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CONCEITOS

BÁSICOS SOBRE
REDES DE
COMPUTADORES.

PARTE 2

Prof. MSc.William Geraldo Sallum


2 Conceitos Básicos Sobre Redes de Computadores – Parte 2

ÍNDICE ANALÍTICO
INSTALAÇÃO DA INTERFACE DE REDE ___________________________________ 4
CONFIGURAÇÃO DA ESTAÇÃO LOCAL____________________________________ 8
INSTALANDO UMA ESTAÇÃO TIPO CLIENTE-SERVIDOR__________________________ 9
Endereço IP____________________________________________________________ 9
Configuração Wins _____________________________________________________ 10
Gateway______________________________________________________________ 10
DNS _________________________________________________________________ 11
SEGURANÇA PARA REDE MICROSOFT _____________________________________ 12
COMPARTILHAMENTO _________________________________________________ 13
Acessando Diretórios Compartilhados ______________________________________ 14
Compartilhando Impressoras _____________________________________________ 15
Acessando impressoras compartilhadas ___________________________________ 16
ACESSANDO OUTRAS REDES ____________________________________________ 16
CABO COAXIAL _________________________________________________________ 17
CABO COAXIAL FINO (10BASE2) _________________________________________ 17
CABO COAXIAL GROSSO (10BASE5) ______________________________________ 18
PREPARAÇÃO DO CABO COAXIAL _________________________________________ 19
CABO PAR-TRANÇADO __________________________________________________ 22
INTERFERÊNCIA ELETROMAGNÉTICA ______________________________________ 23
CATEGORIAS ________________________________________________________ 23
PINAGEM ___________________________________________________________ 24
CONFECÇÃO DO CABO _________________________________________________ 26
INSTALAÇÃO DO CABO _________________________________________________ 27
FIBRA ÓTICA ___________________________________________________________ 28
EMENDA MECÂNICA ___________________________________________________ 31
EMENDA POR FUSÃO __________________________________________________ 31
CONECTORES ________________________________________________________ 32
FONTES ÓPTICAS _____________________________________________________ 32
LEDS X LASERS ____________________________________________________ 33
RESUMO DA COMPARAÇÃO DE CABOS __________________________________ 34
AMBIENTE SEM FIO _____________________________________________________ 34
CAPACIDADE DA REDE SEM FIO __________________________________________ 35
UTILIZAÇÕES DA REDE SEM FIO __________________________________________ 35
TIPOS DE REDES SEM FIO _______________________________________________ 35
Redes locais___________________________________________________________ 36
Pontos de acesso _____________________________________________________ 36
Técnicas de transmissão _______________________________________________ 36
Transmissão ponto-a-ponto _____________________________________________ 38
Redes locais estendidas__________________________________________________ 38
Conectividade multiponto sem fio _______________________________________ 38
Ponte sem fio de longo alcance __________________________________________ 38
Computação móvel _____________________________________________________ 39

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Conceitos Básicos sobre Redes de Computadores – Parte 2 3

Radiocomunicação em pacotes __________________________________________ 39


Redes celulares ______________________________________________________ 39
Estações de satélites __________________________________________________ 40
PATCH PANEL __________________________________________________________ 41
RACK ___________________________________________________________________ 42
ÍCONES DE IDENTIFICAÇÃO FCS_________________________________________ 42
ADAPTADORES EM Y ____________________________________________________ 43
BIBLIOGRAFIA: _________________________________________________________ 44

William Geraldo Sallum, MSc.


4 Conceitos Básicos Sobre Redes de Computadores – Parte 2

INSTALAÇÃO DA INTERFACE DE REDE


Existem basicamente dois tipos de placas de rede: ISA e PCI. A diferença fica por
conta da taxa de transferência máxima que pode ser obtida. A comunicação em
placas de rede ISA chega a somente 10 Mbps, enquanto em placas de rede PCI a
comunicação pode atingir até 100 Mbps.

No caso de se optar por utilizar placas PCI, tome cuidado com o tipo de cabo e
outros periféricos que serão utilizados (como hubs), já que nem todos trabalham
com taxas acima de 10 Mbps. Por exemplo, há hubs que trabalham somente a 10
Mbps. Mesmo que a rede seja composta somente por micros com placas de rede
PCI, a taxa ficará limitada pela taxa do hub de 10 Mbps. Da mesma forma, há cabos
do tipo para trançado (por exemplo, categoria 3 ou categoria 4) que não são
indicados a trabalhar a 100 Mbps.

Além disso, devemos adquirir placas de rede de acordo com o tipo de cabo a ser
utilizado. Na Figura 1-A pode-se observar uma placa de rede ISA contendo 3
conectores. Nem todas as placas possuem todos esses conectores.

Pode-se encontrar em placas de rede basicamente três tipos de conectores:

• Conector RJ-45: Para a conexão de cabos do tipo par trançado.


• Conector AUI: Permite a conexão de transceptores (transceivers), para a
utilização de cabo coaxial do tipo grosso (10Base5) ou outras mídias.
• Conector BNC: Para a conexão de cabos do tipo coaxial.

Figura 1-A – Placa de Rede ISA com três tipos de conectores

No computador local, a primeira providência a ser tomada é a instalação do


adaptador ou da placa de rede (NIC) – vide figura 1-B. A placa de rede pode possuir,
basicamente, o barramento ISA ou PCI, sendo este último o mais utilizado, nos dias
de hoje.

Uma vez instalada a placa, o seu reconhecimento pelo sistema pode ser feito de
forma manual ou automática, ou seja: manual para as placas de padrão ISA e
automático para as de padrão PCI.

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Conceitos Básicos sobre Redes de Computadores – Parte 2 5

Figura 1-B - Placa de Rede (NIC) – PCI [Foto: W.Seiji/2004]

As placas ISA, normalmente devem ser selecionadas através do ícone de redes no


painel de controle. Caso não exista, na lista apresentada pela janela de redes uma
opção para o fabricante, deve-se escolher a opção de compatível NE2000, conforme
figura abaixo.

Figura 2 – windows-Painel de Controle

Após clicar no ícone rede no painel de controle, a janela, conforme mostrado na


figura 3, é aberta, proporcionando a instalação da placa.

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Figura 3 – windows-Painel de Controle/Rede

O botão Adicionar proporciona a seleção de componentes da rede, observando que


o primeiro a ser instalado deve ser o adaptador.

Figura 3 – windows-Painel de Controle/Rede

Selecionando o adaptador e clicando em adicionar, é possível obter uma lista de


adaptadores por fabricante, conforme mostrado na figura 4.

Caso o fabricante e/ou o adaptador não esteja na lista, é possível instalá-lo (apenas
para os de padrão ISA) como sendo do tipo genérico ou compatível com NE2000.
Outra opção é ter em mãos o driver do adaptador e em seguida clicar no botão:
com disco...

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Figura 4 – windows-Painel de Controle/Rede/Adaptador

Assim que este procedimento é executado, outros dois componentes: protocolo


TCP/IP e Clientes para Redes Microsoft, são automaticamente instalados. Deste
modo, a janela de Rede deve se parecer com a mostrada a seguir.

Figura 5 – windows-Painel de Controle/Rede após inserção de adaptador

Para as placas que tenham a sua instalação executada de forma automática ou


Plug-and-Play (normalmente PCI), os passos dispostos anteriormente são
eliminados e a janela de Rede final deve se parecer como a de cima, porém com a
referência ao adaptador NIC correspondente.

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Se nesta estação, onde foi instalado o adaptador de rede, pretende-se compartilhar


seus recursos com as outras estações da rede, é necessário selecionar tal
compartilhamento pressionando o botão Compartilhamento de arquivos e
impressoras...

Figura 6 – windows-Painel de Controle/Rede/Compartilhamento de arquivos

CONFIGURAÇÃO DA ESTAÇÃO LOCAL

A partir da instalação do adaptador de rede na estação local, torna-se necessário


executar alguns procedimentos essenciais. Porém, o administrador da rede (quando
houver) já deve ter decidido qual o tipo de rede que esta estação fará parte: Se
ponto-a-ponto ou cliente-servidor.

Em termos de identificação da estação na rede, tanto o tipo de rede ponto-a-aponto


quanto o tipo cliente-servidor, necessitam que seja identificada a estação,
fornecendo-se um nome único para ela, bem como associa-la a um grupo de
trabalho. Para isto, é necessário selecionar a guia horizontal Identificação. A figura 7
mostra este procedimento, onde o nome foi escolhido, por exemplo, como vênus e o
grupo de trabalho como sendo SOLAR.

Também é necessário informar o tipo de controle de acesso (somente para


windows9x): se em nível de compartilhamento ou em nível de usuário – ver figura 8.
O controle de acesso a nível de compartilhamento deve ser selecionado se se
deseja atribuir uma senha a cada arquivo ou impressora compartilhado. Assim os
outros usuários da rede deverão saber a senha que foi atribuída a fim de poderem
utilizar o arquivo ou impressora. Já o controle de acesso a nível de usuário deve
especificar as pessoas que podem ter acesso a cada arquivo ou impressora
compartilhado. Estas pessoas serão selecionadas em uma lista e não precisam de
uma senha para utilizar os arquivos e impressoras compartilhados. A figura 8 retrata
a janela Rede/Controle de Acesso.

Finalmente, ao se pressionar OK, o sistema solicitará a reinicialização do sistema, o


que deve ser atendido para atualização das alterações feitas.

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Conceitos Básicos sobre Redes de Computadores – Parte 2 9

Figura 7 – windows-Rede/Identificação Figura 8 – windows-Rede/Controle de Acesso

Instalando uma estação tipo Cliente-Servidor


Para instalar a estação em uma rede cujo tipo é Cliente-Servidor, alguns outros
procedimentos devem ser observados.

Endereço IP
A partir da janela de Rede (figura 5), deve-se selecionar o protocolo TCP/IP e
solicitar suas propriedades. Uma nova janela se abrirá solicitando informações sobre
o funcionamento da estação com este protocolo na rede. O administrador (quando
houver) já deverá ter decidido como irá operar a rede: se com fornecimento
automático de número IP (DHCP) ou se manual. Ver figura 10. Caso tenha optado
por fornecimento automático, não é necessário configurar nada nesta aba -
Endereço IP. Porém, se for trabalhar com endereço fixo, um novo número IP deve
ser fornecido a esta estação. Para isto, basta selecionar o botão de seleção
“Especificar um endereço IP” e, preencher os campos Endereço IP e máscara de
sub-rede. Veja figura 9.

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Figura 9 – Rede/Propriedades de TCP/IP – Número IP.

Configuração Wins
A configuração WINS só tem sentido em redes do tipo Cliente-Servidor, pois ativar
resolução wins ou mesmo utilizar DHCP requer um servidor específico na rede. O
que um servidor wins faz é permitir que se utilize programas que necessitem do
protocolo NetBIOS.

Figura 10 – Rede/Propriedades de TCP/IP – Configuração Wins

Gateway
A próxima aba trata a respeito de Gateways. Um gateway é uma conexão ou um
ponto de intercâmbio que conecta duas redes que, de outra forma, seriam
incompatíveis. Por exemplo, uma rede local (LAN) talvez precise de um gaeway para
conecta-lo a uma rede de longa distância (WAN). Assim, para, por exemplo, se

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Conceitos Básicos sobre Redes de Computadores – Parte 2 11

conectar a internet, onde existe uma máquina que provê a conexão através de um
modem e a estação está conectada a este provedor em uma rede local, é
necessário informar o seu endereço a fim de que sua estação “saiba o caminho de
saída/entrada” externamente da rede. Então, basta informar os IP’s dos getways que
estejam entre a estação e a internet. A figura 11 fornece as indicações necessárias.

Figura 11 – Rede/Propriedades de TCP/IP – Gateway

DNS
A aba seguinte trata a respeito dos servidores de DNS – Domain name System. Os
servidores de DNS mantêm indicações de nomes já atribuídos e de outros
servidores que possam ter estas indicações.

Figura 12 – Rede/Propriedades de TCP/IP – Configuração DNS.

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12 Conceitos Básicos Sobre Redes de Computadores – Parte 2

Aqui, deve-se informar o nome da estação; como será identificada, e o domínio onde
se situa a mesma. Também, mais abaixo, é possível informar ao sistema o(s)
servidor(es) de nomes de domínios. Desta forma, basta ir colocando os IP’s dos
servidores de DNS na lista. Além disso, caso queira que sua estação seja identifica
na internet, pode-se informar os sufixos que, compondo com o nome da estação
(host), fornecerá o nome completo para ajudar a identificação da referida estação na
internet. Por exemplo, supondo que o nome da estação seja vênus e o sufixo de
domínio seja solar.com.br, a estação tem o nome completo: vênus.solar.com.br. A
figura 12 compõem este exemplo.

Mais uma coisa é necessária fazer para configurar a estação em uma rede do tipo
cliente-Servidor: inserir uma segurança a respeito da autenticação dos usuários na
rede através de um servidor de autenticação.

Segurança para Rede Microsoft


Deve-se selecionar o item “Clientes para Redes Microsoft”, a partir da janela de
Rede mostrada na figura 5. Na nova janela apresentada, pode-se Informar ao
sistema que a autenticação dos usuários deverá ser feita em um servidor designado
para tal. A caixa de seleção “Efetuar logon no domínio do Windows NT” deverá
então ser marcada e o campo abaixo especifica o “apelido” ou nome do Servidor do
domínio.

Outras duas opções que podem ser selecionadas é de como se “logar” na rede.
Pode-se “logar” de forma rápida – aqui as conexões anteriormente mapeadas não
serão verificadas, ou de forma a restaurar as conexões da rede. A figura 13 mostra
estas configurações.

Após tudo isto é necessário reiniciar a máquina para que as configurações tenham
efeito.

Figura 13 – Rede/Clientes para Redes Microsoft..

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Conceitos Básicos sobre Redes de Computadores – Parte 2 13

Após a reinicialização, o sistema está apto a reconhecer os computadores da rede


da qual faz parte. Assim, clicando duas vezes em Rede (Área de Trabalho), a janela
se abrirá e deverá mostrará os computadores. A figura 14 mostra a janela do
ambiente de rede.

Figura 14 – windows-Ambiente de rede

Compartilhamento

Os computadores que passam a ser mostrados na janela podem ter algum tipo de
recurso compartilhado. Estes compartilhamentos são efetuados clicando-se com o
botão direito do mouse sobre eles e selecionando propriedades. Em propriedades
existe a opção de Compartilhamento.... Esta opção deve ser selecionada. Deste
modo, será exibida a janela conforme abaixo.

Figura 15 – windows-Compartilhamento.

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14 Conceitos Básicos Sobre Redes de Computadores – Parte 2

Deve-se selecionar o botão de rádio compartilhado como: e no campo Nome do


compartilhamento deve-se digitar um nome de sua preferência ou adotar o sugerido
pelo windows.O Campo logo abaixo, denominado de Comentário, pode ser utilizado
para tal finalidade, não tendo função executiva, apenas descritiva. Abaixo, na seção
Tipo de acesso:, deve-se selecionar o modo como se deseja compartilhar tal
recurso: se apenas para leitura (os outros computadores têm acesso a este recurso
como consulta; podendo fazer cópia do mesmo, mas não podendo excluí-lo ou
modifica-lo) O tipo Completo permite tudo (Consulta, Alteração e exclusão). Já o tipo
Depende de senha, propicia uma seletividade de usuários que vão poder utilizar os
recursos completamente mediante o conhecimento prévio de uma senha que, a
princípio, você deve cadastrar na seção abaixo: Senhas.

Após habilitar o compartilhamento, os diretórios/Dispositivos aparecerão com o


símbolo de compartilhamento (uma mãozinha), indicando que aquele diretório está
sendo compartilhado. No micro da Figura 16, compartilhamos todas as unidades
(menos o disquete), inclusive o Zip-drive.

Para facilitar a manutenção e a procura por arquivos compartilhados em redes


ponto-a-ponto, pode-se criar uma localização única para todos os arquivos que
serão compartilhados. Além disso, como os demais micros da rede não possuíam
outra unidade de disco que não o disco rígido com uma única partição, a partição D:
("DADOS", vide figura 16) era vista pelos demais micros também como uma unidade
"D:". Desta forma, independentemente de que micro se trabalha, os dados estariam
na unidade D:. No micro local ela representaria a partição D:, enquanto nos demais
micros ela seria esta mesma partição sendo acessada via rede, sendo também
chamada de D:.

Figura 16: Compartilhando os discos do micro.

Acessando Diretórios Compartilhados


Para acessar os diretórios compartilhados basta usar o ícone do Ambiente de Rede
localizado na área de trabalho. Esta é a forma mais rápida de se acessar arquivos
em diretórios compartilhados.

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Conceitos Básicos sobre Redes de Computadores – Parte 2 15

Figura 17: Acessando diretórios compartilhados.

Em diretórios que sejam usados freqüentemente (como o nosso "RAIZ"), devemos


atribuir uma letra de unidade. Isso é feito clicando-se com o botão direito sobre o
diretório (no Ambiente de Rede), escolhendo a opção "Mapear unidade de rede".

Figura 18: Atribuindo uma letra de unidade ao diretório compartilhado.

Habilite a caixa "Reconectar ao iniciar" para que a letra de unidade seja


automaticamente conectada ao diretório compartilhado sempre em que você ligar o
micro.

Daí por diante você poderá acessar o diretório compartilhado diretamente de dentro
de seu programas.

Compartilhando Impressoras
O processo de compartilhamento de impressoras é extremamente similar ao
processo de compartilhamento de arquivos. Basta você clicar com o botão direito
sobre a impressora (ícone Impressoras) e escolher a opção "compartilhamento".

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16 Conceitos Básicos Sobre Redes de Computadores – Parte 2

Figura 19: Configurando o compartilhamento da impressora.

Dê um nome ao compartilhamento e adicione um comentário. Se quiser, defina uma


senha para que os demais usuários possam ter acesso à impressora.
Da mesma forma que acontece com diretórios compartilhados, a impressora passará
a ter um ícone de compartilhamento (uma mãozinha).

Acessando impressoras compartilhadas


Através do Ambiente de Rede, selecione a impressora, dando um duplo clique sobre
ela (Figura 17). O Windows iniciará o assistente para a instalação da impressora.
Defina que ela é uma impressora de rede. O assistente instalará os drivers de
impressão. Você precisará dos disquetes de instalação da impressora.

Após instalar os drivers da impressora, você poderá acessá-la como se ela estivesse
instalada em seu micro.

ACESSANDO OUTRAS REDES

A comunicação entre micros via rede é definida basicamente pelo protocolo. Desta
forma, você pode interligar máquinas com sistemas operacionais diferentes, desde
que o protocolo usado seja o mesmo.
Por exemplo, você poderá conectar máquinas com Windows 3.11 na rede Windows
9x sem o menor problema. Basta que elas estejam configuradas a operar com o
mesmo protocolo.

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Conceitos Básicos sobre Redes de Computadores – Parte 2 17

CABO COAXIAL

No passado esse era o tipo de cabo mais utilizado. Atualmente, por causa de suas
desvantagens, está cada vez mais caindo em desuso, sendo, portanto, só
recomendado para redes pequenas.

A topologia mais utilizada com esse cabo é a topologia linear (também chamada
topologia em barramento) que faz com que a rede inteira saia do ar caso haja o
rompimento ou mau contato de algum trecho do cabeamento da rede. Como a rede
inteira cai, fica difícil determinar o ponto exato onde está o problema, muito embora
existam no mercado instrumentos digitais próprios para a detecção desse tipo de
problema.

Vantagens: Desvantagens:

Fácil instalação Mau contato


Barato Difícil manipulação
Lento para muitos micros
Em geral utilizado em topologia linear

O cabo coaxial utilizado em sistemas de antena de TV possui impedância de 75


ohms. O cabo coaxial utilizado em redes possui impedância de 50 ohms.

Existem dois tipos básicos de cabo coaxial: fino e grosso. Isto em termos do padrão
mais utilizado o padrão de redes Ethernet. Entretanto, existem outros padrões pouco
usados que utilizam cabos com outras impedâncias. Como exemplo, o padrão
Arcnet, onde o cabo deve ter impedância de 93 ohms.

Cabo Coaxial Fino (10Base2)

Esse é o tipo de cabo coaxial mais utilizado. É chamado "fino" porque sua bitola é
menor que o cabo coaxial grosso, que veremos a seguir. É também chamado "Thin
Ethernet" ou 10Base2. Nesta nomenclatura, "10" significa taxa de transferência de
10 Mbps e "2" a extensão máxima de cada segmento da rede, neste caso 200 m (na
verdade o tamanho real é menor).

Figura 20: Cabo coaxial fino.

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18 Conceitos Básicos Sobre Redes de Computadores – Parte 2

Características do cabo coaxial fino:

• Utiliza a especificação RG-58 A/U


• Cada segmento da rede pode ter, no máximo, 185 metros
• Cada segmento pode ter, no máximo 30 nós
• Distância mínima de 0,5 m entre cada nó da rede
• Utilizado com conector BNC (vide figura 21)

Nota: "Nó" (do inglês "Node") significa "ponto da rede". Em geral é uma placa de
rede (um micro), mas existem periféricos que também contam como um ponto da
rede. No caso do cabo coaxial, podemos citar repetidores e impressoras de rede
(existem impressoras que tem um conector BNC para serem ligadas diretamente ao
cabo coaxial da rede).

Figura 21 – Conector BNC (Foto: W. Seiji – 2004)

Cabo Coaxial Grosso (10Base5)

Esse tipo de cabo coaxial é pouco utilizado. É também chamado "Thick Ethernet" ou
10Base5. Analogamente ao 10Base2, 10Base5 significa 10 Mbps de taxa de
transferência e que cada segmento da rede pode ter até 500 metros de
comprimento. É conectado à placa de rede através de um transceiver.

Figura 22: Cabo coaxial grosso.

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Conceitos Básicos sobre Redes de Computadores – Parte 2 19

Características do cabo coaxial grosso:

• Especificação RG-213 A/U


• Cada segmento de rede pode ter, no máximo, 500 metros
• Cada segmento de rede pode ter, no máximo, 100 nós
• Distância mínima de 2,5 m entre cada nós da rede
• Utilizado com transceiver


Preparação do cabo coaxial

Embora o cabo coaxial possa ser soldado ao seu respectivo conector BNC, esse
método não é o mais apropriado. Os conectores BNC a serem utilizados com o cabo
coaxial funcionam na base da pressão ("crimp"), economizando um tempo enorme
na confecção de cada cabo. Para preparar um cabo coaxial, você necessitará de
duas ferramentas:

• Descascador de cabo coaxial


• Alicate para crimp

Figura 23: Descascador de cabo coaxial (Foto: W. Seiji – 2004)

Figura 24: Alicate para crimp (Foto: W. Seiji – 2004)

A preparação do cabo coaxial é relativamente simples. A partir de sua ponta,


posiciona-se o descascador de cabo a uma distância aproximada de 3 cm.
em seguida, com uma das mãos segurando o cabo e com o dedo indicador da outra
posicionada no anel da ferramenta, efetua-se um movimento giratório em torno do
cabo com tantas voltas quantas forem necessárias até que não se sinta mais a
malha sendo cortada – vide figura 25. Assim, ainda segurando o cabo, puxa-se o
descascador no sentido da ponta de forma da retirar as partes cortadas. O cabo, ao
final, deve estar parecendo com o cabo da figura 20.

William Geraldo Sallum, MSc.


20 Conceitos Básicos Sobre Redes de Computadores – Parte 2

Figura 25 – Decapando o cabo coaxial. (Foto: W. Seiji – 2004)

O alicate de “crimpar” pode possuir dois ou três orifícios para “crimpagem”: um para
“crimpar” o ponto central e um ou mais para “crimpar” o macarrão a malha do cabo com o
conector BNC.

Figura 26 – Crimpando o pino de cobre ao cabo. (Foto: W. Seiji – 2004)

Uma vez descascado o cabo, pega-se o conector BNC (figura 21) e conecta-se o pino de cobre
a ponta do cabo, conforme mostrado na figura 26, “crimpando-o” em seguida. Logo após, o
cabo deve ser introduzido no conector BNC. Isto feito, “crimpa-se” o conector utilizando o
mesmo alicate.

Figura 27 – Introduzindo o cabo ao conector BNC. Figura 28 – Crimpando-se o Conecgtor BNC.

William Geraldo Sallum, MSc.


Conceitos Básicos sobre Redes de Computadores – Parte 2 21

Ao final seu cabo deverá estar parecido com o da figura 29.

Figura 29 – Cabo Coaxial conectorizado.

Uma vez elaborados os cabos que irão interligar os computadores, deve-se lembrar de ter em
mãos o conector “T”. Este conector efetuará a conexão entre o cabo (BNC) e a placa (NIC).
As figuras 30 e 31 mostram um desses conectores em “T” e a respectiva conexão..

Figura 30 – Conector T (Foto: W. Seiji – 2004) Figura 31 – Conexão entre conector BNC e conector T.

Assim, o conector T poderá conectar à placa de rede (NIC) e efetivar a conexão entre os
computadores da rede, conforme demonstrado na figura 32.

Figura 32 –Conexão final entre cabeamento coaxial e NIC. (Foto: W. Seiji – 2004)

William Geraldo Sallum, MSc.


22 Conceitos Básicos Sobre Redes de Computadores – Parte 2

Ao final e para que a rede funcione, deve-se “fechar” o circuito da rede linear colocando um
conector denominado de “terminador” em cada ponta. Este conector é mostrado na figura 33.

Terminador

Figura 33 – Conexão entre BNC, T e Terminador. (Foto: W. Seiji – 2004)

Outro tipo de conector que se pode utilizar é o conector de emenda. Este tipo de conector
permite ampliar o comprimento de um cabo coaxial, conectando a ele esta emenda.
entretanto, é recomendado evitar tal procedimento sob pena de se aumentar às possibilidades
de maus-contatos. Vide figura 34.

Figura 34 – Conexão entre BNC, e emenda. (Foto: W. Seiji – 2004)

CABO PAR-TRANÇADO
Esse é o tipo de cabo mais utilizado atualmente. Existem basicamente dois tipos de cabo par-
trançado: sem blindagem (UTP, Unshielded Twisted Pair) e com blindagem (STP, Shielded
Twisted Pair). A diferença é a existência de uma malha (blindagem) no cabo com blindagem,
que ajuda a diminuir a interferência eletromagnética e, com isso, aumentar a taxa de
transferência obtida na prática.

Figura 35 - Par Trançado sem blindagem (UTP). Figura 36 – Par Trançado com blindagem (STP)

William Geraldo Sallum, MSc.


Conceitos Básicos sobre Redes de Computadores – Parte 2 23

O par trançado, ao contrário do cabo coaxial, só permite a conexão de 2 pontos da rede. Por
este motivo é obrigatório a utilização de um dispositivo concentrador (hub ou switch), o que
dá uma maior flexibilidade e segurança à rede. A única exceção é na conexão direta de dois
micros usando uma configuração chamada cross-over, utilizada para montar uma rede com
apenas esses dois micros.

O par trançado é também chamado 10BaseT ou 100BaseT, dependendo da taxa de


transferência da rede, se é de 10 Mbps ou 100 Mbps.

Vantagens:

• Fácil instalação
• Barato
• Instalação flexível

Desvantagens:

• Cabo curto (máximo de 90 metros)


• Interferência eletromagnética

Interferência eletromagnética
Você deve ter sempre em mente a existência da interferência eletromagnética em cabos UTP,
principalmente se o cabo tiver de passar por fortes campos eletromagnéticos, especialmente
motores e quadros de luz.

É muito problemático passar cabos UTP muito próximos a geladeiras, condicionadores de ar e


quadros de luz. O campo eletromagnético impedirá um correto funcionamento daquele trecho
da rede. Se a rede for ser instalada em um parque industrial - onde a interferência é inevitável
- outro tipo de cabo deve ser escolhido para a instalação da rede, como o próprio cabo coaxial
ou a fibra ótica.

Categorias
Ao comprar um cabo par trançado, é importantíssimo notar qual a sua categoria. As categorias
1 e 2 são para cabos utilizados especificamente na transmissão de voz. Embora as categorias 3
e 4 trabalhem bem para redes de 10 Mbps, o ideal é trabalhar somente com cabos de categoria
5, que conseguem atingir até 1000 Mbps. Com isso se está preparando o cabeamento para
comportar uma rede de 1000 Mbps: mesmo que atualmente a rede trabalhe a apenas 10 Mbps,
ela já estará preparada para um futuro aumento da taxa de transferência.

• Categoria 3: até 10 Mbps


• Categoria 4: até 16 Mbps
• Categoria 5: até 1000 Mbps

William Geraldo Sallum, MSc.


24 Conceitos Básicos Sobre Redes de Computadores – Parte 2

Pinagem
Ao contrário do cabo coaxial que possui somente dois fios - um interno e uma malha metálica
ao redor, que elimina a interferência eletromagnética -, o par trançado é composto de oito fios
(4 pares), cada um com uma cor diferente.

Cada trecho de cabo par trançado utiliza em suas pontas um conector do tipo RJ-45, que
justamente possui 8 pinos, um para cada fio do cabo.

Figura 37 - Conector RJ-45 (Foto: W. Seiji – 2004)

Teoricamente os cabos podem ser feitos de qualquer maneira, desde que o pino 1 de uma
extremidade seja conectado ao pino 1 da outra extremidade e assim sucessivamente para
todos os 8 pinos dos conectores, ou seja, se você conectar o fio marrom ao pino 1 de uma
extremidade, deverá conectar o pino 1 ao fio marrom da outra extremidade do cabo.

O problema desse procedimento é que você criará um padrão de cabos só seu e que só
funcionará naquela determinada rede. No futuro, se um técnico precisar fazer a manutenção
em um cabo, ele ficará simplesmente perdido.

A modificação aleatória da ordem dos fios pode causar a "Paradiafonia", que é o vazamento
de energia elétrica entre pares de fios do mesmo cabo, podendo causar problemas na rede.
Observa-se que, como o próprio nome diz ao cabo, os fios formam pares trançados onde estas
tranças protegem os sinais da interferência externa. Esta proteção só existe quando estes pares
fazem parte do mesmo circuito.

Para evitar esses tipos de problemas, existem dois padrões internacionais amplamente
utilizados: T568A e T568B. Vide figuras 38 e 39, respectivamente.

Desta forma, basta optar por um dos dois padrões e fazer os cabos de acordo com a ordem dos
fios impostas por eles. Assim não haverá dúvidas na hora de montar os cabos e na sua
manutenção. Nas figuras 38 e 39 você observa a ordem dos fios desses dois padrões.

William Geraldo Sallum, MSc.


Conceitos Básicos sobre Redes de Computadores – Parte 2 25

Laranja Azul Verde Azul

Verde Marrom Laran Marrom


ja

1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8

Figura 38: Padrão T568A. Figura 39: Padrão T568B.

Os pares são formados por um fio que é azul, laranja, verde ou marrom, e um segundo fio que
é branco. Em alguns cabos, os fios de cor branca possuem listras finas de acordo com a cor do
par que pertencem (azul, laranja, verde ou marrom). Na maioria das vezes, o fio será
totalmente branco. Para saber a qual par pertencem, basta ver com que fio colorido o fio
branco está "enroscado". Por exemplo, o fio branco do par marrom estará trançado com o fio
marrom e assim por diante.

Preparação do cabo
Para preparar o cabo em si você precisará, além de conectores RJ-45, um alicate para "crimp".
Da mesma forma que os conectores BNC usados no cabo coaxial, os fios do cabo par
trançado são presos ao conector RJ-45 por pressão. Basta alinhar os fios do pino 1 ao pino 8
do conector de acordo com o padrão a ser utilizado (T568A ou T568B) e pressionar o
conector com o alicate. Não é necessário descascar os fios, pois o próprio conector RJ-45
possui seus pinos em forma de lâmina, descascando automaticamente os fios durante a
montagem do cabo.

Figura 40 - Alicate para "crimp" de conectores RJ-45. (Foto: W. Seiji – 2004)

William Geraldo Sallum, MSc.


26 Conceitos Básicos Sobre Redes de Computadores – Parte 2

Confecção do Cabo
O cabo par trançado é confeccionado utilizando, inicialmente, a ferramenta de decapagem,
como mostrado na figura 41 e o alicate de “crimpagem” - figura 40.

Figura 41 – Ferramenta de decapagem para cabo par trançado. (Foto: W. Seiji – 2004)

Esta ferramenta tem a aparência de um prendedor de roupas. Abrindo-se esta ferramenta,


coloca-se o cabo na posição conforme mostrado na figura 42 e efetua-se uma rotação ao redor
do cabo de 360 graus. Este alicate deve estar devidamente regulado para que o corte seja feito
apenas na capa do cabo, evitando-se atingir os fios internos.

Figura 42 – Decapando o cabo par trançado. (Foto: W. Seiji – 2004)

Uma vez decapado, os pares podem ser separados coma ajuda de uma pequena chave de fenda
ou Philips.

Figura 43 – Separação dos pares com ajuda de uma chave de fenda/Philips.

William Geraldo Sallum, MSc.


Conceitos Básicos sobre Redes de Computadores – Parte 2 27

Assim que os pares estiverem separados, deve-se coloca-los juntos na seqüência desejada para
“crimpagem” ao conetor RJ45. Esta ordem pode assumir qualquer um dos dois padrões:
568BA ou 568B. Com um alicate de corte, deve-se fazer um corte perpendicular aos fios,
deixando uma distância de 1,5 cm da capa.

Figura 44 – Cortando o excesso de cabos. (Foto: W. Seiji – 2004)

Em seguida, o cabo está pronto para ser introduzido no conector RJ45 e finalmente ser
“crimpado”. A colocação dos cabos no conector deve ser feita com bastante atenção pois é
muito comum que nessa introdução, alguns podem sair da posição original. As figuras 45 e 46
mostram a seqüência descrita.

Figura 45 – Introdução dos fios no conector RJ45. Figura 46 – Crimpando o conector RJ45

Instalação do cabo
O projeto de como e por onde os cabos irão ser fisicamente instalados no ambiente onde a
rede está sendo implementada é muito importante. A melhor maneira de se instalar cabos é
criando pontos de rede fixos, através de caixas conectoras. Os micros serão conectados a essas
caixas através de um cabo de menor comprimento, enquanto as caixas são ligadas a outras
caixas conectoras perto do concentrador (hub ou switch). Este procedimento além de facilitar
a instalação das estações da rede, facilita a manutenção. Como na maioria das vezes

William Geraldo Sallum, MSc.


28 Conceitos Básicos Sobre Redes de Computadores – Parte 2

problemas de cabo partido ocorrem na porção perto da estação de trabalho, bastará substituir
apenas um pequeno trecho do cabo. Na figura 47 pode-se observar vários modelos de caixas
conectoras. Existem tanto caixas internas a serem instaladas embutidas na parede quanto
modelos externos. É bom lembrar de adquirir caixas aprovadas para trabalhar com categoria
5.

Figura 42 - Caixas conectores para cabo de par trançado

Para fixar os fios na caixa conectora, você precisará de uma ferramenta de inserção. Essa
ferramenta é também denominada Push-Down (ferramenta de inserção).

Figura 43: Ferramenta de inserção Push-Down

FIBRA ÓTICA
A grande vantagem da fibra ótica não é nem o fato de ser uma mídia rápida, mas sim o fato de
ela ser totalmente imune a interferências eletromagnéticas. Na instalação de redes em
ambientes com muita interferência (como em uma indústria, por exemplo), a melhor solução é
a utilização da fibra ótica.

A fibra ótica, sob o aspecto construtivo, é similar ao cabo coaxial sendo que o núcleo e a
casca são feitos de sílica dopada (uma espécie de vidro) ou até mesmo plástico, da espessura

William Geraldo Sallum, MSc.


Conceitos Básicos sobre Redes de Computadores – Parte 2 29

de um fio de cabelo. No núcleo é injetado um sinal de luz proveniente de um LED ou laser,


modulado pelo sinal transmitido, que percorre a fibra se refletindo na casca. As fibras podem
ser multimodo ou monomodo. Vide figuras abaixo

Figura 44 – Fibra Multímodo Figura 45 – Fibra Monomodo

Em linhas gerais, sem a utilização de amplificadores, a primeira tem capacidade de


transmissão da ordem de 100 Mbps a até cerca de 10 km (mais empregadas em redes locais),
enquanto que a segunda alcança algo em torno de 1 Gbps a uma distância de por volta de 100
km (empregadas em redes de longa distância). Além das características de transmissão
superiores aos cabos metálicos, a fibra, por utilizar luz, tem imunidade eletromagnética. Em
contrapartida, seu custo é superior, é mais frágil requerendo que seja encapsulada em
materiais que lhe confiram uma boa proteção mecânica e necessita de equipamentos
microscopicamente precisos para sua conectorização, instalação e manutenção. Em redes
locais de grande porte, normalmente se emprega a fibra ótica interligando os hubs, colapsados
em switches e/ou roteadores que isolam os diversos segmentos, formando assim o backbone
(espinha dorsal) da rede.

Figura 46: Fibra ótica.

Vantagens: Desvantagens:

• Velocidade Muito caro


• Isolamento elétrico Difícil de instalar
• O cabo pode ser longo Quebra com facilidade
• Alta taxa de transferência Difícil de ser remendado

O processo de emendas e preparação para conectorização em fibras óticas é mais complexo


que as feitas com outros tipos de cabos.

Antes de executar-se uma emenda é necessário preparar as extremidades das fibras ópticas.
Assim, o processo consiste basicamente de três etapas: Limpeza, decapagem e clivagem.

William Geraldo Sallum, MSc.


30 Conceitos Básicos Sobre Redes de Computadores – Parte 2

Limpeza - Após o revestimento de o cabo ser retirado, restando somente as fibras ópticas, os
resíduos provenientes do interior do cabo óptico como a geléia de petróleo, deverão ser
removidos, utilizando-se gaze ou lenços de papel embebidos em álcool isopropílico ou anidro
(baixa concentração de água).

Decapagem - As extremidades das fibras ópticas deverão ser submetidas ao processo de


decapagem do seu revestimento externo (acrilato) e, novamente, as fibras decapadas deverão
ser submetidas a limpeza . Este processo de limpeza deve ser refeito várias vezes até que a
fibra esteja perfeitamente limpa

Clivagem - A etapa seguinte consiste na clivagem da fibra óptica, ou seja, o corte da fibra
sob um ângulo próximo de 90 , a fibras deve ser cortada de tal forma que o ângulo da aresta
resultante do corte seja próximo de 90 . A necessidade do ângulo ser este consiste no fato de
que com isto as extremidades das fibras ópticas estarão paralelas o máximo possível no
momento da emenda, propiciando assim, uma emenda de boa qualidade, ou seja, com baixos
níveis de atenuação.

A clivagem é efetuada a partir de um pequeno ferimento na casca da fibra óptica (risco) e a


fibra é tracionada e curvada sob o risco, assim o ferimento se propaga pela estrutura cristalina
da fibra. A qualidade de uma clivagem deve ser observada com microscópio.

O processo de clivagem é realizado através de ferramentas especialmente projetadas para esta


função, denominados de clivadores. Vide figuras 47 e 48.

Figura 47 - Clivador manual Figura 48 - Clivador automático

Para não alterar a dispersão, é necessário que as fibras ópticas a serem emendadas estejam
alinhadas com suas superfícies o mais perpendicular possível, e apresentem diâmetros e perfis
de índice de refração o mais próximos possível.

Após estas etapas as fibras ópticas estão prontas para serem emendadas. Existem dois tipos
básicos de emendas que podem ser efetuadas: emenda por fusão e emenda mecânica.

As emendas de fibras ópticas, sejam elas mecânicas ou por fusão, não podem exceder o valor
máximo de atenuação de 0.3 dB, quando medido de acordo com as normas EIA/TIA -455-59
(em campo) ou EIA/TIA 455-34, Método A (em fábrica). Recomenda-se que sejam utilizadas,
preferencialmente, as emendas por fusão, as quais, proporcionam os menores valores de
atenuação.

William Geraldo Sallum, MSc.


Conceitos Básicos sobre Redes de Computadores – Parte 2 31

Emenda mecânica
Através do monitoramento de equipamentos de medição (power meter, OTDR) as fibras são
aproximadas, ajustadas e, quando é obtido o ponto de menor atenuação, as fibras são
"travadas" de modo que as mesmas fiquem estáticas, são dispositivos dotados de travas para
que a fibra não se mova no interior da emenda. Este processo de emenda é bastante utilizado
em situações de emergência em caráter provisório, pois a atenuação é bastante grande quando
comparada às emendas realizadas através de máquinas de fusão e tem a tendência à aumentar
com o passar do tempo.

Emenda por Fusão


A fibra é introduzida numa máquina de fusão e dentro desta máquina elas são inseridas em
um dispositivo de emenda denominado V-Groove que tem o papel de alinhar (horizontal e
vertical) as fibras de forma que as faces cortadas das mesmas fiquem paralelas entre si. As
fibras são aproximadas pelo próprio V-Groove, que é móvel, até que as fibras fiquem à uma
distância de aproximadamente 1 mm, evitando que as mesmas se encostem, de forma que os
condutores fiquem alinhados para menor perda do feixe luminoso do laser.

As faces das fibras são submetidas à um arco voltáico que eleva a temperatura o que provoca
o derretimento das fibras e a sua soldagem. Após a fusão a fibra é revestida por resinas que
tem a função de oferecer resistência mecânica à emenda, protegendo-a contra quebras e
fraturas. Este processo também exige muito cuidado ao ser implementado, pois qualquer
irregularidade poderá afetar a qualidade da emenda, aumentando o nível de atenuação. Antes
de ser fundida a fibra recebe uma proteção (Smoov, protetor de emenda, tubete), que revestirá
o local emendado.

Se a emenda estiver com alinhamento bom, o smoov é colocado no local onde foi emendado e
introduzido num receptáculo onde é aquecida numa temperatura altíssima que resume numa
contração. Após este aquecimento a própria máquina resfriará a proteção. Após a proteção, a
fibra emendada é acomodada em recipientes chamados: caixa de emendas. As caixas de
emendas podem ser de vários tipos de acordo com a aplicação e o número de fibras. Umas são
pressurizáveis ou impermeáveis, outras resistentes ao sol, para instalação aérea.

A principal característica deste processo é a "fusão" das extremidades das fibras ópticas, de
modo à torná-las contínuas. É o processo mais utilizado pois apresenta os menores níveis de
atenuação. A figura 46 mostra a máquina que efetua a emenda por fusão automática.

O processo de fusão é auto-alinhante, já que durante a fusão, a viscosidade do vidro diminui,


e as forças devido à tensão superficial, tendem a alinhar as fibras que estão sendo emendadas.

Vantagens:

Maior durabilidade;
Atenuações por emendas, na ordem de 0,1 a 0,3 dB;
Mais econômica.

William Geraldo Sallum, MSc.


32 Conceitos Básicos Sobre Redes de Computadores – Parte 2

Conectores
Quanto aos conectores ópticos, a norma recomenda o uso de conectores do tipo SC, sendo que
a atenuação por inserção deve ser inferior à 0,75 dB por conecção e a perda por retorno deve
ser acima de 20 dB para fibras multimodo e 26 dB para fibras monomodo.

Figura 47 – Tipos de conectores para fibra ótica.

Fontes Ópticas
Encontramos dois tipos de fontes ópticas que podem ser utilizadas: LED e LASER. Cada um
destes dois tipos de fontes oferece certas vantagens e desvantagens, e diferenciam-se entre si
sob diversos aspectos.

Light-Emitting Diode (LED) , utiliza o processo de fotogeração por recombinação


espontânea. São utilizados em sistemas de comunicação que exijam taxas de transferência
menores do que 100 a 200 Mbits/s.

Figura 48 – LEDs.

Diodo LASER (Light Amplification by Simulated Emission of Radiation) utiliza o


processo de geração estimulada de luz.

Figura 49 – Conectores LASERs.

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Conceitos Básicos sobre Redes de Computadores – Parte 2 33

LEDs X LASERs
Potência luminosa: os lasers oferecem maior potência óptica se comparados com os leds:
LED da ordem de -7 a -14dBm e LASER da ordem de 1dBm.
Largura espectral: os lasers tem largura espectral menor que os leds, o que proporciona
menor dispersão material.

Tipos e velocidades de modulação: os lasers têm velocidade maior que os leds, mas
necessitam de circuitos complexos para manter uma boa linearidade.

A tabela abaixo fornece algumas caraterísticas comparativas aos dois tipos de emissões: LED
e LASER.

Tabela 1 – Diferenças entre emissões por LEDs e LASERs.


Características Laser LED
Potência Ótica alta baixa
Custo alto baixo
Utilização complexa simples
Largura do Espectro estreita larga
Tempo de Vida menor maior
Velocidade rápido lento
Divergência na Emissão menor maior
Acoplamento na Fibra Monomodal melhor pior
Sensibilidade a Temperatura substancial insignificante
Taxa de Dados alta baixa
Modo multimodo ou monomodo multimodo
Distância longa pequena

As figuras abaixo fornecem uma idéia gráfica da luz emitida por estes dois tipos de emissões
e também uma idéia do processo de fabricação das fibras óticas.

Figura 50 – Largura espectral e características de irradiação das emissões por LED e LESAR.

William Geraldo Sallum, MSc.


34 Conceitos Básicos Sobre Redes de Computadores – Parte 2

Mecanismo
de precisão

Preforma

Pirômetro
Fibra nua
Forno

Material de
Medida de
diâmetro Controle de revestimento
Controle de
temperatura
Revestimento temperatura
Revestimento
dadaFibra
Fibra
Recipiente
vazio
Controle de
Controle
diâmetrode
diâmetro Ponta
Secagem do flexível
Ponta
Revestimento
flexível
Carretel de
Fibra
puxamento
revestida

Figura 51 – Processo para fabricação de fibra ótica.

RESUMO DA COMPARAÇÃO DE CABOS


Cabo Cabo Cabo
Características coaxial thinnet coaxial thicknet Par trançado Fibra óptica
(10Base2) (10Base5) (10BaseT)
Mais caro do que Mais caro do que o
Custo do cabo O mais barato O mais caro
o par trançado thinnet
Comprimento de cabo
185 metros 500 metros 100 metros 2 quilômetros
utilizável*
10 Mbps 100 Mbps ou
Taxas de transmissão** 10 Mbps 10 Mbps
4–100 Mbps mais
Razoavelmente
Flexibilidade Menos flexível O mais flexível Não-flexível
flexível
Muito fácil;
Difícil de
Facilidade de instalação Fácil de instalar Fácil de instalar possivelmente já
instalar
instalado
Suscetibilidade à Boa resistência à Boa resistência à Suscetível à Não-suscetível
interferência interferência interferência interferência à interferência
Componentes de Idêntico ao fio
Componentes de
suporte eletrônico telefônico;
suporte eletrônico
menos geralmente Suporta voz,
Recursos especiais menos dispendiosos
dispendiosos do previamente dados e vídeo
do que os do par
que os do par instalado em
trançado
trançado prédios
Instalação de
UTP – locais
qualquer
menores sujeitos a
Locais de tamanho tamanho que
restrições de
médio ou grande exija
Utilizações preferidas orçamento
com necessidades velocidade e
STP – Token Ring
de alta segurança alta segurança
de qualquer
de dados e
tamanho
integridade

William Geraldo Sallum, MSc.


Conceitos Básicos sobre Redes de Computadores – Parte 2 35

* O comprimento conveniente de cabo pode variar com as instalações de rede específicas. Conforme a tecnologia é aperfeiçoada, o
comprimento conveniente de cabo também aumenta.
** As taxas de transmissão para tipos de cabos específicos estão tornando-se indistintas. Novamente, os aperfeiçoamentos
tecnológicos estão produzindo fio de cobre que pode transportar um sinal mais rápido do que jamais se considerou possível.

AMBIENTE SEM FIO


Ambiente sem fio está surgindo como uma opção de rede viável. Conforme a tecnologia se
aperfeiçoar, os fornecedores estarão oferecendo mais produtos a preços atraentes, os quais,
por sua vez, significarão aumento de vendas e demanda. Conforme a demanda aumenta, o
ambiente sem fio crescerá e se aperfeiçoará.

A expressão ambiente sem fio é enganadora, porque implica uma rede completamente livre de
cabeamento. Na maioria dos casos, isso não é verdadeiro. A maioria das redes sem fio,
realmente são constituídas por componentes sem fio que se comunicam com uma rede que
utiliza cabos, em uma rede de componentes mistos chamada rede híbrida.

Capacidade da rede sem fio


A idéia de redes sem fio está atraindo a atenção porque os componentes sem fio podem:

• Proporcionar conexões temporárias com uma rede a cabo existente.


• Ajudar a proporcionar backup para uma rede existente.
• Proporcionar um certo grau de portabilidade.
• Estender as redes além dos limites dos cabos de cobre ou mesmo de fibra óptica.

Utilizações da rede sem fio


A dificuldade da implementação de cabos é um fator que continuará a estimular a crescente
aceitação de ambientes de redes sem fio. A tecnologia sem fio pode ser especialmente útil
para interconectar:

• Áreas movimentadas, como salas de espera e de recepção.


• Pessoas que constantemente estão se deslocando, como médicos e enfermeiras em
hospitais.
• Áreas e prédios isolados.
• Departamentos onde a configuração física muda freqüentemente.
• Estruturas, tais como prédios históricos, onde a instalação de cabos é difícil.

Tipos de redes sem fio


De acordo com sua tecnologia, as redes sem fio podem ser divididas em três categorias:

• Redes locais
• Redes locais estendidas
• Computação móvel
A principal diferença entre as categorias consiste nos recursos de transmissão. As LANs sem
fio e as estendidas utilizam transmissores e receptores de propriedade da empresa em que as

William Geraldo Sallum, MSc.


36 Conceitos Básicos Sobre Redes de Computadores – Parte 2

redes operam. A computação móvel utiliza portadoras públicas, como AT&T, MCI, Sprint e
as companhias telefônicas locais e seus serviços públicos, para transmitir e receber sinais.

Redes locais
Uma típica rede sem fio tem a aparência e funcionamento quase iguais aos de uma rede a
cabo, exceto pela mídia. Uma placa adaptadora de rede sem fio com um transceptor é
instalada em cada computador e os usuários comunicam-se com a rede como se estivessem
em computadores conectados por cabos.

Pontos de acesso

O transceptor, às vezes chamado de ponto de acesso, recebe e difunde sinais de e para os


computadores das imediações e passa dados de um lado para outro, entre os computadores
sem fio e a rede a cabo.

Essas LANs sem fio utilizam pequenos transceptores de parede para conectarem-se à rede
com fiação. Os transceptores estabelecem contato por rádio com dispositivos portáteis em
rede. Essas não são verdadeiramente LANs sem fio, pois utilizam transceptores de parede
para conectarem-se a uma LAN padrão a cabo.

Técnicas de transmissão

As LANs sem fio utilizam quatro técnicas de transmissão de dados:

1. Infravermelho
2. Laser
3. Rádio de banda estreita (de freqüência única)
4. Rádio de propagação de espectros

Infravermelho

Todas as redes sem fio que utilizam a tecnologia de infravermelho utilizam um feixe de luz
infravermelha para transportar os dados entre os dispositivos. Esses sistemas precisam gerar
sinais muito fortes, já que sinais de transmissão fracos são suscetíveis à luz de fontes como
janelas.

Este método pode transmitir sinais a altas taxas, devido à alta largura de banda da luz
infravermelha. Uma rede que utiliza a tecnologia de infravermelho geralmente pode difundir a
10 Mbps.

Há quatro tipos de redes que utilizam a tecnologia de infravermelho:

• Redes em linha de vista


Conforme o nome indica, esta versão de infravermelho só transmitirá se o transmissor e
receptor tiverem uma nítida linha de visão entre eles.
• Redes de infravermelho disperso

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Conceitos Básicos sobre Redes de Computadores – Parte 2 37

Esta tecnologia difunde as transmissões de modo que reflitam nas paredes e tetos e
finalmente atinjam o receptor. Possui uma área efetiva limitada a cerca de 30 metros e um
sinal lento devido a todas as reflexões do sinal.
• Redes refletivas
Nesta versão de redes de infravermelho, os transceptores ópticos próximos aos
computadores transmitem para um local comum que redireciona as transmissões para o
computador apropriado.
• Teleponto óptico de banda larga
Esta versão de LAN sem fio de infravermelho proporciona serviços de banda larga. Esta
rede sem fio é capaz de manipular requisitos de multimídia de alta qualidade, comparáveis
àqueles proporcionados por uma rede a cabo.

Embora a velocidade do infravermelho e suas facilidades estejam gerando interesse, o


infravermelho tem dificuldade em transmitir para distâncias superiores a 30 metros. Também
está sujeito à interferência da luz ambiente forte, encontrada na maioria dos ambientes
comerciais.

Laser

A tecnologia de laser é semelhante à tecnologia de infravermelho, quanto a exigir uma linha


de visão direta e qualquer pessoa ou coisa que interrompa o feixe de laser bloqueará a
transmissão.

Rádio de banda estreita (de freqüência única)

Esta abordagem é semelhante à difusão de uma estação de rádio. O usuário regula o


transmissor e o receptor para uma determinada freqüência. Isso não exige focalização em
linha de visão porque a faixa de difusão é de 65 km. Contudo, como o sinal é de alta
freqüência, não pode atravessar paredes de aço ou com alta capacidade de carga.

Os clientes inscrevem-se neste método a partir de um provedor de serviços, como a


Motorola. O provedor de serviço cuida de todos os requisitos de licenciamento da Comissão
Federal de Comunicações (FCC, Federal Communications Commission). Este método é
relativamente lento; a transmissão está na faixa de 4,8 Mbps.

Rádio de propagação de espectros

O rádio de propagação de espectros difunde os sinais dentro de uma faixa de freqüências. Isso
o ajuda a evitar problemas de comunicação de banda estreita.

As freqüências disponíveis são divididas em canais ou saltos. Os adaptadores de propagação


de espectros sintonizam um salto específico, por um predeterminado período de tempo e, em
seguida, alternam para outro salto. Uma seqüência de saltos determina a temporização. Os
computadores da rede são todos sincronizados com a temporização do salto.

Para impedir que usuários não-autorizados ouçam a difusão, o transmissor e receptor utilizam
um código.

William Geraldo Sallum, MSc.


38 Conceitos Básicos Sobre Redes de Computadores – Parte 2

A velocidade típica de 250 Kbps (kilobits por segundo) torna este método muito mais lento do
que os outros. Contudo, algumas implementações de rádio de propagação de espectros podem
oferecer velocidades de transmissão de 2 Mbps, ao longo de distâncias de cerca de três
quilômetros ao ar livre e 120 metros em ambientes cobertos.

Transmissão ponto-a-ponto

Este método de comunicação de dados não se ajusta perfeitamente às atuais definições de


redes. Utiliza uma tecnologia ponto-a-ponto que transfere dados de um computador para
outro, em oposição à comunicação entre vários computadores e periféricos. Contudo, estão
disponíveis componentes adicionais, como transceptores simples e transceptores host. Esses
componentes podem ser implementados em computadores autônomos ou em computadores
que já estão em uma rede, para formar uma rede de transferência de dados sem fio.

Esta tecnologia envolve transferência de dados seriais sem fio que:

• Utiliza um vínculo de rádio ponto-a-ponto para transmissão de dados rápida e livre de


erros.
• Penetra paredes, tetos e pisos.
• Suporta taxas de dados de 1,2 a 38,4 Kbps até cerca de 60 m, em ambientes cobertos,
ou cerca de 0,5 km, com transmissão com linha de vista.

Este tipo de sistema transferirá dados entre computadores e entre computadores e outros
dispositivos, tais como impressoras ou leitoras de código de barras.

Redes locais estendidas


Outros tipos de componentes sem fio conseguem executar serviços no ambiente de LAN
estendida de modo semelhante aos correspondentes da rede a cabo. Uma ponte da LAN sem
fio, por exemplo, pode conectar redes até cerca de cinco quilômetros de distância.

Conectividade multiponto sem fio

Um componente chamado ponte sem fio proporciona um meio fácil de ligar prédios sem a
utilização de cabos. Assim como uma passarela proporciona um caminho entre dois pontos
para pedestres, uma ponte sem fio proporciona um caminho de dados entre dois prédios. O
AIRLAN/Bridge Plus, por exemplo, utiliza a tecnologia de rádio de propagação de espectros
para criar um backbone sem fio, a fim de ligar locais ao longo de distâncias que ultrapassam o
alcance das LANs. Dependendo das condições, as distâncias podem chegar a cinco
quilômetros.

O custo deste componente pode ser justificado porque ele elimina a despesa com linhas
alugadas.

Ponte sem fio de longo alcance

Se a ponte sem fio não atingir uma distância suficientemente grande, a empresa
provavelmente considerará uma ponte sem fio de longo alcance. Esta também utiliza a

William Geraldo Sallum, MSc.


Conceitos Básicos sobre Redes de Computadores – Parte 2 39

tecnologia de rádio de propagação de espectros disperso, a fim de proporcionar conexões


Ethernet e Token Ring para até 40 quilômetros.

Analogamente à ponte sem fio original, o custo da ponte de longo alcance pode ser justificado
porque elimina a necessidade de conexões por microondas ou linha T1. T1 é o serviço de
linha digital padrão e proporciona taxas de transmissão de 1,544 Mbps. Pode transportar voz e
dados.
Computação móvel

Redes móveis, sem fio, envolvem portadoras telefônicas e serviços públicos para transmitir e
receber sinais utilizando:

• Radiocomunicação em pacotes
• Redes celulares
• Estações de satélites
Funcionários que viajam podem utilizar esta tecnologia com computadores portáteis ou PDAs
(Personal Digital Assistants), assistentes pessoais digitais, para trocar correio eletrônico,
arquivos ou outras informações.

Embora esta forma de comunicação proporcione vantagens, é lenta. As taxas de transmissão


variam de 8 Kbps a 19,2 Kbps. As taxas tornam-se ainda menores quando está incluída a
correção de erros.

A computação móvel incorpora adaptadores sem fio que utilizam a tecnologia de telefonia
celular para conectar computadores portáteis com a rede a cabo. Os computadores portáteis
utilizam pequenas antenas para comunicarem-se com as torres de rádio das imediações. Os
satélites da órbita próxima à terra captam os sinais de baixa potência dos dispositivos portáteis
e móveis em rede.

Radiocomunicação em pacotes

Este sistema subdivide uma transmissão em pacotes, semelhantes a outros pacotes de rede,
que incluem:

• O endereço de origem
• O endereço de destino
• Informações de correções de erros
Os pacotes são conectados a um satélite que os difunde. Só os dispositivos com o endereço
correto podem receber os pacotes difundidos.

Redes celulares

Os dados de pacotes digitais celulares (CDPD, Cellular Digital Packet Data) utilizam a
mesma tecnologia e alguns dos mesmos sistemas que os telefones celulares utilizam.
Proporcionam transmissões de dados do computador através de redes de voz analógicas
existentes, quando o sistema não está ocupado. Esta é uma tecnologia muito rápida que sofre

William Geraldo Sallum, MSc.


40 Conceitos Básicos Sobre Redes de Computadores – Parte 2

retardos apenas de subsegundos, o que a torna suficientemente uniforme para transmissão em


tempo real.

Da mesma forma que em outras redes sem fio, deve ser possível a ligação entre a rede celular
e a rede a cabo. A Nortel, em Mississauga, Ontário, Canadá, é uma empresa que fabrica uma
unidade de interface Ethernet (EIU, Ethernet Interface Unit) que pode proporcionar esta
conexão.

Estações de satélites

Os sistemas de microondas são apropriados para interconectar prédios em sistemas pequenos,


de curtas distâncias, como aqueles em um campus ou em um parque industrial.
Atualmente, transmissão por microondas é o método de transmissão a longas distâncias mais
utilizado nos Estados Unidos. É excelente para a comunicação entre dois pontos de linha de
vista tais como:

• Satélite para ligações terrestres.


• Entre dois prédios.
• Através de áreas extensas, planas e ao ar livre, como desertos e extensões de água.
Um sistema de microondas é constituído por:

• Dois transceptores de rádio — um para gerar (estação de transmissão) e outro para


receber (estação de recepção) a difusão.
• Duas antenas direcionais voltadas uma para a outra, para implementar a comunicação
dos sinais difundidos pelos transceptores. Essas antenas geralmente são instaladas em
torres para proporcionar maior alcance e elevá-las acima de qualquer obstáculo que
possa bloquear seus sinais.

William Geraldo Sallum, MSc.


Conceitos Básicos sobre Redes de Computadores – Parte 2 41

Patch Panel
Em redes de grande porte, os cabos UTP/STP e de Fibra provenientes dos diversos pontos de
rede (caixas conectoras junto aos micros conforme figura 42) são conectados a blocos de
distribuição, fixos em estruturas metálicas. Este conjunto é denominado Patch Panel (painel
de conexões). A ligação dos blocos de distribuição citados aos hubs e/ou switches se dá
através de Patch cords – figura 53 (patch cords são cabos preparados com conectores RJ ou
para Fibra e sua função é conectar portas entre patch panels ou entre patch panels e elementos
ativos). A utilização de Patch panels confere melhor organização, maior flexibilidade e
conseqüentemente, facilita a manutenção. Os Patch panels são, tipicamente, passivos ou seja,
não possuem nenhum circuito eletrônico.

O uso de Patch panels facilita sobremaneira a manutenção de redes médias e grandes. Em


redes de grande porte é comum haver mais de um Patch panel em um único local. Este local
pode ser denominado de rack..

Figura 51 – PatchPanel para conectores RJ45.

Figura 52 – Patch Panel para conectores de Fibra óptica.

Figura 53 – Path Cord

O Patch panel permite uma interface flexível, ou seja, através dele é possível alterar-se o lay
out lógico dos pontos da rede. Além disso, os Patch panels, juntamente com as tomadas
providas de conectores RJ-45 fêmea, proporcionam à rede uma grande flexibilidade em
termos de deslocamento de pontos e eventuais extensões da localização de pontos de rede. Por
exemplo, através dos patch panels. e tomadas é possível conectar-se os cabos pré-
conectorizados aos equipamentos com o comprimento necessário, isto desde que o
comprimento total do lance esteja dentro do permitido pela norma EIA/TIA. Portanto,
verificamos que as tomadas e os patch panels são acessórios importantíssimos de um
cabeamento estruturado.

William Geraldo Sallum, MSc.


42 Conceitos Básicos Sobre Redes de Computadores – Parte 2

Rack
Os racks são uma espécie de armários colocados estrategicamente ao longo de uma ou mais
redes locais. Dentro deles, além dos patch panels, podem ser colocados os elementos ativos
tais como hub, switches, modens, etc. As figuras 54 e 55 determinam dois tipos básicos de
racks: pequenos e grandes.

Figura 54 – Rack tipo 3U (15 cm) Figura 55 – Rack tipo 44U (200 cm)

Os racks são, normalmente, de uso interno, podendo ser fixados no piso, vertical ou primário,
em salas ou armários de distribuição principal, ou ou para cabeamento horizontal ou
secundário, em salas de telecomunicações (cross-connect), na função de suporte e fixação de
equipamentos e/ou acessórios de cabeamento.

São compostos por colunas em formato “U” com furação frontal para fixação de
equipamentos e/ou acessórios de cabeamento, e lateral, para a passagem dos cabos, e bases
para fixação em piso.

O topo do rack possui furação para fixação e apoio para calhas e/ou outros elementos de infra-
estrutura. Entretanto, a entrada dos cabos pode ser feita pela base ou pelo topo do rack e a sua
montagem pode ser feita pelas suas laterais.

Os racks apresentam um estrutura modular e desmontável, confeccionada em aço com


espessura de 3,0 mm, composta por 2 perfis verticais, 01 travessa superior, 2 bases e
parafusos de fixação. Também apresenta largura de 19”, conforme requisitos da norma
ANSI/TIA/EIA-310D.

Ícones de identificação FCS


São pequenas plaquetas coloridas de plástico, encaixadas na parte frontal dos conectores RJ-
45 fêmea ou no Patch PaneI, utilizadas para identificar pontos de rede, telefonia, interligação
de edifícios, etc conforme a norma EIA/TIA 606. Esta norma regulamenta a codificação de
cor para identificar a aplicação de cada ponto identificado. A tabela abaixo, mostra a
correspondência entre as cores e as aplicações:

William Geraldo Sallum, MSc.


Conceitos Básicos sobre Redes de Computadores – Parte 2 43

Tabela 2 – Relação de plaquetas e respectivas cores de identificação.


TIPO DE TERMINAÇÃO COR APLICAÇÃO
Ponto de demarcação LARANJA Chegada do cabo telefônico da concessionária
Conexões de entrada VERDE Conexão – blocos proteção do PABX
Equipamentos comum PÚRPURA Terminação PABX, MUX – telco central
BACKBONE – 1 nível BRANCO Terminação dos cabos MC-IC
BACKBONE – 2 nível CINZA Terminação dos cabos IC-TC-TC
Estação de trabalho AZUL Terminação dos cabos horizontais
BACKBONE entre prédios MARROM Terminnacao dos cabos “campus”
Diversos AMARELO Auxiliares, alarmes, segurança etc.
Sistemas - KS VERMELHO
BACKBONE 1 NÍVEL — Antes do repetidor
BACKBONE 2 NÍVEL — Depois do repetidor

Adaptadores em Y
Adaptadores em Y são tipo de conectores que permitem a duplicação de conexões M8v, ou
seja duplicação de terminações. São utilizados em sistemas de Cabeamento Estruturado para
tráfego de voz e dados, horizontal ou secundário, de uso interno, em salas de
telecomunicações, em painéis de distribuição (patch panels ou painéis de acesso frontal),
pontos de distribuição (pontos de consolidação) ou em pontos de acesso na área de trabalho.

São comumente disponíveis em três modelos:

- Adaptador Y modular - duplica a conexão M8v mantendo em ambas as conexões


derivadas o mesmo padrão de pinagem da conexão de origem. Pode ser usado para
disponibilização de extensões. Compatível com qualquer padrão de pinagem.

- Adaptador Y voz - duplica a conexão M8v para utilização de dois equipamentos de voz
ou outros equipamentos compatíveis.

- Adaptador Y 10BASET- duplica a conexão M8v disponibilizando dois pontos de acesso


para redes Ethernet 10BaseT

Algumas características importantes:

• Provê maior flexibilidade na utilização de um sistema de cabeamento estruturado.


• Podem ser utilizados lado a lado em Patch panels e painéis de acesso frontal,
possibilitando o aproveitamento de todas as posições existentes.
• Atende FCC part 68.5 (EMI — Indução Eletromagnética).
• Compatibilidade total com todas as conexões tipo M8v da linha FCS.

William Geraldo Sallum, MSc.


44 Conceitos Básicos Sobre Redes de Computadores – Parte 2

BIBLIOGRAFIA:
TORRES, Gabriel. Redes de computadores – Curso Completo.Axel Books do Brasil: Rio de
Janeiro, 2001.

SOARES NETO, Vicente et al. Telecomunicações – Redes de Alta Velocidade. São Paulo:
Érica, 1999.

Site:
http://www.clubedohardware.com.br

William Geraldo Sallum, MSc.

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