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Brasil Colônia

histÓRia
BrASil
cOLôNia

2022
SUMÁRIO
AULA 1 • Pré-História Brasileira: origem e povos nativos do Brasil 4
EXERCÍCIOS AULA 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

AULA 2 • Grandes Navegações e a partilha do Novo Mundo 10


EXERCÍCIOS AULA 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

AULA 3 • Das Capitanias Hereditárias ao Governo Geral �������������������������� 16


EXERCÍCIOS AULA 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

QUESTÕES DE REVISÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

AULA 4 • O plantation açucareiro, a economia e a sociedade colonial 24


EXERCÍCIOS AULA 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

AULA 5 • Diáspora Africana e escravidão no Brasil 30


EXERCÍCIOS AULA 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

AULA 6 • A União Ibérica (1580-1640), a colonização francesa e holandesa


no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
EXERCÍCIOS AULA 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

QUESTÕES DE REVISÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
AULA 7 • Expansão Territorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
EXERCÍCIOS AULA 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

AULA 8 • Economia e sociedade mineradora ������������������������������������������������ 54


EXERCÍCIOS AULA 8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

AULA 9 • Revoltas Nativistas �������������������������������������������������������������������������� 62


EXERCÍCIOS AULA 9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

QUESTÕES DE REVISÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

AULA 10 • Revoltas Emancipacionistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72


EXERCÍCIOS AULA 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

AULA 11 • A vinda da família real para o Brasil e o Período Joanino 78


EXERCÍCIOS AULA 11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81

AULA 12 • A Independência do Brasil (1822) ���������������������������������������������� 84


EXERCÍCIOS AULA 12 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87

QUESTÕES DE REVISÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Pré-História Brasileira
AULA 1 OBJETIVOS DA AULA

• Compreender o processo de formação do território brasileiro por meio da


ocupação dos povos nativos;
• Identificar a separação linguística dos povos autóctones do Brasil;
• Caracterizar os diferentes grupos indígenas brasileiros e sua distribuição
pelo território brasileiro;
• Compreender o indígena enquanto sujeito histórico.

Habilidades Trabalhadas

• H1 • H9
• H5 • H15
• H7 • H18
• H8 • H23

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4 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


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Aula 1. Pré-História Brasileira: origem e povos nativos do Brasil

➢ Ocupação e Povoamento da América


• Teoria mais aceita: população não-autóctone → fluxos migratórios.
• 35-12 mil anos atrás: Glaciação → nível do mar cerca de 50 metros abaixo do
atual e Estreito de Bering unido em diversos momentos.
• Hipóteses de ocupação:
o diversidade linguística e o fóssil Luzia colocam em xeque a ideia de apenas
uma fonte migratória;
o Estreito de Bering (12 mil anos) – Ásia → América a pé;
o Hipótese malaio-polinésia – Pacífico → América de barco;
o Hipótese australiana – Pacífico Sul → América de barco.

➢ Brasil antes da Invasão


• Toda a região que compreende o
país já estava ocupada há 12 mil
anos.
• Estima-se que a população das
terras baixas da América do Sul
variava entre 1 e 8,5 milhões de
habitantes.
• A agricultura apareceu entre 3-4
mil anos atrás e passou a ser
praticada em todo o território
brasileiro por volta de 2 mil anos
atrás → nem todos os povos as
praticavam.
• Principais troncos linguísticos:
Tupi e Macro-Jê.
• A região amazônica era
densamente povoada→
vestígios de civilizações com
Estado burocratizado.
• Todas as regiões do Brasil eram
interligadas entre si e com
demais localidades da América
do Sul por meio de vastas rotas
comerciais.
EXERCÍCIOS AULA 1

1 – (Unicamp 2020) Na América Portuguesa do as fazendas e bens que possuem souberam falar,
século XVI, a política europeia para os indígenas também lhes houveram de ensinar a dizer como
pressupunha também a existência de uma política os papagaios, aos quais a primeira coisa que en-
indígena frente aos europeus, já que os Tamoios e sinam é: papagaio real para Portugal, porque tudo
os Tupiniquins tinham seus próprios motivos para querem para lá.
se aliarem aos franceses ou aos portugueses.
SALVADOR. F. V In: SOUZA, L. M. (Org.). História da vida
(Adaptado de Manuela Carneiro da Cunha, Introdução a uma privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América portu-
história indígena. São Paulo: Companhia das Letras/Fapesp, guesa. São Paulo: Cia. das Letras, 1997.
1992, p. 18.) As críticas desses cronistas ao processo de coloni-
zação portuguesa na América estavam relaciona-
Com base no excerto e nos seus conhecimentos das à
sobre os primeiros contatos entre europeus e indí-
genas no Brasil, assinale a alternativa correta. a) utilização do trabalho escravo.
b) implantação de polos urbanos.
a) A população ameríndia era heterogênea e os c) devastação de áreas naturais.
conflitos entre diferentes grupos étnicos ajuda- d) ocupação de terras indígenas.
ram a definir, de acordo com suas próprias lógi- e) expropriação de riquezas locais.
cas e interesses, a dinâmica dos seus contatos
com os europeus. 3 – (Upe-ssa 1 2017) Na bacia do Rio São Francisco,
b) O fato de Tamoios e Tupiniquins serem grupos nas paleolagoas conhecidas hoje como tanques,
aliados contribuiu para neutralizar as disputas foram achados ossos de animais extintos da fauna
entre franceses e portugueses pelo controle pleistocênica, que conviveram com o homem em
do Brasil, pelo papel mediador que os nativos diversas áreas da região, como Salgueiro e Alagoi-
exerciam. nha, em Pernambuco. Pesquisas mais recentes
c) Os indígenas, agentes de sua história, desde assinalaram, também, a presença de megafauna,
cedo souberam explorar as rivalidades entre os como o mastodonte e a preguiça-gigante, como é
europeus e mantê-los afastados dos seus con- o caso da Lagoa Uri de Cima em Salgueiro.
flitos interétnicos, anulando o impacto da pre-
sença portuguesa. MARTIN, Gabriela; PESSIS, Anne-Marie. Breve Panorama da
Pré-História do Vale do São Francisco no Nordeste do Brasil.
d) As etnias indígenas viviam em harmonia umas Revista FUMDHAMentos, Volume 1 – Número 10 – Ano 2013,
com as outras e em equilíbrio com a natureza. p. 14, adaptado.
Esse quadro foi alterado com a chegada dos
europeus, que passaram a incentivar os con- O trecho acima propõe uma leitura da História do
flitos interétnicos para estabelecer o domínio Brasil, que se caracteriza pela
colonial.
e) O Brasil abrigava uma etnia dividida em diver- a) presença essencial dos europeus no continente
sas tribos que partilhavam uma cultura e mo- americano.
dos de vida comum. b) inexistência de exemplares da megafauna em
território brasileiro.
2 – (Enem 2018) c) carência de estudos paleoantropológicos e sí-
TEXTO I tios arqueológicos no Nordeste.
d) antiguidade da presença humana no país, ante-
E pois que em outra cousa nesta parte me não rior à chegada dos portugueses.
posso vingar do demônio, admoesto da parte da e) existência de répteis de porte avantajado, po-
cruz de Cristo Jesus a todos que este lugar lerem, pularmente conhecidos como dinossauros.
que deem a esta terra o nome que com tanta so-
lenidade lhe foi posto, sob pena de a mesma cruz 4 – (Uem 2016) Sobre as populações que habita-
que nos há de ser mostrada no dia final, os acusar vam a América na época da chegada dos coloni-
de mais devotos do pau-brasil que dela. zadores europeus, assinale a(s) alternativa(s) cor-
reta(s).
BARROS, J. In: SOUZA, L M. Inferno atlântico: demonologia
e colonização: séculos XVI-XVIII. São Paulo: Cia. das Letras,
1993. 01) Nenhuma cultura nativa americana conhecia o
ferro, o arado, o vidro e a pólvora.
TEXTO II 02) Os chamados Tapuias do litoral do Brasil, os
Esquimós da América do Norte e os Charruas
E deste modo se hão os povoadores, os quais, por que viviam no Uruguai eram povos que prati-
mais arraigados que na terra estejam e mais ricos cavam uma agricultura diversificada e estavam
que sejam, tudo pretendem levar a Portugal, e, se em processo de sedentarização.

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EXERCÍCIOS AULA 1

04) Na região próxima ao litoral do atual território do e estratégico das populações indígenas, que
brasileiro, os tupi-guaranis eram povos nôma- desejavam tão somente ganhar a confiança dos
des que sobreviviam apenas da caça e da pesca viajantes europeus para obter lucros e fazer
e da coleta de frutos e raízes, desconhecendo alianças políticas para derrotar seus inimigos.
práticas agrícolas. e) Um relato sem valor histórico, pois está marca-
08) Na América Central e nos Andes existiam so- do por uma perspectiva eurocêntrica e precon-
ciedades divididas em classes sociais, com um ceituosa sobre os habitantes nativos do Brasil.
Estado estruturado, que impunha o pagamento
de tributos a um poder central. 6 – (Pucsp 2014) “Descoberto o Novo Mundo e
16) Face à escassez de fontes de proteínas (em instaurado o processo de colonização, começou a
razão das prolongadas secas não havia uma se desenrolar o embate entre o Bem e o Mal.”
grande quantidade de animais na América), o Laura de Mello e Souza. Inferno Atlântico. São
canibalismo fazia parte dos hábitos alimentares Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 22-23.
do conjunto de populações que habitavam o
continente na época da chegada dos primeiros Na percepção de muitos colonizadores portugue-
europeus. ses do Brasil, uma das armas mais importantes
utilizadas nesse “embate entre o Bem e o Mal”
A soma das alternativas corretas é era a

a) 09. a) retomada de padrões religiosos da Antiguidade.


b) 18. b) defesa do princípio do livre arbítrio.
c) 03. c) aceitação da diversidade de crenças.
d) 06. d) busca da racionalidade e do espírito científico.
e) 12. e) catequização das populações nativas.

5 – (Udesc 2015) Leia com atenção o fragmento 7 – (Uern 2013) Acerca dos povos “pré-colombia-
retirado da Carta de Pero Vaz de Caminha. nos” e dos habitantes do Brasil anteriores à colo-
nização, marque V para as afirmativas verdadeiras
“E quando veio ao Evangelho, que nos erguemos e F para as falsas.
todos em pé, com as mãos levantadas, eles [os
índios] se levantaram conosco e alçaram as mãos, ( ) Todos, sem exceção, já haviam estabelecido
ficando assim, até ser acabado; e então tornaram- uma organização política e social extremamen-
-se a assentar como nós. E quando levantaram a te estratificada, estamental e hierarquizada, ba-
Deus, que nos pusemos de joelhos, eles se pu- seada nos laços de parentesco.
seram assim todos, como nós estávamos com as ( ) Haviam sociedades agrícolas, sedentarizadas
mãos levantadas, e em tal maneira sossegados, e algumas nômades, que não dominavam a do-
que, certifico a Vossa Alteza, nos fez muita devo- mesticação de animais, o cultivo sistemático e
ção.” viviam, portanto, da caça e da coleta.
( ) Em algumas regiões específicas, a agricultu-
Pero Vaz de Caminha. In: OLIVIERI, A. C. e VILLA, M. A. ra se desenvolveu mais intensamente e o acú-
Crônicas do descobrimento. São Paulo: Ática, 1999, p. 23.
mulo de experiências culturais resultou numa
maior condição de desenvolvimento entre es-
Em relação à Carta de Caminha para o Rei de Por- sas populações.
tugal, pode-se dizer que é: ( ) No Brasil, o período inicial do processo de co-
lonização coincide, historicamente, com o pe-
a) Uma narrativa que projeta sobre as populações ríodo de sedentarização dos nativos e sua intro-
nativas uma visão de mundo cristão, como se dução ao mundo da agricultura e da pecuária,
o Brasil fosse uma espécie de paraíso edênico. anteriormente inexistentes.
b) Um relato imparcial sobre as populações indí-
genas, porque o autor narra exatamente o que A sequência está correta em
viu e viveu no Brasil.
c) Uma narrativa capaz de identificar a verdadeira a) V – F – V – F
essência das populações indígenas brasileiras b) V – F – F – V
que já conheciam o cristianismo, e traziam no c) V – F – V – V
seu íntimo um conhecimento prévio dos ensi- d) F – V – V – F
namentos pregados por Cristo a seus discípu- e) F – V – F – F
los.
d) Um relato que expressa total ignorância e des-
preparo do cronista sobre o caráter dissimula-

8 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


EXERCÍCIOS AULA 1

8 – (Unesp 2013)

[Os tupinambás] têm muita graça quando falam [...];


mas faltam-lhe três letras das do ABC, que são F,
L, R grande ou dobrado, coisa muito para se notar;
porque, se não têm F, é porque não têm fé em ne-
nhuma coisa que adoram; nem os nascidos entre os
cristãos e doutrinados pelos padres da Companhia
têm fé em Deus Nosso Senhor, nem têm verda-
de, nem lealdade a nenhuma pessoa que lhes faça
bem. E se não têm L na sua pronunciação, é porque
não têm lei alguma que guardar, nem preceitos para
se governarem; e cada um faz lei a seu modo, e ao
som da sua vontade; sem haver entre eles leis com
que se governem, nem têm leis uns com os outros.
E se não têm esta letra R na sua pronunciação, é
porque não têm rei que os reja, e a quem obede-
çam, nem obedecem a ninguém, nem ao pai o filho,
nem o filho ao pai, e cada um vive ao som da sua
vontade [...].

(Gabriel Soares de Souza. Tratado descritivo do Brasil em


1587, 1987.)

Os comentários de Gabriel Soares de Souza ex-


põem

a) a dificuldade dos colonizadores de reconhecer


as peculiaridades das sociedades nativas.
b) o desejo que os nativos sentiam de receber
orientações políticas e religiosas dos coloniza-
dores.
c) a inferioridade da cultura e dos valores dos por-
tugueses em relação aos dos tupinambás.
d) a ausência de grupos sedentários nas Américas
e a missão civilizadora dos portugueses.
e) o interesse e a disposição dos europeus de
aceitar as características culturais dos tupinam-
bás.

GABARITO AULA 1
01 - A 04 - A 07 - D
02 - E 05 - A 08 - A
03 - D 06 - E

9
Grandes Navegações e a partilha do Novo Mundo
AULA 2 OBJETIVOS DA AULA

• Relacionar a formação do Estado português ao seu pioneirismo nas Gran-


des Navegações;
• Analisar as motivações econômicas que levaram Portugal a se lançar no
mar;
• Compreender o périplo africano;
• Identificar a importância da carta de Pero Vaz de Caminha na construção
do imaginário da colonização brasileira.

Habilidades Trabalhadas

• H1 • H15
• H7 • H16
• H9 • H18

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10 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


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HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA 11


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História
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Aula 2. Grandes Navegações e a partilha do Novo Mundo

➢ Formação do Reino de Portugal de riquezas e metais preciosos.


• Contexto: Guerras de Reconquista – • Pioneirismo português:
expulsão dos muçulmanos da o Precoce centralização política
Península Ibérica. → concentração de riquezas;
• 1096: doação do Condado o Revolução de Avis → Estado
Portucalense ao nobre Henrique de atrelado aos interesses da
Borgonha pelo rei Afonso VI, de burguesia;
Leão.
o Localização geográfica;
• 1139: proclamada a independência
de Portugal por Afonso Henriques, o Desenvolvimento de tecnologia
iniciando a dinastia de Borgonha. naval → aperfeiçoamento da
caravela (nau), uso da bússola
• 1383 - Crise Sucessória: com a e astrolábio.
morte de dom Fernando, Castela
ameaça anexar Portugal e obtém • 1415: Tomada de Ceuta –
apoio da nobreza portuguesa. importante entreposto comercial
muçulmano → marco do início do
• 1383-1385: Guerra Civil – nobreza processo de expansão.
portuguesa e Castela x burguesia
mercantil e arraia miúda → vitória do
segundo grupo. ➢ Tratados Ibéricos
• 1385: imposição de dom João, da • Após concluir seu processo de
dinastia de Avis, ao trono português unificação, a Espanha se torna uma
pela burguesia. concorrente de Portugal na
• Revolução de Avis: investimentos expansão marítima.
estatais nas atividades marítimas → • 1480 – Tratado de Toledo: Espanha
formação da Escola de Sagres. dona das terras ao norte das Ilhas
Canárias e Portugal do sul.
➢ Expansão Portuguesa • 1493 – Bula Inter Coetera: terras
após 100 léguas oeste de Cabo
• Séc. XV: Recuperação econômica da Verde pertencentes a Espanha e as
Europa → reativação das rotas leste passam para o domínio
terrestres após os anos de peste e português.
guerras.
• 1494 – Tratado de Tordesilhas.
• O monopólio italiano sobre o
Mediterrâneo fez surgir a
necessidade de novos acessos ao
Oriente e novas fontes de obtenção
EXERCÍCIOS AULA 2

1 – (Unesp 2013)
a) teve início assim que os navegadores chegaram
[Os tupinambás] têm muita graça quando falam [...]; às novas terras.
mas faltam-lhe três letras das do ABC, que são F, b) projetou a hegemonia portuguesa no comércio
L, R grande ou dobrado, coisa muito para se notar; atlântico.
porque, se não têm F, é porque não têm fé em ne- c) enriqueceu a Metrópole com a descoberta de
nhuma coisa que adoram; nem os nascidos entre os metais preciosos.
cristãos e doutrinados pelos padres da Companhia d) atardou-se devido aos lucros auferidos com o
têm fé em Deus Nosso Senhor, nem têm verda- comércio oriental.
de, nem lealdade a nenhuma pessoa que lhes faça e) foi financiado pelos lucros gerados pelo comér-
bem. E se não têm L na sua pronunciação, é porque cio de especiarias.
não têm lei alguma que guardar, nem preceitos para
se governarem; e cada um faz lei a seu modo, e ao 3 – (Pucpr 2017) Leia o texto a seguir.
som da sua vontade; sem haver entre eles leis com
que se governem, nem têm leis uns com os outros.
E se não têm esta letra R na sua pronunciação, é
porque não têm rei que os reja, e a quem obede-
çam, nem obedecem a ninguém, nem ao pai o filho,
nem o filho ao pai, e cada um vive ao som da sua
vontade [...].

(Gabriel Soares de Souza. Tratado descritivo do Brasil em


1587, 1987.)

O texto destaca três elementos que o autor con-


sidera inexistentes entre os tupinambás, no final
do século XVI. Esses três elementos podem ser
associados, respectivamente,

a) à diversidade religiosa, ao poder judiciário e às


relações familiares. A primeira missa no Brasil é um momento em-
b) à fé religiosa, à ordenação jurídica e à hierarquia blemático do início da colonização portuguesa na
política. América, celebrada poucos dias após a chegada e
c) ao catolicismo, ao sistema de governo e ao res- desembarque dos portugueses na costa brasileira,
peito pelos diferentes. imortalizada pela narrativa na Carta de Pero Vaz de
d) à estrutura política, à anarquia social e ao des- Caminha e no óleo sobre tela de Victor Meirelles.
respeito familiar.
e) ao respeito por Deus, à obediência aos pais e à A ocupação de fato demorou um pouco mais a
aceitação dos estrangeiros. acontecer, dentre as razões para seu início, temos

2 – (Uefs 2018) O “coração” econômico da época, a) o aumento do comércio de especiarias com o


Veneza, tem cada vez mais dificuldades em as- Oriente, levando à maior necessidade de mer-
segurar a competitividade de seus produtos. Em cados consumidores.
1504, os navios venezianos já quase não encon- b) a descoberta de metais preciosos na colônia
tram pimenta em Alexandria. As especiarias desta portuguesa, acelerando o interesse da metró-
proveniência se revelam muito mais caras do que pole na exploração de sua colônia.
as que são encaminhadas da Índia portuguesa: a c) a probabilidade da tomada das terras por corsá-
pimenta embarcada pelos portugueses em Calicu- rios ingleses que vinham atrás do contrabando
te é quarenta vezes menos onerosa do que a que de escravos indígenas para outras colônias.
transita por Alexandria. d) a necessidade de tomar posse e defender suas
terras para evitar a vinda de exploradores sem
(Jacques Attali. 1492, 1991. Adaptado.) o conhecimento da coroa portuguesa.
As críticas desses cronistas ao processo de colonização portu- e) a construção das feitorias para armazenar pau-
guesa na América estavam relacionadas à -brasil e carregar navios, promovendo a migra-
ção de um grande contingente de portugueses
para povoar e cuidar das novas vilas.
O início da colonização efetiva do Brasil por Portu-
gal, historicamente condicionado pelos fatos refe- 4 – (Puccamp 2017) Do Brasil descoberto espera-
ridos pelo excerto, vam os portugueses a fortuna fácil de uma nova

13
EXERCÍCIOS AULA 2

Índia. Mas o pau-brasil, única riqueza brasileira de a) I e II


simples extração antes da “corrida do ouro” do iní- b) I e III
cio do século XVIII, nunca se pôde comparar aos c) I, II e III
preciosos produtos do Oriente. (...) O Brasil dos d) III e IV
primeiros tempos foi o objeto dessa avidez colo- e) IV e V
nial. A literatura que lhe corresponde é, por isso,
de natureza parcialmente superlativa. Seu protóti- 6 – (Fuvest 2020) A representação cartográfica a
po é a carta célebre de Pero Vaz de Caminha, o pri- seguir refere‐se à viagem de circunavegação, ini-
meiro a enaltecer a maravilhosa fertilidade do solo. ciada em Sanlúcar de Barrameda, na Andaluzia,
em 20 de setembro de 1519, e comandada pelo
(MERQUIOR, José Guilherme. De Anchieta a Euclides − Breve português Fernão de Magalhães, a serviço da mo-
história da literatura brasileira.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1977, p. 3-4)
narquia da Espanha. A despeito da repercussão da
viagem para o desenvolvimento dos conhecimen-
Comprova-se a formulação geral do texto dado, no tos náuticos e para a exploração do Oceano Pacífi-
que diz respeito aos nossos primeiros tempos, o co, Battista Agnese foi um dos poucos cartógrafos
seguinte segmento de um documento da nossa a registrar a empreitada de Magalhães.
história:

a) O estado de inocência substituindo o estado de


graça que pode ser uma atitude de espírito. O
contrapeso da originalidade nativa.
b) Pretendemos também focalizar a linha divisória
que nos põe do lado oposto dos demais estran-
geiros.
c) Contra as histórias do homem, que começam
no Cabo Finisterra. O mundo não datado. Não
rubricado. Sem Napoleão. Sem César.
d) Nem separatismo nem bairrismo. Precisamos
de uma articulação inter-regional. Elogio do
mucambo.
e) Águas são muitas; infindas. E em tal maneira
é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á
nela tudo, por bem das águas que tem.

5 – (Espcex (Aman) 2020) Muitos europeus acre- A representação cartográfica de Battista Agnese
ditavam que, em direção ao sul, o mar seria habi-
tado por monstros e estaria sempre em chamas. a) revelava a permanência das técnicas e sentidos
Se arriscassem cruzar o oceano Atlântico, à época simbólicos da cosmografia medieval, que orien-
conhecido como mar Tenebroso, iriam se deparar taram os navegadores ibéricos na época da ex-
com o fim do mundo. pansão ultramarina.
Mesmo assim, os portugueses se lançaram às b) estava vinculada aos dogmas cristãos e procu-
Grandes Navegações, no final do século XV. rava conciliar o registro da viagem de Fernão
de Magalhães com a perspectiva de Terra Plana
Considerando: ainda presente entre letrados cristãos.
c) estava baseada nos relatos dos navegadores,
I. A Tomada de Constantinopla pelos turcos oto- no acúmulo de conhecimentos acerca das rotas
manos; marítimas e em estimativas de distâncias a par-
II. A Criação da Companhia das Índias Ocidentais; tir de cálculos matemáticos e da planificação do
III. A existência de um poder centralizador e de um globo terrestre.
Estado unificado; d) apresentava o Oceano Pacífico em suas reais
IV. A descoberta da imensa mina de prata em Po- dimensões de acordo com o entendimento de
tosí pelos lusitanos; Fernão de Magalhães e de Cristóvão Colombo
V. A invenção da bússola pelos portugueses na e em desacordo com as perspectivas cristãs.
Escola de Sagres. e) estava assentada nos conhecimentos e detalha-
mentos geográficos bíblicos e nas formulações
Assinale abaixo a alternativa que apresenta as cau- cosmológicas de Ptolomeu, fundamentais para
sas que levaram à Expansão Marítima Portuguesa. o sucesso da viagem de Fernão de Magalhães.

14 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


EXERCÍCIOS AULA 2

7 – (Udesc 2012) “O século XVI assistiu à transi-


ção da geografia fantástica para a da experiência. a) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
Os relatos de viagem que surgiram neste perío- b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
do, portanto, estão impregnados pela mudança c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
na forma de ver e de descrever o mundo. [...] O d) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadei-
imaginário europeu quinhentista caracterizava-se ras.
pelo ‘fantástico’, pelo ‘maravilhoso’, pelo ‘prodi- e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
gioso’, pelo ‘monstruoso’, etc. Esse imaginário
aplicava-se ao remoto, ao distante, ao longínquo... 8 – (Fgv 2012) Leia o texto.
Quanto maior o afastamento da Europa civilizada,
maior também o ‘maravilhoso’! [...] O imaginário Após os primeiros contatos particularmente vio-
europeu foi transplantado para o novo mundo. Os lentos com a África negra, os portugueses viram-
seres e lugares fantásticos que existiram na Ásia e -se obrigados a mudar de política, diante da firme
na África, também passaram a existir na América”. resistência das populações costeiras. Assim, em-
penharam-se, principalmente, em ganhar a con-
STEIGLEDER, Carlos Geovane. Staden, Thevet e Léry. Olhares fiança dos soberanos locais. Os reis de Portugal
europeus sobre os índios e sua religiosidade. São Luís/MA:
EDUFMA, 2010, p. 23-50.
enviaram numerosas missões diplomáticas a seus
homólogos da África Ocidental. Assim, entre 1481
Analise as proposições considerando o contexto e 1495, D. João II de Portugal enviou embaixadas
histórico e as questões a ele referentes, aborda- ao rei do Futa, ao koi de Tombuctu e ao mansa do
das no excerto: Mali.
Duas missões diplomáticas foram enviadas ao
I. Os viajantes europeus do século XVI destaca- Mali, mostrando a importância que o soberano
vam, em seus relatos, a produção de um olhar português atribuía a esse país. A primeira partiu
eurocêntrico sobre os continentes africano, pelo Gâmbia, a segunda partiu do forte de Elmi-
asiático e americano. na. O mansa que as recebeu, Mahmüd era filho do
II. O contexto abordado pelo autor refere-se à Ida- mansa Ule (Wule) e neto do mansa Musã (...).
de Média. Os escritores medievais – em sua Madina Ly-Tall, O declínio do Império do Mali. In Djibril Tamsir
maioria pertencentes à Igreja Católica – escre- (editor), História geral da África, IV: África do século XII ao
viam histórias fantásticas sobre os lugares do XVI.
mundo, para além da Europa. Esses lugares
e os personagens que neles habitavam quase No contexto apresentado, o Império português
sempre eram caracterizados com elementos do mudou a sua estratégia política, pois
inferno, demônios e outros monstros fantásti-
cos. a) encontrou um povo que desconhecia o uso da
III. Ao escrever que “o século XVI assistiu à tran- moeda na prática comercial.
sição da geografia fantástica para a da expe- b) descobriu tribos que não passaram pelas eta-
riência”, o autor do excerto refere-se ao fato de pas do desenvolvimento histórico, como o feu-
que a ideia de uma geografia fantástica marca- dalismo.
da por mapas ilustrados de monstros marinhos c) reconheceu a presença de um Estado marcado
e abismos que informavam o “fim do mundo” por sólidas estruturas políticas.
passaria, aos poucos, a ser substituída por uma d) identificou a tendência africana em refutar to-
geografia marcada pela observação e experiên- das as influências externas ao continente.
cia de diferentes viajantes que se lançaram aos e) percebeu na África, em geral, a produção volta-
mares, no contexto da expansão marítima eu- da apenas para as trocas ritualísticas.
ropeia.
IV. Ao escrever que “Os seres e lugares fantásticos
que existiram na Ásia e na África, também pas-
saram a existir na América”, o autor do excerto
refere-se ao fato de que as viagens no contexto
da expansão marítima europeia acabaram tam-
bém fortalecendo as relações culturais nos dife-
rentes continentes, haja vista que os viajantes
não apenas levavam nativos americanos para a GABARITO AULA 2
Europa, mas também traziam asiáticos e africa-
01 - B 04 - E 07 - C
nos para o Brasil. 02 - D 05 - B 08 - C
03 - D 06 - C
Assinale a alternativa correta.

15
Das Capitanias Hereditárias ao Governo Geral
AULA 3 OBJETIVOS DA AULA

• Caracterizar o domínio português sobre o Brasil através do pacto colonial;


• Diferenciar as colônias portuguesas do modelo de colonização espanhol e
inglês;
• Analisar a opção pelo modelo de Capitanias Hereditárias e os acordos firma-
dos entre Portugal e Espanha para dividir o Novo Mundo;
• Compreender os motivos que levaram à falência do sistema de Capitanias
Hereditárias e à implantação do Governo Geral.

Habilidades Trabalhadas

• H1 • H8 • H16
• H5 • H9 • H18
• H7 • H15 • H23
• H15

VIDEO-AULA
IE
ESCANE
O
O CÓDIG

ANOTAÇÕES

16 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


DÊ UM APELIDO A ESSA AULA

ANOTAÇÕES
REVISÃO

RESUMO

HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA 17


matéria
História
prof
módulo Brasil Colônia Yasmin
x

Aula 3.. Das Capitanias Hereditárias ao Governo Geral

➢ Capitanias Hereditárias • Principais governadores gerais:


• 1530: Primeira expedição o Tomé de Souza (1549-1553) –
colonizadora comandada por Martin fundação de Salvador e
Afonso de Souza. chegada dos primeiros jesuítas;
• Coroa portuguesa sem recursos → o Duarte da Costa (1553-1558) –
colonização “terceirizada”. invasão francesa no Rio de
• Capitanias = faixas de terra de Janeiro;
largura variável que iam do litoral ao o M é m d e S á ( 1 5 5 8 - 1 5 72 ) .
meridiano de Tordesilhas. • Câmaras Municipais: órgãos de
• Comandadas pelo capitão donatário: poder local dominados pela
o Homens de origem nobre; aristocracia agrária.
o Recebiam o direito de explorar
e colonizar as Capitanias pela ➢ União Ibérica
Carta de Doação; • 1580-1640.
o Foral – direito de doar • Período em que Portugal foi
sesmarias e da hereditariedade incorporado pela Espanha.
do cargo, dever de pagar um
quinto de todo lucro obtido, de • Origem:
fundar vilas e exercer a justiça o 1578 - dom Sebastião morre
civil. sem deixar herdeiros → dom
• 1547: falência do sistema de Henrique, de idade avançada
Capitanias Hereditárias → falta de assumiu o trono;
recursos e dispersão. o 1580 – morte de dom Henrique
→ fim da dinastia de Avis.
➢ Governo Geral • 1580: Felipe II, rei da Espanha da
casa de Habsburgo assumiu o trono
• Estabelecido por Dom João III: durou português com o apoio do papa e
até 1719 até ser substituído pelo nobreza.
regime de Vice-Reinado.
• Nova geopolítica europeia: a casa de
• Promoveu a centralização da Habsburgo era a principal da Europa
administração portuguesa na e estava envolvida em diversos
colônia. conflitos e disputas de poder.
• Principais cargos: • Consequências para o Brasil:
o Provedor-mor – finanças e expansão territorial, e aumento
arrecadação de impostos; ataques de invasões estrangeiras.
o Ouvidor-mor – justiça;
o Governador Geral – extensão
do poder da Coroa →
administração e doação de
sesmarias.
EXERCÍCIOS AULA 3

1 – (Unesp 2019) O dia em que o capitão-mor Pe- cafeeira.


dro Álvares Cabral levantou a cruz [...] era a 3 de
maio, quando se celebra a invenção da Santa Cruz 3 – (Unesp 2018) Na colônia, a justiça era exercida
em que Cristo Nosso Redentor morreu por nós, e por toda uma gama de funcionários a serviço do
por esta causa pôs nome à terra que se encontra- rei. A violência, a coerção e a arbitrariedade foram
va descoberta de Santa Cruz e por este nome foi suas principais características. [...] Nas regiões
conhecida muitos anos. Porém, como o demônio em que a presença da Coroa era mais distante,
com o sinal da cruz perdeu todo o domínio que os grandes proprietários de terras exerciam con-
tinha sobre os homens, receando perder também siderável autoridade administrativa e judicial. No
o muito que tinha em os desta terra, trabalhou que sertão, os potentados impunham seus interesses
se esquecesse o primeiro nome e lhe ficasse o de à população livre.
Brasil, por causa de um pau assim chamado de cor
abrasada e vermelha com que tingem panos [...]. (Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil:
uma interpretação, 2008.)
(Frei Vicente do Salvador, 1627. Apud Laura de Mello e Souza.
O Diabo e a Terra de Santa Cruz, 1986. Adaptado.) Ao analisar o aparato judiciário no Brasil Colonial,
o texto
O texto revela que
a) identifica a isonomia e a impessoalidade na ad-
a) a Igreja católica defendeu a prática do extrati- ministração da justiça e seu embasamento no
vismo durante o processo de conquista e colo- direito romano.
nização do Brasil. b) explicita a burocratização do sistema jurídico
b) um esforço amplo de salvação dos povos nati- nacional e reconhece sua eficácia no controle
vos do Brasil orientou as ações dos mercadores interno.
portugueses. c) indica o descompasso entre as determinações
c) os nomes atribuídos pelos colonizadores às ter- da Coroa portuguesa e os interesses pessoais
ras do Novo Mundo sempre respeitaram moti- dos governadores-gerais.
vações e princípios religiosos. d) distingue o sistema oficial da dinâmica local e
d) o objetivo primordial da colonização portugue- atesta o prevalecimento de ações autoritárias
sa do Brasil foi impedir o avanço do protestan- em ambas.
tismo nas terras do Novo Mundo. e) diferencia as funções do Poder Judiciário e do
e) uma visão mística da colonização acompanhou Poder Executivo e caracteriza a ação autônoma
a exploração dos recursos naturais existentes e independente de ambos.
nas terras conquistadas.
4 – (Espcex (Aman) 2017) As relações entre a me-
2 – (Espm 2016) Quem vir na escuridade da noi- trópole e a colônia foram regidas pelo chamado
te aquelas fornalhas tremendas perpetuamente pacto colonial, sendo este aspecto uma das princi-
ardentes, o ruído das rodas, das cadeias, da gen- pais características do estabelecimento de um sis-
te toda da cor da mesma noite, trabalhando viva- tema de exploração mercantil implementado pelas
mente, e gemendo tudo ao mesmo tempo sem nações europeias com relação à América.
momento de tréguas, nem de descanso; quem vir
enfim toda a máquina e aparato confuso e estron- Com relação ao Brasil, do que constava este pac-
doso daquela Babilônia, não poderá duvidar, ainda to?
que tenha visto Etnas e Vesúvios, que é uma se-
melhança de inferno. a) As colônias só poderiam produzir artigos ma-
nufaturados.
(Padre Antonio Vieira. Citado por Lilia Schwarcz e Heloisa b) A produção agrícola seria destinada, exclusiva-
Starling in Brasil uma Biografia)
mente, à subsistência da colônia.
c) A produção da colônia seria restrita ao que a
A leitura do trecho deve ser relacionada com: metrópole não tivesse condições de produzir.
d) A colônia poderia comercializar a produção que
a) o trabalho indígena na extração do pau-brasil; excedesse às necessidades da metrópole.
b) o trabalho indígena na lavoura da cana-de-açú- e) Portugal permitiria a produção de artigos ma-
car; nufaturados pela colônia, desde que a matéria-
c) o trabalho de escravos negros africanos no en- -prima fosse adquirida da metrópole.
genho de cana-de-açúcar;
d) o trabalho de escravos negros africanos no ga- 5 – (Ucs 2016) Considere as seguintes afirmativas
rimpo, na mineração; sobre o Período Colonial brasileiro.
e) o trabalho de imigrantes italianos na lavoura

19
EXERCÍCIOS AULA 3

I. Os núcleos de povoamento, depois transforma- ( ) Os governos brasileiros da última década op-


dos em cidades, desde a expedição de Martim taram por uma política econômica de viés libe-
Afonso de Souza, em 1531, tornaram-se va- ral, afastando-se das práticas mercantilistas de
liosos instrumentos do sistema administrativo tendências intervencionistas.
brasileiro.
II. Três características básicas se complementa- A sequência que corresponde a ordem correta está
ram na exploração colonial do Brasil: economia representada na alternativa
voltada para o mercado externo, latifúndio e
escravidão. a) V – F – V – V – F.
III. A exploração econômica preferida pelos portu- b) V – F – F – V – F.
gueses no Brasil foi a produção manufatureira, c) F – V – F – F- V.
em função da abundância de matéria-prima. d) F – F – V – V – F.
e) F – V – V – V – F.
Das proposições acima,
7 – (Uff 2003) Segundo o historiador Sérgio Buar-
a) apenas I está correta. que de Holanda, vários aspectos estabeleceram
b) apenas II está correta. a diferença entre a colonização portuguesa - dos
c) apenas I e II estão corretas. “semeadores” - e a colonização espanhola - dos
d) apenas II e III estão corretas. “ladrilhadores”.
e) I, II e III estão corretas.
Identifique a opção que revela uma diferença ob-
6 – (Fepar 2016) Observe a figura abaixo e avalie servada no tocante à construção das cidades no
as afirmativas a seguir em V para as verdadeiras e Novo Mundo.
F para as falsas. a) As formas distintas de construção das cidades
no Novo Mundo derivaram do modo como a
Espanha concebeu a ideia renascentista de ho-
mem, o que fez seus navegadores, ao contrário
dos portugueses, considerarem os indígenas
americanos como seus pares.
b) As cidades portuguesas na Costa da América
tornaram-se feitorias por um acordo de não
concorrência firmado entre Espanha e Portugal,
expresso no Tratado de Tordesilhas, pelo qual
a Espanha ficou encarregada das áreas de mi-
neração.
c) As experiências comerciais na Ásia e na África
acentuaram o papel da circulação nas práticas
( ) O esquema mostra o funcionamento do pac-
mercantilistas de Portugal; por isso, as cidades
to colonial, envolvendo Estados europeus que
portuguesas da América eram feitorias, dife-
participaram dos descobrimentos marítimos e
rentemente das espanholas que combinavam
formaram colônias. Contudo, o sistema mer-
comércio e produção.
cantilista foi também aplicado por países que
d) As cidades portuguesas na América - feitorias -
não dispunham de colônias.
constituíram-se centros comerciais por influên-
( ) Nas colônias, os proprietários exerciam pode-
cia direta do modelo de Veneza e Florença. As
rosa influência no pacto colonial e provocavam,
cidades espanholas, por outro lado, tiveram
nas metrópoles, a formação dos preços dos
como modelo a experiência urbana manufatu-
produtos agropecuários e dos metais precio-
reira francesa.
sos.
e) As cidades portuguesas especializaram-se em
( ) O mercantilismo foi um conjunto de medidas
organizar a entrada de produtos agrícolas no
econômicas colocadas em prática por Estados
território colonizado, enquanto as espanholas
absolutistas, mas não formou uma escola eco-
atuaram como núcleos mercantis voltados para
nômica, a exemplo do liberalismo.
a criação de mercados consumidores de produ-
( ) A pauta das exportações brasileiras nos últi-
tos manufaturados da metrópole.
mos anos mostra a predominância de produtos
primários (as commodities), cujos preços são
8 – (Espcex (Aman) 2019) Do ponto de vista eco-
fixados no exterior. O quadro tem semelhan-
nômico, o sistema de capitanias, implantado em
ças com o que ocorria durante o pacto colonial,
1534, não alcançou os resultados esperados pelos
com o País importando bens industrializados e
portugueses. Entre as poucas capitanias que pro-
de grande valor agregado.

20 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


EXERCÍCIOS AULA 3

grediram e obtiveram lucros, principalmente com


a produção de açúcar, estavam as de

a) Rio Grande e Itamaracá.


b) São Vicente e Rio Grande.
c) Santana e Ilhéus.
d) Maranhão e Pernambuco.
e) São Vicente e Pernambuco.

GABARITO AULA 3
01 - E 04 - C 07 - C
02 - C 05 - C 08 - E
03 - D 06 - A

21
REVISÃO MODULAR

1 – (Uem 2015) Com relação ao início da coloniza- menta.


ção do Brasil, é correto afirmar que: d) variedade de hábitos culturais de europeus e in-
dígenas, ao expor diferenças nas vestimentas,
01) Devido ao fracasso da adoção da escravidão nos utensílios e na alimentação.
dos nativos, os portugueses adotaram o siste- e) harmonia plena com que se deram as relações
ma feudal como forma de dominação dos ín- entre conquistadores e conquistados, que se
dios brasileiros. identificaram facilmente.
02) As feitorias instituídas após o descobrimento
eram, ao mesmo tempo, um entreposto co- 3 – (Unesp 2020) Nem existia Brasil no começo
mercial e um estabelecimento de defesa. dessa história. Existiam o Peru e o México, no con-
04) As principais tribos indígenas brasileiras en- texto pré-colombiano, mas Argentina, Brasil, Chi-
contradas pelos colonizadores europeus eram le, Estados Unidos, Canadá, não. No que seria o
coletoras. Sendo assim, elas não praticavam a Brasil, havia gente no Norte, no Rio, depois no Sul,
agricultura como forma de sobrevivência. mas toda essa gente tinha pouca relação entre si
08) As primeiras relações comerciais estabelecidas até meados do século XVIII. E há aí a questão da
entre os índios do litoral da América Portuguesa navegação marítima, torna-se importante apren-
e os europeus assumiram a forma do escambo. der bem história marítima, que é ligada à geogra-
16) Assim como ocorria no Paraguai, os aldeamen- fia. [...] Essa compreensão me deu muita liberdade
tos ou as reduções foram uma estratégia utili- para ver as relações que Rio, Pernambuco e Bahia
zada pelos jesuítas para sujeitar os índios à lei tinham com Luanda. Depois a Bahia tem muito
civil e religiosa dos padres. mais relação com o antigo Daomé, hoje Benin, na
Costa da Mina. Isso formava um todo, muito mais
A soma das alternativas corretas é do que o Brasil ou a América portuguesa. [...]
Nunca os missionários entraram na briga para sa-
a) 24. ber se o africano havia sido ilegalmente escraviza-
b) 10. do ou não, mas a escravidão indígena foi embar-
c) 26. gada pelos missionários desde o começo, e isso
d) 5. também é um pouco interesse dos negreiros, ou
e) 14. seja, que a escravidão africana predomine. [...] A
escravização tem dois processos: o primeiro é a
2 – (Pucsp 2012) Mostraram-lhes um carneiro; não despersonalização, e o segundo é a dessocializa-
fizeram caso dele. Mostraram-lhes uma galinha; ção.
quase tiveram medo dela, e não lhe queriam por
mão. Depois lhe pegaram, mas como espanta-
dos. Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido,
confeitos, bolos, mel, figos-passa. Não quiseram
comer daquilo quase nada; e se provaram alguma
coisa, logo a lançavam fora. Trouxeram-lhes vinho
em uma taça; mal lhe puseram a boca, não gosta-
ram dele nada, nem quiseram mais.

“A carta de Pero Vaz Caminha”, maio de 1500. Extraído de


Dea Ribeiro Fenelon. 50 textos de história do Brasil. São Pau-
lo: Hucitec, 1986, p. 23.

O documento mostra um dos primeiros contatos


entre portugueses e nativos do atual Brasil. Pode-
mos dizer, entre outras coisas, que a carta, na sua
íntegra, demonstra a

a) superioridade técnica dos europeus em relação (Luiz Felipe de Alencastro. Entrevista a Mariluce Moura. “O
aos indígenas e os motivos de a conquista por- observador do Brasil no Atlântico Sul”. In: Revista Pesquisa
tuguesa não ter enfrentado resistência. Fapesp, no 188, outubro de 2011.)
b) necessidade de reeducar os hábitos dos indíge-
nas, cuja alimentação cotidiana era muito me- O texto estabelece a formação do Brasil a partir
nos diversificada que a dos conquistadores. da navegação marítima, o que implica reconhecer
c) importância da chegada dos portugueses ao a importância
continente americano, pois eles trouxeram me-
lhores alimentos e melhores hábitos de vesti- a) da imposição de uma lógica global de comércio

22 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


REVISÃO MODULAR

e da dissolução das fronteiras entre os territó-


rios colonizados na América.
b) do domínio colonial de Portugal sobre o litoral
africano e da intermediação espanhola no tráfi-
co escravagista.
c) do controle das rotas marítimas por navegado-
res italianos e da conformação do conceito geo-
gráfico de Ocidente.
d) da constituição do espaço geográfico do Atlân-
tico Sul e da relação estabelecida entre os con-
tinentes americano e africano.
e) do surgimento do tráfico de africanos escravi-
zados e das relações comerciais do Brasil com
a América espanhola.

4 – (Puccamp 2017) Do Brasil descoberto espera-


vam os portugueses a fortuna fácil de uma nova
Índia. Mas o pau-brasil, única riqueza brasileira de
simples extração antes da “corrida do ouro” do iní-
cio do século XVIII, nunca se pôde comparar aos
preciosos produtos do Oriente. (...) O Brasil dos
primeiros tempos foi o objeto dessa avidez colo-
nial. A literatura que lhe corresponde é, por isso,
de natureza parcialmente superlativa. Seu protóti-
po é a carta célebre de Pero Vaz de Caminha, o pri-
meiro a enaltecer a maravilhosa fertilidade do solo.

(MERQUIOR, José Guilherme. De Anchieta a Euclides − Breve


história da literatura brasileira.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1977, p. 3-4)

A colonização portuguesa, no século XVI, se valeu


de algumas estratégias para usufruir dos produtos
economicamente rentáveis no território brasileiro,
e de medidas para viabilizar a ocupação e adminis-
tração do mesmo. São exemplos dessas estraté-
gias e dessas medidas, respectivamente,

a) a prática do escambo com os indígenas e a ins-


tituição de vice-reinos, comarcas, vilas e fre-
guesias.
b) a implementação do sistema de plantation no
interior e a construção, por ordem da Coroa, de
extensas fortalezas e fortes.
c) a imposição de um vultoso pedágio aos navios
corsários de distintas procedências e a instala-
ção de capitanias hereditárias.
d) a introdução da cultura da cana-de-açúcar com
uso de trabalho compulsório e a instituição de
um governo geral.
e) o comércio da produção das missões jesuíticas
e a fundação da Companhia das Índias Ociden-
tais.

GABARITO REVISÃO
01 - C 03 - D
02 - D 04 - D

23
O plantation açucareiro, a economia e a socie-
dade colonial
AULA 4
OBJETIVOS DA AULA

• Identificar os fatores que levaram os portugueses a cultivar cana-de-


-açúcar na América Portuguesa;
• Caracterizar a vida nos engenhos, diferenciando as modalidades de fa-
zendeiros de cana da época colonial e os tipos de engenho;
• Destacar as outras atividades econômicas desenvolvidas na Colônia
durante os séculos XVI e XVII.

Habilidades Trabalhadas

• H3 • H8 • H15
• H5 • H9 • H18
• H7 • H13 • H23

VIDEO-AULA
IE
ESCANE
O
O CÓDIG

ANOTAÇÕES

24 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


DÊ UM APELIDO A ESSA AULA

ANOTAÇÕES
REVISÃO

RESUMO

HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA 25


matéria
História
prof
módulo Brasil Colônia Yasmin
x

Aula 4.. O plantation açucareiro, a


economia e a sociedade colonial
➢ Período Pré-Colonial
• 1500-1530.
• Exploração de pau-brasil:
o Instalação de feitorias em alguns pontos do litoral onde o pau-brasil era
estocado;
o Extração realizada por nativos por meio do escambo;
o Estanco régio – extração de pau-brasil era um monopólio da Coroa que
cedia direitos de exploração a particulares.

➢ Economia Açucareira
• A partir de 1530: açúcar como principal motivador econômico da colonização.
• Vantagens econômicas do açúcar:
o Conhecimento técnico prévio obtido no litoral africano;
o Condições de mercado favoráveis na Europa.
• Aliança com a Holanda:
o Portugal se encontrava numa situação de crise econômica devido ao declínio
do comércio de especiarias;
o Holandeses investiram na instalação de engenhos no Brasil e em troca
receberam o monopólio do refino e distribuição final do açúcar.
• Modelo produtivo: plantation → latifúndios monocultores cultivados por mão-de-
obra escrava com a produção voltada para o mercado externo.
• Unidade de produção: engenho → complexo formado pelo latifúndio agrícola,
instalações e equipamentos para o fabrico do açúcar, casa-grande, senzala,
capela, áreas de cultivo para o consumo interno e anexos dos agregados.
• Regiões produtoras: São Vicente e, posteriormente, Nordeste.
• Mão-de-obra: escrava → num primeiro momento houve a escravização de
nativos, mas logo foram substituídos por escravos africanos (atividade mais
lucrativa para a Coroa).
• Outras atividades econômicas: pecuária, drogas do sertão, tabaco, mandioca,
rapadura e aguardente.
• O “Ciclo do Açúcar” durou até meados do século XVII → a Holanda foi a principal
beneficiária dessa atividade.
EXERCÍCIOS AULA 4

1 – (Unioeste 2012) Sobre o processo de ocupação esse produto exemplifica historicamente a


e exploração da América Portuguesa e a relação
entre portugueses e as populações indígenas, é a) difusão de hábitos alimentares.
correto afirmar que b) disseminação de rituais festivos.
c) ampliação dos saberes autóctones.
a) apoiados em práticas como escambo e escra- d) apropriação de costumes guerreiros.
vização os portugueses conseguiram iniciar a e) diversificação de oferendas religiosas.
exploração do território brasileiro nas primeiras
décadas do século XVI. 4 – (Ufrgs 2019) Sobre as atividades econômicas
b) os portugueses não encontraram nenhuma e a mão de obra na América Portuguesa, entre os
resistência das populações nativas, as quais séculos XVI e XVII, é correto afirmar que a produ-
foram rapidamente civilizadas pela prática do ção
escambo.
c) sob a influência das ideias de Rousseau, os co- a) era voltada exclusivamente para o mercado
lonos portugueses respeitaram o modo de vida externo, restrita ao cultivo em plantations, e a
das várias sociedades nativas e promoveram mão de obra era exclusivamente de indígenas e
uma ocupação pacífica do Brasil. africanos escravizados.
d) uma das principais facilidades encontradas pe- b) era voltada para além do mercado externo, com
los portugueses na ocupação do território bra- diversas culturas ligadas ao mercado interno, e
sileiro foi a unidade linguística e cultural das a mão de obra era majoritariamente de escra-
populações nativas. vizados, mas com a presença de trabalhadores
e) a presença portuguesa no Brasil não provocou livres.
alterações na diversidade e na demografia das c) era voltada exclusivamente para o mercado
populações nativas. interno, através do cultivo de itens de subsis-
tência, e a mão de obra era exclusivamente de
2 – (Puccamp 2017) A chegada dos colonizadores indígenas e africanos escravizados.
portugueses ao Brasil foi narrada na carta de Pero d) não se resumia ao mercado externo, com diver-
Vaz de Caminha, à qual se seguiram as seguintes sas culturas voltadas ao mercado interno, e a
expressões culturais nos primeiros momentos de mão de obra era exclusivamente de indígenas e
nossa história: africanos escravizados.
e) era voltada exclusivamente para o mercado
a) Formação de academias literárias e propagação externo, restrita ao cultivo em plantations, e a
de um ideário nacionalista. mão de obra era majoritariamente de escravi-
b) Maturação de um autêntico sistema literário e zados, mas com a presença de trabalhadores
formação de grêmios republicanos. livres.
c) Correspondência de viajantes e documentação
das riquezas naturais. 5 – (Fgv 2017) O que queremos destacar com isso
d) Abertura dos portos às nações amigas e conso- é que o tráfico atlântico tendia a reforçar a natu-
lidação da imprensa. reza mercantil da sociedade colonial: apesar das
e) Catequese promovida pelos jesuítas e consoli- intenções aristocráticas da nobreza da terra, as
dação dos ideais emancipacionistas. fortunas senhoriais podiam ser feitas e desfeitas
facilmente. Ao mesmo tempo, observa-se a ascen-
3 – (Enem 2019) O processamento da mandioca são dos grandes negociantes coloniais, fornecedo-
era uma atividade já realizada pelos nativos que res de créditos e escravos à agricultura de exporta-
viviam no Brasil antes da chegada de portugueses ção e às demais atividades econômicas. Na Bahia,
e africanos. Entretanto, ao longo do processo de desde o final do século XVII, e no Rio de Janeiro,
colonização portuguesa, a produção da farinha foi desde pelo menos o início do século XVIII, o tráfico
aperfeiçoada e ampliada, tornando-se lugar-co- atlântico de escravos passou a ser controlado pe-
mum em todo o território da colônia portuguesa na las comunidades mercantis locais (...).
América. Com a consolidação do comércio atlânti-
co em suas diferentes conexões, a farinha atraves- João Fragoso et alii. A economia colonial brasileira (séculos
XVI-XIX), 1998.
sou os mares e chegou aos mercados africanos.

BEZERRA, N. R. Escravidão, farinha e tráfico atlântico: um O texto permite inferir que


novo olhar sobre as relações entre o Rio de Janeiro e Bengue-
la (1790-1830). Disponível em: www.bn.br. Acesso em: 20 a) o tráfico atlântico de escravos prejudicou a eco-
ago. 2014 (adaptado).
nomia colonial brasileira porque uma enorme
quantidade de capitais, oriunda da produção
Considerando a formação do espaço atlântico, agroindustrial, era remetida para a África e para

27
EXERCÍCIOS AULA 4

Portugal. porões dos navios holandeses, que acabaram


b) as transações comercias envolvendo a África por assumir parte substancial do tráfego entre
e a América portuguesa deveriam, necessaria- Brasil e Europa;
mente, passar pelas instâncias governamentais d) os portugueses mantiveram um rigoroso mo-
da Metrópole, condição típica do sistema colo- nopólio sobre o processo de produção e refi-
nial. nação do açúcar, só permitindo a participação
c) a monopolização do tráfico negreiro nas mãos de estrangeiros na comercialização do produto;
de comerciantes encareceu essa mão de obra e e) para implantação da indústria canavieira no Bra-
atrasou o desenvolvimento das atividades ma- sil, o projeto colonizador luso precisava contar
nufatureiras nas regiões mais ricas da América com mão de obra compulsória e abundante,
portuguesa. dada a extensão do território e por isso sempre
d) as rivalidades econômicas e políticas entre fi- privilegiou a utilização dos nativos, cuja captura
dalgos e burgueses, no espaço colonial, impe- proporcionava grandes lucros para a coroa.
diram o crescimento mais acelerado da produ-
ção de outras mercadorias além do açúcar e do 7 – (Unirio 2009) “Seria conveniente que os nos-
tabaco. sos lavradores simultaneamente dividissem a sua
e) nem todos os fluxos econômicos, durante o indústria e não se ocupassem de um só ramo,
processo de colonização portuguesa na Amé- fazendo por consequência dar-lhe queda mortal.
rica, eram controlados pela Coroa portuguesa, Aqueles que primeiro se aplicassem a esses diver-
revelando uma certa autonomia das elites co- sos objetos seriam felizes”.
loniais em relação à burguesia metropolitana.
WERNECK, Francisco Peixoto Lacerda. Memória para a Funda-
ção de uma Fazenda de Café na província do RJ. 1847.
6 – (Espm 2019) A primeira vez que se mencionou
o açúcar e a intenção de implantar uma produção
desse gênero no Brasil foi em 1516, quando o rei A afirmativa escrita em 1847 pelo Barão de Pati do
D. Manuel ordenou que se distribuíssem macha- Alferes, grande fazendeiro de café no Rio de Ja-
dos, enxadas e demais ferramentas às pessoas neiro, critica uma característica das estruturas de
que fossem povoar o Brasil e que se procurasse produção desenvolvidas no Brasil desde o início da
um homem prático e capaz de ali dar princípio a colonização. A característica criticada é:
um engenho de açúcar. Os primeiros engenhos
começaram a funcionar em Pernambuco no ano de a) a produção diversificada para atender ao cres-
1535, sob a direção de Duarte Coelho. A partir daí cente consumo de alimentos do mercado eu-
os registros não parariam de crescer: quatro esta- ropeu.
belecimentos em 1550; trinta em 1570, e 140 no b) a expansão limitada da produção favorecida
fim do século XVI. A produção de cana alastrava-se pela disponibilidade de mão de obra de custo
não só numericamente como espacialmente, che- baixíssimo – o escravo.
gando à Paraíba, ao Rio Grande do Norte, à Bahia c) o caráter especializado da agricultura desenvol-
e até mesmo ao Pará. Mas foi em Pernambuco e vida em articulação com o comércio atlântico da
na Bahia, sobretudo na região do recôncavo baia- época moderna.
no, que a economia açucareira de fato prosperou. d) a elevada produtividade consequente à introdu-
Tiveram início, então, os anos dourados do Brasil ção intensa de recursos tecnológicos, possibili-
da cana, a produção alcançando 350 mil arrobas no ta pela acumulação de capital na colônia.
final do século XVI. e) a associação entre a produção agrícola e a nas-
cente indústria, ambas vinculadas à organiza-
(Lilia M. Schwarcz. Brasil: uma Biografia) ção escravista da produção.

A partir do texto e considerando a economia açu- 8 – (Mackenzie 2017) No Brasil do século XVI, a
careira e a civilização do açúcar, é correto assinalar: sociedade tinha, no engenho, o centro de sua or-
ganização.
a) a cana de açúcar era um produto autóctone, ou
seja, nativo do Brasil e gradativamente foi cain- Assinale a alternativa que NÃO atesta a importân-
do no gosto dos portugueses e dos europeus, a cia do engenho no período colonial.
partir do século XVI;
b) a produção e comercialização do açúcar ocor- a) A grande propriedade era monocultora e tam-
reram sob a influência do livre-cambismo em bém escravocrata, voltada para o mercado ex-
que se baseou o empreendimento colonial por- terno, sendo a montagem da estrutura de pro-
tuguês; dução açucareira, um empreendimento de alto
c) a metrópole estabeleceu o monopólio real, po- custo.
rém a comercialização do açúcar passou para os b) Os senhores de engenhos, por serem proprie-

28 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


EXERCÍCIOS AULA 4

tários de terras e escravos, detinham o poder


político e controlavam as Câmaras Municipais,
sendo denominados de “homens bons”, esten-
dendo tal poder para o interior de sua família.
c) Alguns engenhos funcionavam como unidades
de produção autossuficientes, pois além de ofi-
cinas para reparos de suas instalações, produ-
ziam alimentos necessários à sobrevivência de
seus moradores.
d) No engenho também havia alguns tipos de
trabalhadores assalariados, como o feitor, o
mestre de açúcar, o capelão ou padre, que se
sujeitavam ao poder e à influência do grande
proprietário de terras.
e) Os grandes engenhos contavam com toda a in-
fraestrutura não apenas para atender às neces-
sidades básicas de sobrevivência, mas voltadas
à atividade intelectual que tornava o engenho
centro de discussões comerciais.

GABARITO AULA 4
01 - A 04 - B 07 - C
02 - C 05 - E 08 - E
03 - A 06 - C

29
Diáspora Africana e escravidão no Brasil
AULA 5 OBJETIVOS DA AULA

• Compreender a origem da estrutura social da colônia portuguesa;


• Relacionar o processo de miscigenação racial ao domínio e extermínio
dos povos indígenas;
• Relacionar a segregação racial à estrutura social da colônia;
• Compreender a opção pela escravização de africanos e não de indíge-
nas;
• Destacar as várias formas de resistência praticadas pelos escravizados,
em especial a formação de Quilombos.

Habilidades Trabalhadas

• H3 • H8 • H14 • H18
• H5 • H9 • H15 • H23
• H7 • H13

VIDEO-AULA
IE
ESCANE
O
O CÓDIG

ANOTAÇÕES

30 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


DÊ UM APELIDO A ESSA AULA

ANOTAÇÕES
REVISÃO

RESUMO

HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA 31


matéria
História
prof
módulo Brasil Colônia Yasmin
x

Aula 5. Diáspora Africana e escravidão no Brasil

➢ Características Gerais
• Patriarcal, aristocrática, escravagista e
rigidamente hierarquizada.
• Camadas socias determinadas pela
riqueza e cor da pele do indivíduo →
sistema racista.
• Fortemente marcada pelo clientelismo.

➢ Escravos africanos
• Diáspora Africana: imigração forçada por fins escravagistas de milhões de
africanos dentre os séculos XVI e XIX.
• Obtenção de escravos realizada por meio de acordos comerciais entre europeus e
tribos africanas.
• Costa Atlântica da África como principal ponto de venda de escravos.
• Transporte em navios negreiros → mortalidade de 50% da tripulação.
• Escravos de uma mesma tribo, família ou etnia eram separados para evitar uma
articulação ou união entre os mesmos.
• Tipos de escravos:
o De campo ou de eito → escravos que trabalhavam nas lavouras
monocultoras ou nas minas;
o Domésticos → escravos que trabalhavam na casa-grande (amas de leite,
cozinheiras etc.);
o De ganho → escravos que trabalhavam nos centros urbanos
comercializando ou vendendo sua força de trabalho para o senhor.
• Senzalas: alojamentos dos escravos.
• Pelourinho: tronco e forca utilizados para castigar os escravos → em frente às
senzalas.
• Formas de resistência: suicídio, sincretismo religioso, fugas e quilombos.
EXERCÍCIOS AULA 5

1 – (Ucs 2015) O Período Colonial da história bra- 3 – (Ufpr 2018) Leia o texto abaixo:
sileira teve início em 1500, com a oficialização da
posse do território pela coroa portuguesa e encer- [...] O quilombo aparecia onde quer que a escravi-
rou-se em 1822, com a independência política do dão surgisse. Não era simples manifestação tópi-
Brasil. ca. Muitas vezes, surpreende pela capacidade de
organização, pela resistência que oferece; destruí-
Sobre esse Período, é correto afirmar que do parcialmente dezenas de vezes e novamente
aparecendo, em outros locais, plantando a sua
a) a atividade econômica de 1500 a 1530 era nula roça, constituindo suas casas, reorganizando a sua
e ficou conhecida como Pré-Colonial, pois o ter- vida social e estabelecendo novos sistemas de de-
ritório impunha muitas dificuldades, e os portu- fesa. O quilombo não foi, portanto, apenas um fe-
gueses davam enorme atenção ao Oriente. nômeno esporádico. Constituía-se em fato normal
b) a primeira forma da administração colonial foi dentro da sociedade escravista. Era reação organi-
o Governo Geral, cujo governador era indicado zada de combate a uma forma de trabalho contra a
diretamente pelo rei de Portugal que escolhia qual se voltava o próprio sujeito que a sustentava.
entre a nobreza da corte a pessoa mais indicada
para assumir tão importante posto. (MOURA, Clóvis. Rebeliões da Senzala. Editora Conquista, Rio
de Janeiro, 1972, p. 87.)
c) a exploração econômica preferida pelos portu-
gueses foi a produção manufatureira, em fun-
ção da abundância de matérias-primas, que A respeito da história dos quilombos no Brasil,
viabilizavam a produção em grande escala e a considere as seguintes afirmativas:
baixo custo.
d) algumas características básicas se complemen- 1. Foi uma forma de organização dos escravos li-
taram na exploração colonial do Brasil, entre bertos, que não encontraram lugar na socieda-
elas: latifúndio, monocultura, escravidão, eco- de brasileira pós-abolição.
nomia voltada para o comércio externo e mo- 2. O quilombo marcou sua presença durante todo
nopólio comercial português. o período escravista, existindo praticamente
e) as principais cidades foram construídas no li- em toda a extensão do território nacional.
toral brasileiro, pois a estrutura econômica 3. Sua estrutura social respondia a uma lógica par-
agroexportadora inviabilizou qualquer tipo de ticularmente militar, que visava desestabilizar a
ocupação fora dessa área. Assim, o interior do estrutura social dos senhores de escravos.
território brasileiro ficou abandonado durante 4. A quilombolagem se constituiu na unidade bá-
todo o Período Colonial. sica de resistência, fruto das contradições es-
truturais do sistema escravista, e sua dinâmica
2 – (Espm 2018) Em 1549 o rei D. João III decidiu, refletia a negação desse sistema.
sem abolir o sistema de capitanias hereditárias,
instituir um novo regime. Assinale a alternativa correta.
Acompanhado por quatrocentos soldados, seis-
centos degredados, seis jesuítas e muitos mecâni- a) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
cos, partiu de Lisboa o primeiro governador-geral, b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
Tomé de Souza, que aportou à baía de Todos-os- c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
-Santos em fins de março de 1549. d) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
Com o governador chegaram também o ouvidor- e) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
-geral, Pero Borges e o provedor-mor, Antônio Ca-
ridoso de Barros. 4 – (Enem 2018) Outra importante manifestação
das crenças e tradições africanas na Colônia eram
(Capistrano de Abreu. Capítulos de História Colonial) os objetos conhecidos como “bolsas de mandin-
ga”. A insegurança tanto física como espiritual ge-
O ouvidor-geral e o provedor-mor desempenha- rava uma necessidade generalizada de proteção:
vam, respectivamente, funções de: das catástrofes da natureza, das doenças, da má
sorte, da violência dos núcleos urbanos, dos rou-
a) defesa – administração civil; bos, das brigas, dos malefícios de feiticeiros etc.
b) justiça – fazenda; Também para trazer sorte, dinheiro e até atrair
c) fazenda – defesa; mulheres, o costume era corrente nas primeiras
d) administração militar – justiça; décadas do século XVIII, envolvendo não apenas
e) administração da capital – vereança. escravos, mas também homens brancos.

CALAINHO, D. B. Feitiços e feiticeiros. In: FIGUEIREDO, L.


História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Pala-

33
EXERCÍCIOS AULA 5

vra, 2013 (adaptado). 6 – (Pucpr 2018) Observe a obra O Jantar de De-


bret.
A prática histórico-cultural de matriz africana des-
crita no texto representava um(a)

a) expressão do valor das festividades da popula-


ção pobre.
b) ferramenta para submeter os cativos ao traba-
lho forçado.
c) estratégia de subversão do poder da monar-
quia portuguesa.
d) elemento de conversão dos escravos ao catoli-
cismo romano.
e) instrumento para minimizar o sentimento de
desamparo social.
A sociedade patriarcal brasileira retratada na ima-
5 – (Unicamp 2019) Entre os séculos XVII e XVIII, gem tem como características
o nheengatu se tornou a língua de comunicação
interétnica falada por diversos povos da Amazônia. a) a mobilidade social presente nas regiões açu-
Em 1722, a Coroa exortou os carmelitas e os fran- careiras e mineradoras, em que os escravos
ciscanos a capacitarem seus missionários a fala- poderiam receber ou comprar sua liberdade e
rem esta língua geral amazônica tão fluentemente serem aceitos pelo status quo desde que esta-
como os jesuítas, já que em 1689 havia determina- belecidos como proprietários de terras ou ne-
do seu ensino aos filhos de colonos. gócios.
b) a herança cultural portuguesa e muçulmana,
(Adaptado de José Bessa Freire, Da “fala boa” ao português
na Amazônia brasileira. Ameríndia, Paris, n. 8, 1983, p.25.) presenciada no âmbito privado e não no públi-
co, em que o patriarca era o chefe da família,
Com base na passagem acima, assinale a alterna- visto que a Península Ibérica já havia sido de
tiva correta. domínio mouro.
c) o controle dos grandes fazendeiros sobre suas
a) Os jesuítas criaram um dicionário baseado em terras e regiões vizinhas, mais tarde observado
línguas indígenas entre os séculos XVI e XIX, também no coronelismo, modelo político com-
que foi amplamente usado na correspondência batido após a Proclamação da República.
e na administração colonial nos dois lados do d) a extensão do poder do senhor de engenho não
Atlântico. somente sobre sua propriedade e empregados,
b) O texto permite compreender a necessidade de mas também sobre sua família e a região ao
o colonizador português conhecer e dominar a redor de suas terras.
língua para poder disciplinar os índios em toda e) a centralização na figura do pai, chefe não so-
a Amazônia durante o período pombalino e no mente da família, mas dos negócios e da polí-
século XIX. tica local, padrão do nordeste açucareiro entre
c) O aprendizado dessa língua associava-se aos os séculos XVI e XVII, e do sudeste nos séculos
projetos de colonização, visando ao controle da XVIII e XIX.
mão de obra indígena pelos agentes coloniais,
como missionários, colonos e autoridades. 7 – (Fgv 2018) Como a sociedade do reino e as
d) O texto revela que a Amazônia era habitada dos núcleos mais antigos de povoamento – a de
apenas por uma etnia. Pernambuco, Bahia ou São Paulo – seguiam, em
e) A experiência do nheengatu desapareceu no Minas, os princípios estamentais de estratificação,
processo de exploração da mão de obra indí- ou seja, pautavam-se pela honra, pela estima, pela
gena na Amazônia e em função da interferência preeminência social, pelo privilégio, pelo nasci-
da Coroa, que defendia o uso da língua portu- mento. A grande diferença é que, em Minas, o di-
guesa. nheiro podia comprar tanto quanto o nascimento,
ou “corrigi-lo”, bem como a outros “defeitos” (...)
Como rezava um ditado na época, “quem dinheiro
tiver, fará o que quiser”.

(Laura de Mello e Souza. Canalha indômita. Revista de História


da Biblioteca Nacional, ano 1, nº 2, ago. 2005. Adaptado)

No Brasil colonial, tais “defeitos” referem-se

34 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


EXERCÍCIOS AULA 5

e) devido à influência da religiosidade na realiza-


a) aos que fossem acusados pelo Tribunal da San- ção das festas, a Igreja Católica ocupava lugar
ta Inquisição e aos que estivessem na Colônia de destaque na colônia, isso fez os elementos
sem a permissão do soberano português. da cultura africana e indígena associados à reli-
b) ao exercício de qualquer prática comercial des- gião desaparecerem.
vinculada da exportação e à condição de não
ser proprietário de terras e escravos.
c) aos que explorassem ilegalmente o trabalho
compulsório dos indígenas e aos colonos que
não fizessem parte de alguma irmandade reli-
giosa.
d) aos colonos que se casavam com pessoas vin-
das da Metrópole e aos que afrontassem, por
qualquer meio, os chamados “homens bons”.
e) aos de sangue impuro, representados pela
ascendência moura, africana ou judaica, e aos
praticantes de atividades artesanais ou relacio-
nadas ao pequeno comércio.

8 – (Fac. Pequeno Príncipe - Medici 2018) A re-


ligiosidade foi um dos aspectos que marcou pro-
fundamente a colonização da América portuguesa.
Com os colonizadores, vieram os primeiros padres
jesuítas, imbuídos da missão de evangelizar os
indígenas, convertendo-os à fé cristã. Além dos
jesuítas, outras ordens religiosas, como os domi-
nicanos, beneditinos e franciscanos, vieram para o
Brasil nesse período.

Sobre a atuação das ordens religiosas e sua in-


fluência na sociedade brasileira desse período, é
CORRETO afirmar que

a) as diversas ordens religiosas se dedicaram à


evangelização dos indígenas, fundaram univer-
sidades para a formação profissional dos filhos
da elite e criaram seminários destinados à for-
mação de padres e à educação dos filhos de
escravos libertos.
b) como os escravos libertos eram proibidos de
participar das irmandades religiosas, eles de-
pendiam da caridade dos membros da comu-
nidade para prestar auxílio aos seus doentes e
necessitados.
c) as festas religiosas e procissões eram momen-
tos privilegiados de convívio social; cada irman-
dade religiosa tinha sua vestimenta, cores e
estandartes. Por isso não era permitido aos es-
cravos se organizarem em irmandade religiosa,
sendo essa prática um privilégio da população
branca.
d) a Igreja Católica orientava o cotidiano da socie-
dade colonial, corrigindo os costumes e impon-
do a moral religiosa. Por essa razão, sempre
havia nas vilas e povoados uma capela em lou- GABARITO AULA 5

vor aos santos padroeiros, onde se celebravam 01 - D 04 - E 07 - E

missas, batizados, casamentos e demais sacra- 02 - B 05 - C 08 - D


03 - C 06 - D
mentos.

35
A União Ibérica (1580-1640), a colonização fran-
cesa e holandesa no Brasil
AULA 6
OBJETIVOS DA AULA

• Compreender as relações de poder entre Holanda, França, Espanha e Portugal;


• Diferenciar ataques de invasões;
• Destacar as presenças francesa e holandesa no nordeste brasileiro;
• Relacionar a União Ibérica à invasão holandesa no nordeste colonial e ao cultivo de
açúcar;
• Compreender o fim do domínio holandês no Nordeste e seus impactos para as
economias colonial e metropolitana.

Habilidades Trabalhadas

• H1 • H7 • H13 • H18
• H3 • H8 • H15 • H23
• H5 • H9 • H16

VIDEO-AULA
IE
ESCANE
O
O CÓDIG

ANOTAÇÕES

36 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


DÊ UM APELIDO A ESSA AULA

ANOTAÇÕES
REVISÃO

RESUMO

HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA 37


matéria
História
prof
módulo Brasil Colônia Yasmin
x

A u l a 6 . A U n i ã o I b é r i c a ( 1 5 8 0 - 1 6 4 0 ), a
colonização francesa e holandesa no Brasil
➢ Ataques
• Ataque: ato de punição os saque, que não visa a ocupação.
• Ataques ingleses: conflitos entre a monarquia inglesa e espanhola → 1583,1587
e 1591.
• Ataques franceses: contrabando de pau-brasil.

➢ Invasões
• Invasão: expedição que visa o domínio de uma região.

A. França Antártica (1555-1567)


• Rio de Janeiro.
• Motivações: necessidade de expansão comercial e de exilar protestantes
perseguidos na França.
• A invasão: liderados por Nicolau Durand de Villegaigon os franceses ocuparam
ilhas na costa do Rio de Janeiro → aliaram-se aos nativos da região para vencer
os portugueses (CCONFEDERAÇÃO DOS TAMOIOS).
• 1567: Estácio de Sá, capitão-mor da colônia, expulsou os franceses da região e
dizimou os tupinambás pertencentes à Confederação.

B. Nordeste Holandês (1630-1654)


• Invasão motivada por conflitos entre Espanha e Holanda.
• 1624-25: Invasão de Salvador.
• 1630: Invasão de Pernambuco
o Centro de produção do açúcar brasileiro.
o Até 1632: Guerrilha de resistência à invasão holandesa.
• 1635: Fundação da Capitania da Nova Holanda → abrangia do litoral do
Maranhão ao Sergipe.
• 1637-44: Administração de Maurício de Nassau → financiamento de
proprietários, aumento do afluxo de escravos, criação das Câmaras dos
Escabinos, modernização urbana de Recife e missões artísticas.
• 1640: Restauração do trono português → trégua de 10 anos com a Holanda.
• 1645-1654: Insurreição Pernambucana.
• 1654: Expulsão dos holandeses → Portugal obrigado a indenizar a Holanda.
EXERCÍCIOS AULA 6

1 – (Ufpa 2016) No regime escravocrata brasileiro era apresar “negros da terra” para a exportação
é importante observar que os sujeitos escravizados dessa mão de obra para a Europa;
mantinham laços de solidariedade, associações d) os ataques dos bandeirantes paulistas aos
religiosas e redes de sociabilidade, portanto eram jesuítas castelhanos eram uma resposta contra
agentes de sua história. Ao rigor do cotidiano violento a postura da Espanha que naquele momento
que lhes impunham os senhores escravocratas, apoiava a invasão holandesa ao Brasil;
esses sujeitos, como forma de reação, praticaram e) as incursões dos bandeirantes paulistas
contra as missões jesuíticas de Guairá e Tapes
a) fugas em massa o que causou um sério prejuízo ocorreram após o Tratado de Madri.
aos donos de fazendas de café, que contavam
com a vigilância de capatazes e a cumplicidade 3 – (Upe-ssa 1 2018) Observe o quadro a seguir:
de contrabandistas de escravos para seu
controle parcial.
b) insurreições, fugas individuais e coletivas,
assassinato de feitores e senhores, o que
favoreceu a formação de quilombos ou
mocambos, sobretudo após o surgimento do
quilombo de Palmares.
c) roubo de produtos da fazenda que terminavam
por ser vendidos na cidade por escravos que
viviam “sobre si”; o resultado das vendas era
revertido para as irmandades de homens negros
e santas casas de misericórdia.
d) fugas para as matas localizadas em áreas
pantanosas, como forma de dificultar a captura
pelo capitão do mato; além disso, os negros
contavam com a ajuda dos índios catequizados
na formação de quilombos.
e) contrabando de café para os navios negreiros
vindos da África, utilizando-se o resultado da
venda para a compra de alforrias e a aquisição
de armamentos para a defesa dos quilombos.

2 – (Espm 2015) As incursões dos bandeirantes


paulistas às missões dos jesuítas castelhanos do
Guairá multiplicaram-se a partir do século XVII.
Paulistas e guerreiros tupiniquins enveredavam
pelo Caminho do Peabiru, velha trilha tupi,
rumo ao Guairá, território situado entre os rios
Paranapanema, Iguaçu e Paraná. Nessa região de
posse duvidosa, dado que os portugueses sempre
consideraram que a linha de Tordesilhas passava
pelo estuário do Prata, os jesuítas espanhóis haviam
criado entre 1622 e 1628 onze missões.
A mulher mameluca, 1641. Albert Eckhout.
(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil:
uma interpretação) Ele se propõe a retratar realisticamente uma
mulher no Brasil Holandês, território ocupado pelos
Quanto ao assunto tratado no texto é correto holandeses entre 1630 e 1654. Que elemento(s)
assinalar: pode(m) ser apontado(s) como não pertencente(s)
a esse contexto histórico?
a) as incursões dos bandeirantes às missões
jesuítas visavam apresar indígenas aldeados a) A fauna, representada pelos preás.
em grupos numerosos e habituados ao trabalho b) A flora, representada pelo cajueiro.
rural; c) A paisagem ao fundo.
b) nessas incursões não havia nenhuma d) A pose e o estilo da toga usada pela mulher.
participação de indígenas entre os integrantes e) A abundância de flores.
das bandeiras;  
c) o objetivo primordial dos bandeirantes paulistas 4 – (Fuvest 2020) As tentativas holandesas de

39
EXERCÍCIOS AULA 6

conquista dos territórios portugueses na América na América portuguesa e o controle do


tinham por objetivo central suprimento de escravos teve como principal
interessada a maior companhia de comércio
a) a apropriação do complexo açucareiro escravista da época, a Companhia Holandesa das Índias
do Atlântico Sul, então monopolizado pelos Ocidentais, financiada com capitais do Estado e
portugueses. de financistas particulares.
b) a formação de núcleos de povoamento para c) o despotismo de Maurício de Nassau em
absorverem a crescente população protestante Pernambuco levou a sociedade local a se
dos Países Baixos. levantar contra o período de pobreza imposto
c) a exploração das minas de ouro recém‐ por ele, em 1630.
descobertas no interior, somente acessíveis pelo d) o projeto holandês de colônias de povoamento,
controle de portos no Atlântico. similar ao dos Estados Unidos, poderia ter
d) a ocupação de áreas até então pouco exploradas estimulado um desenvolvimento autônomo à
pelos portugueses, como o Maranhão e o Vale colônia brasileira, com base na industrialização.
Amazônico. e) as Batalhas de Guararapes (1648 e 1649)
e) a criação de uma base para a ocupação definitiva marcaram a tomada de Recife pelo exército
das áreas de mineração da América espanhola. luso-brasileiro, formado majoritariamente por
índios tapuias que, com sua técnica de guerra
5 – (Enem 2018) A rebelião luso-brasileira em avançada, foram decisivos para a derrota dos
Pernambuco começou a ser urdida em 1644 e holandeses.
explodiu em 13 de junho de 1645, dia de Santo
Antônio. Uma das primeiras medidas de João 7 – (Fgv 2017) Leia o excerto de uma peça teatral,
Fernandes foi decretar nulas as dívidas que os de 1973.
rebeldes tinham com os holandeses. Houve grande
adesão da “nobreza da terra”, entusiasmada com Nassau
esta proclamação heroica.
Como Governador-Geral do Pernambuco, a
VAINFAS. R Guerra declarada e paz fingida na restauração minha maior preocupação é fazer felizes os seus
portuguesa. Tempo, n. 27, 2009.
moradores. Mesmo porque eles são mais da
metade da população do Brasil, e esta região, com
O desencadeamento dessa revolta na América a concentração dos seus quase 350 engenhos de
portuguesa seiscentista foi o resultado do(a) açúcar, domina a produção mundial de açúcar. Além
do mais, nessa disputa entre a Holanda, Portugal e
a) fraqueza bélica dos protestantes batavos. Espanha, quero provar que a colonização holandesa
b) comércio transatlântico da África ocidental. é a mais benéfica. Minha intenção é fazê-los felizes…
c) auxílio financeiro dos negociantes flamengos. sejam portugueses, holandeses ou os da terra, ricos
d) diplomacia internacional dos Estados ibéricos. ou pobres, protestantes ou católicos romanos e até
e) interesse econômico dos senhores de engenho. mesmo judeus.
Senhores, a Companhia das Índias Ocidentais, que
6 – (Upf 2017) “As invasões holandesas que financiou a campanha das Américas, fecha agora
ocorreram no século XVII foram o maior conflito o balanço dos últimos quinze anos com um saldo
político-militar da Colônia brasileira. Embora devedor aos seus acionistas da ordem de dezoito
concentradas no Nordeste, elas não se resumiram a milhões de florins.
um simples episódio regional. Ao contrário, fizeram
parte do quadro das relações internacionais entre Moradores
os países europeus, revelando a dimensão da luta
pelo controle do açúcar e das fontes de suprimento Viva! Já ganhou! (...) Viva ele! Viva!
de escravos”
Chico Buarque de Holanda e Ruy Guerra. Calabar: o elogio da
(Boris Fausto, História do Brasil, 1996, p. 84) traição, 1976. Adaptado.

Sobre o tema destacado no texto acima, é correto


afirmar que Sobre o fato histórico ao qual a obra teatral faz
referência, é correto afirmar que
a) Domingos Fernandes Calabar foi o personagem
principal das forças luso-brasileiras, lutando a) as bases religiosas da colonização holandesa no
heroicamente até o final ao lado de Portugal, nordeste brasileiro produziram uma organização
que lhe deu o título de príncipe. administrativa que privilegiava a elite luso-
b) a ocupação das zonas de produção açucareira brasileira, ao oferecer financiamento com juros

40 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


EXERCÍCIOS AULA 6

subsidiados e parcelas importantes do poder urbana da região ocupada e a expansão da


político aos grandes proprietários católicos. cultura canavieira para o Suriname.
b) a grande distância entre as promessas de c) o controle das rotas comerciais no Atlântico, a
tolerância religiosa e a realidade presente implantação do trabalho livre em sua área de
no cotidiano dos moradores da capitania de influência, e a formação de uma colônia judaica
Pernambuco deu-se porque os dirigentes da na região do Maranhão.
companhia holandesa impuseram o calvinismo d) o estabelecimento de redes de comércio
como religião oficial e perseguiram as demais com os produtores de uma vasta região da
religiões. costa nordestina, certa tolerância religiosa e a
c) a presença da Companhia das Índias Ocidentais manutenção das relações escravistas.
no nordeste da América portuguesa trouxe e) a formação de um exército antilusitano de
benefícios aos proprietários luso-brasileiros, alforriados em Recife, o estabelecimento de
como o financiamento da produção, mas alianças com os espanhóis e a concessão de
reproduziu a lógica do colonialismo, ao créditos aos colonos protestantes.
concentrar a riqueza no setor mercantil e não no
produtivo.
d) a felicidade prometida pelos invasores
holandeses não pôde ser efetivada em função
da lógica diplomática presente na relação entre
Portugal e Holanda, pois se tratava de nações
inimigas desde o século XV, em virtude da
disputa pelo comércio oriental.
e) as promessas dos invasores holandeses
se confirmaram, e a elite ligada à produção
açucareira e ao comércio colonial foi amplamente
beneficiada, principalmente pelo livre comércio,
o que explica a resistência desses setores sociais
ao interesse português em retomar a região
invadida pela Holanda.

8 – (Puccamp 2017) As colônias que se formaram


na América portuguesa tiveram, desde o século XVI,
o caráter de sociedades escravistas. Com o passar
do tempo, consolidaram-se em todas elas algumas
práticas relacionadas à escravidão que ajudaram
a cimentar a unidade e a própria identidade dos
colonos luso-brasileiros. Dentre essas práticas,
ressalta-se a combinação entre um avultado tráfico
negreiro gerido a partir dos portos brasileiros e
altas taxas de alforria.

BERBEL, Márcia; MARQUESE, Rafael e PARRON, Tâmis.


Escravidão e política. Brasil e Cuba, c. 1790-1850. São Paulo:
Hucitec/Fapesp. 2010. p. 178-179.

Os holandeses, durante o governo de Maurício de


Nassau, lançaram mão de algumas estratégias ao
se relacionarem com os colonos luso-brasileiros
durante o período em que dominaram parte do
Nordeste brasileiro, no século XVII. Dentre essas
estratégias, incluem-se

a) a busca do controle do tráfico negreiro a partir de


um entreposto na África do Sul, a expropriação
dos engenhos de açúcar mais produtivos e GABARITO AULA 6
a difusão do calvinismo aos colonos luso- 01 - B 04 - A 07 - C
brasileiros. 02 - A 05 - E 08 - D
b) o estímulo à imigração holandesa para o 03 - D 06 - B
nordeste brasileiro, a limpeza étnica da porção

41
REVISÃO MODULAR

1 – (Uepa 2012) Os povos tupi correspondiam no


século XV a um enorme conjunto populacional ét-
nico-linguístico que se espalhava por quase toda a
costa atlântica sul do continente americano, desde
o atual Ceará, até a Lagoa dos Patos, situada nos
dias de hoje no Rio Grande do Sul. De acordo com
registros de missionários jesuítas e de explorado-
res portugueses dos primeiros anos da colonização
portuguesa, os povos tupi se disseminaram pelo
que é hoje a costa brasileira, numa dinâmica com-
binada de crescimento populacional e fragmenta-
ção sociopolítica. Ao mesmo tempo, uma utopia
ancestral cultivada pelos diversos grupos tupi da
busca de uma “terra sem males”, teria contribui-
ção para sua expansão territorial. Os tupi chega- Em relação às rotas comerciais representadas no
ram no início do século XVI à Amazônia, ocupando mapa, é correto afirmar que elas 
a Ilha Tupinambarana como ponto final de sua pe-
regrinação. No caminho percorrido, os povos tupi a) indicam que a melhoria das condições ambien-
viviam numa atmosfera de guerra constante entre tais do Saara permitiu a construção de estradas
si e com outros povos não-tupi. Guerras, captura pelo deserto.    
e canibalização dos inimigos alimentavam a frag- b) foram construídas pelo poder islâmico do Cairo,
mentação, a dispersão territorial e o revanchismo. que promoveu a unificação de toda a África do
Norte.    
Em termos simbólicos, o sentido da antropofagia, c) mostram a decadência econômica do comércio
resultante do enfrentamento entre indígenas pou- do Saara oriental, em razão da crise do Império
co antes do início da colonização portuguesa, tem Egípcio.    
relação com: d) atingem a região ao sudoeste do Saara, local
de origem do ouro que chegava aos portos do
a) a necessidade de exterminar os inimigos na to- Mediterrâneo.   
talidade, inclusive pela ingestão física, de modo e) representam o poder do Império de Songai,
a interditar-lhes qualquer forma de sobrevivên- cuja capital era Timbuctu, que unificou todo o
cia ou resquício material. território entre o Atlântico e o mar Vermelho.    
b) o interesse em assimilar as potencialidades
guerreiras e a bravura dos inimigos, bem como 3 – (Fatec 2015)  De acordo com o historiador
incorporar seu universo social e cosmológico Stuart B. Schwarcz, durante o período da coloniza-
adicionado ao grupo do vencedor. ção, havia um ditado popular que dizia: “Sem açú-
c) a profunda diferença sociocultural entre os po- car, não há Brasil; sem a escravidão, não há açúcar;
vos tupi, que ao longo da expansão tendiam a sem Angola, não há escravos”.
considerar-se como estrangeiros, habitando re-
giões contíguas. (http://tinyurl.com/njyvll6 Acesso em: 30.06.2014.)
d) a interferência de navegadores europeus que
alimentavam as dissensões entre os povos in- Esse ditado traz elementos que permitem concluir
dígenas como meio de conquistá-los posterior- que a organização colonial 
mente.
e) a disputa territorial com os povos não-tupi, que a) dependia da produção de açúcar para exporta-
foram praticamente expulsos da costa e obriga- ção, produzido com trabalho de escravos.   
dos a adentrar o interior do continente. b) era baseada na policultura de subsistência, para
alimentar a grande população escrava.   
2 – (Fuvest 2020) A imagem a seguir refere‐se às c) utilizava-se do trabalho escravo, para garantir a
principais rotas de comércio da África do Norte e produção de gêneros industrializados.   
Ocidental, no século XV. d) desenvolvia a economia do Brasil e de Angola,
pois ambos dividiam os lucros do açúcar.   
e) era baseada no trabalho assalariado, porém uti-
lizava escravos nas atividades domésticas.   

4 – (Fgv 2018) A agromanufatura da cana resul-


taria em outro produto tão importante quanto o
açúcar: a cachaça. Alambiques proliferaram ao

42 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


REVISÃO MODULAR

longo dos séculos coloniais. A comercialização da Jorge Velho partiu para ir combater Palmares, se
bebida afetava profundamente a importação de vi- de São Paulo ou do Piauí. Tanto se pode admitir
nhos de Portugal. Esse comércio era obrigatório, uma versão como a outra, já que ambas se apoiam
pois por meio dos tributos pagos pelas cotas do em documentos de igual autoridade [...]. Há tam-
vinho importado é que a Coroa pagava as suas tro- bém muita controvérsia sobre os seus efetivos.
pas na Colônia. A cachaça produzida aqui passou a Em diferentes documentos o número de indígenas
concorrer com os vinhos, com vantagens econômi- oscila entre 800 e 1.300, e o de brancos entre 80 e
cas e culturais. Essa concorrência comercial entre 150, não falando nas mulheres e crianças que cos-
colônia e metrópole se estendeu para as praças tumava levar consigo. A marcha de seiscentas lé-
negreiras e rotas de comercialização de escravos guas até Pernambuco foi uma estupenda façanha.
na África portuguesa. A cachaça brasileira, por ser Custou-lhe a perda de 396 pessoas, das quais 196
a bebida preferida para os negócios de compra e morreram de fome ou doença e 200 desertaram.”
venda de escravos africanos, colocou em grande
desvantagem a comercialização dos vinhos portu- (FREITAS, Décio. Palmares: a guerra dos escravos. Porto Ale-
gre: Mercado Aberto, 1984, p. 145-146)
gueses remetidos à África. A longa queda de bra-
ço mercantil acabou favorecendo afinal a cachaça,
porque sem ela, nada de escravos, nada de produ- O bandeirante Domingos Jorge Velho foi contrata-
ção na Colônia, com consequências graves para a do pelo governo português para destruir o quilom-
arrecadação do reino. bo de Palmares. Isso se deu porque

(Ana Maria da Silva Moura. Doce, amargo açúcar. Nossa Histó- a) os paulistas, excluídos do circuito da produção
ria, ano 3, nº 29, 2006. Adaptado) colonial centrada no Nordeste, queriam aí esta-
belecer pontos de comércio, sendo impedidos
A partir dessa breve história da cachaça no Brasil, pelos quilombos.
é correto afirmar que b) os paulistas tinham prática na perseguição de
índios, os quais, aliados aos negros de Palma-
a) essa produção prejudicou os negócios relacio- res, ameaçavam o governo com movimentos
nados ao açúcar, porque desviava parte con- milenaristas.
siderável da mão de obra e dos capitais, além c) o quilombo desestabilizava o grande contingen-
de incentivar o tráfico negreiro em detrimento te escravo existente no Nordeste, ameaçando a
do uso do trabalho compulsório indígena, que continuidade da produção açucareira e da domi-
mais interessava ao Estado português. nação colonial.
b) esse item motivou recorrentes conflitos entre d) os senhores de engenho temiam que os qui-
as elites colonial e metropolitana, condição em lombolas, que haviam atraído brancos e mes-
parte solucionada quando as regiões africanas tiços pobres, organizassem um movimento de
fornecedoras de escravos se tornaram também independência da colônia.
produtoras de cachaça, o que desestimulou a e) os aldeamentos de escravos rebeldes incita-
sua produção na América portuguesa. vam os colonos à revolta contra a metrópole,
c) essa bebida tem uma trajetória que compro- visando trazer novamente o Nordeste para o
va a ausência de domínio da metrópole sobre domínio holandês.
a América portuguesa, porque as restrições
ao comércio e à produção de mercadorias no 6 – (Ufjf-pism 1 2017) Leia atentamente o trecho
espaço colonial não surtiam efeitos práticos e a seguir. Ele faz parte do Voto do Padre Antônio
coube aos senhores de engenho impor a ordem Vieira sobre as dúvidas dos moradores de São
na Colônia. Paulo acerca da administração dos índios, de 1694.
d) esse produto desrespeitava um princípio cen-
tral nas relações que algumas metrópoles eu- “São, pois, os ditos índios aqueles que, vivendo
ropeias impunham aos seus espaços coloniais, livres e senhores naturais das suas terras, foram
nesse caso, a quebra do monopólio de grupos arrancados delas por uma violência e tirania e trazi-
mercantis do reino e a concorrência a produtos dos em ferros com a crueldade que o mundo sabe,
da metrópole. morrendo natural e violentamente muitos nos
e) essa mercadoria recebeu um impulso impor- caminhos de muitas léguas até chegarem às ter-
tante, mesmo contrariando as determinações ras de São Paulo, onde os moradores delas ou os
metropolitanas, mas, gradativamente, perdeu a vendiam, ou se serviam e se servem deles como
sua importância, em especial quando o tabaco escravos”.
e os tecidos de algodão assumiram a função de
moeda de troca por escravos na África. VIEIRA, A. (Pe.) Escritos instrumentais sobre os índios. São
Paulo: Educ; Loyola; Giordano, 1992. p. 102.

5 – (Upf 2018) “Não é fácil saber de onde foi que

43
REVISÃO MODULAR

Sobre a escravização das populações indígenas no


início do processo de colonização na América Por-
tuguesa, assinale a alternativa CORRETA:

a) a maior parte da população indígena existente


dentro do território vivia em núcleos urbanos
próximos dos rios e do litoral Atlântico.
b) essas populações indígenas apresentavam um
padrão cultural e linguístico bastante unificado,
não havendo grandes diferenciações.
c) as chamadas “Bandeiras” só aprisionavam os
indígenas quando seu objetivo principal de en-
contrar riquezas minerais não era alcançado.
d) a retirada dos indígenas de suas terras e seu
aldeamento nas missões jesuítas contribuíram
para a dissolução de suas crenças religiosas.
e) a mão de obra dos indígenas foi utilizada de
forma predominante em atividades de caráter
artesanal e comercial controladas por coloniza-
dores.

7 – (Upf 2017) No período colonial, o Brasil foi mar-


cado por expedições internas, com destaque para
as Bandeiras. Lideradas pelos paulistas, as Bandei-
ras percorriam os sertões, onde passavam meses,
ou mesmo anos.

Sobre esse fenômeno histórico, considere as afir-


mativas:

I. As Bandeiras organizaram a sociedade do inte-


rior a partir do modelo norte-americano de co-
lônias de povoamento.
II. Os rumos das principais Bandeiras foram Minas
Gerais, Goiás, Mato Grosso e Paraná, tendo al-
gumas delas chegado até o Paraguai.
III. Os bandeirantes ensinaram aos índios técnicas
de agricultura para que desenvolvessem a colô-
nia economicamente.
IV. Os objetivos principais dos bandeirantes foram
o apresamento de índios para serem escraviza-
dos e a busca por metais preciosos.
V. As Bandeiras foram responsáveis pela expan-
são territorial do Brasil para muito além da linha
de Tordesilhas.

Está correto apenas o que se afirma em:

a) I, II e IV.
b) II, IV e V.
c) II, III e IV.
d) III e V.
e) III, IV e V.

GABARITO REVISÃO
01 - B 04 - D 07 - B
02 - D 05 - C
03 - A 06 - D

44 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


Expansão Territorial
AULA 7 OBJETIVOS DA AULA

• Relacionar as atividades econômicas secundárias da colônia - pecuária, ex-


tração de drogas do sertão - e a União Ibérica ao processo de expansão;
• Diferenciar as Bandeiras das Entradas e das Monções;
• Compreender os motivos que levaram a capitania de São Vicente a desen-
volver as bandeiras;
• Diferenciar os diversos tipos de bandeiras e seus impactos sobre a Colônia;
• Caracterizar os Tratados de Limites firmados ao longo do século XVIII.

Habilidades Trabalhadas
• H1 • H8 • H14
• H3 • H9 • H18
• H5 • H10 • H26
• H6 • H11 • H27

VIDEO-AULA
IE
ESCANE
O
O CÓDIG

ANOTAÇÕES

46 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


DÊ UM APELIDO A ESSA AULA

ANOTAÇÕES
REVISÃO

RESUMO

HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA 47


matéria
História
prof
módulo Brasil Colônia Yasmin
x

Aula 7. Expansão Territorial


• Possibilitada pela União Ibérica → Filipeia de Nossa Senhora das
suspensão do Tratado de Tordesilhas. Neves (1584, João Pessoa),
• Incentivada pelo desenvolvimento de Forte dos Reis Magos (1597,
atividades comerciais. Natal) Forte Presépio de Nossa
Senhora do Belém (1616, Pará).

➢ Ocupação do Norte e Nordeste


➢ Interiorização do Sudeste
• Pecuária:
• Bandeiras: expedições de caráter
o Voltada para o abastecimento particular que se dirigiam ao interior em
da região açucareira; busca de escravos nativos, metais
o Atividade desenvolvida por preciosos e captura de escravos
homens livres; fugidos.
o Gado utilizado para o transporte, • Fenômeno essencialmente paulista.
tração de engenhos e • Tipos: apresamento de nativos, busca
alimentação; de metais preciosos, comércio e
o Desenvolvida às margens dos sertanismo de contrato.
engenhos → interiorização;
o Responsável pela ocupação do ➢ Ocupação do Sul
sertão nordestino.
• Incentivada pelas bandeiras e pelo
• Drogas do sertão: interesse português sobre o rio Prata.
o Extrativismo de plantas • 1680: fundação da Colônia de
medicinais, alimentícias e Sacramento pelos portugueses →
afrodisíacas da região próxima a Montevidéu.
amazônica;
o Atividade exercida por jesuítas
com o auxílio dos nativos ➢ Tratados de Limites
aldeados e catequizados; • 1750 – Tratado de Madrid: “uti
o Responsável pela ocupação da possidetis” → propriedade pertencente
Amazônia. aos reais usuários da terra →
praticamente as fronteiras atuais do
• Defesa: Brasil.
o O litoral norte das regiões Norte o Consequência: Guerra
e Nordeste foram constantes Guaranítica.
alvos de ataques e tentativas de
invasões, principalmente de • 1761 – Convênio do Pardo.
franceses; • 1777 – Tratado de Santo Idelfonso.
o Criação de fortificações → • 1801 – Tratado de Badajós.
EXERCÍCIOS AULA 7

1 – (Famerp 2018) A Bahia é cidade d’El-Rei, b) da integração social ocorrida ainda na


e a corte do Brasil; nela residem os Srs. Bispo, colonização com o processo de miscigenação
Governador, Ouvidor-Geral, com outros oficiais étnica que tornou iguais todos os brasileiros.
e justiça de Sua Majestade; [...]. É terra farta de c) da condição de exploração e exclusão a que
mantimentos, carnes de vaca, porco, galinha, estava sujeita uma parcela significativa da
ovelhas, e outras criações; tem 36 engenhos, neles população brasileira em razão dos interesses
se faz o melhor açúcar de toda a costa; [...] terá a das elites.
cidade com seu termo passante de três mil vizinhos d) da perfeita inclusão dos negros libertos e
Portugueses, oito mil Índios cristãos, e três ou da população pobre em geral na sociedade
quatro mil escravos da Guiné. brasileira, com a criação da República e da
democracia no Brasil.
(Fernão Cardim. Tratados da terra e gente do Brasil, 1997.) e) da condição de opressão e exclusão de certos
grupos econômicos, não estando relacionados a
O padre Fernão Cardim foi testemunha da questões étnicas e raciais.
colonização portuguesa do Brasil de 1583 a 1601.
O excerto faz uma descrição de Salvador, sede do 3 – (Fuvest 2014) Após o Tratado de Tordesilhas
Governo-Geral, referindo-se, entre outros aspectos, (1494), por meio do qual Portugal e Espanha
à dividiram as terras emersas com uma linha
imaginária, verifica-se um “descobrimento gradual”
a) incorporação pelos colonizadores dos padrões do atual território brasileiro. 
culturais indígenas.  Tendo em vista o processo da formação territorial do
b) ligação da atividade produtiva local com o País, considere as ocorrências e as representações
comércio internacional. abaixo: 
c) miscigenação crescente dos grupos étnicos  
presentes na cidade. Ocorrências: 
d) existência luxuosa da nobreza portuguesa na  
capital da colônia. I. Tratado de Madrid (1750); 
e) dependência da população em relação à II. Tratado de Petrópolis (1903); 
importação de produtos de sobrevivência. III. Constituição da República Federativa do Brasil
(1988)/consolidação da atual divisão dos
2 – (Uece 2017) Leia atentamente os excertos a Estados. 
seguir:  
Representações: 
“Os escravos são as mãos e os pés do senhor de
engenho, porque sem eles no Brasil não é possível
fazer, conservar e aumentar fazenda, nem ter
engenho corrente. E do modo com que se há com
eles, depende tê-los bons ou maus para o serviço”;

André João Antonil. Cultura e Opulência do Brasil por suas


drogas e minas. Belo Horizonte. Itatiaia, 1982. p. 89.

“A democracia no Brasil foi sempre um lamentável


mal-entendido. Uma aristocracia rural e semifeudal
importou-a e tratou de acomodá-la, onde fosse
possível, aos seus direitos ou privilégios, os mesmos
privilégios que tinham sido, no Velho Mundo, o alvo
da luta da burguesia contra os aristocratas”.

Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. Rio de janeiro.


José Olímpio editora, 1984. p. 119.

Considerando os vários aspectos da formação


social do Brasil, pode-se afirmar corretamente que
os dois trechos acima tratam

a) da inclusão do negro e do pobre no processo


democrático que rompeu com os direitos e
privilégios das classes dominantes.

49
EXERCÍCIOS AULA 7

Associe a ocorrência com sua correta representação:  Gerais indígena: a resistência dos índios nos sertões e nas vilas
de El-Rei. Tempo, Niterói, v. 12, n. 23, p. 5-22, 2007, p. 8.)

I II III Sobre este assunto, assinale a alternativa CORRETA:


a) A C E
b) B C E a) O contato entre índios e colonizadores foi
c) C B E marcado por uma relação de violência vinculada,
d) A B D quase sempre, aos avanços dos europeus contra
e) C A D grupos e territórios indígenas.
  b) De acordo com os documentos, no processo de
consolidação do território colonial não sobrou
4 – (Ufjf-pism 1 2019) Os textos abaixo tratam espaço para os índios se refugiarem.
da relação entre índios e brancos em momentos c) Os documentos deixam claro como, na história
distintos. O Documento 1 traz a memória brasileira, mulheres indígenas foram salvas
contemporânea de um dos netos de mulheres pelos brancos que as sequestraram de suas
indígenas que foram “pegas no laço”, prática tribos.
recorrente desde o período colonial até o início do d) Os índios aceitaram o processo de conquista,
século XX. O Documento 2 enfoca o conflito entre pois não podiam enfrentar os colonizadores,
índios e colonizadores no sertão mineiro, no século fossem eles soldados ou posseiros.
XVIII. Leia atentamente: e) Soldados e posseiros levavam o progresso
para os índios e ajudavam para que estes
Documento 1: “Meu pai disse que meu avô contou conhecessem a religião e fossem convertidos.
que minha avó era muito linda e que olhou bem nos
seus olhos antes de correr. Meu avô ficou enfeitiçado 5 – (Uece 2018) A História do Brasil colonial
por ela. Imediatamente ele tirou o laço do lombo do apresenta o movimento de entradas, bandeiras
cavalo em que estava montado e a laçou. Ela, no e monções como um importante fator para o
começo, esperneou, gritou, chamou pelos outros processo de ocupação das áreas do interior da
‘índios’, mas ninguém voltou, e meu avô a levou para colônia, uma vez que a ocupação originada da
casa e com ela teve nove filhos. Meu avô contou para atividade canavieira se limitava, naqueles tempos,
meu pai que vovó era baixinha, tinha cabelos longos aos espaços próximos ao litoral.
bem pretinhos e olhos puxadinhos. Ela ficava horas
sentada na frente de casa penteando os cabelos e Atente ao que se diz a seguir sobre essas
com os olhos perdidos no horizonte. Meu avô dizia expedições, e assinale com V o que for verdadeiro e
que ela ficou a vida inteira aguardando que sua com F o que for falso.
‘tribo’ viesse resgatá-la. Nunca ninguém apareceu.”
( ) Enquanto as bandeiras eram financiadas
(Texto adaptado. Disponível em: <https://bit.ly/2OQmemL>.
Acesso em: 31 jul. 2018.)
exclusivamente pela coroa portuguesa, as
entradas eram expedições fluviais privadas que
Documento 2: “O ápice da violência que colocou usavam os rios nordestinos.
soldados e posseiros contra os índios no sertão ( ) Os bandeirantes foram importantes
mineiro aconteceu não no início da corrida do ouro, personagens na destruição dos quilombos, pois
como se poderia imaginar, mas durante a segunda uma das modalidades de bandeirantismo foi a
metade do século XVIII, na região oriental da do sertanismo de contrato.
capitania. Durante os séculos XVI e XVII, diversos ( ) As monções, expedições fluviais que
grupos indígenas haviam se retirado para o interior, adentravam ao interior da colônia, foram muito
fugindo da colonização da costa. No século XVIII, importantes na colonização dessa região,
a explosão da mineração provocou uma linha partindo do rio Tietê que nasce em São Paulo.
consolidada de construção de vilas e lugarejos ( ) As bandeiras, expedições oficiais de
coloniais a oeste desses grupos [...]. O resultado apresamento de indígenas, não tiveram
foi a criação de uma zona de refúgio nas florestas importância na prospecção de metais preciosos
a leste da capitania. [...] A apropriação brusca da como o ouro, que se deu somente através das
terra dos nativos do sertão do leste relativiza a entradas.
alegação dos posseiros e dos oficiais da colônia de
que os portugueses entraram na floresta virgem A sequência correta, de cima para baixo, é:
como mensageiros da civilização, forçados a usar
a violência em autodefesa quando atacados pelos a) F, F, V, V.
incorrigíveis ‘selvagens’.” b) F, V, V, F.
c) V, F, F, V.
(RESENDE, Maria Leônia Chaves de; LANGFUR, Hal. Minas d) V, V, F, F.

50 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


EXERCÍCIOS AULA 7

e) F, V, F, V. alternativa CORRETA: 

6 – (Espcex (Aman) 2018) O território brasileiro é, a) A pecuária desempenhou um importante


atualmente, bem maior do que as terras atribuídas papel para o povoamento do Sertão e com o
a Portugal pelo Tratado de Tordesilhas. A expansão tempo, os vaqueiros seguiram o curso dos rios,
da colônia ocorreu graças à ação de bandeirantes, especialmente do Rio São Francisco.   
missionários, militares e pecuaristas que ocuparam b) O desconhecimento em relação às bacias
as vastidões pouco exploradas das áreas de ambos hidrográficas existentes, fez com que a ocupação
os lados da linha de Tordesilhas. O tratado em que a se mantivesse restrita ao litoral da Colônia.    
França renuncia às terras que ocupava na margem c) Os jesuítas instalaram suas missões na região
esquerda do rio Amazonas e aceita o rio Oiapoque nordeste, visto que a Coroa Portuguesa proibia
como limite entre a colônia portuguesa e a Guiana a presença das aldeias na região ao sul do Rio
Francesa é o de Janeiro.    
d) A colonização portuguesa manteve-se
a) Segundo Tratado de Ultrech. localizada na região nordeste, permanecendo
b) Tratado de Santo Ildefonso. as terras abaixo do Trópico de Capricórnio
c) Tratado de Madri. dominadas pela Espanha.    
d) Tratado de Badajós. e) Não houve nenhuma ocupação da região da
e) Primeiro Tratado de Ultrech. Amazônia, o que fez com que esta parte do
Brasil ficasse inexplorada até o final do século
7 – (Ufjf-pism 1 2018) O mapa a seguir constitui- XIX.    
se como um documento do século XVII e revela o
Brasil conhecido e cartografado naquele contexto. 8 – (Puccamp 2018) Se a obra historiográfica de
Ao longo dos séculos XVII e XVIII, muitas atividades Sérgio Buarque de Hollanda foi um olhar para o
propiciaram o aumento do espaço conhecido e passado brasileiro a partir da História de São Paulo
habitado do território hoje chamado Brasil. (as monções, as entradas e bandeiras, os caminhos
Este é o Mapa de João Teixeira Albernaz II, intitulado e fronteiras) entre a generalidade do ensaio, em
Província do Brasil, datado de 1666. Ali é possível Raízes do Brasil, e a sistematização acadêmica
ver o litoral do Brasil, desde a Barra do Pará, até de sua produção na USP, a cidade do Rio de
o Rio Grande, incluindo algumas missões jesuíticas Janeiro funda um universo poético e um horizonte
na fronteira do Rio da Prata. criativo inteiramente novos em Chico Buarque, no
cruzamento das atividades do “morro” (o samba,
sobretudo) com as da “cidade” (A Bossa Nova e a
vida intelectual do circuito Zona Sul).

FIGUEIREDO, Luciano (org). História do Brasil para ocupados.


Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013, p. 451.

As entradas e bandeiras, durante o Período Colonial,


foram expedições

a) contratadas pelos donatários das capitanias,


a fim de mapear as populações indígenas que
habitavam a região e instalar missões e aldeias
visando à sua pacificação, etapa indispensável
para o sucesso do empreendimento colonial.
b) idealizadas por autoridades coloniais e pelos
primeiros moradores instalados na Vila de São
Paulo, com o objetivo principal de combater
os colonizadores espanhóis que vinham
desrespeitando os limites do Tratado de
Tordesilhas e tomando-lhes as minas de ouro e
prata.
c) planejadas pelos brancos colonizadores,
empreendedores particulares ou encarregados
da Coroa, compostas de dezenas de índios e
mestiços contratados para desbravar o “sertão”
e viabilizar rotas comerciais de minérios,
A respeito da expansão territorial, assinale a especiarias e gado entre as isoladas vilas do

51
EXERCÍCIOS AULA 7

interior.
d) articuladas e executadas pelos bandeirantes,
a mando da Coroa, da Igreja Católica ou por
iniciativa própria, a fim de assegurar o controle
português das minas de ouro e o plantio
em terras férteis, dizimando índios hostis e
fundando vilas jesuíticas para o branqueamento
da população.
e) organizadas e financiadas, respectivamente,
pela Coroa Portuguesa e por particulares, em
busca de metais preciosos, do apresamento de
indígenas e da efetivação da posse das terras
por colonizadores portugueses.

GABARITO AULA 7
01 - B 04 - A 07 - A
02 - C 05 - B 08 - E
03 - A 06 - E

52 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


Economia e sociedade mineradora
AULA 8 OBJETIVOS DA AULA

• Entender a importância da mineração para a expansão da América Portugue-


sa;
• Relacionar a Mineração à integração dos pólos coloniais e à mudança de eixo
econômico do Nordeste para o Centro-Sul da colônia;
• Diferenciar a sociedade mineira e da açucareira;
• Caracterizar as políticas de controle metropolitano sobre a extração aurífera
no Brasil;
• Destacar a importância do trabalho escravo para a economia mineradora e as
possibilidades de alforria;
• Relacionar a mineração com o desenvolvimento da vida urbana e a diversifi-
cação das atividades econômicas no Brasil.

Habilidades Trabalhadas
• H1 • H6 • H8 • H10 • H11 • H14 • H18 • H26 • H27

VIDEO-AULA
IE
ESCANE
O
O CÓDIG

ANOTAÇÕES

54 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


DÊ UM APELIDO A ESSA AULA

ANOTAÇÕES
REVISÃO

RESUMO

HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA 55


matéria
História
prof
módulo Brasil Colônia Yasmin
x

Aula 8. Economia e sociedade mineradora

➢ Contexto
• Crise econômica em Portugal e arrocho colonial.
• Tratado de Methuen (1703) – “Panos e Vinhos” .
• 1755-1777: Era Pombalina

➢ A Economia Mineradora
• 1693: Descobertas as primeiras jazidas de ouro → corrida pelo ouro – população
colonial quase dobrou de número o que acarretou uma crise de abastecimento e
fome.
• Legislação e controle sobre o ouro:
o Intendência das Minas (1702) – órgão responsável pela regulação e
controle da mineração;
o Quinto – imposto sobre o ouro;
o Casas de Fundição (1718);
o Proibição da circulação de ouro em pó (1719).
• Transformações sócio econômicas:
o Diversificação da economia;
o Aumento do afluxo de escravos;
o Desenvolvimento do comércio interno;
o Integração dos polos produtores;
o Ampliação da urbanização;
o Boom populacional.
• Sociedade mineradora → mais dinâmica, urbana e livre.
• Após 1770: crise da mineração → técnicas rudimentares de extração +
esgotamentos das jazidas.
o Instituição da derrama → sentimento antilusitano.
• Diamantes: descobertos em 1729 e a extração era monopolizada pela Coroa.
• Renascimento agrícola → período posterior ao declínio da mineração.
EXERCÍCIOS AULA 8

1 – (Enem 2015) Iniciou-se em 1903 a introdução


de obras de arte com representações de bandei-
rantes no acervo do Museu Paulista, mediante a
aquisição de uma tela que homenageava o serta-
nista que comandara a destruição do Quilombo
de Palmares. Essa aquisição, viabilizada por ver-
ba estadual, foi simultânea à emergência de uma
interpretação histórica que apontava o fenômeno
do sertanismo paulista como o elo decisivo entre a
trajetória territorial do Brasil e de São Paulo, con-
cepção essa que se consolidaria entre os historia-
dores ligados ao Instituto Histórico e Geográfico
de São Paulo ao longo das três primeiras décadas
do século XX.

MARINS, P. c. G. Nas matas com pose de reis: a representa-


ção de bandeirantes e a tradição da retratística monárquica
europeia. Revista do LEB, n. 44, tev. 2007.
As pinturas acima foram produzidas no século XVII
A prática governamental descrita no texto, com a por Albert Eckhout, um dos estudiosos que este-
escolha dos temas das obras, tinha como propósi- ve no nordeste brasileiro na corte de Maurício de
to a construção de uma memória que Nassau, durante a ocupação holandesa. Elas são
representações de algumas mulheres encontradas
a) afirmava a centralidade de um estado na políti- na colônia: a mulher tapuia, a mulher tupi, a ma-
ca do país. meluca e a mulher negra, respectivamente.
b) resgatava a importância da resistência escrava
na história brasileira. A partir de tais referências, assinale a alternativa
c) evidenciava a importância da produção artística INCORRETA.
no contexto regional.
d) valorizava a saga histórica do povo na afirmação a) O contraste entre a mulher tupi e a mulher ta-
de uma memória social. puia sugere que o colonizador mantinha dife-
e) destacava a presença do indígena no desbrava- rentes formas de se relacionar com os indíge-
mento do território colonial. nas.
b) O contraste entre as vegetações são represen-
2 – (Pucrj 2017) tações fidedignas dos lugares onde essas mu-
lheres eram encontradas.
c) O contraste entre vestimentas das mulheres
tupi e mameluca sugere que o colonizador
identificava diferenças culturais entre elas.
d) A presença de crianças na representação das
mulheres tupi e negra alude à maternidade e
poderia ser lida como a possibilidade de repro-
dução da mão de obra.
e) As imagens são representações da experiência
dos holandeses e de suas intenções coloniza-
doras.

3 – (Enem PPL 2015)


Síntese entre erudito e popular

Na região mineira, a separação entre cultura po-


pular (as artes mecânicas) e erudita (as artes libe-
rais) é marcada pela elite colonial, que tem como
exemplo os valores europeus, e o grupo popular,
formado pela fusão de várias culturas: portugue-
ses aventureiros ou degredados, negros e índios.
Aleijadinho, unindo as sofisticações da arte erudita
ao entendimento do artífice popular, consegue fa-
zer essa síntese característica deste momento úni-

57
EXERCÍCIOS AULA 8

co na história da arte brasileira: o barroco colonial. Paulo e Minas de Ouro.   


b) A ocupação territorial de parte significativa des-
MAJORA, C. BrHistória, n. 3, mar. 2007 (adaptado). sa região foi marcada por duas características
geomorfológicas: a serra do Espinhaço e o vale
No século XVII, a arte brasileira, mais especifica- do rio São Francisco.   
mente a de Minas Gerais, apresentava a valori- c) Essa região caracterizava-se, nesse período,
zação da técnica e um estilo próprio, incluindo a por paisagens onde predominavam as minas e
escolha dos materiais. Artistas como Aleijadinho e os currais, mas no século XIX a mineração so-
Mestre Ataíde têm suas obras caracterizadas por brepujou as outras atividades econômicas des-
peculiaridades que são identificadas por meio sas capitanias.   
d) O caminho pelo rio São Francisco foi estabe-
a) do emprego de materiais oriundos da Europa lecido pelas bandeiras paulistas para penetra-
e da interpretação realista dos objetos repre- ção na região aurífera da Chapada dos Parecis
sentados. e posterior pagamento do “quinto” na sede da
b) do uso de recursos materiais disponíveis no lo- capitania, em Salvador.   
cal e da interpretação formal com característi- e) As bandeiras que partiam da Capitania da Bahia
cas próprias. de Todos os Santos para a Capitania de São
c) da utilização de recursos materiais vindos da Paulo e Minas de Ouro propiciaram o surgi-
Europa e da homogeneização e linearidade re- mento de localidades com economia baseada
presentacional. na agricultura monocultora de exportação.   
d) da observação e da cópia detalhada do objeto
representado e do emprego de materiais dispo- 5 – (Unesp 2020)
níveis na região.
e) da utilização de materiais disponíveis no Brasil Onde estou? Este sítio desconheço:
e da interpretação idealizada e linear dos obje- Quem fez tão diferente aquele prado?
tos representados. Tudo outra natureza tem tomado,
  E em contemplá-lo, tímido, esmoreço.
4 – (Fuvest 2013) Observe o mapa abaixo.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado;
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!

Árvores aqui vi tão florescentes,


Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.

Eu me engano: a região esta não era;


Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!

(Cláudio Manuel da Costa. Obras, 2002.)

Considerando o contexto histórico-geográfico de


produção do soneto, as transformações na paisa-
gem assinaladas pelo eu lírico relacionam-se à se-
guinte atividade econômica:

a) indústria.
b) extrativismo vegetal.
c) agricultura.
d) extrativismo mineral.
Com base no mapa e em seus conhecimentos, as- e) pecuária.
sinale a alternativa correta. 
6 – (Unicamp 2019 Adaptada) Tanto que se viu
a) O rio São Francisco foi caminho natural para a a abundância do ouro que se tirava e a largueza
expansão da cana-de-açúcar e do algodão da com que se pagava tudo o que lá ia, logo se fize-
Zona da Mata, na Bahia, até a Capitania de São ram estalagens e logo começaram os mercadores
a mandar às Minas Gerais o melhor que chega nos

58 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


EXERCÍCIOS AULA 8

navios do Reino e de outras partes. De todas as lares e dos escravos na tomada de decisões.
partes do Brasil, se começou a enviar tudo o que V. A convergência dos caminhos no centro do país
dá a terra, com lucro não somente grande, mas ex- foi denominada de Cruzeiro Rodoviário.
cessivo. Daqui se seguiu, mandarem-se às Minas
Gerais as boiadas de Paranaguá, e às do rio das Está correto apenas o que se afirma em
Velhas, as boiadas dos campos da Bahia, e tudo o
mais que os moradores imaginaram poderia ape- a) I, II e V.
tecer-se de qualquer gênero de cousas naturais e b) I, II e III.
industriais, adventícias e próprias. c) II, III e IV.
d) II, IV e V.
(Adaptado de André Antonil, Cultura e Opulência do Brasil. e) III, IV e V.
Belo Horizonte: Itatiaia-Edusp, 1982, p. 169-171.)

8 – (Fatec 2019) Observe a imagem.


Sobre os efeitos da descoberta das grandes jazi-
das de metais e pedras preciosas no interior da
América portuguesa na formação histórica do cen-
tro-sul do Brasil, é correto afirmar que:

a) A demanda do mercado consumidor criado na


zona mineradora permitiu a conexão entre di-
ferentes partes da Colônia que até então eram
pouco integradas.
b) A economia mineradora funcionou de forma a
complementar a economia agrária, assim, ela
promoveu a integração das várias regiões co-
loniais.
c) A partir da criação de rotas de comércio entre
os campos do sul da Colônia e a região mine-
radora, Sorocaba e suas feiras perderam a rele- Johann Moritiz Rugendas. Festa da Nossa Senhora do Rosário,
vância econômica adquirida no século XVII. Patrona dos Negros. c.1835.
d) O desenvolvimento socioeconômico da região
das minas e do centro-sul levou a Coroa a des- A imagem retrata a festa em homenagem à santa
locar a capital da Colônia de Salvador para Ouro padroeira da irmandade religiosa de Nossa Senho-
Preto em 1763. ra do Rosário dos Homens Pretos, em Minas Ge-
e) Como o solo da região mineradora era infértil, rais, no século XVIII. Segundo o historiador Caio
durante todo o século XVIII sua população im- Boch, “as irmandades foram a mais viva expressão
portava os produtos alimentares de Portugal ou social das Minas Gerais do século XVIII”. De modo
de outras capitanias. geral, as irmandades são definidas como associa-
ções constituídas por religiosos leigos e fiéis de di-
7 – (Upf 2019) No Brasil do século XVIII, a mine- ferentes classes sociais que se dedicavam ao culto
ração marcou o deslocamento do eixo econômi- de um padroeiro.
co para o Centro, incorporando os territórios que
viriam a compor as capitanias de Minas Gerais, Na região das Minas Gerais, no século XVIII, essas
Goiás e Mato Grosso. Sobre essa atividade, leia as associações se caracterizavam pela
seguintes afirmações:
a) organização da vida social, construção de igre-
I. A ocupação das regiões mineradoras ocorreu jas e de cemitérios, organização de festas, cui-
de modo diverso daquela ocorrida nas áreas dados com os necessitados e formação profis-
litorâneas e pecuaristas, pois deu início à urba- sional com o ensino dos ofícios mecânicos e
nização do interior. das artes.
II. O Rio de Janeiro foi o porto de escoamento do b) organização da vida econômica, construção e
ouro para a Europa e ingresso de mercadorias manutenção de estradas, criação dos órgãos de
que iam para as minas. fiscalização e cobrança de impostos, e adminis-
III. O Rio Grande do Sul integrou-se à economia tração dos seminários coloniais, responsáveis
nacional enviando gado de corte e animais de pela formação de novos padres.
carga para a região mineradora, tendo a vila de c) organização da vida política, construção de hos-
Sorocaba (SP) como principal eixo comercial. pitais e de escolas de educação básica, admi-
IV. A estratificação social nas minas era marcada nistração do patrimônio do Vaticano no Brasil e
por uma grande participação dos setores popu- organização de bazares e feiras para arrecada-

59
EXERCÍCIOS AULA 8

ção de donativos para os necessitados.


d) criação e fiscalização do cumprimento das leis
referentes à moral e aos costumes dos mora-
dores de Minas Gerais, celebração semanal do
rito da missa e administração de sacramentos,
como o batismo, o casamento e a extrema un-
ção.
e) criação dos órgãos de controle metropolitano
sobre a população de escravos e libertos, regu-
lamentação das práticas do Candomblé, cons-
trução de casas para os irmãos de baixa renda
e desenvolvimento de sistemas de ensino reli-
gioso ecumênico.

GABARITO AULA 8
01 - A 04 - B 07 - B
02 - B 05 - D 08 - A
03 - B 06 - A

60 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


Revoltas Nativistas
AULA 9 OBJETIVOS DA AULA

• Compreender as Revoltas Nativistas como movimentos que expressavam


interesses locais, mas não questionavam o domínio colonial português;
• Identificar o que foram as Revoltas Nativistas no Brasil colonial;
• Analisar as principais revoltas na região aurífera brasileira, principalmente, a
Revolta de Vila Rica.

Habilidades Trabalhadas

• H1 • H9 • H17
• H4 • H11 • H18
• H5 • H14 • H22
• H7 • H15 • H29
• H8 • H16

VIDEO-AULA
IE
ESCANE
O
O CÓDIG

ANOTAÇÕES

62 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


DÊ UM APELIDO A ESSA AULA

ANOTAÇÕES
REVISÃO

RESUMO

HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA 63


matéria
História
prof
módulo Brasil Colônia Yasmin
x

Aula 9. Revoltas Nativistas


• Movimentos locais que se posicionavam contra medidas específicas da Coroa e
não o domínio metropolitano em si.

•SP, 1641.
•Para inibir o apresamento de nativos, Portugal enviou jesuítas para a região de São Vicente.
Aclamação de •Amador Bueno nomeado rei de SP por manifestantes.
Amador Bueno •Revolta encerrada por negociações.

•Maranhão, 1684.
•1682: criação da Cia Geral do Comércio do Estado do Maranhão → monopólio sobre as
drogas do sertão.
•Jesuítas enviados para a região para inibir a escravização de nativos.
Revolta de •1684: liderados por Manuel Beckman revoltosos tomaram São Luís e expulsaram a Cia de
Beckman Navegação e os jesuítas.
•Reação portuguesa: prisão e execução dos líderes.

•MG, 1708-1709.
•Paulistas x Emboabas (portugueses e nordestinos).
•1708: paulistas expulsos da região por emboabas que nomearam Nunes Viana governador
Guerra dos geral das Minas.
Emboabas •1709: Nunes Viana destituído pela Coroa portuguesa.

•Pernambuco, 1710-1711.
•Olindenses (ruralistas) x Pernambucanos (comerciantes – mascates).
Guerra dos •Estopim: elevação de Recife à categoria de Vila → invasão dos olindenses.
Mascates •1711: fim do conflito por meio da intervenção portuguesas → revoltosos anistiados.

•Vila Rica, 1720.


•Reação à proibição de circulação de ouro em pó.
•Mais de dois mil revoltosos tomaram Vila Rica exigindo que o Conde de Assumar revogasse
Revolta de essa medida e outros impostos.
Filipe dos
•Revoltosos presos e Filipe dos Santos enforcado e esquartejado.
Santos
EXERCÍCIOS AULA 9

1 – (Upe-ssa 1 2016) Os holandeses ocuparam, du- e incorporou a população litorânea economica-


rante 24 anos, o Nordeste brasileiro: Pernambuco, mente ativa.
Paraíba, Rio Grande do Norte e Itamaracá (1630- e) restringiu a divisão da sociedade em senhores
1654). Nesse período, Pernambuco se transfor- e Escravos e limitou a diversidade cultural da
mou numa verdadeira metrópole, com uma vida colônia.
cultural intensa, onde poetas, cientistas e filósofos
tornaram o Brasil um centro intelectual único na 3 – (Acafe 2018 Adaptada) A Revolta de Vila Rica
América do Sul. Nesse contexto, os judeus pude- no século XVIII mostrou os abusos que as autori-
ram constituir uma comunidade com escolas, si- dades portuguesas cometiam com os mineradores
nagogas e cemitério, dando sua contribuição ao e a população de Minas Gerais.
enriquecimento da vida cultural da região.
No contexto dessa revolta é correto afirmar, ex-
LEVY, Daniela Tonello. Judeus e Marranos no Brasil Holandês. ceto:
Pioneiros na colonização de Nova York. Século XVII. São Pau-
lo: USP, 2008. (Adaptado)
a) O movimento reivindicava a redução dos pre-
Uma característica sociopolítica da ocupação ho- ços dos alimentos e o cancelamento da medida
landesa no contexto mencionado foi que proibia a circulação de ouro em pó.
b) Foi um dos nomes dados à Inconfidência Minei-
a) a retração da produção de açúcar. ra, que entre seus participantes teve Joaquim
b) o florescimento de um movimento antimoder- José da Silva Xavier.
nizador. c) Os altos impostos e o rígido controle sobre a
c) o estabelecimento da tolerância e da liberdade exploração do ouro também contribuíram para
religiosa. o levante de Vila Rica.
d) a preocupação apenas em explorar comercial- d) Um dos líderes da revolta foi enforcado e teve
mente o território. seu corpo esquartejado e exposto em praça pú-
e) a manutenção de boas relações comerciais com blica.
o mundo ibérico. e) Também conhecido como Sedição de Vila Rica,
a revolta foi liderada por Filipe dos Santos e
2 – (Unesp 2017) Em meados do século o negócio eclodiu em julho de 1720.
dos metais não ocuparia senão o terço, ou bem  
menos, da população. O grosso dessa gente com- 4 – (Uem 2016 Adaptada) Em 1684 eclodiu no Ma-
põe-se de mercadores de tenda aberta, oficiais ranhão a Revolta de Beckman. A respeito desta re-
dos mais variados ofícios, boticários, prestamis- volta, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
tas, estalajadeiros, taberneiros, advogados, mé- 01) A Revolta de Beckman foi uma tentativa de o
dicos, cirurgiões-barbeiros, burocratas, clérigos, Estado do Maranhão e o do Grão Pará se torna-
mestres-escolas, tropeiros, soldados da milícia rem independentes de Portugal.
paga. Sem falar nos escravos, cujo total, segun- 02) O estopim do conflito foi a elevação de Impe-
do os documentos da época, ascendia a mais de ratriz, em 1683, à categoria de vila, por meio de
cem mil. A necessidade de abastecer-se toda essa uma Carta Régia. Os senhores de engenho que
gente provocava a formação de grandes currais; a viviam em São Luís não aceitaram a medida,
própria lavoura ganhava alento novo. pois isso significava uma diminuição de seus
poderes.
(Sérgio Buarque de Holanda. “Metais e pedras preciosas”. 04) A Revolta relaciona-se à criação, por parte da
História geral da civilização brasileira, vol. 2, 1960. Adaptado.) Coroa Portuguesa, da Companhia de Comércio
do Estado do Maranhão, com o objetivo de pro-
De acordo com o excerto, é correto concluir que a mover o desenvolvimento daquela região.
extração de metais preciosos em Minas Gerais no 08) A Companhia de Comércio do Estado do Mara-
século XVIII nhão deveria fornecer ao Maranhão ferramen-
tas, utensílios, gêneros de consumo e escra-
a) impediu o domínio do governo metropolitano vos, no entanto não conseguiu estabelecer um
nas áreas de extração e favoreceu a indepen- comércio regular na região.
dência colonial. 16) No contexto da revolta, os jesuítas, contrários
b) bloqueou a possibilidade de ascensão social na à escravização dos índios pelos moradores do
colônia e forçou a alta dos preços dos instru- Maranhão, foram expulsos pelos revoltosos.
mentos de mineração.
c) provocou um processo de urbanização e articu- A soma das alternativas corretas é
lou a economia colonial em torno da mineração.
d) extinguiu a economia colonial agroexportadora a) 28.

65
EXERCÍCIOS AULA 9

b) 12. produtores luso-brasileiros. Esse atrito assumiu a


c) 7. forma de uma contenda municipal entre Recife e
d) 4. Olinda, ou seja, entre o credor urbano e o devedor
e) 24. rural. Olinda era a principal cidade de Pernambuco
e sediava as principais instituições locais. Lá os se-
5 – (Pucrs 2015) Associe as revoltas coloniais (co- nhores de engenho tinham suas casas. Por outro
luna A) às suas características essenciais (coluna lado, o porto de Recife, a poucos quilômetros de
B). distância era o principal local do embarque das ex-
portações de açúcar da capitania.
Coluna A
(Adriana Lopez, Carlos Guilherme Mota. História do Brasil:
uma interpretação)
1. Revolta dos Beckman
2. Guerra dos Emboabas
3. Guerra dos Mascates A tensão mencionada no texto contribuiu para
4. Revolta de Vila Rica desencadear qual das rebeliões coloniais citadas
5. Inconfidência Mineira abaixo:

Coluna B a) Aclamação de Amador Bueno da Ribeira.


b) Revolta de Beckman.
( ) Transcorrido em Pernambuco, entre 1709 e c) Guerra dos Mascates.
1710, o movimento caracterizou-se pela oposi- d) Guerra dos Emboabas.
ção entre os comerciantes de Recife contra os e) Revolta de Felipe dos Santos.
senhores de engenho de Olinda, tendo como
base a tentativa dos mercadores recifenses em 7 – (Fgv 2013) Dom Pedro Miguel de Almeida Por-
conseguir maior autonomia política e cobrar as tugal – conde de Assumar – se casou em 1715
dívidas dos produtores de açúcar olindenses. com D. Maria José de Lencastre. Daí a dois anos
( ) Deflagrada no Maranhão, em 1684, a revol- partiria para o Brasil como governador da capitania
ta teve como base o descontentamento com de São Paulo e Minas Gerais. Nas Minas, não teria
a proibição da escravidão indígena, decretada sossego, dividido entre o cuidado ante virtuais le-
pela Coroa Portuguesa, a pedido da Companhia vantes escravos e efetivos levantes de poderosos;
de Jesus, medida que prejudicou a extração das o mais sério destes o celebrizaria como algoz: foi
“drogas do sertão” pelos colonos europeus. o conde de Assumar que, em 1720, mandou exe-
( ) Ocorrido em Minas Gerais, em 1720, sob a cutar Felipe dos Santos sem julgamento, sendo a
liderança de Filipe dos Santos, o levante teve seguir chamado a Lisboa e amargurado um longo
como causa a oposição ao sistema de taxação ostracismo.
da Coroa Portuguesa, que resolveu estabele- (Laura de Mello e Souza, Norma e conflito: aspectos da histó-
cer 4 Casas de Fundição na região mineradora, ria de Minas no século XVIII)
como forma de cobrar o quinto (imposto de vin-
te por cento) sobre o ouro. A morte de Felipe dos Santos esteve vinculada a
( ) Sucedido em Minas Gerais, no ano de 1708,
o conflito opôs os paulistas (bandeirantes), pri- a) uma sublevação em Vila Rica, que envolveu
meiros aventureiros a descobrir e ocupar a zona vários grupos sociais, descontentes com a de-
da mineração, contra os “forasteiros”, os seja, cisão de levar todo ouro extraído para ser quin-
os grupos que chegaram depois na região, ori- tado nas Casas de Fundição.
ginários do reino ou de outras capitanias. b) um movimento popular que exigia a autonomia
das Minas Gerais da capitania do Rio de Janeiro
A numeração correta na coluna B, de cima para e o imediato cancelamento das atividades da
baixo, é Companhia de Comércio do Brasil.
c) uma revolta denominada Guerra do Sertão, co-
a) 3 – 1 – 4 – 2 mandada por potentados locais, que não acei-
b) 1 – 2 – 3 – 5 tavam as imposições colonialistas portuguesas,
c) 3 – 4 – 1 – 2 como a proibição do comércio com a Bahia.
d) 2 – 3 – 4 – 5 d) uma insurreição comandada pela elite colonial,
e) 3 – 4 – 5 – 2 inspirada no sebastianismo, que defendia a
emancipação da região das Minas do restante
6 – (Espm 2014) À medida que o século chega- da América portuguesa, com a criação de uma
va ao fim, agravava-se a tensão entre os comer- nova monarquia.
ciantes portugueses residentes em Recife e os e) uma rebelião, que contrapôs os paulistas – des-

66 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


EXERCÍCIOS AULA 9

cobridores das minas e primeiros exploradores


– e os chamados emboabas ou forasteiros –
pessoas de outras regiões do Brasil, que vieram
atrás das riquezas de Minas.

8 – (Ufrgs 2012) No bloco superior, abaixo, são


citadas quatro razões que justificaram a articula-
ção de movimentos sociais no período de 1708 a
1789, na região das Minas Gerais; no inferior, são
listados três desses movimentos sociais. Associe
adequadamente o bloco inferior ao superior.

1. A mobilização partiu dos setores subalternos


da sociedade colonial, particularmente de es-
cravos e libertos, que reivindicavam melhores
condições de vida.
2. A supremacia paulista na região mineradora foi
ameaçada pela chegada de forasteiros.
3. A criação das Casas de Fundição para a devida
cobrança dos quintos e a proibição da circula-
ção de ouro em pó levaram à insurreição da po-
pulação local.
4. A decadência da produção aurífera e a ameaça
da “derrama” sobre os habitantes da capitania
acentuavam a crise do sistema colonial.

( ) Guerra dos Emboabas


( ) Revolta de Vila Rica
( ) Inconfidência Mineira

A sequência correta de preenchimento dos parên-


teses, de cima para baixo, é

a) 2 – 3 – 4.
b) 4 – 1 – 2.
c) 3 – 1 – 4.
d) 4 – 3 – 1.
e) 2 – 3 – 1.

GABARITO AULA 9
01 - C 04 - A 07 - A
02 - C 05 - A 08 - A
03 - B 06 - C

67
REVISÃO MODULAR

1 – (Famerp 2017)   de dominação colonial e com a política


mercantilista.
b) colonização se estabelece dentro dos padrões
de povoamento e expansão religiosa, resultou
da expansão marítima dos países da Europa e
se constituiu numa sociedade de europeus sem
miscigenação.
c) exploração econômica da colônia, com base na
produção de açúcar, pretendeu impor a reserva
de mercado metropolitano por meio de um
sistema de livre comércio que atingia todas as
riquezas coloniais.
d) escolha pela produção açucareira na colônia
objetivava demarcar os direitos de exploração
dos países ibéricos na América, tendo como
Considerando o mapa e o contexto histórico, é elemento propulsor o desenvolvimento da
correto constatar que essas viagens  expansão comercial e marítima.
e) existência, na colônia recém descoberta, de uma
a) estabeleceram as bases de uma economia estrutura produtiva já instalada pela população
planetária, com plena integração comercial entre nativa foi capaz de viabilizar uma efetiva
as diversas partes do mundo.     exploração econômica segundo os padrões da
b) contribuíram para a globalização, ao conectar política mercantilista.
partes do mundo que até então se ignoravam
ou não se ligavam diretamente.    3 – (Udesc 2018) É prática comum nos programas
c) resultaram de equívocos e erros de navegação, escolares a delimitação de datas que marcam o
mais do que de cálculos ou de um projeto início e, muitas vezes, o fim de processos históricos.
expansionista organizado.    No caso da História do Brasil, o ano de 1500 recebe
d) representaram a ampliação da hegemonia bastante atenção.
romana sobre o planeta, iniciada na Antiguidade
Clássica.     A respeito do ano de 1500 como início oficial da
e) tiveram por objetivo a aquisição de escravos, História do Brasil, analise as proposições.
daí privilegiarem rotas na direção da África e da
Ásia.     I. A definição de datas como marcos históricos
tem implicações políticas, uma vez que elege
2 – (Puccamp 2017) Mais do que resultante de certos eventos como fundamentais. No caso
acasos e similares, como aconteceu a muitos países, da História do Brasil, a ênfase no ano de 1500
o Brasil é produto de uma obra. Em sua primeira ressalta a importância atribuída à chegada
parte, feita à medida e semelhança do colonizador. dos europeus para a constituição da história
Depois, conduzida pela classe dominante dele brasileira.
herdeira, no melhor e sobretudo no pior da herança. II. Ao definir o ano de 1500 como marco inicial
O sistema aí nascente projetou-se na história para a História do Brasil, corre-se o risco de
como um processo sem interrupção, sem sequer desconsiderar a importância da história, as
solavancos. Escravocrata por tanto tempo, fez a características e os costumes dos vários grupos
abolição mais conveniente à classe dominante, indígenas que já habitavam o território, que seria
não aos ex-escravizados. A República trouxe posteriormente conhecido como Brasil.
recusas superficiais ao Império, ficando a expansão III. A definição do ano de 1500, como marco
republicana do poder e dos direitos reduzida, no para o início oficial da História do Brasil, foi
máximo, a farsas, a começar do método fraudador resultado de uma série de demandas populares
das “eleições a bico de pena”. que reivindicavam a possibilidade de opinar a
respeito da oficialização da História Nacional.
(FREITAS, Jânio de. Folha de S. Paulo, 30/04/2017)
Assinale a alternativa correta.
Sobre a obra colonizadora, a que o texto de Jânio de
Freitas se refere, é correto afirmar que a a) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
a) opção pela implantação da economia açucareira, c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
com base na grande propriedade rural e no d) Somente a afirmativa I é verdadeira.
trabalho escravo, articula-se com o mecanismo e) Somente a afirmativa II é verdadeira.

68 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


REVISÃO MODULAR

 
4 – (Puccamp 2017) As colônias que se formaram Meu avô, ainda intrigado,
na América portuguesa tiveram, desde o século XVI, foi modelar a fronteira:
o caráter de sociedades escravistas. Com o passar
do tempo, consolidaram-se em todas elas algumas E o Brasil tomou a forma de harpa.”
práticas relacionadas à escravidão que ajudaram
a cimentar a unidade e a própria identidade dos (Martim Cererê - Cassiano Ricardo)
colonos luso-brasileiros. Dentre essas práticas,
ressalta-se a combinação entre um avultado tráfico O autor, no seu poema Metamorfoses se refere
negreiro gerido a partir dos portos brasileiros e às várias transformações verificadas no território
altas taxas de alforria. brasileiro. Tais “metamorfoses” presentes acima se
referem
BERBEL, Márcia; MARQUESE, Rafael e PARRON, Tâmis.
Escravidão e política. Brasil e Cuba, c. 1790-1850. São Paulo: a) à importância do indígena brasileiro na
Hucitec/Fapesp. 2010. p. 178-179.
composição étnica e cultural do povo brasileiro.
b) às dimensões continentais adquiridas pela
Segundo o texto e seus conhecimentos sobre a nação brasileira e sua semelhança com um
história da escravidão na América Portuguesa, instrumento musical.
a sociedade escravista que nela se constituiu c) ao processo histórico de penetração e ocupação
apresentava a do território nacional e a delimitação das nossas
fronteiras.
a) convivência entre a presença de um grande d) à conquista do território nacional, realizada
número de alforriados e o denso volume de pelos nossos indígenas, graças à navegação dos
escravos gerido internamente, constituindo-se nossos rios.
como elemento importante na construção da e) à enorme diversidade de ecossistemas e
identidade dos colonos. paisagens naturais presentes no nosso vasto
b) dissociação entre tráfico negreiro, controlado território.
pelos portugueses reinóis, e alforria propiciada
pelos colonos locais, gerando uma pluralidade 6 – (Fuvest 2013)  Admite-se que as cenouras
de identidades na sociedade escravista. sejam originárias da região do atual Afeganistão,
c) tensão entre práticas de alforria engendradas tendo sido levadas para outras partes do mundo
pelos colonos e medidas de estímulo ao tráfico por viajantes ou invasores. Com base em relatos
negreiro empregadas pela Coroa portuguesa, escritos, pode-se dizer que as cenouras devem ter
como expressão de projetos diferentes de sido levadas à Europa no século XII e, às Américas,
sociedade escravista. no início do século XVII.
d) interação patriarcal entre colonos luso-brasileiros
e escravos, devido à adoção de práticas de Em escritos anteriores ao século XVI, há referência
alforria, apesar da unidade e resistência vigentes apenas a cenouras de cor roxa, amarela ou vermelha.
entre os africanos escravizados e da opressão É possível que as cenouras de cor laranja sejam
exercida pela Coroa portuguesa. originárias dos Países Baixos, e que tenham sido
e) contradição entre práticas escravistas desenvolvidas, inicialmente, à época do Príncipe de
estimuladas pelos traficantes portugueses que Orange (1533-1584).
geriam os portos brasileiros e as propostas No Brasil, são comuns apenas as cenouras
abolicionistas apregoadas pelo colonos luso- laranja, cuja cor se deve à presença do pigmento
brasileiros que defendiam a alforria. betacaroteno, representado a seguir.

5 – (Mackenzie 2015)

“Meu avô foi buscar prata,


mas a prata virou índios.

Meu avô foi buscar índio,


mas o índio virou ouro. Com base no descrito acima, e considerando
corretas as hipóteses ali aventadas, é possível
Meu avô foi buscar ouro, afirmar que as cenouras de coloração laranja 
mas o ouro virou terra.
a) podem ter sido levadas à Europa pela Companhia
Meu avô foi buscar terras das Índias Ocidentais e contêm um pigmento
e a terra virou fronteira. que é um polifenol insaturado.   

69
REVISÃO MODULAR

b) podem ter sido levadas à Europa por rotas desordens os astros; o clima é tumba da paz e
comerciais norte-africanas e contêm um berço da rebelião; a natureza anda inquieta consigo,
pigmento cuja molécula possui apenas duplas e amotinada lá por dentro é como no inferno.
ligações cis.   
c) podem ter sido levadas à Europa pelos chineses Lilia Schwarcz e Heloisa Starling. Brasil: uma Biografia.
e contêm um pigmento natural que é um
poliéster saturado.    O texto é parte do discurso histórico e político sobre
d) podem ter sido trazidas ao Brasil pelos primeiros a sublevação que nas minas houve no ano de 1720
degredados e contêm um pigmento que é um e que o governador Pedro Miguel de Almeida e
polímero natural cujo monômero é o etileno.    Portugal, o conde de Assumar, fez chegar às mãos
e) podem ter sido trazidas a Pernambuco durante das autoridades régias em Lisboa.
a invasão holandesa e contêm um pigmento
natural que é um hidrocarboneto insaturado.    A respeito da sedição de Vila Rica, em 1720, é
correto assinalar:
7 – (Fuvest 2018) A respeito dos espaços
econômicos do açúcar e do ouro no Brasil colonial, a) os sediciosos planejavam forçar a coroa a
é correto afirmar: suspender o estabelecimento das casas de
fundição, onde se registrava o ouro em barras
a) A pecuária no sertão nordestino surgiu em e se deduzia o quinto por arroba, o imposto
resposta às demandas de transporte da devido ao rei;
economia mineradora. b) os sediciosos planejavam forçar a coroa a abolir
b) A produção açucareira estimulou a formação de a derrama, que determinava a cobrança de todos
uma rede urbana mais ampla do que a atividade os impostos atrasados;
aurífera. c) os sediciosos rebelaram-se contra forasteiros
c) O custo relativo do frete dos metais preciosos que eram beneficiados pela coroa com privilégios
viabilizou a interiorização da colonização na exploração das jazidas auríferas;
portuguesa. d) os projetos dos sediciosos eram o rompimento
d) A mão de obra escrava indígena foi mais com Portugal, a adoção de um regime
empregada na exploração do ouro do que na republicano é a criação de uma universidade em
produção de açúcar. Vila Rica;
e) Ambas as atividades produziram efeitos e) a sublevação desafiou a ação do marquês de
similares sobre a formação de um mercado Pombal que havia determinado o monopólio
interno colonial. régio sobre a extração de diamantes.

8 – (Famerp 2017) A descoberta de ouro, no Brasil


do século XVII, provocou, entre outros,

a) a formação de núcleos populacionais no interior


da colônia e o pagamento, por Portugal, de parte
das dívidas com a Inglaterra.
b) o fim da economia agrícola monocultora e a
clara diferenciação em relação às áreas de
colonização espanhola na América.
c) o início do extrativismo na colônia e a exploração
dos metais nobres brasileiros por multinacionais
inglesas e norte-americanas.
d) o desenvolvimento de ampla produção agrícola
na região das Minas e a autossuficiência
alimentar das áreas mineradoras.
e) a implantação de vasta rede de transportes na
região das Minas e o rápido escoamento do ouro
na direção dos portos do Nordeste.

9 – (Espm 2016) Das minas e seus moradores


bastava dizer que é habitada de gente intratável. GABARITO REVISÃO

A terra parece que evapora tumultos; a água exala 01 - B 04 - A 07 - C

motins; o ouro toca desaforos; destilam liberdades 02 - A 05 - C 08 - A


03 - A 06 - E 09 - A
os ares; vomitam insolências as nuvens; influem

70 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


Revoltas Emancipacionistas
AULA 10 OBJETIVOS DA AULA

• Relacionar as Revoltas Emancipacionistas ao processo de crise do Antigo


Regime;
• Caracterizar a Inconfidência Mineira;
• Caracterizar a Inconfidência Baiana;
• Diferenciar a Inconfidência Mineira da Baiana, destacando os interesses so-
ciais que guiavam os seus planos de ação e a reação metropolitana em rela-
ção aos seus líderes;
• Desmistificar a figura de Tiradentes, contextualizando a construção de sua
figura como herói nacional.

Habilidades Trabalhadas

• H1 • H5 • H8 • H11 • H15 • H17 • H22


• H4 • H7 • H9 • H14 • H16 • H18 • H29

VIDEO-AULA
IE
ESCANE
O
O CÓDIG

ANOTAÇÕES

72 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


DÊ UM APELIDO A ESSA AULA

ANOTAÇÕES
REVISÃO

RESUMO

HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA 73


matéria
História
prof
módulo Brasil Colônia Yasmin
x

Aula 10. Revoltas Emancipacionistas

➢ Crise do Sistema Colonial

Crise do Antigo
Regime

Iluminismo Rev. Industrial

Revolução
Liberdade e Pressão sobre os
Francesa e Ind. Arrocho colonial
Igualdade países ibéricos
Das 13 Colônias

Abertura dos
Enfraquecimento
mercados
metropolitano
coloniais

Apoio inglês às
independências

➢ Movimentos Emancipacionistas
INCONFIDÊNCIA MINEIRA CONJURAÇÃO BAIANA
•Salvador, 1798.
•Vila Rica, 1789.
•Revolta de caráter popular que se colocava
•Conspiração de mineradores e intelectuais de
contra o domínio português e a escravidão.
Vila Rica contra o domínio metropolitano.
•Formado por alfaiates, soldados, um padre e
•Propostas: proclamação de uma República na
alguns profissionais liberais.
região das Minas; criação de uma Universidade;
sem posicionamento em relação à escravidão. •Propostas: proclamação da República, abolição
da escravidão, aumento dos salários, garantia
•Plano: desencadear uma revolta durante do dia
das liberdades individuais e fim do preconceito
da Derrama.
racial.
•Conspiração denunciada antes que ocorresse →
•12 de agosto: eclosão do movimento →
inconfidentes presos e muitos exilados, com
Salvador tomada pelos revoltosos, mas a
exceção de Tiradentes, que foi condenado à
repressão foi rápida.
morte.
•Revoltosos presos e executados.
•Caráter burguês e inspirada na Independência
dos EUA. •Movimento de caráter popular inspirado na Rev.
Francesa e Independência do Haiti.
EXERCÍCIOS AULA 10

1 – (Pucrs 2017) Sobre o processo de exploração Estupendas usuras nos mercados,


colonial do Brasil por Portugal, é correto afirmar: Todos, os que não furtam, muito pobres,
E eis aqui a Cidade da Bahia.
a) Foi dividido em três ciclos de exploração econô-
mica: produção açucareira, no litoral da região (Gregório de Matos. “Descreve o que era realmente naquelle
tempo a cidade da Bahia de mais enredada por menos confu-
Nordeste; mineração, no Sudeste e Centro- sa”. In: Obra poética (org. James Amado), 1990.)
-Oeste; e extrativismo da borracha, no Norte.
b) Caracterizou-se por relativa estabilidade políti- O poema, escrito por Gregório de Matos no século
ca, na medida em que, durante a colonização, XVII,
não ocorreram movimentos revolucionários de
contestação ao Pacto Colonial. a) representa, de maneira satírica, os governantes
c) Levou ao desenvolvimento das manufaturas lo- e a desonestidade na Bahia colonial.
cais, como consequência da exploração de ouro b) critica a colonização portuguesa e defende, de
durante o período da mineração (século XVIII), forma nativista, a independência brasileira.
o que permitiu o acúmulo de capital e a criação c) tem inspiração neoclássica e denuncia os pro-
de um mercado interno na colônia. blemas de moradia na capital baiana.
d) Em 1709, foi criada a Capitania de São Paulo e d) revela a identidade brasileira, preocupação
Minas de Ouro, em decorrência da descoberta constante do modernismo literário.
de ouro e do início da extração aurífera na re- e) valoriza os aspectos formais da construção
gião de Minas Gerais. poética parnasiana e aproveita para criticar o
e) Teve como base do trabalho a mão de obra es- governo.
crava, que era trazida da África, tendo em vista  
que, por receio de rebelião das populações ori- 4 – (Mackenzie 2019)
ginais da colônia, não houve escravidão indíge-
na. “O resto empório das douradas Minas
Por mim o falará: quando mais finas
2 – (Uepb 2014) Considerando os conflitos sociais Se derramam as lágrimas no imposto
que ocorreram no período colonial, é CORRETO Clama o desgosto de um país decadente”.
afirmar:
(Cláudio Manoel da Costa)
a) Todos os conflitos ocorridos no período colonial
ocorridos entre colonos e forças metropolitanas O intelectual e advogado, autor da poesia acima,
são considerados precursores da independên- foi um dos integrantes da mais importante revolta
cia, sendo iniciados por grupos de colonos sem- colonial brasileira, conhecida como Inconfidência
pre oprimidos que buscavam mais liberdade, Mineira.
igualdade e fraternidade.
b) Foram movimentos nativistas que, estimulados Sobre esse movimento podemos afirmar que
pelo antiabsolutismo e por ideias liberais, luta-
vam pela independência do Brasil. a) era de natureza nativista e influenciado pelos
c) A Revolta de Vila Rica de 1720, que teve a lide- discursos iluministas. Buscava a proclamação
rança de Felipe dos Santos, foi motivada pela da república, que teria Ouro Preto como capital,
crise da economia aurífera e tinha como princi- também o perdão de todas as dívidas para com
pal objetivo a independência do Brasil. a Fazenda Real.
d) A maior parte dos conflitos nos trezentos anos b) manifestava-se contra os rigores da política fis-
de administração portuguesa não teve por fina- cal metropolitana sobre a Capitania das Minas,
lidade a separação do Brasil em relação a Por- exercida através da Casa de Contratação, e ins-
tugal. pirava-se nos ideais revolucionários franceses.
e) Não há registros de participação popular e mui- c) visava à independência econômica e à política
to menos de escravos em nenhum dos confli- da Colônia. O levante foi deflagrado quando se
tos ocorridos na América Portuguesa. exigiu o pagamento dos impostos atrasados
pelas Casas de Fundição em todo o país.
3 – (Unesp 2010) d) era de caráter nacionalista, visando à indepen-
dência da Colônia e ao rompimento dos lanços
A cada canto um grande conselheiro, com a metrópole, com o livre direito de implan-
Que nos quer governar cabana, e vinha, tação de manufaturas nas capitanias e ao co-
Não sabem governar sua cozinha, mércio exterior.
E podem governar o mundo inteiro. e) foi ideologicamente influenciado pelos princí-
(...) pios iluministas, divulgados em Minas por uma

75
EXERCÍCIOS AULA 10

elite intelectual e acolhidos pela população lo- seu apelido de Tiradentes).


cal, devido à crise econômica.
MAXWELL, Kenneth. A devassa da devassa. A Inconfidência
Mineira: Brasil e Portugal 1750-1808. São Paulo: Paz e Terra,
5 – (Fac. Albert Einstein - Medicin 2019) Crise do 1995, p. 216.
sistema colonial é, portanto, aqui entendida como
o conjunto de tendências políticas e econômicas O texto de Kenneth Maxwell, ao se referir a Tira-
que forcejavam no sentido de distender ou mesmo dentes, nos remete à Inconfidência Mineira. Sobre
desatar os laços de subordinação que vinculavam a Inconfidência Mineira, é correto afirmar que
as colônias ultramarinas às metrópoles europeias.

(Fernando A. Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sis-


a) o fracasso do movimento deveu-se, entre ou-
tema Colonial (1777-1808), 1981.) tros, à precária organização do movimento e à
falta de coesão efetiva entre os conspiradores.
A crise mencionada no texto pode ser associada, b) a conjuração resultou em reuniões nas quais
entre outros fatores, se travaram debates políticos e filosóficos sem
a) ao fim do colonialismo europeu nas Américas que com isso resultasse em proposta de revol-
e na África e ao surgimento de ideias sociais ta.
libertadoras nos dois continentes. c) a ausência de princípios iluministas, como os
b) à consolidação da hegemonia marítima britâni- de liberdade e igualdade jurídica, deu ao movi-
ca e às limitações impostas pela Inglaterra ao mento um caráter verdadeiramente revolucio-
tráfico atlântico de escravos. nário.
c) ao crescimento do republicanismo no Brasil e d) o êxito da conspiração deu-se em função de ser
ao esforço de redemocratização política em- formada, principalmente, pelas camadas mé-
preendido na Europa e na América. dias e urbanas e dos grupos pobres da popu-
d) à influência crescente dos Estados Unidos nas lação.
decisões políticas brasileiras e à ampliação do e) as ideias do despotismo ilustrado deram ori-
comércio com os países hispano-americanos. gem a um movimento conspiratório e libertário
e) ao declínio da política mercantilista na Europa e no processo de ruptura política do país.
ao avanço das propostas reformistas e liberais
na economia e na política. 8 – (Mackenzie 2017) A Inconfidência Mineira re-
presentou potencialmente uma das maiores amea-
6 – (Uefs 2018) A Inconfidência Mineira (1789) e a ças de subversão da ordem colonial. O fato de ter
Conjuração Baiana (1798) expressaram localmente ocorrido na área das Minas, área na qual a perma-
o conjunto de mudanças ocorridas no Mundo Oci- nente vigilância e repressão sobre a população
dental a partir de meados do século XVIII. Apesar eram as tarefas maiores das autoridades públicas,
de suas diferenças, os dois movimentos opunham- indica um alto grau de consciência da capacidade
-se de libertação da dominação metropolitana.

Resende, Maria Eugênia Lage de. A Inconfidência Mineira. São


a) à submissão colonial implícita na política mer- Paulo: Global, 1988.
cantilista metropolitana.
b) à importação de ideais iluministas pela cultura De acordo com o texto acima assinale a assertiva
brasileira. correta.
c) à divisão do país entre ricos donatários portu-
gueses. a) A opulência da produção mineradora alcançou
d) à influência das independências das Colônias o seu apogeu na segunda metade do século
Inglesas da América. XVIII, aumentando a ganância da metrópole
e) à participação de homens livres pobres na pre- portuguesa, que acreditava que os mineiros es-
paração da independência. tivessem sonegando impostos e passou a usar
de violência na cobrança dos mesmos.
7 – (Puccamp 2018) Tiradentes era alguém com b) O descontentamento dos colonos aumentava
todas as características e ressentimentos de um de acordo com o preço das mercadorias impor-
revolucionário. Além do mais, ele se apresentava tadas, já que eram proibidas as manufaturas na
para o martírio ao proclamar sua responsabilidade Colônia. Além disso, os jornais que circulavam
exclusiva pela inconfidência. Era óbvia a sedução na região, alertavam a população sobre a cor-
que o enforcamento do alferes representava para rupção nos altos cargos administrativos colo-
o governo português: pouca gente levaria a sério niais.
um movimento chefiado por um simples Tiraden- c) Sofrendo violenta opressão, a classe dominan-
tes (e as autoridades lusas, depois de outubro de te mineira conscientizou-se das contradições
1790, invariavelmente se referiam ao alferes por

76 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


EXERCÍCIOS AULA 10

entre os seus interesses e os da metrópole.


Influenciada pelo pensamento iluminista e na
iminência da cobrança da derrama em Vila Rica,
em 1789, preparou uma insurreição.
d) Contando com adesão e apoio efetivo de di-
versas parcelas da população mineira, os insur-
gentes reivindicavam um governo republicano
inspirado nas ideias presentes na Constituição
dos EUA, mas foram traídos por um dos par-
ticipantes em troca do perdão de suas dívidas
pessoais.
e) Mesmo sem ter ocorrido de fato, a Inconfidên-
cia Mineira, o apoio recebido da população re-
voltada e influenciada pelos ideais iluministas,
demonstrou a maturidade do processo pela in-
dependência do país. Tal engajamento vai estar
presente durante todas as lutas em prol da nos-
sa emancipação.

GABARITO AULA 10
01 - D 04 - E 07 - A
02 - D 05 - E 08 - C
03 - A 06 - A

77
A vinda da família real para o Brasil e o Período
Joanino
AULA 11
OBJETIVOS DA AULA

• Relacionar o Período Napoleônico à Vinda da Família Real;


• Compreender as motivações políticas e econômicas que levaram a transferência
da Família Real;
• Identificar os interesses ingleses para a transferência da Família Real;
• Compreender os impactos das mudanças que a chegada da Corte trouxe para a
cidade do Rio de Janeiro e sua população;
• Caracterizar as principais medidas adotadas por D. João VI que romperam com a
estrutura colonial brasileira e forjaram as bases para uma nação livre.

Habilidades Trabalhadas
• H1 • H5 • H8 • H11 • H15 • H29
• H2 • H6 • H9 • H13 • H22
• H4 • H7 • H10 • H14 • H24

VIDEO-AULA
IE
ESCANE
O
O CÓDIG

ANOTAÇÕES

78 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


DÊ UM APELIDO A ESSA AULA

ANOTAÇÕES
REVISÃO

RESUMO

HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA 79


matéria
História
prof
módulo Brasil Colônia Yasmin
x

Aula 11. A vinda da família real para


o Brasil e o Período Joanino

➢ Contexto ➢ Período Joanino


• Brasil na passagem do séc. XVIII • Janeiro de 1808 – desembarque em
para o XIX: crise econômica → Salvador: abertura dos portos às
declínio da mineração e agricultura nações amigas.
sem destaque no mercado • Abril de 1808: chegada ao Rio de
internacional. Janeiro.
• América: primeiros focos de • 1810: Tratados com a Inglaterra.
independência – EUA e Haiti.
o Tratado de Navegação e
• Europa: Era Napoleônica. Comércio: beneficiava a
o 1806: Bloqueio Continental. importação de produtos
o 1807: Tratado de ingleses.
Fontainebleau – firmado entre o Tratado de Aliança e
França e Espanha, previa a Amizade: compromisso em
invasão à Portugal e a limitar o tráfico de escravos.
extinção da dinastia de • Fim da estrutura colonial: criação de
Bragança. órgãos públicos, da Casa da Moeda
e Banco do Brasil; criação da
➢ Transferência da Corte Faculdade de Medicina em Salvador
e de Direito no RJ; criação da
• 1807: Convenção Secreta: Inglaterra Imprensa Real; patrocínio de
se compromete em auxiliar Portugal missões artísticas; reformas urbanas
na fuga da Família Real em troca de no RJ.
vantagens comerciais.
• 1809: Conquista da Guiana
• Fuga para o Brasil: opção de Francesa → devolvida em 1815.
preservar os domínios coloniais e as
relações comerciais com a Inglaterra. • 1815: Brasil elevado à Reino Unido
a Portugal e Algarve.
o A transferência já era um
projeto antigo da Coroa → • 1816: anexação da Banda Oriental
oportunidade de comandar (Uruguai).
uma potência regional. • 1817: Revolução Pernambucana.
• Família Real acompanhada por cerca
de 15 mil pessoas,
• Inversão Metropolitana.
EXERCÍCIOS AULA 11

1 – (Espm 2012) Em 1720, a Coroa portuguesa de- c) Revolução Praieira, de 1848.


cidiu proibir definitivamente a circulação de ouro d) Confederação do Equador, de 1824.
em pó, instalando a Casa de Fundição em Vila e) A Revolta de Vila Rica, de 1720.
Rica, onde todo o metal extraído das minas de-
veria ser transformado em barras para depois ser 3 – (Famerp 2019) Em relação à América Espanho-
transportado ao litoral. la, nas duas primeiras décadas do século XIX,] a si-
A medida pretendia acabar com o contra- tuação da América Portuguesa era diferente, pois
bando e incrementar a arrecadação de impostos, ali o próprio governo português parecia conduzir e
prejudicando os interesses dos proprietários de administrar as transformações.
lavras auríferas, comerciantes e profissionais libe-
rais que recebiam ouro em pó pelos seus serviços, (Andréa Slemian e João Paulo G. Pimenta. O “nascimento
político” do Brasil, 2003.)
além dos tropeiros que escoavam a produção.
As novas diretrizes foram intensamente
discutidas nos bares, nas tavernas, e críticas fero- Estão entre as transformações mencionadas no
zes eram lançadas, nas rodas de conversa, contra texto:
a administração local. Uma revolta se levantaria
contra as medidas de controle da Coroa. a) a formação de uma Junta autônoma de gover-
no e a ampliação das redes de transportes e
(Fábio Pestana Ramos e Marcus Vinicius de Morais. Eles for- comunicação internas.
maram o Brasil) b) a abolição do regime de exclusivo metropolita-
no e a passagem do Brasil à condição de Reino
A revolta ocorrida contra as medidas de controle Unido.
da Coroa portuguesa foi: c) a autorização para a implantação de indústrias
no Brasil e o descumprimento do Tratado de
a) a Guerra dos Emboabas; Tordesilhas.
b) a Revolta de Felipe dos Santos; d) a decretação do fim do tráfico de africanos es-
c) a Inconfidência Mineira; cravizados e a formalização da independência
d) a Guerra dos Mascates; do Brasil.
e) a Revolta de Beckman. e) a ampliação do comércio com os demais países
da América e a eliminação das tarifas alfande-
2 – (Uece 2017 Adaptada) Atente ao seguinte gárias para produtos de origem africana.
enunciado: “Nove anos após a Inconfidência Mi-  
neira, idealizada e liderada por membros da elite 4 – (Uefs 2018) Do ponto de vista econômico, a
da capitania de Minas Gerais (advogados, magis- concessão mais onerosa para os interesses da co-
trados, militares, padres e ricos contratantes), lônia foi a tarifa de 15% ad valorem a ser cobrada
uma nova revolta ocorreu na Colônia, contra a do- sobre as mercadorias inglesas entradas nos por-
minação portuguesa. Essa, entretanto, não ficou tos brasileiros, em navios ingleses ou portugue-
restrita a um pequeno grupo da elite de brancos ses [...]. Situação agravada pelo fato de a Carta de
e intelectuais ou às ideias políticas liberais. Teve Abertura dos portos fixar a taxa de 16% ad valo-
a participação e mesmo a liderança de pessoas rem para os navios portugueses e 24% para todas
oriundas dos grupos desprivilegiados (mulatos, as demais nações.
brancos pobres, negros livres e escravos), dela
participaram o médico Cipriano José Barata de (José Jobson de Andrade Arruda. Uma colônia entre dois
impérios, 2008.)
Almeida, os soldados Lucas Dantas do Amorim
Torres e Luís Gonzaga das Virgens e os alfaiates
João de Deus do Nascimento e Manuel Faustino O excerto refere-se aos tratados de 1810 assina-
dos Santos Lira. Seus objetivos incluíam, além da dos entre os governos português e inglês, que ti-
autonomia em relação a Portugal, a implantação veram como uma de suas consequências
de um governo republicano, a busca por igualda-
de racial com a abolição da escravidão e o fim dos a) o estímulo ao desenvolvimento das manufatu-
privilégios sociais e econômicos das elites, com a ras no Brasil.
diminuição dos impostos e com aumentos salariais b) o fortalecimento do controle metropolitano so-
para o povo”. bre o comércio colonial.
c) a ligação das atividades econômicas coloniais
O enunciado acima se refere ao movimento sepa- com uma economia industrial.
ratista colonial denominado d) a crise das exportações de produtos primários
do Brasil para a Europa.
a) Conjuração Baiana, de 1798. e) a adoção no conjunto do Império português da
b) Revolução Pernambucana, de 1817. política do livre-cambismo.

81
EXERCÍCIOS AULA 11

Brasil de Dom João VI para a efetivação desse


5 – (Fgv 2012) Leia a entrevista. projeto histórico.

FOLHA – Estamos vivendo um momento de novas 6 – (Fac. Albert Einstein 2017 Adaptada) D. João
interpretações em relação ao período imperial? elevou o Brasil à condição de Reino Unido a Portu-
gal e Algarves em 16 de dezembro de 1815.
MAXWELL – (...) o movimento de independência
da década de 1820 não aconteceu no Brasil, mas Essa medida objetivou, entre outros fatores
em Portugal. Foram os portugueses que não qui-
seram ser dominados por uma monarquia baseada a) atender a uma exigência das Cortes de Lisboa,
na América. de acordo com os princípios liberais da Revolu-
Com a rejeição da dominação brasileira, ção do Porto.
eles atraíram muitos dos problemas de fragmen- b) impedir a ampliação do império francês nas
tação, guerras civis e descontinuidade que são pa- Américas, com as guerras por territórios colo-
recidos com aqueles que estavam acontecendo na niais extraeuropeus.
América espanhola. c) apaziguar a elite brasileira do Nordeste, que era
É sempre importante, ao pensar a história favorável à abolição da escravidão e da imple-
do Brasil, considerar que ela não se encaixa em in- mentação da república.
terpretações convencionais. É sempre necessário d) legitimar a dinastia de Bragança, de acordo
pensar um pouco de forma contrafactual, porque a com os princípios restauradores invocados pelo
história brasileira não segue a mesma trajetória de Congresso de Viena.
outras histórias das Américas. O rei estava aqui, a e) reconhecer a importância do Brasil para o Impé-
revolução liberal estava lá. A continuidade estava rio português.
aqui, a descontinuidade estava lá.
Acho que isto explica muito das coisas que 7 – (Feevale 2016) No ano de 1808, a Corte portu-
aconteceram depois no Brasil, no século 19. guesa instalou-se no Brasil. A partir desse momen-
to, um processo de desenvolvimento científico-
Marcos Strecker, Para Maxwell, país não permite leituras con- -cultural ocorreu, com a fundação de instituições,
vencionais. Folha de S.Paulo, 25-11-2007.
como Biblioteca Pública e Imprensa Régia. Tam-
bém foram criados, com o passar do tempo, dife-
“A história brasileira não segue a mesma trajetória rentes cursos, como o da Academia Real Militar e
de outras histórias das Américas”, pois da Faculdade de Medicina.
a) em 1824 foi promulgada a primeira constitui- Marque a alternativa que demonstra o principal
ção do Brasil, caracterizada pela divisão e au- objetivo do governo ao instituir o desenvolvimento
tonomia dos três poderes e por uma legislação desses cursos.
social avançada para os padrões da época, pois
garantia o direito de voto a todos os brasileiros. a) Fortalecer o sistema público da educação brasi-
b) com a grave crise estrutural que atingiu as ati- leira, existente desde a fundação das primeiras
vidades produtivas da Europa no início do sécu- vilas.
lo XIX, restou ao Brasil um papel relevante no b) Fortificar a colônia contra os ataques das es-
processo de recuperação das bases econômi- quadras inglesas, formando quadros para o
cas industriais, com o fornecimento de algodão, exército.
tabaco e açúcar. c) Desenvolver novas tecnologias para a crescen-
c) os princípios e as práticas liberais do príncipe- te indústria portuguesa.
-regente Dom Pedro se chocavam com o con- d) Controlar a imprensa local através da censura.
servadorismo das elites coloniais do centro-sul, e) Formar recursos humanos para atender às ne-
defensoras de restrições mercantilistas com o cessidades da Corte.
intuito de conter a ganância britânica pela ri-
queza brasileira. 8 – (Ufsm 2013) No texto “O Império enfermo”,
d) com as invasões napoleônicas, desorganiza- Cláudio Bertolli Filho afirma:
ram-se os contatos entre a metrópole espanho-
la e seus espaços coloniais na América, situa- A vinda da Corte portuguesa para o Brasil em 1808
ção diversa da verificada em relação ao Brasil, determinou mudanças na administração pública
que abrigou a Corte portuguesa. colonial, inclusive na área de saúde. Como sede
e) a elite colonial nordestina – voltada para o mer- provisória do império lusitano e principal porto do
cado interno, defensora do centralismo políti- país, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se o centro
co-administrativo e da abolição da escravatura das ações sanitárias. Com elas, dom João VI pro-
– apostava na liderança e na continuidade no

82 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


EXERCÍCIOS AULA 11

curou oferecer uma imagem nova de uma região


que os europeus definiam como território da bar-
bárie e da escravidão.

Fonte: BERTOLLI FILHO, Cláudio. História da saúde pública no


Brasil. 4.ed. São Paulo: Ática, 2001. p. 8.

As ocorrências mencionadas estão inseridas numa


sucessão em que podem ser destacados, seja
como antecedentes, seja como consequentes, os
seguintes processos:

I. a Primeira Revolução Industrial e a busca da In-


glaterra pela hegemonia comercial na Europa e
no mundo.
II. a Revolução Francesa e as tentativas de expan-
são das conquistas dos revolucionários burgue-
ses para a Europa.
III. as disputas entre a Inglaterra e a França, o de-
creto do Bloqueio Continental com as repercus-
sões para a Espanha e Portugal e seus domí-
nios ultramarinos.
IV. a crise do sistema colonial, os processos de in-
dependência nas Américas e a implantação de
Estados Nacionais em ex-colônias da Inglaterra,
França, Espanha e Portugal.

Estão corretas

a) apenas I e II.
b) apenas I e IV.
c) apenas II e III.
d) apenas III e IV.
e) I, II, III e IV.

GABARITO AULA 11
01 - B 04 - C 07 - E
02 -A 05 - D 08 - E
03 - B 06 - D

83
A Independência do Brasil (1822)
AULA 12 OBJETIVOS DA AULA

• Compreender a importância da revolução do Porto e da volta da Família


Real à Portugal para o processo de Independência do Brasil;
• Compreender o papel da elite latifundiária no processo de independência;
• Identificar os principais fatores que levaram à proclamação da indepen-
dência do Brasil;
• Identificar os elementos que possibilitaram a manutenção das estruturas
social, política e econômica no Brasil após a Independência.

Habilidades Trabalhadas

• H1 • H6 • H10 • H15
• H2 • H7 • H11 • H22
• H4 • H8 • H13 • H24
• H5 • H9 • H14 • H29

VIDEO-AULA
IE
ESCANE
O
O CÓDIG

ANOTAÇÕES

84 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


DÊ UM APELIDO A ESSA AULA

ANOTAÇÕES
REVISÃO

RESUMO

HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA 85


matéria
História
prof
módulo Brasil Colônia Yasmin
x

Aula 12. A Independência do Brasil (1822)

➢ Revolução do Porto (1820)


• Movimento liberal que exigia o retorno da Família Real e recolonização do Brasil.
• 1815: derrota definitiva de Napoleão → expectativa de retorno do rei.
• 1820: onda revolucionária por uma reforma política e retorno do rei iniciada no
Porto se espalha pelo reino de Portugal.
• Convocação das Cortes para a elaboração de uma Constituição.
• 1821: retorno de D. João VI à Portugal após fortes pressões → deixou o seu
herdeiro Pedro como príncipe regente do Brasil.

➢ Emancipação Política
• Perante a pressão portuguesa em recolonizar o Brasil e pelo retorno de d. Pedro
à Portugal, as elites brasileiras iniciaram a articular o movimento de
independência.
• D. Pedro como fundamental no processo de independência → elites temiam a
formação de uma república popular caso o movimento fosse liderado pelas
camadas mais baixas.
• Pré-emancipação:
o Dia do Fico – após receber um abaixo-assinado D. Pedro declarou que
permaneceria no Brasil, contrariando o Parlamento português;
o Decreto do Cumpra-se – nenhuma lei aprovada em Portugal valeria no
Brasil sem a aprovação de Dom Pedro;
o Nomeação de José Bonifácio como ministro do governo;
o Junho de 1822 – D. Pedro convocou uma Assembleia Constituinte
brasileira.
• Setembro de 1822: oficializada a Independência.
EXERCÍCIOS AULA 12

1 – (Unesp 2017) A Inconfidência Mineira (1789) e b) II e III, apenas.


a Conjuração Baiana (1798) tiveram semelhanças c) I, apenas.
e diferenças significativas. É correto afirmar que d) III e IV, apenas.
e) I, II e IV, apenas.
a) as duas revoltas tiveram como objetivo central
a luta pelo fim da escravidão. 3 – (Ufpb 2012) A pintura é uma manifestação ar-
b) a revolta mineira teve caráter eminentemente tística que pode ser utilizada como fonte histórica,
popular e a baiana, aristocrático e burguês. reforçando uma versão da história. Nesse sentido,
c) a revolta mineira propunha a independência observe o quadro do pintor paraibano Pedro Amé-
brasileira e a baiana, a manutenção dos laços rico:
com Portugal.
d) as duas revoltas obtiveram vitórias militares no
início, mas acabaram derrotadas.
e) as duas revoltas incorporaram e difundiram
ideias e princípios iluministas.

2 – (Fac. Pequeno Príncipe 2016) Leia o texto a


seguir:

“A abertura dos portos às nações amigas, em


1808, permitiu que o Brasil fosse invadido por
artigos importados dos mais variados, principal-
mente de origem inglesa. Os produtos ligados à No campo da historiografia, essa imagem:
indumentária e à beleza deram novo fôlego à vai-
dade dos homens e mulheres de então. O período a) sintetiza o verdadeiro sentimento de toda a na-
imperial no Brasil foi marcado por modos e modas ção em relação a Portugal.
que acompanharam as grandes mudanças políti- b) expõe a luta de classes existente no país no pe-
cas, econômicas e sociais. Roupas, acessórios, ríodo da independência.
joias e penteados revelam como se comportavam c) expressa o apoio popular ao processo de auto-
as pessoas, a sutileza de seus costumes e os códi- nomia política do Brasil.
gos secretos da vida em sociedade. d) representa uma visão heroica e romanceada da
O acesso aos itens de luxo, entretanto, não tornou separação política do país.
os moradores das terras brasileiras mais elegantes e) mostra a independência como anseio de gru-
aos olhos dos viajantes estrangeiros.” pos subalternos.
 
RASPANTI, Márcia Pinna. Que deselegantes. Disponível em:
<http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/que-dese-
4 – (Enem 2019) Entre os combatentes estava a
legantes>. mais famosa heroína da Independência. Nascida
Acesso em: 4 out. 2015. em Feira de Santana, filha de lavradores pobres,
Maria Quitéria de Jesus tinha trinta anos quan-
A partir da leitura do texto, é possível afirmar: do a Bahia começou a pegar em armas contra os
portugueses. Apesar da proibição de mulheres
I. Com a chegada da família real portuguesa ao nos batalhões de voluntários, decidiu se alistar às
Brasil, os brasileiros tiveram mais acesso aos escondidas. Cortou os cabelos, amarrou os seios,
produtos ingleses. vestiu-se de homem e incorporou-se às fileiras
II. As mudanças ocorridas nos modos e na moda brasileiras com o nome de Soldado Medeiros.
no contexto do período Imperial brasileiro fo-
ram bastante sutis. GOMES, L. 1822. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.
III. Roupas, acessórios e joias são itens supérfluos
que pouco informam sobre os costumes de No processo de Independência do Brasil, o caso
uma época. mencionado é emblemático porque evidencia a
IV. Os viajantes estrangeiros que passaram pelo
Brasil nesse período não registraram informa- a) rigidez hierárquica da estrutura social.
ções relevantes sobre a vestimenta dos brasi- b) inserção feminina nos ofícios militares.
leiros. c) adesão pública dos imigrantes portugueses.
d) flexibilidade administrativa do governo impe-
Está(ão) CORRETA(S): rial.
e) receptividade metropolitana aos ideais emanci-
a) I e II, apenas. patórios.

87
EXERCÍCIOS AULA 12

5 – (Fuvest 2018) Na edição de julho de 1818 do mércio e a autonomia administrativa. A maioria


Correio Braziliense, o jornalista Hipólito José da da população permaneceu na situação anterior
Costa, residente em Londres, publicou a seguinte à proclamação da Independência.
avaliação sobre os dilemas então enfrentados pelo c) Após o processo de Independência, a economia
Império português na América: brasileira tornou-se competitiva no mercado in-
ternacional, pois devido ao apoio econômico
A presença de S.M. [Sua Majestade Imperial] no inglês o Brasil começou a desenvolver a ativi-
Brasil lhe dará ocasião para ter mais ou menos in- dade industrial, o que era proibido pelo governo
fluência naqueles acontecimentos; a independên- metropolitano.
cia em que el-rei ali se acha das intrigas europeias d) A mudança mais significativa após a Indepen-
o deixa em liberdade para decidir-se nas ocorrên- dência do Brasil ocorreu no âmbito econômico-
cias, segundo melhor convier a seus interesses. Se -social, pois com o desenvolvimento econômico
volta para Lisboa, antes daquela crise se decidir, surgiram novas classes sociais urbanas ligadas
não poderá tomar parte nos arranjamentos que a ao processo industrial.
nova ordem de coisas deve ocasionar na América. e) A Inglaterra, interessada em manter os bene-
fícios comerciais garantidos pelos tratados de
Nesse excerto, o autor referia-se comércio e navegação de 1810, foi a primeira
nação a reconhecer a Independência do Brasil.
a) aos desdobramentos da Revolução Pernambu-
cana do ano anterior, que ameaçara o domínio 7 – (Ebmsp 2018) Texto I
português sobre o centro-sul do Brasil.
b) às demandas da Revolução Constitucionalista O processo de independência das colônias espa-
do Porto, exigindo a volta imediata do monarca nholas da América ganhou força, no começo do
a Portugal. século XIX, aproveitando a fragilidade política em
c) à posição de independência de D. João VI em que se encontrava a Espanha, após a invasão das
relação às pressões da Santa Aliança para que tropas napoleônicas. As lutas pela independên-
interviesse nas guerras do rio da Prata. cia ocorreram entre os anos de 1810 e 1833. Ao
d) às implicações que os movimentos de indepen- contrário do que aconteceu no Brasil, o processo
dência na América espanhola traziam para a do- de independência das colônias espanholas foi vio-
minação portuguesa no Brasil. lento, pois houve resistência militar por parte da
e) ao projeto de D. João VI para que seu filho D. Espanha. As guerras de independência geraram
Pedro se tornasse imperador do Brasil indepen- milhares de mortes de ambos os lados. Os movi-
dente. mentos de independência, embora liderados pe-
los criollos, contou com a participação de negros,
6 – (Fac. Pequeno Príncipe 2018) Na interpretação mestiços, brancos das camadas mais pobres e até
mais conhecida sobre a História do Brasil, a data mesmo de indígenas.
de 7 de setembro de 1822 representou um marco,
pois, nesse dia, D. Pedro proclamou oficialmente Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/historia/inde-
pendencia_america_espanhola.htm>. Acesso em: ago. 2017.
a separação da Colônia da metrópole portuguesa. Adaptado.

Sobre o processo de Independência do Brasil, assi- Texto II


nale a alternativa CORRETA.
Segundo o historiador e autor do livro “A Indepen-
a) As relações entre a Coroa portuguesa e o Brasil dência do Brasil na Bahia”, publicado em 1982,
melhoraram quando Dom João VI, de Portugal, Luís Henrique Dias Tavares, os personagens que
apoiado pela Corte portuguesa, assinou um de- deveriam ocupar o lugar mais alto ou de destaque,
creto concedendo o título de Regente do Brasil no desfile cívico, seriam os lavradores e ex-es-
a seu filho Dom Pedro. Entretanto, aproveitan- cravos que pegaram em armas e consolidaram a
do-se da autoridade que lhe foi concedida, no independência na província da Bahia. Entretanto,
dia 7 de setembro de 1822, Dom Pedro rom- nas comemorações do 2 de julho, optou-se colocar
peu politicamente com Portugal e proclamou a as imagens do caboclo e dos índios, em geral, ao
Independência do Brasil. invés da imagem de negros. Certamente naquela
b) A Independência brasileira foi um processo li- época haveria rejeição ao destaque dado a escra-
derado, em grande parte, pelos setores sociais vos e ex-escravos naquelas festividades, mas fo-
que mais se beneficiavam com a ruptura dos la- ram essas pessoas responsáveis pelo avanço do
ços coloniais: os grandes proprietários de terra nosso exército, enfrentando várias adversidades,
e os grandes comerciantes, pois a separação ti- inclusive a morte. O historiador reconhece a parti-
nha como objetivo preservar a liberdade de co- cipação dos indígenas na luta pela Independência,

88 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


EXERCÍCIOS AULA 12

mas pontua que uma pequena parte dessa popu-


lação foi para a luta armada. a) I e III.
b) II e IV.
Disponível em: <http://g1.globo.com/bahia/noticia/2012/07/>. c) I, II e IV.
Acesso em: ago. 2017. Adaptado.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
A comparação entre os textos I e II e os conhe-
cimentos sobre o processo de independência das
colônias ibéricas da América permitem concluir:

a) Os textos I e II enfatizam, igualmente, a parti-


cipação e o reconhecimento do papel de bran-
cos, crioulos, mestiços, negros e indígenas nas
guerras de independência das referidas colô-
nias.
b) O texto II descarta a participação dos indíge-
nas nas lutas pela independência na América e
na Bahia, visto que eles já estavam distantes e
excluídos do convívio com os brancos, mesmos
em áreas do interior das colônias.
c) O texto I relaciona a invasão das tropas france-
sas em Espanha e Portugal como razão direta
para o nascimento das ideias e das lutas pela
Independência na América.
d) O texto II contesta a afirmação do texto I quan-
to a uma independência sem lutas, no Brasil,
e denuncia a exclusão simbólica da atuação do
negro nas lutas pela Independência do Brasil,
na Bahia.
e) O texto I enfatiza a situação de fragilidade po-
lítica tanto das colônias espanholas quanto da
colônia portuguesa, no século XIX, o que resul-
tou no fracionamento do território da América
do Sul em várias unidades políticas indepen-
dentes.

8 – (Pucrs 2017) Sobre a Independência do Brasil,


afirma-se:

I. Implicou uma ruptura de laços políticos e eco-


nômicos com Portugal, já que no Brasil seria
adotado um regime político constitucional, e
Portugal manteria o sistema absolutista.
II. Pode ser considerada uma decorrência da vinda
da Corte Portuguesa para o Brasil, em 1808, na
medida em que esse acontecimento implicou
um processo crescente, e difícil de ser rever-
tido, de autonomização político-econômico da
colônia.
III. Está associada a uma profunda mudança es-
trutural interna, por colocar em xeque a base
econômico-social que sustentou a exploração
econômica do Brasil durante o regime colonial.
IV. Sofreu resistência dentro do próprio País, tendo
em vista que determinadas Províncias, como o GABARITO AULA 12
Grão-Pará e o Maranhão, tinham mais vínculos 01 - E 04 - A 07 - D
com Lisboa do que com o Rio de Janeiro. 02 - C 05 - D 08 - B
03 - D 06 - B

Estão corretas apenas as afirmativas

89
REVISÃO MODULAR

1 – (Pucsp 2011) “O Brasil é uma criação recente. Estão corretas apenas as afirmativas
Antes da chegada dos europeus (...) essas terras
imensas que formam nosso país tiveram sua pró- a) I e II.
pria história, construída ao longo de muitos sécu- b) I e III.
los, de muitos milhares de anos. Uma história que c) II e IV.
a Arqueologia começou a desvendar apenas nos d) I, II e III.
últimos anos.” e) II, III e IV.

Norberto Luiz Guarinello. Os primeiros habitantes do Brasil. 3 – (Puccamp 2017) Luiz Gama (1830-1882) foi um
A arqueologia pré-histórica no Brasil. São Paulo: Atual, 2009
(15ª edição), p. 6
dos raros intelectuais negros brasileiros do século
XIX, o único autodidata e também o único a ter so-
O texto acima afirma que frido a escravidão antes de integrar a república das
Letras, universo reservado aos brancos. Em São
a) o Brasil existe há milênios, embora só tenham Paulo, em 1859, lançou a primeira edição de seu
surgido civilizações evoluídas em seu território único livro – Primeiras trovas burlescas de Getulino
após a chegada dos europeus. –, uma coletânea de poemas satíricos e líricos até
b) a história do que hoje chamamos Brasil come- bem pouco rara. Pela primeira vez na literatura bra-
çou muito antes da chegada dos europeus e sileira, um negro ousara denunciar os paradoxos
conta com a contribuição de muitos povos que políticos, éticos e morais da sociedade imperial.
aqui viveram. (...) Jamais frequentou escolas, pois, como afirma-
c) as terras que pertencem atualmente ao Brasil ra, “a inteligência repele os diplomas, como Deus
são excessivamente grandes, o que torna im- repele a escravidão”. Luiz Gama converteu-se no
possível estudar sua história ao longo dos tem- incansável e douto “advogado dos escravos”. O
pos. poeta então se eclipsa, cedendo lugar ao abolicio-
d) a Arqueologia se dedicou, nos últimos anos, a nista e militante republicano.
pesquisar o passado colonial brasileiro e seu FERREIRA, Lígia Fonseca. “Luiz Gama por Luiz Gama: carta a
vínculo com a Europa. Lúcio de Mendonça”.
e) os povos indígenas que ocupavam o Brasil an- Revista Teresa de Literatura Brasileira (8/9). São Paulo: Editora
tes da chegada dos europeus, foram dizimados 34/Universidade de São Paulo, 2008, p. 301.
pelos conquistadores portugueses.
Em relação à proposição “Deus repele a escravi-
2 – (Pucrs 2015) Considere as afirmações abaixo dão”, sabe-se que os jesuítas
sobre as razões que levaram os portugueses a
adotar o açúcar como produto agrícola básico de a) defenderam enfaticamente que essa forma
exportação do Brasil Colonial (1530-1822). de trabalho fosse abolida na América hispâni-
ca uma vez que consideravam que todos eram
I. As condições geográficas do Brasil eram favo- iguais perante Deus, sendo, por essa razão, ex-
ráveis ao desenvolvimento da lavoura canaviei- pulsos, primeiro pela Coroa Portuguesa e, em
ra, devido ao clima tropical quente e úmido e ao seguida, pela Coroa Espanhola, após décadas
solo relativamente fértil no litoral. de trabalho missionário.
II. O açúcar era um produto de grande aceitação b) apresentaram, gradativamente, postura cada
no mercado europeu e poderia proporcionar vez mais complacente em relação aos indíge-
grandes lucros à metrópole portuguesa, tendo nas, argumentando que estes não deveriam
em vista a potencialidade que sua nova colônia ser submetidos ao regime da agricultura nos
apresentava para a lavoura canavieira. moldes ocidentais, uma vez que, diferentemen-
III. Apesar de já comercializar açúcar na Europa, te dos negros, eram frágeis fisicamente e de-
Portugal ainda não tinha experiência na sua tinham suas próprias técnicas de subsistência,
produção, decidindo, assim, iniciar essa nova como o extrativismo e a coivara.
atividade econômica nas terras há pouco des- c) dividiram-se em dois grupos com opiniões di-
cobertas na América. vergentes, sendo um defensor do trabalho
IV. Portugal desejava rivalizar com os holandeses, compulsório aos indígenas e africanos, contanto
que eram inimigos da Coroa Lusitana e domi- que combinado à catequese e a um tratamen-
navam o refino e o comércio do açúcar na Eu- to humanista desses cativos, e outro favorável
ropa; posteriormente, os holandeses, inclusive, ao estabelecimento de missões que atraíssem
invadiriam as zonas produtoras brasileiras de espontaneamente índios e negros que ali pode-
açúcar. riam trabalhar em comunidade e estudar.
d) discutiram efusivamente essa questão, desa-
fiando as orientações superiores em nome da

90 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


REVISÃO MODULAR

piedade cristã aos índios e negros, até o mo- Com base nos textos, no mapa e em conhecimen-
mento em que o trabalho compulsório se mos- tos de História, julgue as afirmativas em V (Verda-
trou indispensável para sua fixação e sobrevi- deiro) e F (Falso).
vência nas colônias, etapas que venceram com
êxito, a ponto de se transformarem em uma ( )  Aplicando o princípio do “uti possidetis”, o
ameaça político-econômica à dominação das Tratado de Madri estabeleceu, em linhas ge-
coroas hispânicas. rais, o tamanho e a forma do Brasil. No Sul
e) consideravam a escravidão um mal necessário ocorreu uma exceção: Portugal recebia a região
para a colonização do novo mundo, sendo es- dos Sete Povos do Uruguai (Missões) e entre-
pecialmente admissível no caso da população gava à Espanha a Colônia do Sacramento. 
africana, que já adotara essa prática em suas ( ) Pelo Tratado de Madri a Espanha realizava o
próprias terras e se mostrava arredia à adoção objetivo de limitar o perímetro de seu império
do cristianismo, bem como nos casos de indí- colonial americano, mas melhorava suas defe-
genas hostis, aos quais cabia a aplicação dos sas, em especial nas áreas argentíferas andinas.
princípios da “guerra justa”. Caberia aos luso-brasileiros a responsabilidade
  de defender a embocadura do rio Amazonas,
via de acesso de possíveis invasores rumo a
4 – (Fepar 2017 Adaptada)   Oeste.   
( ) O Tratado de Santo Ildefonso, assinado en-
tre as metrópoles ibéricas, restabelecia o que
dispusera o Tratado de Madri, mas no sul dis-
punha que caberia à Espanha a região de Sete
Povos das Missões, assim como a colônia de
Sacramento.  
( ) As Guerras Guaraníticas tiveram por causa a
recusa, de colonos portugueses e índios guara-
nis aldeados na região de Sacramento, a aban-
donar as terras que ocupavam e suas facilida-
des de comércio e contrabando na estratégica
localização junto ao rio da Prata.  
( ) Comparando o Tratado de Madri e o de Santo
Ildefonso, pode-se afirmar que o território co-
lonial brasileiro teria área maior se esse último
tivesse prevalecido em caráter definitivo.   

O domínio espanhol importou no desaparecimen- Assinale a alternativa que apresenta a sequência


to do tratado de Tordesilhas, pela revogação tácita correta
de suas disposições. Em 1640, com a restauração
portuguesa, surgiu o problema dos limites, tor- a) V – V – V – F – F.
nado mais premente a partir de 1680, quando foi b) V – V – V – V – F.
fundada, na margem norte do rio da Prata, a Co- c) F – V – V – F – F.
lônia do Sacramento [...] o problema dos limites, d) V – F – V – F – F.
felizmente, salvo alguns poucos episódios, exigiu e) F – F – V – V – V.
mais trabalhos diplomáticos que atividades guer-
reiras.  5 – (Unesp 2019) Destinada unicamente à expor-
tação, em função da qual se organiza e mantém
(TAUNAY, Alfredo D. e MORAES, Dicamôr. História do Brasil. a exploração, tal atividade econômica desenvol-
São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1960, p. 84 e 85) veu-se à margem das necessidades próprias da
sociedade brasileira. No alvorecer do século XIX,
O princípio do “uti possidetis ita possideatis” (“as- essa atividade econômica, que se iniciara sob tão
sim como possuís, continuareis a possuir”), do Di- brilhantes auspícios e absorvera durante cem anos
reito Romano, veio a desempenhar importante pa- o melhor das atenções e dos esforços do país, já
pel na fixação dos limites na América do Sul [...] O tocava sua ruína final. Os prenúncios dessa ruína já
território pertenceria a quem o ocupasse. Era pra- se faziam aliás sentir para os observadores menos
ticamente um princípio de respeito ao status quo.  cegos pela cobiça desde longa data. De meados do
século XVIII em diante, essa atividade econômica,
(MELLO, Celso de Albuquerque. Curso de Direito Internacional contudo, não fizera mais que declinar.
Público. São Paulo: Livraria Freitas Bastos, 1982, p. 698, v2)
(Caio Prado Júnior. Formação do Brasil contemporâneo, 1999.

91
REVISÃO MODULAR

Adaptado.)
6 – (Fgv 2016) Reverendo padre reitor, eu, Manoel
A atividade econômica a que o texto se refere está Beckman, como procurador eleito por aquele povo
presente em: aqui presente, venho intimar a vossa reverência,
e mais religiosos assistentes no Maranhão, como
a) A ti trocou-te a máquina mercante, justamente alterados pelas vexações que padece
Que em tua larga barra tem entrado, por terem vossas paternidades o governo tempo-
A mim foi-me trocando, e tem trocado, ral dos índios das aldeias, se tem resolvido a lan-
Tanto negócio e tanto negociante. çá-los fora assim do espiritual como do temporal,
Deste em dar tanto açúcar excelente então e não tem falta ao mau exemplo de sua vida,
Pelas drogas inúteis, que abelhuda que por esta parte não tem do que se queixar de
Simples aceitas do sagaz Brichote. vossas paternidades; portanto, notifico a alterado
povo, que se deixem estar recolhidos ao Colégio,
(Gregório de Matos, “À cidade da Bahia”.) e não saiam para fora dele para evitar alterações e
mortes, que por aquela via se poderiam ocasionar;
b) Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, e entretanto ponham vossas paternidades cobro
Que viva de guardar alheio gado, em seus bens e fazendas, para deixá-las em mãos
De tosco trato, de expressões grosseiro, de seus procuradores que lhes forem dados, e es-
Dos frios gelos e dos sóis queimado. tejam aparelhados para o todo tempo e hora se
Tenho próprio casal e nele assisto; embarcarem para Pernambuco, em embarcações
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; que para este efeito lhes forem concedidas.
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto. João Felipe Bettendorff, Crônica dos Padres da Companhia de
Jesus no Estado
do Maranhão. 2ª Edição, Belém: SECULT, 1990, p.360.
(Tomás Antônio Gonzaga, “Lira I”.)
O movimento liderado por Manuel Beckman no
c) Tu não verás, Marília, cem cativos
Maranhão, em 1684, foi motivado pela
Tirarem o cascalho e a rica terra,
Ou dos cercos dos rios caudalosos,
a) proibição do ensino laico no Brasil colonial e
Ou da minada Serra.
pelas pressões que os jesuítas realizavam para
Não verás separar ao hábil negro
impedir a sua liberação.
Do pesado esmeril a grossa areia,
b) questão da mão de obra indígena e pela insatis-
E já brilharem os granetes de ouro
fação de colonos com as atividades da Compa-
No fundo da bateia.
nhia de Comércio do Maranhão.
c) ameaça dos jesuítas de abandonarem a região
(Tomás Antônio Gonzaga, “Lira III”.)
e pela catequese dos povos indígenas sob a sua
guarda.
d) Pescadores do Mondego,
d) crítica dos colonos maranhenses ao apoio dos
Que girais por essa praia,
jesuítas aos interesses espanhóis e holandeses
Se vós enganais o peixe,
na região.
Também Lise vos engana.
e) tentativa dos jesuítas em aumentar o preço dos
Vós ambos sois pescadores;
escravos indígenas, contrariando os interesses
Mas com diferença tanta,
dos colonos maranhenses.
Vós ao peixe armais com redes,
Ela com os olhos vos arma.
7 – (Espcex (Aman) 2018) As ideias iluministas
começaram a circular no Brasil na segunda me-
(Cláudio Manuel da Costa, “Romance I”.)
tade do século XVIII. Elas refletiram-se em vários
campos da atividade e do conhecimento humano.
e) Aonde levas, Pastora,
Assinale, dentre as alternativas abaixo, aquela que
Essas tenras ovelhinhas?
apresenta um filósofo deste período, cujo pensa-
Que para seu mal lhes basta
mento incentivou, de forma relevante, a Inconfi-
Ó seres tu quem as guia.
dência Mineira.
Acaso vão para o vale,
Ou para a serra vizinha?
a) Jean-Jacques Rousseau
Vão acaso para o monte,
b) Adam Smith
Que lá mais distante fica?
c) François Quesnay
d) Vicent de Gournay
(Cláudio Manuel da Costa, “Romance IV”.)
e) Nicolau Maquiavel

92 | HISTÓRIA | BRASIL COLÔNIA


REVISÃO MODULAR

e) dependência cultural.
8 – (Unesp 2013) Com a vinda da Corte, pela pri-
meira vez, desde o início da colonização, configu- 10 – (Enem PPL 2016) É hoje a nossa festa nacio-
ravam-se nos trópicos portugueses preocupações nal. O Brasil inteiro, da capital do Império a mais re-
próprias de uma colônia de povoamento e não mota e insignificante de suas aldeolas, congrega-se
apenas de exploração ou feitoria comercial, pois unânime para comemorar o dia que o tirou dentre
que no Rio teriam que viver e, para sobreviver, ex- as nações dependentes para colocá-lo entre as na-
plorar “os enormes recursos naturais” e as poten- ções soberanas, e entregou-lhe os seus destinos,
cialidades do Império nascente, tendo em vista o que até então haviam ficado a cargo de um povo
fomento do bem-estar da própria população local. estranho.

(Maria Odila Leite da Silva Dias. Gazeta de Notícias, 7 set. 1883.


A interiorização da metrópole e outros estudos, 2005.)
As festividades em torno da Independência do
A alteração na relação entre o governo português Brasil marcam o nosso calendário desde os anos
e o Brasil, mencionada no texto, pode ser notada, imediatamente posteriores ao 7 de setembro de
por exemplo, 1822. Essa comemoração está diretamente rela-
cionada com
a) na redução dos impostos sobre a exportação
do açúcar e do algodão, no reforço do sistema a) a construção e manutenção de símbolos para a
colonial e na maior integração do território bra- formação de uma identidade nacional.
sileiro. b) o domínio da elite brasileira sobre os princi-
b) no estreitamento dos vínculos diplomáticos pais cargos políticos, que se efetivou logo após
com os Estados Unidos, na instalação de um 1882.
modelo federalista e na modernização dos por- c) os interesses de senhores de terras que, após
tos. a Independência, exigiram a abolição da escra-
c) na ampliação do comércio com as colônias es- vidão.
panholas do Rio da Prata, na reurbanização do d) o apoio popular às medidas tomadas pelo go-
Rio de Janeiro e na redução do contingente do verno imperial para a expulsão de estrangeiros
funcionalismo público. do país.
d) na abertura de estradas, na melhoria das comu- e) a consciência da população sobre os seus direi-
nicações entre as capitanias e no maior apare- tos adquiridos posteriormente à transferência
lhamento militar e policial. da Corte para o Rio de Janeiro.
e) no restabelecimento de laços comerciais com
França e Inglaterra, na fundação de casas ban-
cárias e no aprimoramento da navegação de
cabotagem.

9 – (Upe-ssa 2 2018) Quando, em 1815, a Coroa


elevou o Brasil à condição de “reino”, o evento foi
comemorado localmente, com a invocação de me-
táforas seculares acerca do triunfo da civilização
europeia sobre a selvageria indígena. A “antiga
nudez” da América, escreveu um cronista no Rio,
cobria-se agora com a “coroa brilhante” e “o real
manto de púrpura” do próprio monarca português.
SCHULTZ, K. A crise do Império e a questão da escravidão.
p.70/71.
Fonte: http://revista.arquivonacional.gov.br/index.php/revis-
taacervo/article/view/88/88

O texto aponta para a mudança do estatuto da


condição de colônia do Brasil, que, mesmo assim,
não conseguiu alterar práticas e realidades colo-
niais, tais como a GABARITO REVISÃO
01 - B 05 - C 09 - A
a) escravidão. 02 - A 06 - B 10 - A
b) industrialização. 03 - E 07 - A

c) servidão voluntária. 04 - A 08 - D

d) superioridade racial.

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