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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

FRANCISCO LEONARDO DE OLIVEIRA

PROTÓTIPO DE SISTEMA WEB PARA AUXILIAR PREFEITURAS NA


GERÊNCIA DA FROTA DE VEÍCULOS

PAU DOS FERROS


2022
FRANCISCO LEONARDO DE OLIVEIRA

PROTÓTIPO DE SISTEMA WEB PARA AUXILIAR


PREFEITURAS NA GERÊNCIA DA FROTA DE VEÍCULOS

Monografia apresentada a Universidade Federal


Rural do Semi-Árido como requisito para
obtenção do título de Bacharel em Tecnologia
da Informação.

Orientador: Prof. Dr. Alysson Filgueira


Milanez- Universidade Federal Rural do
Semi-Árido - UFERSA

PAU DOS FERROS


2022
© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteira
responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis
que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n°
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ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a)
sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.

d48p de Oliveira, Francisco Leonardo.


Protótipo de sistema web para auxiliar
prefeituras na gerência da frota de veículos /
Francisco Leonardo de Oliveira. - 2022.
50 f. : il.

Orientador: Alysson Filgueira Milanez.


Monografia (graduação) - Universidade Federal
Rural do Semi-árido, Curso de Tecnologia da
Informação, 2022.

1. Sistema web. 2. Gerenciamento de frota. 3.


Protótipo. I. Filgueira Milanez, Alysson, orient.
II. Título.

Ficha catalográfica elaborada por sistema gerador automáto em conformidade


com AACR2 e os dados fornecidos pelo) autor(a).
Biblioteca Campus Pau dos Ferros
Bibliotecária: Erlanda Maria Lopes da Silva
CRB: 1115

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Instituto
de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas
da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação
e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de
Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.
À minha querida amiga Mônica Eloíza e ao meu
amigo Utigard que partiram desta pra outra tão
cedo (In memoriam).
AGRADECIMENTOS

Gratidão a Deus por ter me dado forças para concluir mais essa etapa em minha
vida.
Agradeço ao meu orientador, professor Dr. Alysson Filgueira Milanez por
toda paciência em compreender os problemas que passamos durante o desenvolvimento do
trabalho, pelo profissionalismo exemplar e pela competência na orientação deste trabalho.
À minha família pelo amor incondicional. Em especial, agradeço aos meus
dois irmãos, Lucas Vinícius e Ana Cristina por terem me apoiado, consolado e sempre
acreditado em mim nos momentos mais difíceis.
Aos colegas de graduação, agradeço pelos momentos de aprendizado e con-
vivência. Faço uma menção especial aos que tiveram comigo durante toda a caminhada:
Jaime Neto, Jorge Lopes, Jean Carlos, Jadson Bruno, Jeferson Luan, Bruno Torres. Vocês
são especiais!
Aos meus amigos Jaime Neto, Jean Carlos, Valéria Lima, Bruno Queiroz, meu
muito obrigado pela contribuição dada neste trabalho.
Aos professores da UFERSA, meu muito obrigada pelo tempo dedicado,
conhecimentos e ensinamentos compartilhados, contribuindo para o meu crescimento
profissional e pessoal.
Enfim, a todos os que, direta ou indiretamente, contribuíram com a realização
deste trabalho. Sem vocês, eu não teria conseguido!
EPÍGRAFE

“Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha na vida, a mais
alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre
faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma
maneira você chega lá.”
(Ayrton Senna)
RESUMO

Atualmente, o processo de gerenciamento da frota pública das prefeituras, que engloba


tanto o cadastro de veículos e motoristas disponíveis para aquela prefeitura como também
o agendamento de viagens para os cidadãos, é feito por meio de um sistema não infor-
matizado, o que torna este processo muitas vezes desorganizado e insatisfatório para a
população. Este estudo tem por objetivo a implementação de um protótipo de um sistema
web a ser utilizado para o posterior desenvolvimento de um sistema web que será disponi-
bilizado para o uso de prefeituras. Para atender a esse objetivo, a metodologia utilizada foi
fundamentada no ciclo de vida de desenvolvimento do sistema, baseando-se no conceito
de prototipação. O presente estudo foi realizado em quatro etapas distintas: Etapa I: Coleta
e análise dos requisitos necessários para a construção do protótipo. Etapa II: Criação da
identidade visual a ser utilizada no protótipo. Etapa III: Modelagem do sistema. Etapa IV:
Refinamento e criação do protótipo visual. Espera-se que o software contribua significati-
vamente para o gerenciamento das frotas veiculares de uma prefeitura, propiciando desta
forma um ambiente informatizado em que se possa armazenar e buscar informações de
modo mais eficiente. Além disso, espera-se que com o software, as informações relativas a
veículos, agendamentos e motoristas sejam melhor organizadas e que desta forma, alguns
problemas relativos a perda de folhas impressas que registram essas informações, acordo
de viagens de modo somente verbal sejam resolvidos.

Palavras-chave: Sistema web; Gerenciamento de frota; Protótipo.


ABSTRACT

Currently, the management process of the municipal public fleet, which encompasses both
the registration of vehicles and drivers available for that city hall as well as the scheduling
of trips for citizens, is done through a non-computerized system, which makes this process
often disorganized and unsatisfactory for the population. This study intends to implement
a prototype of a web system to be used for further development of a web system that will
be made available for use by city halls. The methodology used was built around the system
development life cycle, based on the concept of prototyping, to meet the criteria. The
current study was carried out in four distinct stages. Stage I: Collection and analysis of
the requirements for the construction of the prototype. Stage II: Creation of the visual
identity to use in the prototype. Stage III: Modeling the system. Stage IV: Refine and
design the visual prototype. It is expected that the software will contribute significantly to
the management of a city’s vehicular fleets, thus providing a computerized environment in
which information can be stored and searched more efficiently. In addition, it is expected
that with the software, information related to vehicles, schedules and drivers will be better
organized and that in this way, some problems related to loss of printed sheets that record
this information, travel agreement in a verbal only way will be solved.

Keywords: Web System; Fleet management; Prototype.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Etapas da prototipação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27


Figura 2 – Diagrama de casos de uso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Figura 3 – Diagrama de classe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Figura 4 – Tela Inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Figura 5 – Tela de Login . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Figura 6 – Tela de recuperação de senha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Figura 7 – Tela de confirmação de recuperação de senha . . . . . . . . . . . . . . 35
Figura 8 – Página inicial - Administrador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Figura 9 – Página inicial - Motorista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Figura 10 – Menu Frota . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Figura 11 – Cadastrar veículo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Figura 12 – Cadastro de veículo concluído . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Figura 13 – Cadastrar usuário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Figura 14 – Cadastrar usuário - Administrador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Figura 15 – Cadastrar usuário - Motorista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Figura 16 – Menu administração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Figura 17 – Listagem de Manutenções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Figura 18 – Listagem de Manutenções - Veículos encontrados . . . . . . . . . . . 43
Figura 19 – Menu agendamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Figura 20 – Listar agendamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Figura 21 – Imprimir agendamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Requisitos funcionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30


Quadro 2 – Requisitos não funcionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

API Application Programming Interface


CETIC Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação
EGD Estratégia de Governança Digital
GPS Global Positioning System
JDBC Java Database Connectivity
JNDI Java Naming and Directory Interface
NIST National Institute of Standards and Technology
OO Orientado a Objetos
SGBD Sistema de Gerenciamento de banco de Dados
SGV Sistema de Gerenciamento de Veículos Públicos
SI Sistema de Informação
TIC Tecnologias da Informação e Comunicação
UML Unified Modeling Language
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.1 Problematização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.3 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.1 Engenharia de software . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.2 Banco de dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.3 Sistemas de Informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.4 Desenvolvimento Web . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.5 Segurança da Informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.6 Modelagem UML . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.7 Gestão colaborativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.8 Smart Cities . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.9 Trabalhos Relacionados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
4.1 Requisitos para o Protótipo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
4.2 Principais telas do Protótipo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
5 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS . . . . . . . . . . . . 47
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
13

1 INTRODUÇÃO

Nos municípios de pequeno e médio porte, as prefeituras costumam oferecer aos


seus munícipes transporte para que aqueles que não têm algum tipo de transporte possam
se locomover para a realização de consultas médicas, exames clínicos, bem como outras
demandas médicas. Ademais, nota-se que esse serviço é prestado muitas vezes utilizando-
se de folhas de papel para fazer as anotações relativas a um agendamento (nome das
pessoas, motorista, veículo, destino e horário), ou então em um processo de acordo verbal
mesmo. No segundo caso, a pessoa vai até o responsável pelo agendamento, conversa com
ele sobre a disponibilidade do transporte e este informa se o serviço poderá ser ofertado
ou não a esta pessoa, de modo que tudo é acordado sem ter um registro em algum meio
físico. Logo, o armazenamento dessas informações fica bem comprometido, uma vez que
é comum a perda dessas folhas ou o esquecimento de quem realizou as tratativas neste
acordo verbal.
Porém, essa é uma atividade para o erário que acarreta em gastos, sejam eles recur-
sos humanos ou financeiros e que um sistema informatizado pode ajudar substancialmente
em um melhor aproveitamento de tais recursos. De acordo com pesquisa realizada pelo
Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (CETIC)
em 2017, 60% dos órgãos federais e estaduais iniciaram o desenvolvimento de um novo
software para atender a demandas específicas do órgão (CETIC, 2019). Depreende-se,
desta maneira, que a administração tem buscado modernizar a forma como os seus serviços
são prestados.
Essa busca pela modernização dos serviços ganhou contornos maiores a partir do
ano 2000, uma vez que o governo brasileiro investiu de maneira mais contundente na
introdução de novas soluções com o auxílio das Tecnologias da Informação e Comunicação
(TIC). Diversas políticas e iniciativas foram realizadas até 2016, mas com a publicação
da Estratégia de Governança Digital (EGD)1 , foi implantado um novo paradigma de
gestão pública e das relações entre o estado brasileiro e a sociedade. Desburocratização,
modernização do Estado, simplificação de processos, melhoria no acesso à informação
pública, transparência, melhoria nos atendimentos e racionalização de gastos públicos são
alguns avanços que a política de governança eletrônica e digital proporcionaram.
Essa transformação digital nos órgãos públicos é tão importante e urgente, que o
1 A EGD atual está disponível em: https://www.gov.br/governodigital/pt-br/EGD2020. Acesso em: 01
maio 2022.
14

Governo Federal publicou o Decreto No 10.332, em 28 de abril de 20202 , instituindo a


EGD para o período de 2020 a 2022. A abrangência é de âmbito dos órgãos e das entidades
da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. No entanto, serve de
baliza para todos os órgãos públicos.
Contudo, na esfera municipal, tal estratégia de modernização dos serviços públicos
caminha a passos mais lentos se comparados ao governo federal. Todavia, já existem
instituições que vivem essa transformação digital. De acordo com o site IPM Sistemas
de Gestão Pública (2021), Pomerode (SC) pretende tornar-se um dos municípios mais
eficientes e ágeis na prestação de serviços públicos aos cidadãos. Em julho de 2021, a
administração municipal concluiu seu projeto para tramitação de todos os procedimentos
administrativos de forma 100% digital.
Outrossim, é de se esperar que a população brasileira concentrada nos mais de
5,5 mil municípios do território, anseia por soluções que modernizem a forma como são
prestados determinados serviços em seus municípios.
Diante do exposto, o Sistema de Gerenciamento de Veículos Públicos (SGV) visa o
desenvolvimento de um protótipo de sistema para auxiliar a prestação dos serviços públicos
na área de transportes. A ideia principal é proporcionar maior facilidade na organização dos
recursos públicos, sejam eles materiais (veículos) ou humanos (motoristas) proporcionando
a prestação de um serviço público de qualidade para a população.

1.1 Problematização

Partindo do que é observado cotidianamente em relação ao modo como está disposta


a organização da frota de veículos públicos e de como esta é ofertada aos cidadãos, e
levando em consideração a crescente utilização de recursos tecnológicos na resolução de
diversas demandas administrativas e gerenciais, seja no âmbito da administração privada
ou mesmo na administração pública, a presente pesquisa pretendeu reunir alguns exemplos
de softwares que têm ajudado em um melhor oferecimento de serviços públicos e propôs
um protótipo que possa auxiliar na problemática envolvendo a organização dos serviços de
transporte ofertadas pela administração municipal aos cidadãos.
O presente trabalho, desta forma, apresenta um protótipo de sistema que futura-
mente possa ser desenvolvido de modo a ser utilizado nas atividades da administração.
Espera-se, assim, que tal proposta contribua para ajudar a solucionar a questão da orga-
2 Disponível em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/decreto-n-10.332-de-28-de-abril-de-2020-254430358.
Acesso em: 01 maio 2022.
15

nização da frota de veículos de uma prefeitura, contribuindo também com a organização


dos agendamentos, armazenando os dados de maneira informatizada e evitando que estes
sejam perdidos.

1.2 Objetivos

O objetivo geral deste trabalho é realizar um estudo acerca da importância de


sistemas de gerenciamento de frotas de veículos em uma prefeitura e criar um protótipo
que possa auxiliar a prefeitura nessas atividades.
Os objetivos específicos são:
• Realizar um estudo de viabilidade acerca da proposta de um sistema de gerencia-
mento de veículos públicos com a finalidade de obter informações para o levanta-
mento de requisitos;
• Desenvolver a documentação de requisitos e posteriormente criação do diagrama de
casos de uso, que irá subsidiar a construção do software;
• Implementar o protótipo do sistema com base nas informações colhidas anterior-
mente e nos requisitos elicitados.

1.3 Justificativa

A ideia de desenvolver este projeto surgiu de observações práticas em relação


a como é realizado o serviço de transporte fornecido pelas prefeituras. Em cidades de
pequeno e médio porte, é comum que a prefeitura forneça transporte para as pessoas
se locomoverem até outras cidades para a realização de consultas, exames e demais
procedimentos médicos. No entanto, a falta de organização faz com que muitas vezes
esse serviço não alcance resultados bons. Por exemplo, é comum que determinada pessoa
tenha um procedimento agendado para determinado dia fique sem ter o seu deslocamento
realizado porque quando chega o momento de ir até o local de onde os carros normalmente
partem, não há motorista ou carro para ir ao seu destino. Pode-se citar também o fato de
haver ocasiões em que se tem mais de um veículo indo para a mesma cidade em horários
iguais, sendo que um veículo de maior capacidade resolveria o problema. Percebe-se então
que essas situações acarretam em prejuízos tanto para a administração pública, no sentido
de haver um desperdício de recursos, quanto para a população que necessita desse serviço
que fica insatisfeita.
Diante disso, o sistema de gerenciamento de frota de veículos públicos possui como
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premissa apresentar um software que possa ajudar a organizar os serviços de oferecimento


de transporte prestados pela administração pública à população, visando sempre a otimiza-
ção dos recursos empregados nessas tarefas bem como o alcance de resultados satisfatórios
para a população.
Espera-se com o desenvolvimento deste projeto contribuir para uma melhor pres-
tação dos serviços públicos à população, haja vista que tal assunto insere-se no contexto
de todos os cidadãos, pagadores de impostos que querem ver a sua contribuição sendo
administrada da melhor forma possível.
17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, serão apresentados os conceitos necessários para entender o con-


teúdo deste trabalho.

2.1 Engenharia de software

“Engenharia de software é uma abordagem sistemática e disciplinada para o de-


senvolvimento de software.” (PRESSMAN, 2006). “Uma das grandes dificuldades da
engenharia de software é resolver o problema e deixar o cliente satisfeito com o soft-
ware.” (JALOTE, 2005). Naturalmente, o processo de engenharia de software é realizado
pelo engenheiro de software.
A Engenharia de Software é importante para dar ao processo de desenvolvimento
de software um grau de formalidade e organização. São muitos os problemas enfrentados
ao longo do desenvolvimento de um produto de software, indo desde o estouro de um prazo
até a não-conformidade dos requisitos. Então, “a Engenharia de Software impõe disciplina
a um trabalho que pode se tornar caótico, mas também permite que as pessoas produzam
software de computador adaptado à sua abordagem, da maneira mais conveniente às suas
necessidades.” (PRESSMAN, 2006).
A base da engenharia de software são conjuntos de atividades para o processo
de desenvolvimento de software. Apesar da existência de vários tipos de processo de
desenvolvimento de software, todos eles apresentam um conjunto de atividades comuns, a
saber: análise de requisitos, design do software, código e teste (JALOTE, 2005). Neste
trabalho não houve as atividades de codificação e teste. No entanto, foram realizadas a
atividade de análise de requisitos e a de design. Na análise de requisitos, buscou-se por
meio de pesquisas em outros sistemas e também com base nas necessidades que o autor e o
orientador iriam elencando, levantar e especificar os requisitos funcionais e não funcionais
da proposta de sistema. Já no design, foi criada toda a identidade visual do site, em que
foram priorizadas cores que não contrastassem muito e causassem uma boa organização
nos itens da tela (botões, barras). Criou-se também nesta atividade, a logomarca do site.
Segundo Jalote (2005), análise de requisitos é o momento em que se efetua o
conhecimento do problema para desenvolver o software. Já o design de software é o
momento em que o engenheiro de software realiza o planejamento da solução do problema
que foi levantado no documento de requisito (JALOTE, 2005). Ainda de acordo com Jalote
18

(2005), a atividade de codificação é o momento que se trabalha o problema resolvido no


design do software e o transforma em uma linguagem de programação. Por fim, a atividade
de teste, de acordo com Myers et al. (2004), é o processo que tem a intenção de encontrar
defeitos nos artefatos de software.
Em geral, um sistema de software tende a fazer uso de um banco de dados para o
armazenamento de informações de tal sorte que estes fiquem persistidos.

2.2 Banco de dados

Um Sistema de Gerenciamento de banco de Dados (SGBD) é uma coleção de dados


inter-relacionados e um conjunto de programas para acessar esses dados (SILBERSCHATZ;
KORTH; SUDARSHAN, 2020). Já segundo a definição encontrada no site da Oracle1 ,
um banco de dados é uma coleção organizada de informações - ou dados - estruturadas,
normalmente armazenadas eletronicamente em um sistema de computador.
As empresas e os órgãos públicos possuem uma enorme quantidade de dados que
precisam ser armazenados e organizados para consulta. De tal modo, a utilização de um
banco de dados permite que esses dados além de serem armazenados e modificados, sejam
acessados, modificados, atualizados, controlados e gerenciados. Além disso, o sistema de
banco de dados deve garantir a segurança das informações armazenadas, apesar de falhas
no sistema ou de tentativas de acesso não autorizado. Se os dados são compartilhados entre
vários usuários, o sistema deve evitar possíveis resultados anômalos (SILBERSCHATZ;
KORTH; SUDARSHAN, 2020).
Atualmente, podem ser encontrados diversos tipos de SGBDs no mercado, e
cada um é adequado para uma necessidade específica dos clientes. Os mais comumente
encontrados são: Oracle, DB2, MySQL, SQL Server, PostgreSQL e outros.

2.3 Sistemas de Informação

Um Sistema de Informação (SI) é um conjunto único de hardware, softwares, banco


de dados, telecomunicações, pessoas e procedimentos que são configurados para coletar,
manipular, armazenar e processar dados em informações (STAIR; REYNOLDS, 2001).
Já para Badalotti e Lampert (2015), os SI são um conjunto estruturado de sistemas que
estão inter-relacionados e possuem algumas funções essenciais como: coletar, realizar a
manipulação, armazenar de forma segura e disseminar os dados e informações.
1 Disponível em: https://www.oracle.com/br/database/what-is-database. Acesso em 01 maio 2022
19

Os SI compreendem várias entidades. Englobam desde softwares, sistemas, hard-


ware, aplicativos até as pessoas. São de vital importância no contexto de empresas ou
órgãos públicos, uma vez que a demanda de dados é enorme, e tais dados precisam ser
coletados, armazenados, manipulados e processados para se tornarem informações que
venham a subsidiar a tomada de decisões e também possam estar acessíveis às pessoas que
delas necessitam não necessariamente para tomar uma decisão. Estes dados e informações
podem estar disponíveis sob a forma de um site ou sistema web.
No contexto deste trabalho, foi escolhido desenvolver um sistema web dada a
facilidade que se pode ter para utilizar a aplicação nos mais variados ambientes. Será
necessário apenas ter um computador ou celular com acesso à internet. Não necessita ser
uma máquina com grande poder de processamento nem o sistema precisa ser instalado na
máquina.

2.4 Desenvolvimento Web

De acordo com Christensson (2013), desenvolvimento web refere-se à construção,


criação e manutenção de sites. Ele inclui aspectos como web design, publicação na
web, programação web e gerenciamento de banco de dados. O profissional que trabalha
desenvolvendo websites pode ser um web designer (desenvolvedor do layout) ou um web
developer (desenvolvedor de sistemas).
O desenvolvimento web pode variar desde simples páginas estáticas a aplicações
ricas, comércios eletrônicos ou redes sociais. Segundo estatística disponível em tempo real
no site (STATS, 2022), no mundo existem quase 1,900,000,000 bilhões de páginas web.
Nota-se, portanto, a importância do desenvolvimento web nos dias atuais dado o volume
de dados e informações que estão dispostos na internet.
As áreas de atuação do desenvolvedor web concentram-se em: back-end, front-end,
banco de dados e áreas interdisciplinares (por exemplo, design gráfico, arquitetura da
informação). Do ponto de vista do desenvolvedor, segundo Christensson (2013), define-se
por front-end o design da interface e a programação que fazem a interface funcionar. Já
o back-end inclui funções e processamento de dados que ocorrem nos bastidores. Para o
desenvolvimento de aplicação web, é de suma importância que as aplicações sejam criadas
seguindo padrões que visem garantir a segurança dos dados dos clientes.
20

2.5 Segurança da Informação

De acordo com o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia - National Institute of


Standards and Technology (NIST) (NIST, 2021), a segurança da informação significa a
proteção da informação e dos sistemas de informação contra acesso não autorizado, uso,
divulgação, interrupção, modificação ou destruição a fim de fornecer confidencialidade,
integridade e disponibilidade (pilares).
Segundo Fontes (2006), confidencialidade é a propriedade de que a informação
deve ser acessada e utilizada exclusivamente pelos usuários autorizados que necessitam
dela para a realização de suas atividades profissionais na empresa. Ainda de acordo com
Fontes (2006), a integridade diz respeito a informação está correta, ser verdadeira e não
estar corrompida. Por fim, o princípio da disponibilidade dispõe que a informação deve
estar acessível para o funcionamento da empresa e a realização do negócio (FONTES,
2006).
No protótipo desenvolvido nesta pesquisa, buscou-se propiciar que a aplicação
fizesse uso desses princípios da segurança da informação. A necessidade de se fazer login
para poder ter acesso às funcionalidades definidas a cada usuário insere-se no contexto de
confidencialidade. Já em relação à preocupação de as informações estarem fidedignas, isto
é, não terem sido corrompidas ao longo dos processos ou de seu ciclo de vida e também de
aquela informação estar disponível quando for requisitada, correspondem respectivamente
aos princípios da integridade e da disponibilidade.
Percebe-se, desta forma, que a segurança da informação, balizada nos pilares que a
compõe, é imprescindível em qualquer sistema que lide com dados sensíveis e com grande
quantidade de usuários, haja vista ter-se atualmente uma grande demanda por informação
e milhares de ataques aos mais variados tipos de sistemas.

2.6 Modelagem UML

De acordo com Fowler (2014), Unified Modeling Language (UML) é uma família
de notações gráficas, apoiada por um metamodelo único, que ajuda na descrição e no
projeto de sistemas de software, particularmente daqueles construídos utilizando o estilo
Orientado a Objetos (OO). O seu surgimento remonta ao final dos anos 80, início dos
anos 90. Nesta época, existiam diversas linguagens gráficas de modelagem de sistemas
orientados a objetos. Por conseguinte, uma corrente de estudiosos decide unificar essas
21

diversas linguagens em uma só: a UML.


A UML é usada no desenvolvimento dos mais diversos tipos de sistemas. Ela
abrange sempre qualquer característica de um sistema em um de seus diagramas e é também
aplicada em diferentes fases do desenvolvimento de um sistema, desde a especificação da
análise de requisitos até a finalização com a fase de testes. Importante ressaltar que, dada a
grandeza da diagramação proporcionada pela UML, é pouco provável que em um projeto
se utilize todos os recursos disponíveis. Cabe ao desenvolvedor selecionar os diagramas
que mais são úteis e necessários para a representação do seu sistema.
Em geral, os diagramas mais utilizados no desenvolvimento de um projeto são o de
casos de uso, de classe, de sequência e de atividades (BOOCH, 2012). O presente trabalho
fará uso dos dois primeiros mencionados: diagramas de casos de uso e de classe. Esse
diagramas foram importantes durante o desenvolvimento para demonstrar as diferentes
maneiras que o usuário pode interagir com um sistema (diagrama de casos de uso) e
também para entender-se o que deve estar presente no sistema a ser modelado (diagrama
de classe).

2.7 Gestão colaborativa

O modo administrativo clássico perdurou nas atividades trabalhistas por muito


tempo, e foi baseado em um modelo organizacional vertical e hierárquico focado no
autoritarismo, na especialização, separação dos trabalhos e na disciplina (CARDOSO;
BAPTISTA, 2017). É um estilo que se caracteriza pela conformação piramidal onde
há um presidente na parte superior e um número considerável de subordinados na base,
compondo a parte inferior da estrutura. Nesse âmbito, a quantidade de componentes e
níveis da pirâmide vai variar conforme o tamanho da organização, gerando um fluxo de
informações unilateral e de caráter simplista (CARDOSO; BAPTISTA, 2017).
Contudo, com a chegada da globalização os modelos organizacionais vigentes nos
serviços precisaram passar por transformações significativas para responder às exigências
de excelência e competitividade que o mundo do trabalho propunha. Diante disso, não se
podia mais apenas organizar pessoas, mas devia-se geri-las, devendo-se trabalhar a gestão
de pessoas, uma área considerada contingencial e sensível. A gestão de pessoas depende
de inúmeras características, como a estrutura da organização, tecnologias empregadas,
processos internos, culturas organizacionais e ainda variáveis que nem sempre podem ser
citadas (SOUZA; FERREIRA, 2019).
22

De acordo com Camões (2019), historicamente, o movimento para mudanças na


organização dos serviços foi vivenciado mais fortemente nos anos de 1980 e 1990 e
respingaram fortemente no setor organizativo público. Esse movimento foi intitulado New
Public Management e propôs a integração horizontal partindo da visão de gerir as pessoas
de modo estratégico.
Estas estratégias advêm de uma integração horizontal que parte de uma atuação
coordenada de sistemas que se baseiam em recrutar, selecionar, capacitar, melhorar re-
munerações e avaliar o desempenho do individuo e sua possibilidade de ascensão. Esse
modelo de gestão, por ser colaborativa, permite que o capital humano siga unido para que
os objetivos sejam alcançados (CAMÕES, 2019).
No Brasil, o New Public Management surgiu rompendo os perfis administrativos
que vigoraram anteriormente no setor público brasileiro. O patrimonialismo foi o pri-
meiro, marcado pela monarquia absolutista e a mistura do público e privado. O público
burocrático tornou-se o segundo, caracterizado pela rigidez administrativa, hierarquização,
profissionalização, formalismo e impessoalidade. Ambos os sistemas foram substituídos
pela administração gerencial, pela gestão de pessoas que supera os conflitos desses mode-
los ao propor os recursos humanos como essenciais e ativos nos processos de trabalhos
(CARMO et al., 2018).
Todavia, ainda que haja um interesse em aplicar perspectivas horizontais no serviço
público, há percalços que ainda necessitam ser superados para tal feitio. Na administração
pública o quesito empregatício relaciona-se diretamente com questões de estabilidade
que resultam em rigidez na demissão e projetos e atuações influenciados por normas que
dificultam a mensuração de desempenhos e capacidades. Além disso, a influência política
também altera o processo. Neste âmbito, os principais problemas para melhora da gestão
nos serviços públicos são as questões de caráter mutável, brevidade dos ciclos políticos,
problemas para medir e avaliar, a inércia nos trabalhos e as próprias limitações legais. No
entanto, a existência desses problemas pode e deve ser superada partindo de estratégias e
reorganizações de pessoas (CAMÕES, 2019).
Considerando que o objetivo do presente trabalho de realizar um estudo acerca
da importância de sistemas de gerenciamento de frotas de veículos em uma prefeitura,
a gestão colaborativa se dará a partir do momento em que o sistema esteja implantado,
possibilitando que todos os cidadãos possam contribuir com a gestão das frotas, bem como
acompanhar informações atualizadas acerca das mesmas.
23

2.8 Smart Cities

O espaço urbano tem passado por profundas transformações. Essas transformações


têm feito com que problemas nas diversas esferas (social, econômica, ambiental) surjam.
Nota-se então, que os gestores têm enfrentado um enorme desafio na hora de planejar e
gerir esses espaços. Como alternativa, as TIC, que têm revolucionado o mundo globalizado
em matéria de desenvolvimento e de inovação, são a oportunidade para a transformação
positiva dessa realidade. Nesse sentido, surge um conceito interessante que tem ganhado
espaço como forma de solução para alguns problemas enfrentados rotineiramente pelos
grandes centros: Cidades Inteligentes (Smart Cities em inglês).
Komninos (2002) aborda a cidade como uma aglomeração multidimensional, fa-
zendo a inter-relação das várias dimensões que a compõem e caracterizam-na de modo
que sem a ação conjunta desses atores não há realização de uma Smart City.
Em sua concepção, Giffinger et al. (2007) acreditam que o conceito de Smart City
tem como premissa a questão da inteligência, com os cidadãos independentes e conscientes.
Já Batty et al. (2012) coloca as TICs como a principal característica do conceito, além disso,
ele afirma que Cidades Inteligentes são instrumentos para melhorar a competitividade
comunidade. Ademais, Harrison et al. (2010), conceitua Smart City como sendo uma
cidade conectando a infraestrutura física, a infraestrutura de TI, a infraestrutura social e a
infraestrutura de negócios para alavancar a inteligência coletiva da cidade.
Apesar de ser um conceito relativamente recente, o conceito de Smart City já
se consolidou como assunto fundamental na discussão global sobre o desenvolvimento
sustentável e movimenta um mercado global de soluções tecnológicas. Embora já se tenha
diversas iniciativas sobre o tema, vale ressaltar que ainda não há uma definição consensual
e única sobre o termo (NAM; PARDO, 2011; HOLLANDS, 2008).
Um sistema tal qual o proposto no presente trabalho, contribui para o desenvolvi-
mento de uma cidade inteligente, haja vista que estará integrando dados da prefeitura e os
tornando disponíveis para o acesso da população.

2.9 Trabalhos Relacionados

Nesta seção, são apresentados os trabalhos relacionados à esta pesquisa, que visam
construir ou propor o uso de aplicações que auxiliem no processo de gerenciamento de
frotas de veículos.
24

Cunha et al. (2009) propõem um sistema web de apoio à decisão para controle
de frotas. Tal sistema pode ser usado por cooperativas, empresas de táxi e frotas de
ambulância, podendo ser adaptado para áreas semelhantes. O sistema visa auxiliar os
operadores que direcionam as viaturas até os locais de modo a trazer mais rapidez nesse
processo.
Para isso, o sistema faz uso da Application Programming Interface (API) de
desenvolvimento do Google Maps de maneira gratuita, associada ao uso de aparelhos
receptores de Global Positioning System (GPS) instalados nas viaturas para que possa
ser visualizado no sistema em tempo real, a localização desses veículos. Além da API de
desenvolvimento do Google Maps, foram utilizadas também outras tecnologias de código
aberto. Para acessar o banco de dados da aplicação foi utilizada a API Java Database
Connectivity (JDBC).
Por sua vez, para que as aplicações desenvolvidas na linguagem Java tenham acesso
a serviços de nomes e diretórios, foi utilizada a API Java Naming and Directory Interface
(JNDI). Os resultados desta pesquisa mostram que utilizando-se de tecnologias de código
aberto, pode-se construir sistemas gerenciamento de frota de baixo custo e capazes de
apoiar de forma consistente o processo de alocação de veículos a determinado local de
maneira mais eficaz e eficiente.
O trabalho de Cunha et al. (2009) difere um pouco deste trabalho. Tal trabalho está
voltado para propiciar uma tomada de decisão mais rápida dos operadores do sistema para
o direcionamento de viaturas ao local de atendimento com bases nas informações georre-
ferenciadas disponíveis no sistema. A preocupação é mais voltada para as informações
disponíveis em tempo real para que possa otimizar o tempo e os recursos disponíveis na
alocação de uma viatura para determinada ocorrência. Não é tema central desta pesquisa
prover informações em tempo real. O que se busca é o armazenamento, a busca e a
recuperação de informações de maneira mais eficiente para que se possa ter uma melhor
organização do fluxo de trabalho de determinada secretaria de transportes.
Já Nunes e Bini (2014) propõem o desenvolvimento de um sistema web voltado
para a prestação de serviços no ramo de empresas de terraplanagem. Tem como principal
objetivo minimizar problemas relacionados com o controle de frota de empresas desse
setor.
No seu desenvolvimento, utilizou-se o paradigma orientado a objetos. A linguagem
de programação utilizada foi a PHP e o banco de dados foi o MySQL. Com esse sistema
espera-se que a empresa obtenha um melhor aproveitamento do tempo, que seja possível
25

fazer o controle das atividades, possua confiabilidade nas informações e essas informações
sejam acessadas de maneira ágil.
Por sua vez, a pesquisa de Nunes e Bini (2014) se assemelha um pouco mais à
pesquisa desenvolvida neste trabalho, uma vez que há a preocupação com cadastro de
funcionários, materiais, rotas. O foco é no auxílio às atividades gerenciais da empresa de
terraplanagem que fará uso do software.
26

3 METODOLOGIA

Este trabalho segue a modalidade de pesquisa aplicada. Estes estudos visam


encontrar soluções para problemas existentes, através da criação de um produto, neste caso,
um protótipo. Por não se tratar de uma pesquisa direta com seres humanos, não se tornou
necessário submissão ao Comitê de Ética em Pesquisas (CEP). Adotou-se este modelo
de pesquisa para atender ao objetivo de desenvolver um protótipo de sistema web para
auxiliar prefeituras na gerência de frota de veículos.
Entende-se como protótipo toda e qualquer ideia que seja expressa em um projeto.
Outra definição também é aquela que trata o protótipo como o início de um sistema de
software que expõe conceitos e conhecimentos sobre os problemas e diferentes soluções.
Partindo disso, qualquer pensamento pode tornar-se um protótipo, um app, um objeto ou
um serviço, sendo necessário um planejamento para sua efetividade (COSTA, 2019).
A prototipagem desta pesquisa foi inicialmente tracejada em papel e em seguida
elaborou-se o design gráfico e a prototipação. Para estes passos optou-se por utilizar uma
metodologia pautada no ciclo da vida de desenvolvimento de sistemas, focado no princípio
de prototipação.
A prototipação é o processo em que decide-se quais os critérios e requisitos neces-
sários para o desenvolvimento de um protótipo. É importante que esses critérios sejam
esboçados desde o início e que sejam explícitos ao desenvolvedor para que os futuros
usuários possam compreender a função do protótipo. Contrariamente, se tudo não for devi-
damente explicado, os benefícios do protótipo podem ser questionados e não alcançados
(SILVA, 2019).
Assim, as etapas do processo de prototipação deste trabalho seguiram o percurso
expresso na Figura 1.
• Etapa 1: Coleta e análise dos requisitos
Segundo Pressman e Maxim (2021), todo projeto de software começa com a equipe
tentando entender o problema a ser resolvido e determinando quais resultados são
importantes para os envolvidos. Isso inclui entender as necessidades de negócios que
motivam o projeto e as questões técnicas que o limitam. Logo, coletar e entender
bem o que as partes envolvidas querem em um software, é uma tarefa bem complexa.
De acordo com Pohl e Rupp (2015), requisito funcional é um requisito que se refere
a um resultado de comportamento que deve ser provido por uma funcionalidade do
sistema. Pohl e Rupp (2015) também classificam os requisitos de qualidade ou não
27

Figura 1 – Etapas da prototipação

Fonte: Autoria Própria

funcionais como como sendo um requisito que pertence a uma preocupação com a
qualidade que não é coberta pelos requisitos funcionais.
• Etapa 2: Elaboração da identidade visual do protótipo
O protótipo recebeu o nome de SGV. Optou-se por um layout esteticamente agra-
dável e coerente com o tema do protótipo. A escolha do nome não seguiu nenhum
método científico.
A identidade visual foi criada no aplicativo desktop Canvas e o layout gráfico das
telas foram criados no programa Figma. O Figma é um editor gráfico de vetor e
prototipagem de projetos de design baseado principalmente no navegador web, com
ferramentas offline adicionais para aplicações desktop para GNU/Linux, MacOS e
Windows.
• Etapa 3: Modelagem do sistema
A modelagem é uma das principais atividades que levam à implementação de um
bom software. A modelagem de software utiliza vários modelos para projetar um
determinado sistema. Um modelo é uma simplificação da realidade, criado para
facilitar o entendimento de sistemas complexos.
Todos os sistemas podem ser descritos sob diferentes aspectos, com a utilização de
28

modelos distintos, em que cada modelo será, portanto, uma abstração específica do
sistema. Os modelos podem ser estruturais, dando ênfase à organização do sistema,
ou podem ser comportamentais, dando ênfase à dinâmica do sistema.
Através dos modelos, conseguimos obter múltiplas visões do sistema, particionando
a complexidade do sistema para facilitar sua compreensão, e atuando como meio
de comunicação entre os participantes do projeto. Portanto, uma linguagem de
modelagem padronizada, tal como a UML, é fundamental para a construção e o
entendimento de bons modelos.
Para a criação do protótipo do sistema, foram modelados os diagramas de casos
de uso e de classes. Estes diagramas foram construídos a partir da aplicação web
Draw.io1 . O Draw.io é um software de desenho gráfico de plataforma cruzada
gratuito e de código aberto desenvolvido em HTML5 e JavaScript. Sua interface
pode ser usada para criar diagramas como fluxogramas, wireframes, diagramas UML,
organogramas e diagramas de rede.
• Etapa 4: Refinamento dos requisitos e criação do Protótipo Visual
O refinamento do protótipo foi realizado de acordo com feedbacks dados pelo
professor orientador nas reuniões realizadas para análise do protótipo, bem como
por novas necessidades que surgiam com o andamento da pesquisa que baliza o
desenvolvimento do protótipo.
A iteração ocorre conforme se ajusta o protótipo às necessidades de vários envolvidos
e, ao mesmo tempo, possibilita a melhor compreensão das necessidades que devem
ser atendidas (PRESSMAN; MAXIM, 2021).
O protótipo do Sistema Web foi desenvolvido no programa Figma. O Figma possui
ferramentas para estruturação do layout gráfico, apresentação de conteúdo e nave-
gação dinâmica. Tal protótipo poderá ser acessado através de um navegador web
ou pelo aplicativo desktop Figma. O acesso ao protótipo pode ser realizado pelo
seguinte link: https://bityli.com/tKRTWZ

1 Disponível em: https://app.diagrams.net/. Acesso em 30 maio 2022.


29

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo, serão apresentados os principais resultados obtidos no presente


trabalho bem como será feito uma breve discussão sobre esses resultados.

4.1 Requisitos para o Protótipo

Nesta seção, são apresentados os requisitos funcionais e não funcionais elencados


durante o processo de levantamento de requisitos desta pesquisa. O Quadro 1 apresenta os
requisitos funcionais identificados no projeto. Os requisitos funcionais estão diretamente
ligados ao produto. Ele representa o que o software faz, em termos de tarefas e serviços.
Por sua vez, o Quadro 2 mostra os requisitos não funcionais. Esse tipo de requisito
está relacionado a condições ambientais indiretamente descritas. Estão relacionados
ao uso da aplicação em termos de desempenho, usabilidade, confiabilidade, segurança,
disponibilidade, manutenção e tecnologias envolvidas. Estes requisitos dizem respeito a
como as funcionalidades serão entregues ao usuário do software.
O levantamento de requisitos teve como intuito reunir às principais funcionalidades
que comporão o SGV.
Além disso, foi apresentado também o diagrama de casos de uso e o diagrama
de classe. No diagrama de casos de uso buscou-se identificar os atores que integrarão o
sistema - administrador e motorista - e também as suas interações. A Figura 2 mostra em
detalhes o diagrama construído.
30

Quadro 1 – Requisitos funcionais


Requisitos Funcionais Descrição Prioridade
RF001 - Realizar cadastro O sistema deve permitir que um usuário seja Essencial
cadastrado
RF002 - Realizar login O sistema deve permitir que o usuário realize Essencial
o login
RF003- Realizar logout O sistema deve permitir que o usuário saia de Essencial
sua conta com segurança
RF004 - Recuperar senha O sistema deve ter uma forma de recuperação Essencial
de senha
RF005 - Alterar senha O sistema deve permitir ao usuário alterar a Essencial
sua senha
RF006 - Cadastrar veículo O sistema deve permitir que o administrador Essencial
cadastre um veículo
RF007 - Excluir veículo O sistema deve permitir que o administrador Essencial
exclua um veículo
RF008 - Editar veículo O sistema deve permitir que o administrador Essencial
altere dados do veículo
RF009 - Cadastrar usuário O sistema deve permitir que o administrador Essencial
cadastre um novo usuário (motorista ou outro
administrador)
RF010 - Excluir motorista O sistema deve permitir que o administrador Essencial
exclua um motorista
RF011 - Alterar dados do O sistema deve permitir que o administrador Essencial
motorista ou o motorista altere dados do usuário moto-
rista
RF012 - Buscar veículos O sistema deve permitir que o administrador Importante
ou o motorista busque um veículo específico
RF013- Buscar motorista O sistema deve permitir que o administrador Importante
busque um motorista específico
RF014- Realizar agenda- O sistema deve permitir que o administrador Essencial
mento de viagem realize um agendamento de uma viagem.
RF015 – Listar agenda- O sistema deve permitir que o usuário tenha Essencial
mento acesso a uma lista com as viagens agendadas
por dia
RF016 - Atualizar agenda- O sistema deve permitir que o administrador Importante
mento atualize informações do agendamento, como
troca de veículo, troca de motorista e inserção
ou exclusão de novas pessoas
RF017 - Cancelar o agen- O sistema deve permitir que o administrador Essencial
damento faça o cancelamento de uma viagem
RF019 - Manutenção vei- O sistema deve permitir que o administrador Essencial
cular realize o cadastramento de informações re-
ferente a manutenções realizadas no veículo
(troca de óleo, troca de pneus, troca de aces-
sórios, dentre outros)
RF020 - Emitir relatório O sistema deve emitir um relatório com infor- Importante
mações sobre a viagem realizada (motorista,
veículo, local de saída e de destino)
Fonte: Autoria Própria
31

Quadro 2 – Requisitos não funcionais


Requisitos Não Funcionais Descrição Prioridade
RNF001- Funcionalidade: segu- O sistema deve autenticar login/se- Essencial
rança de acesso nha antes de permitir o acesso às
suas funções
RNF002 - - Usabilidade: Apreensi- O sistema deve possibilitar ao usuá- Essencial
bilidade rio aprender sua aplicação
RNF003- Usabilidade: Atratividade O sistema deverá fornecer uma inter- Essencial
face simples e prática ao usuário
RNF004 - Portabilidade: Capaci- O sistema deve ser compatível para Essencial
dade para ser instalado plataformas desktop
RNF005 - Confiabilidade: Maturi- O sistema deverá ter capacidade de Essencial
dade evitar falhas decorrentes
Fonte: Autoria Própria

Figura 2 – Diagrama de casos de uso

Fonte: Autoria Própria

Já o diagrama de classes ilustra graficamente como será a estrutura do software


em nível micro ou macro e como cada um dos componentes da sua estrutura estarão
interligados (Figura 3).
32

Figura 3 – Diagrama de classe

Fonte: Autoria Própria


33

4.2 Principais telas do Protótipo

A partir dos requisitos levantados foi construído um protótipo para validação do


sistema de gerenciamento de frotas, cujas principais telas serão apresentadas a seguir.
Na Figura 4 pode ser visualizada a tela inicial do sistema. Nesta tela, há a primeira
interação entre o usuário e o sistema. O usuário se identificará como sendo “Administrador”
ou “Motorista” e será direcionado para a sua respectiva tela de login. Nela, também está
disposta uma visão geral sobre o layout do sistema.

Figura 4 – Tela Inicial

Fonte: Autoria Própria

Já na Figura 5 é apresentada a tela de login que permite ao usuário entrar no


sistema e ter acesso às funcionalidades a ele definidas. A tela de login é igual tanto para
o administrador quanto para o motorista. O usuário digitará o seu login e senha e terá
acesso às funcionalidades. Ressalta-se que o usuário principal (administrador) já virá com
um cadastro padrão no sistema, sendo fornecido seu login e senha. Uma vez cadastrado,
ele poderá realizar o cadastro de outros usuários, podendo escolher ele mesmo definir as
credenciais de acesso.
Nhanque et al. (2018) ao trabalhar também a criação de um protótipo reforça a
34

importância de possuir uma tela de apresentação e uma página de login, tendo em vista
que a última apresenta-se como uma forma de autenticar o usuário no sistema caso essa
seja sua vontade.

Figura 5 – Tela de Login

Fonte: Autoria Própria

Caso o usuário tenha esquecido sua senha, ele poderá realizar a recuperação de
senha clicando no botão “Esqueceu sua senha?” na página de login como mostram as
Figuras 6 e 7. O usuário informará o seu endereço de e-mail e receberá uma mensagem
no seu e-mail com as instruções para a recuperação do acesso ao sistema. Realizada a
recuperação da senha, ele poderá retornar à página de login para realizar o seu acesso
normalmente.
35

Figura 6 – Tela de recuperação de senha

Fonte: Autoria Própria

Figura 7 – Tela de confirmação de recuperação de senha

Fonte: Autoria Própria


36

Quando o usuário faz login no sistema, no canto esquerdo aparece um menu com
as principais opções em que ele pode navegar pelo sistema. Os menus disponíveis para
os dois usuários são diferentes. O perfil do administrador dispõe de cinco opções, nas
quais podem ser realizadas diversas ações. Por outro lado, no perfil do motorista só há
duas opções. Além disso, a tela de entrada permite permite aos usuários visualizarem de
modo imediato a sua última atividade no sistema, bem como visualizar os seus dados e
fazer alterações tanto nos dados pessoais quanto na sua senha. A Figura 8 mostra a página
inicial do administrador, enquanto a Figura 9 mostra a página inicial do motorista.

Figura 8 – Página inicial - Administrador

Fonte: Autoria Própria


37

Figura 9 – Página inicial - Motorista

Fonte: Autoria Própria

Nhanque et al. (2018) também fazem uma separação das áreas para usuários
distintos. Em seu trabalho, há uma área pública em que não precisa se autenticar para
ter acesso às funcionalidades presentes e também áreas para os alunos, professores, e
administradores do sistema. Esse tipo de estratégia se torna interessante por não poluir
muito o sistema com diversas funcionalidades dentro de um só ambiente. Por sua vez,
Manikowski (2019) utiliza em seu trabalho da abordagem de um menu lateral no canto
esquerdo da tela reunindo as principais opções que cada tipo de usuário poderá ter acesso
no sistema. Quando o usuário clicar sobre uma dessas opções do menu, serão apresentadas
as funcionalidades pertinentes a cada opção.
A Figura 10 mostra as ações que podem ser realizadas quando o usuário adminis-
trador clica no menu “Frota”. Essas ações estão elencadas em: cadastrar, editar, excluir,
buscar e editar informações referentes aos veículos.
38

Figura 10 – Menu Frota

Fonte: Autoria Própria

Quando algum usuário administrador clica na opção “Cadastrar veículo”, aparecerá


na tela os campos de modelo, ano, chassi, marca, placa, cor e tipo do combustível do
veículo. Logo em seguida, quando o usuário finalizar o preenchimento desses campos,
será exibida uma mensagem informando que o cadastro foi realizado com sucesso. Essa
sequência de ações pode ser visualizada nas Figuras 11 e 12.
39

Figura 11 – Cadastrar veículo

Fonte: Autoria Própria

Figura 12 – Cadastro de veículo concluído

Fonte: Autoria Própria


40

Por sua vez, no menu “Recursos Humanos” disponível na Figura 13, há a opção de
cadastro de um novo usuário. O usuário administrador poderá realizar o cadastro de novas
pessoas para utilizarem o sistema como administrador ou novos motoristas.
É importante ressaltar que no ato de cadastro de novos usuários, serão inseridas
as mesmas informações tanto para motoristas quanto para administradores, com exceção
do campo matrícula que não será exigido para o motorista conforme pode-se notar nas
Figuras 14 e 15. Neto, Nascimento e Sousa (2021) também adotam para o cadastro de
novos usuários uma mesma tela com mudanças apenas nos campos de preenchimento.

Figura 13 – Cadastrar usuário

Fonte: Autoria Própria


41

Figura 14 – Cadastrar usuário - Administrador

Fonte: Autoria Própria

Figura 15 – Cadastrar usuário - Motorista

Fonte: Autoria Própria


42

Já no menu “Administração” conforme pode ser visualizado na Figura 16, o usuário


administrador poderá listar manutenções que foram realizadas em um determinado veículo
ou mesmo adicionar uma nova. O procedimento para listagem será realizado através de
uma busca informando os campos de chassi ou placa do veículo, em que será retornado,
caso o veículo exista no sistema, os dados referentes às manutenções feitas no veículo. As
Figuras 17 e 18 ilustram essa ação.
Para adicionar uma nova manutenção, o procedimento é semelhante. O usuário
informa o número da placa ou do chassi do carro e o sistema apresentará o veículo
correspondente. Em seguida, o usuário clica sobre ele e informa os dados como data de
realização da manutenção, horário e uma breve descrição.

Figura 16 – Menu administração

Fonte: Autoria Própria


43

Figura 17 – Listagem de Manutenções

Fonte: Autoria Própria

Figura 18 – Listagem de Manutenções - Veículos encontrados

Fonte: Autoria Própria


44

Ainda na área do administrador, há o menu de “Agendamento”. A Figura 19 mostra


as ações disponíveis neste menu. Nele, é possível listar agendamentos já concluídos ou
não, realizar novos agendamentos, editar e exlcuir agendamentos já existentes. Em relação
a listagem de agendamentos, é possível visualizar informações como o motorista que
realizou tal viagem, qual foi o destino, em que dia e horário foi realizado, além de outras
informações que podem ser exploradas quando o usuário clica sobre o agendamento que
deseja selecionar. É possível também realizar a impressão das informações constantes de
um determinado agendamento. As Figuras 20 e 21 ilustram essas ações.

Figura 19 – Menu agendamentos

Fonte: Autoria Própria


45

Figura 20 – Listar agendamentos

Fonte: Autoria Própria

Figura 21 – Imprimir agendamentos

Fonte: Autoria Própria


46

Conforme apresentado na Figura 9, tem-se uma visão geral do menu do usuário


motorista. Nesta versão do protótipo, optou-se por permitir ao usuário motorista a funcio-
nalidade de listar os agendamentos disponíveis no sistema e também alterar os seus dados
de perfil e senha.
No menu listar agendamentos, conforme é mostrado na Figura 9a, o motorista
poderá ver os agendamentos realizados pelo administrador, podendo assim fazer uma busca
por cidade, nome do motorista ou então código gerado pelo cadastro. Ele poderá fazer a
impressão, caso deseje, dos dados constantes daquela viagem.
A possibilidade de listagem, cadastro e busca de informações no sistema sobre os
veículos, recursos humanos e agendamentos é a essência deste trabalho. Poder armazenar,
buscar e recuperar informações de modo fácil e rápido em um sistema informatizado
torna-se essencial para o andamento das atividades de uma organização. Manikowski
(2019) dispõe de todas essas opções em seu protótipo para o gerenciamento dos cadastros
de estabelecimentos, matérias-primas e produtores.
A construção do protótipo do sistema web tem uma interface simples e intuitiva
cujo principal objetivo é permitir que qualquer usuário com pouco ou muito conhecimento
em informática navegue por ele sem muitas dificuldades, uma vez que seria pouco prático
que os usuários tivessem que investir tempo aprendendo a usar todos os comandos da
aplicação. Buscou-se extrair neste momento, o que fosse mais importante para compor
essa primeira versão do protótipo.
Outrossim, a divisão de acesso às funcionalidades da aplicação web entre os
dois usuários - Administrador e Motorista -, se apega ao propósito inicial do sistema,
que é proporcionar aos administradores uma forma mais rápida de armazenar, buscar e
recuperar as informações referentes a veículos, agendamentos de viagens e registros de
motoristas constantes nos processos diários das secretarias de transporte. Então, o fato de o
usuário administrador ter mais funcionalidades está atrelado ao fato de que as informações
devem ser direcionadas justamente para ele, visando assim que ele possa com base nessas
informações, poder tomar melhores decisões e visualizar de modo mais organizado o fluxo
de informações que circulam no âmbito de sua secretaria.
47

5 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS

Neste trabalho, foi realizada a análise de alguns sistemas de gerenciamento de


veículos com o intuito de obter informações para o levantamento de requisitos. Os sistemas
analisados auxiliaram no fornecimento de informações para que pudesse ser desenvolvida
a documentação de requisitos e também para o conhecimento sobre a área em estudo.
Com base na elicitação de requisitos, foi criado um diagrama de casos de uso
e um diagrama de classes que orientaram a construção do protótipo. O diagrama de
casos de uso auxilia no entendimento dos detalhes dos usuários do seu sistema (também
conhecidos como atores) e as interações deles com o sistema. Já o diagrama de classes
ilustra graficamente como será a estrutura do software (em nível micro ou macro) e como
cada um dos componentes da sua estrutura estarão interligados.
Além disso, foi desenvolvido um protótipo de tela executável reunindo as principais
funcionalidades do sistema de gerenciamento de veículos. Este protótipo foi implementado
com uma proposta de uma interface simples e foram inseridos nele as principais funciona-
lidades levantadas na documentação de requisitos. Desta forma, com este protótipo e com
a pesquisa que auxiliou o seu desenvolvimento foi possível proporcionar um estudo acerca
da importância de sistemas de gerenciamento e também disponibilizar um protótipo que
auxiliasse as prefeituras no serviço de transporte.
No que se refere ao modo de operacionalizar a sua frota de veículos, atualmente,
acredita-se que grande parte das prefeituras ainda fazem uso de materiais impressos para
fazer esse gerenciamento, o que torna o processo lento e muitas vezes desorganizado pelo
fato da dificuldade em se acessar e editar esses arquivos. Portanto, com o uso de um
sistema, a inserção e recuperação de informações sobre veículos, motoristas e viagens
poderá ser realizada de maneira mais ágil e efetiva com um método sistematizado. Espera-
se que o sistema web proposto possa melhorar o gerenciamento das frotas de veículos,
bem como dos agendamentos de viagens e dos colaboradores que são parte integrante do
sistema.
Como trabalhos futuros, pretende-se implementar o sistema e realizar a aplicação
deste no ambiente gerencial das prefeituras para que se possa visualizar sua aplicabilidade
real e também coletar informações para oferecer mais funcionalidades ao sistema. A
inclusão de novas funcionalidades ao usuário motorista e a expansão o sistema para que
os usuários gerais (pessoas que necessitam do serviço) possam ter acesso a algumas
funcionalidades estão dentro das possibilidades para trabalhos futuros. Em relação aos
48

cidadãos que são os usuários gerais, pretende-se também incluir uma página pública em
que se possa ter acesso a informações relevantes no que diz respeito a agendamentos
disponíveis para um determinado período, informações relacionadas a manutenções nos
veículos. Com isso, aumenta-se a transparência do serviço prestado pela administração
para com os seus cidadãos. Ademais, espera-se que o sistema proposto inicialmente possa
auxiliar aos gestores na melhor prestação de serviços à população.
49

REFERÊNCIAS

BADALOTTI, G. M.; LAMPERT, E. L. Sistemas de Informação. 3. ed. The address:


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