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Resolução CMAS n.º 009/2021 de 05 de maio de 2021.

Dispõe sobre critérios e prazos para a concessão dos


benefícios eventuais em razão de vulnerabilidade
temporária no âmbito da Política Municipal de
Assistência Social.

O Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS de Pinhalzinho, no uso de suas


atribuições legais que lhe confere a Lei Municipal n. º 2.247 de 01 de novembro de 2011.

CONSIDERANDO que a concessão dos Benefícios Eventuais é um direito garantido em


lei e de longo alcance social;

CONSIDERANDO o Art. 22 da Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS, que define


os Benefícios Eventuais em virtude de nascimento, morte, situações de vulnerabilidade temporária e
de calamidade pública;

CONSIDERANDO a Resolução nº 212/2006 do Conselho Nacional de Assistência Social


– CNAS, que propõe critérios orientadores para a regulamentação dos Benefícios Eventuais;

CONSIDERANDO a Lei Municipal nº 2.242 de 13 de outubro de 2011, que dispõe sobre


a regulamentação da concessão de benefícios eventuais pela Política Municipal de Assistência
Social e da outras providências;

CONSIDERANDO a Resolução nº 16/2016 do Conselho Estadual de Assistência Social


de Santa Catarina – CEAS/SC, que propõe critérios orientadores para a regulamentação dos
Benefícios Eventuais;

CONSIDERANDO a Resolução CMAS nº 13 de 12 de dezembro de 2016, que dispõe


sobre critérios para a concessão de benefícios eventuais pela Política Municipal de Assistência
Social no município de pinhalzinho e dá outras providências. Traz em seu Art. 22 - Caberá ao
Conselho Municipal de Assistência Social:

I - Estabelecer critérios de acesso pela população;


II - Estabelecer prazos para a regulamentação da provisão de benefícios eventuais no âmbito
da Política Pública de Assistência Social;
III – fiscalizar a aplicação dos Benefícios Eventuais, se os critérios para seu acesso estão
sendo respeitados;

RESOLVE:

Art. 1º Estabelecer critérios e prazos para a provisão de benefícios eventuais em virtude


de vulnerabilidade temporária no âmbito municipal da política pública de assistência social em
consonância com a Lei Municipal nº 2.242 de 13 de outubro de 2011.

Art. 2º A concessão dos benefícios eventuais é um direito garantido na Lei Federal nº. 8.742
de 07 de dezembro de 1993 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS), alterada pela Lei nº.
12.435, de 06 de julho de 2011, art. 22.
Art. 3° Os benefícios eventuais constituem provisões de proteção social de caráter
suplementar e temporário que integra organicamente as garantias do Sistema Único de Assistência
Social - SUAS, com fundamentação nos princípios de cidadania e nos direitos sociais e humanos.

§ 1º Destina-se aos cidadãos e às famílias com impossibilidade de arcar por conta própria
com o enfrentamento de contingências sociais, cuja ocorrência provoca riscos e fragiliza a
manutenção do indivíduo, a unidade da família e a sobrevivência de seus membros.

§ 2º Os Benefícios Eventuais só devem atender situações de vulnerabilidade pertinentes a


Política de Assistência social. Assim, não serão considerados benefícios eventuais de assistência
social situações relacionadas a programas, projetos, serviços e benefícios na área de saúde,
educação, e demais políticas setoriais.

Art. 4º O Benefício Eventual que integra esta Resolução caracteriza-se pela modalidade:
Auxílio a situações de Vulnerabilidade Temporária. O benefício prestado em virtude de
vulnerabilidade temporária será destinado à família ou ao indivíduo visando minimizar situações de
riscos, perdas e danos, decorrentes de contingências sociais, e deve integrar-se à oferta dos serviços
socioassistenciais.

§ 1º O benefício eventual deve ser ofertado de forma articulada à rede de serviços


socioassistenciais, com vistas ao atendimento das necessidades humanas básicas;

§ 2º O Município deve garantir igualdade de condições no acesso às informações e a fruição


do benefício eventual;

§ 3º É proibida a exigência de comprovações complexas e vexatórias de pobreza;

§ 4° Terão prioridade na concessão dos benefícios eventuais a criança, a família, o idoso, a


pessoa com deficiência, a gestante, a nutriz e vítimas de calamidades públicas e de emergências.

§ 5º Os benefícios de transferência de renda federal modalidade “bolsa família” e o Benefício


de Prestação Continuada - BPC, não serão contabilizados para a concessão de benefício eventual.

Art. 5º O benefício será concedido na forma de pecúnia, em caráter temporário, sendo o


seu valor e duração definidos de acordo com o grau de complexidade da situação de vulnerabilidade
e risco pessoal das famílias e indivíduos, identificados nos processos de atendimento dos serviços, a
partir do cadastro socioeconômico, considerando a avaliação da equipe técnica de referência da rede
de atendimento socioassistencial.

SEÇÃO I
Auxílio a situações de Vulnerabilidade Temporária

Art. 6º - O auxílio à situação de vulnerabilidade temporária se constituirá no Cartão


Cidadania fornecido em caráter transitório em forma de pecúnia para a reposição de perdas com a
finalidade de atender contingências, assegurar a sobrevivência e/ou reconstruir a autonomia
individual e/ou familiar através da redução de vulnerabilidades e impactos decorrentes de riscos
sociais.

Art. 7º - A situação de vulnerabilidade temporária caracteriza-se pelo advento de riscos,


perdas e danos à integridade pessoal e familiar, assim entendidos:
I - Riscos: ameaça de sérios padecimentos;
II - Perdas: privação de bens e de segurança material; e
III - Danos: agravos sociais e ofensa.

Parágrafo único: Ao receber o benefício ofertado em casos de vulnerabilidade temporária,


a família deverá ser acompanhada por um período mínimo de seis meses pela equipe do órgão em
que está vinculada (CRAS ou CREAS) a qual avaliará a necessidade de continuidade do benefício.

Art. 8º - O critério de renda mensal per capita familiar para acesso ao benefício de situação
de vulnerabilidade temporária é igual ou inferior a 1/2 (meio) salário mínimo, e será concedido às
famílias cadastradas no CADUNICO para programas sociais.

Parágrafo único: Quando há decreto de Situação de Calamidade Pública e de Emergências


será dispensada a comprovação de renda e a comprovação de cadastro no CADUNICO para
programas sociais.

Art. 9º - O benefício eventual, na forma de "Cartão Cidadania", constitui-se em uma


prestação temporária, destinados às famílias e/ou indivíduos e será concedido quando ocorrerem
uma das situações previstas no Art. 7º desta resolução, concedido de forma imediata ou de acordo
com as demandas da família, a partir do estudo socioeconômico ou parecer social realizado pelas
Equipe de CRAS e CREAS.

I - O " Cartão Cidadania " será concedido através da transferência de renda direta ao
usuário, mediante cartão eletrônico, que será administrado por empresa credenciada através de
licitação e contara com o timbre da bandeira da Prefeitura Municipal de Pinhalzinho;

II - A utilização do " Cartão Cidadania " será destinado única e exclusivamente à


aquisição de gêneros alimentícios, produtos de higiene, limpeza e gás de cozinha, sendo vedados
quaisquer outros itens que não se enquadrem nos itens citados, tais como: cigarro e bebidas
alcoólicas, ressaltando ainda que não possam ser trocados por dinheiro, vale troco ou outros
produtos que não se enquadram nas especificações descritas neste artigo, e conforme detalhadas na
Resolução do Conselho Municipal da Assistência Social, sob pena de cessação do benefício. Os
estabelecimentos serão orientados a proibir a compra de cigarros e bebidas alcoólicas com uso do
“Cartão Cidadania”.

III - Para a concessão do benefício deverá ser levado em consideração o número de


integrantes na família, bem como a realidade e situação vulnerabilidade do usuário e sua família
(renda familiar, idade, estado de saúde, inserção no mercado de trabalho, (formal/informal),
condições habitacionais (despesas com aluguel/financiamento), acesso a bens e serviços, presença
de gestante, lactante, idoso e/ou pessoas com deficiência, entre outros), conforme avaliação do
técnico de nível superior da equipe de referência do SUAS que acompanha a família. O benefício
passa a vigorar com os seguintes valores:

a) Famílias com até 02 (duas) pessoas adultas: R$ 80,00 (oitenta reais)

b) Famílias com 03 (três) ou 04 (quatro) pessoas adultas: R$ 100,00 (cem reais)

c) Famílias com 05 (cinco) ou mais pessoas adultas: R$ 130,00 (cento e trinta reais)
IV - Será fixado o reajuste anual dos valores dos benefícios constantes nas alíneas "a”, “b"
e “c” em conformidade com índice Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC acumulado
no exercício, com atualização no mês de janeiro de cada ano.

V - O benefício eventual de auxilio alimentação “Cartão Cidadania” será concedido,


respeitando o intervalo mínimo de trinta (30) dias para cada concessão considerando a previsão
orçamentária anual para o mesmo, mediante e parecer técnico das equipes do CRAS e CREAS, bem
como o acompanhamento e comparecimento das famílias nos serviços socioassistencias ofertados
pela Política Municipal da Assistência Social, pelo período a ser avaliado pelas equipes.

Art. 10º Deverão ser observados os seguintes critérios para a provisão dos Benefícios
Eventuais em razão de Vulnerabilidades Temporárias na modalidade Auxilio Alimentação –
“Cartão Cidadania”:

I - Renda per capta igual ou inferior a meio salário mínimo nacional.

II - Comprovação de residência no município de Pinhalzinho, exceto à população itinerante


e população em situação de rua.

III - O Auxilio Alimentação por meio do “Cartão Cidadania” poderá ser concedido aos
beneficiários nas situações que ultrapassem os critérios estabelecidos no inciso I, do artigo 10º,
comprovada a situação de extrema vulnerabilidade e risco social, através de parecer da equipe
técnica de referência que acompanha a família, bem como nas situações de calamidade pública e de
emergências reconhecidas por decreto municipal.

IV - O Auxilio Alimentação por meio do “Cartão Cidadania” poderá ser pago pelo
período de até 03 (três) meses consecutivos, podendo ser renovado ou prorrogado por iguais e
sucessivos períodos, sendo necessária nova avaliação mensal pela equipe técnica para cada
concessão ou prorrogação do benefício;

V - O “Cartão Cidadania” poderá ser utilizado nos estabelecimentos credenciados pela


empresa operacionalizadora dos cartões, nos mercados da cidade em distintos bairros do município.
O local para realizar as compras ficará a critério do beneficiário, respeitando sua autonomia e à
dignidade humana, sobretudo, em um momento de risco, perda e danos à integridade pessoal e
familiar;

VI - Após utilização dos valores em crédito, o beneficiário deverá deixar o cartão na sede
do mercado para que ao final de cada mês seja resgatado pela Secretaria de Municipal de
Assistência Social ou poderá ser entregue pelo usuário/beneficiário diretamente nas Unidades de
CRAS e no CREAS.

Art. 11º São documentos essenciais para concessão do benefício em virtude de


vulnerabilidade temporária na modalidade Auxilio Alimentação “Cartão Cidadania”:

I - Comprovante de rendimentos da família;

II - Comprovante de residência, exceto à população itinerante e população em situação de


rua;
III - Carteira de identidade e CPF do beneficiado;
IV - Comprovante de inscrição no cadastro único e/ou comprovante de inscrição no
sistema informatizado da Secretaria de Assistência Social, exceto à população itinerante e
população em situação de rua.

Art. 12- A situação de calamidade pública é reconhecida pelo poder público como sendo
uma situação anormal, advinda de baixas ou altas temperaturas, tempestades, enchentes, inversão
térmica, entre outros eventos da natureza, bem como desabamentos, incêndios, epidemias,
pandemias ocasionando sérios danos à família ou a comunidade.

SEÇÃO II
Das Disposições Gerais

Art. 13 Caberá ao Conselho Municipal de Assistência Social:

I. Fiscalizar a aplicação dos benefícios eventuais e se os critérios para seu acesso estão
sendo respeitados;

II. Regulamentar outras situações não especificadas por esta Resolução.

Art. 14 As despesas decorrentes desta Resolução ocorrerão por conta de dotação


orçamentária, prevista na Unidade Orçamentária do Fundo Municipal de Assistência Social em cada
exercício financeiro.

Art. 15 Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogam-se as disposições
em contrário.

Pinhalzinho/SC, 05 de maio de 2021.

IVANETE RAUBER ALTHAUS


Presidente do CMAS

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