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Calma, calma! Sem estresse! Não se trata de chacota com a data, mas, apenas
uma tentativa leve e descontraída de mostrar que, não obstante as polêmicas sobre
“cravar” (ou não) o dia correto da sessão histórica - o que parece ter serventia mais
acadêmica e de fidelidade histórica - o mais importante é refletir sobre o significado
comemorativo e intrínseco da homenagem que está enraizada no calendário Maçônico.
Mircea Eliade, célebre estudioso da ciência das religiões, em sua conhecida obra
“O Sagrado e o Profano”, nos lembra que: “O mistério da iniciação revela pouco a
pouco ao neófito as verdadeiras dimensões da existência: ao introduzi-lo no sagrado, a
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M... M... na A...R...L...S... Constância (nº 1.147) e membro da Academia Campinense
Maçônica de Letras (cadeira de nº 31 - Patrono: José Bonifácio de Andrada e Silva).
iniciação o obriga a assumir a responsabilidade de homem. É importante ter este fato
em mente: o acesso à espiritualidade traduz-se, em todas as sociedades arcaicas, por
um simbolismo da Morte e de um novo nascimento.”
Se é Dia do Maçom, nada melhor do que mais uma imersão em sua escolha de
vida, o que também pode ser ilustrado - simbolicamente - pela conhecida flor de lótus
branca. Algumas culturas orientais da antiguidade chamavam à atenção para o peculiar
ciclo biológico da referida flor sagrada. Sua raiz está fincada na lama e, dali emerge,
atravessando as águas turvas e sujas do rio, até atingir a superfície e a luz,
desabrochando, então, em lindas pétalas alvas e imaculadas, que milagrosamente não se
contaminaram com as adversidades daquele ambiente.
Está aí o busílis! Com todo o respeito do mundo - e o Rousseau que nos perdoe
- mas, o homem não precisa ser sempre produto do meio. O Maçom instruí-se para
construir sua obra social em alicerce firme e virtuoso, o que lhe garante identidade no
seu caminhar por esta experiência (temporária) de vida material. Na doutrina de Carl
Jung, o pai da psicologia analítica, isto seria o atingimento da individuação, ou seja, da
compreensão de que somos únicos e singulares e, como tais, conscientes dos nossos
reais propósitos de vida. O Maçom, usando do popular, não é “coió” e nem “Maria vai
com as outras”, pois, é lapidado na retidão de conduta e na sua fortaleza de identidade
principiológica. Também não está - e disso tenham certeza! - destinado a seguir
qualquer exemplo, a se dobrar diante da doutrinação midiática das massas, ou servir a
interesses que não coincidam com a promoção do bem comum da sociedade. Sua
identidade virtuosa peculiar está fadada, na verdade, a servir de exemplo, não porque
vaidosamente o quer, mas sim por natural consequência de seu agir independente, firme,
reto e solidário.
Não foi à toa que um Mestre assim confidenciou a alguns Irmãos próximos: “A
flor de lótus branca está retratada num quadro, que decora a parede do meu quarto.
Assim, todos os dias acordo e me deparo, necessariamente, com sua beleza, de modo a
também elevar minha consciência quanto à simbologia daquela imagem. Então,
inspirado e renovado em meu propósito de vida, rogo ao Grande Arquiteto do Universo
que me guie nas ações de mais um abençoado dia, firme nos meus bons propósitos, sem
que me deixe contaminar pelas intempéries que certamente aparecerão no caminho, tal
como o faz aquela linda flor.”
Bom! Já deu de prosa por hoje. Feliz Dia do Maçom! Ops… Um ótimo dia de
reflexão!