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Santa Rita

Dois amigos e eu havíamos decidido ir à


cidade de Cássia, por quê? Queríamos
ver o corpo incorrupto de Santa Rita, que
é venerada em todo o mundo. Nosso
automóvel logo deixou a Cidade Eterna
e tomamos a autopista rumo aos montes
Apeninos, na Úmbria.

Cidade de Cássia na Úmbria

Apenas cento e trinta quilômetros


separam Roma de Cássia. Nesse trajeto
fomos brindados com uma paisagem
de sonho. Desfilavam diante de nossos
olhos campos adormecidos por causa das
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A maravilhosa história de Santa Rita de Cássia

primeiras neves e revestiam-se de luz e


paz. Ao longe contemplávamos silhuetas
de casas com suas plantações de vinhas,
desenhadas caprichosamente por mãos
de um misterioso artista. Das chaminés
saiam fumaças que dançavam no céu de
um azul sem par naquela tarde.

Talvez o primeiro milagre, por intercessão


de Santa Rita, tenha acontecido num
ambiente semelhante, mas na primavera.
Seus pais levavam-na numa cesta de
vime quando iam trabalhar na lavoura.
Deixavam-na à sombra embaixo de uma
árvore.

Certo dia, um amigo da família durante o


trabalho feriu-se com a foice. Aconselhado
pelos pais de Rita, foi procurar um
riacho para poder lavar a ferida. No
caminho, encontrou a menina que
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A maravilhosa história de Santa Rita de Cássia

dormia tranquilamente, mas chamou-


lhe a atenção que um enxame de abelhas
rodeava a pequena. Alarmado, começou
a espantar os insetos, esquecendo-se do
seu ferimento. De repente, olhando à
sua mão, viu que estava completamente
curada.

Fomos recebidos,
ao chegar no
Santuário, pelos
sinos que tocavam
a oração do
Angelus, pois eram
seis horas da tarde.
Nossos corações
batiam mais fortes!
Estávamos a uns
passos de nossa
querida santa das
causas impossíveis.
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A maravilhosa história de Santa Rita de Cássia

Num lindo esquife a encontramos, onde


dormia o sono dos justos. Revestida com
o hábito agostiniano, as mãos repousadas
sobre uma almofada, como também
os pés. Em um deles percebia-se uma
deformação, por causa de uma doença
reumática que a fez sofrer muito durante
a vida.

Paz, muita paz reinava ali! As pessoas


se aproximavam serenas e faziam suas
preces, seus pedidos em silêncio, como
quem tem medo de acordar Marguerita,
assim era seu nome de batismo.

Para nós o tempo parou. Estávamos


há mais de cinco séculos de sua morte,
sua vida, seus milagres. Duas pequenas
localidades foram o palco da ação de
Deus: Roccaporena, onde nasceu em
1381 e viveu como filha, esposa e mãe;
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e em Cássia, onde viveu como religiosa


e entregou à sua vida a Jesus Crucificado
em 1456. Ambas as cidades guardam
relíquias dessa alma eleita.

Queria ser freira, mas por obediência


aos pais, casou-se. Um matrimônio que
durou dezoito anos, onde por causa de
seu marido, feroz e não temente a Deus,
sofreu muito. Ela orava por Paolo que
acabou convertendo-se, mas os inimigos
do passado acabaram por assassiná-lo.

Seus filhos, João Tiago e Paulo Maria,


queriam vingar a morte do pai. Então,
Rita pediu a Deus que os levassem antes
que cometessem um pecado mortal. Foi
ouvida e ambos morreram, uma semana
após suas preces. Encontra-se, na casa
natal de Santa Rita em Roccaporena, uma
linda frase na parede: “O ódio matou o
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esposo de Santa Rita e o amor matou seus


filhos! ”

Despojara-se de seus bens, dando-os aos


pobres e agora estava só, havia perdido
tudo. Ela foi procurar no convento das
irmãs agostinianas aquele seu primeiro
amor, que sempre e com mais intensidade
ardia em seu peito. Era impossível ser
aceita pelas freiras, por muitos motivos.
Por três vezes bate à porta do convento,
e por três vezes recebe, através da
superiora, um não.

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Volta à sua casa em Roccaporena, não


desiste. Ela sabe que para o amor nada
é impossível! Reza, reza e reza. E numa
noite ouve que alguém bate em sua porta
e a chama: “Rita! Rita! Rita!” Ao abrir,
encontra São João Batista, São Nicolau de
Tolentino e Santo Agostinho. Eles levam-
na até Convento em Cássia.

Ao encontrá-la rezando na capela, as


religiosas sabiam que não poderia lá ter
entrado sem a mão de Deus, pois todas
as portas estavam trancadas. Santa Rita
foi recebida como religiosa. Inicia-se
uma nova fase de sua vida mística, que
sempre teve. Por obediência, faz florescer
um ramo seco de uma videira, a qual era
obrigada a regar todos os dias, e existe
até hoje dando uvas. Ela recebe, de
Jesus Crucificado, a mais bela joia que
uma rainha pode adornar a fronte: um
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espinho da Paixão. E pouco antes de sua


morte, pede a um parente que vá até seu
jardim, em Roccaporena, e lhe traga uma
rosa e dois figos. O pedido era inusitado,
pois era inverno e nada florescia. Fez-se
como mandava a santa e encontrou-se
uma linda rosa e dois belos figos.

O tempo passou rápido e precisamos


voltar a Roma, mas em nossas almas
ouvimos como que um segredo: Meus
filhos, eu estarei junto de cada um
lhes protegendo! Ide e levai às almas
aflitas, desesperadas, que já perderam
a esperança, esse recado: Eu sou Santa
Rita, das causas impossíveis! Confiança,
meus filhos, confiança!

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Acender a vela

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