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Na série televisiva ‘’ Anne With An ‘’E’’, que ocorre no final do século XIX em Avonlea, Canadá,
uma garota, que tem suas emoções acinzentadas por ser órfã, não se conforma com esse
sofrimento e desenvolve o hábito da leitura para colorir, vide sua criatividade aguçada, a própria
história. Fora da ficção, o costume de ler ainda se faz um grande desafio no Brasil, vide a escassez
de leitores no país, o que gera a falta de pensamento crítico e cidadania. Destarte, é lícito afirmar
os motivos que contribuem com a manutenção desse cenário negativo.
Ademais, destaca-se que a queda cognitiva, relativa as últimas gerações, promove o baixo
índice de leitura no país. Nesse viés, de acordo com o neurocientista Michel Desmurget, pela
primeira vez na história os filhos, os chamados ‘’ nativos digitais’’, terão o QI (Quociente de
Inteligência) menor que o dos pais devido a ‘’ orgia digital’’ presente no cotidiano desses
indivíduos. Nesse contexto, infere-se que o excesso de exposição as telas desde tenra idade inibe
a capacidade de abstração (QI), o que influencia a falta de motivação para ler, uma vez que a
eficiência dessa atividade demanda altos níveis de imaginação. Logo, esse cenário dificulta o
exercício da leitura, o que corrobora o sedentarismo intelectual.
Portanto, nota-se a necessidade de medidas para resolver tal problemática, que decorre da
educação falha e da regressão cognitiva. Sendo assim, urge que o Estado incentive métodos de
aprendizagem escolar, que visem o desenvolvimento da interpretação de mundo do aluno, por
meio da capacitação dos professores, a fim de construir indivíduos que reconheçam a
importância do ato de ler. Assim, a cultura de ‘’ Anne’’ permeará a sociedade e promoverá um
corpo social mais crítico e inteligente.