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FICHA DE TABALHO

Da desagregação do Estado Novo à Revolução de abril de 1974

Doc. 1

Angola, Moçambique e Guiné são províncias de Portugal. Os seus habitantes, pretos ou


brancos, são Portugueses. As perturbações da ordem interna, as violências lá produzidas, as
agressões por guerrilhas vindas do exterior têm de ser repelidas pelos Portugueses. É um
dever e uma responsabilidade nossos: Pois que havíamos de fazer? A primeira sacudidela dada
por selvagens assassinos e violadores, levantar os braços em sinal de rendição? […] Não
havendo, como disse, uma rebelião do povo guinéu, angolano ou Moçambique – aos quais
faltam, aliás, tradições nacionais […]

Discurso de Marcello Caetano na rádio e na televisão em 2 de julho de 1972

Doc. 2

Muito preocupado com a situação explosiva resultante da ocupação ilegal continuada, pelas
forças de Portugal, de alguns sectores da República da Guiné-Bissau e da intensificação dos
actos agressivos cometidos contra o povo da Guiné-Bissau. […] 1. Saúda a recente
independência do povo da Guiné-Bissau e a consequente criação do Estado soberano da
Republica da Guiné-Bissau. […] 2. Insta o Governo de Portugal a que ponha termo à violação da
soberania e da integridade territorial da república da Guiné-Bissau […].

Resolução 3061, aprovada pela Assembleia Geral da ONU em 2 de novembro de 1973

1.1. Compara as perspectivas acerca da guerra colonial, expressas nas fontes 1 e2 , quanto a
dois dos aspetos em que se opõem.

1.2. Desenvolve o tema integrando

Da primavera marcelista à democratização do país, em 1974.

A resposta deve abordar, pela ordem que entenderes, dois aspetos de cada um dos seguintes
tópicos de referência:

• Os sinais de abertura política no governo de Marcello Caetano.

• A manutenção da política colonial

• A eclosão da Revolução do 25 de Abril de 1974.

Na tua resposta deves integrar o contributo das fontes 1 e 2.

Bom trabalho!

MC
1.1 – Marcello Caetano encara os territórios além-mar como parte integrante de Portugal e, por
conseguinte, a independência não estava em discussão. A ONU via a situação como uma “ocupação
ilegal” por Portugal.

– Na perspetiva de Marcello Caetano, os movimentos de libertação das colónias eram “selvagens


assassinos ”e as suas ações eram violentas e deviam ser reprimidas. Na perspetiva da ONU, Portugal
vinha cometendo atos de violência contra a Guiné-Bissau e insiste no reconhecimento, por Portugal, da
independência desse território.

1.2 [Os sinais de abertura política no governo de Marcello Caetano]:

– regresso ao nosso país de exilados políticos;

– moderação da atuação da polícia política que passa a chamar-se Direção Geral de Segurança (DGS);

– abrandamento da censura (mais tarde designada Exame Prévio)

– a União Nacional abre-se a outras sensibilidades políticas .

[A manutenção da política colonial]

– manutenção, no essencial da política colonial;

– cresceu o isolamento de Portugal, face ao reconhecimento da ONU da independência da

independência da Guiné-Bissau e a receção dos movimentos de libertação pelo Papa Paulo VI;

– internamente as pressões aumentam por parte dos deputados da Assembleia e das forças armadas

[A eclosão da Revolução do 25 de Abril de 1974]

– sentimento de causa perdida por parte do exército português;

– publicação do livro “Portugal e o Futuro” de António Spínola;

– criação do movimento dos capitães, em 1973, como forma de protesto contra legislação recente que

facilitava o acesso dos oficiais milicianos ao quadro permanente do exército e que se transformaria

no Movimento das Forças Armadas (MFA);

– golpe militar falhado em março de 1974;

– operação “Fim Regime” do MFA, liderado por Otelo Saraiva, em 25 de abril de 1974, pôs fim ao

regime do Estado Novo e instaurou a democracia em Portugal .

Boa correcção!

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