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Tema: A Historicidade de África debateu-se com a problematica de téorias de

"não histocidade das sociedades negras africanas.

Sem grande receio de errar, Boubacar Keita, afirma que "a investigação em
ciencias sociais, em geral, e em História em particular exige sempre a
preocupação e a tomada de determinadas medidas metodologicas a fim de não
compreender como se trabalha, bem como permitir enquadar melhor no tempo
e no espaço a matéria em análise.p.74

A historiografia africana clássica habitou-nos a encontrar conjunto de


construções teoricas destinadas a minimizar, menosprezar e, mesmo negar a
capacidade de terminados povos em possuir História, produzir efeitos,
acontecimentos históricos, com base em critérios muito afastados da realidade
ciêntifica ou do bom senso. Para ilustrar esses momentos, mostrando suas
origens e motivações e as consequências, trataremos de alguns. Para efeito e,
antes de tudo mais, é interessante ouvir as primeiras reflexões de, Ki-Kerbo;

Varias razões estiveram na base da criação dessas teorias fantásticas que hoje
devem ser relembradas por necessidade historiograficas e pedagogicas mas a
maioria delas teve por objectivos justificar moralmente o acto que a Europa
acabava de perpetrar ou estava levando acabo, a saber, a conquista colonial
em nome de uma falaciosa missão humanitaria e civilizadora. O humanismo
europeu dos séculos XVII, XVIII e único do século XIX legou aos politicos e
teóricos de uma nova ordrm mundial, matéria para justificar actos de barbárie
cujos elementos chocavam os princípios morais e éticos oficiais da época. Mais
uma vez actos de barbárie serão evocados e cometidos em nome da
civilização. O eurocentrismo estava no seu paroxismo.

Assim as primeiras ideias sobre a não historicidade das sociedades africanas


foram expressas pelo filosófos alemão de grande nome Friedrich Hegel,
segundo ele;

"África não apresenta interesse do ponto de vista da sua própria História, como
também pelo facto de que vemos ali o homem num estado de barbárie e de
selvajaria que impede ser ainda parte integrante da civilização. África, tão
remota que seja a História, ficou sem laço com o resto do mundo. É o pais do
ouro, isolado, o pais da infância, que além da inexistência de uma História
cosciente, está envolvidos na cor negra da noite."Hegel, acrescentou ainda
que;

A África Negra não demonstrou nem mudanças, nem desenvolvimento. Os


povos negros são inapazes de se desenvolverem e, ate de receberem uma
educação. Sempre foram como os vemos hoje, por isso, o continente deve ser
aqui apresentado apenas como se situando no limiar da História do mundo,
pois é o espirito a-historico, o espírito não desenvolvido.

Quanto ao posicionamento apresentado por Hegel, Boubacar Keita, sustenta


que, é desolador constatar tanta falta de conhecimento impiricos sobre a
História, assim como de uma metodologia de análise criteriosa.

Infelizmente, praticamente todos os elementos evocados por Hegel para tirar


conclusões de caracter histórico não servem. O espírito nunca foi critério de
análise histórica. Mesmo admitindo-se a sua existencia, ele é indissociavel da
natureza, digamos filosófica do homem, mais abstrato, invisível, inalcançavel
da natureza, apenas intuido.

As condições geoclimatica, strito sensu, ou agindo por si proprio, nunca foram,


e não podem ser, determinante no advento dos acontecimentos históricos.

Nesta ordem de ideias, o professor Trevor-Hoper, da famosa universidade de


Oxiford, que afirmara que "a única História que conta e que merece ser
mencionada é a História da Europa." Argumentando da seguinte maneira:

O estudo da história tem uma finalidade e os europeus fazem-no a fim de


descobrir como chegaram ao ponto em que se encontram. O mundo actual
está de tal maneira dominado pelos ideias, técnicos e pelos valores da Europa
ocidental, que nos ultimos cinco séculos, e na medida em aparece
determinante, por consequente, digna de ser retirada e mencionada. Deste
modo, não podemos divertir-nos com movimento sem interesse de tribos
barbáras habitando nos confins pitoresco do mundo e que não exercerem
nenhuma influência sobre outras região do globo. Neste momento, não existe
uma História de África para ser ensinada.
Contudo, e apesar de tempo ter já permitido ultrapassar praticamente todos os
erros metodologicos de Trevor-Hoper, Boubocar Keita teve a liberdade de tecer
algumas considerações a propósito do pronunciamento.

É verdade que a História tem, e sempre terá, uma finalidade, isto é, atravez da
função emenentimente histórica, ela ensina, informa, aconselha, forma educa,
etc. Permite desre modo reconselhamo-nos com noscos proprio. Compreender
o outro e participar na edificação e cosolidação da civilização universal. Ela é,
segundo Cheikh Anta Diop, fundamental e determinate para construção da
identidade, sem a qual o homem jamais conseguirá ascender a plenitude
cultural.

Nesta ordem de ideias, a História da Europa não pode ser diferente e, pior a de
outros do mundo, particularmente a da África Negra. A sua função é a mesma
e, mais ainda, é isto que lhe permite aproximar povos enações e fazem com
que se evite ou se acabe com descriminações de toda ordem. E ainda ela, a
História, que nos da elemento de apreciação do complexo e interessante
processo de produção técnica e tecnologica, das ideias e valores, quer na
Europa, quer na África, outrossim, de recordar mais uma vez que o próprio e
único sentido da História não exclui África porque alegadamente povoada por
tribos barbáras. O movimento de que se fala também é entegrado pelas
actividades destes povos ditos primitivos.

Ainda na mesma linha de pensamento de não históricidade das sociedades


africanas, o antropólogo Eugéne Pittard, na base de considerações biologicas,
que "as raças negras não jogaram nenhum papel na História do seu próprio
continente", fazendo, deste modo eco de Gobineau, faz aparecer um axioma
estipulando que "a questão técnica domina todos problemas da História, e a
desigualdade entre as raças é suficiente para explicar toda cronologia dos
destinos dos povos. A mistiçagem é considerada por ele, como fonte de
decadência. Há uma única raça pura no mundo:a ariana. A raça é, portanto,
base da História ou do movimento histórico (não foi Cheik Anta Diop quem o
disse, contrariamente as alegações de alguns de seus criticos. Nunca afirmou
que a fonte principal da História é a raça ). Basta aprofundar um pouco a
leitura do autor, a propósito da desigualdade das raças humanas, para
constatar que não apenas a raça como a lingua e a inteligencia são
hierarquizadas e considerados elementos de explicação da História da
humanidade, o que nunca foi proposito de historiador algum sério, procupado
pela verdade, nomeadamente Cheik Anta Diop.

Encontramos ideias identicas também P.Newton, em 1923, quando declarava


que "África não possuia nenhuma História antes da chegada dos europeus".
Além disso, o autor põe um outro problema para depos duvidar da realidade
desta História, ou negá-la, dizendo que a "História começa quando o homem
se põe a escrever".

Estas reflexões também são passiveis de refutação, os resultados das


pesquisas históricas, e não só, tendem a confirmar a sua substancia errada.
Apenas para relembrar que tão idealização escrita não pode servir de marca
para o início da existência activa e transformadora da humanidade. A sua
aparição serve , efectivamente, para uma apreciação do processo de
desenvolvimento das activadaes humanas reflexivas, intelectuais, técnicas,
assim como para sublinhar e avaliar o início de detrminados acontecimentos
relamente qualificativos na vida da nossa humanidade. O mais preocupante no
discurso de Newton é a ligação desta escrita com a aparição dos europeus no
continente, o que é absurdo, tendo em conta os quases seis mil anos de
existência das cilizações do vale do Nilo, dos doze séculos da Idade Média
africana.

Finalmente há que sublinhar que as teses e procupações do autor sobre as


fontes da História, felizmente, foram ultrapassadas pelos próprios colegas, e da
mesma cor (por exemplo, Jan Vansina), dado não só os testemunhos materiais
oucupam um lugar previlegiado no conjunto das fontes, como já timitam estas
aos primeiros. De facto, é dado indiscutível, desde há muito tempo, que a
linguística e os costumes também são fontes, uma vez que refletem
determinados aspectos da vida e das actividades do homem dentro da
sociedade, no tempo e no espaço. Portanto, contrariamente ao que disse
Newton, esses dados interessam, sim, aos historiadores.

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