Você está na página 1de 5

Samuel Beckett

“Tenta. Fracassa. Não importa. Tenta outra vez. Fracassa de novo. Fracassa melhor.”

Gustavo Nolla de Freitas Batista

Biografia
Samuel Barclay Beckett foi um dos maiores e mais importantes escritores na língua
inglesa, não só do século XX, mas de toda a história. Beckett nasceu no dia 13 de Abril
de 1906 em uma família burguesa protestante, no subúrbio de Foxrock, em Dublin,
Irlanda. Samuel Beckett foi um dos fundadores do teatro do absurdo e é considerado um
dos principais autores de seu país, ao lado de pilares como Oscar Wilde e William
Butler Yeats. Suas obras foram traduzidas para mais de trinta idiomas.

Aos dezessete anos, Samuel se formou na Portora Royal School, com distinção
acadêmica e também em esportes, notadamente em críquete
e boxe, uma de suas paixões que continuou a praticar de
forma amadora. Aos 21 anos, em 1927, graduou-se em
primeiro lugar em Literarua Moderna na Trinity College, em
Dublin, onde estudou italiano e francês. Em 1928, foi
lecionar em Paris, onde conheceu James Joyce, de quem se
tornou amigo. Durante o ano de 1930, Beckett lecionou na
Irlanda. Nessa época escreveu o estudo crítico "Proust",
comentando a obra do grande escritor francês. No ano
seguinte, fixou residência em Paris e escreveu a sua primeira
novela, "Dream of Fair to Middling Women", que seria
publicada somente depois de sua morte.

Samuel resolve voltar para Dublin em 1933 ao saber da morte de seu pai e para cuidar
de sua mãe. Durante os próximos quatro anos faria terapia em Londres e viagens
seguidas até a Alemanha para estudos. Retornou à Paris em 1938, estabelecendo
residência permanente. Na época, foi esfaqueado no peito por um cafetão, ficando em
estado grave e quase falecendo.

Durante os anos de 1940 até 1945, Beckett, ao lado de Suzanne Deschevaux-Dusmenoil


(com quem se casaria em 1961), tornou-se um membro ativo da Resistência Francesa
contra a Alemanha nazista liderada por Adolf Hitler. Em 1942, é descoberto pelos
alemães e obrigado a fugir para a vila de Roussillon, em Vichy, onde ficaria até o final
da Segunda Guerra. Lá, escreveu boa parte da novela “Watt” e acabou condecorado
com a Cruz de Guerra pelo governo provisório da França, por sua participação na
Resistência.
A partir de 1945, seu idioma literário passou a ser o
francês, devido à dificuldade de achar uma editora
inglesa que publicasse suas obras. Entre 1951 e 1953,
escreveu uma trilogia (“Molloy”, “Malone Morre” e
“L’Innommable”), cujo tema é a solidão do homem.
Com sua obra “Esperando Godot”, lançada em 1953,
Beckett iniciou o teatro do absurdo, mudando a
percepção do público em relação ao teatro e
revolucionando esse meio artístico.

Em 1964, Samuel é convidado para dirigir seu próprio roteiro de “Film”, com Buster
Keaton, em Nova Iorque. Beckett ganhou, em 1969, o Prêmio Nobel de Literatura.

No dia 17 de Julho de 1989, sua companheira, Suzanne, falece. Cinco meses depois, 22
de Dezembro, é a vez do próprio Samuel, com 83 anos. Samuel Beckett foi enterrado no
Cemitério de Monteparnasse, perto de sua residência em Paris.

Estilo e Características
Samuel Beckett foi um dos fundadores do teatro do absurdo. Escreveu peças para teatro,
rádio e televisão, romances, poemas, além de textos que escapam da moldura canônica
dos gêneros literários. Limpou do palco tudo o que é acessório reduzindo-o ao essencial.
Criou tensão dramática com a falta de ação e fez do aborrecimento um tema. Escreveu
peças sem "argumento", com personagens sem história e sem passado, e instituiu o
monólogo. Em consequência, revolucionou o teatro há meio século, ainda não sendo
superado.

Conhecido por seu distanciamento em relação a seus personagens, Beckett dizia que
nem sempre o narrador em primeira pessoa
precisa ser coerente e claro. Ele acreditava que,
se fizesse um narrador confuso e que mesmo
contando sua própria história não teria certeza
do que estava falando, criaria com mais
realismo as dificuldades de comunicação do
homem moderno. Essa tensão é achada em
vários textos seus, particularmente em
“Molloy”.

Com um modo peculiar de narrar uma história ou um acontecimento, real ou fictício,


Samuel Beckett conseguiu adentrar em um paralelo em que talvez, apenas seu
conterrâneo James Joyce permaneceu: a arte de explicar e confundir e de usar pessoas
para expor idéias nem sempre compreendidas, mas universais.
As principais características de suas obras são:

 Estilo minimalista.
 Uso de humor negro.
 Crítica à modernidade.
 Retrato da dura realidade da condição humana.
 Presença de fortes sentimentos humanos, principalmente solidão e angústia.

Influências
Samuel Beckett teve muitas influências devido à seu círculo social e o meio em que
estava inserido. É possível notar suas presenças na maior parte de suas obras, mesmo
com seu estilo único. Entre suas principais influências, podemos destacar:

James Joyce (1882-1941): escritor irlandês e amigo íntimo de Beckett. Autor de


"Ulisses", obra que inaugura o romance moderno e uma das mais importantes da
literatura ocidental. Nessa obra, James Joyce reinventa a linguagem e a sintaxe.
Radicaliza a linguagem narrativa, explorando processos de associação de imagens e
recursos verbais, paródias estilísticas e o fluxo da consciência. Também incorpora
teorias da psicanálise freudiana sobre o comportamento sexual.

Franz Kafka (1883-1924): escritor tcheco, de língua alemã, considerado um dos


principais escritores da Literatura Moderna. Suas obras retratam a ansiedade e a
alienação do homem do século XX. Seu estilo é marcado pelo realismo, pela crueza e
pelo detalhamento com que descreve situações incomuns, como na obra "O Processo",
de 1925, cujo personagem principal é preso, julgado e executado por um crime que
desconhece. Em seus livros, é constante o confronto entre os personagens e o poder das
instituições, demonstrando a impotência e a fragilidade do ser humano.

Albert Camus (1913-1960): escritor e filósofo francês. Três elementos de sua terra
natal marcaram sua obra: a guerra, a fome e a pobreza; bem como a inclemência solar.
As presenças constantes da morte e do paradoxo na vida de Albert Camus marcaram
profundamente sua obra, tanto a filosófica quanto a literária. Seus escritos narram os
absurdos de sua era, os choques e desordens que assolaram o tempo em que ele viveu.
Ele e outros autores, como Kafka e Dostoievski, criaram o que se conhece como a
estética do absurdo.

Principais Obras
De suas inúmeras obras, o texto mais conhecido de Samuel Beckett é “Esperando
Godot”. Sua história gira em torno de Vladimir e Estragon, dois amigos que se
encontrarm em um lugar inóspito constituido apenas de uma árvore. Apenas é fornecida
ao espectador a informação de que eles
estão esperando um sujeito misterioso
chamado Godot. Na espera, daquilo que
aparentemente representa o nada, os dois
começam a desenvolver um frívolo
diálogo, interrompidos pela presença de
Lucky e Pozzo, duas figuras estranhas em
suas formas determinadas: o primeiro,
com uma corda amarrada ao seu pescoço,
carrega uma pesada mala, sendo puxado pelo segundo, ao que tudo indica simbolizando
a figura de seu patrão. No final do primeiro ato, surge um garoto anunciando que Godot
não comparecerá hoje, talvez amanhã.

Além dessa, outras importantes obras do autor:

 Romances: Murphy (1938), Malone morre (1951), Watt (1953) e O inominável


(1953).

 Peças de teatro: Esperando Godot (1952), Fim de partida (1957), A última


gravação de Krapp (1958), Happy Days (1951), Footfalls (1975) e Rockaby
(1981).

 Poesia: Whoroscope (1930) e What is the word (1989).

 Não ficção: Proust (1931).

 Contos e Novelas: More pricks than kicks (1934), Primeiro amor (1973) e
Stirrings Still (1988).
Referências
http://ocafe.com.br/teatro/samuel-beckett-o-pai-do-teatro-do-absurdo/

http://www.beatrix.pro.br/index.php/samuel-beckett/

https://www.suapesquisa.com/biografias/samuel_beckett.htm

https://educacao.uol.com.br/biografias/samuel-beckett.htm

https://www.publico.pt/2006/04/13/culturaipsilon/noticia/samuel-beckett-o-homem-
que-revolucionou-o-teatro-1253811

https://www.ebiografia.com/james_joyce/

https://www.ebiografia.com/franz_kafka/

https://www.infoescola.com/biografias/albert-camus/

Você também pode gostar