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A discriminação das mulheres no mundo árabe tem sido um dos principais tópicos

da abordagem de políticos, jornalistas e cidadãos no Oriente. O motivo de tal


barbaridade com as mulheres são os talibãs. Mas será que faz sentido a tendencia
simplificação do islamismo produzida pelo pensamento ocidental, a pretexto desse e
outros fatos?
Isso se tornou algo amplo nos séculos XIX e XX, quando os defensores desse
pensamento "fixaram" a ideia de que o véu islâmico usado pelas mulheres (hijab) é
um "símbolo da opressão". Arlene Clemesha, uma professora de História Árabe da
Universidade de São Paulo, discorda totalmente. Ela explica que o hijab( usado no
cabelo sem cobrir o rosto) é uma recomendação do Alcorão, porém não é
obrigatório em todos os países.
Como tudo nessa vida se tem uma história essa não poderia ser diferente. Desde
XIX, houve vários movimentos para reformo do islão, que discutiam o que deveria
ser conservado e o que deveria mudar alguns dos quais protagonizados por
mulheres que liam e interpretavam o Corão sob uma perspectiva feminista.
O período do pan-arabismo constituiu uma época de vitórias para as mulheres do
mundo árabe. A entrada em deslizes desses direitos e o fortalecimento das forças
mais retrógradas do islamismo deveu-se, segundo a professora brasileira, a três
fatos históricos: a Guerra dos Seis Dias, que representou uma grande derrota para
um dos maiores defensores do pan-arabismo, o egípcio Abdel Nasser; a revolução
islâmica no Irão, que colocou no poder os líderes religiosos do país; e o
fortalecimento da Arábia Saudita.
Respondendo à pergunta do início: a tendência para a simplificação e a
uniformização da análise sobre a opressão feminina no mundo árabe não faz
sentido.
É fundamental abandonar o complexo de superioridade moral ocidental, começando
por reconhecer que a misoginia islâmica é historicamente equivalente, nos seus
fundamentos, à misoginia cristã, por exemplo; de igual modo, há que remediar o
desejo de transportar para o mundo árabe o modelo de emancipação feminista
ocidental, como se as mulheres árabes fossem incapazes de formular o seu próprio
modelo.
Solidariedade não é imposição. A maior potência ocidental esteve 20 anos no
Afeganistão e a estrutura social e cultural do país não mudou. Óbvia e
previsivelmente.

Essa pesquisa me fez perceber uma nova realidade da que convivo. Me mostrou o cotidiano
das mulheres do oriente médio. Ana Terra me orgulha, pois com todas as dificuldades
presentes na sua vida ela nunca abaixou a cabeça.

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