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INTRODUÇÃO
No atual momento, um dos temas mais controvertidos no contexto da igreja, é o debate
sobre o estilo de adoração adequado. Desta vez, as mulheres não ficaram de fora uma vez que em algumas
igrejas é considerado falta de respeito para com Deus e ao próximo permitir que uma mulher exorte uma
congregação.
Não faz muito tempo, presenciei uma cena em uma igreja que me chamou muito a
atenção. Minha esposa estava pregando quando um líder de igreja se pronunciou de forma indireta ao
levantar-se do banco e ir para casa no horário do culto, por que uma pessoa do sexo feminino subiu à
plataforma para pregar naquela manhã de sábado.
Diante das indagações que estão surgindo, resolvi pesquisar no livro santo para
descobrir se realmente as mulheres podem falar nas igrejas. A pesquisa limita-se em grande proporção nas
cartas paulinas, onde percebemos que houveram problemas bem semelhantes, principalmente no contexto
de I Coríntios 14:34.
O que levou Paulo a fazer estas declarações? Será que suas afirmações estão limitadas
a sua época, ou também para os nossos dias? Pode haver alguma possibilidade do texto ter sido traduzido
de maneira não coerente a ponto de mudar seu sentido? Como os líderes religiosos tem visto as
reivindicações de algumas senhoras que pleiteiam estes privilégios?
Neste estudo, o leitor encontrará uma tentativa de responder estas inquietações. É
importante que fique claro que este assunto é de extrema importância, pois ele aparentemente implica
dúvidas que comprometem uma compreensão adequada deste assunto.
TEXTO EXEGÉTICO
“Conservem-se as mulheres caladas nas igrejas, porque não lhe é permitido falar; mas
estejam submissas como também a lei o determina”. I Cor. 14:34.
ANÁLISE LÈXICO-SINTÁTICA
Precisamos analisar duas palavras, uma frase e um tema chave de I Coríntios 14:34,
tentando assim sanar dúvidas com o estudo das palavras em seu sentido e significados originais.
Falar (lalei/n)
Esta palavra no original, (lalein), pode se referir a qualquer modalidade de elocução
verbal, incluindo pregação, conversação, tanto pública como em particular. Esta palavra é usada 295 vezes
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no Novo Testamento, a fim de expressar todas as formas imaginárias de elocução verbal, pública,
particular, formal e informal.
Alguns intérpretes tem procurado formar um argumento, com base no vocábulo grego
aqui utilizado, supondo eles que certas “formas” de elocução verbal eram permitidas, mas outras não. Assim
sendo, a “pregação” não seria permitida, mas outras elocuções verbais seriam permitidas. Ou então, no
sentido que as mulheres era vedado fazerem perguntas, disputar, etc., embora pudesse falar de outra
maneira. Porém tal interpretação perverte tanto o sentido do vocábulo grego como a própria passagem.
Pois tal vocábulo tem um sentido muito geral, podendo indicar qualquer forma de elocução verbal [4] .
Essa palavra foi usada muitas vezes na Bíblia, porém com diferentes elocuções verbais.
Exemplos:
• Mt. 9:18, 33 e 13:3: Jesus narrava tanto suas palavras à multidão como também em particular.
• Mt. 14:27: Neste caso a expressão era usada para indicar conversas privadas
Note que a palavra falar possui diversos significados. Seja qual for o motivo desta
restrição, pode haver a possibilidade de incluir em um sentido de falar em línguas e até mesmo profetizar
(ver os vv. 27, 29). Nesse caso, há a mesma possibilidade, pois o verbo falar desses dois versículos, são os
mesmos do verso 34, embora diversos comentaristas dizem que não se refere a profetizar e sim de fazerem
perguntas, enquanto outros o “ato de ensinarem”. Assim sucedem as diferentes opiniões.
Independente se a palavra lalein possa significar diversas formas de elocuções,
precisamos levar em consideração, que a mulher tinha que ficar em silêncio, não falar, por ser isso
vergonhoso para ela na igreja (ver trigésimo quinto versículo).
Portanto não falar, é não profetizar, não falar em público, não ensinar, caso o leitor se
interrogue nessas outras possibilidades apresentadas pelo verbo.
Ora, é evidente com base no texto, que Paulo transferia para a igreja cristã uma atitude
judaica. Ele acabava de regulamentar o uso dos dons de línguas e da profecia, e agora as normas a
respeito da exortação feminina precisavam ser destacadas em sua plenitude para colocar ordem e
descência no culto, vedando assim o direito de falar, que logicamente “não falando”, “não podiam também
profetizar”.
Não olvidemos que o apóstolo Paulo se referia às reuniões “oficiais” da igreja, mas ele
era favorável ao ministério feminino em outras esferas e ocasiões.
As declarações paulinas em I Cor. 14:34 e I Tim. 2:11 e 12, são um lado da moeda,
porque o próprio apóstolo Paulo na mesma carta no capítulo 11:5, faz uma alusão naquela época que
haviam mulheres que oravam e profetizavam, sem dúvida uma referência às mulheres, que em reuniões
públicas falavam a respeito das coisas divinas. Lucas em Atos 21:9 nos cientifica de que as quatro filhas de
Filipe profetizaram, nada mais que publicamente se tornarem portadoras das revelações de Deus.
Alguns estudiosos tem argumentado que essa atitude seria levada a efeito por mulheres
em reuniões menos importante, talvez privada, mas não diretamente associadas com a igreja, ou talvez ele
se referisse apenas ao falar privado das mulheres. Contudo apesar dessa ser uma interpretação possível,
quando muito, é dúbia, apesar das mulheres poderem ensinar certas coisas e profetizar (como se vê no
relato de Atos 21:9) [5] .
Portanto, certas coerências impostas por Paulo, é mediante as esferas e ocasiões
preferidas por ele.
Submissas, Sujeitas (upotasseqo/ai)
Há diversos textos que oferecem um significado parcial quanto ao significado das
mulheres serem submissas. “Submissas” , Paulo declara em relação aos maridos.
Tal indicação neste contexto histórico, seria a crença judaica de que as mulheres, devido
a sua parte na caída do homem em pecado, Deus a colocara em status de subordinação frente o seu
esposo (Gên. 3:6, 16; Ef. 5:22-24; I Tim. 2: 11-12; Tito 2:5; I Ped. 3:1, 5-5). Em alguns casos isto era levado
a sério demais. Muitas mulheres trocariam tudo em suas vidas e terem nascidas como homens.
A mudança da natureza do homem ocasionado pela entrada do pecado em sua vida,
terminou com a existência harmoniosa que a esposa, mulher, havia conhecido antes. Não convinha que o
homem e a mulher tivessem igual autoridade na condição de lugar, e Deus preferiu colocar sobre o homem
a responsabilidade maior de tomar as decisões em sua família e instruí-la. Embora isso não torne as
mulheres inferiores aos homens.
“Como Também a Lei o Determina”
É provável que o termo “lei” usado neste verso, se refira às escrituras do Antigo
Testamento, que eram interpretadas nas práticas judaicas.
As passagens bíblicas que podemos colocar em foco, seria Gn. 3:16 e Núm. 30:8-12,
indicando que a mulher deve depender totalmente de seu marido, por estar-lhe sujeita.
A mulher que desejasse falar em público, estaria passando uma idéia de usurpação de
autoridade em seu marido; e, mesmo que fosse solteira, usurpando a autoridade dos homens presentes.
Pode ser que o fato das mulheres, declarado em I Cor. 11, de não usarem o véu na igreja, indique um ato
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de revolta, querendo assim ser igual ao homem, de cabeça lisa podendo assim obter os mesmos direitos
nas assembléias.
Ora isso era reputado como uma afronta das piores para a dignidade da congregação,
segundo a mentalidade judaica porque para os judeus uma criança podia ler a lei, desde que fosse menino,
e uma mulher não podia fazer nem mesmo isso.
Para os judeus, o fato das mulheres tomarem uma boa posição nas assembléias, estaria
tomando a autoridade masculina sobre a feminina, declarando na lei os primórdios.
Temas Chaves
“Conservem-se as mulheres caladas nas igrejas...” Esse tem sido um tema muito
contestado por vários teólogos, e para isso temos que ter em vista alguns pontos importantes em conhecer
o modo de atuação destas mulheres.