Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Guia Smi 2022
Guia Smi 2022
Guia Smi 2022
4
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Puerpério------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 102
Andreia Majella da Silva Duarte Esteves
5
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
6
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
7
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
8
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
9
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
10
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Fatores adversos nestas duas áreas podem alterar o seu ritmo normal. A
probabilidade de que isto ocorra é chamado de risco para o desenvolvimento. A primeira
condição para que uma criança se desenvolva bem é o afeto de sua mãe ou da pessoa
que está encarregada de cuidar dela. Nesse sentido os serviços de Atenção Primária
apresentam grande potencial de prevenção de riscos multifatoriais e promoção do
crescimento saudável.
11
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
REFERÊNCIAS
1. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Saúde. Atenção à Saúde da Criança. Maria Regina
Viana et al. Belo Horizonte: SAS/DNAS, 2004.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil / Ministério da Saúde.
Secretaria de Políticas de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
3. LISSAUER, T.; CLAYDEN, G. Manual Ilustrado de Pediatria. 3a ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2009.
4. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Manual para vigilância do desenvolvimento
infantil no contexto da AIDPI. Washington, D.C.: OPAS, © 2005. (Série OPS/FCH/CA/05.16.P)
12
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
FIGURA 1
Linhas de Cuidado para a Saúde Integral da Criança
Deste modo, percebe-se que a saúde da criança começa com a saúde da mulher,
desde uma política adequada de saúde reprodutiva que se prolonga ao longo de sua vida,
assegurando-lhe condições adequadas, físicas e psíquicas, para o cuidado de si mesma e
de seus filhos. Garantindo-se então a saúde da mulher, deve-se pensar a saúde da criança
a partir da promoção de um nascimento saudável que propicie as condições iniciais para
adequado crescimento e desenvolvimento da criança tornando-se no futuro um adulto
saudável.
13
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
FIGURA 2
Calendário de Acompanhamento da Criança de 0 a 5 anos
Após alta hospitalar, o primeiro contato da criança com o serviço na APS inicia-se o
com as orientações do 5º dia. A criança, mesmo sem nenhum sinal de problemas de
saúde, deve ser levada à unidade, caso não compareça, o profissional de enfermagem
deverá fazer busca ativa, por meio da realização de visita domiciliar, para realizar as estas
ações que consistem em:
14
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
4. Investigar se o Teste do Olhinho2 foi realizado na maternidade. Caso não tenha sido,
agendá-lo com o médico da unidade.
5. Orientar os cuidados com o coto umbilical, sendo o curativo realizado com álcool
absoluto ou álcool a 70%. A saber, que o álcool absoluto age apenas na desidratação
do coto levando-o ao processo de mumificação e o álcool a 70% age na desidratação
do coto, como também tem ações antissépticas;
8. Orientar quanto às vacinas que deverão ser administradas na criança neste dia. Com
relação ao histórico vacinal deve-se verificar a Caderneta da Criança, segundo
calendário vacinal atual (ver capítulo sobre o tema).
auditiva. A Técnica utilizada é a de Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAs). O Exame é indolor, com a
colocação de um pequeno fone na parte externa do ouvido, com a duração por um tempo médio de 3 a 5
minutos.
2 Teste do Olhinho é realizado com o auxílio de oftalmoscópio, em quarto escuro para melhor
abertura das pupilas e a cerca de 40 a 50 cm de distância, deve-se pesquisar o reflexo vermelho do fundo do
olho, que indica a adequada transparência da córnea e cristalino. Este exame pode, ainda, auxiliar na
as pupilas (isocoria ou anisocoria), a reatividade das pupilas ao estímulo luminoso e a presença de midríase
(pupilas dilatadas) ou miose (pupilas puntiformes).
15
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Figura 1
10. Verificar a presença de sinais de perigo, que devem, além de ser observados,
informados aos pais ou responsáveis pela criança. Eles são distintos, segundo a idade
da criança (Quadro 3).
16
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Realizadas as ações do 5º dia, a enfermeira deverá realizar nova consulta, por volta
da metade do período do puerpério (que vai do primeiro ao 42º dia após o parto). Esta
consulta deve ocorrer entre o 15º ao 21º dia do puerpério e, embora tenha seu foco na
mãe, é momento oportuno para a observação de sinais de perigo para a saúde do
neonato.
Além destas consultas, a criança deverá ainda receber visita domiciliar mensal do
ACS para orientações gerais, durante os dois primeiros anos de vida e anual do terceiro ao
quinto ano de vida.
17
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
É importante ainda salientar que esse trabalho deve ser um trabalho de equipe, e
que, portanto, cabe ao acadêmico do curso de medicina, estagiando na unidade atuar em
conjunto e de forma cooperativa com a equipe de saúde, que no caso da saúde da família
é composta por médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e ACS, sendo desejável ainda
a participação e apoio de outros profissionais da rede de serviços que compõem o NASF
(Núcleo de Apoio à Saúde da Família), integrado por todas as categorias de profissionais
de saúde não pertencentes à equipe mínima.
REFERÊNCIAS
18
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
A CONSULTA DE PUERICULTURA
Ciderléia Castro de Lima, Miriam Monteiro de Castro Graciano, Silvana Albino Silva Santos Novais, Maria de Lourdes Negrão
O termo uericultura (do latim puer, pueris, criança) surgiu pela primeira vez em
1762, em um tratado sem repercursão do médico suíço Jacques Ballexserd. Em 1865, o
médico francês Alfred Caron reafirmou o termo em sua obra La puériculture ou la science
giquement les enfants ericultura
passou a se configurar como campo de saber e atuação médico-científica, consolidada
com a criação de ambulatórios para lactentes. Por meio de incentivos ao aleitamento
materno, distribuição de leite de vaca esterilizado para os filhos de mães operárias que não
podiam amamentar e da prática de pesagem sistemática de lactentes, produziu-se grandes
impactos sobre a mortalidade infantil na Europa, particularmente França, Inglaterra e
Alemanha, assim como nos EUA, que adotou política semelhante. No Brasil, ela é
introduzida pelo médico Moncorvo Filho, que fundou, em 1899, o Instituto de Proteção e
Assistência à Infância do Rio de Janeiro.
Hoje reconhecida como a ciência que se dedica ao estudo dos cuidados com o ser
humano em desenvolvimento e consolidada como prática complementar da pediatria
personalizada dos consultórios, ela surgiu como uma atividade focada essencialmente na
saúde pública, e por isso mesmo consiste em um dos eixos de ações programáticas do
SUS.
19
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
2011 com a implantação progressiva do Projeto Rede Cegonha em todo o país, previne os
fatores de risco para a saúde infantil associados à gestação e aos primeiros dias de vida. A
atenção qualificada ao parto igualmente é responsável pela diminuição da
morbimortalidade neonatal, hoje responsável pela maioria dos óbitos infantis (menores de
1 ano).
A captação dessas crianças (neonatos) tem seu início 24h após sua alta hospitalar
feita pelos Agentes ACS responsáveis pela área adscrita da USF. Avaliadas as condições
físicas e comportamentais da puérpera, as condições físicas do neonato, são realizadas as
orientações do 5º dia como especificado no capítulo anterior. Do mesmo modo, o
agendamento das consultas deve ser em conformidade com o que está estabelecido pela
Secretaria de Estado de Minas Gerais, sendo a primeira consulta com 01 mês; a segunda,
com 02 meses; a terceira, com 04 meses; a quarta, com 06 meses; a quinta consulta, com
09 meses e a sexta consulta, com 12 meses. No segundo ano de vida da criança está
previsto duas consultas, uma com 15 meses, com o médico e outra com 18 meses com o
enfermeiro.
20
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
1. Tipo de parto (se cesárea, por quê?) e condições do parto: idade gestacional (37 a 42
semanas; se foi a termo ou prematuro); idade da mulher (<20 ou >35 anos); se a
criança ficou em alojamento conjunto; se permaneceu em estufa, fez uso de oxigênio
ou transfusões; e o Apgar de 1º e 5º minutos.
21
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
1. A história familiar, que proporciona evidências para considerar doenças familiares, bem
como as infecções ou doenças contagiosas.
2. E a história social, observando aspectos tais como, escolaridade da criança e dos pais,
condições de higiene, tipo de habitação, profissão dos pais, renda familiar, nº de
pessoas que habitam na casa; hábitos dos pais e estabilidade da relação entre eles,
bem como a estrutura familiar.
Com relação ao exame físico da criança, é importante também observar seus sinais
vitais, apresentados nos quadros de número 2 a 4.
REFERÊNCIAS
1. MARCONDES, Eduardo, OKAY, Yassuhiro, RAMOS, José Lauro Araújo, COSTA VAZ, Flávio Adolfo.
Pediatria básica. São Paulo: Savier, 2002.
2. BONILHA, LRC, RIVORÊDO, CRSF. Puericultura: duas concepções distintas. Jornal de Pediatria. V.
81, N. 1, 2005.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. Agenda de compromissos para a saúde integral da criança e redução da mortalidade
infantil / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
4. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Saúde. Atenção à Saúde da Criança. Maria Regina Viana et
al. Belo Horizonte: SAS/DNAS, 2004. 224p.
5. ROSEN, G. Uma história da Saúde Pública. São Paulo: Hucitec, 1994.
6. SANTANA, JC, KIPPER, DJ, FIORE, RW. Semiologia Pediátrica. Porto Alegre: Artmed, 2003.
23
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Falar das necessidades das crianças é reportar ao seu mundo externo - mundo das
relações sociais, ambientais e culturais que lhe fornece elementos diferenciados para o
enriquecimento de sua linguagem e a aproximação com os diversos conhecimentos
possibilitadores da construção de sua identidade e autonomia. Assim, os mundos externo e
interno da criança se complementam e se nutrem numa relação de troca entre crianças,
entre crianças e adultos e entre crianças e a natureza. Dessa forma, a interação da criança
com outras pessoas, que compartilham o seu ambiente, serve de base e de construção de
seu aprendizado, tanto nas dimensões de se, pensar e de agir quanto na dimensão do
conhecer.
Nesta concepção, de ver a criança como um ser social e histórico, portanto cidadã
de direitos e deveres, deve-se pautar as atividades de educar e cuidar da população
infantil. Isso significa dizer que o atendimento das necessidades básicas da criança se faz
com que ela e para ela, independente do grau de complexidade, e são momentos de
construção do conhecimento, da identidade e da autonomia.
Higiene Ambiental
Ambiente físico
O ambiente físico é um espaço onde a criança pode aprender de forma ativa com
outras crianças, com os adultos e com materiais aí disponibilizados.
3 Texto originalmente publicado em: CARVALHO, Alysson et al. Saúde da criança. Belo Horizonte:
uma vez que as janelas fechadas favorecem a maior circulação dos microrganismos no
ambiente, ocasionando maior risco de disseminação de doenças entre as crianças. As
próprias crianças, de acordo com a faixa etária, podem se responsabilizar por abrir as
janelas ao entrarem na sala e fechá-las ao término das atividades do dia. Tal procedimento
cria, na criança, o compromisso e a responsabilidade com as coisas ao redor e com a
manutenção de um ambiente saudável.
Dicas importantes:
um desinfetante mal empregado não substitui uma boa limpeza com água e sabão;
é imprescindível uma boa higienização das dependências pelo menos duas vezes ao dia ou quantas
vezes se fizerem necessárias. A limpeza deve ser feita com uma vassoura dura, envolvida em um pano
úmido e dessa forma varrer normalmente, passando após um outro pano úmido para completar o
processo de limpeza. Essa forma de limpeza não permite que a poeira contida no chão envolva todo
ambiente, como é o processo por meio de varredura simples;
tanto os móveis quanto os colchonetes e brinquedos devem ser laváveis e passar por limpeza com pano
molhado em água e sabão. A professora pode convidar as crianças a se tornarem sujeitos
coparticipantes neste processo, ao lhes delegar o exame rotineiro dos materiais utilizados no cotidiano
institucional;
Se a IEI mantiver, em cada sala, as escovas de dente infantis, para promover e garantir a limpeza
adequada delas, faz-se necessário, após o uso, secá-las para evitar o mofo e acondicioná-las em um
porta-escovas, que de praxe fica pregado na parede. Cada porta-escovas deve conter o nome da criança
bem legível, porque, assim as crianças vão, aos poucos, identificando seus objetos pessoais e
construindo a função social da escrita.
Lixo:
a coleta de lixo depende da estrutura da cada IEI. Tanto poderão ser usados sacos plásticos para
acondicionar o lixo, quanto o emprego de latões, baldes ou outro mecanismo que a creche possua para
tal;
é importante que a coleta do lixo seja um momento de educação das crianças, não só no que diz respeito
à criação de hábitos saudáveis e educados, com não jogar papel no chão, na rua, e em qualquer outro
ambiente, em como da importância de se manter o lixo tampado para evitar que moscas, mosquitos,
ratos ou outros transmissores de doenças aí façam morada e se proliferem;
25
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
o cuidador, convidar as crianças para fazerem e organizarem a coleta de lixo seletiva, separando o lixo
não-orgânico (plásticos, latas, vidros...), que leva muito tempo para ser decomposto pela natureza, do
lixo orgânico (restos de comida, cascas de frutas, entre outros).
Dicas:
limpeza semanal do chão e janelas com água e sabão;
limpeza diária do chão, janelas e portas com desinfetante;
limpeza dos colchões, berços e camas com desinfetante semanalmente e sempre que necessário
(vômitos, urina etc.);
limpeza diária dos móveis, armários, gavetas;
Higiene Corporal
26
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Não existe uma receita ideal para a hora do banho. Cada idade tem sua
especificidade e cada criança é única.
Dica importante:
cabe ao cuidador avaliar o melhor tipo de organização do banho e mudá-lo de acordo com as
capacidades das crianças, ou seja, o desenvolvimento delas para enfrentar novos desafios.
Assim:
Dica importante:
entre o banho de uma e outra criança, lave com água e sabão a banheira, pia ou bacia.
Banho de Chuveiro
Á medida que a criança consegue se firmar-se, ficar de pé, ela pode tomar o banho
de chuveiro. De início, com a ajuda e orientação do professor e, posteriormente, quando
apresentar-se segurar e conhecedora do autocuidar-se, ela poderá fazê-lo sozinha. Nesse
sentido, o professor precisa estar bastante atento aos conhecimentos prévios adquiridos
pela criança acerca de si mesma, de sua corporeidade e de como cuidar desse corpo.
No que diz respeito à lavagem do cabelo, esta pode acontecer uma a duas vezes
por semana, mas se houver necessidade deverá ser mais frequente.
Em alguns casos é de suma importância ouvir a família que traz consigo hábitos
de formar-se em um pesadelo para a
instituição. Dessa forma, instaurar o diálogo e encontrar soluções conjuntas com a família
é uma estratégia que dá bons frutos.
27
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Lembre-se de que:
todo material de higiene da criança deve ser individual;
as unhas devem estar sempre bem curtas para evitar o acúmulo de sujeira debaixo das mesmas;
as crianças devem ser orientadas a lavar as mãos antes das refeições, antes e após ir ao banheiro.
Dicas importantes:
quando a criança apresentar resistência ao banho, não a castigue e nem promete prêmio. Simplesmente,
com voz firme e tranquila, fale-lhe da importância do banho;
banho, para as crianças menores, pode ser facilitado e enriquecido com brinquedos de plástico,
brincadeiras com bolinhas de sabão et.
já limpou o corpo...
limpou a boca?
A higiene bucal deve ser iniciada em torno dos seis meses de idade, independente
da criança ter ou não dentes. O objetivo dessa prática é associar a higiene bucal à higiene
corporal, habituar a criança à sensação agradável da boca limpa e remover restos de leite
ou outros alimentos.
Deve ser estabelecido um horário fixo para realizar a escovação, construindo assim
uma rotina saudável. Em casa as mães devem ser orientadas, pelos professores, a
escovar os dentes das crianças à noite antes de dormir.
Observação: As crianças que não estejam escovando seus dentes com a professora
estarão com suas escovas realizando sozinhas essa atividade. Desta forma, elas podem
desenvolver a habilidade e autonomia além de criar o hábito. A primeira escovinha deve
ser recebida com comemoração e alegria!
A pasta de dente
29
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Dicas:
coloque a pasta no sentido da largura da escova e não no seu comprimento;
oriente as famílias das crianças sobre os riscos provenientes da ingestão de pastas de dentes.
Para as crianças que estão nessa faixa etária, é possível realizar a escovação
diariamente com toda a turma ao mesmo tempo. Nas instituições de educação infantil, as
crianças dessa idade já escovam os dentes sozinhas e o local de escolha pode ser o pátio.
Porém em casa as mães devem ser orientadas a continuar a realizar a e escovação,
principalmente á noite. Só a partir dos sete anos ela terá coordenação motora suficiente
para escovar sempre sozinha.
Atenção: a creche deve procurar uma integração com o posto de saúde mais
próximo. Assim ela poderá assegurar o fornecimento de escovas para as crianças através
do SUS (Sistema Único de Saúde). Para garantir esse direito, a coordenadora da creche
deverá encaminhar ao posto de saúde uma listagem anual de todas as crianças
matriculadas, contendo o nome completo e a data de nascimento de cada uma.
30
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Banho de Sol
Crianças pequenas que, na maioria das vezes, têm pouca atividade ao ar livre
devem ser expostas regularmente ao sol. A exposição solar deve ser diária ou pelo menos
duas a três vezes por semana, durante trinta minutos, com a criança semivestida.
Recomenda-se o banho de sol no horário da manhã até às dez horas ou à tarde após as
quinze horas. As crianças maiores que desenvolvem atividades ao ar livre já estão
automaticamente expostas ao sol. Vale lembrar que o horário ideal é o mesmo requerido
para as crianças menores.
Dicas importantes:
faça do banho de sol um momento de interação com a criança: converse com ela faça-lhe carinhos,
cante ou brinque;
vidros, ambientes poluídos com fumaça ou neblina e o uso de protetores solares impedem ou inibem a
síntese de vitamina D.
Vestuário
Lembre-se de que:
a criança é bela, independente do vestuário que usa, do seu colorido e da raça que espelha.
31
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Sono e Repouso
Os sinais do sono são: bocejos, olhar imóvel, pálpebras cadentes, cabeça oscilante
ou irritação, choro, coceira nos olhos.
Dicas importantes:
sono diurno é importante para as crianças menores. Ele completa o sono noturno;
há algumas crianças que têm hábitos para dormir. Procure conhecê-los. Respeite as crianças que os têm
e elas dormirão tranquilas;
coloque música suave e baixinha, se for possível, para as crianças dormirem;
para as crianças de até dois anos, cante as cantigas de ninar;
a organização do lugar do sono é tão necessária quanto outras atividades que as crianças desenvolvem
o respeito aos horários, à frequência e a duração do sono de cada criança deve ser mantido.
Jogos e Brincadeiras
32
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Lembre se de que:
as brincadeiras permitem que a criança interaja com as outras crianças, adquira confiança e se socialize;
através do brincar a criança externaliza o seu pensar e sentir, permitindo ao professor fazer uma leitura
do como ela é e esta;
o professor deve acompanhar o desenvolvimento da criança, estimulando-a com atividades, brinquedos e
jogos, de acordo com as suas especificidades;
brincar permite ao professor perceber as dificuldade que cada criança tem com as brincadeiras e poder
ajudá-las.
Professor, faça do brincar uma atividade permanente e variada para que as crianças
participem ativamente dela. Brinque também. Participe.
Eliminações
A construção do habito de fazer xixi e cocô no urinol ou sanitário pode ser facilitado
pela organização da rotina pelo professor e pela imitação de outras crianças que vivem o
33
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Dicas importantes:
a educação dos esfíncteres pode durar semanas ou meses;
no início, a criança só consegue avisar ao adulto depois de já ter feito nas fraldas ou calças. Entretanto,
este é o momento de encorajar a criança. O convite à utilização do urinol precisa acontecer com certa
regularidade, após observar qual horário em que acontecem as eliminações;
além de aprender a controlar o próprio organismo, a criança tem que aprender hábitos de higiene
relacionados com o cocô e o xixi. Fale com ela sobre a importância da urina e das fezes serem jogadas
fora; da importância de ela se limpar, porque não pode ficar com a calcinha, cueca ou roupas sujas etc.;
explique para a criança o porquê de lavar as mãos antes e após cada eliminação;
evite qualquer situação de constrangimento e humilhação para a criança;
mantenha alguns urinóis ao alcance das crianças, sempre no mesmo lugar, para que possam chegar a
eles rapidamente;
demostre alegria nos primeiros sinais de que a criança está percebendo que pode controlar seu xixi e
cocô;
leve a criança ao vaso ou urinol, em períodos regulares, pois a permanência assentada deve levar em
conta o ritmo de cada uma nesse processo, mas em geral não leva mais que dez minutos;
REFERÊNCIAS
1. ABRAMOWICZ, A.; WAJSKOP, G. Creches atividade para criança de o a 6 anos. São Paulo: Moderna,
1995.
2. BRASIL. Lei n. 9.394 20 dez. 1996. Lei das Diretrizes e Bases da Educação: aspectos importantes
para a educação infantil. Brasília: Ministério da Educação e Cultura, 1996.
3. ______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial
curricular nacional para a educação infantil. Brasília, 1998. 1. V. 103 p.
4. ______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial
curricular nacional para a educação infantil. Brasília, 1998. 2. V. 86 p.
5. ______. Ministério da Saúde. Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança. Acompanhamento
do crescimento e desenvolvimento. 3. Ed. Brasília, 1986.
6. ______. Ministério da Saúde. Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança. Aleitamento
materno e orientação alimentar para o desmame. 3. Ed. Brasília, 1996.
7. ______. Ministério da Saúde. Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança. Atendimento
Integrado à saúde e desenvolvimento da criança: cartão da criança. 4. Ed. Brasília, 1993.
8. CARVALHO, M. C. de. Organização de espaços em instituições pré-escolares. In: Educação infantil,
muitos olhares. São Paulo: Cortez, 1994.
9. FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1990. 1.747 p.
10. LADEIRA, D. M. L. Cartilha informativa de DNPM crianças de 0 a 12 meses. 2. ed. Belo Horizonte:
Prefeitura de Belo Horizonte, Distrito Sanitário Centro-Sul, 1997.
11. LAMOUNIER, J. A. XAVIER, C. C.; MOULIN, Z. S. Leite materno e proteção à criança. In: TONELLI, E.;
FREIRE, L.M.S. Doenças infecciosas na infância e adolescências. 2. Ed. Rio de Janeiro: MEDSI,
2000. V.l,p. 89-103.
12. LEÃO, E. et al. Pediatria ambulatorial. 3. ed. Belo Horizonte: Cooperativa Editora e Cultura Médica
Ltda. 1998.
34
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
13. MOULIN, Z. S.et al.Treinamento básico para assistência integral à saúde da criança na creche. Belo
Horizonte: Prefeitura de belo Horizonte, Distrito Sanitário Centro-Sul. No prelo.
14. ORGANIZAÇÕES das Nações Unidas. Como evitar las enfermedades transmitidas por lós
alimentos. Chile: Organizações das Nações Unidas para agricultura e alimentação ONU/FAO Oficina
Regional para a América Latina, Caribe e Santiago, 1990.
15. PROGRAMA PARENTSLOVE/ALIMENTAÇÃO/HOT SPRINGS/ARKANSAS/E.E.U.U. Comunidade global
sem fins lucrativos que integra informação e oportunidade de comunicação na Internet para educadores e
profissionais de saúde. Email: parentslove@geocities.com e http://www.geocities.com/hot Springs/3305
16. SABBAT, S. Creche, surgimento e evolução. Presença pedagógica, n. 14, mar./abr. 1997.
17. SANTOS, I. et al. Guia curricular para a formação de auxiliar de enfermagem área hospitalar: área
curricular IV participação da assistência integral à saúde da mulher, da criança e do adolescente. Belo
Horizonte: Escola de Enfermagem da UFMG/PRODEn, 1995.
18. SANTOS, L. E. S. Saúde na creche. Alfenas: [s.n.], 1998 Mimeografado.
19. SCHMITZ, E. et al. A enfermagem em pediatria e puericultura. São Paulo: Atheneu. 1989.
20. SGARBIERI, V.C. Alimentação e nutrição: fator saúde e desenvolvimento. São Paulo: Almed, 1997.
21. VASCONCELOS. M. et al. Iniciação à saúde bucal de crianças. Belo Horizonte: Pró-Reitoria de
Extensão da UFMG, 1992. 26 p. (Orientação Popular, 4).
22. _____. As etapas de desenvolvimento em saúde bucal. Uma orientação para pediatrias. Belo
Horizonte: UFMG, 1991. Folder.
23. VANNUCHI, H. Aplicações das recomendações nutricionais adaptadas á população brasileira. São
Paulo: SBAN, 1990.v.2.
35
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Além desta proteção conferida, o leite materno ainda estimula a maturação epitelial
e aumentam a produção de enzimas digestivas. Por outro lado, o aleitamento materno
facilita ainda a introdução de novos alimentos, pois por meio do leite materno, a criança é
exposta aos diversos sabores e aromas que variam de acordo com a dieta da mãe e
assim, ela estará mais receptiva aos alimentos que fazem parte dos hábitos e cardápio
alimentar da família.
36
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
São muitos os tabus e as dificuldades enfrentadas por uma mãe que está aleitando
um filho pela primeira vez. Mesmo que ela tenha tido outros filhos, caso não os tenham
aleitado deve-se ter especial atenção e cuidados preventivos para o sucesso do
aleitamento.
vizinhas, tias e companhia, que ficam dando opinião erra e recomendando o aleitamento
artificial como muito melhor, mas prático e fácil. Mas isto não é verdade. Existe uma ampla
literatura sobre o tema que deve ser consultada por todo profissional de saúde para que
ele possa orientar corretamente as mães.
As orientações para a mãe vão desde a higiene dos mamilos, que deve ser feita
apenas com água, durante o banho diário da mãe, evitando-se o uso de sabonetes, álcool
ou outras substâncias que provoque o ressecamento dos mesmos. Deve-se explicar às
mães que a pele da auréola e do mamilo secretam óleos protetores que mantêm estas
estruturas fortes e flexíveis. Embora se possa usar cremes antiestrias na mama, não se
deve usar nenhum creme, pomada ou óleo na região dos mamilos, pois interferem com
sua proteção natural. Recomenda-se ainda o banho de sol nas mamas por volta de 15 a 30
minutos antes das 10 da manhã ou após as 16 horas, para fortalecer a pele do mamilo. É
importante também orientar o uso de sutiã de algodão confortável, firme, mas que não
aperte e após o nascimento os próprios para amamentação.
37
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
-se
melhor;
mamadas, como simples estímulo (toque) do mamilo, compressas frias nos mamilos e
sucção com bomba manual ou seringa de 10 mL ou 20 mL adaptada (cortada para eliminar
38
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Este método é barato e eficaz. Para tanto, utiliza-se uma seringa de 20 ml, cortando-
a na ponta (Etapa 1 Figura 2) e invertendo o êmbolo para a mãe não se machucar com a
superfície irregular que acabou de cortar (Etapa 2 Figura 2). Então, puxa-se o êmbolo da
seringa até o mamilo ficar proeminente e atingir o seu limiar de dor (Etapa 3 Figura 2).
Deixa- repete este processo várias vezes ao dia, por no
mínimo uma semana.
39
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
40
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Existem algumas situações nas quais a ordenha do leite materno se faz necessária,
como em caso de prematuridade, inflamação na mama, ingurgitamento mamário, sucção
ineficiente do recém-nascido ou para coleta e estoque para complementação em
eventualidades quando a mãe trabalha ou tem que se ausentar. Nestes casos é possível
proceder de dois modos, utilizando-se 6), ou realizando-se a
ordenha manual (Figura 7).
Figura 6
Também é necessário rotular o recipiente com a data e hora da coleta para estocá-
lo. O leite pode ser armazenado em freezer por no máximo até 15 dias e mantido na
41
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
geladeira por no máximo até 12 horas, mas jamais na porta, seja do freezer ou da
geladeira, sempre no seu interior. Para descongelar é necessário retirar do freezer e deixar
o recipiente com o leite congelado na geladeira por no mínimo 6 horas. Então, ele será
aquecido em banho-maria, jamais no micro-ondas. O banho-maria deve ser feito
esquentando-se a água no fogão, sem deixar que ferva, pois o calor excessivo desnatura
proteínas e enzimas do leite. Após a retirada da panela com água quente do fogo emerge-
se o recipiente com o leite materno por alguns minutos nesta água quente e antes de
oferecê-lo à criança, ele deve ser agitado suavemente para homogeneizar a gordura. Para saber a
temperatura adequada do leite derrama-se um pouco na face externa do braço, cuja pele é
mais fina e, portanto mais sensível. Também é importante a necessidade de descongelar
todo o leite estocado em um único recipiente, pois durante o congelamento as gorduras se
separam do restante dos componentes do leite. Pode-se acrescentar o leite coletado em
momentos diferentes ou um já congelado a um recém extraído, mas neste caso o leite
recém extraído deverá ser esfriado enquanto o outro é congelado antes de misturá-los.
Orientar ainda a mãe quanto ao aspecto do leite descongelado que é floculado. Após
descongelamento e oferecimento do leite a criança, o restante deve ser descartado.
Para uma boa ordenha do leite materno é preciso massagear as mamas com
movimentos circulares. Para tanto, apoia-se a mama com uma das mãos, para dar
conforto. Com a polpa dos dedos da outra mão massagear de maneira circular em volta do
bico para dissolver os nódulos formados pelo acúmulo de leite, que com este movimento
vai se liquefazer e facilitar a ordenha. Então, comprimem-se os dedos indicador e polegar
na altura da pele do peito, onde começa a aréola. Esta compressão deve ser ritmada e
sem escorregar os dedos para não traumatizar os ductos, em uma tentativa de simular a
sucção do bebê. Esvaziada esta região de saída, torna-se a massagear a mama de modo
circular, agora um pouco mais na região junto ao corpo, tentando dissolver os nódulos de
leite. Amaciada esta região, outra vez, com o polegar e indicador, comprimimos a borda da
aréola e aliviam-se os ductos de saída. Torna-se então a massagear mais para a base do
peito e outra vez amolecendo-o é possível seguir ordenhando a mama até que ela fique
suportável ou se retire a quantidade de leite que desejava armazenar (Figura 7).
42
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Como uma ordenha adequada leva de 20 a 30 minutos, recomenda-se que a nutriz adote uma
postura confortável, pois o procedimento pode ser cansativo. Ela deve ainda que preparar
previamente o recipiente do leite (fervendo-o por 20 minutos), assim como lavar cuidadosamente
as mãos e antebraços, prender os cabelos, utilizar uma máscara ou evitar falar, espirrar ou tossir
enquanto ordenha o leite, assim como ter à mão um pano úmido limpo ou lenços de papel para
limpeza das mãos.
O leite ordenhado deve ser oferecido à criança de preferência em um copo, xícara ou colher.
A técnica recomendada é acomodar o bebê desperto e tranquilo no colo, na posição sentada ou
semi-sentada e a cabeça formando um ângulo de 90º com o pescoço. Encosta-se a borda do copo
no lábio inferior do bebê e deixa o leite materno tocar o lábio, com isso o bebê fará movimentos de
lambida do leite, seguidos de deglutição. Não se pode despejar o leite na boca do bebê, pois ele
poderá engasgar.
43
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
São indícios de uma boa pega: 1) Mais aréola visível acima da boca do bebê; 2) A
boca bem aberta; 3) O lábio inferior virado para fora; e 4) O queixo tocando a mama.
A mãe também deve ser orientada a, quando levar a criança ao seio, segurar a mama
em forma de C para facilitar que o bebê abocanhe a maior parte da aréola (região escura
ao redor do bico do peito) e não somente o mamilo (bico do peito), explicando que o leite
vem dos seios galactóforos e não do mamilo. Do mesmo modo, caso seja necessário
interromper a mamada, deve-se separar os maxilares da criança, introduzindo o dedo
mindinho na comissura labial para evitar que a criança machuque o mamilo da mãe (Figura
9). Este é o primeiro procedimento de prevenção de traumas da região mamilo-areolar.
Figura 9
Posição para Oferecer a Mama Para Interromper a Mamada
44
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Quanto a posição para amamentar ela deve ser escolhida pela mãe, mas que de
qualquer modo deve ser orientada a mudar de posição para esvasiamento de todos os
ductos lactíferos. (Figura 10)
45
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
com ele no colo por no mínimo 30 minutos, levando-o novamente ao seio após este tempo,
o que provocará novo reflexo de descida do leite. Deve-se ainda salientar a importância de
se alternar os seios oferecidos no início de cada mamada. Para se lembrar, a mãe pode
amarrar um fitinha no sutiã do lado do seio no qual a criança mamou por último e que a
indica que é deste lado que ela irá então iniciar esta nova mamada.
Após o aleitamento, a criança deve ser colocada na posição ereta, apoiando a sua
cabeça no ombro materno (Figura 11), para favorecer a eructação (arrotar), ou seja, o ar
deglutido durante a amamentação seja facilmente eliminado. Nem sempre o bebê eructa.
Se mamou sem fazer barulho, sem ser agitado, fazendo pega correta na região mamilo-
areolar, dificilmente deglutiu ar. Portanto, se após permanência de cinco a dez minutos na
posição adequada o bebê não eructar, a mãe não deve se preocupar, poderá colocá-lo no
berço, do lado direito, deixando-o tranquilo. Do mesmo modo, a mãe deve verificar após a
nto
mamário e outras intercorrências mamárias realizar a ordenha manual.
Figura 11 Posições para Eructação
O desmame precoce ocorre com mais frequência entre crianças que usam chupeta,
possivelmente por este ser um sinal de que a mãe está tendo dificuldades na
amamentação ou de que tem menor disponibilidade para amamentar. O uso da chupeta
também se associa a uma maior ocorrência de candidíase oral (sapinho), de otite média e
de alterações do palato.
46
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
e a outra extremidade colada no seio da mãe. Deste modo, o bebê suga o seio juntamente
com a sonda, estimulando a produção de leite materno e se alimentando simultaneamente.
Essa técnica é também recomendada para mães adotivas que desejem amamentar.
Figura 12 Relactação
A partir dos 6 meses de idade, pode-se fazer a introdução do leite de vaca sem
diluição. Entretanto, vale ressaltar que a alergia a proteínas do leite de vaca é uma
condição bastante comum, acometendo de 2 a 7% da população e, em geral é confundida
com a intolerância à lactose, mais comum entre adultos do que em criança, conduzindo
pediatras e médicos de família a prescreverem formulações de leites maternizados sem
lactose que são extremamente caros. Nestes casos, é de bom tom tentar primeiro a
substituição do leite de vaca pelo de cabra ou de soja.
Após longa polêmica, que durou do final dos anos 1970 até início do século XXI, e
Assembleia Mundial da Saúde,
organizada pela OMS e ocorrida em 2001, determinou que a introdução de alimentos
complementares deveria ocorrer em torno dos 6 meses de idade e não antes.
Deve-se dar preferência às frutas da época, quando são mais baratas. Pela mesma
razão, isto é, por seu custo e em função de sua popularidade, as frutas habitualmente
recomendadas são: laranja, banana, maçã, mamão e pera. Deve-se lembrar de que
laranja, mamão e pera são frutas laxantes e maçã e banana constipantes, para que a mãe
possa oferecer estes alimentos, após introdução de cada um deles, segundo necessidades
e hábitos intestinais da criança.
Você deve orientar a mãe a não dar a mesma fruta todo dia, pois a monotonia
alimentar provoca rejeição do alimento, bem como salientar a contraindicação de sucos e
papas de frutas industrializados, pois os corantes e conservantes presentes nestes
produtos provocam alergias.
47
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Para o preparo destes alimentos, oriente a mãe a lavar bem a fruta, descascá-la ou
raspar a casca com faca dependendo da fruta utilizada. São práticas adequadas para o
preparo dos alimentos da criança lavar as mãos de quem for prepara-lo e também da
criança, com água e sabão antes das refeições; manter os utensílios domésticos e as
Para produzir a papa de fruta, deve-se raspá-las com colherinha (maçã e pera) ou
amassá-la como um garfo (banana e mamão)
O açúcar jamais deve ser usado, pois perverte o paladar da criança. O que se deve
fazer é escolher frutas maduras e doces.
As frutas frutas devem ser oferecidas no meio da manhã, entre uma mamada e
outra, e, também, a papa de fruta no meio da tarde, entre as mamada coincidentes ao
horário de almoço e jantar.
Tendo-se então introduzido, cerca de cinco frutas com intervalos médios de 5 dias, o
que resulta em quase um mês, no início do sétimo mês de vida inicia-se a primeira sopinha
substituindo a mamada do horário do almoço.
Após a introdução completa da primeira sopinha (um pratinho por dia), a mãe
poderá misturar a gema de ovo à mesma (depois de pronta), oferecendo primeiro a parte
da sopa que contem a gema misturada. A composição da primeira sopinha encontra-se
especificada na tabela 2. Para o preparo da primeira sopinha, deve-se colocar em uma
panela meio litro de água, junta-se a carne, o arroz, a cenoura, a couve, a cebola, a salsa e
o tomate, picados. Deixar cozinhar em fogo baixo. Quando estiver bem mole, passar por
uma peneira jamais pelo liquidificador e colocar uma pitada de sal. Nunca use
temperos industrializados (Knorr, Maggi etc.).
48
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Oferecer a sopa com uma colher, inicialmente oferecer apenas 3 colheres de chá e
ir aumentando até chegar a um pratinho por dia. Deve-se ainda, variar a sopa trocando
ingredientes, um por vez (não trocar todos de uma só vez). Quando a criança estiver
aceitando bem os alimentos, colocar pelo menos dois alimentos do grupo de leguminosas
(cenoura, abobrinha ou chuchu) e dois do grupo de folhosos (couve, espinafre ou agrião).
Na primeira sopinha, que substitui a mamada do meio dia (almoço), as carnes
devem ser retiradas, oferecendo-se o caldo e demais ingredientes amassados com um
garfo. Se a criança recusar, esperar uma a duas semanas para reiniciar sua introdução.
Persistindo a recusa, tenta-se, por etapas: retirar o sal; ou substituir sal por açúcar; ou
adicionar leite à sopa; ou aumentar intervalo entre última mamada e a sopa (criança ficará
com mais fome e tenderá a uma maior aceitação).
A clara de ovo, por ser muito alergênica, só pode ser oferecida a partir dos 10
meses de idade. Aconselha-se ainda a prorrogar sua introdução para os 12 meses de vida
em crianças com história de alergia. Ela deve ser oferecida cozida, e assim como a gema
de ovo, sua introdução deve ser feita em pequenas quantidades, aumentando-se
progressivamente até chegar a um ovo por dia.
49
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
A transição da dieta líquida para a sólida deve ser feita de forma gradual, de tal
modo que aos 8 meses de idade a criança deve receber alimentos amassados, desfiados,
picados ou cortados em pedaços pequenos. Aos 10 meses, ela deve receber alimentos
granulosos e aos 12 meses deverá passar a receber o mesmo tipo de alimento consumido
pela família, restringindo-se o uso de alimentos semissólidos, pois do contrário ela
apresentará dificuldades alimentares aos 15 meses.
50
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
REFERÊNCIAS
1. BRASIL. Ministério da saúde. Secretaria de Política de Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde.
Guia alimentar para crianças menores de dois anos. Brasília: MS, 2002.
2. BRASIL Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde
da criança: aleitamento materno e alimentação complementar. 2. ed. Brasília : Ministério da Saúde,
2015. 184 p
3. BRASIL. Ministério da saúde. Manejo e promoção do aleitamento materno: Curso de 18 horas para
equipes de maternidades. Brasília: MS, 2003.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Promovendo o Aleitamento Materno. 2ª
edição, revisada. Brasília: 2007. Álbum seriado.
5. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde
da criança: nutrição Infantil: aleitamento materno e alimentação complementar. Brasília: MS, 2009.
6. BRASIL. Projeto Reprolatina. Cartilha Amamentação e Estimulação do Bebê. Campinas, 2012.
7. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Área Técnica de Saúde da Criança e
Aleitamento Materno. Rede Amamenta Brasil: os primeiros passos (2007 2010). Brasília: MS, 2011.
8. DUPONT, C.; HEYMAN, M.; DARMON, N. Mononuclear cells from infants allergic to
tumor necrosis factor alpha, altering intestinal function. Gastroenterolgy, 1994, 106:1514-1523.
9. GRASSI, Marcília Sierro, COSTA, Maria Teresa Zulini da, VAZ, Flávio Adolfo Costa. Fatores
imunológicos do leite humano. Pediatria (São Paulo) 2001;23(3):258-63.
10. KOBINGER, MARIA E. B. ARRUDA et al (Org.) Pediaria em consultório. São Paulo: Sarvier, 2010.
11. MINAS GERAIS.Secretaria de Estado da Saúde. Atenção à Saúde da Criança. Maria Regina Viana et
al. Belo Horizonte: SAS/DNAS, 2004.
12. MONTE, Cristina M. G., GIUGLIANI, Elsa R. J. Recomendações para alimentação complementar da
criança em aleitamento materno. Jornal de Pediatria - Vol. 80, Nº5 (supl), 2004.
51
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
52
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Com a distribuição gráfica das medidas de peso e altura de indivíduos normais, são
construídas curvas de referência.
53
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
54
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
6º Passo: colocar a
criança sentada ou
deitada no centro do
prato, de modo a
distribuir o peso
5º Passo: despir a igualmente; destravar a
criança com auxílio da balança, mantendo a
mãe ou responsável criança parada o máximo
possível nesta posição,
orientando a mãe ou
responsável a manter-se
próximo sem tocar na
criança ou equipamento
7º Passo: mover o
8º Passo: mover o
cursor maior sobre a
cursor menor para
escala numérica para
marcar as gramas
marcar os quilos
55
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
57
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Espera-se que uma criança que esteja crescendo bem descreva uma trajetória
regular, ascendente e paralela à curva estabelecida como padrão, delineada a partir de
suas medidas sequenciais.
O crescimento individual das crianças pode ter uma grande variação. Várias
medidas de crescimento colocadas como pontos no gráfico ao longo do tempo e unidas
entre si formam uma linha. Essa linha representa o crescimento da criança, ou seja, sua
curva de crescimento, que sinaliza se a criança está crescendo adequadamente ou não.
Um traçado horizontal indica que a criança não está crescendo, o que necessita ser
investigado. Um traçado que cruza uma linha de escore z pode indicar risco. O profissional
58
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
59
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
O perímetro cefálico é uma medida que apresenta pequena variação para qualquer
faixa etária, entre os sexos, assim como entre grupos étnicos e populacionais. Nas
Cadernetas de Saúde da Criança (feminino e masculino), você encontrará as novas curvas
da OMS para avaliação do perímetro cefálico, assim como do peso e estatura, segundo a
idade da criança.
REFERÊNCIAS
1. BRASIL. Sistema de Vigilância alimentar e nutricional SISVAN. Orientações básicas para a coleta,
processamento, análise de dados e informação em serviços de saúde. Brasília: Ministério da Saúde,
2004.
2. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Saúde. Atenção à Saúde da Criança. Maria Regina Viana et
al. Belo Horizonte: SAS/DNAS, 2004.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Antropometria: como pesar e medir. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.
(Álbum Seriado)
4. MACCHIAVERNI, LML , BARROS FILHO, AA. Perímetro cefálico: por que medir sempre. Medicina,
Ribeirão Preto, 31: 595-609, out./dez. 1998
60
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Entretanto, as habilidades de uma criança podem ser afetadas por uma série de
fatores, desde os estritamente biológicos, passando pelos nutricionais até os psicossociais,
que são aqueles relacionados à qualidade do ambiente em que a criança vive e às
pessoas com as quais convive (REED, 2005).
61
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
62
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
e sem fome.
4
O livro Avaliação Neurológica Infantil nas Ações Primárias de Saúde é extremamente claro, ilustrado,
autoexplicativo e adaptado para uso na Atenção Primária à Saúde. Recomenda-se também consultar o artigo
de FUNAYAMA, disponível em: http://revista.fmrp.usp.br/1996/vol29n1/exame_neurologico_criancas.pdf
63
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
de vida. As dislalias mistas e por troca devem ser superada até os três anos de idade e a
de supressão durante o quarto ano de vida.
O setor psicossocial, por sua vez, refere-se a reações da criança relacionadas à sua
cultura social e está diretamente relacionada ao ambiente no qual ela vive e está sendo
criada. (BRETAS, 1995)
A escala de Denver II (Anexo 3), também conhecido como TTDD (Teste de Triagem
do Desenvolvimento de Denver), é um instrumento de detecção precoce valiosíssimo na
APS. Entretanto, ele não deve ser utilizado como instrumento diagnóstico, o que deve ser
feito por um especialista. Trata-se, como bem diz o nome, de um teste de triagem.
Para realizar a avaliação da criança utilizando-se o TTDD, deve-se traçar uma linha
na idade cronológica da criança e datar, observando-se em que ponto das aquisições de
cada setor ela cruza. No TTDD, encontram-se vários marcadores, na forma retangular
(Figura 2), cada um deles referentes a uma aquisição de cada um dos setores a serem
analisados (motor grosseiro, adaptativo ou motor fino, linguagem e pessoal-social). Estes
marcadores têm uma parte vazada e outra colorida, indicando o percentual de crianças
que naquela faixa etária já adquiriram aquela manifestação evolutiva.
necessário, por mais de uma vez, em ambiente tranquilo e apropriado ao universo infantil.
Anota-se os acertos (A), os erros (E) e recusas (R), ao lado da linha traçada que identifica
a idade da criança na qual o teste está sendo realizado. Recusas sucessivas e em mais de
um setor, também indicam possível atraso de desenvolvimento e devem ser encaminhadas
para avaliação especializada. 5
Hipotonia cervical.
Movimentos de pedalagem.
Choro inarticulado.
5 Orientações adicionais sobre a aplicação do Teste de Denver II encontram-se no anexo 3, bem como
gravuras a serem impressa e coladas em papel cartão para utilização durante aplicação do mesmo.
65
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
66
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Preensão Palmar Estimulado por pressão da palma Observar a flexão dos dedos.
da mão.
Preensão Plantar Estimulado com a pressão da base Há a flexão dos dedos
dos artelhos.
Reflexo cutâneo-plantar O estímulo é feito do calcâneo aos A resposta consiste na
artelhos, região plantar
extensor
. do hálux. Os demais artelhos
podem espalhar-se em leque.
Reação Cervical de Girar o RN no leito, lateralizando o Observar a movimentação em
mesmo, com a cabeça e ombro Bloco, sem a dissociação do
Retificação
seguros pela mão do examinador. cíngulo escapular - cintura
pélvica
Reflexo de Fulga-suicído Dispõe-se o RN em decúbito O RN apresenta por resposta
ventral, estando nariz e boca em satisfatória a elevação e a
contato com superfície de apoio rotação da cabeça
(leito) aguardar por no máximo
67
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
68
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Quadro 3
Estimulação adequada do desenvolvimento de crianças de 0 a 3 meses
Quadro 4
Estimulação adequada do desenvolvimento de crianças de 3 a 6 meses
Quadro 5
69
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Quadro 6
Estimulação adequada do desenvolvimento de crianças de 9 a 12 meses
Quadro 7
Estimulação adequada do desenvolvimento de crianças de 1 a 2 anos
70
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Quadro 8
Estimulação adequada do desenvolvimento de crianças de 2 a 3 anos
71
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Quadro 9
Estimulação adequada do desenvolvimento de crianças de 3 a 4 anos
Quadro 10
Estimulação adequada do desenvolvimento de crianças de 4 a 5 anos
REFERÊNCIAS
5. KOBINGER, MARIA E. B. ARRUDA et al (Org.) Pediatria em consultório. São Paulo: Sarvier, 2010.
6. LEÃO, E., CORREA, EJ., MOTA, JAC., VIANA, MB. Pediatria Ambulatorial. Belo Horizonte:
Coopmed, 2005.
7. MANSUR SS, NETO FR. Desenvolvimento Neuropsicomotor de Lactentes Desnutridos. Rev. bras.
fisioter. v. 10, n. 2, p. 187-193, 2006.
8. MARCONDES, Eduardo. Pediatria Básica. São Paulo: Savier, 2002.
9. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Saúde. Atenção à Saúde da Criança. Maria Regina Viana
et al. Belo Horizonte: SAS/DNAS, 2004.
10. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Manual para vigilância do desenvolvimento
infantil no contexto da AIDPI. Washington, D.C.: OPAS, 2005.
11. PINHEIRO, M. Fundamentos de neuropsicologia: o desenvolvimento cerebral da criança. Vita et
Sanitas, Trindade/Go, v. 1, n . 01, 2007.
12. REED, UC. Desenvolvimento normal do sistema nervoso central. Cap. 21. In: NITRINI, R,
BACHESCHI, LA. A neurologia que todo médico deve saber. São Paulo: Atheneu, 2005. p.395-
400.
13. ROSE, S. O cérebro consciente. São Paulo: Alfa-Ômega, 1984.
14. TEIXEIRA, C., PAIM, JS, VILASBÔAS, AL. SUS, modelos assistenciais e vigilância à saúde, IESUS,
VII(2), abr/jun, 1998.
15. UNICEF. http://www.unicef.org/brazil/pt/activities_10163.htm
73
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Para a prevenção dos acidentes é importante que o responsável pela criança tenha
conhecimentos das várias etapas de desenvolvimento da mesma, dos riscos que a
cercam, tornando medidas para evita-los ou ensinando-a a fazê-lo.
74
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Intoxicações no berço;
Não usar brinquedos pintados com
tinha que contenha chumbo;
Manter fora do alcance dos bebês
objetos e alimentos fáceis de serem
engolidos ou colocados em orifícios
naturais (ouvido, nariz), como feijão,
milho, amendoim, moedas etc.;
Manter longe do alcance das
crianças, sacos plásticos, laços de
fitas, travesseiros fofos, brinquedos
que podem levar a sufocação;
Manter livre de poeira e fumaça e
ambiente no qual a criança
permanece;
Não deixar a criança em bebê-
conforto em cima de moveis ou
lugares altos;
Oferecer a criança apenas
brinquedos resistentes, que não
possam ser engolidos em parte ou
no todo.
Queda de objeto sobre ela; Proteger o local onde a criança se
Quedas de lugares altos; encontra;
Intoxicações, Manter objetos pequenos fora do
principalmente com alcance da criança;
produtos domiciliares, Não deixar produtos tóxicos em
Ingestão de corpo lugares baixos, ao alcance da
estranho; criança;
07-12 meses de vida
Queimaduras com líquido Manter líquidos e alimentos quentes
e objetos quentes no centro da mesa ou do fogão;
(principalmente na Manter os cabos das panelas
cozinha). viradas para dentro do fogão;
Não deixar toalhas pendendo pelos
cantos da mesa.
75
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Primeiros Socorros
Para assistir uma criança vítima de um acidente é necessário, antes de mais nada,
manter a calma, porque, por pior que seja a situação, sempre existem alguns minutos para
um atendimento de emergência e alguém deve assumir o controle da situação.
76
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
REFERÊNCIAS
77
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Existem vários tipos de vacinas. Elas podem ser produzidas a partir de suspensão
de bactérias vivas atenuadas (BCG, por exemplo); suspensão de bactérias mortas ou
avirulentas (vacinas contra a coqueluche e a febre tifoide, por exemplo); componentes das
bactérias (polissacarídeos da cápsula dos meningococos dos grupos A e C, por exemplo);
toxinas obtidas em cultura de bactérias, submetidas a modificações químicas ou pelo calor
(toxóides diftérico e tetânico, por exemplo); vírus vivos atenuados (vacina oral contra a
poliomielite e vacinas contra o sarampo e a febre amarela, por exemplo); vírus inativados
(vacina contra a raiva e a Salk, por exemplo); frações de vírus (vacina contra a hepatite B,
constituída pelo antígeno de superfície do vírus, por exemplo).
Como regra geral, a aplicação de vacinas deve ser adiada por um mês após o
término de corticoterapia em dose imunodepressora ou por três meses após a suspensão
de outros medicamentos ou tipos de tratamento que provoquem imunodepressão. Após
78
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
transplante de medula óssea, o adiamento deve ser por um ano (vacinas não-vivas) ou por
dois anos (vacinas vivas).
É importante também dar ênfase ao fato de que, havendo indicação, não existe
limite superior de idade para aplicação de vacinas, com exceção das vacinas tríplice DTP e
dupla tipo infantil.
clones existentes é que garante a ampla diversidade da resposta imune. Da interação dos
antígenos com os receptores dos linfócitos T e B resulta o estímulo dessas células; com as
alterações subsequentes do seu metabolismo, os linfócitos entram em fase de ativação.
http://vigilancia.saude.mg.gov.br/index.php/sistemas-de-informacao/imunizacao-si-pni/
Vale ressaltar que cada região pode adequar seu calendário de acordo com critérios
definidos tais como: endemicidade e perfil epidemiológico da região.
RN filho de mãe HBsAg positivo (Antígeno de superfície do vírus B), deve ser não só
imunizado nas 12 primeiras horas de vida, como também receber IGHB (Imunoglobulina
hiperimune contra hepatite B). Quando a sorologia da mãe não é conhecida o RN deverá
receber apenas a vacina nas 12 primeiras horas de vida.
Se iniciada com 7 a 9 meses é feita em duas doses com intervalo de dois meses entre as
doses e mais um reforço aos 12 meses.
81
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Se iniciada de 10 aos 11 meses, aplicar duas doses com intervalo de 2 meses entre as
doses e não é necessário reforço.
5. A vacina oral poliomielite VOP, vacina de vírus atenuados, trivalente, contendo os três
tipos de poliovirus (1, 2 e 3) que vem sendo utilizada com sucesso no Brasil desde a
década de 60, passa a ser substituída pela vacina Salk (Vírus inativado), em suas duas
primeiras doses a partir de 2012 uma vez que casos raros de paralisia associada à vacina
(VAPP) e o poliovirus derivado da vacina (VPDV) podem ocorrer. Como países
desenvolvidos e em desenvolvimento declararam a intenção de continuar com a
imunização de suas populações, mesmo após a erradicação do poliovirus selvagem, a VIP
(Vacina do Vírus inativado da Pólio) ou Salk, passa a ser utilizada nos países onde a pólio
foi erradicada, incluindo o Brasil, para prevenir a reintrodução do vírus selvagem e o
ressurgimento da poliomielite nestes países.
82
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
1. HBsAg (Antígeno de superfície do vírus B): Sua presença indica infecção em curso,
sendo encontrado tanto na forma aguda quanto na crônica. É o primeiro marcador a
aparecer, podendo ser detectado 1 a 2 semanas após a exposição ao vírus. Na
infecção aguda autolimitada, desaparece na fase de convalescença, 2 a 4 meses após
seu surgimento. A persistência do HBsAg por mais de 24 semanas é indicativa de
hepatite crônica.
2. Anti-HBc IgM (Anticorpo IgM contra o antígeno core do vírus B): Sua presença indica
infecção aguda, sendo o primeiro anticorpo detectável. É encontrado no soro até 32
semanas após a infecção. O anti-HBc IgM e o anti-HBc total podem ser os únicos
marcadores detectados em pacientes com hepatite aguda fulminante e no período
entre o desaparecimento do HBsAg e o aparecimento do anti-HBs.
3. Anti-HBc total (Anticorpos totais contra o antígeno core do vírus B): É o melhor
marcador de exposição ao vírus B. Está presente na infecção aguda, na infecção
crônica e em pacientes que se recuperaram totalmente da doença, indicando contato
prévio com o vírus.
4. HBeAg sua
positividade indicativa de alta infecciosidade. Na infecção aguda autolimitada,
desaparece em cerca de 2 a 6 semanas. Sua persistência após 8 a 10 semanas sugere
fortemente a possibilidade de evolução para a forma crônica. Na infecção crônica, está
presente enquanto houver alta replicação viral, a não ser em casos em que uma
mutação impede a produção do HBeAg.
83
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Gestante com sorologia negativa para HBsAg e Anti-HBs devem ser imunizada
contra a hepatite B. Caso ela seja HBsAg positiva, a vacina não terá efeito, pois já se
encontra infectada. Quando o Anti-HBs é positivo, por sua vez, ela não necessita ser
vacinada, pois já está imune. Como para a maioria dos serviços de APS é disponibilizado
apenas o teste para HBsAg durante o pré-natal, o que se recomenda é a vacinação da
gestante quando este teste for negativo e não se possuir informação sobre vacinação
prévia daquela mulher. Quando teste para ABsAg for positivo, recomenda-se, como já
explicitado, a vacinação do RN nas primeiras 12 horas de vida, além da administração de
IGHB (Imunoglobulina hiperimune contra hepatite B).
Deve-se ressaltar ainda, que eventos adversos das vacinas, são agravos à saúde
de notificação compulsória e que todo médico deve estar atento para a sua ocorrência. No
anexo 7 você encontrará uma ficha de notificação de evento adverso pós-vacinal e no
anexo 8 uma lista de eventos adversos pós-vacinal.
REFERÊNCIAS
84
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Figura 1
85
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Como ainda não é rotina nas USF de nosso município a busca ativa de gestantes e
a condução do pré-natal na Atenção Primária, sendo referenciado até mesmo o pré-natal
de risco habitual, caberá a você, acadêmico de medicina, estimar o número de gestantes,
procurá-las, localizá-las e assegurar-lhes um adequado acompanhamento do pré-natal, por
meio das informações e conhecimentos adquiridos neste módulo. Você terá este
compromisso com as gestantes de uma microárea de abrangência da USF na qual você
estará realizando atividades práticas.
Outra atividade prática de máxima importância para seu aprendizado, para a saúde
materno-infantil e qualificação dos serviços, será o rastreamento de gestações de risco,
referenciando-as para o ambulatório de alto risco.
ATENÇÃO
Em toda a consulta, deve-se proceder à avaliação do risco gestacional. A
Nota técnica conjunta da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais
SES/MG, Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais SOGIMIG
Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras seccional Minas
Gerais ABENFO/MG, Associação Mineira de Medicina de Família e Comunidade
AMMFC, de 03/10/2016, é preconizada para a estratificação do risco e está
disponível em: http://www.saude.mg.gov.br/images/documentos/16-03-10-
Cartilha-Estratificao-de-risco-gestacional.pdf.
Esta deliberação propõe estratificar o risco gestacional em Minas Gerais nos níveis:
Habitual e Alto Risco.
Os estratos por fatores de risco gestacional são:
- Características individuais e condições sociodemográficas da gestante;
- História reprodutiva anterior;
- Condições clínicas prévias e Intercorrências clínicas/obstétricas na gestação atual.
86
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
87
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
88
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
89
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
90
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
MAPEAMENTO DO PRÉ-NATAL
91
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
EXAMES DO 1º TRIMESTRE
EXAMES DO 2º TRIMESTRE
92
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
EXAMES DO 3º TRIMESTRE
OUTROS EXAMES
MEDICAÇÕES
93
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
IMUNIZAÇÃO
94
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Cálculo da DPP
Para o cálculo da DPP deve-se utilizar a regra de Nägele (Figura 2)., adicionando à data
da última menstruação, 7 dias e mais 9 meses (se a DUM ocorreu de janeiro a março). Para os
casos em que a DUM ocorreu de abril a dezembro, somar 7 ao dia e subtrair 3 ao mês,
adicionando-se 1 ao ano. Exemplo: Se DUM foi em 10/11/2017, a DPP será em 17/08/2018 (10
+ 7 = 17 e 11-3 = 8). Nos casos em que os números de dias encontrado forem maior do que o
número de dias do mês, passar os dias excedentes para o mês seguinte.
95
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Cálculo da IG
Figura 4 Gestograma
Quando a DUM é desconhecida, mas o período do mês em que ela ocorreu não:
Se o período foi no início, meio ou final do mês, considerar como data da última
menstruação, os dias 5, 15 e 25, respectivamente, e proceder à utilização de um dos
métodos acima descritos.
96
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
ATENÇÃO
Arredonde a semana gestacional da seguinte forma: 1, 2, 3 dias considere o
número de semanas completas e 4, 5, 6 dias considere a semana seguinte.
Exame Físico
97
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
98
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Exame Gineco-Obstétrico
Exame das mamas;
Mensuração Altura Uterina (AU): A partir da 20ª semana de gestação, por meio da
medida da AU é possível estimar a Idade Gestacional (IG), uma vez que colocando o
início da fita métrica na sínfise pubiana, escorregando os dedos até fundo uterino, o
valor dado é aproximadamente o mesmo do número de semanas de gestação, ou seja,
se a altura uterina for 28 cm, a gestação terá em média 28 semanas (Figura 5).
99
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Gráfico 2
Curva da Altura Uterina/Idade Gestacional
100
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
A B C D
Realizar ausculta dos Batimentos Cardiofetais (BCF): Com o Pinard (Figura 7) pode ser
feita a partir da 20ª semana de gravidez e com o sonnar-doppler (Figura 8) a partir de
12 semanas. O valor normal do BCF varia de 120 a 160 bpm. Para tanto:
Posicionar a gestante em decúbito dorsal, com o abdômen descoberto, respeitando
a sua privacidade;
Identificar o dorso fetal. Além de realizar a palpação, deve-se perguntar à gestante
em qual lado ela sente mais os movimentos fetais - o dorso estará no lado oposto;
Segurar o estetoscópio de Pinard pelo tubo, encostando a extremidade de abertura
mais ampla no local previamente identificado como correspondente ao dorso fetal.
Quando disponível, utilizar o sonnar-doppler;
Encostar o pavilhão da orelha na outra extremidade do estetoscópio;
Fazer, com a cabeça, leve pressão sobre o estetoscópio e só então retirar a mão
que segura o tubo;
Procurar o ponto de melhor ausculta dos BCF na região do dorso fetal;
Controlar o pulso da gestante para certificar-se de que os batimentos ouvidos são os
do feto, já que as frequências são diferentes;
Contar os batimentos cardíacos fetais por um minuto, observando sua frequência e
ritmo;
Registrar os BCF na ficha perinatal e na caderneta da gestante.
Figura 7 Figura 8
Ausculta do BCF com Pinard Sonar para Ausculta do BCF
101
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
ORIENTAÇÕES GERAIS
Necessidade de banhos e fricções com xampu mais frequentes.
Informar que as mudanças de pigmentação diminuirão gradativamente depois da
gravidez.
Deve ser feito o uso de creme hidratante (ou óleo de amêndoa) no corpo após o banho,
mas nunca usar óleos, cremes ou pomadas no mamilo e aréola.
Importância de exposição das mamas ao sol antes das 10:00 e após as 16:00,
salientando a necessidade de se evitar exposição ao sol no horário de 10:00 às 16:00 e
uso de protetor solar, principalmente no rosto.
Uso de sutiã de boa sustentação.
Incentivar a amamentação exclusiva até seis meses.
Manter decúbito lateral esquerdo para dormir (principalmente durante o 3° trimestre).
Fazer repouso pelo menos 3 vezes ao dia; evitar esforço físico; realizar caminhada
(suave) ao final da tarde; usar roupas leves e sapatos de salto baixo, de preferência
antiderrapante.
Importância da avaliação e acompanhamento odontológico.
A equipe deve realizar visitas domiciliares, com o objetivo de monitorar a gestante,
orientar os cuidados adequados, identificar possíveis fatores de risco e realizar os
encaminhamentos necessários.
102
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
e percepção dos movimentos fetais, o que impacta e modifica a relação da mãe com o
concepto e seu estado gravídico.
Figura 9
REFERÊNCIAS
103
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Puerpério
Andreia Majella da Silva Duarte Esteves
Uma vez que boa parte das situações de morbidade e mortalidade materna e
neonatal acontecem na primeira semana após o parto, o retorno da mulher e do recém-
nascido ao serviço de saúde deve acontecer logo nesse período.
105
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
É fundamental que haja uma discussão com o casal sobre o retorno às atividades
sexuais. Desconforto à relação pode surgir por conta da atrofia vaginal, sendo
minimizado este inconveniente com a utilização de lubrificante.
ATENÇÃO
O questionário de Edimburgo deve ser aplicado na sexta semana, terceiro e
sexto mês após o parto. Nas questões 1, 2 e 4 a pontuação é feita em escala
crescente, isto é, de 0 a 3. Nas questões 3 e 5-10 a pontuação é feita de forma
decrescente, isto é, de 3 a 0. A pontuação máxima é 30. Pontuação > 11 pontos,
sugere diagnóstico de quadro depressivo e a paciente deverá ser encaminhada
para serviço especializado.
106
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
REFERÊNCIAS
1. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Atenção ao pré-natal, parto e puerpério: protocolo
Viva Vida. 2 ed. Belo Horizonte: SAS/SES, 2006. 84 p.
2. BRASIL. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher. Ministério da Saúde, Secretaria
de Políticas de Saúde, Área Técnica da Mulher. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
3. BRASIL. Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada manual técnico. Ministério da
Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas Brasília:
Ministério da Saúde, 2005.
4. http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/
107
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
A anticoncepção não é uma questão simples. Não existe, até o momento, método
anticoncepcional ideal, absolutamente eficaz (Tabela 1 Final do texto) e desprovido de
riscos ou de efeitos indesejáveis. Por isso, a escolha do método deve ser particularizada,
em função do perfil da paciente, de suas condições de saúde, ciclo de vida e preferências.
A assistência em anticoncepção pressupõe a oferta de todas as alternativas de métodos
anticoncepcionais aprovadas pelo Ministério da Saúde, bem como o conhecimento de suas
indicações, contraindicações e implicações de uso, garantindo à mulher, ao homem ou ao
casal os elementos necessários para a opção livre e consciente do método que a eles
melhor se adapte. Pressupõe, ainda, o devido acompanhamento clínico-ginecológico à
usuária, independentemente do método escolhido.
108
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Para a tomada de decisão sobre o método anticoncepcional a ser usado devem ser
levados em consideração aspectos relativos à paciente, clínicos e psicossociais, bem
como as características dos métodos. As características dos métodos a serem observadas
são:
Eficácia: taxa de falha real, verificada com o uso típico (como é normalmente utilizado),
tende a ser maior do que a teórica, associada ao uso perfeito.
Aceitabilidade: participação ativa da paciente na escolha do método, essencial à
adesão e continuidade do uso.
109
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
1. Métodos Comportamentais
Este método tem por base a identificação dos períodos férteis e inférteis do ciclo
menstrual, com a finalidade de evitar ou fazer coincidir a relação com esses períodos, a
depender do resultado que se deseja engravidar ou não.
Para tanto, deve-se considerar a provável época da ovulação, bem como o período
de fertilidade do óvulo (24-48 horas) e o tempo médio de sobrevida dos espermatozoides
no trato genital feminino (72 horas).
110
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
ATENÇÃO
Se a diferença entre o ciclo mais longo e o mais curto for de 10 dias ou mais,
considera-se o ciclo da mulher como irregular e o método passa a ser
contraindicado.
111
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Quando o ciclo é regular, isto é, a variação entre o menor e maior ciclo é < 10,
passa-se então a determinar a duração do período fértil da seguinte maneira:
Subtrai-se 18 do ciclo mais curto, para obter o dia do início do período fértil; e
Subtrai-se 11 do ciclo mais longo, para obter o dia do fim do período fértil.
EXEMPLO
Início do período fértil = 28 18 = 10° dia / Fim do período fértil = 31 11 = 20° dia
O período fértil determinado, no caso estudado foi do 10° ao 20° dia do ciclo. Para
evitar a gravidez, orienta-se a mulher e/ou casal para abster-se de relações sexuais
vaginais durante este período fértil.
113
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
O coito interrompido exige autocontrole por parte do homem para que ele possa
retirar o pênis da vagina na iminência da ejaculação e o sêmen ser depositado longe dos
genitais femininos. Apresenta desvantagens significativas, pois tem baixa eficácia
contraceptiva e pode levar à disfunção sexual do casal (ejaculação precoce e dispaurenia),
devendo ser desencorajado.
114
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Para isso, é necessário que a mulher esteja nos primeiros seis meses após o parto,
sem menstruar e praticando aleitamento exclusivo que significa que o único alimento do
bebê seja o leite materno.
Figura 6 LAM
2. Métodos de Barreira
As principais vantagens são que quase todas as pessoas podem usar, além de
proteger contra doenças sexualmente transmissíveis, inclusive AIDS, prevenir doenças do
colo uterino, além de ser de baixo custo e acesso relativamente fácil (camisinha feminina
ou masculina). Podem ser adquirido em farmácias, supermercados e outros
estabelecimentos comerciais, sem prescrição médica. Podem também ser obtidos
gratuitamente nas unidades de saúde.
Látex: são feitos de uma lâmina fina de borracha de látex. Alguns são lubrificados
com silicone ou lubrificante à base de água; outros são revestidos com espermicidas além
do lubrificante e estão disponíveis em uma grande variedade de tamanhos, formas, cores e
texturas. Não podem ser utilizados com lubrificantes à base de óleo, devido ao risco de
degradar a borracha
Poliuretano (Avanti): são mais finos e permitem maior sensibilidade durante o ato
sexual. Estão indicados para indivíduos portadores de alergia ao látex (evento raro).
Discute-se se sua resistência à deterioração seria mais alta do que a dos preservativos de
látex. O grau de proteção contra DST/HIV/AIDS é semelhante ao de látex. Ainda não estão
disponíveis no Brasil.
Seu uso deve ser altamente incentivado, orientando-se a população sobre a técnica
correta de utilização. Isto pode ser feito através de atividades educativas realizadas nas
unidades de saúde, escolas e na comunidade, chamando a atenção para os cuidados na
abertura da embalagem; colocação com pênis ereto, retirando o ar da bolsa na
extremidade, para que possa receber o sêmen ejaculado; proceder à retirada do pênis logo
após a ejaculação e descartar o preservativo após sua utilização, não deixando de dar um
nó no mesmo.
116
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
2.3 Diafragma
117
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
borda (plana, enrolada e em arco). Para se saber o tamanho adequado a cada mulher,
deve ser realizada uma medição por profissional de saúde capacitado.
Figura 9 - Diafragma
O diafragma deve ser colocado na posição que a mulher achar mais confortável:
deitada, de cócoras ou em pé, com uma das pernas levantada ou sentada na beirada de
uma cadeira. (Figura 11 e 12)
118
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
119
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
2.5 Esponjas
São feitas de poliuretano, de formata côncavo para adaptação ao colo uterino com
alça para remoção. Descartáveis e já associadas a espermicidas, também bloqueiam a
entrada dos espermatozoides no canal cervical, pois absorvem sêmen e liberam
espermicida. Deve ser colocada imediatamente antes do ato sexual, devendo ser
120
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
umedecida antes da inserção para ativar o espermicida. São de custo elevado e raramente
disponíveis.
3. Métodos Hormonais
As vantagens destes métodos, além de sua alta eficácia, são a redução da doença
inflamatória pélvica (DIP); redução da frequência de cistos funcionais de ovário; redução
da incidência do adenocarcinoma de ovário e endométrio; redução da doença benigna da
mama; redução da dismenorreia e dos ciclos hipermenorrágicos.
desde o seu lançamento, no início dos anos 60. Possuem diferentes apresentações.
121
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
3.1.2 Minipílula
Durante a amamentação, seu uso deve ser iniciado seis semanas após o parto e
tomada sempre no mesmo horário. Deve ser usado com restrições antes dos 16 anos de
idade, pois existe a preocupação com o efeito hipoestrogênico do uso do método.
3.2.2 Combinado
dia do ciclo menstrual (a primeira aplicação). As aplicações subsequentes devem ser feitas
a cada 30 dias e apresentam a mesma ação dos injetáveis trimestrais.
RETORNO DA FERTILIDADE
ISOLADOS: Em média o retorno à fertilidade pode levar 4 meses após o término do
efeito (7 meses após a última injeção).
COMBINADOS: Não há demora na recuperação da fertilidade. Geralmente o retorno é
imediato.
3.4 Implante
123
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
3.5 Adesivo
124
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
O DIU deve ser removido, por indicação médica, nos casos de: doença
Inflamatória Pélvica; gravidez, neste caso a mulher deve ser informada sobre os riscos de
manter o DIU durante a gestação, para que possa decidir sobre a conduta a ser adotada;
sangramento vaginal anormal e volumoso; perfuração do útero; e expulsão parcial.
Também deve ser removido quando solicitado pela mulher, seja qual for a razão do pedido.
5. Métodos Definitivos
Em todas as situações fora do período gravídico puerperal, deve ser feita no período
pós-menstrual e pré-ovulatório, para evitar o procedimento numa gestação inicial. Pode ser
feita em qualquer período se a mulher estiver usando método contraceptivo eficaz ou em
abstinência sexual. Na figura 18 você pode observar diferentes técnicas de laqueadura
5.2 Vasectomia
126
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
REFERÊNCIAS
127
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
É fato bem conhecido que a mortalidade por câncer do colo do útero é evitável, uma
vez que as ações para seu controle contam com tecnologias para o diagnóstico e
tratamento de lesões precursoras, permitindo a cura em 100% dos casos diagnosticados
na fase inicial.
Na maioria dos casos, a evolução do câncer do colo do útero é lenta, passando por
fases pré-clínicas detectáveis e curáveis. Acomete, geralmente, os grupos com maior
vulnerabilidade social, onde se concentram as maiores barreiras de acesso à rede de
serviços para detecção e tratamento precoce da doença, advindas de dificuldades
econômicas e geográficas, insuficiência de serviços e questões culturais, como medo e
preconceito dos companheiros.
128
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
A faixa etária prioritária para a detecção precoce do câncer do colo do útero até
2011 era dos 25 aos 59 anos de idade. Mas, em portaria do Ministério da Saúde publicada
em julho de 2011, determinou-se, em função do envelhecimento populacional, que a
população alvo, a ser rastreada para detecção precoce do câncer de colo, fosse aquela
constituída por mulheres de 25 a 64 anos, além de todas as mulheres com vida sexual
ativa, uma fez que o principal fator de risco para o câncer cérvico-uterino é infecção prévia
pelo HPV (Vírus do Papiloma Humano). Os fatores de risco para o desenvolvimento de
câncer de colo são:
A coleta de material deverá, portanto, ser feita a partir dos 25 anos de idade. Os
exames preventivos devem seguir até os 64 anos e serem interrompidos quando, após
essa idade, as mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos
últimos cinco anos. No caso das mulheres com mais de 64 anos e que nunca realizaram o
exame, devem ser feitos dois preventivos com intervalo de um a três anos. Se os dois
resultados forem negativos, essas mulheres poderão ser dispensadas de exames
adicionais.
A prevenção primária do câncer do colo do útero pode ser realizada através do uso
de preservativos durante a relação sexual. A detecção precoce do câncer do colo do útero
em mulheres assintomáticas (rastreamento), por meio do exame citopatológico
(Papanicolau), permite a detecção das lesões precursoras e da doença em estágios
iniciais, antes mesmo do aparecimento dos sintomas.
129
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
NIC (Neoplasia Intraepitelial Cervical) não é câncer e sim uma lesão precursora, que
dependendo de sua gravidade, poderá ou não evoluir para câncer. Portanto, atualmente,
se usa o termo SIL (Lesões Escamosas Intraepiteliais). Ainda assim, a nomenclatura NIC
130
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
ainda é utilizada em alguns laudos. Portanto, é importante saber que NIC I é a alteração
celular que acomete as camadas mais basais do epitélio estratificado do colo do útero
(displasia leve). Cerca de 80% das mulheres com esse tipo de lesão apresentarão
regressão espontânea. NIC II é a existência de desarranjo celular em até três quartos da
espessura do epitélio, preservando as camadas mais superficiais (displasia moderada).
NIC III é a observação do desarranjo em todas as camadas do epitélio (displasia
acentuada e carcinoma in situ), sem invasão do tecido conjuntivo subjacente. (Figura 1)
131
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
O Câncer de Mama
132
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
133
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
REFERÊNCIAS
1. BRASIL. INCA Instituto Nacional de Câncer. Ministério da Saúde. Falando sobre câncer do colo do
útero. Rio de Janeiro: INCA, 2002.
2. BRASIL. INCA Instituto Nacional de Câncer. Ministério da Saúde. Prevenção do Câncer do Colo do
Útero - Manual Técnico - Profissionais de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Controle dos Cânceres de Colo do Útero e da Mama Cadernos de
Atenção Básica nº 13. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
134
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
APÊNDICE 1
CONCEITO ITEMIZADO PARA AVALIAÇÃO PRÁTICA EM UNIDADES DA SAÚDE DA FAMÍLIA
Nome: ________________________________________________________________
USF: _________________________________________________________________
Data
1. Pontualidade
2. Higiene, aparência pessoal, vestuário.
3. Material apropriado.
4. Relacionamento com a equipe e pacientes.
5. Interesse na realização das atividades
determinadas.
6. Iniciativa, criatividade e disponibilidade para
solução de problemas e melhoria do serviço.
7. Habilidade em execução das técnicas
Pontuação Média
_________________________________________________________________________________________
CONCEITOS: A=Ótimo (1,0pt); B=Bom (0,75pt); C=Regular (0,5pt); D=Ruim (0,25pt); E= Péssimo (0,0pt); F=Falta (0,0pt).
135
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
APÊNDICE 2a
ROTEIRO PARA AVALIAÇÃO E CONDUTA DO RECÉM-NASCIDO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
136
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
APÊNDICE 2b
Roteiro de Consulta de Puericultura para Crianças de 03 a 05 anos
Ciderléia Castro de Lima
1. Identificação
Nome__________________________________________________________________________________
Data do Nascimento:___/___/____ddata do atendimento:____/____/____
Idade___/Sexo__/Naturalidade____________Informante________________
2. História Familiar
Pai______________________________/Idade_____/Profissão_____________________________________
Alfabetizado?__________Grau de escolaridade
Mãe_______________________________/Idade______/Profissão__________________________________
Alfabetizada?__________Grau de escolaridade__________________
Nº de Irmãos vivos______/Mortos_____/Causa da morte__________________________________________
Doenças na família: _______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
3. História Perinatal
A criança foi desejada?_________Fez acompanhamento no pré-natal?
Nº de consultas?______________Sofreu algum trauma? _________________________________________
Doenças na gestação?_________Quais? ______________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
Medicamentos que fez uso na gestação? ______________________________________________________
Local do nascimento__________________Tipo do parto__________
Idade Gestacional____________________Peso ao nascer__________
Condições ao nascimento (chorou?)______Fez uso de oxigênio?____
Apresentou icterícia? ________Uso de fototerapia? ______ Quanto tempo?___________________________
4. Condições habituais da criança
Vezes que evacua no dia?________________Como são as fezes?_____________________
Vezes que apresenta diurese no dia?________Aspecto?___________Enurese?_________________
Dorme em quarto separado dos pais?_____Dorme sozinha na cama/berço?__________________________
Como é o sono da criança?________________________________________________
Usou chupeta?______Por quanto tempo?______________________
Chupou dedo?______Por quanto tempo?______________________
Faz amigos com facilidade?_________________________________
Tem amigos/colegas/companheiros?__________________________
Prefere brincar sozinho ou com companheiro?__________Convivem bem?___________________________
Como é a atividade física da criança?_________________________
Pratica algum esporte?______________Qual?___________________
Como é na escola com os professores?_______________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
138
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
Acadêmico(a):__________________________
139
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
APÊNDICE 3
Edilaine Assunção Caetano, Grazielle Miranda
2. GESTAÇÃO ATUAL DUM; DPP; IG; sinais e sintomas; hábitos (fumo, álcool, drogas
ilícitas) e medicamentos;
140
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
9. OUTRAS AÇÕES
Realização de ações e práticas educativas individuais e em grupos operativos;
Referência para atendimento odontológico;
Registro dos dados da consulta no prontuário;
Orientação para consultas subsequentes.
REFERÊNCIA
1. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Atenção ao pré-natal, parto e puerpério: protocolo
Viva Vida. 4 ed. Belo Horizonte: SAS/SES, 2008. 84 p.
141
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
APÊNDICE 4
Edilaine Assunção Caetano, Grazielle Miranda
1. Avaliar o estado de saúde da mulher por meio de anamnese e realizar exame clínico-
ginecológico completo: verificar dados vitais; avaliar o estado psíquico da mulher;
observar estado geral: pele, mucosas, presença de edema, cicatriz (parto normal com
episiotomia ou laceração; incisão cesariana) e membros inferiores. Questionar
sangramento (avaliar quando possível, anotando as características cor, odor,
quantidade).
2. Inspeção das mamas (prevenir pega incorreta da região mamilo-areolar; orientar
banhos de sol e prevenção de fissuras utilizando o próprio leite materno). Observar e
avaliar a mamada para garantia do adequado posicionamento e pega da aréola. Em
caso de ingurgitamento mamário, orientar quanto à ordenha manual;
3. Verificar suplementação de ferro até o 3º mês pós-parto e realizar orientações
nutricionais;
4. Orientar o planejamento familiar;
5. Cartão da gestante e criança imunização: encaminhar se necessário RN e
puérpera (antitetânica ou rubéola);
6. Orientar a mãe quanto à importância das ações do 5º dia (triagem neonatal);
7. Orientar sobre a importância das informações contidas no Cartão da Criança (direitos
civis, crescimento, desenvolvimento, estimulação, alimentação, etc.);
8. Orientar cuidados básicos com o RN coto umbilical, banho, clima apropriado;
9. Realizar avaliação neuropsicomotora e exame físico do RN;
10. Identificar situações de risco e encaminhar para avaliação na USF;
11. Avaliar interação da mãe com o recém-nascido;
12. Ressaltar a importância da higiene pessoal, para a saúde materna, do bebê e para
prevenir infecções no pós-parto.
13. Retornar em VD para aplicação do questionário de Edimburgo na 6º semana pós-
parto (42 dias, fim do puerpério) e reaplicação no 3º e 6º mês após o parto.
REFERÊNCIA
1. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Atenção ao pré-natal, parto e puerpério: protocolo
Viva Vida. 4 ed. Belo Horizonte: SAS/SES, 2008. 84 p.
142
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
APÊNDICE 5
Edilaine Assunção Caetano, Grazielle Miranda
3. ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS
GPAC: _______________________________________________
Intervalo intergestacional: __________________________________________
Número de filhos vivos: ___________________________________________
Intercorrências em partos ou gravidezes anteriores _____S _____N.
Qual? _______________________________________________________________
4. HISTÓRIA PREGRESSA PESSOAL doenças na infância e outras patologias; histórico
social. Avaliar estado emocional e situação conjugal.
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
6. CONDUTA:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
144
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
ANEXO 1
145
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
ANEXO 2
Instrtumento para Avaliação Neurológica de menores de 1 ano na APS
146
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
ANEXO 3
INSTRUÇÕES PARA APLICAÇÃO DO TESTE DE DESENVOLVIMENTO DENVER II6
Setor Psicossocial
1. Segure a criança ou deixe-a deitada, com o rosto a 20 cm de sua face, e verifique se ela o observa.
2. Sorria, acene ou fale com a criança. Considere se ela sorrir. Não toque na criança, pois o objetivo é
uma resposta social e não física.
3. Durante o exame observe se a criança sorri para você ou para os pais, sem nenhum estímulo. Se isso
não é observado, pergunte para os pais se isso já aconteceu em casa. Considere se a criança sorrir
espontaneamente ou se há relato de isso ocorrer em casa. O objetivo é observar se a criança já inicia
interação social.
4. Durante o exame, observe se a criança fixa os olhos na mão, pelo menos por alguns segundos. Se isso
não é observado, pergunte aos pais se, em casa a criança tem feito isso. Considere se a observação é
positiva ou o relato dos pais.
5. Coloque na mesa um brinquedo de que a criança parece gostar, um pouco fora de alcance. Considere
se a criança tenta atingi-lo, estendendo o braço ou lançando o corpo. Ela não precisa realmente
alcançá-lo.
6. Pergunte se a criança já coloca um biscoito na boca. Considere se afirmativo.
7. Sem tocar nas mãos da criança, bata palmas e peça ela para fazer também. Se ela não faz, peça aos
pais para tentarem. Considere se a criança bate palmas ou se os pais relatam que ela faz isso em casa.
O objetivo é observar a interação com outra pessoa.
8. A criança mostra nítida preferência em ficar com a mãe ou com quem dela cuida. Assusta-se ou chora
ante a visão da face de estranhos.
9. Durante o exame, observe se a criança dá a entender que ela quer alguma coisa, sem ser com o choro,
como esticando os braços, imitindo um som ou palavra, apontando, etc. Considere sua observação ou
por relato.
10. A melhor forma de observar este item é na saída da criança ou simulando sair da sala. Olhe no rosto da
tocarem nas mãos ou braços da criança. Considere se a criança acena ou se os pais relatam que elas
fazem isto em casa.
11. Role uma bola tamanho de bola de tênis para a criança e tente que ela devolva, rolando ou
lançando, várias vezes.
12. Pergunte aos pais se a criança já começou a imitar tarefas de casa como passar pano em móveis ou
no chão, falar ao telefone, etc.
13. Pergunte aos pais se a criança já é capaz de segurar um copo e beber sozinha, derramando menos da
metade do líquido.
14. Pergunte aos pais se a criança já ajuda em pequenas coisas em casa como jogar papel no lixo,
guardar brinquedos ou dar um objeto quando solicitado a ela. O objetivo é determinar se a criança
compreende e executa pequenas tarefas requeridas.
15. Pergunte aos pais se a criança já sabe usar colher ou garfo para alimentar-se, derramando pouco. O
objetivo é determinar se a criança é bastante autossuficiente para alimentar-se.
16. Pergunte aos pais se a criança já é capaz de tirar paletó, calça ou camiseta. Não considere se retirar
apenas sapatos largos, fraldas, meias ou roupas muito fáceis de serem retiradas. O objetivo é
determinar se a criança retira vestimenta, como um esforço de autocuidado.
28. Com a criança deitada de costas segure um chocalho de cor viva acima do rosto dela, em uma distância
de 12 cm. Sacuda o chocalho para chamar a atenção da criança e faça movimento lento, de um lado
para o outro do corpo da criança. Ela deverá acompanhar com os olhos e a cabeça brevemente ou
até atingir a linha média, ultrapassa-la ou ir com o olhar de um lado para o outro (180º).
29. Com a criança deitada ou no colo da mãe toque o dorso da mão ou as pontas dos seus dedos com um
chocalho. A criança deverá agarra-lo por alguns segundos.
30. Durante o exame, com a criança deitada ou no colo da mãe, observe se ela junta as mãos acima do
tronco ou na boca.
31. Com a criança sentada no colo da mãe, próximo à mesa, coloque um objeto pequeno uma bala, uma
ervilha, uma uva-passa, uma jujuba, etc. em uma superfície que ofereça bom contraste (papel
branco). O objeto pode ser apontado ou tocado pelo examinador para chamar a atenção. A criança
deve fixar a atenção e olhar o objeto.
32. Com o mesmo procedimento anterior, a criança debruça-se ou estende as mãos, tentando tocar o
objeto.
33. Movimente um pompom ou outro objeto diante da criança, chamando sua atenção para ele. Quando a
criança estiver olhando com atenção, deixe cair, rapidamente, para fora de seu campo de visão, sem
fazer movimentos com a mão, exceto para soltá-lo. Observar se a criança procura o objeto, olhando
para baixo ou procurando no chão.
34. Como o mesmo procedimento de 31, estimule a criança a pegar o objeto pequeno. Ela pode pegá-lo
usando um movimento de pinça com a mão ou pinça polegar/dedos, o que faz com que se considere
também cumprido o item 37.
35. A criança consegue passar um bloco ou brinquedo de uma mão para outra, sem usar o copo, a boca ou
a mesa. Pode ser estimulada, dando-se a ela um bloco e depois um segundo, para a mesma mão
geralmente ela transfere o primeiro.
36. Coloque dois cubos na mesa e estimule a criança a pegá-los. Não devem ser entregues pelo
examinador.
37. Diante do mesmo procedimento de 31 e 34, ela pega o objeto pequeno fazendo movimento de pinça
com qualquer parte do polegar e um ou vários dedos.
148
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
38. Coloque um bloco em cada uma das mãos da criança e estimule-a a bater um no outro. Pode
demonstrar. Considere também pelo relato dos pais.
39. Coloque três blocos em uma caixa na mesa em frente à criança. Estimule-a a colocar os blocos na
caixa. Pode demonstrar várias vezes. Considere se ela coloca pelo menos um bloco.
40. Coloque uma folha de papel na mesa e um lápis na mão da criança. Estimule-a a rabiscar, mas sem
demonstrar como. Considere se ela rabisca propositadamente o papel.
41. Demonstre como retirar uvas-passas ou outro objeto pequeno de um recipiente, derramando sobre a
mesa.
42. Coloque os blocos na mesa em frente à criança. Estimule-a a empilhar. Pode demonstrar. Verifique o
maior número de blocos que ela consegue empilhar em três tentativas.
43. Com a criança sentada confortavelmente em posição de escrever, coloque papel e lápis na mesa e
estimule-a a desenhar uma linha vertical como a sua. Considere se a criança copia uma ou mais linhas
de, pelo menos, 3 cm, paralela(s) à sua ou com um ângulo de inclinação não superior a 30º. Não
precisa ser totalmente reta.
44. Feche a mão com o polegar apontando para cima e mexa apenas o polegar, dobrando e estendendo,
para cima e para baixo. Peça a criança para fazer o mesmo. Não posicione a mão dela. Pode pedir-lhe
Considere qualquer forma Considere qualquer linha Considere figuras com 4 linhas retas, a largura
totalmente fechada ou quase que cruza perto do meio. não mais que duas vezes o comprimento e
totalmente fechada. Não considere quatro ângulos aproximadamente retos.
espirais contínuas. Deixe-a fazer três tentativas. Se não
conseguir demonstre até 3 vezes.
46. Dê a criança lápis e papel. Peça a ela para desenhar uma pessoa papai, mamãe, menino, etc.
Certifique-se de que ela já terminou, antes de avaliar. Cada par (2 pernas, 2 braços, etc.) conta como
uma parte. Uma parte de um par não conta, por exemplo, um olho.
47. Mostre a gravura abaixo para a criança e pergunte: Qual linha é a mais comprida?
Depois que a criança responder, vire o papel de cabeça para baixo e pergunte novamente. Repita mais
uma vez a operação. Considere se a criança acertar de 3 a 5 vezes em 6 tentativas.
Setor de Linguagem
48. Produza um som suave perto do ouvido da criança, com chocalho, companhia ou outro objeto, mas fora
de sua vista. Considere se a criança demonstra qualquer reação como movimento dos olhos,
mudança na expressão, no choro, na respiração, na atividade, etc.
49. Durante o exame, observe se a criança emite algum ruído como som gutural, sons curtos de vogais,
etc. Considere também pelo relato dos pais.
50. Observe se a criança emite sons de vogais mais sustentados. Considere também pelo relato dos pais.
149
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
51. Observe se a criança ri e emite som conjuntamente (gargalhada). Considere também pelo relato dos
pais.
52. Observe se a criança emite sons agudos, geralmente com alegria. Considere também pelo relato dos
pais.
53. Provoque sons de um lado e outro da cabeça da criança e observe se ela vira a cabeça na direção do
som. Considere se ela responde ao estímulo dos dois lados.
54. Chame a criança e observe se ela vira a cabeça na direção do som. Considere se ela responde ao
estímulo dos dois lados.
55. Observe se a criança emite sons combinando consoante e vogal, em sílabas isoladas. Considere
também pelo relato dos pais.
56. Repita um som várias vezes como estalo de língua, tosse, som de beijo, etc. Observe se a criança
imita. Considere também pelo relato dos pais.
57. Observe se a criança emite sons combinando sílabas como papá, mamã, nenê, etc. Considere
também pelo relato dos pais.
58. Observe se a criança já emite outros sons combinando sílabas
Considere também pelo relato dos pais.
59. Observe se a criança emite sons em uma linguagem ininteligível, com inflexões e pausas. Peça aos
pais para conversarem com a criança. Considere também pelo relato dos pais.
60. mamã ncia a
mãe, etc. Considere também pelo relato dos pais.
61.
62. Para verificar se a criança é capaz de apontar uma gravura, imprima figuras abaixo apresentadas, cole
em papel cartão, coloque sobre uma mesa e peça à criança que mostre: o gato , o cavalo , o
pasarinho , o cachorro . Para verificar se a criança é capaz de nomear gravuras, aponte as
mesmas figuras utilizadas na fase anterior e peça a criança para nomeá-la. Valorize todas as respostas
Se menos de quatro figuras forem nomeadas corretamente, peça a criança para apontar para a figura, à
medida que vão sendo nomeadas pelo examinador. Outras gravuras recortadas de revistas poderão ser
igualmente utilizadas desde que familiares e adaptadas a nossa cultura.
150
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
71. Peça à criança que: coloque o bloco em cima da mesa ; embaixo da mesa ; na minha frente ; atrás
de mim . Deve acertar 4 de 4. Não ajude a criança, apontando, movendo a cabeça ou olhos.
72. Com a criança atenta diga- Pergunte à
criança: O que é uma bola? Uma mesa? Uma casa? Uma banana? Uma boneca? etc. Ela deve definir
em termos do uso, formato, do que é feito ou da categoria geral (tal como banana é fruta, amarela).
Considere de 5 a 7 acertos em oito perguntas.
73. Pergunte à criança: Se o cavalo é grande, o rato é ____ ? Se o fogo é quente, o gelo é _____ ? Se o sol
aparece de dia, a lua aparece de ______ ? Se a mamãe é mulher, o papai é ______? A criança deve
estabelecer analogias opostas, em 2 de 3 tentativas.
74. Deitada de costas, a criança movimenta os braços e pernas igualmente, com a mesma intensidade.
75. Colocada em posição supina, a criança levanta a cabeça. No início, momentaneamente e
progressivamente, de 45° até 90º, depois utiliza os braços e eleva também o tronco.
76. Sentada, mantém a cabeça firme, sem movimentos oscilatórios, durante vários segundos.
77. Coloque a criança de pé, com os pés sobre a mesa, e, devagar, vá tirando o apoio de sustentação, de
maneira a permitir que a criança suporte o seu peso.
78. Observe se a criança vira e desvira-se durante exame. Considere também o relato dos pais.
79. Com a criança em decúbito dorsal, puxe-a lentamente pelas mãos e punhos para a posição sentada.
Se, logo no início do movimento, a criança não mantém a cabeça firme, não insista.
80. Coloque a criança sentada e vá retirando o apoio lentamente. A criança deve ficar sentada sozinha,
pelo menos 5 segundos.
81. Colocada de pé, segurando um objeto sólido, mas não outra pessoa, a criança deve permanecer de pé,
pelo menos por 5 segundos.
82. Coloque a criança sentada no chão, ao lado de uma cadeira ou mesa baixa. Estimule-a a ficar de pé
apoiando-se na mesa ou cadeira.
83. Com a criança, deitada, engatinhando ou de pé, estimule-a a colocar-se sentada. Considere também o
relato dos pais.
84. Coloque a criança de pé, sem apoio. Após estar mais ou menos equilibrada, retire lentamente o suporte
da mão. Considere se ela permanecer de pé, pelo menos, dois segundos. Se ela fica dez segundos ou
mais, considere positivo para o próximo item.
85. Enquanto a criança estiver de pé sem apoio, estimule-a a pegar um brinquedo no chão e a levantar-se
novamente. Considere se a criança pega o brinquedo e torna a levantar-se sem apoiar ou sentar-se.
86. Observe se a criança anda com equilíbrio, raramente cai.
87. Demonstre para a criança como andar para trás, e peça-lhe para fazer o mesmo. Considere também
pelo relato dos pais.
88. A criança deve correr não andar depressa sem cair ou tropeçar.
89. A criança sobe escadas, podendo-se apoiar nas paredes ou corrimão, mas não no chão ou em outra
pessoa.
90. A criança deve chutar uma bola, sem apoiar as mãos ou o corpo.
91. Demonstre à criança como pular com os dois pés juntos, sem apoiar ou sem estar correndo.
92. A criança situada a 1 metro do examinador, deve atirar a bola em arremesso por cima do ombro, em
direção ao examinador, ao alcance de seus braços.
93. A criança deve pular uma folha de papel colocada no chão, cerca de 20 cm de comprimento.
Demonstre. Pode ser feita 3 tentativas.
94. A criança estando de pé, mostre-lhe como equilibrar em um só pé. Em 3 oportunidades, observe
quantos segundos ela consegue ficar em um só pé.
95. Com a criança longe de qualquer suporte, peça a ela para pular em um só pé. Pode demonstrar.
Considere se ela consegue dois ou mais pulos, no mesmo lugar ou deslocando-se.
96. Diga à criança para andar para frente com o calcanhar até 2 cm do dedão do outro
pé. O avaliador pode demonstrar. A criança tem que andar 4 passos consecutivos, em linha e sem
apoio.
151
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
ANEXO 3
152
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
ANEXO 4
153
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
ANEXO 5
154
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
155
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
ANEXO 6
ESCALA DE EDIMBURGO
J. L. Cox, J. M. Holden, R. Sagovsky, 1987 © British Journal of Psychiatry
Tradução: Maria Fátima S. dos Santos e Célia C. Moraes.
Supervisão de tradução: Prof. João Dino F. P. Santos. Depto. de Letras: UnB.
Validação: Maria Fátima S. Santos, Francisco M. C. Martins e Luis Pasquali. Depto. de Psicologia: UnB.
Você teve há pouco tempo um bebê e nós gostaríamos de saber como você está se sentindo.
Por favor, marque a resposta que mais se aproxima do que você tem sentido NOS ÚLTIMOS
SETE DIAS, não apenas como você está se sentindo hoje.
Esta resposta quer dizer: "Eu me senti feliz na maior parte do tempo" na última semana.
Por favor, assinale as questões seguintes do mesmo modo.
2. Eu sinto prazer quando penso no que está por acontecer em meu dia-a-dia.
Como sempre senti.
Talvez menos do que antes.
Com certeza menos.
De jeito nenhum.
156
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
10. A ideia de fazer mal a mim mesma passou por minha cabeça.
Sim, muitas vezes, ultimamente.
Algumas vezes nos últimos dias.
Pouquíssimas vezes, ultimamente
Nenhuma vez.
157
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
ANEXO 7
158
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
159
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
ANEXO 8
160
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
161
Eixo de Atenção Integral ao Paciente e Comunidade 3º período
ANEXO 9
Exemplo de Oficina
162