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estarem lá gloriosos também e todos podemos conviver eternamente na felicidade da

visão beatífica e na felicidade de todas as maravilhas que há no Céu.


E vamos agora renovar o nosso Credo, os princípios todos que são sólidos e
básicos para a nossa fé, vamos renová-los cantando o Credo com toda alma. Cantamo-
lo em latim, porque o cântico em português não traz as maravilhas da eternidade desta
fé, e o cântico em português é muito recente, ainda não adquiriu ainda raízes. E o latim
eu creio que vai ser uma língua mais ou menos universal na eternidade, se é que não
existe outra muito superior, inimaginável por nós.
Vamos ao cântico do Credo.

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SOLENIDADE DE PENTECOSTES

HOMILIA — 4/6/2006 — DOMINGO


AUDITÓRIO DA LUZ

At 2, 1-11 / Sl 103 (104) / 1 Cor 12, 3-7. 12-13 / Jo 20, 19-23

O Reino de Maria nascerá de uma nova e


mais forte Pentecostes
Pontos principais desta homilia:
*Deus é todo-poderoso, por isso o plano que foi rompido com o pecado
de Adão, Ele o restabeleceu de modo insuperável.
*Para a realização do Reino de Maria é necessário uma nova
Pentecostes.
*Na nova Pentecostes não só a virtude será restaurada, mas toda a face
da Terra será renovada.

[Introdução à Celebração]
Nós iríamos ter uma Missa abrindo o nosso retiro dos clérigos dos Arautos do
Evangelho, hoje à tarde. Mas como alguns não assistiram Missa e tinham que assistir,
então nós antecipamos esta abertura do nosso retiro, celebrando essa Missa agora.
Assim compartilhamos com todas as graças que vamos receber no retiro.
Hoje é festa da descida do Espírito Santo sobre Nossa Senhora e os Apóstolos, e
como nosso Bispo bem sublinhou, é uma das três festas mais importantes. É a festa
que dá à Igreja o caráter de maturidade. A Igreja estava nas mãos de Nossa Senhora,
porque Ela é Mãe da Igreja, enquanto um bebê. Ela tinha este bebê nas mãos e queria
deste bebê nada mais nada menos que fosse crescido, que fosse maduro e que pudesse
exercer todo o apostolado na face da terra, portanto, toda sua missão evangelizadora
que tem a Igreja.
E estando com esta Igreja nas mãos, no Cenáculo Ela pôde ver essa Igreja, num
instante, tornar-se madura. E foi no momento em que desceu o Espírito Santo em
línguas de fogo, descendo primeiro sobre Nossa Senhora, e d’Ela partir para todos os
Apóstolos e discípulos. Eram nada mais nada menos perto de duzentas pessoas — com
as santas mulheres — que foram tomadas pelo Espírito Santo com um sopro
extraordinário. Vamos pedir para participar dessas graças, e que Nossa Senhora, assim
como Ela intercedeu para que descesse o Espírito Santo, assim como Nosso Senhor
chegando ao Céu enviou o Espírito Santo, que Ele, Nosso Senhor, O envie sobre nós;
que Ela, Nossa Senhora, interceda por nós. E vamos agora pedir a Deus, a Nosso
Senhor, pelo Sangue Preciosíssimo de Nosso Senhor, que nossos pecados sejam todos
eles perdoados para bem iniciarmos essa celebração.
[Homilia]
Como nós somos humanos, como somos criaturas e vivemos a nossa vida
palpável, sensível, nós nos vemos, nos tocamos, nos sentimos, como nós, portanto,
temos uma vida muito mais material do que propriamente uma vida de espírito, nós
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cremos naquilo que vemos. São Tomé já explicava como isto é assim, porque ele, uma
vez tendo recebido a notícia de que Nosso Senhor tinha ressuscitado, ele diz: “Só creio
se eu tocar com as minhas mãos nas chagas d’Ele”. E nós somos assim, nós queremos
comprovar, e quando comprovamos aí acreditamos. Mas, uma vez comprovado não é
preciso acreditar, uma vez comprovado, se conclui e aí não é preciso mais a crença,
não é preciso mais a fé. Porque é justamente uma virtude que nos leva a crer naquilo
que nós não vemos, a crer naquilo que nós não apalpamos, a crer naquilo que é além
da nossa razão, além da nossa constatação.
E um dos pontos que nos é difícil tomar como hábito é de que Deus é todo-
poderoso. Deus é todo-poderoso! Quando eu inicio o meu Credo, digo: “Creio em
Deus Pai todo-poderoso”. Todo-poderoso. É todo-poderoso! Quando o moço rico
resolve ficar com a sua riqueza e não seguir Nosso Senhor, Nosso Senhor diz: “É mais
fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha”. E não é a agulha famosa que
existe lá pela região do Oriente Médio, uma passagem difícil, onde os camelos para
passar têm que tirar toda a carga e passar apertadinho e ainda mais com um aguilhão
de quem conduz o camelo para que ele passe mesmo no buraco da agulha — é
chamado “buraco da agulha”. E há gente que acredita que Nosso Senhor se referia aos
camelos passando pelo buraco da agulha. Não senhor, nada disso! É o camelo
passando pelo buraco de uma agulha, essa agulha de costurar, essa que a gente com
dificuldade fica olhando, depois dos cinqüenta anos, para acertar bem a linha ali
dentro. É esse buraco que o camelo tem dificuldade de passar, esse, esse, o buraquinho
da agulha onde passa apertadinho o fio que eu vou usar para costurar, esse é o buraco
que Nosso Senhor se refere quando fala do camelo.
São Pedro quando ouve isso aí; porque ele sabia perfeitamente que era agulha,
naquele tempo ele não estava pensando na agulha do Oriente Médio coisa nenhuma,
São Pedro diz: “Então é impossível, é impossível entrar no Reino dos Céus”. Nosso
Senhor diz: “O que para o homem é impossível, para Deus é possível”. Porque São
Pedro mesmo tinha dificuldade de crer na omnipotência divina. E nós devemos nos
colocar diante dessa perspectiva: Deus é Onipotente, Deus tem todo o poder! Para tirar
do nada o mundo inteiro? Víamos o que está no Gênesis, o que Ele foi criando no
primeiro dia, segundo dia, terceiro dia, quarto dia, quinto dia, sexto dia e no sétimo
descansa; é uma multidão de criaturas.
Aqui, nós vemos esse silêncio de hoje, nesta região, ninguém pode imaginar que
nós estamos a dez, doze minutos do boliço da cidade de São Paulo, estamos aqui
tranqüilos, o ar hoje está parado, parece um dia de Pentecostes, justamente um dia a
espera do sopro do Espírito Santo que movimenta todas as árvores. Tudo calmo, tudo
tranqüilo, tudo sereno, no meio dessa serenidade estão as formiguinhas aqui
preparando o inverno que vem. Então estão as formiguinhas pegando essas folhas,
aquelas outras folhas, um bichinho morto, aquele besouro, aquela mosca, levando tudo
para o formigueiro porque vai chegar o inverno. E nós olhamos tudo isso e tomamos
isso com toda naturalidade. E nós nos não damos conta que Deus sustenta no ser cada
um; cada um está sustentado no ser.
Nós estamos vivos, eu estou lhes falando, todos me vêem e todos estão com
vitalidade porque Deus sustenta cada um. Ele não sustenta só a nós, mas sustenta as
formiguinhas, os insetos, as árvores, os pedregulhos. Deus está constantemente
sustentando todos os seres. Mas nós assistimos, pelo que a Bíblia nos conta,
fenômenos impressionantes. Tudo pronto, tudo criado e Ele diz: “Bem, agora criemos
o homem”. Vai tirar do nada? Para criar o homem Ele resolve tirar do barro. Por que
razão? Os teólogos nos explicam depois. Faz um boneco de barro; imaginem a arte de
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Deus fazendo um boneco de barro. Se Michelangelo que é Michelangelo, que quando
fez Moisés não agüentou olhando para estátua e lhe deu uma martelada no joelho —
está lá a marca da martelada dele — e querendo que a estátua falasse: Parla, peché
non parla? Parla! E não aconteceu nada. A imagem [nem] olhou para ele... Não
conseguiu arrancar a fala da imagem.
Deus faz aquele boneco que Michelangelo, se visse, dobraria os joelhos e diria:
“Não há. Artista como Esse aqui não existe”. Está bem, Ele faz o boneco e depois
sopra na face dele; ele sai com alma, com inteligência, com vontade, com
sensibilidade, com corpo, com cérebro, com os pulmões, com coração, com os rins,
com as pernas, com os braços, sai andando e contentíssimo. E mais do que tudo isso,
esse boneco quando recebe o sopro, ali dentro se introduz não só a alma, mas uma
alma em graça. E com graça ele recebe ainda o dom da integridade. Pelo dom da
integridade ele nunca quererá o mal, a não ser que ele faça força contra esse dom. Ele
não vai morrer, porque ele tem o dom da imortalidade, não morre mais, ele passa dessa
vida para a outra. Ele tem o dom de ciência, ele conhece todas as coisas, tudo aquilo
que Deus criou, todas as razões pelas quais Deus criou, toda a explicação do mais
íntimo de todos os seres.
Ele, boneco, recebeu junto com sua alma e ele tinha o que nenhuma
universidade hoje dá. Nenhuma escola, nenhuma universidade, nenhum estudo,
nenhum livro, nada pode explicar tudo o que Adão conhecia pelo dom de ciência. Ele
recebeu esse dom de ciência infusa. Ele teve a ciência infusa. Portanto, todos os
conhecimentos que Deus utilizou para a criação de todo o universo, ele, Adão, recebeu
porque ele é o rei da criação. E para ser o rei da criação ele conhecia tudo. Quando ele
via uma formiga, ele mesmo sabia qual era o nome da formiga. Por que ele sabia?
Porque ele tinha dado o nome, ele que tinha nomeado todos os animais. Os animais se
enfileiraram e ele foi dando o nome a cada um: leão, tigre, avestruz, cada um. Por quê?
Porque tomava a cada animal e compreendia a essência de cada um e o nome que ele
dava a cada animal era correspondente àquilo que ele conhecia pela ciência infusa. De
modo que ele conhecia todo o universo criado. Era um conhecimento
impressionantíssimo que tinha sido dado a ele.
Isso tudo com um sopro. Com um sopro Ele incutiu neste boneco de barro todas
essas maravilhas. Por quê? Porque “Creio em Deus Pai todo-poderoso”. Todo-
poderoso! “Criador do Céu e da Terra”. Ele criou o Céu e a Terra. Para Ele tudo é
possível. E não é que aconteceu o desastre de nossos primeiros pais terem pecado,
porque Ele depois ainda criou Eva da sétima costela de Adão. Enviou um profundo
sono, tirou a costela e um pouco de carne e dali criou Eva. Não precisava, por que Ele
fez tudo isto? Por uma série de razões que não é o dia de explicar nesta festa, porque
senão nós estaremos considerando outra liturgia. O que eu quero reter na mente de
todos é esse poder absoluto que Deus tem. Para Deus nada é impossível! Ele é todo-
poderoso!
Ora, este plano que Ele tinha para a criação do homem foi rompido pelo pecado.
Rompido pelo pecado o homem perdeu a ciência infusa, o dom de integridade, o dom
de imortalidade; perdemos tudo. Perdeu o estado de graça. E a partir daí todo o gênero
humano nasce com a mancha do pecado original. Mas é o que dizia o senhor Bispo
aqui, vem a Encarnação e dela nós temos a Redenção. E nós temos um batismo de
sangue. O primeiro batismo é o batismo de água, é a água com a terra que se misturam,
formam um boneco de barro, desse boneco de barro nasce o gênero humano. Esse
gênero humano peca, mas é restaurado pelo Sangue Preciosíssimo de Nosso Senhor
Jesus Cristo.
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Temos, apesar da restauração, uma humanidade que vem entre Adão e Eva e
Nosso Senhor Jesus Cristo, e a humanidade que vem de Nosso Senhor Jesus Cristo a
nós, com exceções, nós temos uma humanidade terrivelmente pecadora que passa pelo
dilúvio, depois pela torre de Babel, depois, quantos pecados, quantos horrores! E nós
ficamos com esses milênios de História, desde a criação de Adão e Eva até os dias de
hoje, milênios e milênios de História nos quais a decadência humana vai se fazendo
sentir a cada passo. E, mais: se nós formos analisar a própria natureza humana, ela, por
castigo vai decaindo. Porque vemos no Antigo Testamento homens de uma força, de
uma resistência — para não ir longe, mas vamos longe já de uma vez, vamos ao
princípio —, vamos falar de Matusalém.
Ele tinha novecentos e tantos anos quando morreu, coitado. Já pensaram o que é
um homem durar novecentos e tantos anos? Assim vêm outros; esse tinha oitocentos e
não sei quanto; para nós fixarmos bem a idéia do que era, nós temos um que está no
Paraíso terrestre com os seus cinco mil anos mais ou menos, que é Henoc. Ele viveu
trezentos anos com Adão, antepassado dele, educou-o, contou uma série de coisas do
Paraíso para ele e ele depois disso Adão morreu e ele foi levado vivo.
Temos essa força de natureza que existia junto ao Paraíso Terrestre, que foi se
degradando, se degradando. Hoje a vida média é sessenta e cinco anos. Quem já faz
sessenta e pouco já; qualquer hora pode dar um, é um coágulo que se desprende que
vai para cérebro, que vai para o pulmão, que não sei quanto etc., e de repente de uma
hora para outra morre! Uma pessoa falando, quando tem mais de sessenta anos, de
repente falando, vem a Extrema-Unção já sobre o cadáver e já para o enterro.
Por quê? Porque a idade foi cada vez diminuindo. Mas não é só a natureza, é a
própria força de vontade, é a própria constituição psíquica, é a própria constituição
nervosa. No meio dessa agitação que nós vivemos, de um corre-corre de um lado para
outro; aquela sociedade antiga, muito mais orgânica do que a de hoje, era uma
sociedade que mantinha o equilíbrio nervoso, o equilíbrio mental muito mais forte,
muito mais seguro. Hoje, o equilíbrio vai-se indo embora.
Mas, não é só isso. A própria virtude. O homem de antigamente era muito mais
virtuoso. E as virtudes vão sumindo da face da terra. O belo, ele está se despedindo do
gênero humano. Tudo vai ficando feio, encardido, desfeito. E nós estamos numa
situação terrível, talvez pior do que aquela quando Nosso Senhor Jesus Cristo resolveu
encarnar-Se, pregar o seu Evangelho e morrer na Cruz. E então, que relação tem tudo
isto com a festa de hoje, festa de Pentecostes? Porque eu vejo, depois de fazer a
descrição, todo mundo vai se sentindo cada vez mais pequenininho, mais enrugado,
mais. Eu não venho aqui para lhes dar esta impressão nem essa sensação.
Eu lhes venho, isto sim, para lhes dizer qual é a solução desta situação em que
nós nos encontramos. A solução é muito simples. Diz São Luis Grignion de Monfort
que houve, antes de Nosso Senhor, um batismo de água, com Nosso Senhor houve um
batismo de sangue e antes do fim do mundo deverá haver um batismo de fogo. Esse
batismo de fogo que nosso Bispo procurava dizer que ele aquece, que ele ilumina,
tinha ainda uma terceira; queima. Ele queima, aquece e ilumina. Mais: São Luis
Grignion vai mais além do que nosso Bispo, São Luis Grignion diz que este fogo
transforma. E, de fato, de fato, não é possível que Deus tenha tido esse plano A, como
disse São Luis Grignion de Monfort, esse plano primeiro para toda a humanidade e
que Ele não viesse a realizar esse plano.
O homem pecou e por causa do seu pecado ele foi cada vez mais decaindo na
sua natureza. Mas, voltemos nossos ouvidos a Nosso Senhor dizendo a São Pedro e
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aos Apóstolos: “O que para o homem é impossível, para Deus é possível”. Fixemos
novamente na lembrança essa omnipotência de Deus. E Deus permitiu toda essa
decadência e permitiu tudo o que aconteceu com o objetivo de tornar patente de um
lado que o homem é um fracassado e de outro lado tornar patente de que Ele é todo-
poderoso. Como é que vão ficar esses dois pólos claros? O primeiro já está claro. O
primeiro pólo ficou patente para nós de que a natureza humana é débil, a natureza
humana é terrivelmente débil, a natureza humana fracassou.
E está na hora, e eu creio que está mais perto do que a gente imagina, está na
hora de nós assistirmos novamente uma outra descida do Espírito Santo. Porque se foi
preciso que o Espírito Santo descesse sobre a Igreja para Ela passasse do estado de
bebê ao estado adulto, quando a Igreja — que é imortal — tiver o aspecto de morte, é
preciso que desça o Espírito Santo para tirar a Igreja do sepulcro e ao terceiro dia...
Aquele que ressuscitou Jesus é o mesmo que, por assim dizer, “ressuscitará” a Igreja.
E São Luis Grignion de Monfort prognostica uma era histórica toda feita do Espírito
Santo, no qual as almas vão querer praticar a virtude de uma forma extraordinária. De
onde virá essa força?
Nós pensamos muitas vezes que este santo, aquele outro eram pessoas de uma
força de vontade extraordinária e que por isso então venceram tais e tais circunstâncias
e se transformaram em santos. Nenhum homem, por mais capaz que seja, consegue ser
santo por suas próprias forças. Quem santifica é Deus, quem transforma é Deus. E
assim como nós passamos pelo Batismo, hoje, vários passam pelo Crisma; também
nós, para iniciarmos este Reino, esta era histórica, passaremos por uma nova
Pentecostes. E o Espírito Santo descendo sobre estes e aqueles e em determinado
momento dará à face da terra um novo brilho. Nós rezamos. Ainda hoje nós rezamos
isto, esta é a oração que se faz na festa de hoje. Enviai, Senhor, o vosso Espírito e a
face da Terra será renovada.
Nós cantamos no Salmo de hoje nada mais nada menos do que isto:
Enviai o vosso espírito Senhor e da terra toda a face renovai.

Tudo pode ser renovado. Mas quando se diz tudo, não pensem que só serão as
virtudes. Tudo! Tudo significa que a natureza vai ser diferente, tudo significa que nós
vamos encontrar pedras preciosas que não se conheceu até agora, vamos encontrar
peixes que nunca foram pescados, borboletas como nunca vimos, passarinhos tão
belos, tão sonoros em seus cânticos, que nós vamos ficar deslumbrados. Nós vamos
encontrar árvores: “Mas essa árvore!” Eu me lembro quando eu estive diante de uma
árvore nas regiões frias lá dos Estados Unidos e Canadá, toda branca, mas de uma
alvura extraordinária, linda. Eu disse:
— Mas que árvore é esta aqui?
O nome não era bonito, infelizmente: Árvore do Cão. Enfim, Dog-tree. Eu
fiquei encantado com a árvore.
Ontem ainda passando por uma região X, que já não me lembro mais, vi uma
árvore; ah! vindo para o Thabor, era uma árvore toda rosada, mas de um róseo
lindíssimo. Às vezes vemos também uma árvore, uma quaresmeira linda. Ou então um
ipê dourado. Isto é nada perto daquilo que nós veremos quando a face da Terra for
toda renovada. Enviai Senhor o vosso Espírito e toda a face da Terra será renovada.
Essa é a festa de hoje. Festa que nós participamos da descida do Espírito Santo sobre
Nossa Senhora e os Apóstolos, mas eles eram homens muito mais fortes do que nós, e
se eles precisavam de uma dose cinqüenta, para falar em números, do Espírito Santo,
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nós precisamos de uma de duzentos, pelo menos. E nós devemos ter esta fé, porque
para Deus nada é impossível. E Deus está reservando essas graças mais especiais para
essa fase da História que é chamada pelos teólogos, pelos exegetas de: Últimos
Tempos.
E, portanto, a festa de hoje abre diante de nós essa perspectiva de uma descida
do Espírito Santo toda especial por onde tudo será renovado. Pois vamos pedir isto.
Está pedido na própria seqüência. Essa é uma Missa que tem sua seqüência lindíssima:
O Espírito de Deus enviai dos Céus um raio de luz!
vinde Pai dos pobres e dai aos corações vossos sete dons.
Consolo que acalma, hóspede da alma, doce alívio, vinde!
No labor descanso, na aflição remanso, no calor aragem.
Enchei, luz bendita, chama que crepita o íntimo de nós!
Sem a luz que acode nada o homem pode, nenhum bem há
nele.

Tira a graça, nós ficamos.


Ao sujo lavai, ao seco regai, curai o doente.
Dobrai o que é duro, guiai-nos no escuro, o frio aquecei.
Dai à vossa Igreja que espera e deseja vossos sete dons.
Daí em prêmio ao forte, uma santa morte, alegria eterna. Amém.

Essa é a seqüência do dia de hoje e esse é o pedido que nós fazemos. É o pedido
que nós vamos fazer agora nesta celebração. No momento em que houver o ofertório,
na consagração, no momento da elevação. Ainda mais esta magnífica prerrogativa
posta no código de direito canônico atual, post-concílio, que aqueles que comungaram
já, participando de uma outra celebração Eucarística, podem comungar uma segunda
vez. Então vamos, os que já comungaram, vão comungar uma segunda vez. Os que
não chegaram a tempo e que perderam a Missa e que pediram para que fosse celebrada
essa Missa vão comungar por primeira vez. Enfim, todos vamos comungar. E vamos
pedir na nossa comunhão a graça de que o Espírito Santo tome conta por completo de
nossa alma.
Nós vemos, às vezes, certos possessos, eu já tive oportunidade de encontrar
loucos possessos de ódio e com uma carga tremenda porque o demônio tomou conta.
Imagine quando o Espírito Santo toma conta. É bem ao contrário. E é o que nós
queremos. Queremos pedir que o Espírito Santo tome inteira conta de nós. E aí nós
vamos; quando formos pentear o cabelo, quando formos, enfim, nos olhar no espelho:
— Eu não conheço este aí.
Porque mudada a alma até a fisionomia muda, a fisionomia toma outra luz que
ela não tinha. Vamos pedir essa transformação completa, de alma e até de corpo.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

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