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1.4.

Princípios constitucionais
1. No parágrafo único, do artigo 194, da Constitui- ção Federal encontramos 7 (sete) princípios - ou objeti- vos -
expressos - ou explícitos - da Seguridade Social, os quais orientam indistintamente a Saúde, a Previdência Social e a
Assistência Social.
Observemos que a Lei n. 8.212, de 1991 relaciona, também, aqueles, além de outros princípios/diretrizes
setoriais, específicos de cada uma das políticas da Segu- ridade Social.
1.1 O princípio da universalidade da cobertura e do atendimento informa que as prestações de toda a Segu-
ridade Social, ou seja, da Saúde, da Previdência Social eda Assistência Social, devem cobrir o maior número pos-
sível de riscos sociais existentes e atender a todos os que delas necessitem.
1.2 O princípio da uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais im- põe
que as prestações da Seguridade Social devem ter as mesmas características e qualidades, tanto para as po- pulações
urbanas quanto para as rurais.
1.3 O princípio da seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços determina que na
criação das prestações de Seguridade Social dever-se-á selecionar antes aqueles riscos sociais mais urgentes,
concedendo os benefícios e serviços correspondentes, primeiramente, àquelas pessoas mais necessitadas.

1.4 O princípio da irredutibilidade do valor dos be- nefícios garante que o valor inicialmente fixado para os
benefícios, não será reduzido. É o que se chama de irredu-tibilidade nominal. Não se trata de garantir, contudo, por
meio deste princípio, a irredutibilidade real, que, segundoo Supremo Tribunal Federal (STF), somente está prevista
para os benefícios previdenciários, dado o que dispõe o artigo 201, parágrafo 4º, da Constituição Federal.
ATENÇÃO! Para confundir os candidatos as bancasde concurso costumam afirmar que o princípio em ques- tão
garante a irredutibilidade do valor dos benefícios e serviços. Note que os serviços são prestações não pecu- niárias –
ou seja, não são entregues em dinheiro -, não havendo razão para se lhes garantir a irredutibilidade.
1.5 O princípio da equidade na forma de participa- ção do custeio determina que aqueles que contribuem para a
manutenção das prestações da Seguridade So- cial deverão fazê-lo de forma equânime, conforme suas capacidades.
Trata-se de estabelecer uma igualdade material em matéria de custeio, onde os desiguais são tratados com
desigualdade, na exata medida em que se desigualam.
Assim, é que, (a) o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os
respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados per- manentes,
contribuirão para a Seguridade Social me- diante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da
produção e não sobre o salário de contribuição (art. 195, parágrafo 8º, da CF) e, (b) as contri- buições devidas pelo
empregador, empresa e entidade a ela equiparada poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão
da atividade econômica, da utili- zação intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do
mercado de trabalho (art. 195, parágrafo 9º, da CF).
1.6 O princípio da diversidade da base de finan- ciamento diz que a Seguridade Social será financiada a partir
de várias fontes - tributárias ou não -, com o ob- jetivo de não sobrecarregar apenas um segmento social, garantindo,
também, uma maior estabilidade, maior se- gurança financeira.
1.7 O princípio do caráter democrático e descentra- lizado da administração, mediante a gestão quadriparti- te,
com participação dos trabalhadores, dos empregado- res, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados
informa que os representantes daqueles quatro segmen- tos participarão das decisões dos órgãos colegiados em
matéria de Seguridade Social e, que a sua administração será atribuída a mais de uma entidade, nos âmbitos na-
cional, estadual e municipal.

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