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Três Olhares Wagner Raposo
Três Olhares Wagner Raposo
Três Olhares Wagner Raposo
O PERFIL DO ARTISTA
1814-1836
Jean-françois Millet nasceu na aldeia de Gruchy (1814), na Normandia, em uma rica
familia rural. Começou seu treinamento artístico ainda adolescente como aluno do
pintor de retratos Paul Dumouchel.
1837-1844
Millet mudou-se para Paris e passou dois anos na Escola de Belas-Artes estudando
com Paul Delaroche. Dedicado principalmente aos retratos e às pequenas cenas
pastorais, teve seu primeiro quadro aceito no Salão de Paris em 1848. Casou-se em
1841 com sua primeira mulher, Pauline-Virginie Ono, que faleceu poucos anos
depois.
1845-1859
Em meados da década de 1840, Millet conheceu em Paris vários artistas com
quem mais tarde se associaria na Escola de Barbizon, dentre os quais Constant
Troyon (1810-1865) e Narcisse Diaz (1807-1876).
Estabelecido em Barbizon em 1849, deu início a um produtivo período de criação de
paisagens e imagens do trabalho camponês. Sua tríade de quadros de camponeses
— O semeador (1850), os catadores e Angelus (1857-1859) — marca uma inflexão
em sua carreira, mesmo não tendo sido universalmente aclamada em sua época.
1860-1875
Mesmo tendo angariado uma clientela internacional na década de 1860, a situação
financeira de Millet foi incerta até pouco antes de sua obra tardia, menos polêmica,
foi inteiramente constituída de paisagens.
A ESCOLA DE BARBIZON
Jean-François Millet foi membro fundador da Escola de Barbizon, formada por
artistas que pintavam em estilo realista e produziam basicamente paisagens.
Estabelecido no vilarejo de Barbizon, perto de Fontainebleau, o grupo se inspirava
em seu entorno imediato, como em Charco às margens de uma floresta (abaixo), de
Théodore Rousseau. Empenhados em retratar mais naturalismo em suas obras,
eles o alcançavam com temas simples e rigorosa atenção aos detalhes. Foi uma
mudança consciente em pleno movimento romântico, dominante na época. Outros
artistas realistas importantes da Escola de Barbizon foram Jean-Baptiste-Camille
Corot e Charles-François Daubigny.
OS CATADORES 1857
JEAN FRANÇOIS MILLET 1814-1875
A Paisagem
Mestre da paisagem, Millet se distinguia por sua representação naturalista de cenas
rurais. Os catadores é uma idílica paisagem pastoral banhada pela cálida luz do pôr
do sol em nítido contraste com o trabalho estafante das três catadoras.
O Proprietário
O proprietário é o sujeito Isolado à direita, no fundo da tela, supervisionando a
colheita, montado em seu cavalo. Millet o retrata como uma figura embaçada e
inativa a distância, o que serve para destacar o esforço das catadoras trabalhando
em primeiro plano.
Respiga
O termo “respiga” se refere à atividade de coletar as sobras após a colheita. As três
mulheres são representadas nas três fases da respiga: procurar as espigas que
restaram recolhê-las e as amarrar num feixe. Millet passou 10 anos pesquisando o
tema da respiga, uma das principais ocupações dos camponeses franceses de
então. Ele conduz a atenção do observador para o trabalho das camponesas,
afastando-o da colheita do dono da terra.
Chapéus azuis e vermelhos
As cores fortes dos chapéus das camponesas se destacam contra a suave
paisagem dourada e seu matiz é realçado pela luz do sol poente. As manchas de
cores intensas atraem os olhos para as mulheres curvadas e acentuam sua estrita
atenção à terra. Os chapéus vermelhos e azuis e as mangas brancas trazem à
mente as cores da bandeira francesa um importante símbolo das lutas políticas da
França do século XIX.