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Q2.

No capítulo Monumento e Monumento Histórico, a autora aponta várias situações dialéticas


em relação aos efeitos da exploração dos monumentos e à necessidade de sua conservação. Escolha
um trecho, transcreva e faça uma análise indicando se a conservação, no caso escolhido, está
apresentada como um entrave ao como desenvolvimento.

No texto o Autor expõe o significado de Monumento histórico como “qualquer artefato que
edificado por uma comunidade de indivíduos para se recordarem, ou fazer recordar outras gerações
de pessoas, acontecimentos, sacrifícios, tiros ou crenças.” ( (CHOAY, 2014, p. 17) destacando
desta forma a importância da conservação dos mesmos. No entanto, ele apresenta
alguns entraves apresentados por parte da população, um deles se diz respeito a
aparaência da cidade, arquitetos acreditam que certas construções não são bem vindas
para o embelezamento delas. Como podemos ver nas parte transcrita a seguir:

“sem recuar até à Antiguidade ou a Idade Média, e restringindo-os a França, bastar


recordar as centenas de igreja gótica destruídas nos séculos XVII e XVIII em nome do
“embelezamento” substituídas por edifícios barrocos ou clássicos. Pierre Patte, o
arquiteto de Luis XV, previa, no seu plano de melhoramento e embelezamento de Paris,
“deixar cair” todas as construções góticas. Mesmo os monumentos da Antiguidade, por
muito prestigiosos que fossem, não eram por isso poupados, tal como o famoso Palácio
da Tutela em Bordeaux, a partir do momento em que constituíssem um entrave aos
projectos de modernização das cidades e dos territórios.” (CHOAY, 2014, p. 15).

Além disso o autor também destaca alguns casos em que monumentos tiveram que ser
substituídos com o intuito de trazer desenvolvimento para a cidade. Confirmado no
seguinte trecho:

“Foi em nome do progresso técnico e social, da melhoria da qualidade de vida, que o


Teatro de Nîmes, elemento-chave de um conjunto neoclássico único nessa região, foi
substituído por um centro cultural polivalente.) (CHOAY, 2014, p. 15) “

QUESTÃO 3

“O monumento assemelha-se bastante a um universo cultural. Sob múltiplas formas, parece


estar presente em todos os continentes e em quase todas as sociedades, quer elas
possuam ou não escrita. O monumento, segundo os casos, recusa as inscrições ou acolhe-
as, tanto com parcimónia, como de forma liberal, por vezes até se cobrir com elas e
estimular uma deriva em direção a outras funções. Contudo, o papel do monumento,
entendido no seu sentido original, perdeu progressivamente a sua importância nas
sociedades ocidentais e tendeu a apagar-se, ao passo que a própria palavra adquiria outros
significados. Os léxicos atestam-no. Em 1689, Furetiére parece já conceder ao termo um
valor arqueológico, em detrimento do seu valor de memória: «Testemunho que nos resta de
qualquer grande potência ou grandeza dos séculos passados. As pirâmides do Egito, o
Coliseu, são belos monumentos da grandeza dos reis do Egito, da república romana.
»Alguns anos mais tarde, o Dictionnaire de lAcadémie (13) instala completamente o
monumento e a sua função de memória no presente, mas os seus exemplos traem, desta
feita, um deslize em direção a valores estéticos e de prestígio: «Monumento ilustre,
soberbo, magnífico, durável, glorioso». [...]
O esbatimento progressivo da função de memória do monumento tem, sem dúvida, muitas
causas. Evocarei apenas duas, ambas inscritas na longa duração. A primeira diz respeito ao
espaço crescente que as sociedades ocidentais concederam ao conceito de arte (16) a
partir do Renascimento. Antes disso, os monumentos, destinados a lembrar Deus aos
homens ou a sua condição de criaturas, exigia daqueles que os edificavam o trabalho mais
perfeito e mais bem conseguido, eventualmente a profusão da luz e o ornamento da
riqueza. Não se tratava de beleza. Ao conceder à beleza a sua identidade e o seu estatuto,
ao fazer dela o fim supremo da arte, o Quattrocento associava-a a quaisquer celebrações
religiosas e a todos os memoriais. Apesar de Alberti, que foi o primeiro teórico da beleza
arquitetônica, ter ele próprio conservado com fervor a noção original de monumento, iniciou,
no entanto, a substituição progressiva do ideal de beleza pelo ideal de memória.
A segunda causa reside no desenvolvimento, no aperfeiçoamento e na difusão de
memórias artificiais. Platão fez da escrita o seu venenoso paradigma (17). A hegemonia
memorial do monumento não foi, contudo, ameaçada antes de a imprensa fornecer à escrita
um poder sem precedentes na matéria.” (CHOAY, 2014, p. 18-20)

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