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Manual de Advogado Jovem
Manual de Advogado Jovem
JOVEM ADVOGADO
Copyright ©COMISSÃO DE TRABALHO MANUAL DO JOVEM ADVOGADO, 2014
OAB BAHIA:
GESTÃO 2013-2015
PRESIDENTE
LUIZ VIANA QUEIROZ
VICE-PRESIDENTE
FABRÍCIO DE CASTRO OLIVEIRA
SECRETÁRIA-GERAL
ILANA KÁTIA VIEIRA CAMPOS
SECRETÁRIO-GERAL ADJUNTO
ANTÔNIO ADONIAS AGUIAR BASTOS
TESOUREIRO
JONES RODRIGUES DE ARAÚJO JUNIOR
CONSELHO CONSULTIVO DOS JOVENS ADVOGADOS
OAB - SEÇÃO BAHIA
MANUAL DO
JOVEM ADVOGADO
1ª Edição
Bahia - Brasil
2014
CONSELHO CONSULTIVO DOS JOVENS ADVOGADOS OAB/BA
TRIÊNIO 2013-2015
PRESIDENTE
LUIZ GABRIEL BATISTA NEVES
VICE-PRESIDENTE
MARCOS LOURENÇO DE ANDRADE SANTOS
DIRETOR DE PLANEJAMENTO
LEONARDO MENDES CRUZ
TESOUREIRO
TÉLIO BARROSO DE SOUZA FILHO
COMISSÃO DE TRABALHO
MANUAL DO JOVEM ADVOGADO
CAMILA RIBEIRO HERNANDES
PEDRO HENRIQUE SILVA SANTOS DE BRAGA
PALAVRA DO PRESIDENTE
SEÇÃO BAHIA......................................................................................................11
II.I. Histórico...................................................................................... 15
V. A CONTRATAÇÃO DO ADVOGADO........................................... 35
V.V. Substabelecimento................................................................... 40
X. PROCESSO ELETRÔNICO.................................................................. 53
11
dos Advogados da Bahia” foram realizadas na Faculdade Livre de
Direito, e assim continuaram a acontecer entre os anos de 1897 e
1928, até quando foi essa Faculdade transferida para a antiga resi-
dência particular do Cons. Luiz Viana, situada na esquina da ave-
nida Joana Angélica com a chamada “entrada” da fazenda Tororó,
também conhecida como – “entrada do Lacerda”, pelo fato de os
descendentes do grande banqueiro Antônio Francisco de Lacerda,
pai de Antônio Lacerda, o construtor do elevador da Conceição,
hoje denominado elevador Lacerda, terem-se tornado, por direito
de herança, os proprietários da referida fazenda (...).
Em verdade, não conseguiu o Instituto, em seus primeiros
anos de existência, firmar-se com a autonomia pretendida pelos
seus fundadores. Limitou-se, nessa época, a desempenhar as fun-
ções de órgão de seleção, defesa e disciplina da classe dos advoga-
dos, atuando conforme os termos dos seus novos estatutos, aprova-
dos a 10 de julho de 1902, e elaborados pelos doutores Manoel Luiz
do Rego, Quintino Ferreira da Silva, Joaquim Pires Muniz de Car-
valho, Alfredo César Cabussu e Antônio Ferrão Moniz de Aragão.
Essa situação somente começou a modificar-se, a partir de junho de
1907, quando um grupo de advogados abnegados procurou reor-
ganizá-lo, tendo sido ele, então, de novo instalado, solenemente, no
salão nobre da mesma Faculdade de Direito onde antes nascera, já
agora, ao tempo do governo de José Marcelino de Souza (...).
E em 1915, por força da Lei nº 412, de 21 de agosto daquele
ano, que tratou da Organização Judiciária do Estado da Bahia, foi
mantido o texto do seu artigo 412, nele sendo confirmado o papel
a ser desempenhado pelo Instituto da Ordem dos Advogados, dele
constando a declaração de haver sido fundado”para a cultura das
letras jurídicas e com especialidade da jurisprudência nacional, do
direito processual, administrativo e constitucional da competência
do Estado, o incremento do espírito profissional e disciplina da
classe, além das funções inerentes à sua natureza”, devendo fun-
cionar como “um auxiliar de consultas sobre os assuntos jurídicos,
sempre que o Governo, o corpo legislativo ou os tribunais superio-
res julgarem útil a sua audiência”.
E cinco anos depois, 10 de maio de 1920, naquele mesmo lo-
cal, em sessão presidida por Manoel Luiz do Rego, foi o Instituto,
mais uma vez, reorganizado, cuidando-se da realização de uma
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nova reforma dos seus estatutos (...).
Entre os anos 1924 e 1927, foi o Instituto da Ordem dos Ad-
vogados da Bahia, dirigido pelo Dr. Ernesto de Sá Bittencourt Câ-
mara, sucedido, em 1927, pelo Dr. Vital Henriques Batista Vieira
Soares, que o presidiu até 1928, e teve como sucessor o Dr. Isaias
de Carvalho Santos, que o dirigiria até 3 de dezembro de 1930. Sua
participação na história do Instituto da Ordem dos Advogados do
Brasil, secção da Bahia começou em 1907, quando se iniciaram os
trabalhos de reorganização da instituição e de revisão dos seus es-
tatutos. A esse tempo, ele exerceu as funções de Procurador Geral
do Instituto e fez parte da comissão encarregada da edição da sua
revista (...).
Foi durante a gestão de José Sabino Pereira Filho à frente do
Instituto dos Advogados da Bahia que se instalou, em Salvador, o
Conselho Provisório da Subsecção da Ordem dos Advogados da
capital do Estado da Bahia, a 11 de abril de 1932, em reunião rea-
lizada na sede do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, tendo,
naquela ocasião, sido eleito como presidente o Dr. João Marques
dos Reis, ex-presidente do Instituto, e uma diretoria provisória,
formada por Joaquim Celso Moreira Spínola, secretário, e Alfredo
Gonçalves de Amorim, tesoureiro. Desenvolveu-se, então, trabalho
intenso de convencimento para que os advogados da Bahia se ins-
crevessem na entidade.
Eram cerca de 150 à época, em todo o Estado. No dia 26 de ja-
neiro de 1933, com a presença de 111 advogados, foram escolhidos
novos integrantes para completar o Conselho Provisório: Inocêncio
Marques de Góes Calmon, Aloísio de Carvalho Filho, Nestor Duar-
te, Ernesto de Sá e Francisco Prisco Paraíso, tendo naquela oportu-
nidade João Marques dos Reis anunciado a sua renúncia ao cargo
de Presidente da Diretoria.
Em 1º de fevereiro de 1933, já agora na sala das Sessões do
Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, sob a presidência do se-
cretário Celso Spínola, presidente interino, reuniram-se em Assem-
bléia Geral os advogados da Bahia para dar posse aos novos mem-
bros do Conselho e escolher a diretoria definitiva da Ordem dos
Advogados do Brasil, secção da Bahia. Fortes apelos foram feitos,
em vão, para que o presidente João Marques dos Reis se mantives-
se no cargo. Naquela mesma reunião procedeu-se a eleição para
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os cargos da primeira diretoria, quando foram escolhidos Ernesto
de Sá Bittencourt Câmara, presidente; Ubaldino Gonzaga, vice-pre-
sidente; Aloísio de Carvalho Filho, primeiro secretário; Inocêncio
Marques de Góes Calmon, segundo secretário, e Alfredo Gonçalves
Amorim, tesoureiro.
De lá para cá, são mais de 80 anos de luta incessante em prol
da sociedade baiana, figurando sempre como protagonista na defe-
sa dos princípios e normas constitucionais.
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II. O CONSELHO CONSULTIVO DOS
JOVENS ADVOGADOS
II.I. Histórico
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volvidos, nesse sentido, possuem por escopo resgatar a dignidade da
profissão, sem olvidar da necessária participação de seus membros na
formação das políticas institucionais que serão prioritárias.
II.III. Sessões
II.IV. Projetos
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plos através da subdivisão do Conselho em “projetos”, aglutinando
os conselheiros em grupos de trabalho. Busca-se, com tal medida,
consistente participação democrática, em primeiro plano, e descen-
tralização das funções, em última análise, sem olvidar da nossa fun-
ção basilar, qual seja: prestar assistência aos advogados em início
de carreira.
Fincado nessas premissas, e considerando a obstinação de
aproximar a OAB/BA da comunidade jurídica (advogados, esta-
giários e estudantes de direito, em especial), foram concebidos inú-
meros projetos, dentre os quais podemos destacar, pelo êxito alcan-
çado, os seguintes:
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da gestão, as instituições receberam exemplares do cd-room “1.000
Peças Processuais”, obtidos mediante parceria firmada com a OAB
Jovem do estado do Rio de Janeiro.
C) Happy Ordem
D) HeadHunter
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F) Projeto social
G) Quinta cultural
H) Boletim do CCJA
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II.V. Ações institucionais
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E sendo um Estado de dimensão territorial bastante signifi-
cativa, não dá para definir uma postura institucional sem levar em
consideração as realidades vividas tanto na capital como no interior.
É por essa razão que o CCJA organizará, pelo menos uma
vez por ano, o Colégio de Presidentes das Comissões dos Jovens
Advogados das Subseções do Estado da Bahia, oportunidade em
que os representantes da jovem advocacia baiana poderão se reunir
para discutir os temas de interesse para a classe, além de apresentar
relatórios de suas principais atividades, detalhando os projetos em
andamento e aqueles ainda pendentes de implementação.
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advogados, seja no início da profissão ou para toda classe, busca-se
criar ferramentas protetivas para o aviltamento da profissão.
Assim, os trabalhos consistiram em um estudo jurídico sobre
o tema, estabelecendo diálogos com as outras Seccionais da Ordem
e realizando audiências públicas na capital e em três regiões do in-
terior do estado, especificamente nas cidades de Feira de Santana,
Vitória da Conquista e Itabuna. Registre-se, por oportuno, que a
audiência realizada em Salvador foi transmitida ao vivo para todo
o Brasil, através de link disponível no sítio eletrônico da OAB/BA.
Reunidas, as contribuições dadas por profissionais com atua-
ção em toda a Bahia resultaram num alentado parecer descritivo
elaborado por um grupo de trabalho composto por conselheiros
membros do CCJA. Após, o documento foi objeto de deliberação
na X Sessão Ordinária do órgão, em 10 de março de 2014, ficando
aprovada a criação de piso ético mínimo para o jovem advogado e
encaminhada a proposta ao Conselho Seccional da OAB/BA, res-
ponsável pelas ulteriores deliberações sobre a matéria.
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terceiro anistas e 25% (vinte e cinco por cento) aos quarto e quinto
anistas, garantido, em todos os casos, o desconto de 10% (dez por
cento) concedido àqueles que optam por quitar a anuidade em cota
única.
Com esse benefício, ficam garantidas a justiça e a razoabili-
dade na cobrança das anuidades no âmbito da OAB/BA, em res-
peito à capacidade contributiva do advogado em início de carreira.
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III. DIREITOS E PRERROGATIVAS DO
ADVOGADO
24
desde que relativas ao exercício da advocacia (art. 7º, II, do
Estatuto), excetuada a hipótese de busca ou apreensão deter-
minada por magistrado e acompanhada de representante da
OAB (vide HC 91.610, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda
Turma do STF – Informativo 590);
25
praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício
da atividade profissional, dentro do expediente ou fora
dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer
servidor ou empregado;
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damento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar
peças e tomar apontamentos (art. 7o, XIV, do Estatuto);
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No caso de quaisquer violações a um desses direitos, ou mes-
mo da prática de atos que sejam incompatíveis com as prerrogati-
vas da advocacia, a Ordem dos Advogados do Brasil deve assumir
o papel de promover, com exclusividade, a representação e a defesa
de seus inscritos em todo o país.
Na hipótese de se deparar com uma restrição para fazer valer
suas garantias profissionais, deve o advogado comunicar o fato por
meio de petição escrita, dirigida à OAB, que irá assisti-lo.
Também podem ser contatadas as Comissões de Prerroga-
tivas e do Advogado em Início de Carreira (no caso da OAB/BA,
essa última substituída pelo atual Conselho Consultivo dos Jovens
Advogados), órgãos encarregados por auxiliar o inscrito na Ordem
nos casos de violações ao livre exercício de sua atividade profissio-
nal.
A Comissão de Prerrogativas da OAB/BA, inclusive, conta
com plantão diário para atendimento aos advogados, em funciona-
mento no Fórum Ruy Barbosa, podendo ser consultada através do
Disk Prerrogativas: (71) 3321-9034, ou pelo e-mail: direitoseprerro-
gativas@oab-ba.org.br
O advogado deve seguir as orientações contidas no Estatuto
da OAB, sem abdicar da independência e ética no exercício da sua
profissão.
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IV. CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA
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latente de que o advogado em início de carreira invista em seu aper-
feiçoamento técnico e éticio, fazendo jus à confiança do constituinte
de que não medirá esforços para patrocinar os interesses que lhe
foram entregues.
Deve o advogado proceder com honestidade e boa-fé em
suas relações profissionais e em todos os atos de seu ofício. Na con-
vivência com o cliente, podemos elencar as seguintes obrigações:
30
- Verificar se, ao assumir o processo em que outro advogado
já atuava, houve a revogação dos poderes pelo cliente ou
substabelecimento sem reservas de poderes;
31
- Em todas as ocasiões em que lhe for perguntado ou
questionado por alguém (sejam pessoas físicas ou
jurídicas, de direito público ou privado) sobre a pessoa a
que defende ou defendeu e sobre os fatos que lhe foram
confiados em segredo;
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28 a 34. Trata-se, sem dúvida, de um dos temas mais controversos
na advocacia, notadamente em virtude das novas tendências da
profissão, da competitividade existente no mercado e da difusão de
novas tecnologias e ferramentas.
No anúncio de seus serviços profissionais, o advogado não
pode se valer das agressivas investidas de propaganda verificadas
em outras atividades, comerciais ou não, sob pena de desvirtua-
mento ético e, inclusive, sujeição do profissional à pena de censura
pela prática de infração disciplinar.
Fere a ética profissional, assim, o advogado que extravase da
moderação e da sobriedade na divulgação de suas atividades, bem
assim que extrapole a finalidade meramente informativa que deve
nortear tal publicidade.
Qualquer que seja o meio escolhido, dentre os permitidos,
para o anúncio deve informar o nome e número de inscrição do
advogado ou do registro da sociedade de advogados, sendo facul-
tativa a propagação de dados como a identificação curricular do
profissional; as áreas de especialização; os títulos acadêmicos e qua-
lificações obtidos em estabelecimentos reconhecidos; o endereço do
escritório, filiais, e-mails e sítio eletrônico; as associações culturais e
científicas a que pertence; e os idiomas falados e/ou escritos.
Alguns aspectos podem ser destacados acerca da propagan-
da no âmbito da advocacia:
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- Veda-se a utilização de outdoor, painéis de propaganda,
anúncios luminosos e quaisquer outros meio de publidade
em via pública, bem como a indicação expressa do nome
do advogado e escritório em partes externas de veículo.
34
V. A CONTRATAÇÃO DO ADVOGADO
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em conformidade com a sua efetiva atuação no processo, permite-se
ao patrono destituído ou renunciante, nos termos do §4º do art. 22
do Estatuto da Advocacia, formular nos autos o pedido de “reser-
va dos honorários”, mediante a juntada do contrato de honorários,
requerendo a dedução do quantum a ser recebido oportunamente.
Aliás, também será devido ao profissional destituído ou re-
nunciante o percentual dos honorários de sucumbência, caso haja
condenação nesse sentido, correspondente à sua efetiva atuação no
processo.
Nas hipóteses em que não haja prévia fixação de honorários
contratuais pelo profissional advogado e pelo cliente, terá lugar a
fixação por arbitramento judicial, cabendo, pois, ao magistrado,
estabelecer o valor, sempre com fundamento na Tabela de Hono-
rários da OAB.
Já os honorários sucumbenciais, diversamente dos contra-
tuais, serão fixados pelo juiz e devidos pela parte vencida ao advo-
gado da parte vencedora, num percentual apurado sobre o valor
da condenação, tendo como parâmetros para sua fixação o grau de
zelo do profissional advogado no desempenho das suas funções, o
lugar da prestação de serviços, a natureza e a importância da causa,
dentre outros fatores.
Neste particular, tanto a seccional baiana da OAB como o
próprio Conselho Federal da Ordem vem encampando, em suas
esferas, projetos em defesa da dignidade dos honorários advocatí-
cios de sucumbência, buscando a conscientização de magistrados e
demais operadores do direito de que, dotados de caráter alimentar
e fundamentais à subsistência do profissional, os honorários devem
ser estabelecidos de forma compatível ao desempenho da honrosa
função.
Na Justiça do Trabalho, especificamente, a disciplina dos
honorários sucumbenciais é regida pelos Enunciados da Súmula
do TST de n.s 219 e 329, que determinam, como condição indispen-
sável à possibilidade de condenação da parte vencida a este título,
especialmente, o patrocínio da parte reclamante por advogado filia-
do ao sindicato da respectiva categoria profissional.
Sobre esse tema, importante registrar que tramita no Con-
gresso Nacional o Projeto de Lei n. 5.452/2009, que visa implemen-
tar a obrigatoriedade de fixação de honorários sucumbenciais aos
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advogados trabalhistas, hoje remunerados exclusivamente median-
te os honorários pactuados contratualemte com os seus clientes.
Mas o que fazer caso o cliente ou a parte vencida não pague
os honorários devidos ao advogado?
Na primeira hipótese, prevê o Código de Processo Civil bra-
sileiro a possibilidade de o advogado manejar ação de cobrança de
honorários advocatícios, caso não haja contrato expresso fixando o
valor devido. Existindo um contrato de honorários advocatícios, é
possível fazer sua execução direta, salientando-se que a nova reda-
ção do CC, em seu artigo 221, dispensa a assinatura de duas teste-
munhas para a regular validade do documento.
Em relação aos honorários de sucumbência, estes são consi-
derados títulos executivos quando contemplados em decisão judi-
cial, conforme art. 585 do CPC.
O Estatuto da Advocacia e a OAB dispõe, em seu artigo 24,
que a execução dos honorários poderá ocorrer nos próprios autos
do processo onde o advogado atuou, se assim lhe convier.
Entretanto, nem só de honorários contratuais e sucumben-
ciais vive o advogado.
Na verdade, é bastante ampla a gama de serviços que podem
ser prestados pelo advogado, a exemplo do acompanhamento do
cumprimento de determinações judiciais, da extração de cópias de
peças e decisões judiciais, da distribuição de ações ou protocolos,
da realização de relatórios processuais, dentre outros.
Para a realização de tais serviços, é imprescindível que o
advogado correspondente pactue previamente com o colega con-
tratante o valor a ser cobrado pela diligência, observando como
parâmetro, por exemplo, a complexidade do serviço, o prazo para
o cumprimento da diligência, o tempo necessário ao cumprimento
da diligência, a distância a ser percorrida, etc.
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liberais disponíveis, novas sociedades constituídas, bem como re-
dução dos custos das grandes bancas em remunerar aqueles que,
como iniciantes, nelas ingressam.
Ademais, é intrínseca à profissão a variação aleatória da de-
manda, o que pode ter impactos importantes na remuneração e nas
finanças pessoais do advogado.
Nesse contexto, emerge a tentação de fixação dos honorários
em valores que, em conjunto e em relativo curto prazo, significa-
rão desestímulo, senão severos prejuízos no exercício da advocacia,
sem se falar na concorrência não saudável com os demais colegas.
A contraprestação pelo trabalho desenvolvido, assim, deverá
ser razoável para contemplar a valoração do seu trabalho, dos seus
custos pessoais, do tempo dedicado àquele caso, da complexidade
e do vulto econômico daquela demanda, também do proveito eco-
nômico do cliente, da impossibilidade de assumir compromissos
futuros, dentre outros fatores. Recomenda-se, nesse particular, a
leitura e atenção do disposto no art. 36 do Código de Ética e Disci-
plina da OAB.
Um grande equívoco a ser contornado é a fixação abaixo dos
reais custos do serviço. Os custos não se resumem aos valores pagos
para a manutenção de uma estrutura física e de materiais para o tra-
balho, mas devem contemplar, por exemplo, fatores como imóveis
próprios, equipamentos pessoais de informática, bem como despe-
sas que se misturam àquelas que servem em benefício pessoal.
Feitas as considerações sobre os critérios que devem nortear
o advogado no momento de pactuar os honorários advocatícios,
importante destacar que o profissional deve ter cautela ao fixar o
valor da contraprestação por seus serviços para que não cobre em
demasia e, assim, afaste a clientela, ou de maneira vil, o que pode
implicar numa deslealdade concorrencial. Um valioso instrumento
que pode auxiliar o advogado nesse momento é a Tabela de Hono-
rários disposta no sítio eletrônico da OAB/BA.
Consolidada pelo somatório de experiência e informações
de mercado dos advogados que compõem o Conselho Seccional da
OAB/BA, a Tabela de Honorários detalha os valores mínimos de
diversas hipóteses de serviços advocatícios, devendo ser consulta-
da em cada proposta, prevenindo preços que destoem e possam
colocar em dúvida até mesmo a reputação do profissional.
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V.III. Termos da contratação
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V.IV. Instrumento de procuração
V.V. Substabelecimento
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substituto para a atuação em determinado processo, transferindo os
poderes a si outorgados pelo seu cliente a outro colega advogado.
Há dois tipos de substabelecimento, a saber, (i) com reser-
vas, quando o mandatário transfere os poderes a si conferidos pelo
cliente a outro colega advogado, mas não se afasta do processo, e
(ii) sem reservas, quando a outorga dos poderes significa o afasta-
mento total do mandatário.
Na hipótese de substabelecimento sem reservas persiste o di-
reito do profissional em perceber honorários na proporção do seu
trabalho. Ademais, exige o Código de Ética e Disciplina da OAB o
prévio e inequívoco conhecimento do cliente, sempre que seu advo-
gado transferir a outro profissional o acompanhamento do feito.
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VI. POSTURA EM AUDIÊNCIA E
SUSTENTAÇÃO ORAL
- Vestuário;
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recomenda-se, ainda, seja requerida a expedição de certidão da au-
sência do magistrado.
Noutro giro, é fundamental para o advogado saber intervir
processualmente na sala de audiência. A fim de minimizar a an-
siedade e o nervosismo que naturalmente antecedem aquele ato,
sobretudo em relação aos recém-ingressos na OAB, faz-se impres-
cindível que o profissional aprofunde-se ao máximo no assunto tra-
tado no processo, inclusive antecipando prováveis argumentos que
podem ser suscitados pela parte contrária a fim de estudar a melhor
forma de refutá-los.
Necessário também que a atuação do advogado perante o
juiz e a parte adversa tenha a firmeza necessária para eventuais mo-
mentos de maior animosidade na sala de audiência. O advogado
constituído é verdadeiro porta-voz de seu cliente, tendo ele o dever
de intervir sempre que extrapolada a boa condução dos atos pro-
cessuais, obviamente sem infringir os limites éticos e o dever de
civilidade.
Por fim, imperioso ressaltar o cuidado que deve ter o advo-
gado quanto às informações registradas na ata de audiência. Exi-
gem-se do profissional extremo zelo e atenção para que o conteúdo
daquele documento retrate fielmente o ocorrido, principalmente no
que se refere a depoimentos colhidos e eventuais protestos formu-
lados pelos patronos das partes, notadamente porque a ata poderá
ser utilizada na elaboração e análise de possíveis recursos.
Outro momento em que o advogado assumirá posição de
destaque no processo, cabendo-lhe primar por uma boa apresenta-
ção pessoal e profissional, é a sustentação oral.
Trata-se de um ato processual facultativo que está inseri-
do na garantia constitucional de ampla defesa, oportunizando ao
advogado um momento para, no dia do julgamento e perante o
colegiado julgador, da tribuna e oralmente, sustentar as razões do
seu recurso ou as suas contra-razões ao recurso da parte adversária.
Dessa forma, permite-se ao defensor constituído pela parte que de-
senvolva os fundamentos até então restritos a petições e documen-
tos, chamando a atenção dos juízes para os pontos mais relevantes
da causa, que por vezes passam despercebidos.
Em geral, a sustentação oral por advogado ocorre logo após
a leitura do relatório (a qual pode ser dispensada por autorização
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do profissional) e antes do voto do relator. Nada obstante, deve-se
atentar para os Regimentos Internos de cada Tribunal, que estabele-
cem os tipos de recurso que admitem a prática do ato, o tempo má-
ximo de duração e a forma como deve ser requerida a sustentação,
entre outros aspectos.
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VII. RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL
DO ADVOGADO
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tenção do objetivo prometido, independente das suas razões, com
exceção do caso fortuito ou força maior.
O advogado, no exercício de sua função, está sujeito tanto à
responsabilização cível e administrativa, como também à respon-
sabilização criminal, nos termos do Código Penal e da legislação
extravagante.
Por derradeiro, importante destacar a previsão de que o ad-
vogado, quando no exercício da profissão, somente pode ser preso
em flagrante na presença de representante da OAB, sob pena de
nulidade, e nos demais casos ter sua prisão comunicada expressa-
mente à seccional da OAB (artigo 7º, inciso IV, do Estatuto da Ad-
vocacia).
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VIII. SOCIEDADE DE ADVOGADOS
A) Razão social
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verá ser responsável pela administração da sociedade, e estar acompa-
nhada de expressão que indique tratar-se de sociedade de advogados.
Em nenhum caso será admitida a utilização de nome fantasia
e a referência ou sigla de característica mercantil (por exemplo: S.C,
Sociedade Ltda, S/A, Cia.).
Na hipótese de falecimento do sócio que emprestava nome à
sociedade, somente poderá ser mantido se houver previsão no con-
trato social. Sendo o documento omisso nesse ponto, faz-se necessá-
ria uma alteração no ato constitutivo da sociedade, com a mudança
de sua razão social.
B) Objeto social
C) Sócios
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A administração da sociedade de advogados apenas pode
ser exercida por membro do quadro societário da sociedade, sendo
permitida a delegação das funções sem, contudo, ficar alterada a
responsabilidade do sócio-administrador por eventuais irregulari-
dades da gestão.
E) Procuração
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Os advogados sócios e associados são responsáveis, de forma
solidária, subsidiária e ilimitada, pelos danos causados aos clientes,
depois de esgotados os bens sociais, sem prejuízo da responsabili-
dade disciplinar em que possa incorrer o efetivo causador do grava-
me. Neste sentido, o Provimento 112/2006, em seu artigo 2º, inciso
XI, reforçou a responsabilidade dos advogados que compõem a so-
ciedade, dispondo que “é imprescindível a adoção de cláusula com
a previsão expressa de que, além da sociedade, o sócio ou associado
responderá subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos
clientes, por ação ou omissão, no exercício da advocacia”.
Assim, não sendo suficiente o patrimônio social para respon-
der por danos a clientes, os advogados que se reuniram em socie-
dade responderão de forma irrestrita com os seus bens presentes e
futuros.
Ademais, quanto à responsabilidade pelas dívidas sociais,
quando os bens da sociedade não bastarem para cobrir o passivo, os
sócios respondem subsidiária e ilimitadamente, mas na proporção
de suas participações nas perdas sociais. Não há aqui solidariedade
entre os sócios ou destes com a sociedade, exceto se for incluída
previsão contratual nesse sentido.
Apesar de as procurações serem outorgadas individualmen-
te em nome dos advogados sócios, associados ou empregados,
deve constar destas o nome da sociedade de que façam parte para
possibilitar eventual responsabilidade da sociedade pelos trabalhos
prestados.
50
IX. O ADVOGADO EMPREGADO
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tença normativa, salvo se ajustado em acordo ou convenção coleti-
va de trabalho.
Quanto à jornada de trabalho, o advogado empregado tem
como teto o cumprimento de quatro horas diárias e vinte horas
semanais, salvo acordo ou convenção coletiva que estabeleçam de
forma diversa, ou no caso de dedicação exclusiva.
O controle da jornada do advogado empregado deve respei-
tar as características especiais da atividade advocatícia. Vale dizer,
considera-se como período de trabalho do advogado, para efeito
de cumprimento da jornada de trabalho estabelecida, o tempo em
que o profissional estiver à disposição do empregador, aguardando
ou executando ordens, no seu escritório ou em atividades externas,
sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com transporte, hospe-
dagem e alimentação.
E para os casos em que a jornada de trabalho do advogado
empregado extrapole o limite máximo estabelecido em lei ou em
acordo coletivo, a remuneração devida ao profissional não poderá
ser inferior a 100% (cem por cento) sobre o valor da hora normal,
mesmo havendo contrato escrito.
Na hipótese do advogado invadir a madrugada preparando
relatórios ou pareceres, as horas trabalhadas no período das vinte
horas de um dia até as cinco horas do dia seguinte são remuneradas
como noturnas, acrescidas do adicional de 25% (vinte e cinco por
cento).
Por fim, importante salientar que, nas causas em que for par-
te o empregador, ou pessoa por este representada, os honorários de
sucumbência (tratados no capítulo V, item V.I, deste manual) são
devidos aos advogados empregados, ou seja, não poderão de forma
alguma ser retidos ou repassados ao empregador.
Somente nos casos em que os honorários de sucumbência fo-
rem percebidos por advogado empregado de sociedade de advoga-
dos é que poderão ser partilhados entre o profissional e a sociedade
empregadora, na forma estabelecida no acordo avençado quando
da contratação.
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X. PROCESSO ELETRÔNICO
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protocolado até o fim do expediente forense – em regra, até as 18h
–, no processo digital o mesmo prazo se estende até as 23h59m59s.
Outro exemplo é a contagem dos prazos processuais, uma
vez que no processo digital, somado ao prazo correspondente a
cada ato processual (recurso ou qualquer outro tipo de manifesta-
ção nos autos), concede-se o prazo de dez dias para a leitura da co-
municação ao advogado, somente exaurido o qual se inicia efetiva-
mente a contagem do período previsto em lei para a prática do ato.
Somente esses dois exemplos já dão uma noção da impor-
tância do conhecimento, pelo advogado, do sistema processual ele-
trônico. Trata-se, sem sombra de dúvida, de uma nova realidade,
de um novo processo.
Tal como afirmado anteriormente, as mudanças implemen-
tadas com o advento do processo eletrônico interferem de maneira
sensível no dia a dia da atuação profissional do advogado que, por
sua vez, assim como faz com as leis e com a jurisprudência, deve
manter-se atualizado.
Por isto, mais do que nunca, é imperioso que o advogado
seja diligente, adquira o seu certificado digital3, e aprenda a utilizar
todos os sistemas de processos eletrônicos adotados por cada tri-
bunal atualmente, de maneira que continue a desenvolver as suas
atividades sem sobressaltos, e, mais importante, não prejudique o
seu cliente por causa de eventuais problemas decorrentes da falta
de habilidade no manuseio do sistema de processamento de infor-
mações e práticas de atos processuais.
Como adiante será melhor explorado, a OAB oferece serviços
voltados à inclusão digital do advogado, com aulas individuais de
treinamento para manuseio do PJe-JT (Processo Judicial Eletrônico
da Justiça do Trabalho) e o esclarecimentos de dúvidas sobre o sis-
tema eSAJ, do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia.
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XI. SERVIÇOS DA OAB/BA PARA OS
ADVOGADOS
Principais serviços:
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- Saúde CAAB: com o compromisso de cuidar da saúde dos
advogados, estagiários e seus familiares, a CAAB possui consultó-
rios estruturados para atender os associados, gratuitamente, me-
diante agendamento prévio por telefone. Atualmente, as especiali-
dades oferecidas são Ginecologia, Clínico Geral, Nutrição, Odonto-
logia e Acupuntura.
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com todos os instrumentos necessários ao exercício da profissão,
tais como computadores, telefone, impressora etc. O Escritório Vir-
tual está disponível de segunda a sexta-feira, no Centro de Cultura
João Mangabeira.
Convênios e parcerias:
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Auxílios:
CAAB no Interior:
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Novamente, vale ressaltar a proveitosa parceria firmada
entre a ESA e o CCJA, facilmente verificada na oferta conjunta de
cursos práticos de advocacia e, sobretudo, na aprovação do signifi-
cativo desconto de 50% (cinquenta por cento) aos jovens advogados
adimplentes em todos os cursos presenciais da ESA.
Mais um estímulo ao contínuo aperçoamento e consolidação
da classe.
Confira os cursos e projetos conduzidos pela ESA/BA:
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- Pós-graduação: o oferecimento de cursos de especialização
lato sensu, reivindicação antiga dos advogados baianos, tornou-se
uma realidade por meio da parceria firmada entre a ESA e a Uni-
versidade Católica do Salvador (UCSal), instituição tradicional e
respeitada em todo o Estado e no país.
Voltados aos variados ramos da ciência jurídica, os cursos
de pós-graduação são concedidos com valores atrativos e desconto
para os incritos na OAB/BA, sendo uma excelente oportunidade
para os advogados que desejam galgar novos degraus na profissão
ou mesmo iniciar na carreira acadêmica.
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XI.IV Clube dos Advogados da OAB/BA
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XI.VI Recorte Digital
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XII. CONTATOS ÚTEIS
Ouvidoria Geral
Tel: (71) 3329-8940 / E-mail: ouvidoria@oab-ba.org.br
Subseções
Alagoinhas - Telefax: (75) 3422-4311
Barreiras – Telefax: 3611-0294
Bom Jesus da Lapa – Telefax: (77) 3481-4121
Brumado – Telefax: (77) 3441-6006
Camaçari – Telefax: (71) 3622-1480
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Coaraci – Telefax: (73) 3241-1025
Eunápolis – Telefax: (73) 3281-5352
Feira de Santana – Tel: (75) 3623-9010/2954
Gandu – Telefax: (73) 3554-0975
Guanambi – Telefax: (77) 3451-1994
Ibicaraí – Telefax: (73) 3242-1788
Ilhéus – Telefax: (73) 3231-1942
Ipiaú – Tel: (73) 3531-4315
Irecê – Tel: (74) 3641-3766
Itaberaba – Telefax: (75) 3251-1612
Itabuna – Telefax: (73) 3613-1892
Itamaraju – Telefax: (73) 3294-5557
Itapetinga – Telefax: (77) 3261-3211
Jacobina – Telefax: (74) 3621-3089
Jequié – Telefax: (73) 3525-1322
Juazeiro – Telefax: (74) 3611-7468
Luís Eduardo Magalhães– E-mail: luiseduardomagalhaes@oab-ba.org.br
Paulo Afonso – Telefax: (75) 3281-2410
Porto Seguro – Telefax: (73) 3288-2288
Santa Maria da Vitória – Telefax: (77) 3483-2054
Santo Antônio de Jesus – Telefax: (75) 3631-3744
Senhor do Bonfim – Telefax: (74) 3541-3241
Serrinha – Telefax: (75) 3261-2517
Teixeira de Freitas – Telefax: (73) 3291-2753
Valença – Telefax: (75) 3641-3108
Vitória da Conquista – Telefax: (77) 3424-2158
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