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Placenta:

O MAIS FEMININO DE
TODOS OS REMÉDIOS

Cornelia Enning
Placenta:
O MAIS FEMININO DE
TODOS OS REMÉDIOS

O papel da placenta em diferentes culturas


e como prepará-la para usá-la como remédio

Cornelia Enning

1a. Edição
Placenta: o mais feminino de todos os remédios

Título do original em alemão: Heilmittel Aus Plazenta, Medizinisches Und


Ethnomedizinisches

Copyright © Cornelia Enning 2003

Produção em língua portuguesa – copyright 2016 © LuzAzul Editora –


baseada no conteúdo do original em alemão/ traduzida da versão em inglês
(Placenta: the Gift of Life) copyright © 2007 Motherbaby Press (Eugene,
Oregon, Estados Unidos)

Equipe editorial: Lalita Soares e Sita Soares (assistentes de produção);


Marcio Lima Pereira Pombo (tradução/ revisão); Vanja Mendes
(coordenação/ revisão técnica)
Arte da capa e ilustrações do miolo: copyright © Roberta Di Stefano
Projeto gráfico: Gouramani Menezes [gouramani.com]
Produção do e-book: Paulo Costa

DADOS INTERNACIONAIS PARA CATALOGAÇÃO


NA PUBLICAÇÃO (CIP)
E59p
Enning, Cornelia, 1950-
Placenta : o mais feminino de todos os remédios / Cornelia
Enning ; [tradução e revisão: Marcio Lima e Vanja Mendes ;
ilustrações: Roberta Di Stefano]. – 1. ed. – Rio de Janeiro :
LuzAzul, 2016.
84 p. ; 21 cm.
Tradução de: Placenta: the gift of life.
1. Placenta – Uso terapêutico. I. Título.
CDD –618
Roberta Maria de O. V. da Costa – Bibliotecária CRB-7 5587

1a. Edição

Convidamos os leitores interessados no assunto deste livro a nos escreverem


para o e-mail luzazuleditora@gmail.com.

Todos os direitos reservados – é proibida a reprodução total ou parcial da


obra, de qualquer forma ou por qualquer meio, sem a autorização prévia e
por escrito do autor. A violação dos Direitos Autorais (Lei no. 9610/98) é
crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal Brasileiro.

PRODUZIDO NO BRASIL – 2016


5

Queridas Leitoras

com muita alegria que lhes damos as boas-vindas ao

É segundo lançamento da LuzAzul Editora, este precioso


texto de Cornelia Enning sobre a placenta e suas pro-
priedades curativas. Uma série de circunstâncias misteriosas
levou-nos a conhecer a Cornelia e sua inigualável paixão pelo
bem-estar das grávidas e seus bebês. A oportunidade de pu-
blicar uma obra tão singular e de tão óbvia relevância para a
saúde da mulher e dos recém-nascidos caiu como uma luva
para nossa proposta: divulgar ideias inovadoras que levem à
reflexão e incentivem atitudes livres de preconceitos.

Boa leitura!

Equipe editorial LuzAzul


7

A roseira de Valônia

Certa vez, em Valônia, na Bélgica, uma jovem deu à luz um


menino. Seguindo o costume das gerações anteriores, bem
em frente à sua casa, o pai da criança plantou uma roseira,
debaixo da qual enterrou a placenta do filho. Nutrida pela
placenta da mesma maneira que antes acontecera ao bebê, a
roseira criou raiz e, graças ao zelo daqueles pais, virou uma
árvore bonita e florida. O garoto, por sua vez, tornou-se um
rapaz robusto!
8

Certo dia de manhã, porém, quando ia cuidar das rosas, ela


sentiu o sangue congelar em suas veias: durante a noite, todas
as rosas haviam murchado e as folhas, caído. Não havia mais
sinal de vida na roseira! Aquilo queria dizer que seu filho fora
vítima de grande infortúnio.
Aos prantos, a pobre mulher foi levada para dentro de
casa, onde, amargurada, entregou-se à sua dor. Ao longo de
três dias e noites, verteu rios de lágrimas, até que, por fim,
um mensageiro bateu à sua porta. Ele trazia a má notícia da
tragédia: ladrões haviam emboscado e assassinado seu filho
na calada da noite.
Em seu luto, a senhora idosa quebrou um galho seco da
roseira morta para colocá-lo sob os pés do filho no momento
do enterro.
Oportunamente, o galho seco reviveu. Reunida a seu “ir-
mão de leite”, a roseira gerou novas raízes. Na primavera se-
guinte, despontaram tênues brotinhos do solo e, chegado o
verão, a roseira produziu um esplendor de vívidas rosas ver-
melhas! Desde então – entra ano, sai ano –, um mundo de
rosas vermelhas brota dos túmulos de Valônia.
Sumário 9

11 Prefácio
15 I. PLACENTA: O MAIS ANTIGO DOS
REMÉDIOS TRADICIONAIS
15 Tradições históricas e etnológicas
16 Árvores-placenta
18 O calendário celta de árvores e placenta
21 Quem me conhece me ama
23 Vasos de placenta
24 Amuletos da sorte e joias feitas de membrana amniótica

29 II. DE VOLTA AOS PODERES CURATIVOS


DA PLACENTA
29 Fé e superstição
31 O mais feminino de todos os remédios
35 Usos medicinais da placenta
35 A placenta em cosméticos
37 De volta aos remédios naturais
39 Antigo e tradicional conhecimento acerca dos remédios de
placenta

41 III. APLICAÇÕES MEDICINAIS


41 Amamentação
43 Cólica do recém-nascido
45 A coqueluche e outras doenças infantis
45 Doenças do coração e do sistema circulatório
47 Menopausa e condições da meia idade
50 Perda de cabelo e problemas no couro cabeludo
51 Problemas de pele

53 IV. DA PLACENTA AO REMÉDIO DE CURA


54 Métodos de preservação
55 Placenta fresca
56 Como fazer tintura-mãe homeopática
Sumário 10

57 Como fazer a homeopatia da placenta


58 Placenta congelada
59 Como secar a placenta
60 Outras formas de processar o pó da placenta
62 Aplicação de glóbulos de placenta

63 V. RECEITAS PARA SUA FARMÁCIA DOMÉSTICA


63 Ghee de placenta (manteiga de mãe)
64 Emulsão de placenta
64 Pomada de placenta
64 Tintura de placenta (Essência-mãe)
65 Banho de placenta
65 Bebida de lactação
66 Sopa de lactação
66 Pílulas de placenta crua
67 Cápsulas de placenta
67 Sopa pós-parto alemã
68 Sopa de placenta
68 Creme de placenta
69 Pomada de placenta para o pé
69 Curativo de placenta
69 Compressa
70 Óleo de amamentação (Placentolact)
70 Pasta do bebê
71 Condicionador de cabelo
71 Máscara facial
72 Bebida de placenta

73 VI. HISTÓRIAS QUE AS MÃES CONTAM


73 A placenta tem um cheiro agradável?
75 Tratamento caseiro para cólica de bebê
77 VII. REFERÊNCIAS
Prefácio 11

medida que aumenta o número de bancos de san-

À gue do cordão umbilical, também tende a ficar mais


acirrado entre os profissionais o debate acerca dos
remédios feitos de placenta, mas isso apenas do ponto de
vista genético. Em se tratando de seus potenciais efeitos de
cura, os remédios farmacêuticos e homeopáticos tirados
dos tecidos da placenta são semelhantes às células-tronco.
Esses remédios fazem parte de uma antiga tradição em tra-
tamentos medicinais no mundo inteiro. Apesar de ser pos-
sível encontrar tais produtos em certas farmácias ainda hoje,
a maioria dos compradores não tem noção da origem deles.
O motivo para isso é simples: como o cidadão moderno pa-
rece achar a placenta algo repugnante, caiu na rotina dar aos
produtos da placenta nomes que soem mais agradáveis. Será
que continua válida essa suposição quanto à atitude dos pais
contemporâneos?
Que destino dar à placenta após o parto? Eis uma per-
gunta frequente feita aos profissionais de obstetrícia durante
suas consultas de pré-natal. Em hospitais, é comum descar-
tarem a placenta, como fazem com qualquer outra parte in-
desejada do corpo ou com o lixo hospitalar. Porém, tal não
é a prática da maioria dos pais modernos em certas partes
do mundo – de fato, eles fazem justamente o contrário. A
placenta é reconhecida como um órgão do bebê capaz de
cumprir tarefas múltiplas, entre elas, nutrição, oxigenação,
eliminação de toxinas e metabolismo. Alguns pais exigem
a posse da placenta, o que já é permitido por lei em vários
países.
Para outros pais e parteiras, o descarte da placenta pelos
centros de saúde não passa de expropriação ou mesmo des-
respeito ao recém-nascido. Se essa parte do corpo é conside-
rada mero lixo, quando na verdade deveria ser tratada com
respeito e admiração, como é possível, questionam eles, que
venham a ter o devido apreço por ela?
Prefácio 12

Infelizmente, esse ponto de vista acaba lhes trazendo pro-


blemas com a burocracia hospitalar. Em novembro de 2005,
por exemplo, uma parteira de Nova York foi suspensa de sua
função em um hospital após remover uma placenta e enterrá-
-la em seu jardim a pedido da mãe. Segundo alegou o repre-
sentante do hospital, já que a placenta era “lixo”, a parteira
transgredira uma norma da instituição(1).
Por outro lado, o Havaí tornou-se o primeiro estado ame-
ricano a permitir abertamente às mulheres que levassem suas
placentas para casa após o parto(2). A revolta dos havaianos
nativos, diante da nova lei segundo a qual as placentas fo-
ram declaradas refugo infeccioso em 2005, deu-se não só por
causa de suas tradições religiosas e culturais, mas também
por seu temor de que lhes tomariam as células-tronco sem
consentimento.
Conforme registro histórico, “placenta”, antigo termo do
idioma alto-alemão médio, quer dizer “pão da mãe”. Na idade
média, associavam essa palavra ao pré-natal e à nutrição, bem
como ao hábito de cozinhar ou assar a placenta após o parto.
Apesar de famosos há séculos, os remédios feitos de pó
de placenta, ou seja, essência-mãe, estão praticamente es-
quecidos hoje em dia. No entanto, até o final do século XIX,
eram comuns em todo lar europeu e encontráveis em qual-
quer farmácia. Nossos antepassados também conheceram
esses remédios preparados com o “pão da mãe” de um recém-
-nascido. Além de ser visto como uma dádiva para a família,
o bebê trazia consigo outra dádiva para todas as mães, avós
e madrinhas.
Desde 1990, foram incorporadas à cultura da mulher ve-
lhas receitas à base de placenta para a feitura de unguentos,
medicamentos homeopáticos e remédios da medicina chi-
nesa. Atualmente, parteiras, consultores e mães grávidas pro-
curam inteirar-se do uso de remédios feitos de placenta. Cada
vez mais terapeutas naturopatas reconhecem o poder da pla-
centa em especialidades complementares como a obstetrícia,
a ginecologia, a pediatria e a geriatria.
PREFÁCIO 13

Algumas indústrias farmacêuticas do sul da Alemanha


têm produzido remédios feitos de placenta desde 1925. O
mercado continua a crescer para produtos cuja relação de
ingredientes não faça referência à placenta, senão que a po-
lipeptídios. Afinal, os cosméticos e produtos para o cuidado
do cabelo e da pele com polipeptídios têm ótima aceitação.
Recentemente, os farmacêuticos passaram a enfrentar
mais difi para conseguir matéria-prima em conse-
quência da incerteza cada vez maior quanto a fatos associa-
dos à placenta, tais como:
◇ Quem é o dono da placenta – o recém-nascido, os pais,
o hospital ou os pesquisadores?
◇ Quem tem direito legal sobre a placenta e os produtos
derivados dela?
◇ Que legislação existe com respeito à prevenção de
doenças e aos métodos seguros de esterilizar a matéria-
-prima para produzir os derivados da placenta?
◇ Os clientes querem realmente comprar produtos
feitos da placenta de animais ou prefeririam outras
alternativas?
Uma dessas alternativas seria personalizar os remédios
feitos de placenta. Como matéria-prima criada e usada pela
mesma família, a placenta é comparável à autotransfusão an-
terior a um procedimento cirúrgico. Sem dúvida, a placenta
não pode fazer mal algum ao próprio recém-nascido, e seu
poder curativo beneficia inclusive a mãe e a avó do bebê.
Neste livro, associo as experiências de parteiras, médicos
e naturopatas às tradições de nossos ancestrais, poupando
certas receitas do passado de caírem no esquecimento. Eu o
escrevi com a esperança de reviver a sabedoria tradicional do
remédio mais antigo na “História da Mulher”, uma sabedoria
enraizada no desenvolvimento da raça humana. Convido os
leitores que provarem qualquer uma das receitas a compar-
tilhar sua experiência escrevendo para c.enning@t-online.de.
Sua contribuição com certeza somará à pesquisa dos remé-
dios feitos com placenta!
15

Placenta: o mais antigo


dos remédios tradicionais

TRADIÇÕES HISTÓRICAS E ETNOLÓGICAS


a Idade Média, a placenta era tida como nutridora

N do corpo e da alma de um bebê ainda por nascer.


Suas funções fisiológicas durante a vida pré-natal
comparavam-se a suas funções simbólicas na vida pós-natal.
Assim como os botânicos ainda hoje chamam de “placenta” as
duas metades de uma plântula transformando-se em folhas
embrionárias, encontramos a mesma relação entre a placenta
humana em sua bolsa amniótica e a criança. Muito embora
não percebessem que a placenta funciona como um filtro bio-
lógico, os medievais acreditavam que ela proporciona ao feto
certo grau de conforto, fazendo do aprisionamento fetal um
canto aconchegante e suportável. Ali jazia o bebê ainda por
nascer, supunham eles, de modo que a placenta também era
considerada “a cama do bebê”.
I. O MAIS ANTIGO DOS REMÉDIOS TRADICIONAIS 16

Os indonésios descrevem um vínculo mais íntimo ainda


entre a criança e sua placenta, chamando-a de “irmão” ou
“irmã” do recém-nascido. Para os balineses, após a morte, a
placenta os acompanha a caminho do paraíso(3). Em Java, a
placenta torna-se protetora da mãe e do filho(4).
Na Europa, até fins do século XVIII, a placenta era en-
carada como a outra metade do recém-nascido. Tudo que se
fazia com a placenta supostamente afetava a criança antes e
depois do parto. Em consequência disso, as parteiras deixa-
vam a placenta com o pai, para evitar o risco de serem pro-
cessadas pelo assassinato do bebê se usassem a placenta para
propósitos medicinais ou a enterrassem.
Na época das bruxas lançadas à fogueira, após o proto-
colo do Malleus Maleficarum (livro publicado em 1486 para
orientar os inquisidores na identificação, acusação e punição
das bruxas), a maior parte do conhecimento de obstetrícia
se perdeu, inclusive a arte da cura com a placenta. Até pelo
menos o século XIX, contudo, as parteiras ainda entendiam,
mesmo sem conhecerem a bioquímica ou a fisiologia, que
a placenta era uma parte extraordinária do recém-nascido
humano.

ÁRVORES-PLACENTA
Segundo “a doutrina das assinaturas” de Jacob Boehme (pela
qual é possível determinar os usos de uma planta a partir de
algum aspecto de sua forma ou de onde ela nasce), o formato
arbóreo da placenta indica uma semelhança entre ela e a ár-
vore. Mesmo hoje em dia, muitas pessoas e culturas adoram
as árvores como objetos sagrados, entidades capazes de reve-
lar o destino e estreitamente ligadas à vida da espécie humana.
“No planeta inteiro, a árvore tem sido, desde sempre, um
poço de inspiração e mitos. As raízes da árvore fazem dela
um elemento significativo do mundo telúrico – o mundo da
decomposição, do qual ela extrai seu sustento. Seu tronco é
um símbolo de poder e paz, ao passo que a troca anual das
folhas a transforma em metáfora quanto à vida: o florescer
I. O MAIS ANTIGO DOS REMÉDIOS TRADICIONAIS 17

da juventude, a riqueza da maturidade, o definhar da velhice


e a decadência quando a morte está para chegar. Contudo,
nunca se apaga a nossa esperança de ela voltar a florir e sem-
pre se renovar” (5).
Desde o começo dos tempos, o ser humano tem culti-
vado um relacionamento especial com as árvores. A árvore
cósmica é o centro de certas tradições religiosas, e isso por-
que a percepção de si mesmo está intimamente ligada à com-
preensão das árvores. Os cilindros dos sumérios (4.000 a.C.)
retratam pessoas ajoelhadas diante de uma árvore. Nos cen-
tros de seus santuários, os alemães da antiguidade constru-
íam pilares em forma de troncos de árvores como símbolos
da árvore universal feitos para atrair a atenção de todos para
o âmago do cosmos. Em cada cultura, encontramos vestígios
da árvore da vida em manifestações das belas artes como a
pintura, a música e a literatura(6). Por que será que esse sím-
bolo universal emergiu em uma diversidade tão grande de
culturas, épocas e regiões?
A primeira percepção de um ser humano é o ambiente
pré-natal do ventre com a silhueta de uma árvore. Enquanto
flutua no líquido amniótico, o feto é protegido do mundo por
uma malha de ramos que o envolve. A árvore-placenta livra o
feto do desconforto do impacto e do ruído.
Usando o recurso de microlentes, já filmaram fetos su-
bindo pelo cordão umbilical até o disco do tecido da pla-
centa(7). Ali chegando, eles se movimentam tateando aquela
superf ície macia e tortuosa, e alguns chegam a lambê-la
como se fosse um sorvete. Assustado com os ruídos, o feto
agarra-se aos tecidos macios entre os ramos dos vasos da
placenta. A cabeça e os ouvidos ficam protegidos do mundo
externo (por isso, às vezes, quando amedrontados, os bebês
assumem a posição pélvica). Na vida pré-natal, a placenta
funciona como uma poderosa árvore vitalizadora, a Árvore
da Vida (Cabala).
Todos estão familiarizados com o formato de uma árvore.
Respeitar e adorar as árvores são atitudes indicadoras de nos-
sos dias de felicidade em um paraíso pré-natal. Apenas isso
I. O MAIS ANTIGO DOS REMÉDIOS TRADICIONAIS 18

pode explicar por que crianças que jamais viram uma árvore
de verdade (e.g., vivem em ambiente sem árvores como o de-
serto) conseguem desenhar árvores. Os pequenos também
estão familiarizados com a imagem de um tronco forte co-
berto por um telhado espraiado, como demonstram os seus
desenhos. A primeira expressão do ser humano em seus de-
senhos infantis também apresenta os traços de uma árvore.
Em muitas culturas, a árvore simboliza a energia da vida
ou o próprio Deus. A árvore ginkgo(a) da Ásia e a figueira-da-
-bengala da Indonésia, por exemplo, recebem o título respei-
toso de “Árvore Sagrada”.
Em outras culturas, calcula-se a idade de alguém pelos
anéis de crescimento visíveis no tronco da árvore de seu
nascimento(8).
Na Indonésia, penduram a placenta, dentro de um vaso
especial, no galho de uma árvore secular como a figueira,
para que o recém-nascido se beneficie com a abençoada lon-
gevidade da referida árvore(9). A árvore-placenta, símbolo da
placenta que nos concede a energia vital, acompanha-nos ao
longo de toda a vida – desde o berço do ventre até o nosso
último repouso à sombra de um teixo(b) (a árvore preferida
nos cemitérios alemães) ou um cipreste (a árvore preferida
nos cemitérios turcos).

O CALENDÁRIO CELTA
DE ÁRVORES E PLACENTA
Segundo antigo costume europeu, muitos pais têm consci-
ência da afinidade espiritual da placenta com a energia vi-
tal da árvore. Por isso, querem que a placenta, após ter sido
fonte de nutrição e segurança por um bom tempo, conclua
sua vida com dignidade. Pais de diversas procedências pre-
ferem respeitar e apreciar esse órgão da criança. Como sím-
bolo de gratidão, muitos deles plantam uma muda de árvore
onde enterraram a placenta. Supostamente, a nova árvore ab-
sorve a energia da placenta por intermédio de suas raízes e a
transforma em energia vital fértil. À medida que cresce até
I. O MAIS ANTIGO DOS REMÉDIOS TRADICIONAIS 19

assumir um tamanho imponente, essa árvore cuida do de-


senvolvimento do recém-nascido ao longo de toda a infância.
Toda aldeia Ibo da Nigéria é rodeada por um bananal.
Cada vez que nasce um bebê, plantam uma bananeira que
recebe o mesmo nome do recém-nascido. As crianças da al-
deia são as donas do bananal e o usam como um parque de
diversão(10). As árvores, segundo dizem, dão frutos com po-
der de cura e propriedades nutritivas para o futuro de seus
protegidos!
Para os alemães antigos, a sombra de uma árvore-nasci-
mento, bem como seu tamanho e formato, tinham o poder de
fazer predições sobre o caminho de vida de seu “irmão de leite”.
A protetora árvore-placenta das memórias pré-natais
torna-se a consciência pós-natal de uma “Árvore da Vida”,
que traz um pouco do paraíso para a vida na Terra. Hermann
Hesse considerava as árvores símbolos, não só de memórias,
transição e renascimento, mas também de crescimento, ins-
tinto, vida natural e fertilidade. “Nada [é] mais sagrado, mais
exemplar do que uma árvore bela e poderosa. As árvores pre-
conizam a lei fundamental da vida” (11).
A estatura e o tamanho de uma árvore dependem da es-
pécie de planta. Conforme a tradição celta, a escolha de uma
árvore para um recém-nascido determina o mapa de sua vida,
como se fosse um horóscopo. A árvore sagrada cria uma
ponte entre o nascimento e a morte. O mito celta refere-se
à macieira como símbolo da completude e da solidariedade
amorosa entre a humanidade e a natureza, a vida e a morte, o
submundo e o nosso mundo(12).
Para os celtas, os frutos da macieira acolhiam a alma an-
tes de despertá-la para uma vida nova. Se uma jovem comia a
maçã de uma árvore-nascimento, ela estava fadada a ser mãe
de uma nova vida humana. As almas de seres futuros espe-
ravam por seu invólucro corpóreo nas copas das árvores. A
palavra “apple” (“maçã” em português) deriva de app-land, o
Avalon celta. Desde então, em muitos países europeus, plan-
tam uma macieira após o nascimento de uma criança como
símbolo de fertilidade e energia vital.
I. O MAIS ANTIGO DOS REMÉDIOS TRADICIONAIS 20

Acredita-se que uma macieira bem nutrida, plantada so-


bre uma placenta saudável, transfere a energia curativa da
placenta para o “irmão de leite” que come suas maçãs. Até
os dias de hoje, os jardineiros aprendem a respeito da trans-
missão de qualidades de uma planta para as plantas vizinhas.
Por exemplo: deixar uma dedaleira(c) crescer à sombra de
uma macieira é estritamente proibido por causa da absorção
dos digitálicos através das raízes. (Os glicosídeos dos digitáli-
cos são um remédio comum contra ataque cardíaco.) O conto
de fadas da Branca de Neve insinua esse conhecimento pré-
-céltico: o fato de a bela mocinha ter comido a maçã infectada
por digitálicos fez com que ela caísse em um sono mortífero.
Quase todos os europeus conhecem a tradição de se en-
terrar a placenta em um pomar. Segundo afirma Jacques Gé-
lis, distinto etnólogo francês, esse hábito pode ter surgido do
desejo de regressar ao reino de nossos ancestrais, simboli-
zado pela Árvore da Família(13).
Em certas tradições, determinar se devemos plantar uma
macieira ou uma pereira sobre a placenta depende do gênero
do recém-nascido. A macieira é para as meninas e a pereira,
para os meninos. Na Suíça, é costume escolherem uma ma-
cieira para a menina e uma castanheira para o menino(14). Faz
parte da tradição a avó escolher o tipo de árvore que combina
bem com cada recém-nascido, isso porque, na família, ela de-
tém o maior lastro de conhecimento a respeito da vida.
Como os partos em casa são cada vez mais comuns hoje
em dia, ainda perdura a tradição de enterrar a placenta. Os
pais que moram em cidades sem jardim recorrem aos par-
ques para encontrar árvores propícias. Em geral, eles esco-
lhem uma bétula(d) e a visitam de tempos em tempos para
comparar o crescimento da criança ao da árvore. Até a Idade
Média, enterravam a placenta debaixo de uma bétula, a ár-
vore de Freya, para adorar a deusa do amor com a oferenda
sacrificatória do “pão da mãe”. Além disso, o berço do recém-
-nascido era entalhado em madeira da mesma árvore, repre-
sentando castidade, luz e renovação(15).
I. O MAIS ANTIGO DOS REMÉDIOS TRADICIONAIS 21

Ainda hoje, os pais contam com o apoio do calendário


celta das árvores quando precisam escolher uma espécie de
árvore para algum recém-nascido. Segundo esse calendá-
rio, a escolha da árvore, que depende da data do nascimento,
também prevê as eventuais alterações sazonais. O calendário
da árvore da placenta, além de demonstrar, de maneira pictó-
rica e fácil de compreender, o mês e a estação em que nasceu
o bebê, simplifica o processo de escolha da árvore pela espé-
cie de madeira.
Ensinando a geração mais nova a cuidar de uma árvore
adotada e plantada por cima das placentas que a nutriram
tanto, os pais têm a oportunidade de educar os filhos sobre
sua responsabilidade para com as matas da Terra.
O ano celta da árvore começa com o visco(e) em 24 de de-
zembro e chega a seu ápice nos equinócios da primavera e do
outono. O resistente carvalho, que produz mesmo na escas-
sez do inverno, simboliza o solstício do verão. O visco sim-
boliza o solstício do inverno. As duas metades de um disco
de árvore ocupam espaços regulares que se transformam em
sete seres arbóreos(16).

QUEM ME CONHECE ME AMA


Após o bebê nascer, a placenta continua a funcionar por algum
tempo, umas duas horas em média. Então, o sangue para de
fl pelo cordão umbilical, o qual entra em colapso em seguida.
Conforme acreditavam nossos ancestrais, parte da alma da
criança permanece ligada à placenta. Mesmo depois de nascida,
a placenta cumpria sua função de raiz, thallus (“armazenagem”
em grego) e solo fértil(17). Eis porque jamais a afastavam para
muito longe da criança – era para a árvore plantada em cima
da placenta estar na vizinhança imediata da casa.
Em certas regiões, penduravam a placenta para secar
dentro de casa ou a sacrificavam para os corvos de Odim, en-
ganchando-a a uma árvore. No Iêmen, a placenta ainda é lan-
çada ao telhado para os pássaros comerem, o que, segundo
creem, ajuda a intensificar o amor entre os novos pais(18).
I. O MAIS ANTIGO DOS REMÉDIOS TRADICIONAIS 22

Nas cidades, era mais seguro esconder a placenta debaixo


da própria casa. Logo após o parto, o pai costumava enterrá-
-la, ou no porão, ou em um prédio adjacente, para que sua
família se beneficiasse tanto quanto possível dos poderes de
fertilidade da placenta(19). Em outras regiões, enterravam a
placenta das meninas do lado esquerdo da porta de entrada e
a dos meninos, do lado direito(20). Era preciso mantê-la fora
do alcance de animais e pessoas, senão, punham em risco a
fertilidade do casal e de outros familiares(21). O bebê a quem a
placenta pertencia estaria a salvo de qualquer infortúnio con-
tanto que a mantivessem perto dele.
Estar perto da placenta fortalece, em particular, as crian-
ças mais débeis. O povo das Ilhas Trobriand, na Nova Guiné,
enterram a placenta no jardim para se certificar de que o re-
cém-nascido venha a ser um bom jardineiro algum dia(22). O
povo das tribos Batak em Sumatra enterram a placenta de-
baixo da casa ou a lançam ao rio em um vaso de cerâmica
hermeticamente fechado. Isso, creem eles, poupa a criança
de, já crescida, ter as mãos e os pés sempre frios, algo tido
como influência negativa do pós-parto(23).
No Havaí, “plantam” a placenta conforme um ritual re-
ligioso secreto, visando a ligar a criança de tal modo a sua
terra natal que ele ou ela nunca se afaste dela e trabalhe em
seu benef ício(24).
Como já mencionei antes, em Sumatra e em quase todas
as demais regiões da Indonésia, a placenta é tratada como o
irmão ou a irmã mais nova do recém-nascido(25). Assim diz
uma oração da tribo Karo-Batak da Sumatra: “Venham até
mim, meu irmão mais velho e meu irmão mais novo (ou seja,
o líquido amniótico e a placenta), que foram criados juntos
comigo!” (26) No dia-a-dia, ninguém presta a devida aten-
ção aos espíritos protetores, porém, quando em perigo, to-
dos lhes pedem ajuda. Acredita-se que eles, além de audíveis,
sempre acompanham seus protegidos – são irmãos do ser
humano com o dom de afetar positivamente os membros de
“sua” tribo em particular(27).
I. O MAIS ANTIGO DOS REMÉDIOS TRADICIONAIS 23

No Nepal, a placenta chama-se Bucha-co-satthi (amigo


da criança). Os maias a encaram como um irmão mais velho.
Por vezes, quando o bebê em fase de crescimento esboça um
sorriso inesperado, os pais dizem que ele está brincando com
seu irmão mais velho – a placenta(28).

VASOS DE PLACENTA
Na Alemanha e na França do século XVIII, de um recém-nas-
cido cuja placenta era enterrada perto da moradia logo após
o parto, era de se esperar que fosse esbelto, astuto e bem-
-comportado. Segundo a crença da época, jogar a placenta
fora podia provocar a infertilidade da mãe, e por isso, às vezes,
valiam-se dela para tentar controlar a natalidade(29).
No Sudão, a placenta é encarada como a duplicata mental
do bebê e enterrada em lugar representativo das esperanças
e desejos dos pais quanto a seu neném. Segundo consta, uma
mulher sudanesa enterrou a placenta de seu filho perto da Fa-
culdade de Medicina da Universidade de Khartoum, desejosa
de vê-lo tornar-se médico!
Em muitas culturas do mundo, ainda hoje vigora o cos-
tume de enterrar a placenta. Dos andinos às culturas da Indo-
nésia, ainda é prática comum enterrar a placenta debaixo da
casa em um vaso feito especialmente para isso. Assim como
as mulheres alemãs dos séculos XVII e XVIII, as mães con-
temporâneas preocupam-se com a perspectiva de a alma do
bebê sofrer uma perda dolorosa ao ser separada de seu órgão
nutridor e vitalizador. Essa dor, supunham as mães de ou-
trora, impedia o futuro desenvolvimento integral da criança.
Para as turcas, esse costume, introduzido em sua região pelos
árabes do leste, prevalece ainda hoje.
O Instituto de “Vor- und Frühgeschichte” (pré-história
e história antiga) da Universidade de Tübingen, Alemanha,
descobriu peças de cerâmica que, supostamente, haviam
escondido há cerca de 350 anos. Eram vasos com um for-
mato especial destinados à placenta, e nunca os utilizavam
I. O MAIS ANTIGO DOS REMÉDIOS TRADICIONAIS 24

para outro fim. Decorados com padrões, às vezes, traziam


as iniciais dos donos. Alguns dos vasos em Sindelfingen e
Boenningen haviam sido enterrados de cabeça para baixo.
Isso poderia ser indício de medo dos espíritos habitando a
placenta. Para impedir esses espíritos de escapar, o povo se
submetia a diversos rituais mágicos de proteção, inclusive o
ritual de cobrir os vasos ou colocá-los de ponta-cabeça(30).
Como deixam claro diversos outros relatos orais da re-
gião de Heilbronn e da Floresta Negra, chegou até nós essa
noção dos costumes em torno do enterro da placenta, sobre-
tudo, nas áreas rurais.(31) Uma exposição no outono de 1997,
em Boenningen, exibiu diversos vasos de placenta, tanto ori-
ginais quanto cópias. Manos Nathan, um artista da Nova Ze-
lândia, onde se pratica ainda hoje o costume de enterrar todo
o material do pós-parto, criou um vaso de placenta moderno,
ornado com figuras míticas. Essas figuras servem para nos
lembrar de que os humanos vêm da Mãe Terra, bem como
da mãe humana(32). Os casais na iminência de ser pais conti-
nuam, enfim, podendo comprar esses vasos de cerâmica para
o enterro da placenta.

AMULETOS DA SORTE E JOIAS FEITAS


DE MEMBRANA AMNIÓTICA
Se o bebê precisa da proteção especial de uma “duplicata”,
mesmo nos dias de hoje, em muitas regiões do mundo, amar-
ram um pedaço seco da placenta ao redor de seu pescoço. É
bem frequente, também, secarem uma parte do cordão um-
bilical ou da membrana amniótica e os ligarem a um cordão
ou bracelete de ouro, costurados na bainha de uma saia ou
escondidos em uma mochila de escola. Ocasiões significati-
vas, entre as quais, o primeiro dia de escola ou o exame para o
serviço militar, trazem, segundo a crença geral, um resultado
melhor se os jovens levam consigo um pedaço de seu irmão
gêmeo, a placenta fortificante. De acordo com relatos da pre-
feitura de Backnang, Alemanha, certa mãe guardou com todo
o cuidado o cordão umbilical do filho para ele usar mais tarde
I. O MAIS ANTIGO DOS REMÉDIOS TRADICIONAIS 25

como amuleto de sorte. Ela secretamente o costurou dentro


da bainha de uma peça de roupa de modo que seu filho fosse
sorteado com um número que o isentaria do serviço militar
quando do alistamento! (33)
Segundo também se acredita, o cordão umbilical garante
à criança boas habilidades manuais e aptidões mentais. Os
moradores da região de Franche-Comte, França, falam o se-
guinte a respeito de uma criança portadora de deficiência
mental: “Ela não levou o seu cordão umbilical no bolso” (34).
O povo das Ilhas do Pacifico dá um nó no cordão antes
de ele secar. Apenas depois de a criança conseguir desfazer
esse nó é que ele ou ela são acolhidos em sua comunidade de
adultos. Um sentido semelhante era atribuído ao coto seco
do cordão umbilical na Alemanha do século XVIII: os pro-
fessores avaliavam a inteligência e o brilhantismo de uma
criança de 5 a 7 anos de idade pela velocidade com a qual ela
conseguia desfazer o nó. (35)
Na Europa e na África, o cordão seco era mantido sob o
travesseiro da criança ou amarrado à sua cama(36). Na Tan-
zânia, costumam atar o cordão com um pedaço comprido de
fio de algodão preto, envolvido em torno do pescoço do bebê
por dez dias. Uma tribo da Amazônia transforma o cordão
em um bracelete adornado com contas a serem mastigadas
no período da dentição. Os nativos da Austrália usam o cor-
dão para fazer colares para as crianças, que os usam para se
proteger de doenças(37).
O cordão umbilical e a placenta seca parecem ter a
mesma finalidade. É comum deixarem secar um pedaço da
placenta até ele ficar duro como uma rocha. A partir de então,
os homens levam-no o tempo todo no bolso, na carteira ou
no cinto como forma de atrair sorte e dinheiro. Na Tanzânia,
a assistente da parteira junta à placenta um pouco de sal e
moedas e os enterra no quintal. Deve-se fazer isso em se-
gredo por temor a mau-olhado. Os vizinhos, invejosos da ri-
queza esperada, poderão lançar mau-olhado sobre a placenta
e prejudicar o sucesso da operação!
I. O MAIS ANTIGO DOS REMÉDIOS TRADICIONAIS 26

Se o bebê tem a sorte de nascer encapsulado (com as


membranas intactas), os pais guardam um pedacinho da
membrana amniótica. Esticando aquela pele-tecido ainda
por secar, eles a pintam mais tarde com símbolos de religião,
astronomia e natureza. Nos países islâmicos, é muito comum
os pais escolherem “o olho de Fátima”, ao passo que em países
cristãos é bem popular o uso de uma imagem do santo pa-
droeiro da criança. Também gostam de inserir pedaços deli-
cados de membrana amniótica em pingentes para braceletes
e tornozeleiras.
Na Alemanha, há quem faça pinturas sobre a membrana
amniótica como imagens afixadas em janelas ou integradas a
alguma outra peça de arte. Os ourives as incluem em colares
e anéis. Não pode haver uma lembrança de crisma mais pes-
soal para uma criança do que sua própria membrana amnió-
tica aplicada a uma joia.
Em alguns países modernos e industrializados como a
Alemanha, os pais estão habituados a preservar a placenta
dos filhos, encomendando pílulas homeopáticas feitas com
um pedacinho dela. Torna-se possível, desse modo, con-
tinuar a utilizar os poderes placentários, pelos quais se de-
senvolvia a criança antes do parto, para fortalecê-la ao longo
da fase das doenças infantis ou em situações perigosas. As
pílulas de placenta, uma variação cristalina da alma gêmea
original – ou seja, a própria placenta –, são fáceis de man-
ter perto da criança. Tanto como as mães de 200 anos atrás,
muitas mães contemporâneas acreditam nas propriedades
curativas da placenta. Seria possível explicar esses poderes
cientificamente?

NOTAS DO TRADUTOR
(a) Ginkgo biloba, um autêntico fóssil vivo, é uma árvore de mais
de cem milhões de anos. Como a atmosfera terrestre era
muito mais rica em oxigênio, ela desenvolveu sistemas de de-
fesa contra a oxidação, o que a salvou da explosão atômica em
Hiroshima. De acordo com a lenda dos chineses, indianos e
I. O MAIS ANTIGO DOS REMÉDIOS TRADICIONAIS 27

sul-americanos, as almas dos mortos ascendem ao reino do pa-


raíso pelo tronco de uma Árvore da Vida sagrada. A macieira
era a Árvore da Vida adorada pelos antigos celtas. A chinesa era
tanto o pessegueiro como a tamareira. A dos semitas era tam-
bém a tamareira, e a Árvore da Vida na história do “Jardim do
Éden”, da Babilônia, era a palmeira. Na Índia, a Árvore da Vida
sagrada era a figueira, cujos galhos atingiam o céu e cujas raízes
desciam às profundezas do submundo. A figueira é tida como
a Árvore da Vida por muitos povos, sendo com frequência ado-
rada como a Árvore do Conhecimento. Os kayans do Boméu
Central acreditam que se originaram dos ramos e das folhas de
uma Árvore da Vida milagrosa que, no início dos tempos, caiu
dos céus à Terra.
(b) De grande longevidade (calcula-se que o teixo do cemitério
de Brabourne em Kent, Inglaterra, tenha mais de 3.000 anos),
foi árvore venerada pelos celtas e, ainda hoje, está presente
em muitos cemitérios dos países da Europa Atlântica, onde
simboliza a imortalidade (o mesmo que o cipreste na cultura
mediterrânea).
(c) Dedaleira - a árvore da princesa da China, mas se espalhou am-
plamente na América do Norte. Na Europa, é mais comum en-
contrá-la nos parques. Na China, era costume plantarem essa
árvore quando a Imperatriz dava à luz uma criança. Esta planta
tóxica e alucinógena tem excelente ação sobre as feridas exter-
nas. O mesmo extrato, tomado em doses homeopáticas, é útil
contra as palpitações do coração, os vômitos e a opressão.
(d) A bétula é uma árvore que significa começo para os europeus.
Entre os celtas, a bétula representava o primeiro mês do ano
novo, a parturição, o crescimento e o desenvolvimento de uma
ideia ou empreendimento.
(e) Visco, do misteltãn inglês antigo, é uma planta parasita que
cresce em várias árvores, particularmente a macieira. O visco
torna-se objeto de grande veneração quando encontrado em
árvores de carvalho.
VI

Histórias que as mães contam

A PLACENTA TEM UM CHEIRO AGRADÁVEL?


uando eu estava grávida e ouvi falar da prática de co-

Q mer a placenta, a princípio, achei aquilo repugnante.


Porém, uns tantos artigos em jornais, as histórias con-
tadas por outras mulheres e o conselho de minhas parteiras
atiçaram a minha curiosidade.
Fiquei preocupada de talvez não conseguir amamentar
bem, uma vez que já me incomodavam as pernas inchadas
desde a vigésima segunda semana de gravidez. Por isso, de-
cidi ingerir minha placenta crua. Como me dava nojo só de
pensar naquilo, uma amiga recomendou que eu cortasse
cinco fatias finas da placenta e as colocasse no congelador. E
assim o fiz. Dessa maneira, sobrou placenta o suficiente para
eu enterrar debaixo da macieira que plantei para nosso bebê.
Quando meu bebê nasceu, a parteira me mostrou a pla-
centa e nós conversamos sobre que parte dela seria mais
74 PLACENTA: O MAIS FEMININO DE TODOS OS REMÉDIOS

gostosa. De repente, tudo mudara – que coisa estranha!


Agora, toda a placenta tinha um cheiro delicioso, e eu fiquei
boquiaberta de pensar que antes ela me parecera repugnante.
Orgulhosa, perguntei a minha amiga que assistira ao parto
se ela havia tido a mesma sensação olfativa. Ela apenas disse:
“Sim, a placenta tem um cheiro singular!”
Logo provei um pedacinho depois de a parteira o ter en-
xaguado com água salgada e meu esposo oferecê-lo a mim
em um sanduíche. Ele não conseguia me imaginar querendo
a placenta sem a camuflagem do sanduíche. Mas eu tirei o pe-
daço de placenta do sanduíche e o pus direto na boca, ficando
surpresa com o gosto de bife tártaro que ele tinha.
Que gosto maravilhoso aquele! Para minha surpresa, ele
satisfez o meu apetite e não precisei comer mais nada nas
próximas vinte e quatro horas! Os outros cinco pedaços, nós
os guardamos no congelador. Quem sabe, eu poderia acabar
precisando da placenta em outro momento.
Enquanto eu comia o pedaço de placenta, minha amiga
me contou que ficou envergonhada ao lhe dar água na boca
quando lhe mostraram a placenta após o parto de seu bebê. E
o que mais a incomodou foi que simplesmente jogaram a pla-
centa fora! Se soubesse naquela época que não era de forma
alguma antinatural “gostar de sua placenta a ponto de se deli-
ciar com ela”, ela não teria deixado aquilo acontecer.
Nós nos demos conta de que, aparentemente, só a mãe (e
talvez o bebê?) acha o aroma da placenta tão agradável. Por
que senti tanta repulsa em relação à placenta antes? Concluo,
portanto, que não devo comer a placenta alheia. Quanto à
minha, ficou bem claro o convite que ela me fez para comê-la!
De qualquer modo, essa experiência me deu de presente uma
florescente produção de leite e um bebê bem feliz!

Heidi G.
(Mühlhausen, Alemanha)
VI. HISTÓRIAS QUE AS MÃES CONTAM 75

TRATAMENTO CASEIRO
PARA CÓLICA DE BEBÊ
Como me senti deprimida ao longo de toda a gravidez, não
alimentava a esperança de que as coisas seriam fáceis após o
parto. Decidi tomar pílulas homeopáticas feitas de placenta.
O meu médico, além de encomendar as pílulas, colocou-se
à minha disposição para me atender a qualquer hora que eu
quisesse.
Fiquei feliz de quase não ter precisado das pílulas. Meu
parto foi em casa, na água, e transcorreu tranquilo e rápido,
sem o menor pingo de depressão pós-parto. O bebê, por ou-
tro lado, era muito agitado e, toda noite, chorava duas horas
sem parar! Como ganhava peso normalmente e não mostrava
sintoma algum de doença, ninguém sabia o que fazer para
ajudá-lo a não chorar tanto. A situação acabou chegando a
tal ponto que toda a família ficou transtornada, o que levou
meu marido a tomar uma decisão: ouvíramos falar que as pí-
lulas podem ajudar o bebê também. Assim, o pai estressado
encomendou uma medicação com a potência C7, que é usada
para crianças – três pílulas a cada hora, de cinco da tarde às
oito da noite.
Já na primeira noite, deu para notar a diferença. Nosso
bebê chorou com menos intensidade, mamou por um perí-
odo mais longo e voltou a dormir em apenas uma hora. A
dosagem, concluímos, fora correta, e por isso continuamos
dando as pílulas de placenta para o bebê toda noite. E... abra-
cadabra! Dentro de duas semanas, desfez-se o feitiço – sem
manha, sem choro.
A parteira, inteirando-se da causa da transformação ma-
ravilhosa de nosso bebê, estimulou-nos a continuar com
nosso tratamento autônomo. Provavelmente, havíamos in-
fluenciado os hormônios do estresse com o nosódio da pla-
centa. Ela recomendou, ainda, que levássemos o bebê às aulas
de natação para bebê, já que a água pode ajudar a criança
a encontrar seu próprio equilíbrio. De fato, nosso bebê fi-
cou animadíssimo com a água – a partir das seis semanas de
76 PLACENTA: O MAIS FEMININO DE TODOS OS REMÉDIOS

idade, tornou-se o mais fiel visitante da piscina. Até os irmãos


juntaram-se ao resto da família para curtir o bebê aquático.
Há um bom tempo, os ataques de choro ocorridos a princípio
tinham caído no esquecimento.
Quando tivermos o próximo bebê, vamos prestar bas-
tante atenção aos estresses aos quais ele possa se expor já na
própria gravidez. No entanto, como o meu ambiente jamais
me fez mimos nas ocasiões em que fiquei grávida, por via das
dúvidas, encomendarei pílulas de placenta de novo. Elas fo-
ram de grande valia para todos nós!

Irene M.
(Enzweihingen, Alemanha)
77

VII

Referências

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9. Vide nota 4.
10. Vide nota 8.
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12. Dunham, Carroll. 1992. Mamatoto – A Celebration of Birth
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13. Vide nota 5.
14. Vide nota 9.
15. Vescoli, Michael. 1995. Der Keltische Baumkolender (The
Celtic Tree Calendar – O calendário celta da árvore),
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16. Glassperienspiel.
17. Raetsch, Chr. 1998. Hexenmedizin (Medicine of the Hogs).
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18. Mamatoto.
19. Vide nota 5.
20. Vide nota 4.
21. Vide nota 5.
22. Jueptner, H. 1986. Geburtshilflich-gynaekologische Beoba-
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nancy and birth customs – Investigações a respeito de
costumes ligados à gravidez e ao parto - Dissertação), Dis-
sertation Uni Koeln.
24. Veja item 2
25. Ibid
26. Ibid
27. Ibid
28. Mamatoto.
29. Rademacher, R. and D. Rademacher. Waidelich. 1996. Na-
chweise fuer den rituellen Umgang mit Nachgeburten
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lógica de ritos com a placenta), Fundberichte Baden-Wuert-
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40. Vide nota 5.
41. Ibid.
42. Ibid.
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49. Ibid.
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Biologische Therapie ueber die Hout, Gotha/ Alemanha.
89. Veja item 63

Distribuição Promocional

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