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Noções de Psicopatologia - (Apontamentos) Carla Marina Vieira
Noções de Psicopatologia - (Apontamentos) Carla Marina Vieira
NOÇÕES PSICOPATOLOGIA
Nota:
Este documento é um texto de apoio gentilmente disponibilizado pelo seu autor, para que possa auxiliar ao estudo dos colegas. O
autor não pode de forma alguma ser responsabilizado por eventuais erros ou lacunas existentes. Este documento não pretende
substituir o estudo dos manuais adoptados para a disciplina em questão.
A Universidade Aberta não tem quaisquer responsabilidades no conteúdo, criação e distribuição deste documento, não sendo
possível imputar-lhe quaisquer responsabilidades.
Copyright: O conteúdo deste documento é propriedade do seu autor, não podendo ser publicado e distribuído fora do site da
Associação Académica da Universidade Aberta sem o seu consentimento prévio, expresso por escrito.
2007/2008
2.2 A Somatogénese...................................................................... 10
2
6.1.1 Etiologia das desordens somatoformes ........................................................................... 31
6.1.2 Terapias para as desordens somatoformes ................................................................... 33
7 – AS DESORDENS DE HUMOR......................................... 36
9 – ESQUIZOFRENIA ..................................................... 47
3
9.4 – Outros sintomas .................................................................... 49
4
12.7.3 – Factores peri-natais ...................................................................................................... 71
12.7.4 – Factores bioquímicos ..................................................................................................... 71
12.7.5 – Tratamento ...................................................................................................................... 71
5
I – Definição e Contexto de Psicopatologia
Modelo Médico
O modelo médico de doença afirma que existe sempre uma causa biológica
na origem de todos os distúrbios mentais.
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A Frequência Estatística, respeitando à relativa raridade ou muito
reduzido número de casos possíveis de ocorrerem. Por exemplo, quando
consideramos a distribuição normal de QI, observamos que o atraso
mental ocorre no extremo esquerdo mais baixo da curva normal. No
entanto já não podemos considerar como patológicos os casos que ocorrem
no outro extremo dessa mesma distribuição (apesar de, eventualmente, as
pessoas geniais serem muito menos frequentes que aqueles caracterizadas
por terem o tal “atraso mental”.
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por se ouvir que houve um acidente na auto-estrada, alguém deixe de
andar de carro toda a semana…. Mas nem todos os comportamentos
inesperados caem na alçada da psicopatologia (como por exemplo ter
apetite após ter comido bem…)
2.1 Demologia
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2.1.1 A demologia da Idade Média. Os doentes mentais como baixos
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2 – As drogas mais usadas eram o álcool, o ópio e a cannabis.
2.2 A Somatogénese
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2.3 Síntese do pensamento contemporâneo sobre a psicopatologia
11
2.3.2 – O ponto de vista da psicogénese
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diversas teorias, hipóteses, sobre esses distúrbios. Chamamos a tais
perspectivas “paradigmas” já que se trata de abordagens que procuram
explicar e compreender a etiologia, desenvolvimento e tratamento daquilo
que é considerado psicopatológico.
Realizaram uma pesquisa que tratava averiguar até que ponto a formação
teórica poderia influenciar o processo de avaliação e diagnóstico clínico.
Esta pesquisa, chama a atenção para o modo como a formação teórica dos
clínicos orienta a sua perspectiva sobre o que observam nos possíveis
pacientes. Sem dúvida que os profissionais de saúde, apesar da sua
formação avaliam de acordo com os seus pressupostos teóricos.
1 2
Esquizofrenia
As pessoas com esquizofrenia experimentam delírios, alucinações. As suas
emoções são frequentemente dessintonizadas inadequadas.
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Desordens psicóticas – as pessoas com delírios sofrem frequentemete de
delírios com conteúdo persecutório. Distinguem-se as desordens de delírio
e a esquizofrenia paranóide, já que neste último caso os delíios tendem a
ser bizarros e fragmentados e as alucinações mais perturadoras.
Têm sido apontadas as seguintes características nesses delírios
- Desmotivação
- Pobreza na fala quanto ao conteúdo ou à quantidade de palavras
ditas
- Indiferença ao prazer
- Indiferença perante os estímulos que vão aparecendo
As desordens do humor
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- a desordem depressiva, ou depressão maior (major, em inglês), também
designada por desordem unipolar, em que predominam os sentimentos
profundos de tristeza, para além da perda de peso dos pensamentos de
suicídio e auto-desvalorização;
As desordens de ansiedade
As Desordens Sematoformes
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São desordens em que não se encontram causas conhecidas para os
sintomas físicos, mas devido aos quais já tiveram vários tratamentos.
Desordens dissociativas
A dissociação é uma súbita alteração na consciência que afecta a memória
e a identidade. Consideram-se os seguintes tipos:
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4.2 Outros materiais de avaliação psicométrica e clínica
Ex:
Ex:
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V – AS DESORDENS DE ANSIEDADE
5.1 – Fobias
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da aprendizagem, quanto à explicação das fobias surgem mais a nível dos
mecanismos da aprendizagem que são propostos para a sua explicação, e
que em muitos casos são complementares.
Existem 3 grandes mecanismos que têm sido propostos separadamente
para explicar as fobias:
- o condicionamento por evitamento
- o condicionamento vicariante
- o condicionamento operante
Condicionamento operante
Em geral é pouso credível.
A hipótese cognitivista
Grande quantidade de estudos sugere que não são apenas as emoções que
influenciam as cognições. Estas também influenciam as emoções.
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Seligman parte de uma ideia base: constatação de que determinados
estímulos são mais geradores de fobias que outros.
O modelo de Mowrer, torna-se mais válido entrando em linha de conta com
a hipótese de Seligman, em que se assume que as diferentes espécies
estão mais ou menos predispostas (sensíveis) a reagir a uns estímulos do
que os outros.
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Exposição – Neste tipo de tratamento, a pessoa é colocada perante
intensidades elevadas de medo, sem qualquer redução prévia de ansiedade
relativamente à situação fóbica.
B) Presença de agorafobia
C) Os episódios não são provocados por drogas ou doenças
D) Os episódios de pânico são melhor explicados por outra categoria
de diagnóstico.
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Critérios de diagnóstico da agorafobia sem história de perturbação de
pânico
Abordagem Farmacológica
Abordagem Psicológica
22
5.2.3 Desordem de ansiedade generalizada
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Considera-se que a ansiedade característica da desordem de pânico está
ligada ao sistema norodrenégico, isto é, aos neurónios que utilizam a
norepinefrina como transmissor, o modelo neurobiológico mais conhecido
assenta nos conhecimentos derivados dos efeitos das benzodiazepinas.
Técnicas de Relaxamento
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A) Obsessões ou compulsões
As obsessões são definidas como:
1) Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e
persistentes, experimentados como intrusivos e inadequados,
provocando ansiedade ou mal-estar intensos;
2) Pensamentos, impulsos ou imagens que são preocupações
excessivas acerca de problemas reais da vida;
3) A pessoa tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos,
impulsos ou imagens ou neutralizá-los com algum outro
pensamento ou acção;
4) A pessoa reconhece que esses pensamentos, impulsos ou
imagens são produto da sua própria mente.
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1) Dúvidas obsessivas – a pessoa tem dúvidas persistentes sobre se
realizou determinada tarefa ou acto.
2) Pensamento obsessivo – habitualmente envolvendo a forma de
sequências intermináveis de pensamentos, normalmente sobre
acontecimentos futuros.
3) Impulsos obsessivos – necessidade urgente de realizar actos, desde os
mais triviais aos mais bizarros.
4) Medos obsessivos – receio de perder o controlo e fazer algo
socialmente embaraçoso.
5) Imagens obsessivas – trata-se de imagens persistentes sobre um
acontecimento recente observado ou imaginado
Compulsões
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Paragem do pensamento – um estímulo desagradável é associada à palavra
Alto! Sendo esta posteriormente utilizada para interromper sequências
obsessivas.
Saciação – uma pessoa tem um medo obsessivo. Então repete muitas vezes
esse medo. Apesar de aparente simplicidade, tal procedimento terá de ser
orientado por um/a psicólogo/a muito experimentado/a e conhecedor/a da
técnica.
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1- Recordações perturbadoras do acontecimento, recorrentes e
intrusivos, incluindo imagens, pensamentos, ou percepções
Obs. Em crianças mais novas, podem ocorrer jogos repetitivos em
que temas ou aspectos do trauma são expressos.
2- Sonhos perturbadores e recorrentes sobre os acontecimentos
traumáticos.
Obs. Em crianças, podem ocorrer sonhos de conteúdo assustador,
mas sem aparente relação com o acontecimento traumático
original
3- Comportar-se ou sentir-se como se o acontecimento traumático
estivesse a repetir-se (incluindo sensação de reviver a
experiência, ilusões, alucinações, e episódios de “flashback”
dissociativo, incluindo aqueles que ocorrem com a pessoa acordada
ou quando intoxicada)
Obs. Em crianças mais novas resposta específicas à situação de
trauma podem ocorrer.
4- Desconforto psicológico muito intenso quando exposto a estímulos
internos ou externos que simbolizam ou se parecem com algum
aspecto do acontecimento traumático.
5- Reactividade fisiológica quando se é exposto aos estímulos que
simbolizam ou se parecem com o acontecimento traumático.
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1- Dificuldade em adormecer ou em manter-se a dormir;
2- Irritabilidade ou explosões de raiva;
3- Dificuldade de concentração;
4- Hiper vigilância;
5- Resposta de alerta exagerada
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estimulação rítmica (habitualmente, ao ritmo dos olhos) exigindo um
conhecimento dos procedimento, bastante aprofundado, para além de uma
série de cuidados a ter na sua realização. Os resultados das pesquisas
(não provenientes dos defensores do EDMR) têm sido bastante
contraditórias e, com efeitos não existe acordo geral entre os psicólogos
quanto à eficácia e natureza desta possível terapia.
Desordens Somatoformes
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sugerindo a existência de problemas neurológicos ou no estado físico
geral. Supõe-se existirem factores psicológicos na sua origem.
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A Desordem de somatização habitualmente inicia-se no final da
adolescência. A ansiedade e a depressão são referidas frequentemente tal
como um vasto conjunto de comportamentos e problemas.
Uma teoria mais recente (1975) foi proposta por Ullman & Kasner. Eles
começaram por comparar as desordens de conversão à simulação de
doenças, em que a pessoa adopta um determinado sintoma a fim de atingir
um determinado fim. Na verdade, a pessoa evidencia quando é afectada
por uma doença.
É claro que esta teoria levanta duas questões essenciais:
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neurofisiologia. Em primeiro lugar, sabe-se que os sintomas de conversão
são mais prováveis de acontecer do lado esquerdo do que do lado direito
do corpo e acontece que a maior parte das nossas actividades é controlada
pelo hemisfério direito. Assim, a maioria dos sintomas de conversão
parece relacionar-se com a actividade cerebral direita. Para além disso,
investigações em pessoas cujos hemisférios foram desconectados para
prevenir ataques epiléticos mostra que o hemisfério direito pode gerar
separadamente, mais emoções do que o lado esquerdo e, sobretudo,
emoções negativas.
Os sintomas de conversão podem assim ligar-se, do ponto de vista
neurofisiológico, à activação emocional. Tudo indica que o hemisfério
direito defende as vias neuronais do corpo caloso para conexão com o
hemisfério esquerdo, nele “residindo” a capacidade de descrever
verbalmente e explicar as emoções, bem como ter consciência delas.
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Diversas têm sido as terapias indicadas para este grupo de desordens; a
dessensibilização, as técnicas de manuseamento da dor, a exposição ao
vivo. Outras terapias são a confrontação, e sugestão, o insight. O
contexto da sua utilização depende, é claro, da natureza específica da
desordem e da pessoa em questão.
No campo farmacológico, referem-se a amitriplina que, sendo um anti-
depressivo tricíclico tem igualmente efeitos analgésicos.
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stress severo e a recuperação, ainda que em muito variável
temporalmente, costuma ser completa. Apesar da pessoa não costumar
recordar o que aconteceu enquanto andou em fuga.
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6.2.2 – Pistas para a abordagem terapêutica das desordens dissociativas
7 – AS DESORDENS DE HUMOR
O DSM-IV exige pelo menos cinco dos seguintes sintomas diários durante,
pelo menos duas semanas, para se proceder ao diagnóstico.
1. Tristeza
2. Perda de prazer ou de interesse pelas actividades usuais
3. Perturbação do sono (dificuldade em adormecer, em retomar
o sono após ter acordado durante a noite, acordar cedo de
mais, ou ter sono constantemente)
4. Tornar-se mais apático, parado ou, pelo contrário muito
agitado
5. Perda de apetite e de peso, ou aumento de apetite e de peso
6. Perda de energia, muita fadiga
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7. Perda de auto-estima, sentimentos de auto-culpabilização
8. Dificuldades de concentração, indecisão, e lentidão nos
próprios pensamentos
9. Pensamentos constantes sobre a morte ou sobre o suicídio
Diagnóstico (sintomas-Mania)
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6. Distractibilidade, atenção facilmente interrompida ou alterada
7. Excessivo envolvimento em actividades de prazer (por exemplo:
sexo, jogo), ocasionando elevada probabilidade de provocar
consequências indesejáveis.
habitual
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De acordo com esta hipótese, as pessoas deprimem-se porque nos seus
cérebros existe norepinefrina ou serotonina a menos. Teríamos, então,
uma síndrome de deficiência de serotonina.
Teorias Psicológicas
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Os esquemas depressivos/negativistas, que as pessoas eventualmente
aprenderam, são posteriormente activados sempre que se encontram em
situações idênticas às originais.
Tríade Negativa
(visão negativa sobre si, o mundo e o futuro)
Distorções Negativas
DEPRESSÃO
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4. Quanto maior a certeza de que irão dar-se aqueles acontecimentos
negativos, maiores os défices cognitivos (memória, raciocínio) e
maior a falta de motivação para fazer-lhes face.
Fluoxetina
Inibidores Selectivos da Fluvoxamina
Recaptação da Serotonina Paroxetina
Sertralina
Citalopram
Amitriplina
Clamipramina
Imipramina
Triciclicos Nortriplina
Desipramina
Trimipramina
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Antidepressivos Buproprian
(vários miscelânea) Mirtazepina
Nefazodona
Trazodona
Venlafaxina
Terapia Interpessoal
Terapia Comportamental
Terapia Cognitiva
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5. Em algumas sociedades industrializadas o suicídio encontra-
se entre as 10 principais causas de morte
6. A incidência do suicídio varia com as oscilações económicas
8 – AS DESORDENS DE PERSONALIDADE
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8.3 – Desordem ezquizotípica
O conceito moderno desta desordem vem dos estudos dinamarqueses
sobre crianças adoptadas por pessoas com ezquizofrenia. Enquanto
algumas destas crianças desenvolveram esquizofrenia quando adultas, um
número maior desenvolveu o que parecia ser uma forma atenuada de
esquizofrenia.
A personalidade esquizotípica, habitualmente manifesta dificuldades
interpessoais, como na personalidade esquizóide, porém, não diminui a
excessiva ansiedade social com a familiaridade (habituação). Estas
pessoas manifestam por exemplo:
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necessidade muito grande de atenção. A frequência desta desordem é
maior entre pessoas separadas e divorciadas e está associada a níveis
elevados de depressão e diminuição de saúde física. A sua maior
sobreposição dá-se com a desordem estado-limite de personalidade.
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Algumas características relevantes desta perturbação:
Critérios de diagnóstico
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8.11 – Causas da psicopatia (Zuckerman 2002)
Pesquisas feitas em famílias indicam que os psicopatas costumam ter pais
que são ou foram psicopatas ou evidenciaram comportamentos anti-sociais
bem como famílias em que a disciplina educacional está ausente ou é
inconsciente. Parece haver também, uma elevada incidência de abuso físico
e sexual sobre estas pessoas quando foram crianças.
8.12 – Tratamento
Existe entre os investigadores e os clínicos um pessimismo geral quanto à
possibilidade da sua modificação. Acredita-se que é um distúrbio crónico e
com pouca margem de mudança. Na prática, e em gera, utiliza-se
medicação massiva e neurolépticos, e outros fármacos, cujo efeito
principal é a depressão de SNC.
1. Intervenção precoce
2. Especial atenção a crianças em situação de abandono
3. Programas de intervenção que tenham em atenção
diferenças específicas, já que não existe “um tipo
psicopata” mas múltiplos
4. Fornecimento de ajuda e de recursos a crianças jovens,
que sejam consideradas de risco, e respectivas famílias
9 – ESQUIZOFRENIA
A maioria das pessoas esquizofrénicas apresenta distúrbios em certas
áreas: pensamentos, percepção, atenção, comportamento motor, afecto e
emoção, bem como no funcionamento geral da vida. Habitualmente, tais
pessoas evidenciam problemas na generalidade destas áreas, porém podem
restringir-se a apenas uma delas.
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9.1 – Sintomas positivos
Caracterizam-se por excessivos: alucinações, delírios e diversos outros
tipos de comportamentos bizarros, como os seguintes:
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São mais frequentes as alucinações auditivas, comparativamente às
visuais, e geralmente assumem 3 formas:
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O DSM-IV considera que as principais categorias de diagnóstico para a
esquizofrenia são as seguintes:
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precedem o internamento, as pessoas esquizofrénicas experimentam um
aumento significativo de acontecimentos vitais stressantes.
Dopamina
A teoria que procura relacionar a dopamina com a esquizofrenia baseia-se,
sobretudo, nas informações provenientes do modo de acção de drogas
consideradas eficazes no tratamento desta desordem (e por isso
chamadas “anti-psicóticos”). As fenotiazinas, para além de aliviarem alguns
sintomas da esquizofrenia, produzem efeitos colaterais que fazem
lembrar a doença e Parkinson.
Outro tipo de evidência é proveniente da leitura sobre a Psicose Induzida
por anfetaminas. De facto as anfetaminas podem provocar um estado
muito semelhante à esquizofrenia paranóide, ou aumentar os sintomas
esquizofrénicos já existentes.
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esquizofrénicos são também uma outra forma de evidência. O dados mais
consistentemente encontrado é o que diz respeito às áreas límbicas e
córtex pré-frontal, nomeadamente os níveis metabólicos baixos
determinados, assim como a falta de activação sanguínea.
9.6 - Stress
Têm sido propostos dois tipos de específicos de stress:
Stress Social
Pode referir-se, em primeiro lugar, a hipótese sócio-genética, a qual
defende que pertencer a uma classe social mais baixa é a causadora de
esquizofrenia, devido ao impacto stressante que lhe está associado. Existe
mesmo quem advogue que durante o desenvolvimento da psicose das
pessoas esquizofrénicas, estas movem-se para classes sociais mais baixas
devido ao distúrbio.
Stress Familiar
Uma hipótese que tem merecido alguma atenção é a chamada “mãe
esquizofrénica”: uma mãe fria e dominante, rejeitadora, super-protectora,
auto sacrificante, rígida e modesta quanto a questões de sexo e com medo
da intimidade.
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neuropiléticos ou antipsicóticos. Também lhes chamam, com bom
fundamento, “grandes tranquilizantes”.
Relativamente ainda à esquizofrenia tem havido nos últimos anos várias
tentativas, tanto a nível clínico como experimental no sentido de se
desenvolverem novas modalidades de tratamento psicológico, sobretudo no
que diz respeito a delírios e alucinações.
De um modo geral, e na sua forma mais simples, tal abordagem é dirigida a
2 ou 3 aspectos essenciais:
Relaxamento
Auto Reforço
10 – DESORDENS ALIMENTARES
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10.1 – Anorexia nervosa
No DSM-IV a anorexia e a bulimia são consideradas categorias distintas.
Categoria da anorexia
O DSM-IV considera dois tipos de anorexia
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Outras situações emocionais difíceis parecem vulnerabilizar a pessoa e
desenvolver anorexia, como a depressão e a desordem obsessivo-
compulsivo.
A hipótese bioquímica
A hipótese bioquímica assenta em alguns aspectos essenciais que, em rigor
jamais foram confirmados:
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B) Comportamentos inadequados de compensação, relativamente a
esses episódios por ingestão exagerada
C) Tanto os episódios compulsivos, como os comportamentos
compensatórios, ocorrem pelo menos duas vezes por semana e em
três meses seguidos
D) A avaliação que a pessoa faz de si própria indevidamente
influenciada pelo peso, formas corporais
E) A perturbação pode ocorrer apenas durante a anorexia
• Lesões do estômago
• Destruição dos tecidos da boca
• Desidratação
• Inflamação das glândulas salivares
• Irregularidades menstruais
• Diminuição do potássio bem como de diversas outras anormalidades
electrolíticas
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1ª fase – Desejo – Refere-se ao interesse ou desejo sexual
habitualmente associado a fantasias sexuais e excitantes
2ª fase – Excitação – Define uma experiência, subjectiva de prazer
associado a mudanças fisiológicas, como o aumento do fluxo sanguíneo, que
se traduz na tumescência dos tecidos, aumento de erecção do pénis ou
aumento do volume em zonas específicos da vagina.
3ª fase – Orgasmo – Nesta fase o prazer sexual atinge o máximo. No
homem ocorre com a ejaculação, na mulher dá-se a contracção do 3º lábio
da vagina, havendo em ambos os sexos uma contracção sexual muscular
geral.
4ª fase – Resolução – Trata-se de uma fase de relaxamento
descontracção que se segue ao orgasmo. Na mulher podem ainda dar-se
orgasmos contínuos, fenómenos que não se verifica no homem.
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No DSM-IV, foram substituídos os termos “frigidez” e “impotência”,
devido às conotações pejorativas daqueles termos.
Desordens do orgasmo
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As intervenções neste campo dividem-se, conforme a sua ênfase, em dois
ou 3 objectivos:
11.4 – Parafilias
No DSM-IV as parafilias englobam uma série de desordens nas quais a
atracção sexual, o desejo e a aceitação são dirigidas para objectos
invulgares, actividades sexuais invulgares. Existe um desvio em relação à
norma.
Estas desordens podem ocorrer concomitante ou no contexto de outras
desordens como a esquizofrenia ou uma desordem de personalidade. As
profilias tendem a ocorrer quase exclusivamente em homens.
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Alguns desses distúrbios:
Incesto – existe uma excitação sexual com o/a filho/a ou como pai, mãe,
ou irmão/irmã. Frequentemente, está associado a violência física.
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sexualmente, prestes a atingir o orgasmo, repara num objecto, daqui pode
resultar a “transferência” para o referido objecto das características
eróticas, passando a ter a capacidade de estimular sexualmente aquela
pessoa.
O “estado de preparação” implica que existem estímulos que, perdoe-se a
redundância, estão “mais preparados” para condicionar do que outros,
devido a características próprias. De facto, Seligman & al (2001) referem,
não existem parafilias relativas a sombras ou a janelas… Mas existem a
propósito de partes do corpo ou de dominância e submissão.
Outras parafilias
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Desordens do desenvolvimento – desordem autística, desordem de rett,
desordem desintegrativa da infância, desordem de Asperger, atraso
mental, desordens do desenvolvimento.
Desordens de Ansiedade
Fobias
Desordens de Pânico
Desordem de Ansiedade Generalizada
Desordem Obsessivo-compulsiva
Desordem de Stress Pós Traumático
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Fobias Escolares
Tipo 1 Tipo 2
• A partir da ansiedade à • Verdadeira fobia escolar, no
separação (da criança em sentido em que o medo tem
relação à mãe) por objecto a escola (ex:
• Desde o início da alguma coisa aconteceu na
escolaridade que manifesta escola)
dificuldade ou relutância em • As recusas de idas à escola
afastar-se dos pais começam já tarde e são de
(normalmente da mãe) uma natureza mais severa e
• Estando em casa procuram séria.
um dos pais que esteja • O seu objecto são as coisa
sempre presente escolares: fracasso escolar,
• Dormem com os pais relacionamento com os
colegas.
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A) Défice de atenção – Seis ou mais dos seguintes sintomas, que devem
persistir pelo menos durante 6 meses:
1. Não presta atenção, frequentemente, aos pormenores ou comete
erros por descuido nas tarefas escolares, no trabalho ou noutras
actividades
2. Dificuldade frequente para manter atenção em tarefas ou
actividades.
3. Parece muitas vezes, não ouvir quando se lhe fala directamente.
4. Não segue muitas vezes as instruções e não termina os trabalhos
escolares, encargos ou deveres no local de trabalho
5. É frequente ter dificuldade em organizar tarefas e actividades
6. Com frequência evita ou resiste a envolver-se em tarefas que
exijam esforço mental, continuado (como realizar trabalhos
escolares ou de natureza administrativa)
7. É frequente perder objectos necessários a tarefas ou a actividades
(brinquedos, exercícios escolares, material escolar ou de trabalho)
8. Com frequência distrai-se facilmente com estímulos irrelevantes
9. Esquece-se frequentemente das actividades quotidianas
Características
Em termos gerais, trata-se de um padrão persistente e recorrente de
falta de atenção e/ou impulsividade/hiperactividade, com mais
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intensidade, frequência e gravidade do que aqueles que são habitualmente
observadas em crianças ou jovens de nível idêntico de idade.
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4. Violação grave das regras
B) Destruição de propriedade
C) Falsificação ou roubo
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Factores de âmbito social
• Disponibilidade de armas (em casa)
• Massmedia (filmes violentas; internet, tv)
• Meios ou famílias instáveis
• Famílias ou passado violento, delinquente
• Discórdias conjugais (ambientes familiares s/respeito)
Cariz biológico
Existe uma abordagem que defende haver uma activação fisiológica muito
baixa
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2. ensinar a criança a desenvolver a perspectiva dos outros e a
preocupar-se com ela.
3. reduzir a tendência para a criança interpretar como hostis os
comportamentos das outras pessoas
4. treino da criança na aquisição de comportamentos apropriados para
lidar de forma salutar com os conflitos
5. treino dos pais para lidar de forma mais adequada com os
comportamentos problemáticos dos seus filhos
6. inclusão de colegas e companheiros das crianças com problemas no
próprio programa de intervenção
• negativistas
• hostis
• temperamentais e desafiadoras das figuras de autoridade (pais,
policias, professores)
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B) O Défice de Comunicação é também acentuado e persistente e
interfere nas capacidades verbais e nas não verbais.
Pode-se verificar:
a) um atraso ou ausência total do desenvolvimento da linguagem
oral
b) nos indivíduos que usam a linguagem oral, pode-se verificar uma
forte incapacidade na competência para começar a conservar o
diálogo com os outros ou um uso estereotipado ou repetitivo da
linguagem, ou linguagem idiossincrática.
c) Quando a linguagem oral se desenvolve, a entoação e velocidade,
volume, o ritmo e a acentuação podem ser deficitárias. As bases
gramaticais são frequentemente imaturas e englobam a
utilização de uma linguagem estereotipada e repetitiva
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uma ausência de medo a perigos reais. São fortemente incomodadas e
desestabilizadas por mudanças de rotina.
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12.7.2 – Factores imunológicos
A incompatibilidade imunológica ente a mãe e o embrião ou feto pode
contribuir para o autismo. Os linfócitos de algumas crianças autistas
reagem com os anticorpos das mães, possibilitando que os tecidos neurais
embrionários ou extra-embrionários estejam danificados durante a
gestação.
12.7.5 – Tratamento
O tratamento do autismo é uma tarefa complexa. Tem como objectivos
gerais diminuir os sintomas comportamentais e promover o
desenvolvimento das funções deficitárias ou inexistentes. No início, por
influência da psicanálise utilizava-se a psicoterapia individual orientada
para o insight, no entanto, esta mostrou ser ineficaz.
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O treino das capacidades para a comunicação-interacção é muito
importante, e tem vários objectivos que devem incidir sobre as aquisições
a fazer no período sensório-motor:
Intervenção cognitiva
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2) Compreensão de regras e utilização flexível das mesmas em
contextos sociais
3) Apreciação de relevâncias e compreensão de contextos
significativos alargados, quer em acontecimentos da própria
vida que em representações simbólicas ou em relatos
4) Atenção e concentração, tanto em trabalhos escolares como
em situações do dia-a-dia
73
Síntese de como a intervenção farmacológica é concebida
74
São também utilizados os neuroléticos típicoas
Haloperidol e pimozida Reduzem os comportamentos
agressivos e estereotipados, e
aumentam a atenção (no entanto,
como estes têm efeitos adversos,
tais como a discinesia tardia, a sua
indicação tem sido limitada)
E ESTIMULANTES
Metifenidato (Retalina) Usado para melhorar a capacidade
de atenção
13 – O EFEITO PLACEBO
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