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O MAIS FEMININO DE
TODOS OS REMÉDIOS
Cornelia Enning
Placenta:
O MAIS FEMININO DE
TODOS OS REMÉDIOS
Cornelia Enning
1a. Edição
Placenta: o mais feminino de todos os remédios
1a. Edição
Queridas Leitoras
Boa leitura!
A roseira de Valônia
11 Prefácio
15 I. PLACENTA: O MAIS ANTIGO DOS
REMÉDIOS TRADICIONAIS
15 Tradições históricas e etnológicas
16 Árvores-placenta
18 O calendário celta de árvores e placenta
21 Quem me conhece me ama
23 Vasos de placenta
24 Amuletos da sorte e joias feitas de membrana amniótica
ÁRVORES-PLACENTA
Segundo “a doutrina das assinaturas” de Jacob Boehme (pela
qual é possível determinar os usos de uma planta a partir de
algum aspecto de sua forma ou de onde ela nasce), o formato
arbóreo da placenta indica uma semelhança entre ela e a ár-
vore. Mesmo hoje em dia, muitas pessoas e culturas adoram
as árvores como objetos sagrados, entidades capazes de reve-
lar o destino e estreitamente ligadas à vida da espécie humana.
“No planeta inteiro, a árvore tem sido, desde sempre, um
poço de inspiração e mitos. As raízes da árvore fazem dela
um elemento significativo do mundo telúrico – o mundo da
decomposição, do qual ela extrai seu sustento. Seu tronco é
um símbolo de poder e paz, ao passo que a troca anual das
folhas a transforma em metáfora quanto à vida: o florescer
I. O MAIS ANTIGO DOS REMÉDIOS TRADICIONAIS 17
pode explicar por que crianças que jamais viram uma árvore
de verdade (e.g., vivem em ambiente sem árvores como o de-
serto) conseguem desenhar árvores. Os pequenos também
estão familiarizados com a imagem de um tronco forte co-
berto por um telhado espraiado, como demonstram os seus
desenhos. A primeira expressão do ser humano em seus de-
senhos infantis também apresenta os traços de uma árvore.
Em muitas culturas, a árvore simboliza a energia da vida
ou o próprio Deus. A árvore ginkgo(a) da Ásia e a figueira-da-
-bengala da Indonésia, por exemplo, recebem o título respei-
toso de “Árvore Sagrada”.
Em outras culturas, calcula-se a idade de alguém pelos
anéis de crescimento visíveis no tronco da árvore de seu
nascimento(8).
Na Indonésia, penduram a placenta, dentro de um vaso
especial, no galho de uma árvore secular como a figueira,
para que o recém-nascido se beneficie com a abençoada lon-
gevidade da referida árvore(9). A árvore-placenta, símbolo da
placenta que nos concede a energia vital, acompanha-nos ao
longo de toda a vida – desde o berço do ventre até o nosso
último repouso à sombra de um teixo(b) (a árvore preferida
nos cemitérios alemães) ou um cipreste (a árvore preferida
nos cemitérios turcos).
O CALENDÁRIO CELTA
DE ÁRVORES E PLACENTA
Segundo antigo costume europeu, muitos pais têm consci-
ência da afinidade espiritual da placenta com a energia vi-
tal da árvore. Por isso, querem que a placenta, após ter sido
fonte de nutrição e segurança por um bom tempo, conclua
sua vida com dignidade. Pais de diversas procedências pre-
ferem respeitar e apreciar esse órgão da criança. Como sím-
bolo de gratidão, muitos deles plantam uma muda de árvore
onde enterraram a placenta. Supostamente, a nova árvore ab-
sorve a energia da placenta por intermédio de suas raízes e a
transforma em energia vital fértil. À medida que cresce até
I. O MAIS ANTIGO DOS REMÉDIOS TRADICIONAIS 19
VASOS DE PLACENTA
Na Alemanha e na França do século XVIII, de um recém-nas-
cido cuja placenta era enterrada perto da moradia logo após
o parto, era de se esperar que fosse esbelto, astuto e bem-
-comportado. Segundo a crença da época, jogar a placenta
fora podia provocar a infertilidade da mãe, e por isso, às vezes,
valiam-se dela para tentar controlar a natalidade(29).
No Sudão, a placenta é encarada como a duplicata mental
do bebê e enterrada em lugar representativo das esperanças
e desejos dos pais quanto a seu neném. Segundo consta, uma
mulher sudanesa enterrou a placenta de seu filho perto da Fa-
culdade de Medicina da Universidade de Khartoum, desejosa
de vê-lo tornar-se médico!
Em muitas culturas do mundo, ainda hoje vigora o cos-
tume de enterrar a placenta. Dos andinos às culturas da Indo-
nésia, ainda é prática comum enterrar a placenta debaixo da
casa em um vaso feito especialmente para isso. Assim como
as mulheres alemãs dos séculos XVII e XVIII, as mães con-
temporâneas preocupam-se com a perspectiva de a alma do
bebê sofrer uma perda dolorosa ao ser separada de seu órgão
nutridor e vitalizador. Essa dor, supunham as mães de ou-
trora, impedia o futuro desenvolvimento integral da criança.
Para as turcas, esse costume, introduzido em sua região pelos
árabes do leste, prevalece ainda hoje.
O Instituto de “Vor- und Frühgeschichte” (pré-história
e história antiga) da Universidade de Tübingen, Alemanha,
descobriu peças de cerâmica que, supostamente, haviam
escondido há cerca de 350 anos. Eram vasos com um for-
mato especial destinados à placenta, e nunca os utilizavam
I. O MAIS ANTIGO DOS REMÉDIOS TRADICIONAIS 24
NOTAS DO TRADUTOR
(a) Ginkgo biloba, um autêntico fóssil vivo, é uma árvore de mais
de cem milhões de anos. Como a atmosfera terrestre era
muito mais rica em oxigênio, ela desenvolveu sistemas de de-
fesa contra a oxidação, o que a salvou da explosão atômica em
Hiroshima. De acordo com a lenda dos chineses, indianos e
I. O MAIS ANTIGO DOS REMÉDIOS TRADICIONAIS 27
Heidi G.
(Mühlhausen, Alemanha)
VI. HISTÓRIAS QUE AS MÃES CONTAM 75
TRATAMENTO CASEIRO
PARA CÓLICA DE BEBÊ
Como me senti deprimida ao longo de toda a gravidez, não
alimentava a esperança de que as coisas seriam fáceis após o
parto. Decidi tomar pílulas homeopáticas feitas de placenta.
O meu médico, além de encomendar as pílulas, colocou-se
à minha disposição para me atender a qualquer hora que eu
quisesse.
Fiquei feliz de quase não ter precisado das pílulas. Meu
parto foi em casa, na água, e transcorreu tranquilo e rápido,
sem o menor pingo de depressão pós-parto. O bebê, por ou-
tro lado, era muito agitado e, toda noite, chorava duas horas
sem parar! Como ganhava peso normalmente e não mostrava
sintoma algum de doença, ninguém sabia o que fazer para
ajudá-lo a não chorar tanto. A situação acabou chegando a
tal ponto que toda a família ficou transtornada, o que levou
meu marido a tomar uma decisão: ouvíramos falar que as pí-
lulas podem ajudar o bebê também. Assim, o pai estressado
encomendou uma medicação com a potência C7, que é usada
para crianças – três pílulas a cada hora, de cinco da tarde às
oito da noite.
Já na primeira noite, deu para notar a diferença. Nosso
bebê chorou com menos intensidade, mamou por um perí-
odo mais longo e voltou a dormir em apenas uma hora. A
dosagem, concluímos, fora correta, e por isso continuamos
dando as pílulas de placenta para o bebê toda noite. E... abra-
cadabra! Dentro de duas semanas, desfez-se o feitiço – sem
manha, sem choro.
A parteira, inteirando-se da causa da transformação ma-
ravilhosa de nosso bebê, estimulou-nos a continuar com
nosso tratamento autônomo. Provavelmente, havíamos in-
fluenciado os hormônios do estresse com o nosódio da pla-
centa. Ela recomendou, ainda, que levássemos o bebê às aulas
de natação para bebê, já que a água pode ajudar a criança
a encontrar seu próprio equilíbrio. De fato, nosso bebê fi-
cou animadíssimo com a água – a partir das seis semanas de
76 PLACENTA: O MAIS FEMININO DE TODOS OS REMÉDIOS
Irene M.
(Enzweihingen, Alemanha)
77
VII
Referências
2006.
63. Ibid.
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Brain), GEO-Magazine.
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REFERÊNCIAS 83
Distribuição Promocional