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INSTITUTO POLITECNICO DE TECNOLOGIA E EMPREENDEDORISMO

Cassamo Mohamed Iassin Jala

Cursoː Informática e Telecomunicações

Trabalho de Pesquisa do fim do Curso

TEMA:
APLICAÇÃO DE BASE DE DADOS PARA A GESTÃO DE RESIDÊNCIAS DO
CHAMANCULO “A” E SUBSEQUENTE OBTENÇÃO DA DECLARAÇÃO DO BAIRRO
USANDO A PLATAFORMA WEB

Maputo, Janeiro de 2020


Cassamo Jala

TEMA:
APLICAÇÃO DE BASE DE DADOS PARA A GESTÃO DE RESIDÊNCIAS DO
CHAMANCULO “A” E SUBSEQUENTE OBTENÇÃO DA DECLARAÇÃO DO
BAIRRO USANDO A PLATAFORMA WEB

Trabalho de Pesquisa do Fim do Curso,


como requisito parcial de Avaliação.

Supervisor: Eng. Lewis Guibunda

Maputo, Janeiro de 2020


APLICAÇÃO DE BASE DE DADOS PARA A GESTÃO DE RESIDÊNCIAS DO CHAMANCULO “A” E SUBSEQUENTE
OBTENÇÃO DA DECLARAÇÃO DO BAIRRO USANDO A PLATAFORMA WEB

I. Dedicatória

Este trabalho dedico em primeiro lugar a Deus, que me deu saúde e força para a realização deste trabalho.
Em seguido lugar dedico a minha família, em especial aos meus pais que sempre me deram força, apoio,
motivação, que tem sido como uma fonte de inspiração para mim e tem contribuído directamente para que
eu conseguisse alcançar esse objetivo. Dedico aos meus colegas de turma que sempre me apoiaram e
ajudaram. Dedico a cada um dos docentes do Instituto Politécnico de Tecnologia e Empreendedorismo pelo
conhecimento e aprendizagem transmitida

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II. Declaração de Singularidade

Declaro por minha honra que o presente Trabalho de Fim de Curso (TFC) é resultado da minha
investigação e que o processo foi concebido para ser submetido apenas como TFC no curso de
Informática e Telecomunicações (IT), no Instituto Médio de Ciências Jurídicas e Gestão (IMED).

Maputo, Março de 2020

(Cesário Maimba)

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III. Agradecimentos

Agradeço a Deus por ter me dado saúde e me ter acompanhado durante todo o percuso da formação. A
minha mãe Tânia Dias e ao meu pai Décio Silindane por terem sido um exemplo de coragem; persistência
e humildade. Agradeço, igualamente, ao meu Supervisor Eng. Lewis Guibunda por ter me apoiado e
orientado na concretização do presente trabalho, aos meus amigos e a todos que directo ou indirectamente
contribuiram para o sucesso da minha formação.

Cassamo Mohamed Iassin Jala.

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IV. Resumo
O presente trabalho teve como objectivo geral “desenvolver a aplicação de Base de Dados (BD) para a gestão
de residências do Chamanculo “A” e subsequente obtenção da declaração do bairro usando a Plataforma
web”.
O problema resolvido é o da morosidade e os contornos seguidos para a emissão de uma declaração de
terreno, residência e do bairro que seja legítimo e confiável para os mais variados fins para quem o solicita.
Assim como o problema do uso do processo manual para a gestão de residências pelo Concelho Municipal da
cidade de Maputo que torna o processo mais burocrático ainda, com facilidade de perda dos registos nos
arquivos de papel utilizados.
Para a sua resolução foram definidos objectivos específicos que foram seguidos com base em metodologias
de pesquisa e de desenvolvimento da aplicação de base de dados pretendida.
Com efeitos, a aplicação de base de dados desenvolvida é uma solução tecnológica que funciona na
plataforma web (online) e possível de ser acedida a partir da Internet usando quaisquer equipamento
electrónico que pode ser um smartphone, tablet, computador de mesa ou laptop.
A aplicação de base de dados desenvolvida é constituída por módulos (partes) que governam o seu
funcionamento. O primeiro módulo é o de gestão de utilizadores que acontece por intermédio do
administrador da aplicação da base de dados. Este acede-a e regista os utilizadores e, realiza a respectiva
gestão. Quando os utilizadores tiverem sido registados estes podem fazer login na aplicação de base de dados
e executarem as suas funções. O segundo módulo é de gestão de residências que é realizado com observância
de todo o processo de regularização e ocupação de terreno. Este processo o citadino (residente) pode realiza-
lo remotamente (onde quer que esteja e a qualquer hora) e os técnicos internamente dão continuidade do
processo a partir da aplicação de dados desenvolvida e pelo trabalho de campo até a sua conclusão. O terceiro
módulo é o de registo e controlo de pagamentos do imposto que permite que os citadinos (residentes) tenham
acesso aos serviços do Concelho Municipal. Para efeitos, com base na lista provida pelo departamento que
trata desses impostos o técnico regista na aplicação de base de dados o que permite que os citadinos possam
solicitar as declarações remotamente. Mas, os citadinos que ainda não tiverem pago o imposto podem o fazer
a partir da aplicação de bases de dados desenvolvida usando o M-Pesa ou Pay Pal incorporados na aplicação.
O quarto módulo é o de solicitação e obtenção da declaração, seja a de terreno, residência e do bairro que
acontece a partir da aplicação de base de dados e o respectivo pagamento da declaração é realizado na
aplicação. O quinto e último módulo é o de registo e controlo de pagamentos da declaração solicitada.

Os testes de verificação e validação da aplicação de base de dados determinaram as melhorias que tiveram de
ser implementadas e, para mostrar que o objectivo geral foi alcançado.

Palavras-chave: Aplicação de Base de Dados; Gestão de residências; Declaração de terreno, residência e do


bairro, Pagamento do imposto e pela declaração, Concelho Municipal da cidade de Maputo.
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V. Abreviaturas
Abreviaturas Significado
API: Application Programming Interface
BD: Bases de Dados
BI: Bilhete de Identificação
CEDSIF: Centro de Desenvolvimento dos Sistemas de Informação das Finanças
CM: Custos de manter stock
CR: Custo de ressuprimento
CT: Custos total
DC: Diagrama de Classes
DER: Diagrama de Entidade e Relacionamentos
DUAT: Direito de Uso e Aproveitamento de Terra
IDE: Integrated Development Enviroment
IMED: Instituto Médio de Ciências Jurídicas e de Gestão
INE: Instituto Nacional de Estatística
MS: Microsoft
MT: Metical
MVC: Model – View – Controller
MZ: Mozambique
POO Paradigma Orientado a Objectos
RF: Requisito Funcional
RNF: Requisito Não Funcional
SAD: Sistema de Apoio de Decisão
SAE: Sistema de Automatização de Escritório
SGBD: Sistema de Gestão de Base de Dados
SI: Sistemas de Informação
SIE: Sistema de Informação para Executivos
SIGA: Sistema Integrado de Gestão Académica
SP: Sistema Pericial
SPT: Sistema de Processamento de Transacções
SRA: Sistema de Registo Académico
UEM: Universidade Eduardo Mondlane

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VI. Índice

I. Dedicatória............................................................................................................................1

II. Declaração de Singularidade................................................................................................2

III. Agradecimentos....................................................................................................................3

IV. Resumo.................................................................................................................................4

V. Abreviaturas..........................................................................................................................5

VI. Índice....................................................................................................................................7

VII. Lista de Figuras.....................................................................................................................9

VIII. Lista de Tabelas........................................................................................................................10

CAPITULO I. INTRODUCÃO..........................................................................................................1

1.1. Contextualização...................................................................................................................1

1.2. Formulação do Problema......................................................................................................2

1.3. Pergunta de investigação......................................................................................................3

1.4. Objectivos.............................................................................................................................3

1.4.1. Objectivo geral..............................................................................................................3

1.4.2. Objectivos específicos...................................................................................................3

CAPITULO II. METODOLOGIAS....................................................................................................4

CAPITULO III. REVISÃO DE LITERATURA................................................................................8


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3.1. Aplicação de base de dados......................................................................................................8

3.2. Plataforma web.......................................................................................................................10


CAPITULO IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO...........................................................................11

4.1. Bairro de Chamanculo “A”.....................................................................................................11

4.2. Situação actual........................................................................................................................12

4.2.1. Fluxo do processo para obtenção da declaração do bairro...............................................12

4.2.2. Gestão de residências feita pelo Concelho Municipal da cidade de Maputo...................16

4.3. Análise da aplicação de base de dados proposta.....................................................................21

4.3.1. Fluxo da informação........................................................................................................21

4.3.2. Requisitos da aplicação de base de dados........................................................................29

4.3.3. Diagrama de entidade e relacionamentos e o de classes..................................................34

CAPITULO V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...............................................................38

5.1. Conclusões..........................................................................................................................38

5.1. Recomendações..................................................................................................................39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................................40

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VII. Lista de Figuras

Figura 1: Fluxo do processo para obtenção da declaração do bairro recorrendo às estruturas do


bairro...................................................................................................................................................13
Figura 2: Fluxo do processo para obtenção da declaração do bairro recorrendo ao Concelho
Municipal da cidade de Maputo..........................................................................................................14
Figura 3: Fluxo do processo para obtenção da declaração do bairro, uma via alternativa, recorrendo
ao Concelho Municipal da cidade de Maputo.....................................................................................15
Figura 4: Processo de pedido de regularização de terrenos................................................................18
Figura 5: Processo de aprovação dos documentos do pedido de regularização do terreno pelo
trabalho de campo...............................................................................................................................19
Figura 6: Processo de ocupação de terrenos.......................................................................................19
Figura 7: Processo de pedido de declaração de terreno......................................................................20
Figura 8: Diagrama de entidade e relacionamento do módulo de gestão de utilizadores...................34
Figura 9: Diagrama de entidade e relacionamento do módulo de gestão de residências com enfoque
no processo de regularização e ocupação de terrenos.........................................................................35
Figura 10: Diagrama de classes do módulo de gestão de residências com enfoque no nas entidades
de residência, residente e imposto.......................................................................................................36

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VIII. Lista de Tabelas

Tabela 1: Métodos, ferramentas e tecnologias de desenvolvimento.....................................................6


Tabela 2: Tipos de Sistemas de Informação.........................................................................................9
Tabela 3: Utilizadores e suas funções no módulo de gestão de utilizadores......................................22
Tabela 4: Utilizadores e suas funções no módulo de gestão de residências (regularização e ocupação
de terrenos)..........................................................................................................................................25
Tabela 5: Utilizadores e suas funções no módulo de registo e controlo de pagamentos do imposto.
27 Tabela 6: Utilizadores e suas funções no módulo de solicitação e obtenção da declaração..........28
Tabela 7: Requisitos funcionais do módulo de gestão de utilizadores...............................................30
Tabela 8: Requisitos funcionais do módulo de gestão de residências (regularização e ocupação de
terrenos)..............................................................................................................................................30
Tabela 9: Requisitos não funcionais da aplicação de base de dados desenvolvida............................32
Tabela 10: Requisitos funcionais do módulo de solicitação e obtenção da declaração......................33

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CAPITULO I. INTRODUCÃO

O presente trabalho visa o desenvolvimento de uma aplicação de Base de Dados (BD) para a gestão
de residências do bairro do Chamanculo “A” usando a plataforma web. Entretanto, no presente
capítulo são analisados os elementos introdutórios a respeito do problema a resolver.

1.1. Contextualização
O presente trabalho surge no contexto de trabalho de final de curso no Instituto Médio de Ciências
Jurídicas e de Gestão e visa o desenvolvimento de uma solução tecnológica para registar o
pagamento do imposto que permite o acesso dos serviços pelo Concelho Municipal e,
subsequentemente obter da solução a declaração do bairro para os demais efeitos de acordo com o
solicitante.
Em Moçambique, o Concelho Municipal é um órgão executivo colegial do Município e é
constituído pelo Presidente do Concelho Municipal e por Vereadores por ele escolhidos e nomeados,
nos termos previstos no artigo 51 da Lei no 2 / 97, de 18 de Fevereiro (BR 2011).
A respeito da gestão de residências os moçambicanos ainda encontraram-se em situações sociais em
que sejam solicitados os atestados de residência e, para efeitos, estes recorrem ao Concelho
Municipal ou estruturas do bairro para obtê-lo. Por exemplo, se o Banco Comercial de
Investimentos (BCI) exigir a actualização dos dados dos seus clientes dos quais um deles seja a
declaração do bairro, o citadino deve voltar-se às estruturas do bairro para solicitar a declaração e
pagar os valores cobrados. De seguida, esperar que estas produzam o documento. Em casos
excepcionais estes documentos podem ser falsificados situação que compromete a integridade dos
dados do banco.
Contudo, com a existência de uma aplicação de BD para a gestão de residências do bairro existirá
uma base de dados das residências e seus residentes já registados num sistema informatizado. Caso
o citadino não tenha pago o imposto no Concelho Municipal este não poderá obter a declaração, mas
se já tiver pago o sistema apenas exigirá o registo do pagamento pela declaração. Assim que este
pagamento tiver sido feito e o pedido submetido o sistema poderá gerar a declaração solicitada
independente da localização geográfica do solicitante.
Durante o processo, o solicitante apenas deverá utilizar um dispositivo electrónico com conexão a
internet e realizar as solicitações e pagamentos, assim como baixar ou imprimir as declarações

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geradas.

1.2.Formulação do Problema
O Concelho Municipal da cidade de Maputo é uma entidade moçambicana vocacionada no
atendimento de situações sociais de diversa ordem para os moçambicanos, exclusivamente os que
residem na cidade de Maputo.
A situação de interesse no presente trabalho é a gestão de residências, neste contexto, escolheu-se o
bairro de Chamanculo “A” para se servir de local de estudo na resolução da problemática
identificada.
O problema é o da morosidade e os contornos seguidos para a emissão de uma declaração de
terreno, residência e do bairro que seja legítimo e confiável para os mais variados fins para quem o
solicita. Assim como o problema do uso do processo manual para a gestão de residências pelo
Concelho Municipal da cidade de Maputo que torna o processo mais burocrático ainda, com
facilidade de perda dos registos nos arquivos de papel utilizados.
Neste contexto, em Moçambique, são comuns os casos de dificuldades de conhecer-se o proprietário
legal de uma residência e por conta disso esta é usada por pessoas desconhecidas e muitas vezes
para fins criminais.
Por outro lado, os processos de obtenção de documentos legais como a declaração do bairro e DIRE,
é extremamente burocrático e sujeito a falsificações, enquanto várias instituições como as bancárias
por exemplo dependem destes para conduzir alguns dos seus negócios.
A título de exemplo, os contornos dessa problemática foram sentidos pelos moçambicanos com
demasia quando os bancos solicitaram a actualização de documentos dos seus clientes. Estes tiveram
que recorrer às estruturas do bairro para obter a declaração do bairro e outras dirigiram-se ao
Concelho Municipal. Formalmente as pessoas devem ter o imposto do Concelho Municipal pago
para obter este serviço por quaisquer das vias: pelas estruturas do bairro ou pelo Concelho
Municipal. De seguida, devem pagar a taxa cobrada pela estrutura do bairro para a geração da
declaração segundo a solicitação e, cada declaração serve apenas para um propósito e tem um prazo
de validade.
As situações sociais que exijam o controlo do pagamento do imposto ao Concelho Municipal e
solicitação da declaração do bairro são variadas. Sejam estes munícipes nacionais ou estrangeiros,
seja a solicitação do documento para utilização no território nacional ou no estrangeiro.
Neste contexto, com a resolução desse problema poderá também se contribuir na redução das
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vendas de uma residência ou terreno a mais de uma pessoa e, poderá se mitigar a falta de uma BD
robusta e informatizada para o armazenamento seguro e fidedigno de dados sobre gestão de
residências e declaração do bairro.

1.3.Pergunta de investigação

Como informatizar o processo de gestão de residências e pagamento do imposto ao Concelho


Municipal assim como a subsequente obtenção da declaração do bairro usando a plataforma web?

1.4.Objectivos

1.4.1. Objectivo geral


Desenvolver a aplicação de Base de Dados (BD) para a gestão de residências do Chamanculo “A” e
subsequente obtenção da declaração do bairro usando a Plataforma Web.

1.4.2. Objectivos específicos

 Colectar e analisar os dados sobre a gestão de residências feita pelo Concelho Municipal da
cidade de Maputo e as estruturas do bairro do Chamanculo “A”;

 Identificar o fluxo do processo para obtenção da declaração do bairro;

 Identificar os requisitos da aplicação web e projectar a BD;

 Identificar as ferramentas e tecnologias de desenvolvimento;

 Implementar e testar a aplicação web.


.

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CAPITULO II. METODOLOGIAS

No presente capítulo foram analisados os passos metodológicos que foram seguidos para alcançar
cada um dos objectivos específicos definidos.

No presente estudo primeiro interessou colectar e analisar os dados sobre a gestão de residências
feita pelo Concelho Municipal da cidade de Maputo e as estruturas do bairro do Chamanculo “A”.
Interessou ainda compreender o fluxo do processo para obter a declaração do bairro.
Para o efeito, foi usada a abordagem qualitativa para poder colectar e analisar os referidos dados
sem se preocupar com a representatividade numérica dos dados, mas sim, com o aprofundamento da
compreensão do que se pretendia colectar e analisar.
Foi seguida uma pesquisa exploratória “com o objectivo de proporcionar maior familiaridade com o
problema, com vistas a torná-lo mais explícito. A grande maioria dessas pesquisas envolve: (a)
levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o
problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que estimulem a compreensão” (Gil 2007).
Para a aplicação da pesquisa exploratória foram realizadas entrevistas informais ao chefe do bairro,
do quarteirão e das dez (10) do Chamanculo “A”. Essas entrevistas foram conduzidas aos senhores
(os vovós) que desempenham essa função. As entrevistas foram realizadas usando a Chichangana1 e
consistiu em questionar sobre:
Obtenção da declaração do bairro:

 Como é que é feito para obter a declaração do bairro?

 Quais são os formulários que devem ser registados e pagamentos que devem ser realizados?

 Qual é o processo mais rápido: indo ao Concelho Municipal da cidade de Maputo ou tratar
tudo a nível do bairro?
Gestão de residências nos bairros pelo Concelho Municipal da cidade de Maputo:

 Como é feito o registo e gestão das residências?

 Que impostos o citadino deve pagar para obter serviços pelo Concelho Municipal?

Foi aplicada igualmente a pesquisa descritiva para descrever os dados colectados submetendo-os em
análise conforme é explicado posteriormente.

1
Língua local da cidade de Maputo. Faz parte do repertório das línguas moçambicanas que perfazem as línguas Bantu.
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Foram aplicadas as pesquisas bibliográfica, documental e de campo.


A pesquisa bibliográfica foi aplicada em dois (2) momentos:
 No início da pesquisa. Neste momento foi com o intuito de conhecer a literatura já escrita a
respeito do tema, isso foi feito por recomendação de autores como Lakatos e Markoni (2003;
2010), Gil (2007) e Fonseca (2002).
 Durante a pesquisa. Neste momento foi com o intuito de elaborar a revisão de literatura
(ver Capítulo 3), e buscar mais dados para a compreensão dos método, ferramentas e
tecnologias de desenvolvimento utilizadas.

A pesquisa documental foi aplicada para colectar essencialmente os dados de natureza primária e /
ou aqueles que estejam na posse dos principais intervenientes consultados que são: o Concelho
Municipal da cidade de Maputo, estruturas do bairro de Chamanculo “A” e os residentes.
Os dados (documentos) analisados com base na pesquisa documental foram:
 Leis e decretos na República de Moçambique a respeito da gestão de residências e
Concelhos Municipal;
 Declaração do bairro de Chamanculo “A” passada pela estrutura do bairro;
 Boletim de pedido de declaração do bairro;
 Declaração do bairro de Chamanculo “A” passada pelo Concelho Municipal da cidade e
Maputo;
 Ficha de pedido de regularização de terreno;
 Declaração do terreno;
 Ficha de ocupação de terreno;
 Ficha de uso interno;
A aplicação da pesquisa de campo foi executada durante a pesquisa documental e pesquisa-acção.
O estudo é de natureza aplicada porque visa o desenvolvimento de uma solução tecnológica:
aplicação de base de dados para a gestão de residências do Chamanculo “A” e subsequente obtenção
da declaração do bairro usando a plataforma web.
A forma como esse desenvolvimento foi realizado tem a ver com o que de seguida interessou
realizar na perspectiva metodológica. Esses passos metodológicos estão relacionados com os
seguintes objectivos específicos:

 Identificar os requisitos da aplicação web e projectar a BD;

 Identificar as ferramentas e tecnologias de desenvolvimento;

 Implementar e testar a aplicação web.


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Portanto, os métodos, ferramentas e tecnologias utilizadas para o desenvolvimento da solução


tecnológica foram os apresentados na tabela 1.
Resumidamente os métodos de desenvolvimento que foram utilizados foram os seguintes:

Tabela 1: Métodos, ferramentas e tecnologias de desenvolvimento.

Referência Nome do método, ferramenta ou Descrição


tecnologia
1 Padrão de arquitectura: MVC Foi usado o padrão MVC pela separação da lógica da aplicação
(Model-View-Controller) que traz vários benefícios tais como interpretação e manutenção
do código. Para além desses benefícios, este padrão facilita o
processo de escalabilidade e / ou evolução para novas versões da
aplicação da web.
2 Paradigma de Programação: Foi usado o POO porque diferentemente dos outros paradigmas
Paradigma Orientado a Objectos como o Funcional, Declarativo, Imperativo, Estruturado,
Procedural e o Lógico, o OO foca-se nos objectos do mundo real
e permite compartilhar e reutilizar códigos, é flexível, é de fácil
manutenção, simplifica o design e a programação.
3 Ferramenta de modelação: Visual Foi usado o Visual Paradigm porque é baseado em POO e é uma
Paradigm para UML 10.0 das melhores ferramentas no mercado a nível de modelação
assim como atende as necessidades do trabalho.
4 Linguagem de modelação: UML Foi usada a UML porque é baseada em POO e é uma das
(Unified Modelling Language) melhores linguagens no mercado a nível de modelação assim
como atende as necessidades do trabalho.
5 Ferramenta de programação: IDE Foi utilizada a IDE VS2015 porque é a que tem incorporada a
Visual Studio 2015 linguagem de programação C#, dá valor a produtividade do
programador, é uma IDE completa de ferramentas de
programação e existe uma versão community com a maioria das
ferramentas de uso gratuito.
6 Linguagem de programação: C# Foi usada a linguagem C# porque é uma das melhores no
mercado assim como Java e PHP para desenvolvimento web,
mobile e desktop. Além disso, está incorporada na IDE VS2015 e
atende as necessidades do trabalho.
7 Sistema de Gestão de Base de Dados Foi usado o SGBD SQL Server pela robustez, segurança,
(SGBD): qualidade das transações efectuadas, e por adequar-se sem
SQL Server 2014 Express complicações com o VS2015.
8 Tecnologias: Foi usada a JS para implementar algumas necessidades
 Javascript; específicas durante a programação dos requisitos da aplicação de
 CSS 3; BD.

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 HTML 5; Cascading Style Sheets (CSS) é uma linguagem de folha de estilo


 Bootstrap; usada para descrever e embelezar a apresentação de um
 Telerik Report; documento escrito em HTML ou XML (incluindo dialetos XML,
 .NET Framework como SVG, MathML ou XHTML). Foi usada para descrever e
embelezar os elementos que devem ser renderizados na tela, no
papel, na fala ou em outras mídias.
HTML é a linguagem de marcação padrão para criar páginas da
Web. HTML significa Hyper Text Markup Language. HTML
descreve a estrutura de uma página da Web. HTML consiste em
uma série de elementos. Elementos HTML dizem ao navegador
como exibir o conteúdo. Nestes termos, foi usado para estruturar
as páginas da Web.
Foi usado o Bootstrap porque é um framework CSS gratuito e de
código aberto, voltado para o desenvolvimento web de front-end
responsivo e móvel. Ele contém modelos de design baseados em
CSS e JavaScript para tipografia, formulários, botões, navegação
e outros componentes de interface.
Foi usado o Telerik Reports porque é uma solução .NET para
produção de relatórios em aplicações da web, moveis e desktop.
O .NET Framework é uma estrutura de software desenvolvida
pela Microsoft que é executada principalmente no Microsoft
Windows. Inclui uma biblioteca de classes chamada FCL
(Framework Class Library) e fornece interoperabilidade de
idioma (cada idioma pode usar código escrito em outros idiomas)
em várias linguagens de programação. Os programas criados para
o .NET Framework são executados em um ambiente de software
(em contraste com um ambiente de hardware) denominado
Common Language Runtime (CLR).
Foi usado porque dinamiza e melhora o desenvolvimento de
aplicações usando tecnologias da Microsoft como a IDE VS2015
e a linguagem de programação C#.
Fonte: Autor.

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CAPITULO III. REVISÃO DE LITERATURA

O presente capítulo visa analisar o estado de arte dos objectos do estudo, nomeadamente: aplicação
de base de dados e a plataforma web.

3.1. Aplicação de base de dados

Para que conceitos complexos sejam compreendidos tem sido tradição iniciar do mais elementar.
Neste contexto, dado ou dados “constituem informações que valem a pena preservar” (Hector et. al.
2001, p. 2). Para Friédérich e Langlois (2005, p. 63), “são os pequenos elementos da informação”.
A informação é composta por dados conjugados de certa maneira traduzindo-se em certo sentido e,
estes por sí só não tem sentido explícito.
A ser assim, os dados não constituem informações como foi colocado por Hector et. al (2001), mas
devem ser preservados para que certa informação seja gerada e posteriormente utilizada.
Dados são os elementos que são capturados e armazenados na base de dados e, a informação é a
mensagem gerada e passível de ser utilizada (Date 2004).
A base de dados é uma colecção de dados organizados para facilitar o acesso e a subsequente
modificação, […] (Hector et. al. 2001, p. 2).
Base de dados é uma colecção de dados persistentes que são usados pelo sistema de aplicações de
uma determinada organização (Date 2004, p. 11).
Podem ser encontrados numa organização vários tipos de Sistemas de Informação (SI) que variam
de acordo com o tipo de apoio que facultam aos diferentes níveis organizacionais,
independentemente da área funcional envolvida. Alguns desses sistemas respondem a necessidades
de ordem estratégica, enquanto outros regressam a necessidades tácticas e / ou operacionais (Simon
2001) apud (Rodrigues 2010).
Independente dos processos de negócios da organização esta pode possuir ou desenvolver vários
tipos de SI de acordo com a necessidade. A importância de cada SI deve ser avaliada a todos níveis
num processo participativo entre todos principais intervenientes.
Os intervenientes decisores podem tomar a decisão sobre o desenvolvimento do projecto de SI num
processo de governança corporativa e, pode se decidir de entre os vários tipos como é o caso de uma
aplicação de base de dados.

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Laudon e Laudon (1998) definem SI como sendo uma inter-relação de componentes como: equipamento,
software, telecomunicações, bases de dados e outras tecnologias de processamento de informação usadas para
recolha, processamento, armazenamento e distribuição de informação que apoia a tomada de decisão e controlo
nas organizações.

Aplicações de bases de dados podem ser classificadas, a grosso modo, em sistemas de


processamento de transacções e sistemas de suporte à decisão (Silberschatz et. al. 1999, p. 702).
A grosso modo porque esses não constituem o único tipo de SI que podem ser desenvolvidos em
uma ou para uma organização.

Tabela 2: Tipos de Sistemas de Informação.

Tipo de sistema Definições


Sistema de Processamento de Transacções (SPT) Recolhe e mantém a informação sobre transacções e
controla pequenas decisões que fazem parte das
transacções.
Sistema de Informação de Gestão (SIG) Converte a informação sobre transacções em informação
para a gestão da organização.
Sistema de Apoio de Decisão (SAD) Ajuda utilizadores na tomada de decisão não
estruturáveis, fornecendo-lhes informação, modelos e
ferramentas para análise.
Sistema de Informação para Executivos (SIE) Fornece acesso a informação geral para a gestão da
organização aos gestores de modo muito interactivo e
flexível.
Sistema Pericial (SP) Auxilia os funcionários no desenho, diagnóstico e
avaliação de situações complexas que requerem
conhecimento especializado em áreas específicas.
Sistema de Automatização de Escritório (SAE) Mantém as tarefas de comunicação e processamento de
informação características de um ambiente de escritório.
Fonte: Adaptado de Alter (1992) apud (Rodrigues 2010).

A aplicação de base de dados do presente trabalho enquadra-se na categoria dos Sistema de


Processamento de Transacções (SPT) porque visa registar e gerir dados sobre as residências e seus
residentes (os agregados familiares). Na sequência, facilitar com que sempre que necessário o
residente quando tiver o imposto pago no Concelho Municipal possa aceder a aplicação de base de
dados e, solicitar a declaração que é gerada assim que o residente tiver feito o pagamento. E, este

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processamento das transacções descritas neste parágrafo são realizadas a partir da plataforma web.

3.2. Plataforma web

A literatura encontra-se actualmente difusa com relação a plataforma web e, na maioria dos casos a
utilização do termo varia de acordo com o desenvolvedor de softwares, o utilizador ou o cientista
em trabalho.
A plataforma web pode referir-se à infra-estrutura onde certo SI é alocado. Por exemplo: o GMail, o
Sistema de Registo Académico da Universidade Eduardo Mondlane, o website oficial de empresas
como Vodacom MZ, Millenium BIM, o Centro de Desenvolvimento de Sistemas de informação das
Finanças (CEDSIF) entre outras, encontram-se alojados em uma infra-estrutura, que é a plataforma
web.
É a partir de essa infra-estrutura que os utilizadores de esses SI podem recorrer e utilizar, e para
efeitos, devem possuir um dispositivo electrónico com conexão a internet. Devem possuir ainda a
Uniform Resource Locator (URL), nome ou endereço do SI online.
Nalguns contextos os desenvolvedores de softwares utilizam o termo plataforma web para referir-se
a alguma tecnologia ou ferramentas utilizadas para o desenvolvimento de SI. Por exemplo: um
desenvolvedor de softwares pode construir uma aplicação de base de dados usando a plataforma
web Windows da Microsoft, que compreende as ferramentas, tecnologias e o ambiente de produção
do SI.
Noutros contextos, o termo é utilizado para fazer referência a um SI específico, por exemplo, um
Sistema Integrado de Gestão Académica exequível na Internet pode ser designado por plataforma
web de gestão académica. O mesmo raciocínio é aplicável para os SI de e-commerce a muito
difundidas em Moçambique como é o caso de Xava, OLX, entre outros.
Este último caso não limita-se aos exemplos de SI apresentados, mas a um SI que tenha sido
desenvolvido de maneira robusta o suficiente para ter o nome. Esta pode ser no âmbito educacional,
bancário, transporte, […], qualquer que seja o serviço social.
A aplicação de base de dados desenvolvida no presente trabalho enquadra-se em todos os contextos
supra analisados, mas, quando o termo plataforma web é referenciado neste estudo deve
compreender-se que refere-se ao ambiente de produção da aplicação de base de dados desenvolvida.

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CAPITULO IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O presente capítulo visa analisar o bairro de Chamanculo “A” na perspectiva de gestão de


residências, o fluxo do processo para obtenção da declaração do bairro e a aplicação de base de
dados proposta.

4.1. Bairro de Chamanculo “A”


Chamanculo é um bairro histórico da cidade de Maputo, capital de Moçambique (INE 2011). Em
Dezembro de 2009 o Distrito Urbano nº 2 do município de Maputo recebeu a designação de
Nlhamankulu (Chamanculo) (Sociedade do Notícias 2010). O distrito está dividido em onze (11)
unidades administrativas também chamadas “bairros”. Quatro (4) destes bairros são designados
Chamanculo A, B, C e D.
O Bairro de Xipamanine / Chamanculo foi construído em 1919 com a finalidade de integrar social e
urbanisticamente pessoas nativas de diversos pontos de Moçambique, especialmente as provenientes
das zonas rurais.
Quando se percorria o bairro de Chamanculo “A” assim como o respectivo distrito como um todo
foi possível visualizar as suas características. Basicamente podem ser encontradas ruas estreitas,
casas de alvenaria e madeira e zinco compondo o Chamanculo, com a sua gente sorridente, mal-
humorada, atarefada ou desinteressada. A coesão social e o espírito de partilha são as marcas deste
bairro, que assistiu o nascimento e as vivências de personalidades que lutaram pela construção do
país.
É um dos bairros mais extensos da cidade de Maputo, e também muito problemático segundo os
relatos das estruturas do bairro de Chamanculo “A”. Os residentes queixam-se das condições de
saneamento, do parcelamento, da criminalidade e da degradação de valores ético-morais.
Segundo o Noticias (2016), “os moradores consideram ser um martírio a circulação de viaturas e
mesmo de pessoas, pois, as ruas são muito estreitas. Quando existe um incêndio é um drama para a
acção de socorro. A zona está mal parcelada. […] as mulheres do bairro são empreendedoras, dado
que desenvolvem vários negócios para a alimentar as suas famílias. Elas vendem pastéis, fritos e
outros produtos alimentares em frente às suas casas ou em outros locais. Estas lutam pelo futuro dos
seus filhos. […] a criminalidade no bairro tende a diminuir, mas admite-se ser ainda um “desafio”
andar pelos becos depois das 23:00 horas”. E a abundância de famílias da classe baixa e média são
visíveis no bairro e juntos contribuem para seu desenvolvimento.

Cassamo Jala 11
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Na interacção com os residentes deste distrito foi comum identificar a necessidade de ter o governo
moçambicano a garantir a acessibilidade e drenagem das águas pluviais, e a rede eléctrica, bem
como a remodelação urbanística porque são as grandes aspirações do projecto de requalificação do
bairro de Chamanculo C por exemplo, um dos mais antigos assentamentos informais da cidade de
Maputo.
Na interacção com técnicos do Concelho Municipal compreendeu-se que nas condições actuais, é
extremamente difícil fornecer energia e instalar uma rede de abastecimento de água com qualidade,
cenário que se espera que venha a mudar com a requalificação que se vem projectando e executando
no distrito onde localiza-se o bairro Chamanculo “A”. Na remodelação urbanística, o plano define o
tipo de construções a serem feitas, o que se espera que resulte na substituição das actuais casas de
madeira e zinco por edifícios de construção vertical.
Embora a requalificação tenha arrancado ainda encontram-se situações que deixam a desejar,
contudo algumas acções com vista à mudança da imagem do bairro estão já estão em curso.
O bairro está bem localizado, o que possibilita a deslocação para os principais pontos da cidade-
capital. O mau parcelamento é outra “dor de cabeça” que o Chamanculo enfrenta. Existem
condomínios informais, “compounds”, que albergam entre 10 e 15 famílias disputando um
minúsculo espaço (Noticias 2016).
Refira-se que o bairro de Chamanculo é um dos bairros mais populosos da cidade de Maputo e o que
mais preocupa aos residentes e o Concelho Municipal da cidade de Maputo é o problema de
saneamento, urbanização e a gestão de residências.

4.2. Situação actual

4.2.1. Fluxo do processo para obtenção da declaração do bairro

O Concelho Municipal da cidade de Maputo tem nos seus registos manuais armazenados em
arquivos físicos os documentos e fichas de regularização e ocupação de terrenos pelos cidadãos.
Para além disso, os bairros são compostos por estruturas como o chefe do bairro, do quarteirão e das
dez (10) casas que zelam pelas demais necessidades sociais que possam a advir da gestão dos
bairros. Entretanto, sempre que um residente do bairro de Chamanculo “A” necessitar de uma
declaração do bairro tem duas (2) alternativas à disposição para consegui-la.
A alternativa comum é aquela em que o residente do bairro de Chamanculo “A” deve dirigir-se

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fisicamente até a residência do chefe do bairro ou do quarteirão. Chegado lá este faz o pedido da
declaração do bairro e apresenta os fins para que pede. O chefe que estiver a realizar o atendimento
solicita a cópia do seu documento de identificação, os dados da sua residência e um valor numa
quantia de cento e cinquenta meticais (150,00MT)2.
Se o residente tiver pago junto do Concelho Municipal o imposto para a obtenção dos demais
serviços na instituição, os 150,00MT é o único valor a pagar, caso contrário deverá adicionar
duzentos e cinquenta meticais (250,00MT) que o chefe deverá pagar no ciclo do bairro para o
pagamento do imposto que permitirá que o residente obtenha os serviços.
Neste contexto, o chefe trata da geração do bairro no ciclo do bairro e / ou dirige-se ao Concelho
Municipal da cidade de Maputo para o efeito, carimba-o, atribuindo a este documento autenticidade.
Por fim, a declaração do bairro é entregue ao residente que a solicitara.
Este processo de produção da declaração do bairro tem a duração de quarenta e oito horas (48) e o
valor pago (150,00MT) serve como uma espécie de subsídio para os membros que compõem a
estrutura do bairro e exercem as responsabilidades que a função exige.

Figura 1: Fluxo do processo para obtenção da declaração do bairro recorrendo às estruturas do bairro.

Fonte: Autor. Projectado na ferramenta Edraw Max.

2
A quantia é passível de variar segundo a legislação em vigor em certo Concelho Municipal.
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A outra alternativa é aquela em que o residente do bairro de Chamanculo “A” deve dirigir-se
fisicamente até ao Concelho Municipal da cidade de Maputo e, no departamento responsável pela
regularização e ocupação de terrenos este solicita a declaração do bairro.
Nesse processo, o solicitante apresenta os dados da sua residência e o seu documento de
identificação ao técnico que lhe estiver a atender e este por sua vez entrega-lhe o boletim de pedido
de declaração do bairro. Neste boletim o solicitante regista os dados solicitados e devolve ao
técnico.
O técnico exige o comprovativo de pagamento do imposto que permite a obtenção dos serviços na
instituição, se o residente ainda não o tiver pago, deverá interromper o processo e dirigir-se até o
departamento responsável para a realização do pagamento em questão.
Com o imposto pago e o documento de identificação na sua posse, o residente retorna e continua o
processo de solicitação da declaração do bairro.
O técnico leva todos boletins e entrega-os ao outro técnico responsável por redigir e autenticar a
declaração do bairro. Se o pedido for julgado pertinente pelo técnico é redigido e validada uma
declaração para o solicitante e na hora lhe é entregue a original e seu documento de identificação.
Para estes casos, o Concelho Municipal da cidade de Maputo não tem interesse em manter cópias
desses pedidos, apesar de dispor de arquivos físicos onde documentos relacionados são
armazenados.

Figura 2: Fluxo do processo para obtenção da declaração do bairro recorrendo ao Concelho Municipal da cidade de Maputo.

Fonte: Autor. Projectado na ferramenta Edraw Max.

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De igual modo, quando tenham sido registadas e regularizados os terrenos e respectiva ocupação
legalizada (ver descrição deste processo na secção 4.2.2), assume-se que a residência já tenha sido
registada, pois, transforma-se o terreno ocupado pelo agregado familiar em residência. Neste
contexto, também para a obtenção de uma declaração do bairro na instituição, por via alternativa, os
citadinos aproximam-se do Concelho Municipal com um documento de identificação (ex.: BI),
informam os dados do residência e o fim para qual pedem a declaração. Se este fim for julgado
pertinente pelo técnico é redigido e validada uma declaração de residência (bairro) para o citadino e
na hora lhe é entregue a original. Para estes casos, a instituição não tem interesse em manter cópias
desses pedidos especialmente pela falta de capacidade para armazenar todas cópias relativo a esses
pedidos.

Figura 3: Fluxo do processo para obtenção da declaração do bairro, uma via alternativa, recorrendo ao Concelho Municipal da cidade
de Maputo.

Fonte: Autor. Projectado na ferramenta Edraw Max.

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4.2.2. Gestão de residências feita pelo Concelho Municipal da cidade de Maputo

A gestão de residências realizada pelo Concelho Municipal da cidade de Maputo só é possível de


acontecer quando estas já tiverem sido registadas com base no processo de regularização e ocupação
de terrenos. Entretanto, este processo passa-se a explicar nas linhas que se seguem.
Para efeitos, o citadino que tenha feito a compra de um terreno ou possua algum no Município da
cidade de Maputo dirige-se ao Concelho Municipal para poder proceder com a regularização do
terreno. Para efeitos, este dirige-se até a instituição e no atendimento o técnico preenche-lhe a ficha
de pedido de regularização de terreno dirigido ao Exmo. senhor presidente do concelho municipal
da cidade de Maputo, no processo, lhe é entregue uma cópia de um documento de identificação (ex.:
BI), apesar de ser possível realizar o pedido sem entregar esta cópia do documento. Além disso, o
citadino por sí ou com a ajuda do técnico preenche a declaração na qual jura por sua honra que logo
que regularizado o talhão ou parcela iniciará com a construção dentro de seis (6) meses e concluirá
dentro de dois (2) anos conforme vem plasmado na legislação e nos formulários preenchidos.
Feito o pedido a original fica na posse do citadino e a cópia do pedido fica na posse do Concelho
Municipal da cidade de Maputo para posterior tratamento. Durante o preenchimento destes pedidos
o técnico acumula num recipiente em forma de uma caixa todos os pedidos feitos naquele dia. No
dia seguinte, outro técnico logo no início das actividades carrega o recipiente cheio de pedidos de
regularização de terreno para processamento.
Estes documentos de pedido são validados de forma rápida por este segundo técnico porque já
foram validados de forma mais critica durante o preenchimento pelo primeiro técnico que atendeu
os citadinos. Portanto, validados os pedidos são extraídas outras cópias que são entregues aos
técnicos que compõem a equipa de ordenamento e cadastro que por norma visitam os terrenos em
questão, e realizam uma comparação no campo dos dados oferecidos pelo citadino e aqueles
existentes no terreno. Em caso de existirem inconsistências, os dados dos registos são actualizados e
processados novamente. Em caso de não existirem inconsistências, o pedido é registado como
aprovado.
De volta no Concelho Municipal os pedidos aprovados são recebidos e um despacho é feito e todos
despachos são armazenados num arquivo de documentos conservados no arquivo da instituição. Um
outro arquivo é deixado na recepção junto do primeiro técnico com o qual os citadinos tem contacto,
pois, é com este que quando o citadino retornar dentro de sessenta (60) dias poderá perguntar sobre
seu despacho. Um dos constrangimentos apresentados pelos citadinos é que o Concelho Municipal
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da cidade de Maputo na maioria das vezes não cumpre com os prazos estipulados por lei para tratar
dos expedientes e, a instituição responde dizendo haver falta de recursos humanos para atender a
demanda e as tecnologias usadas que são manuais não contribuem para a flexibilização do processo.
Aprovado o pedido de regularização de terreno o citadino já pode iniciar o processo de ocupação de
terreno. Este processo é feito com base no registo da ficha de ocupação de terreno. O citadino
regista seus dados pessoais, do conjugue e do seu agregado familiar. Cuja ficha informa que o prazo
de aproveitamento é de 2 anos findos os quais ficará sujeito ao plasmado na Lei de Terras e
Regulamento do Solo Urbano relativo ao Direito de Uso e Aproveitamento de Terra (DUAT).
Novamente neste processo a original é entregue ao citadino e uma cópia fica na posse do Concelho
Municipal que adiciona o documento no arquivo outrora criado para o citadino. Porém, neste
processo este documento é armazenado numa caixa em separado para as fichas de ocupação de
terreno e, novamente no dia seguinte são carregadas as fichas e uma a uma analisadas e incluídas no
respectivo arquivo ligado ao citadino, os técnicos informam que essa actividade é tediante,
susceptível a perda de fichas, ou acumulação das fichas por ser difícil de terminar esta tarefa dentro
do tempo útil por causa do maior número das fichas que são recebidas.
Contudo, quando é entregue ao citadino uma cópia da ficha de ocupação de terreno é lhe entregue
igualmente uma ficha de uso interno na instituição. Os técnicos informam que normalmente esta
ficha não deveria ser entregue aos citadinos porque é de uso interno, mas, mesmo assim é lhe
entregue. Por isso, raramente os citadinos tem estas fichas registadas.
Até a este ponto, tanto para o citadino assim como para o Concelho Municipal da cidade de Maputo,
o processo de regularização e ocupação de terrenos foi realizado por completo. Uma das coisas
feitas posteriormente são pedidos de declaração de terreno para fins julgados pertinentes pelos
citadinos. Nestes casos, estes aproximam-se do Concelho Municipal com um documento de
identificação (ex.: BI), informam os dados do terreno e o fim para qual pedem a declaração. Se este
fim for julgado pertinente pelo técnico é redigido e validada uma declaração para o citadino e na
hora lhe é entregue a original. Para estes casos, a instituição não tem interesse em manter cópias
desses pedidos especialmente pela falta de capacidade para armazenar todas cópias relativo a esses
pedidos.
De igual modo, visto que foram registadas e regularizados os terrenos e respectiva ocupação
legalizada, assume-se que a residência já tenha sido registada, pois, transforma-se o terreno ocupado
pelo agregado familiar em residência. Neste contexto, também para a obtenção de uma declaração
do bairro na instituição, por via alternativa, os citadinos aproximam-se do Concelho Municipal com

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OBTENÇÃO DA DECLARAÇÃO DO BAIRRO USANDO A PLATAFORMA WEB

um documento de identificação (ex.: BI), informam os dados do residência e o fim para qual pedem
a declaração. Se este fim for julgado pertinente pelo técnico é redigido e validada uma declaração de
residência (bairro) para o citadino e na hora lhe é entregue a original. Para estes casos, a instituição
não tem interesse em manter cópias desses pedidos especialmente pela falta de capacidade para
armazenar todas cópias relativo a esses pedidos.

Até a este ponto as residências já foram registadas e os respectivos dados podem ser actualizados no
processo de gestão da mesma ou do terreno. Nessa gestão podem ser actualizados os dados a
respeito do agregado familiar que tenha ocupado o terreno. Neste contexto, sempre que haver
necessidade de gestão dos dados da residência (terreno), os intervenientes podem aceder os
respectivos dados e utilizados ou realizar solicitações que exijam esses dados.

Figura 4: Processo de pedido de regularização de terrenos.

Fonte: Autor. Projectado no Software Edraw Max (Trial version).

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Figura 5: Processo de aprovação dos documentos do pedido de regularização do terreno pelo trabalho de campo.

Fonte: Autor. Projectado no Software Edraw Max (Trial version).

Figura 6: Processo de ocupação de terrenos.

Fonte: Autor. Projectado no Software Edraw Max (Trial version).

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Figura 7: Processo de pedido de declaração de terreno.

Fonte: Autor. Projectado no Software Edraw Max (Trial version).

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4.3. Análise da aplicação de base de dados proposta


Com o trabalho pretendeu-se desenvolver a aplicação de base de dados para a gestão de residências
do Chamanculo “A” e subsequente obtenção da declaração do bairro usando a plataforma web.
A presente secção visa analisar a aplicação de base de dados proposta no trabalho e, a informação
nela contida é útil para os utilizadores finais da aplicação de base de dados, o desenvolvedor da
mesma e todos aqueles interessados pelo trabalho.

4.3.1. Fluxo da informação


Em linhas gerais, a aplicação de base de dados pretendida é uma solução tecnológica que funciona
na plataforma web (online) e possível de ser acedida a partir da Internet usando quaisquer
equipamento electrónico que pode ser um smartphone, tablet, computador de mesa ou laptop.
O fluxo de informação encontra-se dividido em partes e, cada uma das partes confere a um módulo
da aplicação de base de dados proposta.

 O primeiro módulo é o de gestão de utilizadores que acontece por intermédio do


administrador da aplicação da base de dados. Este acede-a e regista os utilizadores e, realiza
a respectiva gestão. Quando os utilizadores tiverem sido registados estes podem aceder a
aplicação de base de dados e executarem as suas funções.

 O segundo módulo é de gestão de residências que é realizado com observância de todo o


processo de regularização e ocupação de terreno.

 O terceiro módulo é o de registo e controlo de pagamentos do imposto que permite que os


citadinos (residentes) tenham acesso aos serviços do Concelho Municipal.

 O quarto módulo é o de solicitação e obtenção da declaração. Esta declaração pode ser do


terreno, da residência e / ou do bairro.

 O quinto módulo é o de registo e controlo de pagamentos da declaração solicitada.

Este fluxo deve ser seguido durante os testes de verificação e validação das funcionalidades da
aplicação de base de dados desenvolvida, assim como deve ser compreendido e seguido pelos
utilizadores finais.
Nas linhas que se seguem é analisado o fluxo de informação com mais detalhes para cada um dos
módulos supra descritos.

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 Módulo de gestão de utilizadores


Quando a aplicação de base de dados desenvolvida for entregue ao Concelho Municipal terá sido
criado um utilizador: o administrador da mesma. Este administrador terá sido atribuído credencias
(nome de utilizador e palavra-chave defaults) e estas credenciais este utilizador deverá alterar assim
que aceder a aplicação de base de dados desenvolvida e encontrar-se na sua área de trabalho.
Alteradas as credenciais, as novas que tiver criado são naturalmente aquelas que este utilizador deve
utilizador a próxima vez que aceder (fizer log in) na aplicação de base de dados desenvolvida.
Realizado esse processo, este utilizador tem a responsabilidade de registar o técnico #1 e técnico #2,
pode registar ainda um sub-administrador: utilizador que pode executar as tarefas de administrador
na sua ausência.
O citadino (residente) não é um utilizador interno (técnico ou funcionário do Concelho Municipal),
entretanto, este não é registado pelo utilizador e, não acede a aplicação de base de dados da mesma
maneira que os utilizadores internos.
Assim que os utilizadores internos tiverem sido registados então os seus dados podem ser geridos.
Essa gestão é compreendida como bloquear ou desbloquear utilizadores, lista-los, ver detalhes dos
seus dados e alterar palavra-chave.
Para garantir a segurança a palavra-chave não será possível de ser visualizada por nenhum dos
utilizadores, apenas quem a criou é que a conhecerá por memória ou por um registo privado que este
pode realizar.
Assim que os utilizadores internos tiverem sido registados estes podem aceder (fazer login) na
aplicação de base de dados desenvolvida, na sequência, acederem a sua área de trabalho e
realizarem as suas funções.

Tabela 3: Utilizadores e suas funções no módulo de gestão de utilizadores.

Referência Utilizador Funções no módulo de gestão de utilizadores


1 Administrador da  Fazer log in e logout;
aplicação de base de
 Alterar palavra-chave;
dados desenvolvida
 Registar utilizadores;

 Bloquear utilizadores quando estes não fizerem


parte do quadro da instituição, ou mostrarem
comportamento indisciplinado ou não mais

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executarem as mesmas funções;

 Desbloquear quando ordenado;

 Listar utilizadores;

 Ver detalhes dos dados dos utilizadores.


2 Técnico #1  Fazer log in e logout;
 Alterar palavra-chave;
dos seus dados como
 Ver detalhes dos dados
utilizador.

3 Técnico #2  Fazer log in e logout;


 Alterar palavra-chave;
dos seus dados como
 Ver detalhes dos dados
utilizador.
4 Citadino (residente) Neste módulo este utilizador não tem função alguma.
Fonte: Autor. Tabela desenhada no MS Word 2010.

 Módulo de gestão de residências

O citadino (residente de certo bairro na cidade de Maputo) que tenha feito a compra de um terreno
ou possua algum no município da cidade de Maputo não mais precisa dirigir-se ao Concelho
Municipal para poder proceder com a regularização do terreno. Para estes efeitos, o citadino deve
aceder a aplicação de base de dados desenvolvida, clicar no menu “Regularização de terrenos” e
preencher a ficha (formulário online) de pedido de regularização de terreno dirigido ao Exmo.
senhor presidente do concelho municipal, no processo, este carrega (faz upload) uma cópia de um
documento de identificação (ex.: BI), apesar de ser possível realizar o pedido sem carregar esta
cópia do documento como anexo. Preenchido o formulário o citadino deve clicar no botão
“Submeter”.
Além disso, o citadino por sí preenche a declaração online na qual jura por sua honra que logo que
regularizado o talhão ou parcela iniciará com a construção dentro de 6 meses e concluirá dentro de 2
anos conforme vem plasmado na legislação e nos formulários preenchidos. Preenchido o formulário
da declaração o citadino deve clicar no botão “Submeter”.
Cassamo Jala 23
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O processo supra descrito é realizado externamente e é independente da localização geográfica do


citadino que estiver a realizar o registo e submissão dos formulários e, é independente da hora.
Contudo, aqueles citadinos que por alguma razão como por exemplo: falta de computador e internet
para aceder a aplicação de base de dados a partir de casa ou não tenham os conhecimentos de
informática a nível de utilizador, podem dirigir-se à instituição que o técnico #1 realizará este
processo para sí. Mas, o técnico deve fazer log in, aceder a sua área de trabalho e o menu
“Regularização de terrenos”.
Tendo sido preenchidos e carregados os documentos necessários estes podem ser acedidos pelo
técnico designado para o efeito (técnico #1). Acedidos pelo técnico este analisa e valida-os, no caso
de existir algum problema com os registos e documentos submetidos e o técnico poder resolver
assim o fará, caso contrário, estes são invalidados e o citadino que submeteu-os é notificado
telefonicamente do sucedido.
Formalmente, no caso de ter que ocorrer uma invalidação das submissões supra descritas, primeiro o
técnico #1 contacta telefonicamente ao citadino para saber se este pode resolver a questão
identificada, caso contrário, a submissão é removida do registo.
Por seu turno, o técnico #2 sem precisar esperar até o dia seguinte, pode aceder aos registos e
documentos validados pelo técnico #1 para processamento. Este técnico acede os documentos na sua
área de trabalho bastando para tal fazer login na aplicação de base de dados desenvolvida. De
seguida, acede a lista de fichas de regularização de terrenos e valida-os de forma rápida porque já
foram validados de forma mais crítica durante a análise pelo citadino assim como pelo técnico que
os recebeu pela primeira vez.
Validados os pedidos são impressas cópias que são entregues aos técnicos que compõem a equipa de
ordenamento e cadastro que por norma visitam os terrenos em questão, e fazem uma comparação no
campo dos dados oferecidos pelo citadino e aqueles existentes no terreno. Em caso de existirem
inconsistências os dados dos registos são actualizados e processados novamente. Em caso de não
existirem inconsistências o pedido é registado como aprovado.
Para introduzir dados (resultados) do trabalho do campo os técnicos responsáveis trazem para o
técnico #2 a informação da aprovação ou reprovação e o técnico regista todos aqueles pedidos
aprovados. Os mesmos são acumulados na aplicação de base de dados desenvolvida numa lista que
constituem um despacho e que pode ser acedida por todos os técnicos, tanto o técnico #1 assim
como o #2.
Para pesquisar a informação sobre o seu pedido de regularização do terreno o citadino apenas

Cassamo Jala 24
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precisa pesquisar usando o número do registo do pedido ou número do terreno ou mesmo do


documento de identificação do citadino. No caso da aprovação, este estará habilitado a realizar o
pedido de ocupação de terreno usando como dado também o número de pedido de regularização do
terreno.
Na aplicação de base de dados desenvolvida o citadino realiza o registo da ficha de ocupação de
terreno onde o citadino regista seus dados pessoais, do conjugue e do seu agregado familiar. Na
ficha informa-se que o prazo de aproveitamento é de 2 anos findos os quais ficará sujeito ao
plasmado na Lei de Terras e Regulamento do Solo Urbano relativo ao Direito de Uso e
Aproveitamento de Terra (DUAT).
Feito o registo e submissão, o técnico #1 realiza a validação da ficha assim como a ficha de uso
interno que tenham sido registadas pelo citadino. Todos os registos realizados pelo citadino são
acumulados numa “pasta” que representa o seu processo dentro da aplicação de base de dados
desenvolvida.
Do mesmo modo, aqueles citadinos que não tenham condições para registar e submeter a ficha de
ocupação de terreno, podem aproximar-se da instituição e o técnico #1 fará por eles a partir da sua
área de trabalho.
Quando validado o pedido de ocupação do terreno pelo técnico #1, implica que o processo de
regularização e ocupação de terreno foi realizado por completo. Uma das coisas feitas
posteriormente são pedidos de declaração de terreno, residência ou de bairro para fins julgados
pertinentes pelos citadinos.
Assim que o processo de regularização e ocupação de terreno encontra-se concluído
automaticamente os dados da residência são captados a partir dos dados de terreno e da ocupação
realizada e, a residência de determinado citadino pode ser consultada na aplicação de base de dados
desenvolvida.

Tabela 4: Utilizadores e suas funções no módulo de gestão de residências (regularização e ocupação de terrenos).

Referência Utilizador Funções no módulo de gestão de residências


1 Citadino (residente)  Registar e submeter a ficha de regularização e de
terreno;

 Registar e submeter a declaração de construção no


terreno dentro do prazo estipulado;

 Registar e submeter a ficha de ocupação de


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terreno.
2 Técnico #1  Visualizar a lista das fichas de pedidos de
regularização de terreno e valida-las;

 Registar as fichas de pedidos de regularização de


terreno para citadinos que aproximam-se
fisicamente à instituição;

 Visualizar a lista das declarações de construção no


terreno dentro do prazo estipulado e valida-las;

 Registar as declarações de construção no terreno


dentro do prazo estipulado para citadinos que
aproximam-se fisicamente à instituição;

 Visualizar a lista das fichas de ocupação de


terreno e valida-las;

 Registar as fichas de ocupação de terreno para


citadinos que aproximam-se fisicamente à
instituição;

 Contactar telefonicamente para os demais assuntos


no contexto da regularização e ocupação do
terreno (gestão de residências).

3 Técnico #2  Visualizar a lista das fichas de pedidos de


regularização de terreno e validadas e imprimir
para a realização do trabalho de campo;

 Visualizar a lista das declarações de construção no


terreno dentro do prazo estipulado e imprimi-las
para os demais fins institucionais;

 Visualizar a lista das fichas de ocupação de


terreno e imprimi-las para os demais fins
institucionais;

 Contactar telefonicamente para os demais assuntos

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no contexto da regularização e ocupação do


terreno (gestão de residências).
Fonte: Autor. Tabela desenhada no MS Word 2010.

 Módulo de registo e controlo de pagamentos do imposto


O técnico #1 recebe do departamento que regista os impostos que permitem aceder aos serviços da
instituição pelos citadinos a listagem dos pagamentos outrora realizados. E de seguida, este técnico a
partir da sua área de trabalho no menu “Imposto” regista que esses pagamentos foram realizados
para os citadinos que o tenham pago.
A aplicação de base de dados desenvolvida automaticamente controlará o prazo de validade do
imposto (que é de um ano), terminado este prazo o citadino deverá realizar novo pagamento. Antes
de esse pagamento ser realizado a aplicação bloqueará o citadino de obtenção da declaração de
terreno, de residência e do bairro.
Alternativamente o citadino pode aceder a aplicação de base de dados desenvolvida e clicar no
menu “Imposto”, e realizar o pagamento do imposto. Neste contexto, o técnico #1 pode aceder a
lista de todos os citadinos que tenham pago o imposto e, e seguida, pode imprimir para os demais
fins institucionais.
Naturalmente, todos aqueles citadinos que não tenham condições para a utilização da aplicação de
base de dados desenvolvida podem aproximar-se da instituição e o técnico #1 realizará este processo
para sí.
O pagamento pelo imposto é realizado a partir da aplicação de base de dados desenvolvida via M-
Pesa ou Pay Pal.

Tabela 5: Utilizadores e suas funções no módulo de registo e controlo de pagamentos do imposto.

Referência Utilizador Funções no módulo de registo e controlo de


pagamentos do imposto
1 Citadino (residente)  Realizar o pagamento do imposto a partir da
aplicação de base de dados desenvolvida;

 Dirigir-se fisicamente na instituição e ter o técnico


#1 a realizar-lhe o pagamento do imposto.
2 Técnico #1  Com base na lista dos pagamentos dos impostos

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realizados no respectivo departamento regista-os


na aplicação de base de dados desenvolvida;

 Listar os pagamentos de impostos realizados pelo


citadino;

 Imprimir a lista de pagamentos de impostos para


os demais fins institucionais;

 Registar o pagamento de imposto para aqueles


citadinos que não tenham condições de o fazer
pessoalmente e que tenham fisicamente se
aproximado na instituição.
Fonte: Autor. Tabela desenhada no MS Word 2010.

 Módulo de solicitação e obtenção da declaração


Para a solicitação e obtenção da declaração o citadino deve aceder a aplicação de base de dados
desenvolvida, clicar no menu “Declaração”, e de seguida deverá escolher entre Declaração do
terreno, de residência e do bairro.
Escolhida a opção desejada o citadino deverá preencher e submeter o formulário exibido.
Interactivamente, a tela a seguir solicitará a realização do pagamento pela declaração e este
pagamento deverá ser realizado a partir da aplicação via M-Pesa ou Pay Pal.
Realizado o pagamento pela declaração automaticamente a mesma será gerada.
No caso em que o citadino não tenha pago o imposto ou o mesmo tenha expirado, antes da
solicitação do pagamento pela declaração será solicitado que pague o imposto, se assim o fizer o
processo supra descrito ocorrerá.
Naturalmente todos aqueles citadinos que não tenham condições de realizar este processo podem
dirigir-se até a instituição e ter o técnico #1 a realizar por eles a partir da sua área de trabalho.

Tabela 6: Utilizadores e suas funções no módulo de solicitação e obtenção da declaração.

Referência Utilizador Funções no módulo de registo e controlo de


pagamentos do imposto
1 Citadino (residente)  Solicitar e pagar pela declaração desejada;

 Obter (baixar e / ou imprimir) a declaração gerada

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automaticamente a partir da aplicação de base de


dados.
2 Técnico #1  Solicitar e pagar pela declaração desejada pelo
citadino;

 Obter (baixar e imprimir) a declaração gerada


automaticamente a partir da aplicação de base de
dados.
Fonte: Autor. Tabela desenhada no MS Word 2010.

 Módulo de registo e controlo de pagamentos da declaração

O pagamento e controlo dos pagamentos pelas declarações solicitadas pelo citadino ocorrem durante
a solicitação e os métodos incorporados para pagamento são M-Pesa e Pay Pal. Esses métodos
foram aplicados para o registo e controlo de pagamentos dos impostos.

4.3.2. Requisitos da aplicação de base de dados


Esta secção visa analisar cada um dos módulos na perspectiva dos requisitos funcionais e não
funcionais.
A sigla usada para o Requisito Funcional é “RF” e para o Requisito Não Funcional é “RNF”. As
prioridades de cada um dos requisitos são expressos da seguinte maneira:
 Prioridade Alta: é aquele requisito que sem o qual a aplicação de base de dados
desenvolvida não entrará em funcionamento.

 Prioridade Média: é aquele requisito que sem o qual a aplicação de base de dados
desenvolvida entrará em funcionamento, porém, de forma não satisfatória.

 Prioridade Baixa: é aquele requisito que mesmo sem ser implementado não comprometerá
as funcionalidades básicas da aplicação de base de dados desenvolvida, isto é, a aplicação
pode funcionar de forma satisfatória sem ele.

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4.3.2.1. Requisitos funcionais

 Módulo de gestão de utilizadores

Tabela 7: Requisitos funcionais do módulo de gestão de utilizadores.

Referência Requisito funcional Prioridade


RF1 Realizar log in Alta
RF2 Realizar log out Alta
RF3 Alterar palavra-chave Alta
RF4 Registar utilizador Alta
RF5 Ver detalhes dos dados do utilizador Baixa
RF6 Listar utilizadores Média
RF7 Bloquear utilizador Alta
RF8 Desbloquear utilizador Alta
Fonte: Autor. Tabela desenhada no MS Word 2010.

 Módulo de gestão de residências

Tabela 8: Requisitos funcionais do módulo de gestão de residências (regularização e ocupação de terrenos).

Referência Requisito funcional Prioridade


Funcionalidade F1: Gerir a regularização de terrenos Alta
RF1 Registar a ficha de regularização de terrenos Alta
RF2 Listar fichas Média
RF3 Ver detalhes das fichas Baixa
RF4 Remover fichas Alta
RF5 Editar fichas Média
RF6 Validar pedido de regularização de terrenos Alta
RF7 Anexar documento de identificação Alta
RF8 Remover documento anexado Alta
RF9 Registar a declaração de regularização de talhão Média
RF10 Listar declaração de regularização de talhão Média

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RF11 Ver detalhes das declarações de regularização de talhão Baixa


RF12 Remover declaração de regularização de talhão Alta
RF13 Editar declaração de regularização de talhão Média
RF14 Validar declaração de regularização de talhão Alta
RF15 Imprimir fichas de regularização de terrenos Média
RF16 Imprimir declaração de regularização de talhão Média
Funcionalidade F2: Gerir a ocupação de terrenos Alta
RF17 Registar a ficha de ocupação de terrenos Alta
RF18 Listar fichas Alta
RF19 Ver detalhes das fichas Baixa
RF20 Remover fichas Alta
RF21 Editar fichas Alta
RF22 Validar pedido de ocupação de terrenos Alta
RF23 Registar ficha de uso interno Alta
RF24 Listar fichas de uso interno Média
RF25 Ver detalhes das fichas de uso interno Baixa
RF26 Remover fichas de uso interno Alta
RF27 Editar fichas de uso interno Média
RF28 Validar pedido de ocupação de terrenos Alta
RF29 Imprimir fichas Alta
Funcionalidade 3: Gestão de residências
RF30 Registar residentes do bairro Alta
RF31 Listar residentes do bairro Alta
RF32 Ver detalhes de residentes do bairro Média
RF33 Editar residentes do bairro Alta
RF34 Remover residentes do bairro Alta
RF35 Associar residentes do bairro a residência Alta
RF36 Registar residência (o registo é uma captação automática Alta
após registar a ocupação do terreno)
RF37 Listar residência Alta
RF38 Ver detalhes de residência Baixa

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RF39 Editar residência Alta


RF40 Remover residência Alta
Funcionalidade F4: Gerar relatórios Alta
RF41 Gerar relatórios segundo cada funcionalidade Alta
RF42 Gerar relatórios em .pdf e word Alta
RF43 Pesquisar e visualizar classificação Alta
Fonte: Autor. Tabela desenhada no MS Word 2010.

4.3.2.2. Requisitos não funcionais


Os RNF da aplicação de base de dados desenvolvida são os seguintes:

Tabela 9: Requisitos não funcionais da aplicação de base de dados desenvolvida.

Referência Requisito não funcional Prioridade


RNF1 Responsividade Alta
RNF2 Usabilidade Alta
RNF3 Performance Alta
RNF4 Segurança Alta
RNF5 A aplicação de base de dados desenvolvida deverá ser exequível pelo Alta
menos em todos os principais browsers como: Microsoft Edge,
Firefox, Google Chrome, Opera Mini e Safari.
RNF6 A aplicação de base de dados desenvolvida deverá ser responsivo para Alta
laptops, tablets, smartphones, entre outros dispositivos
RNF7 As cores da aplicação de base de dados desenvolvida devem ser as Alta
mesmas que compõem a instituição: branco e verde como as principais,
preto e vermelho como as secundárias.
RNF8 Uso do emblema do Concelho Municipal da cidade de Matola na home Alta
page, listagens e relatórios.
RNF9 Controlo de prazos: Alta

 30 dias para as declarações;

 60 dias para perguntar sobre seu despacho relacionado com a


regularização do terreno;

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 Observar o controlo dos prazos dos demais documentos


tratados na aplicação de base de dados desenvolvida.
RNF10 A base de dados da aplicação deve ser robusta, segura, garantir a Alta
integridade dos dados e as transaccional
RNF11 A aplicação de base de dados desenvolvida deve ter interfaces simples Alta
de utilizar e amigáveis
RNF12 A aplicação de base de dados desenvolvida deve ter boa performance Alta
Fonte: Autor. Tabela desenhada no MS Word 2010.

 Módulo de registo e controlo de pagamentos do imposto

Os requisitos funcionais para o controlo de pagamentos do imposto foram expressos na tabela


referente ao módulo de solicitação e obtenção da declaração.
Os pagamentos são realizados com recurso a utilização da API do M-Pesa e Pay-Pal.

 Módulo de solicitação e obtenção da declaração

Tabela 10: Requisitos funcionais do módulo de solicitação e obtenção da declaração.

Referência Requisito Prioridade


RF1 Registar boletim de pedido de declaração do bairro Alta
RF2 Listar boletim de pedido de declaração do bairro Alta
RF3 Ver detalhes de boletim de pedido de declaração do Média
bairro
RF4 Editar boletim de pedido de declaração do bairro Alta
RF5 Remover boletim de pedido de declaração do bairro Alta
RF6 Submeter boletim Alta
RF7 Validar boletim Alta
RF8 Gerar declaração do bairro Alta
RF9 Listar declaração do bairro Alta
RF10 Imprimir boletim Alta
RF11 Imprimir declaração do bairro Alta

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RF12 Registar pagamento de imposto Alta


RF13 Listar pagamento de imposto Alta
RF14 Ver detalhes de pagamento de imposto Média
RF15 Editar pagamento de imposto Alta
RF16 Remover pagamento de imposto Alta
RF17 Buscar residente Alta
Fonte: Autor. Tabela desenhada no MS Word 2010.

 Módulo de registo e controlo de pagamentos da declaração

Os requisitos funcionais para o controlo de pagamentos da declaração são expressos como foram
expressos os requisitos para o controlo e pagamentos da declaração. Esses foram apresentados na
tabela dos RF sobre o módulo de solicitação e obtenção da declaração.
Os pagamentos são realizados com recurso a utilização da API do M-Pesa e Pay-Pal.

4.3.3. Diagrama de entidade e relacionamentos e o de classes


Os diagramas de entidade e relacionamentos foram projectados para cada um dos módulos da
aplicação de base de dados desenvolvida. Esta forma mostra organização, facilita a análise e a
subsequente implementação. Esta foi a melhor maneira de apresentar a base de dados ao invés de
incluir todos os módulos em um único diagrama, situação que dificultaria a organização, a análise e
a subsequente implementação.

 Diagrama de entidade e relacionamento do módulo de gestão de utilizadores

Figura 8: Diagrama de entidade e relacionamento do módulo de gestão de utilizadores.

Fonte: Autor. Projectado no Visual Paradigm for UML 10.0.

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Figura 9: Diagrama de entidade e relacionamento do módulo de gestão de residências com enfoque no processo de regularização e
ocupação de terrenos.

Fonte: Autor. Projectado no Visual Paradigm for UML 10.0.

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Figura 10: Diagrama de classes do módulo de gestão de residências com enfoque no nas entidades de residência, residente e imposto.

Fonte: Autor. Projectado no Visual Paradigm for UML 10.0.

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 Módulo de registo e controlo de pagamentos do imposto, solicitação e obtenção da


declaração e de registo e controlo de pagamentos da declaração

Os diagramas para os módulo de registo e controlo de pagamentos do imposto, solicitação e


obtenção da declaração e de registo e controlo de pagamentos da declaração não foram mostradas
porque dependem da API (Application Programming Interface) de M-Pesa e Pay Pay, pois, estas
API’s tem telas próprias com as quais o utilizador deverá interagir.

Os utilizadores internos acedem a lista de todos pagamentos realizados e respectivos valores nas
contas atribuídas.

 Módulo de relatórios

Este módulo não foi representado em forma de diagrama porque é o mesmo que uma listagem, é
gerada quando certa entidade (ex.: terreno) é registada e a entidade terreno é que deve ser mostrada
em forma de tabela como foi feito.

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CAPITULO V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. Conclusões

O presente trabalho teve como objectivo geral “desenvolver a aplicação de Base de Dados (BD)
para a gestão de residências do Chamanculo “A” e subsequente obtenção da declaração do bairro
usando a Plataforma web”.
O problema resolvido é o da morosidade e os contornos seguidos para a emissão de uma declaração
de terreno, residência e do bairro que seja legítimo e confiável para os mais variados fins para quem
o solicita. Assim como o problema do uso do processo manual para a gestão de residências pelo
Concelho Municipal da cidade de Maputo que torna o processo mais burocrático ainda, com
facilidade de perda dos registos nos arquivos de papel utilizados.
O problema é contemporâneo e existencial nos Concelhos Municipais de Moçambique e, para
efeitos foi escolhido o da cidade de Maputo. Contudo, a solução encontrada é aplicável para todos
os concelhos municipais e processos relacionados com o tema.
Para que os objectivos específicos fossem alcançados e fosse produzido o outcome esperado em
cada um deles, foi definida e seguidas as metodologias de pesquisa e de desenvolvimento da
aplicação de base de dados pretendida.
A curva de aprendizagem dos métodos de pesquisa e de desenvolvimento foi maior, mas as
instruções e colaboração do supervisor (professor) contribuíram para que as dificuldades e desafios
fossem superados.
A aplicação de base de dados desenvolvida é constituída por módulos (partes) que governam o seu
funcionamento. O primeiro módulo é o de gestão de utilizadores que acontece por intermédio do
administrador da aplicação da base de dados. Este acede-a e regista os utilizadores e, realiza a
respectiva gestão. Quando os utilizadores tiverem sido registados estes podem fazer login na
aplicação de base de dados e executarem as suas funções. O segundo módulo é de gestão de
residências que é realizado com observância de todo o processo de regularização e ocupação de
terreno. Este processo o citadino (residente) pode realiza-lo remotamente (onde quer que esteja e a
qualquer hora) e os técnicos internamente dão continuidade do processo a partir da aplicação de
dados desenvolvida e pelo trabalho de campo até a sua conclusão. O terceiro módulo é o de registo e
controlo de pagamentos do imposto que permite que os citadinos (residentes) tenham acesso aos
serviços do Concelho Municipal. Para efeitos, com base na lista provida pelo departamento que trata
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desses impostos o técnico regista na aplicação de base de dados o que permite que os citadinos
possam solicitar as declarações remotamente. Mas, os citadinos que ainda não tiverem pago o
imposto podem o fazer a partir da aplicação de bases de dados desenvolvida usando o M-Pesa ou
Pay Pal incorporados na aplicação. O quarto módulo é o de solicitação e obtenção da declaração,
seja a de terreno, residência e do bairro que acontece a partir da aplicação de base de dados e o
respectivo pagamento da declaração é realizado na aplicação. O quinto e último módulo é o de
registo e controlo de pagamentos da declaração solicitada.
Com base no fluxo de informação definido no trabalho e nos requisitos funcionais e não funcionais
foram realizados os testes de verificação e validação das funcionalidades da aplicação de base de
dados desenvolvida. Os testes realizados determinaram as melhorias que tiveram de ser
implementadas na aplicação de base de dados e, que o objectivo geral foi alcançado.

5.1. Recomendações

Apesar do objectivo geral ter sido alcançado, existem recomendações que devem ser consideradas
para cenários futuros. Estas são:

 A nível institucional:

 Implantar a aplicação de base de dados desenvolvida no Concelho Municipal de Maputo;

 Formar os utilizadores e disponibiliza-los o manual de utilizador;

 Analisar o documento e a aplicação de base de dados desenvolvida para poder implanta-


lo nos outros concelhos municipais.

 A nível de continuidade de desenvolvimento da aplicação de base de dados em questão:

 Reanalisar os métodos de pagamentos M-Pesa e Pay Pal e reimplementa-los


devidamente de acordo com as especificidades dos processos de negócio do Concelho
Municipal;

 Utilizar o trabalho como base para a informatização e melhoria dos outros processos de
negócio do Concelho Municipal.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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 FONSECA, J. J. S., 2002. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC. Apostila.
 GIL, A. C., 2007. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas.

 INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA (INE) 2011. Projeções Maputo Cidade. INE.


[online] Disponível em:
http://www.ine.gov.mz/publicacoes/ets/map_cid11/Projeccoes_MptCid_2011.pdf [Acedido aos
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 INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA (INE) 2019a. Organograma do INE: Instituto
Nacional de Estatística. [online] Disponível em: http://www.ine.gov.mz/o-ine/estrutura-organica
[Acedido aos 23 de Novembro de 2020].
 LAUDON, K. C. e LAUDON, J. P. 1998. Management Information Systems: New Approaches to
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 LAKATOS, E, M, e MARCONI, M. A., 2003. Fundamentos de metodologia científica. 5ed. São


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impacto da sua implementação no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. [online]. Disponível em:
https://repositorioaberto.uab.pt/bitstream/10400.2/1705/1/Tese%20de%20Mestrado%20Jorge%2
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 SOCIEDADE DO NOTÍCIAS 2010. Distritos municipais com novas designações. Sociedade do
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Novembro de 2020

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