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RESUMO DIRIGIDO – HISTÓRIA DO CEARÁ 1

NOME: Alex Almeida de Sousa.

TÍTULO:
DAS TENTATIVAS DE CONQUISTA AO CRIATÓRIO NO CEARÁ
TEMA:
A temática do texto passa pelo desenvolvimento do comercio do gado no
Nordeste e a influência desse novo comercio no desbravamento do sertão, em especial a
importância para o desbravamento e povoamento do Ceará.
PERSPECTIVA TEÓRICA:
O texto demonstra uma forte preocupação com a conjuntura econômica da época, e
também com os aspectos sociais e político administrativo que passaram a fazer parte do
processo de formação do Ceará. Dessa forma pode-se dizer que a perspectiva teórica
trabalhada é o materialismo histórico. Vale ressaltar que na pagina do Instituto Histórico
Geográfico Brasileiro as áreas de pesquisa da Valdelice são História regional e História
cultural.
FONTES UTILIZADAS:
As fontes utilizadas são cartas (como a do Governador de Pernambuco datada de 1788),
ordens regias e uma série de documentos oficias.
BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL:
Celso Furtado, Formação Econômica do Brasil (15ª.edição; São Paulo: Editora
Nacional, 1977), p.59.
Henry Koster, Viagem ao Nordeste do Brasil (2ª. Edição; Recife: CEPE,1978), p.163.
João Capistrano de Abreu, Caminhos Antigos e Povoamento do Brasil (4ª. edição;
Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1975), p.137.
Caio Prado Junior, Formação do Brasil Contemporâneo (15ª. edição; São Paulo:
Editora Brasiliense, 1977), p 63.
Raimundo Girão, Pequena História do Ceará (3ª. edição; Fortaleza: imp.
Universitaria, 1971), p.58.
Barão de Studart, Geografia do Ceará (Fortaleza: Editora Minerva, 1924), p.7.
Costa Porto, O Pastoreio na Formação do Nordeste (Rio de Janeiro: imp. Nacional,
1959), p.22.
*Alguns volumes da Revista do Instituto do Ceará.
RESUMO
A zona litorânea do nordeste brasileiro foi motivo de disputa das metrópoles
europeias desde o inicio da colonização do território brasileiro. Essa disputa era em
decorrência, principalmente, do controle das terras férteis que eram suscetíveis ao
plantio de cana de açúcar, principal produto comercializado do século XVI ao XVIII. O
cultivo de cana de açúcar possibilitou o crescimento de capitanias como a de
Pernambuco, localizada no centro leste do Nordeste. Já outras capitanias que não
possuíam as características necessárias para o cultivo da cana, tiveram seu
desenvolvimento atrasado em comparação as zonas açucareiras, buscando em outras
formas de produção e comercio seu desenvolvimento econômico e social.
O Ceará pertence ao grupo que não atendia as características para o cultivo da
cana, já que possuía em boa parte do território um solo pobre, salino e cercado por
nativos pouco amigáveis aos colonizadores europeus. A exceção é o Cariri, onde
prevaleceu a agriculta praticada por europeus que buscavam metais preciosos, mas
foram frustrados pela escassez de metais, tendo então que buscar outra pratica de
sustentação. A falta de interesse dos colonizadores mudou inicialmente por uma questão
estratégica, já que o Ceará passou a ser um ponto importante geograficamente.
o primeiro a tentar conquistar o território cearense foi Pero Coelho em 1603,
com o objetivo de expulsar invasores estrangeiros e encontrar metais preciosos. Na
mesma expedição veio Martim Soares Moreno, então soldado a serviço da coroa.
Castigado pelo clima e pelos indígenas, abandonou a empreitada. A segunda tentativa
ocorreu em 1607 por missionários da Companhia de Jesus, que também não obtivem
êxito no trato com os índios cearenses. A terceira tentativa se deu em 1611 com o
retorno de Martim Soares. Na ocasião foi construído o forte de São Sebastiao, logo
depois deixado de lado em decorrência da convocação de Martim Soares para combater
os franceses no Maranhão. É somente em 1621, com a volta de Martim Soares Moreno
que se estabelece um povoamento mais expressivo, que aos poucos vai minguando,
motivado pela falta de interesse da Metrópole, até chegar a sua quase ruina total na
década de 30 de 1600. Mesmo após a passagem de Moreno pelo Ceará, a falta de
interesse de Portugal continuava a mesma, mantendo de forma estrutural somente uma
fortificação simplória e pouco importante nos âmbitos econômicos e políticos.
Para uma mudança efetiva na colonização e povoamento do Ceará, se fez
necessário uma serie e acontecimentos. O primeiro deles é a crise política que passou
Portugal, fato que ocasionou um inchaço na população litorânea; o segundo é a
concorrência entre as potencias pelo domínio do comercio do açúcar, causando um
enfraquecimento das zonas produtoras e quebrando o exclusivismo primitivo. É
importante lembrar a forte dependência que o Ceará tinha de Pernambuco, capitania de
economia voltada ao comercio do açúcar, que possuía pouco ou quase nenhum interesse
em adentrar o sertão nordestino. Com o abalo sofrido no setor açucareiro, surge novas
formas de comercio e busca-se novas perspectivas. dar-se inicio ao pastoreio e a
exploração do interior.
O clima pouco convidativo e o gentio pouco amigável não foram suficientes
para barrar o avanço do gado pelo sertão. A raça introduzida na aridez nordestina
revelou-se muito adaptável, facilitando a criação e a locomoção do rebanho sempre que
necessário. Seguindo o rastro do gado, criou-se os primeiros currais, a margem de rios e
poços, dando os primeiros passos para a formação dos latifúndios que viriam em
seguida. No caso especifico do Ceará, os rios Acaraú e Jaguaribe são os pontos iniciais
na formação dos primeiros currais e da intensificação do povoamento através das
sesmarias.
A mudança causada pelo desbravamento do interior e pelo comercio de gado não
é somente econômica e geográfica. Nota-se uma forte mudança social e cultural,
exemplificada através do comercio do couro, das novas estruturas sociais surgindo em
pleno sertão. Os currais simples dão lugar as fazendas, o simples pastor de gado
transforma-se no vaqueiro, figura emblemática no Nordeste. A nova dinâmica torna-se
inegável, as relações com a casa e com ambiente familiar se tornam mais intimistas, as
estruturas hierárquicas entre sertanejo e latifundiário são reforçadas, a fazenda ganha
características próprias e identitárias. É em meio a essa variedade de acontecimentos
que o Ceará começa a se constituir.

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