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Crítica Good Bye, Lenin

Good Bye Lenin é um filme alemão de 2003 que retrata com clareza o sentimento da
população com dois grandes acontecimentos: a queda do muro de Berlim e a
reunificação das duas Alemanhas, a socialista e a capitalista. Um filme trágico de
Wolfgang Becker.

Esta obra cinematográfica tem como personagem principal Alex Kerner que vive com a
sua mãe, a sua irmã e a sua sobrinha. O seu pai abandonou a família e fugiu para o lado
capitalista, o que causou um afastamento entre a família, devido à ligação da sua mãe à
pátria socialista. Achei uma parte bastante curiosa durante o filme, que foi o momento
em que Christiane Kerner volta do hospital e todos se reúnem no quarto para festejar a
sua chegada, conseguimos observar um quadro de Che Guevara no topo do armário, um
revolucionário marxista. Alex começa o filme num protesto contra o regime vigente,
indo assim contra a sua mãe, o que levou ao ataque cardíaco da mesma.

O título do filme leva o público a acreditar que seria uma crítica ao regime socialista,
porém, não foi o caso. O filme retrata a falta de liberdade nos tempos socialistas, mas
também evidencia a mesma falta de liberdade vivendo num mundo capitalista, por
exemplo, quando Alex queria fazer uma reportagem na frente de uma fachada com
faixas da coca-cola, os mesmos são proibidos de gravar e chegam mesmo a ser
ameaçados. Essa cena representa, com bastante clareza, a censura que o mundo ocidente
impunha. Para além disso, enfatizam a relação empregado-patrão, onde o mundo
socialista coloca a coletividade á frente do indivíduo e o mundo capitalista coloca o
indivíduo acima da coletividade. Uma cena que retrata muito bem esta faceta, seriam
todas as cenas da irmã de Alex a trabalhar numa rede de fast food. Por fim, também está
bastante clara a quantidade de propaganda pelo lado Ocidente, algo que não era tão
comum nos tempos socialistas.

Na minha opinião, é um filme muito bem trabalhado. Consegue demonstrar muito bem
o sentimento da população com a queda do muro, a chegada de produtos do ocidente,
levando os antigos a desaparecer, a mudança repentina para um leque de pessoas que
dedicavam a sua vida à pátria socialista. Não se torna um filme cansativo, porque tem
uma história para além da crítica que claramente apresenta. Gostei particularmente da
forma como trataram a relação de Alex e Lara, não apagaram a relação mas também não
ofuscaram todo o enredo da história para salientar uma paixão. Dito isto, achei um filme
magnífico e muito bem conseguido.

Beatriz Pinto 12ºD

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