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RESUMO – AÇÃO EDUCATIVA PATRIMONIAL

ALUNO: Alex Almeida de Sousa

TITULO: DESAFIOS PARA UMA NOVA EDUCAÇÃO PATRIMONIAL.


Simone Scifoni busca através do texto discutir os desafios que se fazem presente
no campo teórico da Educação Patrimonial, que segundo a própria autora necessita de
avanços profundos, sobretudo na formação de um pensamento menos fragmentado e
disperso. A fragmentação se torna perceptível observando os variados campos de
desenvolvimento da educação patrimonial, que se estende para além de museus,
englobando escolas, movimentos sociais de preservação, órgãos públicos e privados de
preservação e manutenção, secretarias de educação, etc; dificultando sobretudo a
formação de um aparato teórico que abarque áreas tão diferentes, com metodologia e
finalidades diferentes.
Em uma breve contextualização, a autora apresenta dois problemas
fundamentais que dificultam a formação de um pensamento voltado a educação
patrimonial que seja mais homogêneo. O primeiro se refere a ausência de um lugar
comum de discussão, uma vez que a educação patrimonial se dissolve em varias
denominações e formas diferentes de pensamento, que não dialogam ou dialogam o
mínimo entre si. Problema que foi gerado nos anos de 1980, com o uso da terminologia
“educação patrimonial” associado a determinadas praticas em museus da Inglaterra e
que de forma contraditória se intensificou com a publicação do Guia Básico de
Educação Patrimonial do Iphan. Como Scifoni aponta, o guia acaba por limitar um
campo de atuação que possui várias metodologias a uma única metodologia possível,
aquela presente no guia. O segundo problema é mais simples de compreender, já que se
refere ao emprego de práticas ultrapassadas no presente. Na década de 1930 com
emprego de políticas publicas voltadas para a formação do sentimento nacionalista,
adotou-se sobretudo o tombamento como forma de preservação do patrimônio,
preservando principalmente espaços que remetiam a um sentimento comum e a
memoria coletiva. É nessa época que expressões como “conhecer para preservar”
surgem e se consolidam, sendo reverberada, inclusive, nos dias atuais. Expressões
como essa empobrecem o discurso da preservação, já que desconsidera toda carga
cultural que as pessoas carregam e o conhecimento que trazem de suas vivencias,
ignorando o fato de que sim, as pessoas conhecem e se organizam para preservar aquilo
que as representa. A autora argumenta que o desconhecimento parte principalmente de
representantes políticos, grupos empresariais e pessoas ligadas diretamente a
preservação patrimonial, que de forma desonesta ou por simples ignorância, destroem e
ajudam a descaracterizar o patrimônio.
Por fim, a reflexão se volta para o conteúdo trabalhado em museus e espaços de
preservação. Conteúdos que visam muito mais a quantidade e o atendimento massivo do
público, adotando uma lógica puramente comercial e vazia de criticidade. Esse vazio
também é facilmente notado no conteúdo direcionado a instituições de educação,
chegando a mão de indivíduos leigos um conteúdo carregado de informação técnica, de
difícil compreensão e carente de reflexão, desestimulando a preocupação com o
patrimônio e a memoria coletiva. A mudança desse conteúdo mais informativo para um
conteúdo mais crítico e estimulante, talvez represente um dos passos mais importantes
para a preservação do patrimônio. Formar uma geração consciente da importância do
patrimônio significa formar uma sociedade que manterá viva sua memória coletiva,
transformando assim o “conhecer para preservar” em “preservar para que todos possam
ter a oportunidade de conhecer”.

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