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Buarque, centro de São Paulo, nem nota, mas ali no subsolo, sem que haja
uma única referência visível está um pedaço importante da cultura e da história
da cidade, que precisa ser preservado com urgência: o subsolo do prédio do
Instituto de Arquitetos do Brasil, onde funcionou durante décadas, o Clube dos
Artistas e Amigos da Arte, mais conhecido como como Clubinho.
Criado em 1945, por um grupo de artistas, entre eles o pintor Rebolo, o
Clubinho foi palco de reuniões intermináveis, encontros históricos, shows
memoráveis e noitadas alegres que impulsionaram as artes plásticas, a
arquitetura, a cultura e a política numa mistura viva de personalidades cuja
lembrança precisa e pode ser recuperada, agora que o prédio do IAB foi
tombado e que a Vila Buarque está incluída no projeto de recuperação do
centro de São Paulo.
Para que essa e outras noites não acabem, ao menos na memória dos homens
dignos, é preciso agir rapidamente. Entrar em contato com os paulistanos que
tenham pedaços do passado a resgatar, reunir as informações, mobilizar a
cidade e, principalmente dar àquele espaço uma destinação que o mantenha
vivo e não uma sala trancada a sete chaves, como é atualmente.
Os arquitetos, cuja função é justamente construir ou adequar espaços às suas
funções têm não apenas condição de realizar essa tarefa urgente. Tem sim, a
obrigação de fazê-lo.