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Em uma entrevista ocorrida em São Paulo (1999) e publicada na Revista Música, feita
pelo professor Edelton Gloeden (2007), o violonista Abel Carlevaro discorre sobre a sua
carreira e apresenta a sua versão do compositor brasileiro Heitor Villa Lobos. Durante o
transcurso da entrevista percebe-se a profundidade intelectual do entrevistado e o caráter
pedagógico atribuído à sua condição de concertista e de pedagogo do instrumento executado
por ele.
Em artigo publicado em 2001, na Revista Violão Intercâmbio, Daniel Wolff que fora
aluno de Abel Carlevaro, sistematiza a importância do violonista para o violão latino
americano. Em breve artigo ele sistematiza a obra de Abel Carlevaro não só como professor
de violão mas como intérprete e compositor e discorre sobre a sua contribuição para os
aspectos técnicos do violão não apresentando uma postura dogmática sobre o assunto e
levando os seus alunos a buscarem um aprimoramento técnico baseado na auto observação e
no conhecimento dos músculos do corpo humano. Foi o criador de uma nova escola de
técnica do violão através do livro Escuela de La Guitarra (1979) onde debruçou sua atenção
sobre os aspectos da mão direita e da mão esquerda e de arpejos e ligados, além das escalas,
dispostos em quatro volumes separados e pertencentes ao mesmo livro.
No I Simpósio Nacional Villa Lobos (2015), no Rio de Janeiro, José Jarbas Pinheiro
Ruas Júnior apresentou um artigo sobre os cinco prelúdios para violão de Villa Lobos numa
análise sobre o processo de recepção dos prelúdios para Abel Carlevaro e a sua consequente
absorção e incorporação à carreira do então violonista uruguaio. O autor mostra como esses
prelúdios, de Villa Lobos, eram inicialmente dedicados a Andrès Segóvia mas, todavia, sua
primeira apresentação ao público se deu com o violonista Abel Carlevaro durante a
Embaixada Artística Uruguaia na cidade do Rio de Janeiro (1943). A partir desse momento o
violonista incorpora a obra de Villa Lobos e passa a ser um expoente de difusão das
composições destinadas ao violão feitas pelo brasileiro, expressando a sua predileção pelo
Prelúdio 3 que ele executou em quase todas as suas turnês pelo mundo.
Dessa maneira a pesquisa tem como escopo principal mostrar o intercâmbio ocorrido
entres esses dois personagens do violão latino americano e suas eventuais implicações nas
condições técnicas de execução dos cinco prelúdios de Villa Lobos tendo em vista a sua
composição e as aplicações técnicas do instrumento com a participação efetiva de Abel
Carlevaro.