Você está na página 1de 4

Journal of Research in Special Educational Needs  Volume 16  Number s1  2016 766–769

doi: 10.1111/1471-3802.12214

O MOVIMENTO SURDO NO BRASIL: A BUSCA


POR DIREITOS
bio Bezerra de Brito
Fa
~o Paulo
Universidade de Sa

ria dos surdos no Brasil.


Palavras-chave: lıngua brasileira de sinais, surdo, movimento social, histo

O movimento social surdo brasileiro – aqui entendido,


Analisamos neste trabalho a formac ~ o do movi-
ßa segundo a teoria de Melucci (1996), como um sistema
mento social surdo brasileiro e o seu papel no
composto de relacß~oes sociais envolvendo principalmente
reconhecimento da lıngua brasileira de sinais (li-
bras) pelo Estado. Fazemos isso com base em
pessoas surdas, grupos e organizacß~oes de surdos – surgiu
uma extensa pesquisa qualitativa realizada dur- no comecßo da decada de 1980, quando o paıs vivia um
ante cinco anos nas cidades do Rio de Janeiro, clima de reativacß~ao e expans~ao dos movimentos de diver-
Sa~ o Paulo e Brasılia, abrangendo entrevistas com sos setores da sociedade, como operarios, moradores de
militantes surdos, intelectuais e agentes pu  blicos, bairros populares, mulheres, negros e homossexuais, que
ale m de documentos escritos e iconogra  ficos de decorria do processo de abertura polıtica e redemocrati-
acervos particulares e arquivos de organizac ßo~ es, zacß~ao.
instituicßo~ es e o rga~ os pu  blicos. O marco teo  rico foi
embasado, sobretudo, na obra do socio  logo ital- Fruto dessa efervesc^encia social, uma geracß~ao pioneira de
iano Alberto Melucci, com base na qual descreve- ativistas surdos, oriunda de associacß~oes locais de surdos
mos o movimento surdo como um sistema de
~ es sociais composto principalmente por pes-
que ate ent~ao n~ao tinham exercido efetivo papel polıtico
relac ßo
~ es de surdos, na luta por direitos para este segmento social, teve a sua
soas surdas, grupos e organizac ßo
cuja emerge ^ ncia se deu nos anos 1980, no con- trajetoria profundamente influenciada ao se engajar no
texto das lutas por direitos e cidadania das pes- movimento social das pessoas com defici^encia, que se ini-
soas com deficie ^ ncia no perıodo da ciara no final da decada de 1970 e crescera exponencial-
redemocratizacß a ~ o po  s-regime ditatorial militar mente a partir da promulgacß~ao, pela Organizacß~ao das
(1964-1985). Resgatamos as manifestac ßo~ es da Nacß~oes Unidas (ONU), do ano de 1981 como Ano Inter-
primeira gerac ßa~ o de ativistas surdos, suas ideias, nacional das Pessoas Deficientes (AIPD) sob a divisa de
experie ^ ncias e objetivos da milita ^ ncia e, no estudo participacß~ao plena em igualdade de condicß~oes (CRESPO,
do progressivo empoderamento do movimento 2009; LANNA JUNIOR,  2010). Empoderados por essa
surdo, nas de  cadas de 1980-1990, descrevemos
experi^encia formativa de milit^ancia polıtica, esses ativistas
sua campanha para o reconhecimento jurıdico da
^ mbito nacional, reconstruindo eventos
empunharam, nos anos seguintes, a bandeira da igualdade
libras em a
e processos capitais, como as grandes passeatas,
de oportunidade com relacß~ao a pessoa sem defici^encia,
as petic ßo~ es entregues a autoridades pu  blicas e o visando ao pleno exercıcio da cidadania pela pessoa
lobby junto a parlamentares. Ao mesmo tempo, surda. Com esse objetivo, lideraram as primeiras mani-
desvendamos a profıcua interac ~ o de ativistas sur-
ßa festacß~oes polıticas de surdos na historia brasileira, reivin-
dos com um conjunto de intelectuais, principal- dicando principalmente direitos sociais ligados a
mente linguistas, fonoaudio  logos e pedagogos, na integracß~ao social, a acessibilidade e a comunicacß~ao
produc ßa~ o e circulac ßa~ o de um discurso afirmando o (BRITO, 2013).
estatuto linguıstico da libras e a visa ~ o dos surdos
como uma minoria cultural e linguıstica, o qual Essas manifestacß~oes, levadas a cabo na decada de 1980,
subsidiou a construc ßa~ o de uma nova ideologia e
apresentavam uma praxis e uma pauta de reivindicacß~ oes
identidade coletiva partilhada pelos membros do
bem semelhante aos movimentos de outros segmentos de
movimento. Esses e outros desdobramentos reve-
laram-se fundamentais para que o movimento
pessoas com defici^encia, como os deficientes fısicos e os
surdo desempenhasse papel preponderante no cegos. N~ao havia se configurado ainda uma demanda
processo de criac ~ o da Lei Federal n 10.436, de
ßa especıfica do movimento surdo acerca do reconhecimento
2002, que reconheceu a libras como meio legal oficial da forma de comunicacß~ao em sinais empregada
de expressa ~ o e comunicac ßa~ o das comunidades por milhares de pessoas surdas na sua vida social, sendo
surdas no Brasil, constituindo-se em um marco que, a epoca, este tipo de comunicacß~ao dos e com os sur-
para as polıticas pu  blicas na a  rea da surdez. dos sofria preconceito e era objeto de mecanismos coerci-
tivos que desencorajavam a sua utilizacß~ao, sobretudo nas

766 ª 2016 NASEN


Journal of Research in Special Educational Needs, 16 766–769

escolas e classes especiais para surdos (MOURA, 2000; Rio de Janeiro em 1987 e desde ent~ao comandada por
SOARES, 2005). Tampouco os ativistas surdos faziam estes. Nesse documento, cuja elaboracß~ao foi coordenada
uma associacß~ao direta entre esse tipo de comunicacß~ao e pela linguista Tanya Amara Felipe, defende-se basica-
alguma forma de identidade cultural surda. Convem notar, mente a tese de que as lınguas de sinais s~ao lınguas nat-
entretanto, que os documentos do movimento surdo ja urais, completas e equivalentes do ponto de vista
traziam refer^encias a comunicacß~ao sinalizada, por vezes gramatical as lınguas orais. Assim sendo os surdos bra-
denominada como linguagem mımica, ainda que a defesa sileiros, por serem usuarios de uma lıngua de sinais, s~ao
da sua import^ancia e oficializacß~ao n~ao tivesse adquirido a membros de uma minoria linguıstica e cultural e, por-
prioridade e o significado que viria a ter na decada tanto, devem ser reconhecidos pela sociedade e pelo
seguinte (BRITO, 2013). Estado (FENEIS, 1993). Ficava tambem demarcada
nesse documento a opcß~ao do movimento surdo pelo uso
Foi ao longo dos anos 1990 que o movimento surdo con- do termo lıngua brasileira de sinais (libras) para se
vergiu no sentido de promover uma campanha para a ofi- referir a lıngua de sinais dos surdos brasileiros.
cializacß~ao dessa forma de comunicacß~ao sinalizada, tendo
por objetivo buscar, por forcßa da lei, o reconhecimento Ainda que, nessa epoca, as teses expressas nesse docu-
social e jurıdico que lhe havia sido historicamente mento apenas comecßassem a ser incorporadas e aceitas
negado (SOUZA, 1998; BRITO, 2013). Essa demanda, pelos membros do movimento, elas ja circulavam ha
contudo, n~ao se vinculou, originalmente, a bandeiras ou alguns anos em diferentes grupos e projetos acad^emicos
categorias pelas quais o movimento surdo e bastante con- sobre a libras e o bilinguismo, por exemplo, nas ativi-
hecido nos dias de hoje, como o bilinguismo e a defesa dades de pesquisa, ensino e extens~ao desenvolvidas pelas
da cultura e identidade surda. A justificativa baseava-se, linguistas Eulalia Fernandes e Lucinda Ferreira Brito,
antes de qualquer coisa, nos direitos sociais de cidadania, respectivamente na Universidade Estadual do Rio de
em especial o direito a comunicacß~ao em igualdade de Janeiro (UERJ) e na Universidade Federal do Rio de
oportunidade com o ouvinte nas varias esferas da vida Janeiro (UFRJ).
social. Portanto, o que estava em jogo, quando se passou
a reivindicar, por exemplo, o direito ao atendimento por Nesse sentido, esse documento pode ser visto como uma
interpretes em servicßos p
ublicos essenciais ou o direito evid^encia da interacß~ao que se constituıra, por varias
ao uso da comunicacß~ao sinalizada nas escolas e classes raz~oes e em diferentes contextos – desde a participacß~ao
especiais para surdos, era a luta por participacß~ao plena de surdos como sujeitos de pesquisas linguısticas ate a
em igualdade de condicßo~es, conforme preconizava o atuacß~ao deles como instrutores de libras em projetos de
lema do AIPD, e n~ao qualquer tipo de reconhecimento educacß~ao bilıngue – entre um conjunto de intelectuais,
de uma particularidade cultural ou linguıstica (BRITO, principalmente do campo da linguıstica, da educacß~ao dos
2013). surdos e da surdez, e ativistas surdos, e que propiciara
um interc^ambio de conhecimentos e experi^encias que aca-
Foi em torno das reivindicacß~ oes por cidadania plena que bou por imprimir novas ideias e sentidos ao ativismo
o grupo Surdos Venceremos, liderado pelo ator e ativista polıtico de alguns membros do movimento surdo.
surdo Nelson Pimenta de Castro, organizou uma passeata
que mobilizou cerca de duas mil pessoas, surdas e ouvin- Todavia, os efeitos desse documento n~ao foram imediatos
tes, na orla da Praia de Copacabana, na cidade do Rio de na alteracß~ao do discurso hegem^onico e das praticas do
Janeiro, no dia 25 de setembro de 1994, constituindo-se movimento. Foi com o passar dos anos, ja na segunda
como marco da ascens~ao do movimento social surdo no metade da decada de 1990, que as ideias e as categorias
Brasil, por causa do numero de participantes e da expres- enunciadas nesse documento – e em outros materiais de
siva producß~ao cultural que engendrou, como cartazes, conteudo semelhante que passaram a ser veiculados –
faixas, vıdeos, slogans e sımbolos relacionados a defesa foram sendo apropriadas pelos ativistas surdos em difer-
dos direitos dos surdos e a valorizacß~ao da lıngua de sinais entes localidades do paıs, transformando-se gradativa-
(BERENZ, 2003). mente no conteudo principal de uma nova ideologia que
viria a alicercßar a construcß~ao da identidade coletiva do
Conquanto essa primeira grande passeata tenha sido real- movimento e a producß~ao de codigos culturais e quadros
izada principalmente sob a egide do discurso dos dire- interpretativos sobre a surdez e a lıngua de sinais partilha-
itos de cidadania da pessoa com defici^encia, ja e dos entre seus membros (ASSIS SILVA, 2012; BRITO,
possıvel notar, um ano antes de ela ocorrer, o primeiro 2013).
registro documental da guinada discursiva que viria se
consolidar no movimento surdo ao longo dos anos A partir dessa guinada, o movimento surdo que, na sua
1990. Trata-se do documento As comunidades surdas primeira fase, a semelhancßa de seus cong^eneres no
reivindicam os seus direitos linguısticos (FENEIS, campo do movimento social das pessoas com defici^encia,
1993), produzido e divulgado pela Federacß~ao Nacional concentrava o seu foco na luta por direito de cidadania,
de Educacß~ao e Integracß~ao dos Surdos (Feneis), uma passou a produzir e circular esse novo discurso, que
organizacß~ao fundada por ativistas surdos na cidade do Assis Silva (2012) bem categorizou como discurso da

ª 2016 NASEN 767


Journal of Research in Special Educational Needs, 16 766–769

surdez como particularidade etnico-linguıstica, o qual de S~ao Paulo, na I Confer^encia dos Direitos e Cidadania
passou a ser cada vez mais nutrido na lat^encia e demon- dos Surdos do Estado de S~ao Paulo.
strado na visibilidade do movimento social (MELUCCI,
1996). Houve, por conseguinte, uma mudancßa na justi- Enquanto tais eventos se desenrolavam, varias estrategias
ficativa ideologica dada a oficializacß~ao da libras, posto eram adotadas pelo movimento surdo para convencer os
que se passou a defend^e-la por causa do seu estatuto lin- parlamentares a colocarem em pauta e votarem favoravel-
guıstico e pelo fato de que, por se tratar de uma lıngua mente no projeto da lei de libras, como visitas aos seus
visoespacial, ela representava o elemento constitutivo e gabinetes, manifestacß~oes em frente ao Congresso, con-
produtor de uma cultura surda e de uma identidade vites para eventos culturais produzidos pelo movimento e
surda. Em outras palavras, ap os essa guinada discursiva, abaixo-assinados. Tais press~oes foram importantes para
a bandeira da oficializacß~ao n~ao era mais carregada em que, finalmente, sob o olhar de mais de uma centena de
nome da cidadania, por igualdade de oportunidade; mas, ativistas surdos e ouvintes, no dia tr^es de abril de 2002, o
sim, por identidade, por direitos linguısticos e culturais projeto da lei de libras fosse aprovado pelo Senado, para
(Brito, 2013). logo depois ser encaminhado a sancß~ao presidencial, a
qual se deu no dia 24 de abril seguinte.
Imbuıdos desse novo discurso, sem, contudo, abdicar do
discurso da luta por cidadania, ativistas do movimento A analise do percurso de aprovacß~ao dessa lei evidencia o
surdo ligados a Feneis e a Federacß~ao Nacional de Pais e protagonismo dos ativistas surdos, pois, antes de qualquer
Amigos dos Surdos (Fenapas) resolveram levar a cam- coisa, a propria ideia da necessidade de se ter uma lei
panha pela oficializacß~ao da libras ao Congresso Nacional, para reconhecer legalmente a libras em ^ambito nacional
visando a aprovacß~ao de uma lei que reconhecesse legal- foi uma criacß~ao do movimento surdo, no sentido que
mente a libras como lıngua em nıvel nacional. Depois de emergiu das interacß~oes sociais e producß~oes culturais ocor-
oes infrutıferas, esses ativistas afinal con-
varias reuni~ ridas entre os seus membros. Alem de ter sido uma ideia
seguiram o apoio de alguns parlamentares federais a essa oriunda desses ativistas, e uma aspiracß~ao por eles acalen-
causa, o que resultou na apresentacß~ao de um projeto de tada por anos a fio, a oficializacß~ao da libras tornou-se a
lei a esse respeito no plenario do Senado, no ano de bandeira que engendrou ou que esteve presente nas mais
1996. A partir daı, iniciou-se uma longa tramitacß~ao de expressivas acß~oes coletivas produzidas pelo movimento
quase seis anos pelas duas Casas legislativas do Con- surdo entre os anos de 1990 e 2002, tais como a
gresso Nacional. promocß~ao de cursos dessa lıngua para a formacß~ao de
interpretes e capacitacß~ao de instrutores surdos, as passea-
Ao mesmo tempo em que ocorria o lobby junto aos par- tas, reivindicacß~oes e busca de apoio junto a org~aos esta-
lamentares, o discurso linguıstico-cultural da surdez, que tais, a constituicß~ao do Comit^e Pro-oficializacß~ao da Libras,
se engendrara com a participacß~ao decisiva de um con- a formulacß~ao e entrega de documentos, manifestos e
junto de intelectuais, continuou a sua impressionante abaixo-assinados a autoridades publicas, a conducß~ao das
ascens~ao n~ao so no interior do movimento surdo, como associacß~oes locais e regionais de surdos para se obter a
tambem na academia, ganhando cada vez mais espacßo e aprovacß~ao de leis municipais e estaduais de reconheci-
legitimidade nas linhas de pesquisa, nos cursos, eventos mento da libras e o lobby junto a parlamentares.
e producß~ oes cientıficas. Criou-se, alias, toda uma
tradicß~ao de pesquisa a partir dele, os chamados Estados Evidentemente, a constatacß~ao do protagonismo do movi-
Surdos, produto e produtor dessa configuracß~ao discursiva mento surdo no processo historico que culminou na
(SKLIAR, 2005). Ademais, formou-se, com base nele, criacß~ao da lei de libras n~ao exclui o reconhecimento da
toda uma geracß~ao de acad^emicos ouvintes e surdos, import^ancia da participacß~ao de intelectuais – inclusive,
muitos dos quais oriundos dos quadros do movimento porque muitos deles compuseram as redes de relaciona-
surdo, e que a eles permaneceram ligados, circulando mento do movimento – nem do apoio fundamental de
entre academia e movimento social (STROBEL, 2008; org~aos publicos, que se transformaram em pecßas funda-
ASSIS SILVA, 2012). mentais da estrutura de oportunidades polıticas (TAR-
ROW, 2009) que se abriu ao movimento a partir da
Foi esse discurso da surdez como particularidade etnico- redemocratizacß~ao brasileira. Tampouco se minimiza o
linguıstica que embalou a passeata do movimento surdo, credito devido aos parlamentares envolvidos na
ocorrida no dia 24 de abril de 1999, na cidade de Porto tramitacß~ao do projeto de lei da libras que se manifestaram
Alegre (THOMA; KLEIN, 2010), que culminou no ato e votaram a seu favor. N~ao obstante, ha que se sublinhar
polıtico de entrega do documento A educacß~ ao que nos o fato de que as acß~oes coletivas produzidas pelo movi-
surdos queremos (FENEIS, 1999), mais um importante mento social surdo, no contexto da campanha pela oficial-
momento da visibilidade do movimento, com a demon- izacß~ao da libras, foram determinantes para que hoje
stracß~ao p
ublica das novas ideias que embasavam as suas exista, no Brasil, a lei n 10.436, de 2002.
producß~ oes culturais e reivindicacß~
oes ao sistema polıtico-
institucional. Foi assim tambem em 2000, em Brasılia, no Conflicts of interest
I Festival de Arte e Cultura Surda, e em 2001, na cidade The author declares that there are no conflicts of interest.

768 ª 2016 NASEN


Journal of Research in Special Educational Needs, 16 766–769

Jannuzzi, G. M. A educacß~ao do deficiente no Brasil: dos


Address for correspondence primordios ao inıcio do seculo XXI. Campinas, SP:
Fabio Bezerra de Brito, Autores Associados, 2004.
Escola de Aplicacß~ao da Faculdade de Educacß~ao da Lanna Junior, M. C. M. (Comp.). Historia do movimento
Universidade de S~ao Paulo polıtico das pessoas com defici^encia no Brasil.
Av. da Universidade, 220. Travessa 11. Cidade Uni- Brasılia: Secretaria Nacional de Promocß~ao dos
versitaria. 05508-040 S~ao Paulo, SP, Brasil.
E-mail: frbrito@usp.br. Direitos das Pessoas com Defici^encia, 2010.
Melucci, A. Challenging codes: collective action in the
information age. Cambridge, Cambridge University
Press, 1996.
Monteiro, M. S. Historia dos movimentos dos surdos e o
Refer^encias bibliogr aficas: reconhecimento da libras no Brasil. Educacß~ao
Assis Silva, C. A. Cultura surda: agentes religiosos e a Tematica Digital, v. 7, n. 2, p. 279–289, 2006.
construcß~ao de uma identidade. S~ao Paulo: Terceiro Disponıvel em: <http://143.106.58.55/revista/index.
Nome, 2012. php >. Acesso em: 22 jul. 2007.
Berenz, N. Surdos venceremos: the rise of the Brazilian Moura, M. C. O surdo: caminhos para uma nova
deaf community. In: Monaghan, L. et al. (Ed.) Many identidade. Rio de Janeiro: Revinter, 2000.
ways to be deaf: international variations in deaf Quadros, R. M. Polıticas linguısticas e educacß~ao de
communities. Washington, D.C.: Gallaudet University, surdos em Santa Catarina: espacßo de negociacß~ oes.
2003, p. 172–193. Cadernos CEDES, Campinas, SP, v. 26, n. 69, p.
Brasil. Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002. Disp~oe 141–161, maio/ago. 2006.
sobre a Lıngua Brasileira de Sinais – Libras e da Quadros, R. M.; Campello, A. R. S. A constituicß~ao
outras provid^encias. Di ario Oficial da Uni~ ao, Brasılia, polıtica, social e cultural da lıngua brasileira de sinais
DF, 25 abr. 2002b. Disponıvel em: <http:// – Libras. In: Vieira-Machado, L. M. C.; Lopes, M. C.
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/ Educacß~ao de surdos: polıticas, lınguas de sinais,
L10436.htm>. Acesso em: 22 jul. 2007. comunidade e cultura surda. Porto Alegre: Artmed,
Brito, F. B. O movimento social surdo e a campanha 2010.
pela oficializacß~ao da lıngua brasileira de sinais. Skliar, C. (Org.). A surdez: um olhar sobre as diferencßas.
2013. Tese (Doutorado em Educacß~ao Especial) – 3. ed. Porto Alegre: Mediacß~ao, 2005.
Faculdade de Educacß~ao, Universidade de S~ao Paulo, Soares, M. A. L. A educacß~ao do surdo no Brasil. 2. ed.
S~ao Paulo, 2013. Campinas, SP: Autores Associados, 2005.
Crespo, A. M. M. Da invisibilidade  a construcß~
ao da Souza, R. M. Que palavra que te falta? Linguıstica e
propria cidadania: os obstaculos, as estrategias e as educacß~ao: consideracß~oes epistemologicas a partir da
conquistas do movimento social das pessoas com surdez. S~ao Paulo, Martins Fontes, 1998.
defici^encia no Brasil, atraves das historias de vida de Strobel, K. L. As imagens do outro sobre a cultura
seus lıderes. 2009. Tese (Doutorado em Hist oria surda. Florianopolis: Editora UFSC, 2008.
Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ci^encias Tarrow, S. O poder em movimento: movimentos sociais e
Sociais, Universidade de S~ao Paulo, S~ao Paulo, 2009. confronto polıtico. Petropolis, RJ: Vozes, 2009.
Feneis – Federacß~ao Nacional de Educacß~ao e Integracß~ao Thoma, A. S.; Klein, M. Experi^encias educacionais,
dos Surdos. As comunidades surdas reivindicam seus movimentos e lutas surdas como condicß~oes de
direitos linguısticos. Rio de Janeiro, 1993. possibilidade para uma educacß~ao de surdos no Brasil.
Feneis – Federacß~ao Nacional de Educacß~ao e Integracß~ao Cadernos de Educacß~ao, Pelotas, RS, n. 36, p. 107–
dos Surdos. A educacß~ ao que n
os surdos queremos. 131, maio/ago. 2010.
Porto Alegre, RS: UFRGS, 1999.
Ferreira Brito, L. F. Legislacß~ao e a lıngua brasileira de
sinais. S~ao Paulo: Ferreira e Bergoncci Consultoria e
Publicacß~oes, 2003.

ª 2016 NASEN 769

Você também pode gostar