Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O que é?
Descrever é representar a realidade (pessoas, ambientes, animais, objectos, paisagens…) através de
palavras. A descrição será, então, a caracterização de um determinado elemento ou pessoa, cujo objectivo é
transmitir ao leitor ou interlocutor uma imagem do que se percepciona através dos sentidos.
Fases
3ª. Ordenação das anotações recolhidas (de modo a transmitir ao interlocutor ou leitor uma visão o mais próxima
possível daquilo que foi observado e que está a ser descrito);
4ª Redacção do texto.
A técnica da descrição
Descrever não é apenas relatar aquilo que se vê. É necessária a utilização de uma técnica coerente que consiga
transmitir, através de palavras, tudo o que é captado pelos cinco sentidos. Na descrição, devemos exprimir detalhes.
Por esse motivo, quem descreve deve escolher um ponto de vista, a partir do qual registará os dados recolhidos,
organizá-los-á, de acordo com a perspectiva que seleccionou:
a) partir de uma impressão geral para uma descrição mais pormenorizada, ou vice-versa;
b) pode começar do plano mais distante para o mais próximo, ou o inverso;
c) do exterior para o interior ou vice-versa;
d) do elemento central para os outros elementos;
e) da esquerda para a direita ou o contrário;
f) de baixo para cima ou vice-versa;
O importante é salvaguardar a imagem que se analisa, de modo a que, quem quer que a receba, a consiga visualizar
sem a ver.
Marcas linguísticas
2. Usar palavras que estabelecem ligação. Elas estabelecem a posição das coisas em relação ao observador e dos
elementos entre eles. Podemos recorrer a várias expressões para localizar o
a) 1.º plano – aqui, perto de mim, este, no primeiro plano…
b) 2.º plano – aí, mais adiante, lá, a seguir, esse , logo depois…
c) 3º plano – lá longe, ao fundo, além, aquele, por detrás…
É possível a utilização de outras palavras para localizar as coisas: defronte, diante, ao lado, à esquerda, à
direita, sob, rente a, junto a, atrás, por baixo, por cima, sobre, abaixo, etc.
3. Recurso aos nomes, através da enumeração. O nomes, sobretudo os concretos, ajudam a visualizar o que é
descrito.
5. As formas verbais: o tempo verbal privilegiado é o pretérito imperfeito do indicativo, que confere á descrição um
carácter estático; menos frequentemente, o narrador pode usar o presente para dar mais vivacidade ao que é
descrito.
A sineta tilintou languidamente. E o comboio deslizou, com descanso, como se passeasse para seu
regalo sobre as duas fitas de aço, assobiando e gozando a beleza da terra e do céu.
Rolávamos na vertente de uma serra, sobre penhascos que desabavam até largos socalcos
cultivados de vinhedo. Em baixo, numa esplanada, branquejava uma casa nobre, de opulento repouso, com
a capelinha muito caiada entre o laranjal maduro. Pelo rio, onde a água turva e tarda nem se quebrava
entre as rochas, descia, com a vela cheia, um barco lento carregado de pipas. Para além, outros socalcos,
de um verde pálido de reseda, com oliveiras apoucadas pelas amplidão dos montes, subiam até outras
penedias que se embebiam, todas brancas e assoalhadas, na fina abundância do azul. Jacinto acariciava os
pêlos corredios do bigode:
- O Douro, hein ?... É interessante, tem grandeza.
Eça de Queirós, As Cidades e as Serras
2. O autor socorreu-se de diversos recursos para elaborar esta descrição. Retira do texto palavras ou
expressões que indiquem/sejam:
2.1. sensações visuais:
2.2. sensações auditivas
2.3. sensações tácteis
2.4. adjectivos
2.5. advérbios
2.6. verbos
2.7. comparação
2.8. personificação
2.9. adjectivação