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Carnaval de rua é suspenso no Recife e pode ser realizado em outro período de 2022 em

caso de redução de registros de gripe e Covid


De acordo com a prefeitura, serão realizadas reuniões para discutir com os segmentos
envolvidos no carnaval a realização da festa em outra época do ano.
O carnaval de rua de 2022 foi suspenso por tempo indeterminado no Recife. Por causa da
disseminação da Covid-19 e, principalmente, da alta nos casos de influenza, a festa, que
aconteceria entre 25 de fevereiro e 5 de março, poderá ser realizada em outra data
Segundo informações repassadas pela prefeitura, nesta quarta (5), para realizar os festejos
em outro período, é preciso que a vacinação avance e se chegue a uma situação sanitária
que garanta a segurança da população. A liberação de desfiles de grupos carnavalescos
segue sem definição.

Por Priscilla Aguiar, g1 PE


05/01/2022 18h29 Atualizado há 3 meses

Centenário de Enéas Freire: conheça o fundador do Galo da Madrugada, defensor do


carnaval de rua e do frevo
Criador do maior bloco do mundo nasceu em 2 de dezembro de 1921, no bairro de São
José, no Recife. Festa na sede da agremiação e documentário marcam data. Artistas
exaltam legado.
Em 2 de dezembro de 1921, em uma casa no Pátio do Terço, no bairro de São José, no
Centro do Recife, nascia Enéas Alves Freire, o fundador do maior bloco do mundo, o Galo
da Madrugada. Falecido em 2008 após uma parada cardíaca, ficou conhecido por propagar
o frevo e a cultura do carnaval de rua da capital.

Para celebrar o centenário, a sede da agremiação recebe tem um evento nesta quinta-feira
(2) e um documentário sobre Freire é lançado na internet. "A história de Enéas se confunde
com a história do carnaval de rua do Recife e com a própria história do Galo", disse o diretor
do documentário sobre Freire, Anderson
O documentário "O Galo canta e anuncia: 100 anos de seu Enéas" mistura a história do
fundador do bloco com os caminhos do próprio carnaval de rua do Recife e vai ser exibido
gratuitamente pela internet.

"Ele fundou o maior bloco do mundo, ele trouxe de volta o carnaval de rua do Recife,
quando estava morrendo na década de 70. A brincadeira de rua que ele criou, de início só
para amigos e familiares, se tornou o maior fenômeno do planeta", declarou.

O cantor André Rio é uma das presenças cativas dos desfiles da agremiação. "Enéas,
quando fundou o Galo, fortaleceu o frevo, lançou uma geração de artistas que até hoje
divulgam para o mundo inteiro o nosso genuíno ritmo pernambucano", declarou.
Em imagens de arquivo da TV Globo, Enéas Freire recordou que o Galo foi idealizado como
um clube de máscaras praticamente de última hora, poucas semanas antes do carnaval de
1978, desfilando pelo mesmo bairro em que nasceu, São José.

"Carnaval bom mesmo foi da minha época, a gente dizia. Conversávamos sobre como se
fazia um carnaval e um dos gaiatos disse: 'por que não fazemos um clube e colocamos [na
rua] esse ano?'. Mas faltavam 14 dias para o carnaval. Como é que a gente poderia fazer?
Disseram que a gente abriria um livro, cada um colocando 500 cruzeiros e contrataríamos
uma orquestra. De fantasia, a ideia foi todo mundo sair de alma, porque nem dinheiro para
fantasia teríamos. Era só um pano mesmo", disse Enéas.
Os amigos próximos e a família foram os primeiros a participarem do bloco, que depois
tornou-se mundialmente reconhecido. Em 1946, Enéas se casou com Maria do Carmo
Travassos.

A esposa também era foliã e foi fundadora e presidente emérita do Bloco das Ilusões, que
nasceu dentro da sede do Galo. Juntos, eles tiveram quatro filhos que deram seguimento às
tradições dos pais.
Aos poucos, ano a ano, o Galo foi crescendo, aumentando a quantidade de trios elétricos e
carros alegóricos no desfile. A reunião de pouco mais de 70 pessoas passou a arrastar uma
multidão de pelas ruas do Centro do Recife nos sábados de Zé Pereira.

E essa transformação marca foliões e artistas, segundo o cantor Almir Rouche. "[Enéas
Freire] entra para o livro da cultura mostrando que, de fato, o Sábado de Zé Pereira é o dia
que a gente escuta mais o frevo, o pulsar. É o dia que o pernambucano mais se identifica e
diz que o frevo é nosso", disse.

Em 1995, o bloco foi reconhecido pelo Guinness Book, o livro dos recordes, como o maior
bloco de rua do mundo. Como comemoração à data, o Galo Gigante foi, pela primeira vez,
para a Ponte Duarte Coelho, onde até hoje é seu lugar cativo
No último desfile que esteve à frente, em 2008, Freire disse, emocionado, que o Galo era de
todos. "É do Nordeste. O nordestino tem que estar aqui presente. Isso é importante, isso é
nosso", afirmou Freire.
O projeto "Quintas no Galo", prévia realizada na sede da agremiação no bairro de São José,
na área central do Recife, tem uma edição especial nesta quinta (2).

Nomes como Spok, André Rio, Marrom Brasileiro, Bia Villa-Chan, Almir Rouche, Gustavo
Travassos, Nonô Germano, Quinteto Violado, Gui Menezes, Asas da América, Luará, Ed
Carlos, Coral Edgar Moraes, Gerlane Lops, Maestro Forró, Nena Queiroga e Orquestra
Maestro Lina Neto participam da festa que tem início às 20h.

De acordo com a organização do evento, são obrigatórios o uso de máscaras para quem
não tiver consumindo bebida ou comida e o distanciamento das mesas que serão
disponibilizadas para até quatro pessoas.
Por g1 PE e TV Globo
02/12/2021 11h55 Atualizado há 4 meses

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