ficamos radiantes Letícia agora teria 90% de chances de
cura. Se no final de tudo minha filha saísse curada tudo teria sido válido, mesmo
que meu coração fosse miseravelmente machucado.
Eram 18:30 e começava a escurecer então fui tomar um bom banho
em seguida vesti um vestido longo coral e calcei sandálias sem salto. Maquiei-
me levemente e deixei meus cabelos soltos, passei o perfume que levava meu
nome e eu amava. Quando me olhei no espelho gostei do que vi, independente
de João está indeciso ou não do que queria para seu futuro eu ainda era Lívia
Lazzari. Eu me amava e mesmo grávida com 9 kg acima do peso com pés e
tornozelos inchados eu ainda devia a mim mesma amor e respeito próprio.
Saí deixando avisado a minha mãe que encontraria João na casa dos
pais dele, assim como eu ela estranhou o convite, convite não a intimação. Me
despedi de Letícia com um beijo mas sem dizer que encontraria com seu pai, se
o fizesse ela com certeza não sossegaria até levá-la. D Angélica reclamou
bastante não queria que eu dirigisse próximo a dar a luz, eu sabia que poderia
entrar em trabalho de parto a qualquer momento mas mesmo assim resolvi ir.
Eu passei pelo portão da mansão tranquilamente, assim que entrei na
sala estranhei não ser recebida por nenhum empregado.
- João?! Cheguei.
Eu ouvi a porta sendo trancada e quando me virei me surpreendi com
quem vi ali.
- Caio?
CAPÍTULO XXXVIII
João Paulo D’Ávila

Eu estava desesperado carregando o peso do mundo nas costas, vendo
minha família ser ameaçada e achando que minha prioridade não era eles.
Puta que pariu!
Eu estava há quase três meses nessa porra de investigação, quando
recebi uma foto de Letícia brincando com a mãe no quintal da chácara e as
seguintes palavras eu entrei em pânico.
ACONSELHO O DELEGADO À FAZER VISTA GROSSA EM SUA
INVESTIGAÇÃO OU PODE ACABAR DESENTERRANDO COISAS ALÉM
DAS QUE GOSTARIA, COMO OS CORPOS DE SUA ESPOSA E FILHA
POR EXEMPLO.
E foi por isso que me tornei um workaholic (1) eu precisava descobrir
quem era o desgraçado que teve a maldita ideia de fazer contrabando em minha
cidade e ameaçar minha família. Colocar o rabo entre as pernas era algo que eu
não faria, eu não negociaria com bandido fazer isso abriria precedentes pra que
as ameaças se tornassem rotineiras. Qualquer filho da puta precisava saber que
mexer com a família ou amigos de João Paulo D'Ávila seria sua sentença de
morte.
A maioria das pessoas costumavam ver o João cara tranquilo mas a
injustiça era algo que me tirava do eixo, eu já perdi Zé Victor por conta de um
bandido e não estava disposto a perder mais ninguém. Isso se já não tivesse
perdido... Lívia estava extremamente magoada comigo e eu dava total razão a
ela, eu estava perdendo o desenvolvimento de sua gestação apesar de ligar todos
os dias. Eu só queria acabar com aquela quadrilha pra me ver livre dessa
distância que impus visando protegê-los.
O caso se tornava cada vez mais complicado, parecia que eu nunca
conseguiria achar a ponta desse novelo, até que tudo passou a apontar para
alguém que eu me recusava a acreditar. Meu pai era um homem extremamente
preconceituoso, mas eu nunca o vi passar a perna em ninguém. Mesmo sendo
grosso com os empregados e os tratando como se fosse mais que eles, nunca
prejudicou ninguém em relação aos seus direitos trabalhistas. Ele mesmo dizia
que não gostava de ter rabo preso com ninguém.
Foi então que eu comecei a investigar até onde os negócios dos D'Ávila
estavam envolvidos, por que o esquema era grande, de contrabando à lavagem
de dinheiro.
Eu já mal dormia a adrenalina estava a mil, meu tempo livre era para
me afundar ainda mais na investigação e malhar para descontar a raiva que
ficava toda vez que ia ver minha mulher e filha e as via decepcionadas. Porra
aquilo me deixava louco. Meus pais, estavam na fazenda o que facilitou mais
meu acesso a documentos importantes. Pedi a meu pai que não contasse nada
sob meu súbito interesse em nossos negócios à Caio para não ficar
constrangedor, o senhor João Vitor estava tão feliz com a possibilidade de eu
assumir o negócio que prontamente atendeu meu pedido. Foi então que eu
finalmente comecei a desenrolar aquele novelo.
Eu estava no Santorini passei lá só pra falar com Théo e Antônio que
estavam me dando uma força. Fiquei sentado no balcão pouco prestando atenção
no que falavam e vendo as fotos que Angélica havia enviado e quando fiquei só,
vi pela lateral Julieta se aproximar. Eu já havia percebido que ela estava me
seguindo desde que sai da delegacia, provavelmente interessada em algo que não
poderia dá à ela ou a nenhuma outra mulher que não fosse a minha.
- Oi JP.
- Oi Julieta.
Foi muito rápido logo uma das amigas de Jú se sentiu mal e eu fui
socorre-la. Foi nesse momento que a desgraçada enviou uma mensagem para
Lívia, algo que só descobri pouco depois.
Eu sai do Santorini direto para delegacia, uma hora e meia depois Cleiton
um dos seguranças que contratei para ficar à paisana disse que Lívia havia saído
de casa, indo até a casa de meus pais em BH. Imediatamente o sinal de alerta
acendeu em minha mente, Caio descobriu que eu já havia entregado todas as
provas contra ele, na verdade estávamos apenas aguardando o mandato de
prisão.
Eu pego minha pick-up indo direto a Fazenda Grão D'Ouro, eu não falo
com ninguém apenas bato na porta do piloto pra que me leve até BH de
helicóptero. Meu pai percebeu a minha inquietação e veio ver do que se tratava.
- João Paulo que loucura é essa?
- Lívia está em perigo, Caio a pegou.
- Caio? João eu pensei que quando se tornasse pai de família parasse
um pouco com a bebida.
- Não estou bêbado cacete! Vamos, vamos!
Digo apressando o piloto.
- Eu vou com você.
Eu não tinha tempo a perder com discussões então simplesmente ignorei
a entrada do meu pai no helicóptero. Eu pedi para que o piloto pousasse em uma
praça de BH que ficava à uma pequena distância da casa que tinha um heliporto
mas que nos denunciaria caso fosse usado. Eu desci e fui correndo até onde
Cleiton e Saulo estavam.
- E aí alguma novidade?
Deus do céu que eles não tenham ouvido barulho de tiro.
- Nada a casa está silenciosa.
- Pai fique aqui eu vou entrar, tenho a chave de todos os portões.
Meu pai parecia atônito.
- Deve ser algum engano Caio não faria isso...
- Caio vem usando seus negócios para lavagem de dinheiro e corrupção
ativa pai, ele sabe que descobri e ameaçou minha família e agora está com minha
mulher.
Eu vou andando até a casa fazendo o mínimo de barulho em cada
fechadura ultrapassada. Eu entro pelo acesso da cozinha e ouço os dois
conversando.
- Sabe Lívia eu tenho que admitir João é um cara de sorte, com tantas
mulheres por aí engravidar acidentalmente Lívia Lazzari. O filho da puta nem
merece a sorte que tem, dono de um império e quis ser delegado, marido de uma
das mulheres mais lindas do país e a troca por trabalho. Talvez ele tenha sorte
mesmo pois se demostrasse interesse pelos negócios acabaria sendo morto como
Zé Vitor.
Eu respiro fundo ele não teria essa coragem.
- Você matou José Victor?
Lívia pergunta com a voz rouca
- Não o matei, apenas encomendei sua morte. Foi simples era só meter
uma bala na cabeça fingir ser um assalto e tudo certo.
- Meu Deus!
Lívia leva as mãos a boca tentando esconder o espanto. Eu entrei com a
arma em punho e vejo que Caio está muito próximo à Lívia, a mantendo com as
costas colada em seu corpo.
- Nem um passo ou eu estouro os miolos da Madame.
- Solte a Lívia Caio, por favor seu problema é comigo.
Caio gargalha.
- Meu problema sempre foi você João! O fato de ser um filho
reconhecido já não conta pontos a seu favor. Agora a mim só sobrou cuidar de
tudo sem reconhecimento, porque mesmo você sendo essa coisa patética, você
não é um bastardo e isso ainda conta pra aquele velho desgraçado.
Os olhos vermelhos as pupilas dilatadas, Caio estava elétrico o que
denunciava o consumo de alguma substância ilegal alucinógena.
- Do que está falando?
- Ele não te contou não foi? Eu sou filho dele, o maldito transou com a
cunhada.
Ouvimos um barulho na cozinha e foi muito rápido Lívia se soltou de
Caio e correu em minha direção.
- Nãoooo
Eu ouço o som do tiro e vejo a mancha de sangue no corpo de Lívia.
- Lívia! Lívia meu amor...
-Tsc, tsc foi tudo culpa dela, a madame não se comportou bem, agora
você sabe como me sinto.
Ainda abraçado a Lívia pego minha arma e antes de mira-lo ouço outro
tiro e vejo seu corpo dá um solavanco para trás Eu me virei na intenção de saber
de onde veio a bala e vejo meu pai empenhando uma arma. Logo a casa foi
tomada de seguranças.
- Chamem uma viatura, um médico ela está perdendo sangue. Lívia!
Não dorme meu amor, não dorme.
- Joãozinho... Salve Let...
E ela apagou...
- Madame! Porra Madame! Acorda!
CAPÍTULO XXXIX
Lívia Lazzari

Eu estava desesperado com Lívia em meus braços, ela era a mãe dos
meus filhos a mulher da minha vida, a ideia de ter que explicar a Letícia que sua
mãe havia nos deixado me deixou quase louco de tanta dor...
- Ela respira filho mas está perdendo muito sangue...
Apesar de está comprimindo o local por onde a bala atravessou ainda
assim não conseguia deter o sangue, ela precisava de atendimento urgente.
Assim que ouvi os sons da sirene eu corri com Lívia até a rua, dali em diante só
se passaram flashes em minha cabeça. Eu só rezava pedindo a Deus para que ela
saísse dessa, nós chegamos no hospital e Matias junto outros médicos já a
aguardavam. Meu pai o chamou quando dei acesso ao celular de Lívia.
Eu ainda não havia contado nada a D. Angélica apenas chamei
Natascha e Antônio apesar do rompimento dos dois, Antônio era o único que
podia me ajudar já que Theo tinha que ficar de olho em Val pra que não abusasse
e não soubesse de nada. Eu senti o clima pesado entre os dois mas foda-se...
Lívia precisava de alguém da família e eu também.
- O Matias! - Natascha quase gritou quando o viu vindo até nós.
Eu imediatamente me coloquei de pé tentando demonstrar uma calma
que não sentia.
- João, podemos conversar?
- Conversar o cacete Matias tudo que tiver de dizer quero que diga logo
e na nossa frente. Somos todos família aqui.
- Doutora... - Antônio tenta acalmar Natascha mas ela lança um olhar
mortal para ele.
- Tudo bem Matias eles podem ouvir.
- Vamos até um local mais reservado.
Nós andamos até entrarmos em outro corredor e Matias abriu a sala para
que entrássemos.
- Sentem-se por favor.
- Sem rodeios Doutor seja o mais direto possível e use termos que eu
entenda.
Matias bufa e fecha os olhos parecendo angustiado.
- João, Lívia perdeu bastante sangue o tiro foi no ombro esquerdo por
pouco não acertou a veia cava superior uma das mais importantes do nosso
corpo. Não foi necessário a retirada da bala uma vez que a mesma não se alojou.
Lívia está consciente mas deve se poupar pois terá que fazer uma cesárea de
emergência, o que vai resultar em mais perda de sangue.
- Você está me dizendo que Lívia pode não resistir?
- Lívia tem 50% de chances no parto. A única forma para as chances
dela aumentar em 99% seria se adiássemos o parto porém...
- Corta a merda fora Doutor, fala de uma vez.
Eu já estava a beira de uma crise quase quebrando a porra do hospital
inteiro.
- Se Lívia esperar o parto o bebê vem a óbito. O envio de oxigênio foi
comprometido.
- Você quer que eu decida entre meu filho e minha mulher? É isso?
Eu sento na cadeira totalmente sem chão, que merda de situação era
aquela que eu estava? Escolher entre a Madame e o Joãozinho...
- João... - Natascha pousa a mão em meu ombro- Há algo que Lívia
me pediu que registrasse assim que finalizou o primeiro trimestre de sua
gestação... - Natascha me entrega um papel registrado em cartório. - Como hoje
ela é casada esse papel não tem mais validade uma vez que sua assinatura
deveria está aí também, mas talvez te ajude em sua decisão.
Eu peguei o papel com as mãos trêmulas, os olhos embaçados com um
pouco de dificuldade eu li tudo que estava ali, com um aperto no peito absurdo e
a garganta queimando. Em resumo naquele papel Lívia deixava registrado sua
vontade de que se houvesse a necessidade de escolher entre a vida do bebê e a
própria era a do bebê que deveria ser preservada. Ali ela autorizava a coleta do
material do cordão umbilical para a operação de Letícia. E pedia que após o
nascimento do bebê o pai biológico João Paulo D'Ávila tivesse conhecimento
dos dois.
- Isso foi antes de vocês se encontrarem no jantar beneficente. E-Eu não
quero perder Lívia, João. Juro que não! Mas minha amiga jamais me perdoaria
se a sua vontade não fosse cumprida. Ela ama tanto Lelê foi por ela que fez tudo
que fez e sei que também ama Joãozinho. Ela não conseguiria entende? Saber
que esteve tão próxima da cura da filha e ter falhado.
- Mas ela não falhou... Fui eu quem falhei! Eu quem devia ter contado
a ela, eu tive medo dela se estressar e prejudicar a gravidez... Porra eu fui um
idiota minha mulher está morrendo e a culpa é minha.
- João... Se tem algum culpado nessa história toda é Caio e seu pai por
ter deixado as coisas chegarem a esse ponto. - Antonio diz tentando amenizar
minha culpa, mas porra eu estou enlouquecendo.
- Faça o que ela queria... Mas antes eu quero vê-la, e-eu preciso falar
com ela. Ela consegue me ouvir?
- Consegue... Mas talvez não o responda.
- Tudo bem...
Matias me levou até a sala do pré-operatório onde Lívia estava, o
baque que senti ao vê-la tão debilitada tirou o meu ar.
- Eu vou dar 5 minutos a vocês, mas Lívia por favor não tente dizer
uma palavra, sem esforço nenhum.
Ouço o som da porta se fechando e me aproximo da cama. Respiro
fundo pra que minha voz saía firme.
- Madame... - Lívia abre os olhos lentamente - E-Eu tenho que te pedir
perdão... Eu errei em não ter contado o real motivo do meu afastamento. - eu
segurei sua mão e ela apertou de leve - Eu estava investigando um caso de
contrabando e lavagem de dinheiro, eu sabia que havia gente grande no
esquema, foi quando eu recebi uma mensagem ameaçando vocês, era a porra de
uma foto sua com Letícia na chácara. Foi por isso que insisti pra que voltasse
para seu apartamento, por isso me ausentei, eu precisava chegar até o cabeça pra
que pudéssemos ter paz. Se eu cedesse a chantagem eu ficaria refém de novas
ameaças e coações. Madame eu te amo, você nunca deixou de estar aqui. - levo a
sua mão à meu peito e vejo uma lágrima rolar em cada um de seus olhos. - E é
por amar você que eu vou respeitar sua decisão mas eu tenho certeza que você
vai sair daquela sala e nós vamos criar nossos filhos juntos... Michel agendou o
transplante de Letícia pra daqui à um mês, e você vai está lá pra ver nossa
menininha curada. - ela acena com a cabeça concordando. - E-eu preciso te
confessar algo levou umas duas semanas após sua primeira partida de Santana
dos Montes para que eu abrisse o presente que me deu antes de partir. Porra
Madame uma camisa do Barça autografada pelo Messi, em pensar que eu quase
joguei fora. Mas o presente que eu mais gostei foi essa foto. - eu abro a minha
carteira com a mão trêmula, a foto onde Lívia corujava nossa menina, ainda que
seu rostinho não estivesse evidente eu me apaixonei. - Foi ali que descobri
mesmo sem saber da paternidade de Letícia que queria as duas pra mim. Eu te
amei Madame não por ser a mãe dos meus filhos, foi por você, só por você.
Eu me abaixei e selei nossos lábios, em seguida a porta foi aberta.
- João está na hora... Nesses casos geralmente nós não autorizamos a
permanência do acompanhante. Mas se me prometer se manter tranquilo poderá
acompanhar o parto. Lívia estará desacorda uma vez que não poderemos aplicar
a raqui ou a peridural, apenas a geral. Você quer assistir ainda assim? Caso as
coisas compliquem você terá de sair da sala sem protelar.
- Eu quero, eu quero está lá segurando a mão dela mesmo que ela não
tenha consciência. Está ouvindo Madame eu vou está ao seu lado e vou ser o
primeiro a segurar o Joãozinho.
- Vá com a enfermeira se higienizar e colocar a roupa adequada para que
possa entrar na sala.
Eu entrei na sala e imediatamente fiquei ao lado de Lívia ela ainda
estava consciente e apertou minha mão antes que colocassem uma espécie de
máscara em seu rosto eu pude a ouvir sussurrar "JOÃO EMANUEL". Eu lutei
com as forças dos meus sentimentos para não parecer um garotinho chorão,
aquele seria o nome de ni2sso filho. Ela batia na tecla dizendo que já tinha João
demais em nossa família e que Joãozinho era apenas um nome provisório, ela
amou o nome Emanuel que significava Deus é conosco, mas eu discordei do
nome logo de cara pois não gostava da sonoridade do nome. Mas hoje não
haveria nada que Lívia pedisse que eu não faria, em sua total generosidade ela
escolheu algo que agradasse aos dois e eu gostei como soou aos meus ouvidos,
eu beijei sua testa vendo-a ser tragada pelo sono.
Os médicos iniciaram os procedimentos e eu me mantive ao lado dela
segurando sua mão, para um leigo como eu tudo parecia correr bem.
- João, seu filho vai nascer, vem até aqui. Vocês já decidiram o nome?
- João Emanuel.
Matias puxava pela cabeça um bebê grande e forte. Ele o colocou de
cabeça pra baixo e deu uma palmada leve em seu bumbum, que fez o meu filho
chorar. Caralho! Eu estava com o coração acelerado e as mãos suando frio
aquele era o fruto do meu amor com Lívia, a vida que salvaria minha outra vida,
Letícia.
- Segure-o João eu preciso cortar o cordão. - Matias cortou o cordão e
o entregou a enfermeira que o colocou em um recipiente de metal. - João meus
parabéns! Seu filho é forte como um touro.
- E Lívia?
- Até agora nenhum agravante Lívia passou pelo parto muito bem.
Agora eu quero que acompanhe seu filho com a enfermeira nós vamos finalizar
com Lívia e a levaremos pro mesmo quarto que vocês.
Matias assim que saiu da sala de cirurgia me atualizou do estado de
Lívia.
- João o pior já passou Lívia já está consciente mas está em total
repouso e acabou dormindo. Daqui a pouco ela estará aqui no quarto com vocês.
- Obrigada Matias, eu nem sei como te agradecer.
- Faça Lívia feliz.
Matias logo em seguida deixou a sala.
- E aí papai pronto pra segurar o filhote?
Eu acenei com a cabeça e o segurei com um medo filho da puta de
deixá-lo cair. Porra ele era tão pequeno, mas João imediatamente segurou meu
dedo com força.
- Você é forte não é garotão? Forte como a mamãe... Sabe sua mãe
apesar de parecer uma madame é a mulher mais forte que conheço, é por isso
que ela lutou até o fim e conseguiu vencer pra que nossa família seguisse
completa.
Natascha e Antônio ficaram com Lívia e Joãozinho enquanto eu fui
para o apartamento tomar um banho trocar de roupa e ir até a delegacia. Eu
contei a Angélica tudo que aconteceu, eu pude sentir seu desespero mas se
acalmou ao saber que a filha já estava fora de perigo. Eu agradeci a Deus por
poder dá a notícia que tudo não passou de um enorme susto. Haja o que
houvesse eu nunca mais deixaria nada ficar entre mim e minha família, nem que
tivesse de abrir mão de minha carreira como delegado.

Lívia Lazzari
Segundo João eu dormi quase quarenta e oito horas seguidas, mas
quando acordei eu estava cercada das pessoas que amava, apesar do grande susto
que vivemos Deus nos agraciou. João Emanuel era o segundo bebê mais lindo
havia visto na vida, e sim também era a cara do pai com exceção dos cabelos que
eram negros como os meus. Letícia era um doce como irmã e até hoje nunca a vi
demonstrar ciúmes do irmão.
Assim que acabou o meu resguardo ocorreu o transplante de nossa
princesinha e Graças à Deus Letícia entrou para o número de pessoas curadas da
anemia falciforme. João e seu departamento foram homenageados pelo trabalho
concluído. Chegando a ganhar destaque na primeira página de um dos jornais
mais importantes do país. Após a morte de Caio foram presos os seus comparsas
e neles estavam inclusos Deco e Jú.
Agora estávamos em nossa chácara comemorando a promoção de João
e o sucesso do transplante de Leticia. Vejo meu esposo se aproximar
sorrateiramente.
- Tem algo que quero lhe dá.
- Uai mas você é quem deveria ser presenteado.
- Abre logo Lívia.
Eu abro o cilindro e tem um papel enrolado como um diploma. Eu leio
e não acredito no que tem ali.
- Exoneração?! Mas você acabou de receber um aumento e a
estabilidade de permanecer em Santana dos Montes até a hora que quiser?
- Lívia uma das coisas que me fizeram optar por essa carreira foi
descobrir quem era o assassino do meu irmão e isso já foi feito. Eu não sou um
covarde, mas se tratando da minha família eu prefiro ser cauteloso. E não pense
que não sei que depois do que aconteceu você tem ficado ansiosa toda vez que
vou a delegacia.
- Ah amor você é o Grosseirão mais fofo que eu conheço.
- Fofo é meu pau nesse rabetão. - ele diz me dando um tapa estalado na
bunda. - E não pense que esqueci da promessa que me fez antes de nos casarmos
e que até hoje não foi cumprida.
- Qual? -eu pergunto fingindo inocência.
- Prepare o lubrificante Madame... Eu quero meu presente.
Eu gargalho com a sua safadeza.
- Você é um tarado João...
- Só por você Madame...
EPÍLOGO
Lívia Lazzari

Três anos depois
- Eu já disse que não gosto do jeito como ele te olha Lívia. Você viu ele
abriu a porta do carro pra você?
João diz como se meu assistente tivesse apertado minha bunda em sua
frente e eu reviro os olhos.
- E o que tem demais ele abrir a porta do carro pra mim João? Danilo foi
apenas um cavalheiro.
- Cavalheiro... Cavalheiro de c...
- João! - eu intervenho antes que solte um palavrão na frente das crianças.
- Mamãe você e o papai estão brigando? - Letícia agora com seus cinco
anos está na fase de perguntar tudo.
- Mamãe e papai não biga é feio né mamãe?
- É sim Joãozinho muito feio brigar. Filha é que nos empolgamos e
acabamos falando alto demais. Sabe quando você ganha algo que queria muito e
acaba falando alto demais, então... Desculpa tá, agora volte a comer seu
macarrão.
Ela leva o garfo até a boca completamente suja de molho, mas para no
meio do caminho parecendo ter lembrando de algo.
- Igual ontem a noite?
- Ontem a noite? - João questiona e realmente não lembro de ter discutido
com João.
- É eu ouvi do meu quarto mamãe, você falou pro papai não parar que
tava muito bom.
João iniciou uma crise de tosse seguida de uma crise de risos e piscou pra
mim.
- É Madame quero ver você sair dessa. - sussurrou em meu ouvido, safado!
- A mamãe estava com os pés doendo filha e o papai fez uma massagem
pra passar. Lembra quando sua barriguinha ficou doendo e a mamãe fez
massagem? - ela acena com a caber- Então foi igual.
A resposta parecia ter colado pois Lelê voltou a comer o macarrão com
almôndegas que o pai fez, a comida preferida dos três. Eu dei língua para o João
que fechou a cara enfiando uma quantidade generosa de massa na boca.
Eu sei que deveria controlar meus sons mas como nenhuma empregada
dormia lá e minha mãe resolveu morar com Dr. Michel (isso mesmo ela não
voltou com papai), eu acabava gemendo horrores enquanto João me devorava.
- Humm... Eu não entendo essa porr... porcaria, você tem braço, mão,
tudo em seu devido lugar. Pra que aquele moleque tem que abrir a droga da porta
do carro? Frescura...
- João deixa o Danilo em paz, ele é um excelente assistente, meu braço
direito pra falar a verdade desde que Val passou a se dedicar apenas ao estilismo.
E outra coisinha ele tem 27 anos não é nenhum moleque, eu e ele não temos nem
dez anos de diferença de idade.
João para de beber seu suco de graviola e me olha como se pudesse
atirar dardos em mim com o olhar, enquanto seca os lábios com o guardanapo.
- E desde quando você se interessa pela diferença de idade entre vocês
dois?
- Não é que eu me interesse, eu só fiz uma análise lógica não é porque ele
é 12 anos mais novo que você que necessariamente se torna um moleque.
- Então não é ele que é novo demais, sou eu quem estou velho é isso
Lívia?
- Ah não, eu não vou entrar nessa com você. Você quer achar cabelo em
ovo e eu não vou aceitar isso, desconfiança nessa altura do campeonato.
- Não é desconfiança Lívia mas olha a roupa que você está! Você saiu
para um almoço e voltou quando já estávamos prestes a pôr a mesa do jantar.
Eu olho para minha roupa e não vejo nada demais, estou linda, sexy e
elegante com saia e blusa da minha grife. Até parece que iria dar confiança pra
João controlar o que eu visto.
- João o evento foi em uma cidade vizinha, o trajeto não é tão longo mas
também não é tão perto. Você acha mesmo que eu preferia está lá do que com
minha família? É meu trabalho poxa...
Encerramos o assunto e enquanto eu tirava a mesa e colocava a louça
suja na máquina de lavar, já que a empregada já havia ido embora. As crianças
foram escovar os dentes e assistir Zootopia pela trigésima vez. Eu cheguei na
sala e João estava com duas cabecinhas em cada uma de suas pernas enquanto as
acarinhava. A cena era a mais linda do mundo.
- Eu vou tomar um banho e já desço para subirmos com eles.
Eu tomei um banho não muito demorado, apesar da água morna está
maravilhosa e relaxante, mas as crianças logo dormiriam e eu queria deixá-las na
cama e dar um beijo em cada um. Ambos dividiam o mesmo quarto, nenhum dos
dois gostavam de dormir sozinhos, a decoração era neutra e funcionou super
bem.
Desci as escadas com meu hobby de seda bordô os cabelos presos em
um coque alto.
- Estão quase dormindo.
Disse quase em um sussurro enquanto João examinava meu hobby
imaginando o que tinha por baixo dele. Então desliguei a TV sobre murmúrios
de Lelê enquanto pegava Joãozinho no colo. Subimos com os dois e os
colocamos pra dormir. Porém Letícia insistiu pra que eu lesse uma história, João
deu um beijo nos dois e foi para nosso quarto.
Assim que os dois apagaram ao entrar no quarto notei que João assistia
não muito interessado ao jogo do Barcelona, obviamente algum reprise. Não
eentendia a graça naquilo mas enfim... João estava visivelmente fingindo não me
notar mas eu com certeza não deixaria por menos... Não mesmo...

João Paulo D’Ávila

Eu estava puto pra caralho, Lívia só podia ser cega ou se fazia...
Qualquer um via a maneira como aquele moleque a devorava. Theo e Antônio
me enchiam o saco por conta dessa merda. Antes que eles saíssem pro maldito
almoço eu resolvi deixar um recadinho implícito pra ele enquanto Lívia se
despedia das crianças.
Ele desceu do carro e ficou esperando para abrir a porta pra minha
mulher, eu sabia bem onde ele queria chegar com aquele "cavalheirismo" todo.
- E aí Camilo tudo certo?
- É Danilo, Sr. João. - ele sempre fazia questão de usar o senhor para me
atingir aquele bostinha. - Tudo ótimo e com o senhor?
- Eu ando meio preocupado com a violência sabe... Com a Sra. D'Ávila
principalmente.
- Lívia está em boas mãos pode confiar em mim.
Ele fala com sorrisinho cínico e eu estreito meus olhos com a vontade
imensa de bater com a cabeça dele incontáveis vezes contra o capô.
- Sei... Mas mesmo assim, talvez deva ser vício da minha antiga
profissão ser desconfiado. - eu digo levando a mão em seu ombro e apertando
moderadamente mas com precisão. - Não sei se Lívia te contou mas eu era
delegado e fui exonerado. - conforme eu apertava em seu ombro ele fazia uma
careta.
- E-Eu soube por alto.
- Pois é eles disseram que eu era muito violento, agora veja bem, tudo
isso porque matei meu meio irmão. Ele havia se engraçado pro lado de Lívia aí
você já pode imaginar.
- P-Posso...
O garoto começou a suar frio e eu comecei a aliviar o aperto em seu
ombro.
- Bom mas tenho certeza que você eu posso confiar não é mesmo?
- C-Claro Sr. João.
- Que ótimo Ramiro, ótimo.
Mesmo tendo deixado meu recado eu não havia gostado da demora de
Lívia, e ela percebeu que eu não queria conversa fiada. Pois ela vai ficar sem a
potência de João Paulo D'Ávila hoje.
Ela chegou do quarto das crianças me olhou de esguelha e parou
próximo à cômoda, ela pegou um pote de hidrante e então abriu o hobby
enquanto se sentava na poltrona. Ela massageava os pés, panturrilhas, as coxas e
eu sem perder um único detalhe, então ficou de pé e deixou o hobby cair de seu
corpo deixando-a totalmente nua.
Puta que pariu!
Ela queria me provocar e o volume na minha box mostrava que ela havia
conseguido. Porra eu transei com Lívia ontem a noite e hoje de manhã tivemos
uma rapidinha no banho e ainda assim eu estava louco pra me afundar nela de
novo. Lívia já havia passado no corpo todo e havia deixado apenas as costas para
que eu passasse como todos os dias.
- Você pode passar pra mim ou ainda está irritadinho?
- Eu passo...
Tentei dizer com indiferença mas minha voz saiu rouca demais pra tal
efeito. Eu não abri minhas pernas para que ela sentasse no meio como sempre
fazia, me sentei de lado com os dois pés pra fora da cama e ao invés de sentar na
minha frente Lívia sentou em meu colo bem encima de minha ereção...
- Assim é mais confortável ... - ela disse quase miando.
- Não é não, assim você fica muito próxima não consigo passar direito.
Lívia sutilmente rebolava me deixando louco. Sem pensar minhas mãos
abandonaram o frasco e enquanto uma procurou os seios a outra desceu pela
boceta lisinha e melada. Eu roço minha barba em sua nuca e a vejo se arrepiar
inteira.
- Huumm que delícia... Viu amor como mal você me toca e eu já fico
cheia de tesão... Louca pra ter esse pau gostoso em mim socando gostoso como
só você faz.
Lívia levanta um pouco o corpo e puxa meu pau de dentro da cueca e
começa a brincar com a cabeça uma hora na entrada outra no clitóris enquanto
geme gostoso. Ah que se foda! Se tratando dessa mulher eu sou um viciado e
não consigo ficar com as mãos, boca ou pau longe dela. Sem que espere eu
levanto com Lívia e retiro minha cueca.
- Se prepara Madame hoje eu vou deixar essa boceta inchada de tanto
foder.
Eu jogo Lívia de costas na cama e ela sorri excitada, gostosa pra caralho.
Eu estava com o pau quase estourando de tanto tesão a cabeça já babada com a
sua excitação e a minha. Eu começo a bater com a cabeça em seu clitóris
inchado e em seguida soco a rola toda de uma vez naquela boceta gostosa e
Lívia solta um lamento.
- Shiiuu Madame se controle ou vai acordar as crianças com esses
gemidos de puta bem fodida.
Eu dobrei as pernas de Lívia fazendo-a ficar em um frango assado
gostoso, a boceta jorrava gozo enquanto metia freneticamente e vendo o gozo
escorrer direto para seu cuzinho resolvi fode-lo também.
No início para Lívia foi incômodo, eu sabia que era grande e o cuzinho
de Lívia virgem, mas hoje ela já aguenta bem o tranco, e ela até pedia por aquilo.
Não fazemos sempre geralmente em momentos especiais, mas hoje ela não me
negaria eu tinha certeza.
- Esse cuzinho está meladinho Lívia cheio do seu gozo... Me implorando
pra comer gostoso. Você quer? Quer que eu coma esse cuzinho apertado?
- Hummm... Quero amor come meu cú...
Porra! Sem pensar duas vezes eu posicionei a cabeça na entrada daquele
buraquinho rosado e comecei a penetrar devagar centímetro por centímetro.
Caralho que aperto gostoso!
-Mais rápido amor...
- Porra Madame assim fica difícil controlar já foi mais da metade...
- Põe tudo João...
Lívia com o passar do tempo foi se tornando tão safada quanto eu, e isso
me deixava louco. Assim que coloquei tudo a safada começou a rebolar
deliciosamente. A visão era enlouquecedora a bocetinha gozada e cuzinho
devidamente preenchido.
- Se toca pra mim Madame.
Lívia começou a estimular o clitóris enquanto eu socava gostoso em
nosso delicioso sexo anal. É claro que as arremetidas eram mais moderadas do
que em sua boceta. Minha única intenção era dá prazer a nós dois. Eu senti o
cuzinho de Lívia começar a contrair e sem pensar duas vezes soquei dois dedos
em sua xota melada fazendo Lívia soltar um gemido alto, segundos depois ela
gozou gloriosamente e me levou junto.
- Ooooohh isso eu vou te afogar em tanta porra.
Assim que desmoronei ao lado de Lívia ouvimos a batidinha na porta.
- Mamãe agora vocês estão brigando?
Nós dois gargalhamos.
- Filha volta pro quarto que mamãe já vai lá. Acho que deveríamos deixar
esse quarto a prova de sons grosseirão.
- Você acha Madame? Eu tenho certeza!
FIM
AGRADECIMENTOS

Primeiro à Deus, segundo a minha família e amigos que me apoiaram


durante essa empreitada, e em terceiro e não menos importante às minhas
leitoras, minhas Vanáticas. Quero deixar um agradecimento especial a minha
administradora Jéssica, as amigas e leitoras Cass, Inês, Kelly, Joicy, Brenna e
Naiara. E um beijão as meninas da KF Assessoria, Grazy e Carla.
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Peccato Dolce: Livro I da Série Pecados Capitais


Filippo Leone é um homem ítalo-brasileiro de 36 anos. Filippo junto
com sua mãe e primo administram a Peccato Dolce uma rede de confeitarias
popular nas grandes capitais brasileiras e Itália. Esse homem intenso e
extremamente sexy tem um filho Nicolas de 6 anos com a sua "ex" noiva Isadora
Soares.
Aos 6 meses de gestação Isa sofre um acidente de carro onde fica em
coma mantida por aparelhos, mesmo em coma ela dá a luz a Nicolas que é a
alegria da casa.Passam-se 6 anos e Filippo mantém os aparelhos da mãe de seu
filho ligado na esperança que ela volte a consciência um dia. Contando com essa
volta ele não se prende a nenhum tipo de relacionamento, mesmo sempre sendo
assediado pela irmã gêmea da mãe de seu filho, Ivana.
Leone vive de noites de sexo casual sem nenhum apego por isso sempre
descartou Ivana a quem ele julga ser ótima para seu filho. Ele só não contava em
conhecer Nicole Romero (ou Nick para os íntimos) uma linda morena 14 anos
mais jovem que faz parte do estágio de sua empresa se tornando assistente de sua
secretária.
A brasileira com ascendência espanhola mexe totalmente com ele. Será
que ele vai resistir a tentação? Será que Nick conseguirá tirar o posto do seu
amor da juventude?
Venha se apaixonar por esse romance cheio de paixão, intrigas e sedução.

Próximos Lançamentos:

Próximos Lançamentos:
Luxúria : Livro II da Série Pecados Capitais
Sinopse:
Mikhail Volkov é o filho de Vladímir e Irina Volkov. Vladimir sempre foi
um homem rígido e religioso, criou os filhos gêmeos Ivan e Mikhail em um
ambiente austero e frio. Ao chegar do interior da Rússia com sua família se
escandaliza ao deparar-se com estilo de vida brasileiro. Vladimir resolve fundar
sua própria igreja a Congregação Filhos de Javé com a missão de resgatar almas
do pecado. Mikhail sempre foi avesso as crenças dos pais, acreditava na
existência de Deus e até mesmo fazia suas orações, mas não aceitava levar o
mesmo estilo de vida.
Já Ivan era o oposto de Mikhail, acreditava piamente que todas as doutrinas
impostas pelo pai o levaria a caminho da salvação. Mikhail aos 28 anos médico
formado leva um estilo de vida totalmente o oposto de sua família, o levando a
manter uma relação conflituosa com seu pai. Em uma discussão com Vladimir,
Mikhail resolve sair e extravasar sua tensão em seu local favorito, Dominus, um
clube de sexo na cidade vizinha onde Mikhail acaba alcoolizado.
Ivan ao receber um telefonema sobre o estado de seu irmão resolve ir
atrás de Mikhail e consegue resgatá-lo. No caminho de volta pra casa sofrem um
acidente onde Ivan morre e Mikhail adquiri uma lesão na perna o obrigando a
usar bengala. Ao sentir-se culpado pelo falecimento do irmão Mikhail muda
totalmente sua forma de vida se tornando tão rígido quanto Vladimir e
assumindo a esposa de seu irmão.
Dez anos se passam desde a morte de Ivan. Mikhail hoje é viuvo com 38
anos e assumirá o cargo de Pastor de sua igreja, mas para assumir esta posição
será obrigado a casar-se novamente.
E a escolhida era Hadassa uma jovem de apenas 20 anos, a filha mais nova
de Isaac e Helena Mendonça, o casal que era um dos membros mais antigos da
Congregação.
Hadassa era o oposto do que sua aparência frágil demonstrava, ela tinha
sede de vida. Hadassa não queria aquele casamento.

CÓLERA: Livro III da Série Pecados Capitais.
Leonardo Pontes sente a dor da traição de seu único amor, acreditando
nessa traição ele assume uma nova identidade sendo capaz de passar por cima de
tudo em busca de uma vingança...
Valentina Lima, um mulher acorrentada à uma chantagem, pagando por
um crime que não cometeu. Se vendo só na missão de criar o filho fruto de seu
único amor.
Será o sentimento de ira maior que o amor? O amor conseguirá superar
as consequências de uma vingança?

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