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Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco

Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais


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LIÇÃO 06 – A SUTILEZA DAS IDEOLOGIAS CONTRÁRIAS À FAMÍLIA


3º TRIMESTRE DE 2022 (Gn 2.18-24)
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre alguns ataques que a família como instituição divina, vêm sofrendo das ideologias
anticristãs; veremos também, a definição e o conceito bíblico do que é a família de acordo com propósito do seu criador; e por fim,
destacaremos quais atitudes necessárias para a proteção da família tradicional.

I - DEFINIÇÕES DOS TERMOS IDEOLOGIA E FAMÍLIA

1.1 Definição da palavra ideologia. “A palavra ‘ideologia’ é composta pelos vocábulos gregos ‘eidos’, que indica ‘ideia’, e
‘logia’, com o sentido de ‘raciocínio’. Assim, ideologia significa qualquer conjunto de ideias que se propõe a orientar o
comportamento, a maneira de pensar e de agir das pessoas, seja individualmente, seja em sociedade. Em um sentido amplo, a
ideologia se apresenta como aquilo que seria ou é ideal para um determinado grupo” (BAPTISTA, 2018, p. 17 – grifo do autor).
Grosso modo a palavra ideologia denota uma “visão de mundo” ou “cosmovisão”, e encerra um conjunto de pensamentos e
doutrinas que são colocadas de alguma maneira, como padrão ideal a ser seguido” (SILVA, 2018, p. 19 – grifo nosso). O
lexicógrafo Antônio Houaiss (2001, p. 1565) define a palavra ideologia como: “ciência que tem como objetivo de estudo as ideias;
as quais refletem, racionalizam e defendem os interesses institucionais, sejam estes morais, religiosos, políticos ou econômicos”.

1.2 Definição de família. A nossa confissão de fé (2017, p. 203) diz que: a família é uma instituição criada por Deus,
imprescindível à existência, formação e realização integral do ser humano, sendo composta de pai, mãe e filho(s) - quando houver
- pois o Criador, ao formar o homem e a mulher, declarou solenemente: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e
apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24). Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança e os fez
macho e fêmea: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27),
demonstrando a sua conformação heterossexual. A diferenciação dos sexos visa à complementariedade mútua na união conjugal
(1Co 11.11), essa complementariedade mútua necessária à formação do casal e à procriação. Reconhecemos preservada a família,
quando, na ausência do pai e da mãe, os filhos permanecerem sob os cuidados de parentes próximos (Et 2.7,15; 1Tm 5.16).
Rejeitamos o comportamento pecaminoso da homossexualidade por ser condenada por Deus nas Escrituras, bem como qualquer
configuração social, que se denomine família, cuja existência se fundamente em prática, união ou qualquer conduta que atente
contra a monogamia e a heterossexualidade consoante o modelo estabelecido pelo Criador e ensinado por Jesus (Mt 19.6).

II - A GÊNESE DA FAMÍLIA
O livro do Gênesis além de falar do início de várias coisas, dentre elas a gênese (início) da família (Gn 1.26,27). Vejamos algumas
considerações sobre isto:

2.1 Deus fez o homem e a mulher. A Bíblia é clara em dizer que tanto o homem quanto a mulher foram feitos por Deus (Gn 1.27);
que ambos têm a “imagem e semelhança de Deus”; e, que a ambos foi dada a mesma ordem em relação a terra “e sujeitai-a; e
dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn 1.28).

2.2 Deus abençoou, os casou e ordenou que se multiplicassem. Ao criar a mulher, Deus trouxe-a a Adão e fez o casamento (Gn
2.22-24). Portanto, “o casamento é uma criação de Deus”. É dito também que Deus os abençoou (Gn 1.28-a). A palavra
“abençoou” do verbo “abençoar” no hebraico é “beraka” que significa: “o ato de conceder verbalmente boas coisas” (HARRIS,
2001, p. 221). Esta bênção sobre o casal significa: “Deus voltar inteiramente o Seu rosto de modo favorável para o beneficiário”
(KIDNER, 2001, p. 49). Em seguida o Senhor ordenou que eles se multiplicassem: “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse:
Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre
todo o animal que se move sobre a terra” (Gn 1.28).

2.3 Distinções entre o homem e a mulher. Além de diferenças genéticas, fisiológicas e emocionais, existem distinções de papéis
e diferenças funcionais entre o homem e a mulher, que foram estabelecidas pelo próprio Criador (Gn 2.15,18). Deus estabeleceu
que no casamento o homem fosse o cabeça da relação. A confirmação específica pelo Senhor da liderança de Adão se pode ver
claramente no fato de: o homem ter sido feito primeiro (Gn 1.26); porque lhe foi dada a tarefa de lavrar a terra (Gn 2.15); de
nomear os animais (Gn 2.19,20); ele próprio nomeou a esposa (Gn 2.23); e, foi chamado a responsabilidade quando pecou (Gn
3.9-12). Geisler (2010, p. 940) diz: “a ordem de autoridade no lar e na Igreja está baseada no fato e ordem da criação”. Quanto
a mulher, a Bíblia destaca que ela foi criada por causa do homem (1Co 11.8,9). O ideal divino ao criá-la era de que por meio dela:
(a) proporcionar companhia (Gn 2.18); (b) ajudá-lo nas suas tarefas (Gn 1.28); e, (c) gerasse filhos (Gn 1.27,28). Provérbios
descreve a mulher virtuosa como uma dona de casa inteligente, sob a autoridade de seu marido (Pv 31.10-31). Paulo e Pedro
ensinam que a mulher deve reconhecer a liderança do marido em submissão (Ef 5.22; Cl 3.18; 1Pe 3.1), e, exigem dos maridos
amor sacrificial e respeito para com a sua esposa (Ef 5.25; Cl 3.19; 1Pd 3.7). Os indivíduos que abandonaram de modo claro e
específico os papéis estabelecidos por Deus para cada sexo tiveram resultados desastrosos, que culminaram na ruína da família.
“Igualdade, distinção, complementaridade e submissão precisam ser mantidas em equilíbrio delicado” (KOSTENBERGER,
2011, p. 32).

III - IDEOLOGIAS CONTRÁRIAS À FAMÍLIA


Muitos ataques tem sido deflagrado contra à família como instituição divina. A palavra ataque refere-se a todo o investimento de
Satanás por meio da educação, do sistema político, da sociedade sem Deus, que tem como propósito destruir a família através das
ideologias anticristãs (2 Co 10.4-5; Cl 2.8; Tg 3.15). Vejamos alguns:

3.1 Banalização do divórcio. A mídia tem dado grande incentivo a prática do divórcio, consequentemente tornando-o prática
comum na sociedade. O princípio da “indissolubilidade do casamento” tem sido quebrado em grande escala a cada ano,
evidenciando a falta de temor a Deus e do verdadeiro amor e respeito que deve existir entre os casais. A natureza indissolúvel do
casamento vem desde a sua origem (Gn 2.24). Jesus disse que esse registro bíblico fala da indissolubilidade do casamento (Mt
19.5,6). O Mestre disse que somente a infidelidade pode legitimar um segundo casamento, o contrário configura em adultério (Mt
19.9). É bom destacar que Jesus nunca estimulou ou encorajou o divórcio. Portanto, o divórcio não deve ser a primeira opção no
caso de infidelidade conjugal, mas o perdão (Mt 18.21-35; Lc 17.4).

3.2 Dessacralização do leito conjugal. Desde a Queda, o sexo e a sexualidade têm sido deturpados. Por meio da mídia escrita,
televisiva e até de alguns ensinadores que se levantaram no cenário nacional, têm havido um ensinamento deturpado do ato conjugal
com práticas impuras e inconvenientes, sob o lema de que “dentro de quatro paredes vale tudo”. A Escritura, porém, nos mostra
que o sexo foi criado por Deus com propósitos elevados, saudáveis e benéficos para o ser humano, e por isso reprova severamente
práticas sexuais corrompidas, tais como: (a) adultério (Êx 20.14; Dt 5.18; Mt 5.27; Rm 13.9); e, (b) outras perversões, que são
próprias daqueles que não temem a Deus (Êx 20.17; 1 Co 6.19,20; 1 Pe 3.7). De modo que a advertência é: “Venerado seja entre
todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará” (Hb 13.4).

3.3 Secularização. Em alguns lares a espiritualidade da família está entrando em crise (Mt 24.12). A frieza e a mornidão espiritual
têm impedido que os membros da família vivam em comunhão com Deus (Ap 3.15,16). Isto se dá pelo fato de alguns lares, darem
pouca importância a oração, adoração e a leitura bíblica no seio familiar. Todavia, a Bíblia nos mostra o que devemos priorizar:
“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33); como sendo a
marca dos que de fato passaram pelo novo nascimento: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de
cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus” Cl 3.1).

3.4 Relativização. Nesta sociedade corrompida e perversa (Fp 2.15) em que o mundo jaz no maligno (I Jo 5.19), não é de se
estranhar que a humanidade viva uma inversão dos valores e dos padrões morais. Algumas famílias estão sendo destruídas por
novelas, séries iníquas, produzidas por pessoas distanciadas dos valores legitimamente cristãos, e pelas publicações que zombam
da Palavra de Deus (Is 5.20). A palavra de Deus, como regra de fé e prática do cristão, não admite posições relativistas, no que
concerne a moral ou a ética familiar (Sl 119.9,11,105; Jo 17.17).

IV - PROTEGENDO A FAMÍLIA DAS SUTILEZAS DE SATANÁS


Não podemos evitar que nossa família sofra investidas do diabo, mas podemos proteger a nossa família das suas astutas ciladas
(Ef 6.10,11). Vejamos como podemos proteger nossa família:
• Santificando o lar (Lv 20.26; 2Co 7.1; 1Ts 4.7);
• Praticando o culto doméstico regularmente (Dt 6.7-9);
• Mantendo uma vida de oração e jejum (Rm 12.12; Cl 4.2; 1Ts 5.17);
• Ensinando a Palavra de Deus no lar (Pv 22.6; At 5.42);
• Frequentando os cultos no templo assiduamente (2Cr 7.15,16; Sl 122.1);
• Vigiando em todo tempo (At 20.31; 1Co 16.13; Cl 4.2; 1Ts 5.6.10; 1Pd 5.8).

CONCLUSÃO
A Bíblia não fala somente da instituição da família, como também destaca quais os papéis que cada um dos membros que
a compõe deve exercer para que esta permaneça unida e espiritualmente firme diante dos ataques de Satanás. Devemos seguir e
cumprir a Palavra de Deus em todo o tempo, a despeito de todas as mudanças ocorridas na sociedade, pois, fazendo assim, seremos
abençoados: “Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor! (Sl 128.4).

REFERÊNCIAS
• BAPTISTA, Douglas. Valores cristãos. CPAD.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
• KOSTENBERGER, Andreas J. com JONES, David. Deus Casamento e Família. VIDA NOVA.
• KIDNER, Derek. Gênesis: introdução e comentário. CULTURA BÍBLICA.
• WIERSBE, W. W. Comentário Bíblico Expositivo NT. GEOGRÁFICA.

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